I Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica DENILCE APARECIDA GOMES XISTO RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE RELATIONSHIP BETWEEN POSTURAL CHANGES AND OBESITY IN BRAZILIAN CHILDRENS FROM 6 TO 10 YEARS OF AGE São José dos Campos, SP 2013 II Denilce Aparecida Gomes Xisto RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE Orientadora: Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. São José dos Campos, SP 2013 III IV V DEDICATÓRIA Ao meu esposo Adilson de Souza e meu filho Matheus Xisto Souza pelo apoio, paciência e compreensão durante todo o tempo em que estive ausente para realização do presente estudo. A minha saudosa mãe amada Ana Gomes Xisto (in memoria), ao meu pai querido Antonio Xisto e minhas irmãs Daise e Denise, que sempre me incentivaram a lutar pelos meus sonhos e enfrentar as dificuldades. VI AGRADECIMENTOS A Profª Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti, pela paciência, compreensão e incentivo durante o processo de elaboração do presente estudo, pois diante das dificuldades ela me motivou a continuar mostrando que sou capaz. Ao Profº Dr. Ricardo Navarro, pelas valiosas sugestões na qualificação do presente estudo que só enriqueceram o conteúdo. As minhas queridas amigas, Profª Me. Gilmara Luchecci e Profª Dra. Tânia Regina França por me incentivarem nos momentos mais difíceis que passei durante as fases da pesquisa que quase me levaram a desistir. A diretora da escola Samara Abdul Fattah, que desde o primeiro contato foi atenciosa facilitando todo o processo de coleta de dados. A coordenadora Sheila de Sousa Borges que ajudou muito no intercâmbio entre os pais e professores em relação à entrega das fichas e dos Consentimentos para a realização da pesquisa. A Profª de Educação Física Ana Maria Revoredo por ceder suas aulas, colaborar com a organização dos alunos e também auxiliar na coleta de dados. Aos alunos da Faculdade de Educação Física da Unicastelo, Sandra dos Santos Cruz e Wander Willian que me auxiliaram na coleta de dados e organização dos alunos. Ao colaborador Prof. Me. Diogo Pantaleão, pela contribuição através dos seus conhecimentos nas análises estatísticas desta pesquisa. A Universidade Camilo Castelo Branco, por ceder seu espaço e permitir a realização desta pesquisa. VII "O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram". Jean Piaget (1896-1980) VIII RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE RESUMO Reconhecida como um problema mundial de saúde, a obesidade vem aumentando a cada ano. Muitos estudos são realizados sobre as complicações metabólicas na criança obesa, porém pesquisas relacionadas aos problemas ortopédicos são mais escassas. Indivíduos obesos podem apresentar desvantagens mecânicas devido ao excesso de massa corporal, ocorrendo alterações principalmente na coluna vertebral, joelhos e pés. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças de 6 a 10 anos. Participaram do estudo 88 (oitenta e oito) crianças na faixa etária dos 6 aos 10 anos (mediante assinatura do TCLE), sendo 45 meninas e 43 meninos de uma escola da rede privada de ensino (parecer de aprovação do projeto nº 107.148). As crianças foram separadas em três grupos: eutróficos (n=27), com sobrepeso (n=21) e obesos (n=40), classificadas através dos resultados da bioimpedância (BIA). A postura foi avaliada de forma qualitativa utilizando o “Teste do Fio de Prumo” associado ao aparelho Simetrógrafo e o “Teste de Adam”. Foi utilizada a estatística descritiva, análise de variância (ANOVA) e quando apropriado o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças (p≤0,05). Os resultados mostraram que a somatória das alterações posturais não apresentou diferença significativa entre os grupos, em contrapartida, ao analisar e comparar os grupos de classificação da obesidade e o sexo foi observado que as meninas obesas apresentaram diferença significativa em relação aos outros grupos nas alterações: curvatura lombar aumentada, anteversão da pelve e joelho valgo. É possível concluir que as meninas obesas apresentam padrão postural dos obesos conforme a literatura prévia. Palavras-Chave: Alterações Posturais, Obesidade, Crianças brasileiras de 6 a 10 anos. IX RELATIONSHIP BETWEEN POSTURAL CHANGES AND OBESITY IN BRAZILIAN CHILDREN FROM 6 TO 10 YEARS OF AGE ABSTRACT Recognized as a world health problem, obesity is increasing every year. Many studies are conducted on metabolic complications in obese children, but researches related to orthopedic problems are scarce. Obese individuals may have mechanical disadvantages due to an excess of body mass, occurring changes mainly in the spine, knees and feet. This study aims to determine the relationship between obesity and postural changes in children 6-10 years old. Eighty-eight children aged from 6 to 10 years participated of the study, being 45 girls and 43 boys, all belonging to a private school. The children were divided into three groups: normal weight (n = 27), overweight (n = 21) and obese (n = 40), classified by the results of a bioimpedance (BIA) assay. Posture was assessed qualitatively using the "Plumb Line Test" associated to a symmetrographic device and the "Test Adam Test" It was used a descriptive statistics, analysis of variance (ANOVA) and, when appropriate the posthoc Tukey test to identify possible differences (p ≤ .05). Results showed that the sum of postural changes was not significantly different between the groups, however, when the groups classified as obesity and sex were analyzed and compared it was observed that obese girls showed significant differences in relation to other groups in regarding the alterations: increased lumbar bend, pelvic anteversion and knee valgus. It can be concluded that obese girls present a postural pattern of obesity, as it was previously reported by the literature. Keywords: Postural Changes, Obesity, Brazilian Children 6 to 10 years of age. X LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral................................................ 19 Figura 2. Musculatura posterior e anterior do tronco................................................. 20 Figuras 3. Hiperlordose lombar.................................................................................. 20 Figura 4. Hiperextensão dos joelhos......................................................................... 21 Figura 5. Pelve em anteversão.................................................................................. 21 Figura 6. Pressão intradiscal em diferentes posições................................................ 22 Figura 7. Aparelho Simetrógrafo................................................................................ 24 Figura 8. Pontos de referência da avaliação postural vista sagital............................ 25 Figura 9. Pontos de referência da avaliação postural vista frontal............................ 26 Figura 10. Teste de Adam plano frontal posterior...................................................... 27 Figura 11. Acentuação da curvatura lombar.............................................................. 29 Figura 12. Anteversão da pelve................................................................................. 29 Figura 13. Joelhos valgos.......................................................................................... 30 Figura 14. Pé pronado............................................................................................... 30 Figura 15. Pé plano.................................................................................................... 30 Figura 16. Aparelho de Bioimpedância InBodyR20® .................................................................... 37 Figura 17. Posição da criança no aparelho de BIA.................................................... 38 Figura 18. Linha vertical centralizada do aparelho Simetrógrafo............................... 40 Figura 19. Teste de Adam plano sagital.................................................................... 41 Figura 20. Dados da BIA para o sexo feminino......................................................... 44 Figura 21. Dados da BIA para o sexo masculino....................................................... 44 Figura 22. Dados do IMC para o sexo feminino......................................................... 45 Figura 23. Dados do IMC para o sexo masculino...................................................... 45 Figura 24. Alterações posturais de maior ocorrência em cada região corporal para o sexo feminino e masculino...................................................................................... 47 Figura 25. Dados dos grupos em relação ao aumento da curvatura lombar............. 48 Figura 26. Dados dos grupos em relação à anteversão da pelve............................. 48 Figura 27. Dados dos grupos em relação ao joelho valgo......................................... 49 XI LISTA DE TABELAS Tabela 1. Classificação do índice de adiposidade de acordo com a gordura corporal relativa (%)................................................................................................................. 37 Tabela 2. Descrição dos dados gerais para o sexo feminino e masculino............... 43 Tabela 3. Dados da BIA e do IMC do sexo feminino e masculino............................. 44 Tabela 4. Descrição da frequência das alterações posturais no sexo feminino...... 46 Tabela 5. Descrição da frequência das alterações posturais no sexo masculino... 46 Tabela 6. Valores do desvio padrão de cada grupo.................................................. 49 Tabela 7. Descrição da análise da ANOVA nas alterações posturais com diferença significativa................................................................................................................ 50 Tabela 8. Frequência e porcentagem das crianças que apresentam as três alterações relacionadas à obesidade......................................................................... 