42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
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CIRCULAÇÃO DE RICKETTSIAS DO GRUPO DA FEBRE
MACULOSA EM CÃES E EM EQUINOS NO NOROESTE DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
ISABELA TEBALDI POUBEL DO CARMO1*, NATHALIE COSTA DA
CUNHA1, EDUARDO BORGES VIANA2, NÁDIA REGINA PEREIRA
ALMOSNY1. VICTOR SILVA PINHEIRO DA COSTA2
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Laboratório de Pesquisa Clínica e Molecular Marcílio Dias do
Nascimento,
Faculdade
de
Veterinária,
Universidade
Federal
Fluminense, Niterói-RJ, Brasil; 2Universidade Federal de Tocantins,
Araguaína-TO, Brasil.* E-mail: [email protected]
RESUMO
As
rickettsias
do
grupo
da
febre
maculosa
(RGFM)
ocorrem
principalmente associadas a carrapatos. Desde 2001 a febre maculosa é
doença de notificação compulsória no Brasil. O presente teve por
objetivo demonstrar a presença de RGFM em soros de cães e de
equinos nos Municípios de Natividade, Porciúncula e Varre-Sai (RJ).
Houve relato de óbitos humanos em dois, dos três municípios
amostrados. Foram colhidas amostras de sangue de 253 cães e de 17
equinos. As amostras de soro foram testadas pela reação de
imunofluorescência indireta (RIFI), buscando a presença de anticorpos
IgG anti-R. rickettsii. O
. Concluiu-se, que RGFM circulam na
população de cães e equinos do noroeste do Rio de Janeiro e que estes
animais são importantes sentinelas para RGFM.
Palavras-chave: Rickettsia, cães, cavalos, imunofluorescência
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de
Animais, sob o número 270/2012
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CIRCULATION OF SPOTTED FEVER GROUP RICKETTSIA IN DOGS
AND HORSES IN NORTHWEST OF RIO DE JANEIRO STATE
ABSTRACT
Rickettsiae of the spotted fever group (SFGR) occur primarily associated
with ticks. Since 2001, spotted fever is a reportable disease in Brazil.
This study aimed to demonstrate the presence of SFGR in sera of dogs
and horses in Natividade, Porciúncula e Varre-Sai (RJ). Human deaths
were reported in two of the three sampled municipalities. Blood samples
of 253 dogs and 17 horses were collected. Serum samples were tested
by indirect immunofluorescence assay (IFA), seeking the presence of
anti-R. rickettsii IgG antibodies. The frequency observed was 68% of
dogs and 82% of the horses reactives in IFA. It was concluded that
SFGR circulate in the population of dogs and horses of northwest Rio de
Janeiro and that these animals are important sentinels for SFGR.
Keywords: Rickettsia , dogs , horses, immunofluorescence
INTRODUÇÃO
As rickettsias do grupo da febre maculosa (RGFM) ocorrem
principalmente associadas a carrapatos (PADDOCK et al., 2004).Cães e
equinos
podem
funcionar
como
sentinelas
para
as
infecções
transmitidas por rickettsias (Sangioni et al., 2005). O presente trabalho
foi o primeiro a ser realizado com cães e equinos no noroeste do Rio de
Janeiro (RJ) e teve por objetivo demonstrar a presença de RGFM nos
soros amostrados.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de
Animais, sob o número 270/2012
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MATERIAL E MÉTODOS
Foram colhidas amostras de sangue de 253 cães e de 17 equinos
sem nenhum tipo de requisito pré-estabelecido, nos meses de julho e
agosto de 2014, nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro:
Natividade, Porciúncula e Varre-Sai,
Foi realizada a reação de imunofluorescência indireta (RIFI)
seguindo protocolos previamente estabelecidos e validados e titulação
igual ou superior a 1:64 foi considerada reagente.
RESULTADOS
Foram obtidas frequências de 68% de cães e de 82% de equinos
reativos
-R. rickettsii.
DISCUSSÃO
No sul do Brasil foi obtida frequência de 42,4% de cães
sororreagentes (Saito et al., 2008), em São Paulo (SP) as frequências
descritas foram menores do que a obtida no presente estudo (Sangioni
et al., 2005; Horta et al., 2007) e no RJ, as frequências variaram de 27,6
a 58,7% (Gazeta et al., 2009). Tal resultado pode se correlacionar à
ampla circulação de R. rickettsii na região em função do surto de casos
humanos. Quanto aos equinos superou todos os dados encontrados na
literatura de áreas endêmicas para febre maculosa brasileira (Gazeta et
al., 2009; Milagres et al., 2010). A maior frequência obtida no presente
estudo pode se correlacionar devido à ampla circulação de R. rickettsii
na região estudada.
CONCLUSÕES
Pode-se concluir que há a circulação de rickettsias do grupo da
febre maculosa no noroeste do Rio de Janeiro, e que cães e equinos
são importantes sentinelas para rickettsias do grupo da febre maculosa,
incluindo R. rickettsii.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de
Animais, sob o número 270/2012
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