I
Universidade Camilo Castelo Branco
Instituto de Engenharia Biomédica
DENILCE APARECIDA GOMES XISTO
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM
CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE
RELATIONSHIP BETWEEN POSTURAL CHANGES AND OBESITY IN BRAZILIAN
CHILDRENS FROM 6 TO 10 YEARS OF AGE
São José dos Campos, SP
2013
II
Denilce Aparecida Gomes Xisto
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS
BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da
Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção
do título de Mestre em Engenharia Biomédica.
São José dos Campos, SP
2013
III
IV
V
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo Adilson de Souza e meu filho Matheus Xisto Souza pelo apoio,
paciência e compreensão durante todo o tempo em que estive ausente para
realização do presente estudo.
A minha saudosa mãe amada Ana Gomes Xisto (in memoria), ao meu pai querido
Antonio Xisto e minhas irmãs Daise e Denise, que sempre me incentivaram a lutar
pelos meus sonhos e enfrentar as dificuldades.
VI
AGRADECIMENTOS
A Profª Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti, pela paciência, compreensão e
incentivo durante o processo de elaboração do presente estudo, pois diante das
dificuldades ela me motivou a continuar mostrando que sou capaz.
Ao Profº Dr. Ricardo Navarro, pelas valiosas sugestões na qualificação do presente
estudo que só enriqueceram o conteúdo.
As minhas queridas amigas, Profª Me. Gilmara Luchecci e Profª Dra. Tânia Regina
França por me incentivarem nos momentos mais difíceis que passei durante as
fases da pesquisa que quase me levaram a desistir.
A diretora da escola Samara Abdul Fattah, que desde o primeiro contato foi
atenciosa facilitando todo o processo de coleta de dados.
A coordenadora Sheila de Sousa Borges que ajudou muito no intercâmbio entre os
pais e professores em relação à entrega das fichas e dos Consentimentos para a
realização da pesquisa.
A Profª de Educação Física Ana Maria Revoredo por ceder suas aulas, colaborar
com a organização dos alunos e também auxiliar na coleta de dados.
Aos alunos da Faculdade de Educação Física da Unicastelo, Sandra dos Santos
Cruz e Wander Willian que me auxiliaram na coleta de dados e organização dos
alunos.
Ao colaborador Prof. Me. Diogo Pantaleão, pela contribuição através dos seus
conhecimentos nas análises estatísticas desta pesquisa.
A Universidade Camilo Castelo Branco, por ceder seu espaço e permitir a realização
desta pesquisa.
VII
"O principal objetivo da educação é criar
pessoas capazes de fazer coisas novas e
não simplesmente repetir o que as outras
gerações fizeram".
Jean Piaget
(1896-1980)
VIII
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM
CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 10 ANOS DE IDADE
RESUMO
Reconhecida como um problema mundial de saúde, a obesidade vem aumentando a
cada ano. Muitos estudos são realizados sobre as complicações metabólicas na
criança obesa, porém pesquisas relacionadas aos problemas ortopédicos são mais
escassas. Indivíduos obesos podem apresentar desvantagens mecânicas devido ao
excesso de massa corporal, ocorrendo alterações principalmente na coluna
vertebral, joelhos e pés. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar a
relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças de 6 a 10 anos.
Participaram do estudo 88 (oitenta e oito) crianças na faixa etária dos 6 aos 10 anos
(mediante assinatura do TCLE), sendo 45 meninas e 43 meninos de uma escola da
rede privada de ensino (parecer de aprovação do projeto nº 107.148). As crianças
foram separadas em três grupos: eutróficos (n=27), com sobrepeso (n=21) e obesos
(n=40), classificadas através dos resultados da bioimpedância (BIA). A postura foi
avaliada de forma qualitativa utilizando o “Teste do Fio de Prumo” associado ao
aparelho Simetrógrafo e o “Teste de Adam”. Foi utilizada a estatística descritiva,
análise de variância (ANOVA) e quando apropriado o teste de post-hoc de Tukey
para identificar as possíveis diferenças (p≤0,05). Os resultados mostraram que a
somatória das alterações posturais não apresentou diferença significativa entre os
grupos, em contrapartida, ao analisar e comparar os grupos de classificação da
obesidade e o sexo foi observado que as meninas obesas apresentaram diferença
significativa em relação aos outros grupos nas alterações: curvatura lombar
aumentada, anteversão da pelve e joelho valgo. É possível concluir que as meninas
obesas apresentam padrão postural dos obesos conforme a literatura prévia.
Palavras-Chave: Alterações Posturais, Obesidade, Crianças brasileiras de 6 a 10
anos.
IX
RELATIONSHIP BETWEEN POSTURAL CHANGES AND OBESITY IN
BRAZILIAN CHILDREN FROM 6 TO 10 YEARS OF AGE
ABSTRACT
Recognized as a world health problem, obesity is increasing every year. Many
studies are conducted on metabolic complications in obese children, but researches
related to orthopedic problems are scarce. Obese individuals may have mechanical
disadvantages due to an excess of body mass, occurring changes mainly in the
spine, knees and feet. This study aims to determine the relationship between obesity
and postural changes in children 6-10 years old. Eighty-eight children aged from 6 to
10 years participated of the study, being 45 girls and 43 boys, all belonging to a
private school. The children were divided into three groups: normal weight (n = 27),
overweight (n = 21) and obese (n = 40), classified by the results of a bioimpedance
(BIA) assay. Posture was assessed qualitatively using the "Plumb Line Test"
associated to a symmetrographic device and the "Test Adam Test" It was used a
descriptive statistics, analysis of variance (ANOVA) and, when appropriate the posthoc Tukey test to identify possible differences (p ≤ .05). Results showed that the sum
of postural changes was not significantly different between the groups, however,
when the groups classified as obesity and sex were analyzed and compared it was
observed that obese girls showed significant differences in relation to other groups in
regarding the alterations: increased lumbar bend, pelvic anteversion and knee
valgus. It can be concluded that obese girls present a postural pattern of obesity, as
it was previously reported by the literature.
Keywords: Postural Changes, Obesity, Brazilian Children 6 to 10 years of age.
X
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral................................................ 19
Figura 2. Musculatura posterior e anterior do tronco................................................. 20
Figuras 3. Hiperlordose lombar.................................................................................. 20
Figura 4. Hiperextensão dos joelhos......................................................................... 21
Figura 5. Pelve em anteversão.................................................................................. 21
Figura 6. Pressão intradiscal em diferentes posições................................................ 22
Figura 7. Aparelho Simetrógrafo................................................................................ 24
Figura 8. Pontos de referência da avaliação postural vista sagital............................ 25
Figura 9. Pontos de referência da avaliação postural vista frontal............................ 26
Figura 10. Teste de Adam plano frontal posterior...................................................... 27
Figura 11. Acentuação da curvatura lombar.............................................................. 29
Figura 12. Anteversão da pelve................................................................................. 29
Figura 13. Joelhos valgos.......................................................................................... 30
Figura 14. Pé pronado............................................................................................... 30
Figura 15. Pé plano.................................................................................................... 30
Figura 16. Aparelho de Bioimpedância InBodyR20® ....................................................................