50 XII LISTA DE SIGLAS %GC = Percentual de gordura corporal ANVISA = Agencia Nacional de Vigilância Sanitária ANOVA = Análise de variância BIA = Bioimpedância CEP = Comitê de Ética e Pesquisa IMC= Índice de Massa Corporal OMS= Organização Mundial de Saúde SPSS = Statistical Package for the Social Sciences TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido WHO= World Health Organization XIII LISTA DE SÍMBOLOS g/cm3 = grama por centímetro cúbico Kg/m2 = quilograma por metro quadrado KHz = quilohertz µA = micro ampéres p = nível de significância Z = Impedância XIV SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16 1.1. Objetivo Geral................................................................................................. 18 1.2. Objetivos Específico....................................................................................... 18 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................. 19 2.1. Postura Infantil................................................................................................ 19 2.2. Métodos de Avaliação Postural..................................................................... 23 2.2.1. Método do Simetrógrafo.............................................................................. 23 2.2.2. Teste do Fio de Prumo................................................................................ 24 2.2.3. Teste de Adam............................................................................................. 26 2.3. Obesidade....................................................................................................... 27 2.3.1. Métodos de avaliação da composição corporal........................................... 31 2.3.2. Bioimpedância Elétrica – BIA.......................................................................31 2.3.3. Índice de Massa Corporal – IM.................................................................... 33 3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 34 3.1. Amostra........................................................................................................... 34 3.2. Critérios de inclusão....................................................................................... 34 3.3. Critérios de exclusão...................................................................................... 34 3.4. Procedimentos Éticos..................................................................................... 35 3.5. Protocolo de pesquisa.................................................................................... 35 3.6. Instrumentos de Coleta de Dados.................................................................. 36 3.6.1. Análise da Composição Corporal................................................................ 36 3.7. Análise dos dados........................................................................................... 41 4. RESULTADOS....................................................................................................... 43 5. DISCUSSÃO.......................................................................................................... 51 6. CONCLUSÕES...................................................................................................... 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 56 APÊNDICE A. Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE........ 62 APÊNDICE B. Modelo da ficha de anamnese.......................................................... 64 APÊNDICE C. Modelo da ficha individual de dados................................................. 66 APÊNDICE D. Planilha de resultados da avaliação postural por sexo..................... 68 XV APÊNDICE E. Planilha de resultados da avaliação postural por classificação da obesidade e sexo....................................................................................................... 70 APÊNDICE F. Planilha de resultado das alterações posturais com maior frequência em cada região avaliada em relação à classificação da BIA e sexo......................... 72 ANEXO A. Declaração de ciência educacional.......................................................... 73 ANEXO B. Termo de aprovação do projeto de pesquisa........................................... 74 ANEXO C. Informativo aos pais................................................................................. 76 ANEXO D. Autorização do coordenador do curso de Educação Física.................... 79 ANEXO E. Especificações do aparelho de BIA Inbody R20®.................................... 80 16 1. INTRODUÇÃO A boa postura corporal pode ser conceituada como uma atitude onde os segmentos do corpo permanecem numa posição de menor esforço e máxima sustentação. Porém, o ser humano é dinâmico e a postura não se limita somente à posição estática, sendo necessário analisar várias atitudes assumidas no cotidiano do indivíduo. Diante de tanta diversidade, estudiosos criaram parâmetros referenciais para facilitar a avaliação postural das pessoas e assim elaborar estratégias preventivas e de tratamento a fim de amenizar sobrecargas e desequilíbrios que alteram a mecânica postural (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995). A coluna vertebral no plano sagital apresenta curvaturas denominadas fisiológicas formadas durante a infância no processo de crescimento e desenvolvimento que, em conjunto com os músculos, absorvem os impactos e sobrecargas exercidas sobre o organismo. Caso isto não aconteça o corpo tende a compensar as disfunções para manter o equilíbrio através de manobras, aumentando a tensão dos músculos ocorrendo um maior gasto energético na realização das atividades diárias e predispondo os indivíduos à fadiga precoce (REGO e SCARTONI, 2008; TRIBASTONE, 2001). Achour Júnior (1995), Magee (2005) e Penha et al. (2005) citam que algumas alterações na postura são próprias do desenvolvimento da criança, como a hiperlordose lombar e uma hiperextensão dos joelhos devido ao posicionamento da pélvis em anteversão e projeção do abdome para frente, para que o peso do corpo seja melhor distribuído. Na maioria dos casos estes ângulos se tornam cada vez menores com o crescimento da criança, porém, qualquer desvio lateral ou assimetria deve ser considerado um sinal importante para o diagnóstico da escoliose. Rego e Scartoni (2008) citam que crianças em idade escolar são propensas a alterações na postura devido à permanência na posição sentada por várias horas e também por carregarem mochilas pesadas e de forma errada. As autoras salientam que fatores diversos podem alterar a postura corporal como: o meio ambiente, as condições anatomofisiológicas, os aspectos psico-afetivos, as experiências motoras, o nível de atividade física e a obesidade, que é o foco deste estudo. 17 Reconhecida como um problema mundial de saúde, a obesidade vem aumentando a cada ano. Para Cicca, João e Sacco (2007) ela pode ser definida como uma doença crônica que se caracteriza por acúmulo excessivo de gordura, determinando um comprometimento de saúde e o sobrepeso representa uma fase de pré-obesidade. Nas crianças e adolescentes, de acordo com Rudolf (2004), este fato se deve principalmente pela mudança no estilo de vida associando a dois fatores: o sedentarismo e hábitos alimentares inadequados. Segundo Brandalize e Leite (2010), muitos estudos são realizados sobre as complicações metabólicas na criança obesa, porém pesquisas relacionadas aos problemas ortopédicos são mais escassas. A carência de estudos sobre este assunto justifica a presente pesquisa. Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001), citam que a obesidade está associada ao desenvolvimento de problemas ortopédicos, pois indivíduos obesos apresentam desvantagens mecânicas pelo excesso de massa corporal, acentuando a curvatura lombar, que provoca a anteversão da pelve, além de joelhos valgos, pés pronados e pés planos. De acordo com Xisto (2001), o professor de Educação Física tem um papel primordial na prevenção de alterações posturais, pois durante as aulas ele tem condições de observar e analisar os movimentos dos alunos, orientando sobre os pontos básicos de uma boa postura estática e dinâmica. Ele pode também alertar os pais sobre a importância da atividade física na prevenção de doenças hipocinéticas, causadas por falta de movimento corporal, que comprometem a qualidade de vida, não somente dos filhos, mas de toda família. A avaliação postural no ambiente escolar permite detectar precocemente alterações na postura dos alunos para que, através de ações preventivas, os problemas sejam minimizados na infância e adolescência evitando que se tornem graves na fase adulta (XISTO, 2001). Rego e Scartoni (2008) evidenciam a importância da prática de exercícios físicos orientados que, além de evitar o comprometimento do sistema musculoesquelético, permitem um controle do peso corporal na infância e adolescência. O envolvimento da escola e da família parece ser o melhor caminho para na prevenção e tratamento da obesidade infantil e de suas consequências. 18 1.1. Objetivo Geral Verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças de 6 a 10 anos de idade. 1.2. Objetivos Específicos - Comparar o perfil de alterações posturais em crianças eutróficas, com sobrepeso e obesas de 6 a 10 anos de idade. - Avaliar a composição corporal de crianças de 6 a 10 anos de idade. - Analisar e comparar meninas com meninos em relação à prevalência de alterações posturais nas diferentes regiões do corpo. 19 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Postura Infantil A postura é uma resposta neuromecânica que se relaciona com a manutenção do equilíbrio, que ocorre quando a somatória das forças que agem sobre o sistema é igual a zero numa posição de menor esforço e máxima sustentação. Um indivíduo se mantém mais equilibrado quando a linha de gravidade passa pelo centro de algumas articulações, porém os padrões de postura variam com a idade, sexo, estágio de desenvolvimento e biotipo (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995). A coluna vertebral no plano sagital apresenta curvaturas denominadas fisiológicas (Figura 1) formadas durante a infância no processo de crescimento e desenvolvimento que, em conjunto com os músculos (Figura 2), absorvem os impactos e sobrecargas exercidas sobre o organismo. Caso isto não aconteça o corpo tende a compensar as disfunções para manter o equilíbrio através de manobras, aumentando a tensão dos músculos ocorrendo um maior gasto energético na realização das atividades diárias e predispondo os indivíduos à fadiga precoce (REGO; SCARTONI, 2008; TRIBASTONE, 2001). Figura 1: Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral. Fonte: http://www.auladeanatomia.com/osteologia/coluna.htm 20 Figura 2: Musculatura posterior e anterior do tronco. Fonte: http://www.doresnascostas.com.br/coluna_vertebral.asp?Id=8&Id_Sup=4 Até os 10 anos de idade as modificações são constantes devido ao crescimento ósseo e as alterações estruturais, pois as crianças estão o tempo todo testando novas maneiras de reagir à gravidade, sendo como adaptações às novas exigências de equilíbrio (TRIBASTONI, 2001). Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001), citam que é comum crianças de 7 anos apresentarem uma hiperlordose lombar (Figura 3) e uma hiperextensão dos joelhos (Figura 4) devido ao posicionamento da pelve em anteversão (Figura 5) e projeção do abdome para frente, para que o peso do corpo seja melhor distribuído. Na maioria dos casos estes ângulos se tornam cada vez menores com o crescimento da criança, porém, qualquer desvio lateral ou assimetria deve ser considerado um sinal importante para o diagnóstico da escoliose. Figuras 3: Hiperlordose lombar. Fonte: http://www.luzimarteixeira.com.br/2011/07/hiperlordose-lombar 21 Figura 4: Hiperextensão dos joelhos. Fonte: http://dc166.4shared.com/doc/N8Aj2wGP/preview.html. Figura 5: Pelve em anteversão. Fonte: http://www.aliancadoyoga.com.br/artext/15/anteversao-e-retroversao-da-pelvis.html A criança está mais exposta aos problemas provocados por uma carga inadequada de atividade. Segundo Matos (2010), o maior risco é a sobrecarga ortopédica, pois a capacidade de ossos, tendões e ligamentos suportarem um esforço é menor. Desta forma, a criança obesa está mais propensa a ter alterações na postura. Para manter o alinhamento é necessário que o sistema musculoesquelético esteja em equilíbrio protegendo as estruturas de suporte contra lesões e deformidades nas diferentes posições adotadas durante as atividades do cotidiano. Associados ao crescimento e desenvolvimento, Kock e Ries (2004) e Rego e Scartoni (2008) citam outros fatores que influenciam diretamente na atitude postural 22 das crianças como: carregar mochilas pesadas, calçados inadequados, permanência durante muito tempo em carteiras desproporcionais e a obesidade. Muitas vezes os próprios pais não se dão conta da sobrecarga imposta aos filhos na forma de pesadas mochilas abarrotadas de livros e cadernos. De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003), o peso ideal da mochila não pode ultrapassar 5% do peso da criança do ensino infantil e 10% do aluno do ensino fundamental, sendo que a mesma deve ser carregada sempre nas costas e apoiada nas duas alças, mantendo a coluna ereta. Ainhagne e Santhiago (2009) salientam que muitas alterações posturais resultam de equipamentos mal desenhados que não levam em consideração as características físicas dos brasileiros. Por isso, a ergonomia desempenha um papel importantíssimo em relação às modificações dos equipamentos escolares, melhorando assim as condições de uso. Segundo Matos (2010), a pressão nos discos intervertebrais varia de acordo com a carga externa e o posicionamento do corpo. Quando a pessoa está sentada a pressão nos discos é maior que em pé, pois os músculos das costas trabalham mais estaticamente para manter o tronco ereto, com isso o consumo de energia é maior e a compressão contínua torna a circulação deficiente. O fato de carregar algo pesado e de forma assimétrica também provoca um aumento da pressão no disco intervertebral (Figura 6). Figura 6: Pressão intradiscal em diferentes posições. Fonte: http://www.aafp.org/afp/1999/0201/p575.html 23 As consequências podem surgir na fase adulta, sendo as doenças da coluna consideradas um sério problema de saúde pública devido a grande incidência na população fazendo com que se tornem incapazes para as atividades profissionais. Porém, através de um trabalho profilático informando crianças, pais e professores, sobre as consequências da má postura é possível reverter este quadro. 2.2. Métodos de Avaliação Postural É possível avaliar a postura através da utilização de vários aparelhos e/ou instrumentos que podem ser utilizados individualmente ou mesmo combinados. Porém alguns são bem dispendiosos e de difícil aplicação por serem específicos da área médica e outros mais acessíveis e práticos permitindo a utilização por profissionais de outras áreas envolvidas com as crianças e adolescentes. Alguns métodos são aplicados sem a utilização de materiais ou mesmo instrumento, sem perder a sua fidedignidade. 2.2.1. Método do Simetrógrafo Tribastone (2001) descreve o aparelho como sendo uma placa de acrílico transparente quadriculada 5 cm por 5 cm, com 170 cm de altura e 80 cm de largura, com uma moldura de alumínio (Figura 7). A transparência e o quadriculado da placa permitem a análise do alinhamento ou não das estruturas corporais de forma objetiva. O avaliado é posicionado atrás do aparelho sendo feita uma análise no plano sagital (direito e esquerdo), frontal (anterior e posterior) e com inclinação à frente (Teste de Adam). Utilizando a linha vertical centralizada do aparelho é possível adaptar o “Teste do Fio de Prumo” e as linhas horizontais permitem uma análise da simetria corporal do avaliado. Pouco dispendioso e de fácil manuseio, foi utilizado por vários estudiosos como Rodrigues, Montebelo e Teodori (2008), Santos et al. (2009), entre outros. 24 Figura 7: Aparelho Simetrógrafo. Fonte: http://catalogohospitalar.com.br/simetrografo.html 2.2.2. Teste do Fio de Prumo Daniels e Worthingham (1983) citam que o primeiro passo para avaliar a postura em pé é visualizar o equilíbrio geral do corpo, tentando deixar a pessoa à vontade e evitar rigidez e posições não habituais. Um barbante com um peso em uma das extremidades é suspenso numa altura de aproximadamente 2 m e numa distância de 3 m de uma parede lisa. O barbante é utilizado como referência do alinhamento corporal (MAGEE, 2005). A pessoa deve ser posicionada em pé e atrás do fio de prumo e deve ser orientada para apoiar o corpo igualmente sobre os membros inferiores, procurando um bom equilíbrio, sendo analisados os segmentos corporais na vista sagital e frontal através de pontos de referência citados por Kendall, McCreary e Provance (1995) e Matos (2010). A Figura 8 representa os pontos referenciais na vista sagital que são: − Pé: anterior ao maléolo da fíbula − Joelho: posterior à patela − Quadril: trocanter maior do fêmur − Ombro: centro da articulação − Cabeça: lobo da orelha 25 Figura 8: Pontos de referência da avaliação postural vista sagital. Fonte: http://fisiochiodi.blogspot.com.br/2010/11/guia-de-avaliacap-postural.html Na Figura 9 estão representados os seguintes pontos de referência na vista frontal: − Pés: no ponto equidistante entre os maléolos tibiais − Joelhos: espaço entre os côndilos mediais dos fêmures − Quadril: prega interglútea − Coluna: processo espinhoso da sétima vértebra cervical − Cabeça: protuberância occipital Uma folha quadriculada pode ser colocada na parede facilitando a visualização do alinhamento dos segmentos corporais. O método permite analisar assimetrias laterais, acentuação de curvaturas fisiológicas, sendo considerado prático e simples de ser utilizado. 26 Figura 9: Pontos de referência da avaliação postural vista frontal. Fonte: http://fisiochiodi.blogspot.com.br/2010/11/guia-de-avaliacap-postural.html 2.2.3. Teste de Adam Segundo Magee (2005) e Matos (2010) o objetivo do teste é identificar uma deformidade rotacional visível na caixa torácica, evidenciando uma escoliose estrutural. Ele é realizado com o avaliado em pé, de costas para o examinador e com os pés unidos; em seguida ele é orientado a elevar os membros superiores ao prolongamento do corpo, realizar uma flexão da articulação do quadril e da coluna, deixando a cabeça e os braços pendentes, com as palmas das mãos unidas, joelhos estendidos e unidos. O examinador sentado em uma cadeira numa distância aproximada de 2 m de frente para a criança observa a presença ou não de assimetria ou proeminência no gradeado costal ou nas escápulas, conforme figura 10 (MAGEE, 2005; MATOS, 2010). De acordo com Magee (2005) e Matos (2010) se uma alteração estrutural está presente o avaliador observará a presença de uma “giba” posterior nas costelas revelando uma suspeita de escoliose que não é visível quando a criança está ereta. O teste é muito eficiente por ser de fácil aplicação, de 27 não utilizar nenhum instrumento ou material para sua realização e pode ser utilizado por qualquer profissional das áreas envolvidas com a criança ou adolescente. Figura 10: Teste de Adam plano frontal posterior. Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/enciclopedia/escoliose 2.3. Obesidade Segundo Souza et al. (2007) a obesidade é reconhecida como uma doença, sendo considerada uma epidemia mundial. Radominski (2011) afirma que ela passou a fazer parte das doenças infantis desde a década de 1980 sendo atualmente uma das mais comuns enfrentadas por endocrinologistas e pediatras. Fisberg (2006) conceitua obesidade como um acúmulo de tecido gorduroso em regiões do corpo ou nele todo, causado por doenças genéticas, endócrinas, metabólicas ou fatores nutricionais e de características modificadas pelo meio ambiente. De acordo com Guedes e Guedes (1998) os períodos críticos de surgimento da obesidade progressiva são os 12 primeiros meses de vida, a fase pré-escolar e a puberdade. Assim, os pais devem ficar atentos nestes períodos em relação à alimentação e prática de atividades físicas. A Pesquisa sobre Orçamentos Familiares 2008-2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), que analisou dados de 188 mil brasileiros, mostrou que a obesidade e o sobrepeso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias, sendo que entre 5 e 9 anos 34,8% dos meninos e 32% das meninas estavam com sobrepeso e 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas estavam obesas. 