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TERMOGRAFIA DAS ESTRUTURAS FLEXORAS DO MEMBRO
TORÁCICO DE EQUINOS APÓS ELEVAÇÃO DA PINÇA OU TALÃO
JAQUELINE BIZI1, LARISSA DA SILVA BOMFIM1, PRISCILA
DALMAGRO1, TAÍS CASONATO RODRIGUES1, JOSÉ EDUARDO DE
OLIVEIRA ZANON1, LINA MARIA WEHRLE GOMIDE1
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Univ. Estadual Paulista – UNESP, Faculdade de Medicina Veterinária
de Araçatuba – FMVA. Rua Clóvis Pestana, 793, Bairro Ipanema, CEP
16050-680, Araçatuba, São Paulo.
RESUMO
Objetiva-se, com este trabalho, identificar possível sobrecarga nas
estruturas flexoras no membro torácico de equinos durante a elevação
da pinça ou do talão. Para isso, foram utilizados oito equinos PSA sem
evidências de alterações locomotoras. Todos os animais realizaram 15
minutos de exercício utilizando ferradura plana e com seis graus de
elevação da pinça ou talão, aleatoriamente. As avaliações termográficas
foram realizadas antes, imediatamente após o exercício e 60 minutos
após o término deste. Com a elevação do talão não houve aumento de
temperatura nos tendões flexores após o exercício, o que sugere que
esta técnica pode aliviar a carga nestas estruturas.
PALAVRAS- CHAVES: Exercício, ferrageamento, sobrecarga
THERMOGRAPHY OF FORELIMB FLEXOR STRUCTURES OF
HORSES AFTER TOE OR HEEL ELEVATION
ABSTRACT
The objective of this study was to identify if flexor structures of the
forelimb of horses with six degrees heel or toe elevation are overloaded.
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Eight Arabian sound horses were exercised during 15 minutes using
conventional shoes and six degrees heel or toe elevation shoes,
randomly. All horses were submitted to both shoeing. Thermographic
images were obtained before exercise and immediately and 60 minutes
after exercise. With heel elevation there was no increase in temperature
of flexor tendons and suggests that this technique may relieve load in
these structures.
Key-words: Exercise, overload, shoeing.
INTRODUÇÃO
As causas mais comuns de claudicação nos equinos estão
relacionadas à porção distal dos membros, sendo em grande parte
diretamente
relacionadas
às
práticas
de
casqueamento
e
ferrageamento. Estes procedimentos podem alterar os padrões de
cargas no membro e, consequentemente, as tensões mediais e/ou
laterais aplicadas ao sistema locomotor (Turner e Stork, 1988).
A termografia possui bons resultados em detectar processos
associados com alterações locais ou generalizadas na temperatura da
superfície antes mesmo que se tornem evidentes (Turner et al., 2001;
Hilsberg, 2002; Soroko e Jodkowska, 2011). Com a constatação de uma
possível injúria, procedimentos preventivos e protetivos podem ser
realizados nessa fase inicial, o que evita complicações de uma lesão já
instalada. (Palmer, 1981; Weil et al., 1998; Turner, 2001).
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados oito equinos PSA adultos sem alterações clínicas
e termográficas do sistema locomotor. Todos os animais foram
submetidos
aleatoriamente
a
três
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tipos
de
ferrageamento
e
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permaneceram uma semana com cada ferradura: plana ou convencional
(FC) e elevação em seis graus do talão (ET) ou da pinça (EP).
Os animais realizaram cinco minutos de exercício ao passo e dez
minutos ao trote. As análises termográficas foram obtidas em ambiente
fechado com uso da camera Flir i60® (Flir Systems - USA) em tempo
real em três momentos diferentes: antes da realização do exercício
(Basal), imediatamente após (PE) e 60 minutos após o exercício (60’).
Foram analisadas, com o programa Quick Report®, as imagens dos
membros torácicos com ênfase nas regiões flexoras, sendo eles: tendão
flexor digital profundo (TFDP) e sua respectiva musculatura (MFDP) e
tendão flexor digital superficial (TFDS).
Os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA) e os
valores médios comparados pelo teste de t-pareado, com nível de
significância p≤0,05.