37
Figura 17. Posição da criança no aparelho de BIA.................................................... 38
Figura 18. Linha vertical centralizada do aparelho Simetrógrafo............................... 40
Figura 19. Teste de Adam plano sagital.................................................................... 41
Figura 20. Dados da BIA para o sexo feminino......................................................... 44
Figura 21. Dados da BIA para o sexo masculino....................................................... 44
Figura 22. Dados do IMC para o sexo feminino......................................................... 45
Figura 23. Dados do IMC para o sexo masculino...................................................... 45
Figura 24. Alterações posturais de maior ocorrência em cada região corporal para
o sexo feminino e masculino...................................................................................... 47
Figura 25. Dados dos grupos em relação ao aumento da curvatura lombar............. 48
Figura 26. Dados dos grupos em relação à anteversão da pelve............................. 48
Figura 27. Dados dos grupos em relação ao joelho valgo......................................... 49
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Classificação do índice de adiposidade de acordo com a gordura corporal
relativa (%)................................................................................................................. 37
Tabela 2. Descrição dos dados gerais para o sexo feminino e masculino............... 43
Tabela 3. Dados da BIA e do IMC do sexo feminino e masculino............................. 44
Tabela 4. Descrição da frequência das alterações posturais no sexo feminino...... 46
Tabela 5. Descrição da frequência das alterações posturais no sexo masculino... 46
Tabela 6. Valores do desvio padrão de cada grupo.................................................. 49
Tabela 7. Descrição da análise da ANOVA nas alterações posturais com diferença
significativa................................................................................................................ 50
Tabela 8. Frequência e porcentagem das crianças que apresentam as três
alterações relacionadas à obesidade......................................................................... 50
XII
LISTA DE SIGLAS
%GC = Percentual de gordura corporal
ANVISA = Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
ANOVA = Análise de variância
BIA = Bioimpedância
CEP = Comitê de Ética e Pesquisa
IMC= Índice de Massa Corporal
OMS= Organização Mundial de Saúde
SPSS = Statistical Package for the Social Sciences
TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
WHO= World Health Organization
XIII
LISTA DE SÍMBOLOS
g/cm3 = grama por centímetro cúbico
Kg/m2 = quilograma por metro quadrado
KHz = quilohertz
µA = micro ampéres
p = nível de significância
Z = Impedância
XIV
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16
1.1. Objetivo Geral................................................................................................. 18
1.2. Objetivos Específico....................................................................................... 18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................. 19
2.1. Postura Infantil................................................................................................ 19
2.2. Métodos de Avaliação Postural..................................................................... 23
2.2.1. Método do Simetrógrafo.............................................................................. 23
2.2.2. Teste do Fio de Prumo................................................................................ 24
2.2.3. Teste de Adam............................................................................................. 26
2.3. Obesidade....................................................................................................... 27
2.3.1. Métodos de avaliação da composição corporal........................................... 31
2.3.2. Bioimpedância Elétrica – BIA.......................................................................31
2.3.3. Índice de Massa Corporal – IM.................................................................... 33
3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 34
3.1. Amostra........................................................................................................... 34
3.2. Critérios de inclusão....................................................................................... 34
3.3. Critérios de exclusão...................................................................................... 34
3.4. Procedimentos Éticos..................................................................................... 35
3.5. Protocolo de pesquisa.................................................................................... 35
3.6. Instrumentos de Coleta de Dados.................................................................. 36
3.6.1. Análise da Composição Corporal................................................................ 36
3.7. Análise dos dados........................................................................................... 41
4. RESULTADOS....................................................................................................... 43
5. DISCUSSÃO.......................................................................................................... 51
6. CONCLUSÕES...................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 56
APÊNDICE A. Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE........ 62
APÊNDICE B. Modelo da ficha de anamnese.......................................................... 64
APÊNDICE C. Modelo da ficha individual de dados................................................. 66
APÊNDICE D. Planilha de resultados da avaliação postural por sexo..................... 68
XV
APÊNDICE E. Planilha de resultados da avaliação postural por classificação da
obesidade e sexo....................................................................................................... 70
APÊNDICE F. Planilha de resultado das alterações posturais com maior frequência
em cada região avaliada em relação à classificação da BIA e sexo......................... 72
ANEXO A. Declaração de ciência educacional.......................................................... 73
ANEXO B. Termo de aprovação do projeto de pesquisa........................................... 74
ANEXO C. Informativo aos pais................................................................................. 76
ANEXO D. Autorização do coordenador do curso de Educação Física.................... 79
ANEXO E. Especificações do aparelho de BIA Inbody R20®.................................... 80
16
1. INTRODUÇÃO
A boa postura corporal pode ser conceituada como uma atitude onde os segmentos
do corpo permanecem numa posição de menor esforço e máxima sustentação.
Porém, o ser humano é dinâmico e a postura não se limita somente à posição
estática, sendo necessário analisar várias atitudes assumidas no cotidiano do
indivíduo. Diante de tanta diversidade, estudiosos criaram parâmetros referenciais
para facilitar a avaliação postural das pessoas e assim elaborar estratégias
preventivas e de tratamento a fim de amenizar sobrecargas e desequilíbrios que
alteram a mecânica postural (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995).
A coluna vertebral no plano sagital apresenta curvaturas denominadas
fisiológicas
formadas
durante
a
infância
no
processo
de
crescimento
e
desenvolvimento que, em conjunto com os músculos, absorvem os impactos e
sobrecargas exercidas sobre o organismo. Caso isto não aconteça o corpo tende a
compensar as disfunções para manter o equilíbrio através de manobras,
aumentando a tensão dos músculos ocorrendo um maior gasto energético na
realização das atividades diárias e predispondo os indivíduos à fadiga precoce
(REGO e SCARTONI, 2008; TRIBASTONE, 2001).
Achour Júnior (1995), Magee (2005) e Penha et al. (2005) citam que algumas
alterações na postura são próprias do desenvolvimento da criança, como a
hiperlordose lombar e uma hiperextensão dos joelhos devido ao posicionamento da
pélvis em anteversão e projeção do abdome para frente, para que o peso do corpo
seja melhor distribuído. Na maioria dos casos estes ângulos se tornam cada vez
menores com o crescimento da criança, porém, qualquer desvio lateral ou assimetria
deve ser considerado um sinal importante para o diagnóstico da escoliose.
Rego e Scartoni (2008) citam que crianças em idade escolar são propensas a
alterações na postura devido à permanência na posição sentada por várias horas e
também por carregarem mochilas pesadas e de forma errada. As autoras salientam
que fatores diversos podem alterar a postura corporal como: o meio ambiente, as
condições anatomofisiológicas, os aspectos psico-afetivos, as experiências motoras,
o nível de atividade física e a obesidade, que é o foco deste estudo.
17
Reconhecida como um problema mundial de saúde, a obesidade vem
aumentando a cada ano. Para Cicca, João e Sacco (2007) ela pode ser definida
como uma doença crônica que se caracteriza por acúmulo excessivo de gordura,
determinando um comprometimento de saúde e o sobrepeso representa uma fase
de pré-obesidade. Nas crianças e adolescentes, de acordo com Rudolf (2004), este
fato se deve principalmente pela mudança no estilo de vida associando a dois
fatores: o sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.
Segundo Brandalize e Leite (2010), muitos estudos são realizados sobre as
complicações metabólicas na criança obesa, porém pesquisas relacionadas aos
problemas ortopédicos são mais escassas. A carência de estudos sobre este
assunto justifica a presente pesquisa.
Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001), citam que a
obesidade está associada ao desenvolvimento de problemas ortopédicos, pois
indivíduos obesos apresentam desvantagens mecânicas pelo excesso de massa
corporal, acentuando a curvatura lombar, que provoca a anteversão da pelve, além
de joelhos valgos, pés pronados e pés planos.
De acordo com Xisto (2001), o professor de Educação Física tem um papel
primordial na prevenção de alterações posturais, pois durante as aulas ele tem
condições de observar e analisar os movimentos dos alunos, orientando sobre os
pontos básicos de uma boa postura estática e dinâmica. Ele pode também alertar os
pais sobre a importância da atividade física na prevenção de doenças hipocinéticas,
causadas por falta de movimento corporal, que comprometem a qualidade de vida,
não somente dos filhos, mas de toda família.
A avaliação postural no ambiente escolar permite detectar precocemente
alterações na postura dos alunos para que, através de ações preventivas, os
problemas sejam minimizados na infância e adolescência evitando que se tornem
graves na fase adulta (XISTO, 2001).
Rego e Scartoni (2008) evidenciam a importância da prática de exercícios
físicos
orientados
que,
além
de
evitar
o
comprometimento
do
sistema
musculoesquelético, permitem um controle do peso corporal na infância e
adolescência.
O envolvimento da escola e da família parece ser o melhor caminho para na
prevenção e tratamento da obesidade infantil e de suas consequências.
18
1.1. Objetivo Geral
Verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças de 6 a
10 anos de idade.
1.2. Objetivos Específicos
- Comparar o perfil de alterações posturais em crianças eutróficas, com sobrepeso e
obesas de 6 a 10 anos de idade.
- Avaliar a composição corporal de crianças de 6 a 10 anos de idade.
- Analisar e comparar meninas com meninos em relação à prevalência de alterações
posturais nas diferentes regiões do corpo.