28 A obesidade na infância e adolescência pode ser mantida na vida adulta e se for associada a doenças como a hipertensão evidenciam uma situação de risco e consequentemente o aumento da mortalidade; desta forma ações precoces preventivas se tornam importantes (FISBERG, 2006). Souza et al. (2007) apontam os fatores que podem influenciar na obesidade: - Predisposição genética e história familiar - Hábitos alimentares - Estilo de vida Vários fatores estão interligados em relação à obesidade infantil, provavelmente um deles isolado não vai acarretar o excesso de peso, sendo que a prevenção começa com a orientação dos pais e crianças em relação aos hábitos alimentares corretos e a redução do sedentarismo, bem como uma gestação saudável e incentivo ao aleitamento materno (RADOMINSKI, 2011). Fisberg (2006) e Radominski (2011) citam que os principais riscos para a saúde da criança obesa são: a elevação dos triglicerídeos e do colesterol, alterações pressóricas, dermatológicas e respiratórias, consequências psicossociais e também alterações ortopédicas. A obesidade influencia no alinhamento corporal, sendo de extrema importância identificar padrões posturais para uma intervenção precoce de tratamento, prevenindo alterações musculoesqueléticas mais significativas que o excesso de peso possa causar ou até agravar no decorrer da vida adulta (KUSSUKI; JOÃO; CUNHA, 2007). Os autores Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001), citam que indivíduos obesos apresentam desvantagens mecânicas pelo excesso de massa corporal e procuram compensar através de mudanças na postura, acentuando a curvatura lombar (Figura 11), que provoca a anteversão da pelve (Figura 12), além de joelhos valgos (Figura 13), pés pronados (Figura 14) e pés planos (Figura 15). O tratamento da obesidade, de acordo com Fisberg (2006), deve incluir três itens importantes: - Uma dieta balanceada - Exercícios físicos controlados - Apoio emocional individual e familiar 29 Figura 11: Acentuação da curvatura lombar. Fonte: http://kilorias.band.uol.com.br/tag/controle/ Figura 12: Anteversão da pelve. Fonte: http://bretcontreras.com/why-do-i-anterior-pelvic-tilt/ 30 Figura 13: Joelhos valgos. Fonte: http://www.bhaz.com.br/voce-sente-dores-nos-joelhos-muito-cuidado-e-pouco-nessa-hora/ Figura 14: Pé pronado. Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2013/02/recomendacoes-atuais-para-tratar-ope.html Figura 15: Pé plano. Fonte: http://medidaseavaliacaopostural.blogspot.com.br/ 31 2.3.1. Métodos de avaliação da composição corporal Segundo Souza et al. (2007) a avaliação da composição corporal permite definir a porcentagem de tecido adiposo delimitando assim o diagnóstico da obesidade. Vários métodos e equipamentos podem ser utilizados como o ultrassom, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, o infravermelho, a densitometria e a bioimpedância elétrica (BIA). Métodos antropométricos como o índice de massa corporal (IMC) são muito utilizados. 2.3.2. Bioimpedância Elétrica - BIA A BIA tem considerável potencial quando usada na estimativa da gordura corporal (LOBO et al., 1996). O aparelho usado nesse método mede a resistência que o corpo oferece à passagem da corrente elétrica alternada de 500 a 800 µA e 50 KHz. Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica por conter grande quantidade de água e eletrólitos e os tecidos gorduroso e ósseo são pobres condutores elétricos, apresentando maior resistência (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000; SANT’ANNA et al., 2009; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009). A eficácia do método da BIA é similar à predição do método de dobras cutâneas, podendo ser preferida por alguns por não exigir alto grau de habilidade técnica (HEYWARD; WAGNER, 2004). Além disso, é um método portátil, rápido, seguro, confortável, não invasivo, totalmente aplicável em estudos de campo e estima a composição corporal das pessoas (BAUMGARTNER et al., 1988; GRAY et al., 1989). A impedância (Z) ou resistência ao fluxo da corrente é medida diretamente pelo analisador de impedância bioelétrica. A medida pode ser feita porque Z varia conforme o tipo de tecido, por exemplo, a massa livre de gordura é um bom condutor da corrente elétrica em virtude de sua alta concentração de água e eletrólitos e a massa gorda é um mal condutor porque tem pouca água. Assim, um indivíduo com grande quantidade de massa livre de gordura terá menor resistência a corrente elétrica, ou seja, menor valor de Z, então é possível afirmar que Z é diretamente proporcional ao percentual de gordura corporal (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008). Através de um sistema tetrapolar o aparelho identifica os níveis de resistência do organismo à corrente elétrica, avaliando a quantidade total de água no corpo e 32 predizendo, desta forma, a massa livre de gordura e a quantidade de gordura corporal do indivíduo (COSTA, 2001). Rodrigues et al. (2001), citam que a bioimpedância descreve a capacidade do organismo em resistir à passagem da corrente elétrica. O aparelho mede a passagem dos sinais elétricos quando esses passam pelos tecidos magros, gordura e água. Fundamenta-se na teoria de que o fluxo elétrico é facilitado pelo tecido hidratado e ausente de gordura por apresentar uma menor resistência elétrica comparada ao tecido adiposo. Sendo assim, a massa magra (músculo) conduz a eletricidade facilmente enquanto a massa gorda oferece uma maior resistência, por apresentar um baixo nível de hidratação. Para Charro et al. (2010) os aparelhos tetrapolares são considerados os melhores porque conseguem avaliar a passagem da corrente elétrica no corpo inteiro. Aparelhos bipolares são mais suscetíveis a erros, pois avaliam a passagem da corrente elétrica em apenas um dos segmentos do corpo. Davies et al. (1988) demonstraram que a BIA é uma técnica válida e fidedigna para a estimativa da água corporal total em crianças com problemas cardíacos demonstrando que a utilização desta técnica não se resume à avaliação da gordura corporal relativa apresentando também aplicações clínicas importantes no que diz respeito à monitoração da quantidade de água corporal. A validade e a precisão do método de BIA são influenciados por vários fatores, como tipo de instrumento, nível de hidratação, colocação de eletrodos, alimentação, prática de exercícios anteriores ao teste, ciclo menstrual, temperatura ambiente e equação de predição utilizada (TIRAPEGUI, 2001; VAN LOAN et al., 1987). Lukaski et al. (1986) salientam que o avaliado deve obedecer a uma série de procedimentos prévios ao teste, sem os quais poderá comprometer os resultados, entre eles: a) manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste; b) não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste; c) urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; d) não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; e) não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste. 33 2.3.3. Índice de Massa Corporal - IMC De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995), o IMC é comumente usado para classificar indivíduos como obesos, com sobrepeso e com baixo peso, para identificar riscos para obesidade, doenças relacionadas e monitorar mudanças na gordura corporal em populações clínicas. Para o cálculo do IMC, os autores Guedes e Guedes (2006) citam que deve ser adotado o valor médio de duas medidas (peso corporal e estatura), definido como a relação entre o peso em quilogramas e a estatura em metros elevada ao quadrado (kg/m²). A World Health Organization – WHO (1998) classifica um indivíduo obeso com um IMC igual ou maior que 30 kg/m2, sobrepeso entre 25 e 29,9 kg/m2; e baixo peso menor que 18,5 kg/m2. A grande vantagem do IMC é a aplicabilidade em estudos populacionais, porém a desvantagem está no fato de não levar em conta a proporção da composição do organismo para os diferentes componentes que existem (ANJOS, 1992; CHARRO et al., 2010). O IMC é a medida mais utilizada em estudos epidemiológicos para classificação do estado nutricional, embora não indique a composição corporal (massa gorda e massa livre de gordura), a facilidade de sua mensuração parece ser motivo suficiente para sua utilização como indicador do estado nutricional em estudos epidemiológicos em associação (ou não) a outras medidas antropométricas. (ANJOS, 1992; QUADROS et al., 2010; VASCONCELLOS; PORTELA, 2001). 34 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Amostra O presente estudo contou com a participação de 88 crianças na faixa etária de 6 a 10 anos, sendo 45 do sexo feminino e 43 do masculino que estudam no Liceu Camilo Castelo Branco, escola da rede privada de ensino, localizada em Itaquera, zona leste de São Paulo. Os participantes foram divididos em três grupos: eutróficos, com sobrepeso e obesos, classificados a partir dos resultados do cálculo da BIA e distribuídos da seguinte forma: - Eutróficos: 20 meninas e 7 meninos = 27 - Com sobrepeso: 8 meninas e 13 meninos = 21 - Obesos: 17 meninas e 23 meninos = 40 3.2. Critérios de inclusão Participaram da pesquisa somente as crianças que: - O pai/mãe ou responsável devolveu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -TCLE (Apêndice A) assinado. - Não apresentavam necessidades especiais, por exemplo: cadeirantes, com distrofia muscular, com dificuldades de manter a posição ortostática, com doenças neurológicas, neuromusculares, traumáticas ou reumáticas devido a dificuldade de manutenção e mudança de posição durante a coleta de dados e pela incompreensão das orientações do avaliador. - Os pais ou responsável devolveram a ficha de anamnese preenchida. - Estavam presentes na escola nos dois dias da coleta de dados. - A idade era de 6 a 10 anos até a data da coleta de dados. 3.3. Critérios de exclusão Foram excluídas do estudo crianças que: 35 - O pai/mãe ou responsável não assinou o TCLE autorizando a participação na pesquisa. - Apresentavam necessidades especiais, como citado anteriormente. - A ficha de anamnese estava incompleta. - Faltaram em um dos dias da coleta de dados. - A idade era inferior a 6 anos ou superior a 10 anos até a data da coleta de dados. 