SEMANA DE ARTE MODERNA
a
Prof Ingrid Galleazzo
“Bruta sacudidela nas artes nacionais”
Mário de Andrade
Contexto histórico
 Mundial
 crise do capitalismo
 belle époque  intensa atividade artística (Paris e Viena)
 1914 – 1ª Guerra Mundial
 1917 – Revolução Russa  conduziu operários ao poder
 Brasileiro
 imigração europeia para centro-sul
 classe média e operária aumentam
 cultura canavieira X cultura cafeeira
OBJETIVO
A Semana de Arte Moderna pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de
vanguarda do pensamento europeu, ao mesmo tempo em que pregava a tomada de consciência
da realidade brasileira.
Antecedentes
 Vanguardas Artísticas Europeias
 1912 – Oswald de Andrade retorna de sua primeira
viagem à Europa com ideias futuristas e cubistas,
principalmente
 1913 – Lasar Segall expõe suas telas
impressionistas e expressionistas
 1917 – exposição de Anita Malfatti, criticada por
Monteiro Lobato (Paranoia ou mistificação?)
 1920 – Víctor Brecheret volta da Itália (Monumento
às bandeiras)
 1921 – Graça Aranha volta da Europa e apoia o
grupo modernista
 1921 – exposições de Vicente do Rego Monteiro e
Di Cavalcanti
 SAM: 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro
Municipal de São Paulo e contou com apoio dos
fazendeiros de café  ambiguidade: quem apoiou o
movimento foi o pessoal mais criticado, já que a
plateia era ao mesmo tempo quem tinha investido e
quem recebia as críticas (burguesia cafeeira).
Anita Malfatti – A estudante (1917)
OS SARAUS
1º Festival: 13 de fevereiro (segunda-feira)
 abertura com conferência de Graça Aranha: A emoção estética na Arte Moderna
 Ernâni Braga faz uma paródia da Marcha Fúnebre, de Chopin
 Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho declamam poesias
 Villa-Lobos é arremedado durante execução de duas peças
 Ronald de Carvalho: A pintura e a escultura moderna no Brasil
2º Festival: 15 de fevereiro (quarta-feira)
 grande dia: vaias, assobios, gritos invadiram o sarau  a ordem era escandalizar
 Menotti del Picchia abre segundo dia com conferência de traços futuristas:
Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminé
de fábricas, sangue, velocidade, sonho, na nossa Arte! E que o rufo de um automóvel, nos trilhos
de dois versos, espante da poesia o último deus homérico, que ficou, anacronicamente, a dormir e
sonhar, na era do jazz-band e do cinema, com a flauta dos pastores da Arcádia e os seios divinos
de Helena!”
 Mário de Andrade declama Ode ao burguês:
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
O burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
 Ronald de Carvalho declama Os sapos (Manuel Bandeira), sob vaias e urros,
acompanhado por “Foi! Não foi!”:
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...”
Urra o sapo-boi:
- “Meu pai foi rei!”- “Foi!”
- “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.
3º Festival: 17 de fevereiro (sexta-feira)
 último dia da Semana de Arte Moderna
 não teve muito público
 público respeitava as apresentações até o momento em que entra Villa-Lobos de casaca e
chinelo
CONCLUSÕES DO 1º MOMENTO
 Modernismo rompeu com modelos tradicionais
 marco: Semana de Arte Moderna
 período polêmico e destruidor: é preciso abandonar uma arte artificial produzida à custa de
imitação estrangeira
 busca de originalidade
 liberdade: escrever o que e como quero
 humor: poema-piada e poema-pílula, paródia
 nacionalismo exacerbado e crítico: crítica ao país
 mostrar defeitos
 contra imitação estrangeira: ANTROPOFAGIA 
devorar a cultura estrangeira e aprender com ela:
consiste em devorar a cultura estrangeira,
ficando apenas com a “proteína”, ligando-a às
nossas raízes
Tarsila do Amaral – Abaporu (1928)
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