19
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Postura Infantil
A postura é uma resposta neuromecânica que se relaciona com a manutenção do
equilíbrio, que ocorre quando a somatória das forças que agem sobre o sistema é
igual a zero numa posição de menor esforço e máxima sustentação. Um indivíduo se
mantém mais equilibrado quando a linha de gravidade passa pelo centro de algumas
articulações, porém os padrões de postura variam com a idade, sexo, estágio de
desenvolvimento e biotipo (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995).
A coluna vertebral no plano sagital apresenta curvaturas denominadas
fisiológicas (Figura 1) formadas durante a infância no processo de crescimento e
desenvolvimento que, em conjunto com os músculos (Figura 2), absorvem os
impactos e sobrecargas exercidas sobre o organismo. Caso isto não aconteça o
corpo tende a compensar as disfunções para manter o equilíbrio através de
manobras, aumentando a tensão dos músculos ocorrendo um maior gasto
energético na realização das atividades diárias e predispondo os indivíduos à fadiga
precoce (REGO; SCARTONI, 2008; TRIBASTONE, 2001).
Figura 1: Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral.
Fonte: http://www.auladeanatomia.com/osteologia/coluna.htm
20
Figura 2: Musculatura posterior e anterior do tronco.
Fonte: http://www.doresnascostas.com.br/coluna_vertebral.asp?Id=8&Id_Sup=4
Até os 10 anos de idade as modificações são constantes devido ao
crescimento ósseo e as alterações estruturais, pois as crianças estão o tempo todo
testando novas maneiras de reagir à gravidade, sendo como adaptações às novas
exigências de equilíbrio (TRIBASTONI, 2001).
Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001), citam que é
comum crianças de 7 anos apresentarem uma hiperlordose lombar (Figura 3) e uma
hiperextensão dos joelhos (Figura 4) devido ao posicionamento da pelve em
anteversão (Figura 5) e projeção do abdome para frente, para que o peso do corpo
seja melhor distribuído. Na maioria dos casos estes ângulos se tornam cada vez
menores com o crescimento da criança, porém, qualquer desvio lateral ou assimetria
deve ser considerado um sinal importante para o diagnóstico da escoliose.
Figuras 3: Hiperlordose lombar.
Fonte: http://www.luzimarteixeira.com.br/2011/07/hiperlordose-lombar
21
Figura 4: Hiperextensão dos joelhos.
Fonte: http://dc166.4shared.com/doc/N8Aj2wGP/preview.html.
Figura 5: Pelve em anteversão.
Fonte: http://www.aliancadoyoga.com.br/artext/15/anteversao-e-retroversao-da-pelvis.html
A criança está mais exposta aos problemas provocados por uma carga
inadequada de atividade. Segundo Matos (2010), o maior risco é a sobrecarga
ortopédica, pois a capacidade de ossos, tendões e ligamentos suportarem um
esforço é menor. Desta forma, a criança obesa está mais propensa a ter alterações
na
postura.
Para
manter
o
alinhamento
é
necessário
que
o
sistema
musculoesquelético esteja em equilíbrio protegendo as estruturas de suporte contra
lesões e deformidades nas diferentes posições adotadas durante as atividades do
cotidiano.
Associados ao crescimento e desenvolvimento, Kock e Ries (2004) e Rego e
Scartoni (2008) citam outros fatores que influenciam diretamente na atitude postural
22
das crianças como: carregar mochilas pesadas, calçados inadequados, permanência
durante muito tempo em carteiras desproporcionais e a obesidade.
Muitas vezes os próprios pais não se dão conta da sobrecarga imposta aos
filhos na forma de pesadas mochilas abarrotadas de livros e cadernos. De acordo
com Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003), o peso ideal da mochila não pode
ultrapassar 5% do peso da criança do ensino infantil e 10% do aluno do ensino
fundamental, sendo que a mesma deve ser carregada sempre nas costas e apoiada
nas duas alças, mantendo a coluna ereta.
Ainhagne e Santhiago (2009) salientam que muitas alterações posturais
resultam de equipamentos mal desenhados que não levam em consideração as
características físicas dos brasileiros. Por isso, a ergonomia desempenha um papel
importantíssimo em relação às modificações dos equipamentos escolares,
melhorando assim as condições de uso.
Segundo Matos (2010), a pressão nos discos intervertebrais varia de acordo
com a carga externa e o posicionamento do corpo. Quando a pessoa está sentada a
pressão nos discos é maior que em pé, pois os músculos das costas trabalham mais
estaticamente para manter o tronco ereto, com isso o consumo de energia é maior e
a compressão contínua torna a circulação deficiente. O fato de carregar algo pesado
e de forma assimétrica também provoca um aumento da pressão no disco
intervertebral (Figura 6).
Figura 6: Pressão intradiscal em diferentes posições.
Fonte: http://www.aafp.org/afp/1999/0201/p575.html
23
As consequências podem surgir na fase adulta, sendo as doenças da coluna
consideradas um sério problema de saúde pública devido a grande incidência na
população fazendo com que se tornem incapazes para as atividades profissionais.
Porém, através de um trabalho profilático informando crianças, pais e professores,
sobre as consequências da má postura é possível reverter este quadro.
2.2. Métodos de Avaliação Postural
É possível avaliar a postura através da utilização de vários aparelhos e/ou
instrumentos que podem ser utilizados individualmente ou mesmo combinados.
Porém alguns são bem dispendiosos e de difícil aplicação por serem específicos da
área médica e outros mais acessíveis e práticos permitindo a utilização por
profissionais de outras áreas envolvidas com as crianças e adolescentes.
Alguns métodos são aplicados sem a utilização de materiais ou mesmo
instrumento, sem perder a sua fidedignidade.
2.2.1. Método do Simetrógrafo
Tribastone (2001) descreve o aparelho como sendo uma placa de acrílico
transparente quadriculada 5 cm por 5 cm, com 170 cm de altura e 80 cm de largura,
com uma moldura de alumínio (Figura 7). A transparência e o quadriculado da placa
permitem a análise do alinhamento ou não das estruturas corporais de forma
objetiva.
O avaliado é posicionado atrás do aparelho sendo feita uma análise no plano
sagital (direito e esquerdo), frontal (anterior e posterior) e com inclinação à frente
(Teste de Adam). Utilizando a linha vertical centralizada do aparelho é possível
adaptar o “Teste do Fio de Prumo” e as linhas horizontais permitem uma análise da
simetria corporal do avaliado. Pouco dispendioso e de fácil manuseio, foi utilizado
por vários estudiosos como Rodrigues, Montebelo e Teodori (2008), Santos et al.
(2009), entre outros.
24
Figura 7: Aparelho Simetrógrafo.
Fonte: http://catalogohospitalar.com.br/simetrografo.html
2.2.2. Teste do Fio de Prumo
Daniels e Worthingham (1983) citam que o primeiro passo para avaliar a postura em
pé é visualizar o equilíbrio geral do corpo, tentando deixar a pessoa à vontade e
evitar rigidez e posições não habituais.
Um barbante com um peso em uma das extremidades é suspenso numa
altura de aproximadamente 2 m e numa distância de 3 m de uma parede lisa. O
barbante é utilizado como referência do alinhamento corporal (MAGEE, 2005).
A pessoa deve ser posicionada em pé e atrás do fio de prumo e deve ser orientada
para apoiar o corpo igualmente sobre os membros inferiores, procurando um bom
equilíbrio, sendo analisados os segmentos corporais na vista sagital e frontal através
de pontos de referência citados por Kendall, McCreary e Provance (1995) e Matos
(2010). A Figura 8 representa os pontos referenciais na vista sagital que são:
− Pé: anterior ao maléolo da fíbula
− Joelho: posterior à patela
− Quadril: trocanter maior do fêmur
− Ombro: centro da articulação
− Cabeça: lobo da orelha
25
Figura 8: Pontos de referência da avaliação postural vista sagital.