3.4. Procedimentos Éticos Inicialmente foi solicitada a diretora da escola uma autorização para realizar a pesquisa com os alunos antes de enviar o projeto ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UNICASTELO, conforme Anexo A. Após aprovação do projeto pelo CEP da Unicastelo através da Plataforma Brasil (parecer nº 107.148 – Anexo B), os pais ou responsável pela criança receberam um informativo sobre a pesquisa explicando detalhadamente como as medidas e a avaliação postural seriam realizadas, enfatizando a importância do estudo para a população em questão (Anexo C). Foi enviado também o TCLE submetido ao CEP da Unicastelo através da Plataforma Brasil e a ficha de anamnese com questões sobre a saúde da criança (Apêndice B). 3.5. Protocolo de pesquisa As crianças foram avaliadas pela pesquisadora, com o auxílio de monitores voluntários treinados, nos horários das aulas de Educação Física. A coleta de dados foi realizada na sala de Ginástica da Faculdade de Educação Física da UNICASTELO, unidade São Paulo, com a devida autorização do coordenador do curso (Anexo D). A mesma foi realizada em duas etapas, no primeiro dia foi medida a estatura e a BIA, no segundo dia a postura foi avaliada. Os dados da BIA foram registrados num computador portátil conectado ao aparelho sendo transmitidos automaticamente no momento da medida, já para a avaliação postural foi utilizada uma ficha individual elaborada pela pesquisadora (Apêndice C). 36 3.6. Instrumentos de Coleta de Dados A coleta de dados foi realizada através da: − Análise da Composição Corporal − Avaliação Postural 3.6.1. Análise da Composição Corporal Para análise da composição corporal foi utilizada a Bioimpedância Elétrica (BIA) que solicita a estatura total para realizar os cálculos. Na medida da estatura foi utilizado um Estadiômetro de madeira com fita metálica fixada com precisão de 1 mm e capacidade para medir até 200 cm, sendo realizada apenas uma medida (GUEDES; GUEDES, 2006). A criança trajada com “shorts”, camiseta e descalça subiu no aparelho e foi instruída para permanecer na posição ortostática com os pés unidos, encostando no aparelho nos seguintes pontos: calcanhares, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida foi realizada com a criança em apneia inspiratória, colocando-se um cursor em ângulo de 90º em relação à escala do aparelho, tocando o ponto mais alto da cabeça. Foi observado se a criança estava elevando os calcanhares ou encolhendo o corpo, pois estas ações modificam a medida que corresponde a distância entre a região plantar e a parte superior da cabeça (CHARRO et al., 2010). O aparelho utilizado na presente pesquisa para avaliar a composição corporal foi o analisador de composição corporal modelo InBodyR20® (Figura 16), portátil de bioimpedância elétrica vertical, sistema tetrapolar com oito eletrodos táteis, capacidade para 250 Kg e precisão de 100 g da empresa Ottoboni Comércio e Importação Ltda., inscrita no CNPJ 8.00518-7, do fabricante e distribuidor: BIOSPACE Com. Ltda. - Coreia do Sul. Analisador este com registro na ANVISA, resolução nº 1.894, de 29 de junho de 2007, publicado conforme data o Diário Oficial da União de 02 de julho de 2007. Ressalta-se que o aparelho é validado segundo Thomas et al. (2001). As especificações do aparelho podem ser observadas no Anexo E. 37 ® Figura 16: Aparelho de Bioimpedância InBodyR20 . Fonte: www.ottoboni.com.br/portal Para classificação do percentual de gordura também foram utilizados os valores propostos por Lohman (1987), conforme a Tabela 1. Tabela 1: Classificação do índice de adiposidade de acordo com a gordura corporal relativa (%). Classificação Meninos Meninas Baixo < 10,0 < 15,0 Ótimo ≥ 10,0 e ≤ 20,0 ≥ 15,0 e ≤ 25,0 Moderadamente alto > 20,0 e < 25,0 > 25,0 e < 30,0 ≥ 25,0 ≥ 30,0 Alto O aparelho apresenta boa aceitação para avaliar a composição corporal em crianças devido à rapidez dos resultados, por ser um método simples, não invasivo e altamente aceito pela comunidade científica (KAMIMURA et al., 2003; SANT’ANNA et al., 2009; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009). Sant’Anna, Priore e Franceschini (2009), recomendam tomar alguns cuidados antes da avaliação da BIA: − Retirar brincos, anéis, relógios e objetos metálicos no momento da realização do teste; − Não comer ou beber quatro horas antes do teste; 38 − Não fazer exercícios 12 horas antes do teste; − Urinar 30 minutos antes do teste; − Não ter feito uso de medicamentos diuréticos nos últimos sete dias. Logo após a medida da estatura e com a criança ainda descalça foi realizada a avaliação da composição corporal no aparelho InBodyR20®. Os dados da criança (número de identificação, estatura, idade e sexo) foram digitados no computador e registrados no aparelho, em seguida foi explicado como ela deveria posicionar os pés e segurar a alça, como mostra a Figura 17, salientando que ela deveria olhar para frente e não se mexer durante a leitura dos dados, que dura somente 35 segundos. Figura 17: Posição da criança no aparelho de BIA. Fonte: www.ottoboni.com.br/portal O aparelho sinaliza o término da leitura, indicando que a criança pode descer e que os dados foram registrados no aparelho e no computador. Além dos dados da composição corporal, o InBodyR20® também calcula o IMC. 39 3.6.2. Avaliação postural Foi elaborada uma ficha individual de dados (Apêndice C) para a avaliação postural, com base nos estudos dos autores Daniels e Worthingham (1983), Kendall, McCreary e Provance (1995). Através da análise dos métodos de avaliação postural optou-se pelo “Teste do Fio de Prumo” que possibilita observação da estrutura corporal da criança em quatro situações: plano sagital direito e esquerdo, plano frontal anterior e posterior, fornecendo assim parâmetros práticos e importantes. A avaliação da postura foi realizada de forma qualitativa, sendo a mais tradicional e barata (JEFERRY, 2001), com base nos pontos referenciais citados por Kendall, McCreary e Provance (1995) e Matos (2010). Associado ao “Teste do Fio de Prumo” foi utilizado um aparelho denominado Simetrógrafo, que foi posicionado em frente a uma parede branca numa distância de 2 m e a avaliadora ficou a 3 m do Simetrógrafo. Para facilitar a visualização dos pontos referenciais no corpo da criança, as meninas estavam vestidas de “shorts” e com roupa de banho (biquíni ou maiô) e os meninos somente de “shorts”, sendo que todos estavam descalços. A análise da estrutura corporal da criança no plano sagital e plano frontal foi realizada utilizando a posição descrita por Matos (2010): - A criança permaneceu na posição em pé atrás do Simetrógrafo, com os pés paralelos e com os maléolos internos unidos o mais próximo possível, com os joelhos naturalmente posicionados de acordo com as possibilidades da criança, procurando um alinhamento dos calcanhares e dos dedos dos pés, igualmente apoiados no solo, assim como o peso do corpo distribuído nos membros inferiores. Os membros superiores ao longo do corpo, o olhar dirigido para frente, evitando a rigidez. Para facilitar o entendimento foi demonstrada para cada criança a seguinte sequência de posições da avaliação postural: primeiro o plano sagital lado direito, em seguida o plano frontal anterior, depois o plano sagital lado esquerdo e finalmente o plano frontal posterior. Os pés foram utilizados como pontos de referência de base por ser a única parte estacionária ou fixa da posição ortostática. No plano sagital o ponto referencial para a análise foi imediatamente anterior ao maléolo fibular e no plano frontal o ponto equidistante entre os maléolos tibiais (MATOS, 2010). Por isso a análise foi 40 realizada iniciando de baixo para cima nos dois planos, pois os pés e tornozelos são bases confiáveis para que a parte superior do corpo possa se relacionar com o plano do solo. A linha vertical centralizada do aparelho torna possível a análise dos pontos referenciais do “Teste do Fio de Prumo” e as linhas horizontais permitem uma análise da simetria corporal da criança (Figura 18). Figura 18: Linha vertical centralizada do aparelho Simetrógrafo. Fonte: http://www.hbfisioeesthetic.com.br/site/produtos/avaliacao-medicao/simetrogafo/ No plano sagital foi observada a curvatura do arco plantar longitudinal, a presença de joelho hiperestendido ou semiflexionado, o posicionamento do quadril e pelve, as curvaturas fisiológicas, o posicionamento dos ombros, membros superiores e da cabeça (MAGEE, 2005; MATOS, 2010). No plano frontal foi observada a presença de tornozelo valgo ou varo, de joelho varo ou valgo, a existência de assimetrias de todos os segmentos corporais de cada hemicorpo e possíveis inclinações ou rotações do quadril, do tronco e da cabeça (MAGEE, 2005; MATOS, 2010). 41 A posição final do “Teste do Fio de Prumo” (plano frontal posterior) foi aproveitada para realizar o “Teste de Adam”. A criança em pé e de costas para o avaliador eleva os membros superiores ao prolongamento do corpo unindo as palmas das mãos, em seguida flexiona a articulação do quadril, da coluna e do pescoço mantendo as mãos soltas, os membros superiores pendentes e os joelhos estendidos (Figura 19). O ângulo de flexão do quadril é de aproximadamente 90º para observar a presença ou não de gibosidade no gradil costal na região torácica sinalizando a presença de desvio lateral da coluna caracterizando uma escoliose (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995; MATOS, 2010). Figura 19: Teste de Adam plano sagital. Fonte: http://www.ortopediainfantil.com.br/patologias/coluna/escoliose.php 3.7. Análise dos dados Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva, onde foi descrita a média, desvio padrão, frequência simples e relativa. Foi utilizada a análise de variância (ANOVA) para comparar os escores obtidos nos desvios posturais em relação à classificação do percentual de gordura corporal (%GC) obtido pela BIA. 42 Quando apropriado utilizou-se o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças. O nível de significância utilizado foi de p<0,05. Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0®. 