Outubro de 2011
nº21
Centro de
acessos
vasculares
Uma solução integrada, única no
setor da diálise.
DESTAQUES
Comunicado
Certificação
Doentes com hepatite B
NephroCare Portalegre
Entrevista
Dr. pedro ponce
Diretor médico nacional Fresenius
Medical Care
Pág.3
Pág.3
Pág.6-7
02
Editorial
Afinal, o país está vivo!
Pelo menos o setor da diálise não precisa de desfibrilhador…
Senão vejamos:
A NephroCare/Fresenius solicita parecer às cinco ARSs do país de
como proceder com a finalidade de encerrar salas de tratamento de
doentes com hepatite B em 11 das suas 34 clínicas.
Resposta das ‘forças vivas’ do país:
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Sindicato Independente dos Médicos (SIM): excitado e
indignadíssimo “medida louca, atitude rude, drástica e prepotente”;
Bastonário da Ordem dos Médicos: “Estado refém dos privados” (o
bastonário aproveita uma vez mais para exibir a sua discriminação e
fobia para com os privados);
Ministro da Saúde: não comenta (está informado desde 14 de
Setembro);
Entidade Reguladora da Saúde: chegou tarde, 24horas depois, mas
já se inscreveu;
APIR: “deviam sair de Portugal”;
Inspecção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS): entra em ação!
Jornais, rádios, TVs e agências noticiosas: em roda-viva!
Afinal, ainda não obtivemos resposta às nossas perguntas e já o circo
está montado nesta sociedade-espetáculo!!
Pergunta: quem ‘vendeu’ e/ou distribuiu a informação ao SIM?
Ricardo Da Silva
Nacional
03
Comunicado
Doentes com hepatite B
Na sequência das notícias veiculadas
3 - Na comunicação dirigida às ARS’s a
NephroCare, e pretende-se de futuro que
ontem nos mais diversos órgãos de
NephroCare solicitou ainda, informação
o sejam na rede nefrológica dos hospitais
comunicação social, a NephroCare vem
sobre o procedimento e respetiva
do SNS.
por este meio esclarecer a sua posição.
instrução de alteração do processo de
1 - Foram contactadas as diversas ARS’s
licenciamento e convenção, decorrente
Desde 14 de setembro que o ilustríssimo
do pedido apresentado.
senhor ministro da saúde está informado
do país, no sentido de saber sobre qual
desta intenção de todo o setor da diálise,
o procedimento a adotar com vista
4 - No universo NephroCare/Fresenius:
à concretização da desativação das
solicitámos a transferência de 64 doentes
11 diversas salas de diálise afetas ao
conforme segue:
Confirmamos ainda que, neste momento,
tratamento de doentes portadores do
ARS Norte – 18 doentes
as empresas de diálise se auto-submetem
vírus da hepatite B.
ARS Centro – 10 doentes
a um período de contenção de custos
ARS Lisboa – 31 doentes
após a redução unilateral do preço
2 - Nessa sequência, em 6 de outubro
ARS Alentejo – 2 doentes
compreensivo em 18,5% efetuada
p.p. foram dirigidas comunicações às
ARS Algarve – 3 doentes
pela tutela. Acresce ainda que as
ARS’s solicitando que diligenciassem pela
A NephroCare não está a recusar o
dívidas acumuladas de todo o setor
transferência dos doentes, uma vez que,
tratamento a nenhum insuficiente renal
são elevadíssimas e que, no caso da
só estas entidades podem determinar esta
crónico com hepatite B.
NephroCare, ultrapassam (a 31 de agosto)
medida, razão pela qual, a NephroCare
A solicitação que é feita às entidades
os 100 milhões de euros.
dirigiu o referido pedido e aguarda uma
competentes não coloca, em circunstância
resposta;
alguma, em risco, a vida destes utentes,
agrupado na Anadial.
Lisboa 25-10-11
que são atualmente tratados na
Certificação da unidade de Portalegre
No passado 21 de setembro a clínica NephroCare Portalegre obteve a certificação do sistema de gestão
da qualidade de acordo com as normas ISO 9001:2008 e ISO 14001:2004, atribuída pelo TÜV – Product
Service GmbH, entidade alemã de acreditação autorizada e especializada, que se rege segundo as
normas internacionais mais exigentes.
A obtenção desta certificação para a nossa unidade de Portalagre representa o reconhecimento
pelo forte investimento que efetuámos na implementação do sistema de gestão da qualidade, ao
nível dos recursos humanos, instalações, equipamentos e técnicas. Este certificado vem comprovar a
competência técnica das nossas clínicas, o que é reforçado quando esse processo é executado por um
organismo autorizado, e especializado, como o TÜV.