Fonte: http://fisiochiodi.blogspot.com.br/2010/11/guia-de-avaliacap-postural.html
Na Figura 9 estão representados os seguintes pontos de referência na vista
frontal:
− Pés: no ponto equidistante entre os maléolos tibiais
− Joelhos: espaço entre os côndilos mediais dos fêmures
− Quadril: prega interglútea
− Coluna: processo espinhoso da sétima vértebra cervical
− Cabeça: protuberância occipital
Uma folha quadriculada pode ser colocada na parede facilitando a
visualização do alinhamento dos segmentos corporais. O método permite analisar
assimetrias laterais, acentuação de curvaturas fisiológicas, sendo considerado
prático e simples de ser utilizado.
26
Figura 9: Pontos de referência da avaliação postural vista frontal.
Fonte: http://fisiochiodi.blogspot.com.br/2010/11/guia-de-avaliacap-postural.html
2.2.3. Teste de Adam
Segundo Magee (2005) e Matos (2010) o objetivo do teste é identificar uma
deformidade rotacional visível na caixa torácica, evidenciando uma escoliose
estrutural. Ele é realizado com o avaliado em pé, de costas para o examinador e
com os pés unidos; em seguida ele é orientado a elevar os membros superiores ao
prolongamento do corpo, realizar uma flexão da articulação do quadril e da coluna,
deixando a cabeça e os braços pendentes, com as palmas das mãos unidas, joelhos
estendidos e unidos. O examinador sentado em uma cadeira numa distância
aproximada de 2 m de frente para a criança observa a presença ou não de
assimetria ou proeminência no gradeado costal ou nas escápulas, conforme figura
10 (MAGEE, 2005; MATOS, 2010). De acordo com Magee (2005) e Matos (2010) se
uma alteração estrutural está presente o avaliador observará a presença de uma
“giba” posterior nas costelas revelando uma suspeita de escoliose que não é visível
quando a criança está ereta. O teste é muito eficiente por ser de fácil aplicação, de
27
não utilizar nenhum instrumento ou material para sua realização e pode ser utilizado
por qualquer profissional das áreas envolvidas com a criança ou adolescente.
Figura 10: Teste de Adam plano frontal posterior.
Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/enciclopedia/escoliose
2.3. Obesidade
Segundo Souza et al. (2007) a obesidade é reconhecida como uma doença, sendo
considerada uma epidemia mundial. Radominski (2011) afirma que ela passou a
fazer parte das doenças infantis desde a década de 1980 sendo atualmente uma
das mais comuns enfrentadas por endocrinologistas e pediatras.
Fisberg (2006) conceitua obesidade como um acúmulo de tecido gorduroso
em regiões do corpo ou nele todo, causado por doenças genéticas, endócrinas,
metabólicas ou fatores nutricionais e de características modificadas pelo meio
ambiente.
De acordo com Guedes e Guedes (1998) os períodos críticos de surgimento
da obesidade progressiva são os 12 primeiros meses de vida, a fase pré-escolar e a
puberdade. Assim, os pais devem ficar atentos nestes períodos em relação à
alimentação e prática de atividades físicas.
A Pesquisa sobre Orçamentos Familiares 2008-2009 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE (2010), que analisou dados de 188 mil brasileiros,
mostrou que a obesidade e o sobrepeso têm aumentado rapidamente nos últimos
anos, em todas as faixas etárias, sendo que entre 5 e 9 anos 34,8% dos meninos e
32% das meninas estavam com sobrepeso e 16,6% dos meninos e 11,8% das
meninas estavam obesas.
28
A obesidade na infância e adolescência pode ser mantida na vida adulta e se
for associada a doenças como a hipertensão evidenciam uma situação de risco e
consequentemente o aumento da mortalidade; desta forma ações precoces
preventivas se tornam importantes (FISBERG, 2006).
Souza et al. (2007) apontam os fatores que podem influenciar na obesidade:
- Predisposição genética e história familiar
- Hábitos alimentares
- Estilo de vida
Vários
fatores
estão
interligados
em
relação
à
obesidade
infantil,
provavelmente um deles isolado não vai acarretar o excesso de peso, sendo que a
prevenção começa com a orientação dos pais e crianças em relação aos hábitos
alimentares corretos e a redução do sedentarismo, bem como uma gestação
saudável e incentivo ao aleitamento materno (RADOMINSKI, 2011). Fisberg (2006)
e Radominski (2011) citam que os principais riscos para a saúde da criança obesa
são: a elevação dos triglicerídeos e do colesterol, alterações pressóricas,
dermatológicas e respiratórias, consequências psicossociais e também alterações
ortopédicas.
A obesidade influencia no alinhamento corporal, sendo de extrema
importância identificar padrões posturais para uma intervenção precoce de
tratamento, prevenindo alterações musculoesqueléticas mais significativas que o
excesso de peso possa causar ou até agravar no decorrer da vida adulta (KUSSUKI;
JOÃO; CUNHA, 2007).
Os autores Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007) e Tribastone (2001),
citam que indivíduos obesos apresentam desvantagens mecânicas pelo excesso de
massa corporal e procuram compensar através de mudanças na postura,
acentuando a curvatura lombar (Figura 11), que provoca a anteversão da pelve
(Figura 12), além de joelhos valgos (Figura 13), pés pronados (Figura 14) e pés
planos (Figura 15).
O tratamento da obesidade, de acordo com Fisberg (2006), deve incluir três
itens importantes:
- Uma dieta balanceada
- Exercícios físicos controlados
- Apoio emocional individual e familiar
29
Figura 11: Acentuação da curvatura lombar.
Fonte: http://kilorias.band.uol.com.br/tag/controle/
Figura 12: Anteversão da pelve.
Fonte: http://bretcontreras.com/why-do-i-anterior-pelvic-tilt/
30
Figura 13: Joelhos valgos.
Fonte: http://www.bhaz.com.br/voce-sente-dores-nos-joelhos-muito-cuidado-e-pouco-nessa-hora/
Figura 14: Pé pronado.
Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2013/02/recomendacoes-atuais-para-tratar-ope.html
Figura 15: Pé plano.
Fonte: http://medidaseavaliacaopostural.blogspot.com.br/
31
2.3.1. Métodos de avaliação da composição corporal
Segundo Souza et al. (2007) a avaliação da composição corporal permite definir a
porcentagem de tecido adiposo delimitando assim o diagnóstico da obesidade.
Vários métodos e equipamentos podem ser utilizados como o ultrassom, a
tomografia computadorizada, a ressonância magnética, o infravermelho, a
densitometria e a bioimpedância elétrica (BIA). Métodos antropométricos como o
índice de massa corporal (IMC) são muito utilizados.
2.3.2. Bioimpedância Elétrica - BIA
A BIA tem considerável potencial quando usada na estimativa da gordura corporal
(LOBO et al., 1996). O aparelho usado nesse método mede a resistência que o
corpo oferece à passagem da corrente elétrica alternada de 500 a 800 µA e 50 KHz.
Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica por conter grande
quantidade de água e eletrólitos e os tecidos gorduroso e ósseo são pobres
condutores elétricos, apresentando maior resistência (HEYWARD; STOLARCZYK,
2000; SANT’ANNA et al., 2009; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).
A eficácia do método da BIA é similar à predição do método de dobras
cutâneas, podendo ser preferida por alguns por não exigir alto grau de habilidade
técnica (HEYWARD; WAGNER, 2004). Além disso, é um método portátil, rápido,
seguro, confortável, não invasivo, totalmente aplicável em estudos de campo e
estima a composição corporal das pessoas (BAUMGARTNER et al., 1988; GRAY et
al., 1989).
A impedância (Z) ou resistência ao fluxo da corrente é medida diretamente
pelo analisador de impedância bioelétrica. A medida pode ser feita porque Z varia
conforme o tipo de tecido, por exemplo, a massa livre de gordura é um bom condutor
da corrente elétrica em virtude de sua alta concentração de água e eletrólitos e a
massa gorda é um mal condutor porque tem pouca água. Assim, um indivíduo com
grande quantidade de massa livre de gordura terá menor resistência a corrente
elétrica, ou seja, menor valor de Z, então é possível afirmar que Z é diretamente
proporcional ao percentual de gordura corporal (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).
Através de um sistema tetrapolar o aparelho identifica os níveis de resistência
do organismo à corrente elétrica, avaliando a quantidade total de água no corpo e
32
predizendo, desta forma, a massa livre de gordura e a quantidade de gordura
corporal do indivíduo (COSTA, 2001).