43 4. RESULTADOS Neste estudo a média de idade das meninas foi de 8,3 anos e dos meninos 8,2 anos. Em relação à estatura as meninas apresentaram média de 131,6 (±8,6) cm e os meninos 131,4 (±8,7) cm. Quanto ao peso corporal a média das meninas foi 32,4 (±9,4) kg e dos meninos 33,2 (±10,9) kg. O percentual de gordura calculado através da BIA foi de 28,8 (±9,3) kg/m2 para as meninas e 25,1 (±10,8) kg/m2 para os meninos, conforme a Tabela 2. Tabela 2: Descrição dos dados gerais para o sexo feminino e masculino. Grupo Idade (anos) Estatura (cm) Peso (kg) BIA (kg/m2) Feminino (n=45) 8,3 131,6 ± 8,6 32,4 ± 9,4 28,8 ± 9,3 Masculino (n=43) 8,2 131,4 ± 8,7 33,2 ± 10,9 25,1 ± 10,8 Na Tabela 3 estão os dados da BIA e do IMC, sendo apenas utilizada a BIA nas análises estatísticas, onde 44,4% das meninas e 16,3% dos meninos foram classificados como eutróficos, 17,8% das meninas e 30,2% dos meninos com sobrepeso e 37,8% das meninas e 53,5% dos meninos obesos. Em relação ao IMC os resultados foram 2,2% com baixo peso nas meninas, 62,2% das meninas e 53,5% dos meninos são eutróficos, 6,7% das meninas e 11,6% dos meninos com sobrepeso e 28,9% das meninas e 34,9% dos meninos são obesos. Para facilitar a visualização dos resultados foram elaboradas figuras, onde a Figura 20 apresenta a classificação da BIA para as meninas, na Figura 21 a BIA para os meninos, a Figura 22 o IMC para as meninas e na Figura 23 o IMC para os meninos. 44 Tabela 3: Dados da BIA e do IMC do sexo feminino e masculino. Classificação Método Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obeso fem mas fem mas fem Mas fem mas BIA: frequência - - 20 7 8 13 17 23 BIA: porcentagem - - 44,4% 16,3% 17,8% 30,2% 37,8% 53,5% IMC: frequência 1 - 28 23 3 5 13 15 2,2% - 62,2% 53,5% 6,7% 11,6% 28,9% 34,9% IMC: porcentagem . Figura 20: Dados da BIA para o sexo feminino. Figura 21: Dados da BIA para o sexo masculino. 45 Figura 22: Dados do IMC para o sexo feminino. Figura 23: Dados do IMC para o sexo masculino. Uma das análises realizadas em relação à postura das crianças foi a soma das alterações posturais, sendo que as meninas eutróficas apresentaram em média 7,9 (±2,8) alterações, aquelas com sobrepeso a média foi de 7,9 (±2,8) e nas obesas foi 9,7 (±2,8) (Tabela 4). 46 Tabela 4: Descrição da frequência das alterações posturais no sexo feminino. Classificação Mínima Máxima Média ± dp Eutróficas (n=20) 3 12 7,9±2,8 Sobrepeso (n=8) 4 10 7,2±1,7 Obesas (n=17) 7 15 9,7±2,8 A Tabela 5 descreve a média da soma das alterações posturais para os meninos, sendo que os meninos eutróficos apresentaram em média 7,5 (±2,1), aqueles com sobrepeso foi de 7,9 (±2,0) e nos obesos foi 7,9 (±1,9). Tabela 5: Descrição da frequência das alterações posturais no sexo masculino. Classificação Mínima Máxima Média ± dp Eutróficos (n=7) 5 11 7,5±2,1 Sobrepeso (n=13) 4 11 7,9±2,0 Obesidade (n=23) 5 13 7,9±1,9 Em relação ao número de alterações posturais, as meninas apresentaram média de 8,4 (±2,8) alterações e os meninos 7,8 (±1,9) (dados não apresentados). Cabe salientar que não houve diferença significativa (p≥0,05) entre os grupos de classificação da BIA quando as alterações posturais foram somadas, sendo que nas meninas o valor de p=0,0576 e nos meninos p=0,9054, assim independente da classificação das crianças em relação à obesidade o número de alterações posturais apresentadas não é diferente. Foram analisadas as alterações posturais de maior ocorrência em cada uma das regiões corporais avaliadas (cabeça, ombros, braços, tronco, escápulas, curvaturas da coluna, pelve, joelhos e pés), sendo mais frequente: - A protração da cabeça com valores de 53,3% para as meninas e 23,3% para os meninos; - A elevação do ombro direito 66,7% para as meninas e 65,1% para os meninos; - A abdução dos braços 4,4% para as meninas e 7% para os meninos; 47 - A rotação do tronco para o lado esquerdo 11,1% para as meninas e 11,6% para os meninos; - A elevação da escápula direita 62,2% para as meninas e 60,5% para os meninos; - A curvatura lombar acentuada 60% para as meninas e 67,4% para os meninos; - A anteversão da pelve 55,6% para as meninas e 58,1% para os meninos; - Os joelhos valgos 51,1% para as meninas e 51,2% para os meninos; - O arco plantar diminuído 95,6% para as meninas e 95,3% para os meninos. De acordo com os resultados obtidos não houve prevalência de alterações em nenhum dos dois grupos, conforme Figura 24. Até mesmo na protração da cabeça, onde percentualmente as meninas apresentaram valores bem mais elevados que os meninos, a análise da ANOVA mostrou não ser significativa, pois as meninas apresentaram p= 0,6411 e os meninos p= 0,5591 (dados não apresentados). Alterações Posturais Feminino 100,0% Masculino 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Figura 24: Alterações posturais de maior ocorrência em cada região corporal para o sexo feminino e masculino. 48 A Figura 25 representa os dados dos grupos de classificação da obesidade em relação ao aumento da curvatura lombar, sendo que as meninas obesas apresentaram porcentagem maior (82,4%) em relação aos outros grupos (eutróficas 35% e sobrepeso 75%). Figura 25: Dados dos grupos em relação ao aumento da curvatura lombar. É possível observar na Figura 26 os resultados obtidos em relação à anteversão da pelve, onde as meninas obesas (76,5%) e com sobrepeso (75%) apresentaram porcentagens maiores em relação às eutróficas (30%). Figura 26: Dados dos grupos em relação à anteversão da pelve. 49 Na Figura 27 estão representados os dados de cada grupo em relação ao joelho valgo, neste caso as meninas obesas apresentaram um percentual maior (88,2%) quando comparadas aos outros grupos (eutróficas 25% e sobrepeso 37,5%). Figura 27: Dados dos grupos em relação ao joelho valgo. Os Apêndices D, E e F apresentam todos os resultados percentuais das regiões avaliadas, por sexo (Apêndice D), por classificação da obesidade e sexo (Apêndice E) e alterações posturais mais frequentes quanto à classificação da BIA e sexo (Apêndice F). Os valores do desvio padrão de cada grupo estão apresentados na Tabela 6 e podem ser observados nas Figuras 25, 26 e 27. Tabela 6: Valores do desvio padrão de cada grupo. Alteração postural Eutrófico Sobrepeso Obeso fem mas fem mas fem Mas Aumento da curvatura lombar 0,490 0,540 0,460 0,480 0,390 0,470 Anteversão da pelve 0,470 0,535 0,463 0,519 0,437 0,499 Joelho valgo 0,444 0,488 0,518 0,519 0,332 0,511 Foram analisadas também as alterações posturais relacionadas com a obesidade entre os grupos de classificação da BIA, apresentando diferença 50 significativa nas seguintes comparações: meninas eutróficas com obesas na alteração postural aumento da curvatura lombar o valor de p= 0,0075; meninas eutróficas com obesas na anteversão da pelve o valor de p= 0,0099 e na alteração postural joelho valgo comparando meninas obesas com eutróficas o valor de p= 0,0001 e meninas com sobrepeso com obesas, sendo p= 0,0195. Os valores de p estão descritos na Tabela 7. Tabela 7: Descrição da análise da ANOVA nas alterações posturais com diferença significativa. CLASSIFICAÇÃO ALTERAÇÃO p Eutrófica vs obesa Curvatura lombar aumentada 0,0075 Eutrófica vs obesa Anteversão da pelve 0,0099 Eutrófica vs obesa Joelho valgo 0,0001 Sobrepeso vs obesa Joelho valgo 0,0195 Quando somadas as cinco alterações relacionadas à obesidade (aumento da curvatura lombar, anteversão da pelve, joelho valgo, tornozelo valgo e arco plantar diminuído) foi encontrada diferença significativa entre meninas do grupo eutrófico em relação às meninas obesas (p=0,0007). A Tabela 8 mostra a distribuição da frequência e porcentagem de crianças que apresentam as três alterações posturais relacionadas com a obesidade e que tiveram diferença significativa (aumento da curvatura lombar, anteversão da pelve e joelho valgo), sendo que das 17 meninas obesas 11 (64,7%) apresentaram combinação das três alterações posturais citadas. Tabela 8: Frequência e porcentagem das crianças que apresentam as três alterações relacionadas à obesidade. CLASSIFICAÇÃO FEMININO MASCULINO N % N % Eutrófico (n=20) 3 15,0% 3 42,9% Sobrepeso (n=8) 2 25,0% 5 38,5% Obeso (n=17) 11 64,7% 6 26,1% 51 5. DISCUSSÃO O presente estudo verificou que das 88 crianças avaliadas 27 (30,68%) foram classificadas como eutróficas, 21 (23,86%) como sobrepeso e 40 (45,45%) como obesas, sendo que o sexo masculino teve maior prevalência de crianças com sobrepeso (30,2%) e obesas (53,5%) do que o feminino (com sobrepeso 17,8% e obesas 37,8%). Arruda e Simões (2006) e Bachiega (2006) obtiveram resultados semelhantes em seus estudos, evidenciando o que cita a literatura que considera a obesidade infantil um problema de saúde pública, relacionando a doenças e disfunções do aparelho locomotor de forma estrutural e funcional (CAMPOS; SILVA; ANHESIM, 2004; CHAN; CHEN, 2009). As meninas e meninos obesos apresentaram uma quantidade maior de alterações posturais em relação aos outros grupos de classificação quando as alterações posturais foram somadas. Os resultados dos estudos de Silva et al. (2011) apontam para a relação do excesso de peso corporal com alterações da postura e afirmam que isso compromete a qualidade de vida das crianças, indo de encontro a pesquisa de Calvete (2004) que evidencia as desvantagens mecânicas e mudanças na postura devido a necessidade de adaptação ao novo esquema corporal. Wearing et al. (2006) salientam que o tecido ósseo vai se remodelando de acordo com a sobrecarga exercida sobre ele e na infância os ossos possuem mais colágeno sendo mais flexíveis e tolerantes à deformação plástica, porém são menos resistentes à compressão, o que torna o osso em crescimento mais susceptível às deformações. Estudos comparando crianças obesas com eutróficas elencam algumas alterações posturais como sendo as mais prevalentes nos obesos. As meninas obesas do presente estudo, quando comparadas as eutróficas, apresentaram diferença significativa em relação a curvatura lombar aumentada e também na anteversão da pelve, indo de encontro aos resultados dos autores Arruda e Simões (2006), Camargo e Pereira (2012), Campos, Silva e Anhesim (2004), Reeve e Dilley (2009), Reilly et al. (2003), Taylor et al. (2006), em que a hiperlordose lombar foi a alteração postural mais frequente devido ao abdome protuso que desloca 52 anteriormente o centro de gravidade associado ao desequilíbrio de força dos músculos abdominais e extensores da coluna vertebral (HOLSCHEN, 