Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904
TÍTULO: REGISTROS DE ATROPELAMENTOS DE ANIMAIS SILVESTRES NA RODOVIA VICINAL
ANTÔNIO JOAQUIM DE MOURA ANDRADE ENTRE OS MUNICÍPIOS DE MOGI GUAÇU À ITAPIRA/SP
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS MARIA IMACULADA
AUTOR(ES): VANBASTHER MARCELO DE ALMEIDA
ORIENTADOR(ES): JOSÉ CARLOS SIMÃO CARDOSO JUNIOR
COLABORADOR(ES): NÁDIA REGINA BORIM ZUIM
RESUMO
A mortalidade de animais em rodovias brasileiras vem aumentando devido ao
desmatamento e a fragmentação de seus habitat. Outros fatores que também
influenciam essa mortalidade é a falta de sinalização e conscientização de
motoristas que trafegam por essas rodovias. O presente estudo tem como objetivo
quantificar e identificar os animais silvestres atropelados na Rodovia vicinal Antônio
Joaquim de Moura Andrade, na ligação das cidades de Mogi Guaçu e Itapira, entre
as rodovias SP 342 e SP 352, na região leste do Estado de São Paulo. O trabalho
está sendo realizado desde fevereiro de 2013 e será concluído em outubro de 2013.
Um trajeto de 23 km vem sendo monitorado e os animais atropelados encontrados
são
fotografados,
georreferenciados,
coletados
com autorização
do órgão
competente (SISBIO 36726-1) e identificados. A rodovia é monitorada com um
veículo motorizado duas vezes por semana. De fevereiro a julho de 2013 foram
registrados 106 espécimes de vertebrados atropelados, sendo 60 aves (56,6%), 26
mamíferos (24,5%), 14 répteis (13,2%) e 6 anfíbios (5,7%), totalizando 28 espécies.
Palavras-chave: Atropelamento de animais silvestres, animais silvestres e
desmatamento.
1 INTRODUÇÃO
A mortalidade de animais em rodovias brasileiras vem aumentando devido ao
desmatamento e a fragmentação de seus habitats (MENEGUETTI et al, 2010).
Esses desmatamentos e fragmentações são bem visíveis ao longo das rodovias e
estão inteiramente ligados aos atropelamentos de animais silvestres (SANTANA,
2010). O cultivo de certos alimentos ao longo das rodovias é o primeiro estágio de
um ciclo, onde a presença de cereais, frutas, plantas herbáceas entre outros servem
de atrativo para animais que se alimentam deste tipo de cultivo, resultando no
atropelamento do mesmo, onde seu cadáver poderá atrair outros animais
carnívoros, dando continuidade ao ciclo de atropelamentos (DNER/IME, 2001, apud
LIMA et al., 2004). O atropelamento de animais é um problema pouco ressaltado
entre as questões que envolvem a ameaça das espécies da fauna brasileira (ROSA
et al., 2004). Nos países da Europa as mortes de animais por atropelamento têm
sido identificadas como uma das principais ameaças à vida selvagem (SORENSE,
2005 apud ROSA et al., 2004). Quando os atropelamentos ocorrem em estradas e
rodovias que se localizam no interior ou no entorno de Unidades de Conservação
(UCs), o problema é ainda mais grave, uma vez que, em muitas destas áreas
existem espécimes ameaçadas de extinção (RODRIGUES et al., 2002 apud LIMA et
al., 2004).
2 OBJETIVOS
Os objetivos desse trabalho são: quantificar e identificar os animais silvestres
atropelados na Rodovia vicinal Antônio Joaquim de Moura Andrade entre os
municípios de Mogi Guaçu e Itapira/SP; analisar possíveis fatores que causam um
aumento nestes números de animais atropelados; verificar os trechos que possui
mais incidência de colisões; averiguar quais os grupos de vertebrados são mais
afetados e se há entre esses animais algum ameaçado de extinção.