Rodrigues et al. (2001), citam que a bioimpedância descreve a capacidade do
organismo em resistir à passagem da corrente elétrica. O aparelho mede a
passagem dos sinais elétricos quando esses passam pelos tecidos magros, gordura
e água. Fundamenta-se na teoria de que o fluxo elétrico é facilitado pelo tecido
hidratado e ausente de gordura por apresentar uma menor resistência elétrica
comparada ao tecido adiposo. Sendo assim, a massa magra (músculo) conduz a
eletricidade facilmente enquanto a massa gorda oferece uma maior resistência, por
apresentar um baixo nível de hidratação.
Para Charro et al. (2010) os aparelhos tetrapolares são considerados os
melhores porque conseguem avaliar a passagem da corrente elétrica no corpo
inteiro. Aparelhos bipolares são mais suscetíveis a erros, pois avaliam a passagem
da corrente elétrica em apenas um dos segmentos do corpo.
Davies et al. (1988) demonstraram que a BIA é uma técnica válida e fidedigna
para a estimativa da água corporal total em crianças com problemas cardíacos
demonstrando que a utilização desta técnica não se resume à avaliação da gordura
corporal relativa apresentando também aplicações clínicas importantes no que diz
respeito à monitoração da quantidade de água corporal.
A validade e a precisão do método de BIA são influenciados por vários
fatores, como tipo de instrumento, nível de hidratação, colocação de eletrodos,
alimentação, prática de exercícios anteriores ao teste, ciclo menstrual, temperatura
ambiente e equação de predição utilizada (TIRAPEGUI, 2001; VAN LOAN et al.,
1987).
Lukaski et al. (1986) salientam que o avaliado deve obedecer a uma série de
procedimentos prévios ao teste, sem os quais poderá comprometer os resultados,
entre eles:
a) manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste;
b) não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste;
c) urinar pelo menos 30 minutos antes do teste;
d) não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste;
e) não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste.
33
2.3.3. Índice de Massa Corporal - IMC
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995), o IMC é comumente
usado para classificar indivíduos como obesos, com sobrepeso e com baixo peso,
para identificar riscos para obesidade, doenças relacionadas e monitorar mudanças
na gordura corporal em populações clínicas.
Para o cálculo do IMC, os autores Guedes e Guedes (2006) citam que deve
ser adotado o valor médio de duas medidas (peso corporal e estatura), definido
como a relação entre o peso em quilogramas e a estatura em metros elevada ao
quadrado (kg/m²).
A World Health Organization – WHO (1998) classifica um indivíduo obeso
com um IMC igual ou maior que 30 kg/m2, sobrepeso entre 25 e 29,9 kg/m2; e baixo
peso menor que 18,5 kg/m2. A grande vantagem do IMC é a aplicabilidade em
estudos populacionais, porém a desvantagem está no fato de não levar em conta a
proporção da composição do organismo para os diferentes componentes que
existem (ANJOS, 1992; CHARRO et al., 2010).
O IMC é a medida mais utilizada em estudos epidemiológicos para
classificação do estado nutricional, embora não indique a composição corporal
(massa gorda e massa livre de gordura), a facilidade de sua mensuração parece ser
motivo suficiente para sua utilização como indicador do estado nutricional em
estudos epidemiológicos em associação (ou não) a outras medidas antropométricas.
(ANJOS, 1992; QUADROS et al., 2010; VASCONCELLOS; PORTELA, 2001).
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Amostra
O presente estudo contou com a participação de 88 crianças na faixa etária de 6 a
10 anos, sendo 45 do sexo feminino e 43 do masculino que estudam no Liceu
Camilo Castelo Branco, escola da rede privada de ensino, localizada em Itaquera,
zona leste de São Paulo.
Os participantes foram divididos em três grupos: eutróficos, com sobrepeso e
obesos, classificados a partir dos resultados do cálculo da BIA e distribuídos da
seguinte forma:
- Eutróficos: 20 meninas e 7 meninos = 27
- Com sobrepeso: 8 meninas e 13 meninos = 21
- Obesos: 17 meninas e 23 meninos = 40
3.2. Critérios de inclusão
Participaram da pesquisa somente as crianças que:
- O pai/mãe ou responsável devolveu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
-TCLE (Apêndice A) assinado.
- Não apresentavam necessidades especiais, por exemplo: cadeirantes, com
distrofia muscular, com dificuldades de manter a posição ortostática, com doenças
neurológicas, neuromusculares, traumáticas ou reumáticas devido a dificuldade de
manutenção e mudança de posição durante a coleta de dados e pela
incompreensão das orientações do avaliador.
- Os pais ou responsável devolveram a ficha de anamnese preenchida.
- Estavam presentes na escola nos dois dias da coleta de dados.
- A idade era de 6 a 10 anos até a data da coleta de dados.
3.3. Critérios de exclusão
Foram excluídas do estudo crianças que:
35
- O pai/mãe ou responsável não assinou o TCLE autorizando a participação na
pesquisa.
- Apresentavam necessidades especiais, como citado anteriormente.
- A ficha de anamnese estava incompleta.
- Faltaram em um dos dias da coleta de dados.
- A idade era inferior a 6 anos ou superior a 10 anos até a data da coleta de dados.
3.4. Procedimentos Éticos
Inicialmente foi solicitada a diretora da escola uma autorização para realizar a
pesquisa com os alunos antes de enviar o projeto ao Comitê de Ética e Pesquisa
(CEP) da UNICASTELO, conforme Anexo A.
Após aprovação do projeto pelo CEP da Unicastelo através da Plataforma
Brasil (parecer nº 107.148 – Anexo B), os pais ou responsável pela criança
receberam um informativo sobre a pesquisa explicando detalhadamente como as
medidas e a avaliação postural seriam realizadas, enfatizando a importância do
estudo para a população em questão (Anexo C). Foi enviado também o TCLE
submetido ao CEP da Unicastelo através da Plataforma Brasil e a ficha de
anamnese com questões sobre a saúde da criança (Apêndice B).
3.5. Protocolo de pesquisa
As crianças foram avaliadas pela pesquisadora, com o auxílio de monitores
voluntários treinados, nos horários das aulas de Educação Física.
A coleta de dados foi realizada na sala de Ginástica da Faculdade de
Educação Física da UNICASTELO, unidade São Paulo, com a devida autorização
do coordenador do curso (Anexo D). A mesma foi realizada em duas etapas, no
primeiro dia foi medida a estatura e a BIA, no segundo dia a postura foi avaliada. Os
dados da BIA foram registrados num computador portátil conectado ao aparelho
sendo transmitidos automaticamente no momento da medida, já para a avaliação
postural foi utilizada uma ficha individual elaborada pela pesquisadora (Apêndice C).
36
3.6. Instrumentos de Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada através da:
− Análise da Composição Corporal
− Avaliação Postural
3.6.1. Análise da Composição Corporal
Para análise da composição corporal foi utilizada a Bioimpedância Elétrica (BIA) que
solicita a estatura total para realizar os cálculos.
Na medida da estatura foi utilizado um Estadiômetro de madeira com fita
metálica fixada com precisão de 1 mm e capacidade para medir até 200 cm, sendo
realizada apenas uma medida (GUEDES; GUEDES, 2006).
A criança trajada com “shorts”, camiseta e descalça subiu no aparelho e foi
instruída para permanecer na posição ortostática com os pés unidos, encostando no
aparelho nos seguintes pontos: calcanhares, cintura pélvica, cintura escapular e
região occipital. A medida foi realizada com a criança em apneia inspiratória,
colocando-se um cursor em ângulo de 90º em relação à escala do aparelho, tocando
o ponto mais alto da cabeça. Foi observado se a criança estava elevando os
calcanhares ou encolhendo o corpo, pois estas ações modificam a medida que
corresponde a distância entre a região plantar e a parte superior da cabeça
(CHARRO et al., 2010).