A clínica NephroCare de Portalegre, que assiste atualmente 100 doentes com insuficiência renal de toda
a região, tem uma capacidade nas suas instalações para dialisar 180 doentes, o que representa cerca de
15.000 tratamentos anuais. Esta unidade diferencia-se na região e a nível nacional, não só pela elevada
qualidade das suas instalações, mas por dispor de um conjunto integrado de serviços e de uma equipa
multidisciplinar, que contribuem para a melhoria da qualidade de vida do doentes insuficientes renais.
Para além do serviço de diálise, apoio social e nutricional, a clínica integra ainda mais duas valências
pioneiras neste tipo de unidades: a fisioterapia e a consulta da diabetes, que permitem não só um
melhor controlo da doença, mas também uma maior comodidade dos utentes, minimizando as suas
deslocações.
NACIONAL
04
Centro de Acessos Vasculares
Uma solução integrada, única no setor da diálise.
Os problemas no acesso vascular estão
entre as maiores causas de morbilidade dos
doentes e, indiretamente, de mortalidade,
de acordo com vários estudos científicos.
Estas estatísticas fazem parte das principais
razões que levaram a Fresenius ao
desenvolvimento de um polo de acessos
vasculares, no Lumiar, uma resposta global
que nenhuma outra entidade pública ou
privada apresenta. Os resultados já se fazem
sentir na qualidade de vida do doente, mas
os cortes do estado dificultam a continuação
do desenvolvimento sustentado deste
importante projeto. Falámos com o Dr.
Pedro Ponce, coordenador do centro de
acessos vasculares da NephroCare, sobre o
funcionamento e o futuro desta unidade.
O centro de acessos vasculares começou
como uma experiência inicial e pontualmente
implementada apenas por dois cirurgiões. Por
volta de 2004, criou-se então uma estrutura,
com bloco operatório, que implicou a
presença de uma equipa de cirurgia durante
todos os dias da semana. Em 2008, o processo
desacelerou face a uma nova legislação (sobre
os reembolsos) que bloqueou a realização de
acessos vasculares por parte do centro.
“É um serviço que prestamos aos doentes que mais nenhuma entidade, no
sector público ou privado, tem.” - Pedro Ponce, coordenador do centro de acessos
vasculares
Os acessos voltaram assim aos hospitais
representam graves consequências para
públicos, às salas de técnicos nem sempre
o tratamento. Daí a importância de uma
muito treinados nesta área especifica de
resposta continuada e integrada.
intervenção. Os investimentos e esforços da
Fresenius para uma prestação de serviços
integrada, sofreram de alguma forma
retrocessos. Os acessos vasculares, passaram
A paixão pelos cuidados
integrados
a integrar o preço compreensivo no inicio
Pedro Ponce, coordenador deste serviço,
deste ano, o que levou a um investimento nas
refere ter sido sempre mais que um entusiasta
condições necessárias à expansão do serviço,
deste centro. Assume que este é um projeto
com a integração da unidade de angiografia.
com grande impacto na qualidade de vida
Quando se tem como único cliente o estado,
dos doentes e no tratamento, embora a sua
cujas regras mudam com frequência,
responsabilidade como consultor o faça
“qualquer investimento de médio e longo
pensar duas vezes. De um lado, a questão da
prazo com vista a uma melhor assistência dos
rentabilização e da sustentabilidade financeira,
doentes corre um risco gigantesco”, lamenta
colocada em causa pela volatilidade das
Pedro Ponce. Recorde-se que o ministério
decisões políticas, que poderão dificultar a
da saúde recuou recentemente no princípio
importante criação de mais polos de acessos
de integração de cuidados, obrigando a que
vasculares no país. Do outro lado da balança,
o primeiro acesso seja feito no hospital. O
trata-se de “uma técnica assistencial na qual
primeiro acesso, saliente-se, pode determinar
todos temos muita experiência”. Além do forte
o sucesso ou insucesso dos seguintes, sendo
fator humano, o centro apresenta ferramentas
que múltiplas tentativas mal sucedidas
eficientes na área clínica e de gestão.
