Osteodistração UNIDADE DE CIRURGIA BUCO MAXILAR III Professor: Maurício Pereira Osteodistração, Distraction Osteogenisis Distração osteogênica, osteogênese por distração, distração óssea, alongamento ósseo Método que utiliza o próprio mecanismo de cicatrização corporal para neo-formação óssea, ou geração de tecido ósseo a partir do deslocamento de uma fratura cirúrgica Processo biológico de neoformação óssea entre segmentos ósseos separados gradualmente por tração incremental. Inicia-se quando uma força de distração é aplicada ao calo cicatricial que une os segmentos ósseos divididos, continuando até a desejada extensão dos tecidos O processo que envolve um gradual e controlado deslocamento de uma fratura cirúrgica resultando em formação de um novo osso e expansão dos tecidos moles adjacentes Distração Osteogênica A distração osteogênica difundiu-se na cirurgia ortopédica como um método efetivo de alongamento ósseo para correções de deformidades. Embora o método tenha sido utilizado na ortopedia Russa há vários anos, somente agora ganhou aceitação da medicina ocidental. Recentemente a osteodistração tem sido extensivamente utilizada no complexo craniofacial e como resultado disso um novo enfoque de reconstrução surgiu como opção para o tratamento de deformidades faciais. Histórico Hipócrates (AC) Colocação de forças de tração sobre ossos fraturados Guy de Chauliac (Sec. XIV) Sistema de polias para tração e reposicionamento ósseo 1a ocorrência de tração contínua Codivilla,1905: primeira publicação súbito e intenso alongamento das extremidades, sob anestesia Histórico Magnuson, 1908: Z-shaped osteotomy Reconheceu o potencial biológico do periósteo e do endósteo Abbott, 1927: U-shaped osteotomy Várias complicações, “piorou o estado clínico dos pacientes” Período de Latência: 7-10 dias Limites: alongamento total de 5 cm e taxa de 3 mm diários Histórico Allen,1948: aparelho externo com parafusos permitiu a ativação diária, com alongamento controlado Ilizarov,1951: novo aparelho que utiliza fixação em anel estabilidade e total controle da manipulação dos segmentos ósseos tornou-se referência para comparações Achados de Ilizarov 1- Tração gradual de tecidos vivos cria um stress que pode estimular e manter regeneração e crescimento ativo. 2- A regeneração dentro do espaço de distração é sempre formada ao longo do eixo axial de aplicação da tração. 3- Alta freqüência diária de distração, leva a mais favorável formação regenerativa e menos problemas com os tecidos moles adjacentes. 4- O aporte sangüíneo e a carga mecânica tem significativa influência na forma e massa do novo osso. Achados de Ilizarov Princípios da Osteodistração Osteotomia com baixa energia Máxima preservação dos tecidos osteogênicos Fixação estável dos segmentos ósseos Protocolo adequado (latência, taxa e ritmo) Samchukov et al, 1999 Princípios da Osteodistração Período de latência Comum a todas às técnicas Se não observado, o osso neo-formado terá menor densidade Se por período extenso, pode haver ossificação prematura 5-7 dias de acordo com Ilizarov Taxa de distração ossificação prematura se < 0,5 mm/d, fibrose se > 2mm/d 1 mm/d parece ser o ótimo (BLOCK, YAMAMOTO, KAHARARJU-SUVANTO, HARPER,CHIN) Princípios da Osteodistração Ritmo número de eventos de distração por dia ideal: distração contínua, com auto-distrator 0,5 mm, duas vezes ao dia (BLOCK, CHIN, KAHARARJU-SUVANTO, HARPER, YAMAMOTO,MICHIELI) 0,25 mm, quatro vezes ao dia (ILIZAROV) Aparelho deve ser compacto o suficiente para promover o conforto do paciente o osso alongado deve ser mantido e protegido de forças externas, sob pena de formação de tecido fibrocartilaginoso deve ser desenhado de acordo com a região envolvida (CHIN) Distração Osteogênica Inflamação TRAÇÃO calo recente calo maduro remodelação A aplicação de uma força de tensão nos tecidos formados entre os fragmentos cria um micro ambiente que favorece neogênese tecidual em uma direção paralela ao vetor de tração. Latência Distração e Consolidação Eventos Formação de coágulo pós-osteotomia Tecido de granulação predomínio fibroso (soft callus) Início da tração Reorientação das fibras // ao vetor de tração e expressiva neoformação vascular Osteons primários se formam, a deposição de osteóide inicia-se a partir dos fragmentos em direção ao centro da loja de distração A formação óssea ao longo do vetor de tração é mantida pelos ápices crescentes dos osteons primários, que permanecem abertos durante o período de distração Eventos Formação de coágulo pós-osteotomia Tecido de granulação predomínio fibroso (soft callus) Início da tração Reorientação das fibras // ao vetor de tração e expressiva neoformação vascular Osteons primários se formam, a deposição de osteóide inicia-se a partir dos fragmentos em direção ao centro da loja de distração A formação óssea ao longo do vetor de tração é mantida pelos ápices crescentes dos osteons primários, que permanecem abertos durante o período de distração Eventos Fim da tração Fixação dos fragmentos – manutenção do ap. distrator Loja de distração completamente preenchida por osso Reabsorção dos osteons primários Remodelação óssea, num modelo harversiano Maturação do osso tracionado, que torna-se indistinguível do osso adjacente Aplicação na Odontologia Reconstrução do processo alveolar Reconstrução após ressecções Alongamento da mandíbula atrófica Plastia de ossos faciais no caso de síndromes Histórico em CTBMF Rosenthal distractor 1927 Rosenthal osteotomy 1927 Kazanjian 1937 In the late 1950s, Köle Foi o primeiro a demonstrar uma técnica combinada de ortodontia e cirurgia Para expansão rápida de maxila (palato) em adultos Histórico em CTBMF SNYDER 1973, 1° a aplicar no complexo craniofacial alongamento da mandíbula de cachorro MICHIELI AND MIOTTI 1973, distração em mandíbulas de cachorros Histórico em CTBMF BELL AND EPKER 1976, expansão rápida de palato em humanos GUERRERO 1990, osteodistração de sínfise mandibular McCARTHY 1992, distração osteogênica em pacientes com anomalias craniofaciais congênitas. Aparelhos Extra orais Fixados a mandíbula por pinos transcutâneos, conectados externamente por grampos fixantes que são unidos ao distrator Unidirecionais, Bidirecionais ou Multidirecionais Intraorais Bone borne Tooth borne Hybrid Tipos de DO Monofocal Osso dividido em 2 segmentos e ambos são tensionados em direções opostas Bifocal Quando utilizamos um fragmento ósseo de transporte. Temos uma zona de neoformação e outra de compressão. Trifocal Quando há dois discos de transporte, duas zonas de neoformação e uma zona de compressão. Tipos de DO Monofocal Bifocal Trifocal Tipos de DO Tipos de DO Chin M. Chin M. CONEXÃO SISTEMAS DE PRÓTESE PURICELLI, E. CLÍNICA ARTIS CLÍNICA ARTIS CLÍNICA ARTIS Considerações Finais A osteodistração é prática cirúrgica com embasamento científico suficiente para utilização na odontologia. A maior vantagem da técnica consiste na capacidade de promover neoformação de tecido ósseo e de tecido mole simultaneamente diminuindo os casos de relapso. - Os problemas estão relacionados com: ao alto custo do aparelho distrator a dificuldade de se planejar e prever o resultado ao prejuízo estético/psicológico causado principalmente pelos aparelhos extra-orais desde sua presença até a cicatriz remanescente.