O aparelho utilizado na presente pesquisa para avaliar a composição corporal
foi o analisador de composição corporal modelo InBodyR20® (Figura 16), portátil de
bioimpedância elétrica vertical, sistema tetrapolar com oito eletrodos táteis,
capacidade para 250 Kg e precisão de 100 g da empresa Ottoboni Comércio e
Importação Ltda., inscrita no CNPJ 8.00518-7, do fabricante e distribuidor:
BIOSPACE Com. Ltda. - Coreia do Sul. Analisador este com registro na ANVISA,
resolução nº 1.894, de 29 de junho de 2007, publicado conforme data o Diário Oficial
da União de 02 de julho de 2007. Ressalta-se que o aparelho é validado segundo
Thomas et al. (2001). As especificações do aparelho podem ser observadas no
Anexo E.
37
®
Figura 16: Aparelho de Bioimpedância InBodyR20 .
Fonte: www.ottoboni.com.br/portal
Para classificação do percentual de gordura também foram utilizados os
valores propostos por Lohman (1987), conforme a Tabela 1.
Tabela 1: Classificação do índice de adiposidade de acordo com a gordura corporal relativa (%).
Classificação
Meninos
Meninas
Baixo
< 10,0
< 15,0
Ótimo
≥ 10,0 e ≤ 20,0
≥ 15,0 e ≤ 25,0
Moderadamente alto
> 20,0 e < 25,0
> 25,0 e < 30,0
≥ 25,0
≥ 30,0
Alto
O aparelho apresenta boa aceitação para avaliar a composição corporal em
crianças devido à rapidez dos resultados, por ser um método simples, não invasivo e
altamente aceito pela comunidade científica (KAMIMURA et al., 2003; SANT’ANNA
et al., 2009; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).
Sant’Anna, Priore e Franceschini (2009), recomendam tomar alguns cuidados
antes da avaliação da BIA:
−
Retirar brincos, anéis, relógios e objetos metálicos no momento da realização do
teste;
−
Não comer ou beber quatro horas antes do teste;
38
−
Não fazer exercícios 12 horas antes do teste;
−
Urinar 30 minutos antes do teste;
−
Não ter feito uso de medicamentos diuréticos nos últimos sete dias.
Logo após a medida da estatura e com a criança ainda descalça foi realizada
a avaliação da composição corporal no aparelho InBodyR20®.
Os dados da criança (número de identificação, estatura, idade e sexo) foram
digitados no computador e registrados no aparelho, em seguida foi explicado como
ela deveria posicionar os pés e segurar a alça, como mostra a Figura 17, salientando
que ela deveria olhar para frente e não se mexer durante a leitura dos dados, que
dura somente 35 segundos.
Figura 17: Posição da criança no aparelho de BIA.
Fonte: www.ottoboni.com.br/portal
O aparelho sinaliza o término da leitura, indicando que a criança pode descer
e que os dados foram registrados no aparelho e no computador.
Além dos dados da composição corporal, o InBodyR20® também calcula o
IMC.
39
3.6.2. Avaliação postural
Foi elaborada uma ficha individual de dados (Apêndice C) para a avaliação postural,
com base nos estudos dos autores Daniels e Worthingham (1983), Kendall,
McCreary e Provance (1995).
Através da análise dos métodos de avaliação postural optou-se pelo “Teste do
Fio de Prumo” que possibilita observação da estrutura corporal da criança em quatro
situações: plano sagital direito e esquerdo, plano frontal anterior e posterior,
fornecendo assim parâmetros práticos e importantes. A avaliação da postura foi
realizada de forma qualitativa, sendo a mais tradicional e barata (JEFERRY, 2001),
com base nos pontos referenciais citados por Kendall, McCreary e Provance (1995)
e Matos (2010). Associado ao “Teste do Fio de Prumo” foi utilizado um aparelho
denominado Simetrógrafo, que foi posicionado em frente a uma parede branca numa
distância de 2 m e a avaliadora ficou a 3 m do Simetrógrafo.
Para facilitar a visualização dos pontos referenciais no corpo da criança, as
meninas estavam vestidas de “shorts” e com roupa de banho (biquíni ou maiô) e os
meninos somente de “shorts”, sendo que todos estavam descalços.
A análise da estrutura corporal da criança no plano sagital e plano frontal foi
realizada utilizando a posição descrita por Matos (2010):
- A criança permaneceu na posição em pé atrás do Simetrógrafo, com os pés
paralelos e com os maléolos internos unidos o mais próximo possível, com os
joelhos naturalmente posicionados de acordo com as possibilidades da criança,
procurando um alinhamento dos calcanhares e dos dedos dos pés, igualmente
apoiados no solo, assim como o peso do corpo distribuído nos membros inferiores.
Os membros superiores ao longo do corpo, o olhar dirigido para frente, evitando a
rigidez.
Para facilitar o entendimento foi demonstrada para cada criança a seguinte
sequência de posições da avaliação postural: primeiro o plano sagital lado direito,
em seguida o plano frontal anterior, depois o plano sagital lado esquerdo e
finalmente o plano frontal posterior.
Os pés foram utilizados como pontos de referência de base por ser a única
parte estacionária ou fixa da posição ortostática. No plano sagital o ponto referencial
para a análise foi imediatamente anterior ao maléolo fibular e no plano frontal o
ponto equidistante entre os maléolos tibiais (MATOS, 2010). Por isso a análise foi
40
realizada iniciando de baixo para cima nos dois planos, pois os pés e tornozelos são
bases confiáveis para que a parte superior do corpo possa se relacionar com o plano
do solo.
A linha vertical centralizada do aparelho torna possível a análise dos pontos
referenciais do “Teste do Fio de Prumo” e as linhas horizontais permitem uma
análise da simetria corporal da criança (Figura 18).
Figura 18: Linha vertical centralizada do aparelho Simetrógrafo.
Fonte: http://www.hbfisioeesthetic.com.br/site/produtos/avaliacao-medicao/simetrogafo/
No plano sagital foi observada a curvatura do arco plantar longitudinal, a
presença de joelho hiperestendido ou semiflexionado, o posicionamento do quadril e
pelve, as curvaturas fisiológicas, o posicionamento dos ombros, membros superiores
e da cabeça (MAGEE, 2005; MATOS, 2010).
No plano frontal foi observada a presença de tornozelo valgo ou varo, de
joelho varo ou valgo, a existência de assimetrias de todos os segmentos corporais
de cada hemicorpo e possíveis inclinações ou rotações do quadril, do tronco e da
cabeça (MAGEE, 2005; MATOS, 2010).
41
A posição final do “Teste do Fio de Prumo” (plano frontal posterior) foi
aproveitada para realizar o “Teste de Adam”. A criança em pé e de costas para o
avaliador eleva os membros superiores ao prolongamento do corpo unindo as
palmas das mãos, em seguida flexiona a articulação do quadril, da coluna e do
pescoço mantendo as mãos soltas, os membros superiores pendentes e os joelhos
estendidos (Figura 19). O ângulo de flexão do quadril é de aproximadamente 90º
para observar a presença ou não de gibosidade no gradil costal na região torácica
sinalizando a presença de desvio lateral da coluna caracterizando uma escoliose
(KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995; MATOS, 2010).
Figura 19: Teste de Adam plano sagital.
Fonte: http://www.ortopediainfantil.com.br/patologias/coluna/escoliose.php
3.7. Análise dos dados
Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva, onde foi descrita
a média, desvio padrão, frequência simples e relativa.
Foi utilizada a análise de variância (ANOVA) para comparar os escores
obtidos nos desvios posturais em relação à classificação do percentual de gordura
corporal (%GC) obtido pela BIA.
42
Quando apropriado utilizou-se o teste de post-hoc de Tukey para identificar as
possíveis diferenças. O nível de significância utilizado foi de p<0,05. Para análise
dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0®.
43
4. RESULTADOS
Neste estudo a média de idade das meninas foi de 8,3 anos e dos meninos 8,2
anos. Em relação à estatura as meninas apresentaram média de 131,6 (±8,6) cm e
os meninos 131,4 (±8,7) cm. Quanto ao peso corporal a média das meninas foi 32,4
(±9,4) kg e dos meninos 33,2 (±10,9) kg. O percentual de gordura calculado através
da BIA foi de 28,8 (±9,3) kg/m2 para as meninas e 25,1 (±10,8) kg/m2 para os
meninos, conforme a Tabela 2.
Tabela 2: Descrição dos dados gerais para o sexo feminino e masculino.