3 METODOLOGIA
O trabalho está sendo realizado na rodovia vicinal Antônio Joaquim de Moura
Andrade (RVAJMA), que liga o município de Mogi Guaçu a Itapira, leste do Estado
de São Paulo, entre as rodovias SP 342 (22°18'56.523"S; 46°55'8.137"W) e SP 352
(22°25'0.301"S; 46°47'29.793"W), apresentando 23 km. A rodovia localiza-se em
uma região de encontro de dois rios da Bacia do rio Mogi Guaçu. É uma rodovia
municipal de pista simples, não possuindo acostamento, com velocidade máxima
permitida de 80 km/h, contudo não possui radares que controlem essa velocidade.
Todos os tipos de veículos podem trafegar por essa rodovia, sem restrição alguma.
A área de entorno é caracterizada por cultivos variados, (cana-de-açúcar e cereais),
fragmentos de matas ciliares em torno dos rios Mogi Guaçu e do Peixe e presença
de casas em pequenas localidades. Neste trabalho serão apresentados os
resultados sobre o levantamento dos animais silvestres atropelados na RVAJMA.
4 DESENVOLVIMENTO
A rodovia é percorrida duas vezes por semana com um veículo motorizado e
velocidade entre 60 e 70 km/h durante o período matutino. Os animais atropelados
encontrados são fotografados, georreferenciados e coletados com autorização do
órgão competente (SISBIO 36726-1). Os registros de animais silvestres atropelados
na RVAJMA, no mesmo período de estudo do referente trabalho, feitos pelo Museu
de História Natural de Itapira também foram computados. Os dados registrados
foram agrupados em número de espécimes e espécies por classe e sazonalidade
das colisões. As espécies são identificadas através dos livros Aves no Campus
(HÖFLING; CAMARGO, 1999), Mamíferos do Brasil (SIGRIST, 2012), Serpentes da
Mata Atlântica (MARQUES et al., 2001) e com base nos exemplares taxidermizados
do acervo do Museu de História Natural de Itapira.
5 RESULTADOS PRELIMINARES
Foram registrados 106 espécimes de vertebrados atropelados, sendo 60 aves
(56,6%), 26 mamíferos (24,5%), 14 répteis (13,2%) e 6 anfíbios (5,7%), totalizando
28 espécies. As espécies com maior número de espécimes atropelados foram
Volatinia jacarina, Didelphis albiventris, Guira guira, Rinella sp, Zenaida auriculata,
Ameiva ameiva, Crotophaga ani e Coendou vilosus. Houve uma taxa maior de
atropelamento de espécimes nos meses chuvosos (69,8%), quando comparado aos
meses secos. Plantações de milho e mata ciliar foram as áreas com maior incidência
de atropelamentos.
6 FONTES CONSULTADAS
HÖFLING, E.; CAMARGO H. F. A. Aves do campus da cidade universitária
Armando Salles Oliveira. São Paulo: Edusp, 1993.
LIMA, S. F,; OBARA A. T. Levantamento de animais silvestres atropelados na
BR-277 às margens do parque nacional do Iguaçu: subsídio ao programa
multidisciplinar de proteção à fauna, II Mostra Integrada de Ensino, Pesquisa e
Extenção, 2004. Disponível em: http://www.viiceb.com.br/cd/resumos/810a.pdf.
Acesso em: 19/03/2013.
MARQUES, O. A. V., ETEROVIC, A.; SAZIMA, I. Serpentes da Mata Atlântica.
Guia ilustrado para a Serra do Mar. Ribeirão Preto: Holos Editora Ltda, 2001.
MENEGUETTI,
D.
U.
O.;
MENEGUETTI,
N.
F.
S.
P.;
TREVISAN,
O.
Georreferenciamento e reavaliação da mortalidade por atropelamento de animais
silvestres na linha 200 entre os municípios de Ouro Preto do Oeste e Vale do
Paraíso - RO. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v.
1, n.1, p. 58-64, 2010.
ROSA, A. O.; MAUHS, J. Atropelamento de animais silvestres na rodovia RS-040.
Caderno de Pesquisa Série Biologia, Santa Cruz do Sul, v. 16, n. 1, p. 35-42,
2004.
SANTANA, G. S.; Fatores influentes sobre atropelamentos de vertebrados silvestres
em rodovias da Região Central do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical
Biology and Conservation, v.7, n1, p. 26-40 2010.
SIGRIST, T. Mamíferos do Brasil – Uma visão artística. Brasil: Editora Avis Brasilis,
2012.
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