RESULTADOS
Os valores de temperatura máxima das estruturas avaliadas nos
três tipos de ferrageamento encontram-se na Tabela 1. Tanto na FC
quanto na EP, todas as estruturas apresentaram aumento de
temperatura (p<0,01) PE, retornando aos valores basais com 60’.
Com relação à ET, houve aumento de temperatura (p<0,01) da
musculatura flexora PE, que se manteve até 60’. Os tendões flexores,
tanto o TFDS quanto o TFDP, não tiveram incremento de temperatura
PE e apresentaram temperatura menor que o basal (p<0,01) após 60’.
Tabela 1: Temperatura máxima (ºC) do tendão flexor digital superficial
(TFDS), tendão flexor digital profundo (TFDP) e sua respectiva
musculatura (MFDP) em equinos PSA submetidos a ferradura
convencional (FC) ou com seis graus de elevação do talão (ET) ou da
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pinça (EP) antes (Basal), imediatamente após (PE) e 60 minutos após
exercício.
Momento
FC
EP
ET
a
TFDS
TFDP
MFDP
BASAL
31,15±0,92b
30,19±0,21b
31,56±0,64b
PE
32,79±1,27ª
32,01±1,13ª
33,83±0,85ª
60'
31,48±1,34b
30,49±1,70b
31,41±1,56b
BASAL
31,21±2,55b
30,39±3,18b
31,14±2,19b
PE
32,59±1,98ª
31,66±2,97ª
33,63±3,04ª
60'
31,1±3,25b
30,2±4,17b
30,7±3,82b
BASAL
31,86±1,77a
31,6±1,46b
31,9±1,58b
PE
32,76±1,57ª
31,79±2,04ª
33,85±1,34ª
60'
31,56±1,26b
30,31±1,78b
31,10±1,37ª
Letras iguais na coluna não diferem a 5% no teste t-pareado.
DISCUSSÃO
Com a solicitação da estrutura, assim como ocorre no exercício, há
aumento de temperatura (Simon et al., 2006), como observado após o
exercício dos animais com FC e EP. A não alteração da temperatura nos
tendões flexores TFDS e TFDP nos animais com ET sugere que estas
estruturas podem ter sido menos solicitadas durante o exercício,
conforme relatado na literatura (Willemen et al., 1999; Crevier-Denoix et
al., 2001; Morrison, 2007).
CONCLUSÃO
Os dados sugerem que, nas condições deste experimento, a
elevação de talão pode aliviar a carga nos tendões flexores.
AGRADECIMENTO
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FAPESP – Processos 2013/26783-1 e 2014/18232-8
COMITÊ DE ÉTICA
Comissão de Ética no Uso de Animais – CEUA, número 2015-00171.
REFERÊNCIAS
CREVIER-DENOIX, N.; ROOSEN, C.; DARDILLAT, C.; POURCELOT,
P.; JERBI, H.; SANAA, M.; DENOIX, J.M. Effects of heel and toe
elevation upon the digital joint angles in the standing horse. Equine
Veterinary Journal 33, p.74-78, 2001.
MORRISON, S. Practical Approaches to Heel Pain. In: American
Association
of
Equine
Practitioners,
53,
2007.
Proceedings…,
Colorado, USA, 2007, p.88-92.
SIMON, Erika L. et al. Influence of exercise on thermographically
determined surface temperatures of thoracic and pelvic limbs in horses.
Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 229, n.
12, p. 1940-1944, 2006.
SOROKO, M.; JODKOWSKA, E. Usefulness of thermography applied to
horse diagnosis and in the equine sports industry. Medycyna
Weterynarya, v.67, n.6, 2011
TURNER, T.A.; PANSCH, J.; WILSON, J.H. Thermographic assessment
of racingThoroughbreds. 2001. Annual Convention of the AAEP.
Proceedings..., v.47, p.344-346.
WILLEMEN, M.A.; SAVELBERG, H.H.C.M.; BARNEVELD, A. The effect
of orthopedic shoeing on the force exerted by the deep digital flexor
tendon on the navicular bone in horses. Equine Veterinary Journal 31,
p. 25-30, 1999.
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termografia das estruturas flexoras do membro torácico de