Grupo
Idade
(anos)
Estatura
(cm)
Peso
(kg)
BIA
(kg/m2)
Feminino (n=45)
8,3
131,6 ± 8,6
32,4 ± 9,4
28,8 ± 9,3
Masculino (n=43)
8,2
131,4 ± 8,7
33,2 ± 10,9
25,1 ± 10,8
Na Tabela 3 estão os dados da BIA e do IMC, sendo apenas utilizada a BIA
nas análises estatísticas, onde 44,4% das meninas e 16,3% dos meninos foram
classificados como eutróficos, 17,8% das meninas e 30,2% dos meninos com
sobrepeso e 37,8% das meninas e 53,5% dos meninos obesos. Em relação ao IMC
os resultados foram 2,2% com baixo peso nas meninas, 62,2% das meninas e
53,5% dos meninos são eutróficos, 6,7% das meninas e 11,6% dos meninos com
sobrepeso e 28,9% das meninas e 34,9% dos meninos são obesos.
Para facilitar a visualização dos resultados foram elaboradas figuras, onde a
Figura 20 apresenta a classificação da BIA para as meninas, na Figura 21 a BIA
para os meninos, a Figura 22 o IMC para as meninas e na Figura 23 o IMC para os
meninos.
44
Tabela 3: Dados da BIA e do IMC do sexo feminino e masculino.
Classificação
Método
Baixo peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obeso
fem
mas
fem
mas
fem
Mas
fem
mas
BIA: frequência
-
-
20
7
8
13
17
23
BIA: porcentagem
-
-
44,4%
16,3%
17,8%
30,2%
37,8%
53,5%
IMC: frequência
1
-
28
23
3
5
13
15
2,2%
-
62,2%
53,5%
6,7%
11,6%
28,9%
34,9%
IMC: porcentagem
.
Figura 20: Dados da BIA para o sexo feminino.
Figura 21: Dados da BIA para o sexo masculino.
45
Figura 22: Dados do IMC para o sexo feminino.
Figura 23: Dados do IMC para o sexo masculino.
Uma das análises realizadas em relação à postura das crianças foi a soma
das alterações posturais, sendo que as meninas eutróficas apresentaram em média
7,9 (±2,8) alterações, aquelas com sobrepeso a média foi de 7,9 (±2,8) e nas obesas
foi 9,7 (±2,8) (Tabela 4).
46
Tabela 4: Descrição da frequência das alterações posturais no sexo feminino.
Classificação
Mínima
Máxima
Média ± dp
Eutróficas (n=20)
3
12
7,9±2,8
Sobrepeso (n=8)
4
10
7,2±1,7
Obesas (n=17)
7
15
9,7±2,8
A Tabela 5 descreve a média da soma das alterações posturais para os
meninos, sendo que os meninos eutróficos apresentaram em média 7,5 (±2,1),
aqueles com sobrepeso foi de 7,9 (±2,0) e nos obesos foi 7,9 (±1,9).
Tabela 5: Descrição da frequência das alterações posturais no sexo masculino.
Classificação
Mínima
Máxima
Média ± dp
Eutróficos (n=7)
5
11
7,5±2,1
Sobrepeso (n=13)
4
11
7,9±2,0
Obesidade (n=23)
5
13
7,9±1,9
Em relação ao número de alterações posturais, as meninas apresentaram
média de 8,4 (±2,8) alterações e os meninos 7,8 (±1,9) (dados não apresentados).
Cabe salientar que não houve diferença significativa (p≥0,05) entre os grupos de
classificação da BIA quando as alterações posturais foram somadas, sendo que nas
meninas o valor de p=0,0576 e nos meninos p=0,9054, assim independente da
classificação das crianças em relação à obesidade o número de alterações posturais
apresentadas não é diferente.
Foram analisadas as alterações posturais de maior ocorrência em cada uma
das regiões corporais avaliadas (cabeça, ombros, braços, tronco, escápulas,
curvaturas da coluna, pelve, joelhos e pés), sendo mais frequente:
- A protração da cabeça com valores de 53,3% para as meninas e 23,3% para os
meninos;
- A elevação do ombro direito 66,7% para as meninas e 65,1% para os meninos;
- A abdução dos braços 4,4% para as meninas e 7% para os meninos;
47
- A rotação do tronco para o lado esquerdo 11,1% para as meninas e 11,6% para os
meninos;
- A elevação da escápula direita 62,2% para as meninas e 60,5% para os meninos;
- A curvatura lombar acentuada 60% para as meninas e 67,4% para os meninos;
- A anteversão da pelve 55,6% para as meninas e 58,1% para os meninos;
- Os joelhos valgos 51,1% para as meninas e 51,2% para os meninos;
- O arco plantar diminuído 95,6% para as meninas e 95,3% para os meninos.
De acordo com os resultados obtidos não houve prevalência de alterações em
nenhum dos dois grupos, conforme Figura 24. Até mesmo na protração da cabeça,
onde percentualmente as meninas apresentaram valores bem mais elevados que os
meninos, a análise da ANOVA mostrou não ser significativa, pois as meninas
apresentaram p= 0,6411 e os meninos p= 0,5591 (dados não apresentados).
Alterações Posturais
Feminino
100,0%
Masculino
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Figura 24: Alterações posturais de maior ocorrência em cada região corporal para o sexo feminino e
masculino.
48
A Figura 25 representa os dados dos grupos de classificação da obesidade
em relação ao aumento da curvatura lombar, sendo que as meninas obesas
apresentaram porcentagem maior (82,4%) em relação aos outros grupos (eutróficas
35% e sobrepeso 75%).
Figura 25: Dados dos grupos em relação ao aumento da curvatura lombar.
É possível observar na Figura 26 os resultados obtidos em relação à
anteversão da pelve, onde as meninas obesas (76,5%) e com sobrepeso (75%)
apresentaram porcentagens maiores em relação às eutróficas (30%).
Figura 26: Dados dos grupos em relação à anteversão da pelve.
49
Na Figura 27 estão representados os dados de cada grupo em relação ao
joelho valgo, neste caso as meninas obesas apresentaram um percentual maior
(88,2%) quando comparadas aos outros grupos (eutróficas 25% e sobrepeso
37,5%).
Figura 27: Dados dos grupos em relação ao joelho valgo.
Os Apêndices D, E e F apresentam todos os resultados percentuais das
regiões avaliadas, por sexo (Apêndice D), por classificação da obesidade e sexo
(Apêndice E) e alterações posturais mais frequentes quanto à classificação da BIA e
sexo (Apêndice F).
Os valores do desvio padrão de cada grupo estão apresentados na Tabela 6
e podem ser observados nas Figuras 25, 26 e 27.
Tabela 6: Valores do desvio padrão de cada grupo.
Alteração
postural
Eutrófico
Sobrepeso
Obeso
fem
mas
fem
mas
fem
Mas
Aumento da curvatura lombar
0,490
0,540
0,460
0,480
0,390
0,470
Anteversão da pelve
0,470
0,535
0,463
0,519
0,437
0,499
Joelho valgo
0,444
0,488
0,518
0,519
0,332
0,511
Foram analisadas também as alterações posturais relacionadas com a
obesidade entre os grupos de classificação da BIA, apresentando diferença
50
significativa nas seguintes comparações: meninas eutróficas com obesas na
alteração postural aumento da curvatura lombar o valor de p= 0,0075; meninas
eutróficas com obesas na anteversão da pelve o valor de p= 0,0099 e na alteração
postural joelho valgo comparando meninas obesas com eutróficas o valor de p=
0,0001 e meninas com sobrepeso com obesas, sendo p= 0,0195. Os valores de p
estão descritos na Tabela 7.
Tabela 7: Descrição da análise da ANOVA nas alterações posturais com diferença significativa.
CLASSIFICAÇÃO
ALTERAÇÃO
p
Eutrófica vs obesa
Curvatura lombar aumentada
0,0075
Eutrófica vs obesa
Anteversão da pelve
0,0099
Eutrófica vs obesa
Joelho valgo
0,0001
Sobrepeso vs obesa
Joelho valgo
0,0195
Quando somadas as cinco alterações relacionadas à obesidade (aumento da
curvatura lombar, anteversão da pelve, joelho valgo, tornozelo valgo e arco plantar
diminuído) foi encontrada diferença significativa entre meninas do grupo eutrófico em
relação às meninas obesas (p=0,0007).