NACIONAL
05
Centro de Acessos Vasculares
“Ter em simultâneo, em portas vizinhas, o polo
angiográfico de intervenção e o polo cirúrgico,
com possibilidades de diálogo para encontrar
Centro de acessos vasculares NephroCare Lumiar
as melhores soluções”, é uma vantagem única
Infraestrutura
Funcionamento do bloco
de uma prestação de serviços integrada, que
Bloco cirúrgico
De segunda a sexta-feira das 8h às 22h
mais nenhuma entidade pública ou privada
Sala de angiografia
Marcações regulares: resposta no prazo de
dispõe.
Sala de recobro
uma semana
Esterilização
Urgências: resposta entre 24 a 48 horas
Ganhos de qualidade de vida
As parcelas da equação custo - benefício
do centro de acessos vasculares estão
em avaliação. Mas algumas já ‘ressaltam’
das páginas do relatório: “desde julho
que o número de cateteres reduziu
substancialmente”. O cateter é uma solução
cara, sob vários pontos de vista. Por estar
associado a mais casos de infeção, pode
representar uma maior taxa de infeção
e, direta ou indiretamente, também de
internamento. Uma análise mais profunda
poderá mostrar ao estado como se
transformam a longo prazo os custos dos
cuidados integrados em benefícios. A curto
prazo, não há dúvidas de que a equação tem
saldo positivo para o doente.
Perspetivas futuras
Atualmente estão em estudo algumas
soluções para a zona norte/centro do
país. Enquanto estas soluções não são
implementadas em centros Fresenius, para
a zona do Porto e Coimbra, temos recorrido
a soluções externas à companhia com
especialistas contratados por nós. É uma área
em que a oferta de especialistas é escassa,
e se já havia pouca formação nos hospitais
públicos, com o facto da responsabilidade
ter transitado para os prestadores de
ambulatório, esta passará a ser diminuta ou
zero. Possivelmente num futuro próximo, com
os atuais recursos, poderemos vir a investir
na formação a médicos nefrologistas e,
eventualmente, a cirurgiões, de forma, a que
se interessem por esta área.
Armazém
Secretariado
Funcionamento da angiografia
Segunda, terça e quinta-feira das 15h às 21h
Recursos humanos
Quarta-feira das 9h às 13h
5 Cirurgiões
Sexta-feira: rotatividade entre as 4 equipas
4 Equipas de nefrologistas (total de 15)
1 Coordenadora operacional
9 Enfermeiros
Marcações regulares
Resposta no prazo de uma semana
2 Assistentes administrativas
Urgências
1 Técnica de esterilização
Resposta entre 24 a 48 horas
4 Auxiliares
Contactos do centro de acessos vasculares
Rua José da Costa Pedreira, nº8
1750-130 Lisboa
Tel. 217 543 434 / Fax 217 543 436
NACIONAL
06
Entrevista
À conversa com Dr. Pedro Ponce
A grande preocupação, é sempre melhorar
o nível de todas as clínicas, encontrando o
desvio padrão de cada um dos parâmetros, no
Biografia
Traça prioridades globais e
integradas, impõe a máxima
da qualidade e partilha o
sucesso com uma equipa de
diretores clínicos empenhados
em fazer mais com menos. E às
perguntas que parecem difíceis,
responde: é simples. Não vai
ser fácil defender as mesmas
preocupações sob a atual
atmosfera económica, reconhece
Pedro Ponce. Mas não vai ser
impossível, determina.
Dr. Pedro Ponce é especialista em nefrologia
Na qualidade de diretor médico nacional,
e medicina intensiva. Licenciado pela
quais as suas grandes prioridades e
universidade de Lisboa, em 1976, realizou
preocupações?
o internato geral e da especialidade nos
hospitais civis de Lisboa e, durante o período
de formação, fez a residência de medicina
interna no Brooklyn Jewish Hospital (State
University of New York) e o Renal Fellowship,
no Massachusetts General Hospital (Harvard
University) e no New England Medical Centre
(Tufts University). Ao longo de 19 anos foi
diretor do serviço de nefrologia unidade de
transplantação do hospital Garcia de Orta.
Atualmente, é diretor clínico da unidade de
diálise do Lumiar, coordenador do centro
de acessos vasculares Nephrocare e country
medical director da Fresenius Medical
Care Portugal. É ainda o responsável pela
nefrologia e diretor da unidade de cuidados
intensivos, bem como membro da direção
clínica do hospital Cuf Infante Santo. Cumpre
o terceiro mandato no conselho nacional
de ética da ordem dos médicos, tendo já
presidido o conselho nacional do exercício
técnico da medicina e também o da ordem
dos médicos. Autor de vários livros de
medicina, conta com mais de 80 artigos
publicados em revistas médicas nacionais e
estrangeiras.
grupo das 34 clínicas. Asseguramos assim, que
não existem unidades que estejam a ficar para
trás nas áreas que consideramos fundamentais
para uma clínica com qualidade.