2004; KIM et al., 2006). Além disso, segundo O’Sullivan (2000) e Rodacki et al. (2005), os obesos realizam ajustes posturais para evitar o desconforto decorrente da fadiga muscular, sendo o aumento da curvatura lombar uma delas. Os joelhos também são afetados pelo excesso de peso, onde as meninas obesas do presente estudo apresentaram a alteração postural joelho valgo com diferença significativa em relação às meninas eutróficas e também com sobrepeso. Nos estudos de Aleixo et al. (2012), Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007), Dâmaso, Teixeira e Curi (2004), Martinelli et al. (2011), Matsudo (2009), Pinto et al. (2006), Souza et al. (2013), os resultados foram semelhantes, sendo que isto ocorre como consequência da anteversão da pelve que causa uma rotação interna do quadril e que, associado ao acúmulo de gordura na região das coxas, causa um afastamento da região dos maléolos internos (BRUSCHINI; NERY, 1995); além disso, obesos podem sentir dores articulares devido à sobrecarga, ao mau alinhamento articular e o deslocamento lateral da patela (WEARING et al., 2006). As alterações posturais na infância podem permanecer na vida adulta, resultando em um aumento no número de pessoas com membros inferiores desalinhados. (CICCA; JOÃO; SACCO, 2007) Os pés também são acometidos por alterações posturais devido a sobrecarga imposta pela obesidade. No presente estudo todas as crianças com sobrepeso e a maioria dos obesos apresentaram pé plano, porém as crianças eutróficas também apresentaram esta alteração postural. Dowling, Steele e Baur (2001) referiram não haver diferença significativa na espessura do coxim gorduroso entre grupo de crianças obesas e não obesas. Porém a maioria dos estudos relata maior ocorrência de pés planos nos obesos (CICCA; JOÃO; SACCO, 2007; FILIPPIN et al., 2007; PFEIFFER et al., 2006; SOUZA; JOÃO; SACCO, 2007) devido a um coxim gorduroso na região do arco plantar longitudinal que permanece em pés de crianças obesas como uma adaptação de proteção para amenizar as cargas impostas pelo excesso de massa corporal (RIDDIFORD-HARLAND; STEELE; STORLIEN, 2000) além de promover um distribuição das pressões por uma área maior na superfície dos pés, afirmam Mickle, Steele e Munro (2006). 53 Biomecanicamente o pé plano não é eficiente, pois pode aumentar a tensão da fáscia plantar causando fadiga e dores durante as atividades motoras diárias (CALVETE, 2004; CAMPOS; SILVA; ANHESIM, 2004; WEARING et al., 2006). Alterações que inicialmente são flexíveis surgem de forma compensatória para melhorar a estabilidade, sendo consideradas patológicas quando se tornam fixas devido às adaptações musculares (PINTO et al., 2006). Segundo os achados de Sibella et al. (2003) e Deforche et al. (2009) os obesos também apresentam diminuição na capacidade de realizar atividades de equilíbrio estático e dinâmico, quando comparados aos eutróficos aumentando o gasto energético e desfavorecendo a realização de atividades físicas habituais como a marcha diminuindo a fase de balanço e aumentando o duplo apoio para ajudar a manter o equilíbrio postural. (McGRAW et al., 2000; NANTEL, BROCHU e PRINCE, 2006) De acordo com Bankoff et al. (2003), o indivíduo obeso para manter o equilíbrio necessita de compensações para desempenhar as atividades do dia a dia, sendo comum apresentarem uma combinação de alterações posturais. No presente estudo 64,7% das meninas obesas apresentaram as três alterações posturais relacionadas à obesidade (aumento da curvatura lombar, anteversão da pelve e joelho valgo) e que tiveram diferença significativa em relação aos outros grupos, em concordância com os estudos de Jesus (2012). A obesidade e o sobrepeso têm impacto negativo também na realização de habilidades motoras, afirmam D’Hondt et al. (2008), pois eles apresentam dificuldades em realizar atividades físicas que envolvam coordenação motora e estabilidade corporal ao mesmo tempo, na organização temporal e esquema corporal; consequentemente diminuem a prática de atividades físicas aumentando o sedentarismo e seus efeitos negativos, inclusive no desenvolvimento motor normal, pois a motricidade desenvolve como resultado da interação de fatores intrínsecos e extrínsecos. A dor e/ou desconforto musculoesquelético também pode ser a causa da inatividade de crianças obesas, de acordo com Taylor et al. (2006) Deve-se levar em consideração que a postura é um equilíbrio neuromotor, resultante de reflexos sensitivos, integrados ao sistema nervoso, sendo influenciada pela cultura, hereditariedade, personalidade, sentimentos e emoções. É comum os obesos serem depressivos e mais introvertidos, refletindo diretamente na postura corporal (KOCK; RIES, 2004). 54 Além dos fatores citados, Kock e Ries (2004), Rego e Scartoni (2008) salientam que as alterações posturais podem ser geradas devido a inadequada utilização dos mobiliários escolares, mochilas pesadas e também atitudes posturais do cotidiano que podem gerar deformações articulares e alterações dos eixos de força, produzindo tensões elevadas nas estruturas ligamentares e articulares pela mecânica anormal do movimento. Martinelli et al. (2011), em concordância com os autores, afirmam que é essencial um programa de avaliação da postura nas escolas e palestras informativas para as crianças e seus responsáveis, a fim de evitar maiores problemas futuros. Assim, a sobrecarga imposta nas estruturas corporais tem efeitos imediatos sobre as crianças e graves repercussões na idade adulta. Os pais e, sobretudo os profissionais que trabalham com as crianças, em especial os professores de Educação Física, devem estar atentos às características peculiares desta população no planejamento e desenvolvimento das atividades práticas que possam prevenir e reverter este quadro. Desta maneira, a realização de um trabalho interdisciplinar para o controle epidêmico desta doença contemporânea, a obesidade, parece ser a melhor saída para minimizar os efeitos negativos na postura corporal das crianças e adolescentes. 55 6. CONCLUSÕES Diante do exposto pode-se concluir que existe relação entre a obesidade e alterações posturais em crianças de 6 a 10 anos de idade. O número de crianças classificadas como obesas e com sobrepeso foi elevado quando comparadas às eutróficas A porcentagem de obesos e com sobrepeso foi maior no sexo masculino, porém, isso não caracterizou uma quantidade maior de alterações posturais não apresentando diferença significativa entre os sexos. Ao analisar e comparar os grupos de classificação da obesidade e o sexo foi encontrado diferença significativa nas meninas obesas em alterações que são características em indivíduos obesos e com sobrepeso, confirmando um padrão postural conforme a literatura prévia. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACHOUR JÚNIOR, A. Estilo de vida e desordem na coluna lombar; uma resposta dos componentes da aptidão física à saúde. Rev. Bras. de atividade física e saúde. 1(1): 36-56, 1995. AINHAGNE, M.; SANTIAGO, V. Cadeira e mochila escolares no processo de desenvolvimento da má postura e possíveis deformidades em crianças de 8-11 anos. Colloquium Vitae. 1(1): 01-07, 2009. ALEIXO, A.A.; GUIMARÃES, E.L.; WALSH, I.A P. et al. Influência do sobrepeso e da obesidade na postura, na praxia global e no equilíbrio de escolares. J Hum Growth and Develop. 22(2): 239-245, 2012. ANJOS, L.A. Índice de massa corporal como indicador do estado nutricional de adultos: revisão de literatura. Rev. 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REGISTRO EXPLICATIVO DA PESQUISA Nome do projeto: “RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I” Objetivo Geral: Verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças do Ensino Fundamental I. Amostra: Crianças do ensino fundamental I, idade de 6 a 10 anos, sexo masculino e feminino. Neste estudo a criança será submetida aos procedimentos a seguir: -Avaliação postural através de observação; -Determinação do percentual de gordura através da Bioimpedância; -Medida da altura. III. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA Orientadora da Pesquisa: Profª Dra. Adriana Fernandes Barrinhas Moretti Autora da Pesquisa: Denilce Aparecida Gomes Xisto Coordenador de Pesquisa do Curso: Prof. Dr. Marcos Tadeu Pacheco Telefone para Contato: 99982-5019 IV. GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA 1. Acesso a qualquer tempo às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Além disso, os procedimentos realizados não causarão nenhum tipo de constrangimento. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. 3. Salvaguardar da confidencialidade, sigilo e privacidade, sendo que as fotografias serão utilizadas somente para avaliar a postura corporal. V. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES Os procedimentos para a coleta de dados serão realizados na sala de Ginástica da Faculdade de Educação Física da Unicastelo unidade São Paulo. VI. CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Este formulário foi elaborado de acordo com a declaração de “Helsinque III”, capitulo 50, que trata de proteção dos participantes parágrafos 50.20/27, o qual orienta procedimentos referentes às pesquisas que requer experiências com humanos. Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo responsável e ter entendido o que me foi explicado, consinto que meu filho participe do presente Protocolo de Pesquisa. São Paulo, ______ de _______________ de 2012 _______________________________ _____________________________ 63 Assinatura do pai/mãe ou responsável Denilce Aparecida Gomes Xisto responsável pela pesquisa Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401 Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP 64 APÊNDICE B Modelo da ficha de anamnese. Título da pesquisa: RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I FICHA DE ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO Nome:______________________________________________________ série:_________ Data de Nascimento: ____/____/____ Sexo: Fem( ) Masc( ) ANTECEDENTES FAMILIARES Hipertensão Arterial: Não( ) Sim( ) / Pai( ) Mãe( ) Avós( ) Diabetes Mellitus: Não( ) Sim( ) / Pai( ) Mãe( ) Avós( ) Obesidade: Não( ) Sim( ) / Pai( ) Mãe( ) Avós( ) Problemas ortopédicos: Não( ) Sim( ) / Pai( ) Mãe( ) Avós( ) ANTECEDENTES PESSOAIS Hipertensão Arterial: Não( ) Sim( ) Desde qual idade?__________ Diabetes Mellitus: Não( ) Sim( ) Desde qual idade?__________ Problemas neurológicos (convulsão, desmaio, enxaqueca, epilepsia): Não( ) Sim( ) Qual?_____________________________________________ Problemas ortopédicos? Não( ) Sim( ) Qual?__________________________________ Problemas respiratórios? Não( ) Sim( ) Qual?_________________________________ Fraturas? Não( ) Sim( ) Quais?_________________________________________ Cirurgias? Não( ) Sim( ) Quais?_________________________________________ Faz algum tratamento médico? Não( ) Sim( ) Qual?_________________________ Há quanto tempo?____________ Faz uso de algum medicamento? Não( ) Sim( ) Qual?__________________________ Há quanto tempo?_______ Faz algum tipo de dieta? Não( ) Sim( ) Qual?________________________________ Há quanto tempo?____________ Pratica alguma atividade física fora da escola? Qual?______________________________ Quantas vezes por semana?______________ Durante quanto tempo?________________ Como carrega o material escolar?______________________________________________ Já usou ou usa calçado ortopédico?____________________________________________ 65 Data: ___/___ /2012 Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401 Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP 66 APÊNDICE C Modelo da ficha individual de dados. Título da pesquisa: RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I FICHA INDIVIDUAL DE DADOS Nome:____________________________________________________________________ nº:_____ AVALIAÇÃO POSTURAL PLANO SAGITAL A-arco plantar normal aumentado diminuído B-joelho normal hiperesten. semi-flex. C-pelve normal anteversão retroversão D-pelve normal antepulsão retropulsão E-curvatura lombar normal aumentada diminuída F-curvatura torácica normal aumentada diminuída G-ombro normal protração retração H-curvatura cervical normal aumentada diminuída I-cabeça normal protração retração J-tornozelo normal varo valgo K-joelho normal varo valgo L-joelho rotação normal interna externa M-quadril inclinação normal direita esquerda N-quadril rotação normal direita esquerda O-braço abdução normal direito esquerdo ambos P-escápula elevação normal direita esquerda ambas Q-escápula abdução normal direita esquerda ambas R-tronco inclinação normal direita esquerda S-tronco rotação normal direita esquerda T-ombro elevação normal direito esquerdo ambos U-ombro depressão normal direito esquerdo ambos V-cabeça inclinação normal direita esquerda PLANO FRONTAL 67 X-cabeça rotação normal direita esquerda Z-gibosidade normal direita esquerda 68 APÊNDICE D Planilha de resultados da avaliação postural por sexo TOTAL= 88 ALTERAÇÕES POSTURAIS Cabeça protração FEM (n=45) 53,3% MAS (n=43) 23,3% Cabeça retração 4,4% 2,3% Cabeça inclinação direita 17,8% 20,9% Cabeça inclinação esquerda 2,2% 9,3% Cabeça rotação direita 2,2% 7,0% - 4,7% Ombro protração 40,0% 41,9% Ombro retração 8,9% - Ombro elevação direito 66,7% 65,1% Ombro elevação esquerdo 24,4% 27,9% Braço abdução direito 2,2% - Braço abdução esquerdo 4,4% 2,3% Braço abdução ambos 4,4% 7,0% Escápula elevação direita 62,2% 60,5% Escápula elevação esquerda 26,7% 23,3% Escápula abdução ambas 2,2% 2,3% Tronco inclinação direito 2,2% 7,0% Tronco inclinação esquerdo 4,4% 4,7% Tronco rotação direito 2,2% 2,3% Tronco rotação esquerdo 11,1% 11,6% Gibosidade torácica direita 6,7% 9,3% Gibosidade torácica esquerda 2,2% - Curvatura lombar aumentada 60,0% 67,4% Curvatura lombar diminuída 2,2% - Cabeça rotação esquerda 69 Curvatura torácica aumentada 6,7% - Curvatura torácica diminuída 28,9% 27,9% Curvatura cervical aumentada 8,9% 4,7% Curvatura cervical diminuída 6,7% - Pelve anteversão 55,6% 58,1% Pelve retroversão - 2,3% Quadril inclinação direita 28,9% 7,0% Quadril inclinação esquerda 11,1% 7,0% Quadril rotação direita 2,2% 2,3% Quadril rotação esquerda 4,4% 7,0% Pelve antepulsão 11,1% 2,3% Pelve retropulsão - 4,7% Joelho hiperestendido 51,1% 32,6% Joelho semi-flexionado - 4,7% Joelho varo 17,8% 23,3% Joelho valgo 51,1% 51,2% Joelho rotação interna 2,2% - - - Arco plantar diminuído 95,6% 95,3% Tornozelo varo 4,4% 2,3% Tornozelo valgo 40,0% 46,5% Arco plantar aumentado 70 APÊNDICE E Planilha de resultados da avaliação postural por classificação da obesidade e sexo ALTERAÇÕES POSTURAIS Cabeça protração EUTRÓFICO SOBREPESO OBESO FEM MAS FEM MAS FEM MAS (n=20) (n=7) (n=8) (n=13) (n=17) (n=23) 55,0% 14,3% 37,5% 30,8% 58,8% 21,7% Cabeça retração 5,0% 14,3% - - 5,9% - Cabeça inclinação direita 10,0% 14,3% 50,0% 30,8% 11,8% 17,4% Cabeça inclinação esquerda - 14,3% - 7,7% 5,9% 8,7% Cabeça rotação direita - - - 15,4% 5,9% 4,3% Cabeça rotação esquerda - - - - - 8,7% Ombros protração 50,0% 28,6% 12,5% 30,8% 41,2% 52,2% Ombros retração 10,0% Ombros elevação direito 65,0% 85,7% 62,5% 69,2% 70,6% 56,5% Ombros elevação esquerdo 25,0% - 25,0% - 23,5% 34,8% - - - - 5,9% - 5,0% - - - 5,9% 4,3% Abdução dos braços - - - 15,4% 11,8% 4,3% Inclinação tronco para direita - - - 15,4% 5,9% 5,0% - - - 5,9% 8,7% - - - - 5,9% 4,3% Abdução do braço direito Abdução do braço esquerdo Inclinação tronco para esquerda Rotação tronco para direita Rotação tronco para esquerda - 12,5% - 5,9% - 4,3% 10,0% 14,3% 12,5% 15,4% 11,8% 8,7% Gibosidade torácica direita - - 12,5% 23,1% 11,8% 4,3% Gibosidade torácica esquerda - - 12,5% - - - Elevação da escápula direita 65,0% 85,7% 37,5% 61,5% 70,6% 52,2% Elevação da escápula esquerda 25,0% - Abdução das escápulas 5,0% - Curvatura lombar aumentada 35,0% 57,1% 75,0% 69,2% 82,4% 69,6% Curvatura lombar diminuída Curvatura torácica aumentada 37,5% 23,1% 23,5% 30,4% - - - 4,3% - - - - 5,9% - 10,0% - - - 5,9% - 71 Curvatura torácica diminuída 25,0% 57,1% 25,0% 15,4% 35,3% 26,1% Curvatura cervical aumentada 5,0% - Curvatura cervical diminuída 10,0% - Anteversão da pelve 30,0% 57,1% 75,0% 53,8% 76,5% 60,9% Retroversão da pelve Antepulsão da pelve Retropulsão da pelve - 25,0% 7,7% - - 5,9% 4,3% 5,9% - 14,3% - - - - 20,0% 14,3% - - 5,9% - - 8,7% - - - - Inclinação do quadril para a direita 35,0% - - - 35,3% 13,0% Inclinação do quadril para a esquerda 10,0% 28,6% 12,5% - 11,8% 4,3% - 5,9% 4,3% 5,9% 4,3% Rotação do quadril para a direita - Rotação do quadril para a esquerda - Hiperextensão dos joelhos Semi-flexão dos joelhos - - 14,3% 12,5% 7,7% 55,0% 14,3% 25,0% 30,8% 58,8% 39,1% - - - 7,7% - 4,3% - 23,1% 5,9% 26,1% Joelho varo 35,0% 14,3% Joelho valgo 25,0% 71,4% 37,5% 46,2% 88,2% 47,8% Rotação interna dos joelhos Arco plantar aumentado Arco plantar diminuído - - - - 5,9% - 95,0% 85,7% 100% 100% 94,1% 95,7% - - - - - - Tornozelo varo 10,0% - - 7,7% - - Tornozelo valgo 50,0% 57,1% 25,0% 38,5% 35,3% 47,8% 72 APÊNDICE F Planilha de resultado das alterações posturais com maior frequência em cada região avaliada em relação à classificação da BIA e sexo. Classificação Protração da cabeça Eutrófico fem mas (n=20) (n=7) 55,0% 14,3% Sobrepeso Obeso fem mas fem mas (n=8) (n=13) (n=17) (n=23) 37,5% 30,8% 58,8% 21,7% Elevação do ombro direito 65,0% 85,7% 62,5% 69,2% Abdução dos braços - - Gibosidade torácica direita - Elevação da escápula direita Alterações posturais 70,6% 56,5% 15,4% 11,8% 4,3% - 12,5% 23,1% 11,8% 4,3% 65,0% 85,7% 37,5% 61,5% 70,6% 52,2% Curvatura lombar aumentada 35,0% 57,1% 75,0% 69,2% 82,4% 69,6% Anteversão da pelve 30,0% 57,1% 75,0% 53,8% 76,5% 60,9% Joelho valgo 25,0% 71,4% 37,5% 46,2% 88,2% 47,8% Arco plantar diminuído 95,0% 85,7% 100,0% 100,0% 94,1% 95,7% - 73 ANEXO A Declaração de ciência educacional. 74 ANEXO B Termo de aprovação do projeto de pesquisa. 75 76 ANEXO C Informativo aos pais Senhores pais Meu nome é Denilce Aparecida Gomes Xisto, sou aluna do Mestrado da Unicastelo e para concluir o curso pretendo realizar uma pesquisa sobre a “Relação entre alterações posturais e obesidade em crianças do ensino fundamental I”, envolvendo crianças de 6 a 10 anos. O objetivo da pesquisa é verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças do Ensino Fundamental I. Este informativo tem o objetivo de esclarecer quais medidas e avaliações serão realizadas na pesquisa, caso vocês autorizem a participação de seu filho através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e preenchimento da ficha de anamnese. Serão realizadas as seguintes medidas e avaliações: • As medidas do peso corporal e da estatura para cálculo do índice de massa corporal (IMC) para classificar a composição corporal. A medida do peso corporal será feita através de uma balança e a estatura através de um aparelho denominado Estadiômetro que possui uma fita métrica. • A Bioimpedância Elétrica que avalia a composição corporal através de um aparelho parecido com uma balança, conforme as figuras abaixo. 77 • A Avaliação Postural será realizada através da observação da postura da criança posicionada atrás de um aparelho de acrílico transparente quadriculado denominado Simetrógrafo, veja a figura. 78 Para facilitar as medidas e as avaliações, as meninas deverão estar de “shorts” e com roupa de banho (biquíni ou maiô) e os meninos somente de “shorts” e todos descalços. As medidas e avaliações serão realizadas na sala de Ginástica do curso de Educação Física por mim e também por monitores treinados. Após a análise dos dados vocês receberão um relatório explicativo dos resultados com orientações e sugestões. Gostaria de salientar que a participação é voluntária e que as informações obtidas através da pesquisa não serão utilizadas para outros fins senão científicos e que seu filho não sofrerá nenhum constrangimento. Espero ter esclarecido as dúvidas em relação aos métodos que serão utilizados na pesquisa. Para autorizar a participação de seu filho peço que envie o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a Ficha de Anamnese preenchidos. Agradeço a sua atenção. Qualquer dúvida entre em contato através do telefone: 99982-5019 Ou pelo e-mail: [email protected] Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401 Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP 79 ANEXO D Autorização do coordenador do curso de Educação Física. 80 ANEXO E Especificações do aparelho de BIA Inbody R20®.