Quais os parâmetros utilizados para avaliar
a qualidade das clínicas?
Tratam-se de items qualitativos e
quantitativos, mas mensuráveis, pois
dispomos de uma completíssima base de
dados, que nos permite mensalmente extrair
toda a informação que necessitamos para
análise. Um dos grandes grupos em análise
é a gestão dos recursos, baseada em custos
e resultados. Este parâmetro passa por uma
ligação cruzada das experiências das várias
clínicas, o que torna possível seguir e aprender
com os melhores exemplos de boa gestão
de cada unidade. As três grandes áreas
Na minha conceção, a célula importante desta
abrangidas são a prescrição de diálise, o core
companhia são as clínicas de diálise. Cada
business desta companhia; o consumo de
clínica de diálise tem um diretor clínico, com
medicamentos e, em terceiro lugar, os exames
uma grande liberdade de gestão da respetiva
auxiliares de diagnóstico.
unidade. Cabe ao diretor médico nacional
ter uma visão global e ser um facilitador dos
procedimentos a nível das clínicas. Com base
Qual a estratégia para conseguir melhorar
constantemente a equação qualidade
nos parâmetros atuais de qualidade, faço
versus custos?
uma auditoria permanente à performance
É simples, porque temos acesso,
das várias unidades, identificando aquelas
simultaneamente, aos custos e resultados
que possam ter dificuldades em alguns
em termos de sucesso clínico. E a
desses items e contribuindo para a sua
partir do momento em que existe uma
evolução positiva. Na verdade, este é um
heterogeneidade de situações – quem
assunto que gera muita discussão e que tem
obtenha os mesmos resultados com menos
implicado algumas afinações. Os parâmetros
recursos -, significa que há perspetivas
de avaliação que dispomos de momento
para melhorar a performance. Na verdade,
não serão ainda os perfeitos, mas são já
tem havido um grande envolvimento por
resultado de uma evolução importante desde
parte dos nossos diretores clínicos que têm
2008. É com base nesses vários items que é
colaborado muito ativamente neste sentido.
feito um estudo semestral, a partir do qual
Para mim e para a companhia, é uma grande
deteto, de forma sustentada, se há desvios
razão de orgulho o modo extremamente
em alguma clínica e procuro saber qual o
profissional e dedicado com que a nossa
plano e a interpretação do diretor dessa
equipa se empenha em fazer bem feito, e de
clínica. O objetivo é proporcionar-lhe ajuda, se
forma racional, no que respeita aos recursos
necessário, e afiançar uma evolução positiva
empregues.
no semestre seguinte.
NACIONAL
07
Entrevista
“O modo extremamente profissional e
dedicado com que os diretores clínicos
se empenham em fazer bem feito é, para
mim, uma grande razão de orgulho.”
Voltemos então aos restantes items de qualidade…
Além dos items de gestão de recursos, destacam-se também
os parâmetros clínicos: entre eles, a morbilidade, o tempo de
diálise, a dose adequada às necessidades, e alguns valores
laboratoriais, como o da hemoglobina. O terceiro grande
grupo de parâmetros de qualidade incide na satisfação dos
doentes e é baseado no inquérito de satisfação aos doentes,
uma ferramenta validada e aplicada na Fresenius a nível
internacional.
Mediante estes items qualitativos que permitem a
evolução futura, que balanço faz do passado?
Superou substancialmente as minhas expectativas, esta
união de esforços e preocupação comum para com
os indicadores de qualidade, por parte das 34 clínicas
espalhadas pelo país, cada uma composta por médicos com
leituras e opiniões distintas. E isto tem sido feito com uma
grande e importante melhoria na qualidade do tratamento
dos doentes.
Temos conseguido melhores resultados com menor
consumo de recursos. Mas a procura de eficiência tem
limites. E nós, já eliminámos grande parte das ineficiências,
precisamente numa altura em que os reembolsos à nossa
atividade estão justamente ameaçados. Portanto, não vai
ser fácil sob esta atmosfera económica manter o mesmo
espírito e as mesmas preocupações, defendendo sem
condescendência a qualidade. Mas também não será
impossível. Tem que haver imaginação e criatividade...
Ficha Técnica
Propriedade: Fresenius Medical Care Portugal
Edição: direção de comunicação / Nicole Matias
Distribuição: gratuita
Tiragem: 1000 exemplares
Design: Federico Barros