A Tabela 8 mostra a distribuição da frequência e porcentagem de crianças
que apresentam as três alterações posturais relacionadas com a obesidade e que
tiveram diferença significativa (aumento da curvatura lombar, anteversão da pelve e
joelho valgo), sendo que das 17 meninas obesas 11 (64,7%) apresentaram
combinação das três alterações posturais citadas.
Tabela 8: Frequência e porcentagem das crianças que apresentam as três alterações
relacionadas à obesidade.
CLASSIFICAÇÃO
FEMININO
MASCULINO
N
%
N
%
Eutrófico (n=20)
3
15,0%
3
42,9%
Sobrepeso (n=8)
2
25,0%
5
38,5%
Obeso (n=17)
11
64,7%
6
26,1%
51
5. DISCUSSÃO
O presente estudo verificou que das 88 crianças avaliadas 27 (30,68%) foram
classificadas como eutróficas, 21 (23,86%) como sobrepeso e 40 (45,45%) como
obesas, sendo que o sexo masculino teve maior prevalência de crianças com
sobrepeso (30,2%) e obesas (53,5%) do que o feminino (com sobrepeso 17,8% e
obesas 37,8%). Arruda e Simões (2006) e Bachiega (2006) obtiveram resultados
semelhantes em seus estudos, evidenciando o que cita a literatura que considera a
obesidade infantil um problema de saúde pública, relacionando a doenças e
disfunções do aparelho locomotor de forma estrutural e funcional (CAMPOS; SILVA;
ANHESIM, 2004; CHAN; CHEN, 2009).
As meninas e meninos obesos apresentaram uma quantidade maior de
alterações posturais em relação aos outros grupos de classificação quando as
alterações posturais foram somadas. Os resultados dos estudos de Silva et al.
(2011) apontam para a relação do excesso de peso corporal com alterações da
postura e afirmam que isso compromete a qualidade de vida das crianças, indo de
encontro a pesquisa de Calvete (2004) que evidencia as desvantagens mecânicas e
mudanças na postura devido a necessidade de adaptação ao novo esquema
corporal.
Wearing et al. (2006) salientam que o tecido ósseo vai se remodelando de
acordo com a sobrecarga exercida sobre ele e na infância os ossos possuem mais
colágeno sendo mais flexíveis e tolerantes à deformação plástica, porém são menos
resistentes à compressão, o que torna o osso em crescimento mais susceptível às
deformações.
Estudos comparando crianças obesas com eutróficas elencam algumas
alterações posturais como sendo as mais prevalentes nos obesos. As meninas
obesas do presente estudo, quando comparadas as eutróficas, apresentaram
diferença significativa em relação a curvatura lombar aumentada e também na
anteversão da pelve, indo de encontro aos resultados dos autores Arruda e Simões
(2006), Camargo e Pereira (2012), Campos, Silva e Anhesim (2004), Reeve e Dilley
(2009), Reilly et al. (2003), Taylor et al. (2006), em que a hiperlordose lombar foi a
alteração postural mais frequente devido ao abdome protuso que desloca
52
anteriormente o centro de gravidade associado ao desequilíbrio de força dos
músculos abdominais e extensores da coluna vertebral (HOLSCHEN, 2004; KIM et
al., 2006). Além disso, segundo O’Sullivan (2000) e Rodacki et al. (2005), os obesos
realizam ajustes posturais para evitar o desconforto decorrente da fadiga muscular,
sendo o aumento da curvatura lombar uma delas.
Os joelhos também são afetados pelo excesso de peso, onde as meninas
obesas do presente estudo apresentaram a alteração postural joelho valgo com
diferença significativa em relação às meninas eutróficas e também com sobrepeso.
Nos estudos de Aleixo et al. (2012), Calvete (2004), Cicca, João e Sacco (2007),
Dâmaso, Teixeira e Curi (2004), Martinelli et al. (2011), Matsudo (2009), Pinto et al.
(2006), Souza et al. (2013), os resultados foram semelhantes, sendo que isto ocorre
como consequência da anteversão da pelve que causa uma rotação interna do
quadril e que, associado ao acúmulo de gordura na região das coxas, causa um
afastamento da região dos maléolos internos (BRUSCHINI; NERY, 1995); além
disso, obesos podem sentir dores articulares devido à sobrecarga, ao mau
alinhamento articular e o deslocamento lateral da patela (WEARING et al., 2006).
As alterações posturais na infância podem permanecer na vida adulta,
resultando em um aumento no número de pessoas com membros inferiores
desalinhados. (CICCA; JOÃO; SACCO, 2007)
Os pés também são acometidos por alterações posturais devido a sobrecarga
imposta pela obesidade. No presente estudo todas as crianças com sobrepeso e a
maioria dos obesos apresentaram pé plano, porém as crianças eutróficas também
apresentaram esta alteração postural. Dowling, Steele e Baur (2001) referiram não
haver diferença significativa na espessura do coxim gorduroso entre grupo de
crianças obesas e não obesas. Porém a maioria dos estudos relata maior ocorrência
de pés planos nos obesos (CICCA; JOÃO; SACCO, 2007; FILIPPIN et al., 2007;
PFEIFFER et al., 2006; SOUZA; JOÃO; SACCO, 2007) devido a um coxim
gorduroso na região do arco plantar longitudinal que permanece em pés de crianças
obesas como uma adaptação de proteção para amenizar as cargas impostas pelo
excesso de massa corporal (RIDDIFORD-HARLAND; STEELE; STORLIEN, 2000)
além de promover um distribuição das pressões por uma área maior na superfície
dos pés, afirmam Mickle, Steele e Munro (2006).
53
Biomecanicamente o pé plano não é eficiente, pois pode aumentar a tensão
da fáscia plantar causando fadiga e dores durante as atividades motoras diárias
(CALVETE, 2004; CAMPOS; SILVA; ANHESIM, 2004; WEARING et al., 2006).
Alterações que inicialmente são flexíveis surgem de forma compensatória
para melhorar a estabilidade, sendo consideradas patológicas quando se tornam
fixas devido às adaptações musculares (PINTO et al., 2006). Segundo os achados
de Sibella et al. (2003) e Deforche et al. (2009) os obesos também apresentam
diminuição na capacidade de realizar atividades de equilíbrio estático e dinâmico,
quando
comparados
aos
eutróficos
aumentando
o
gasto
energético
e
desfavorecendo a realização de atividades físicas habituais como a marcha
diminuindo a fase de balanço e aumentando o duplo apoio para ajudar a manter o
equilíbrio postural. (McGRAW et al., 2000; NANTEL, BROCHU e PRINCE, 2006)
De acordo com Bankoff et al. (2003), o indivíduo obeso para manter o
equilíbrio necessita de compensações para desempenhar as atividades do dia a dia,
sendo comum apresentarem uma combinação de alterações posturais. No presente
estudo 64,7% das meninas obesas apresentaram as três alterações posturais
relacionadas à obesidade (aumento da curvatura lombar, anteversão da pelve e
joelho valgo) e que tiveram diferença significativa em relação aos outros grupos, em
concordância com os estudos de Jesus (2012).
A obesidade e o sobrepeso têm impacto negativo também na realização de
habilidades motoras, afirmam D’Hondt et al. (2008), pois eles apresentam
dificuldades em realizar atividades físicas que envolvam coordenação motora e
estabilidade corporal ao mesmo tempo, na organização temporal e esquema
corporal; consequentemente diminuem a prática de atividades físicas aumentando o
sedentarismo e seus efeitos negativos, inclusive no desenvolvimento motor normal,
pois a motricidade desenvolve como resultado da interação de fatores intrínsecos e
extrínsecos. A dor e/ou desconforto musculoesquelético também pode ser a causa
da inatividade de crianças obesas, de acordo com Taylor et al. (2006)
Deve-se levar em consideração que a postura é um equilíbrio neuromotor,
resultante de reflexos sensitivos, integrados ao sistema nervoso, sendo influenciada
pela cultura, hereditariedade, personalidade, sentimentos e emoções. É comum os
obesos serem depressivos e mais introvertidos, refletindo diretamente na postura
corporal (KOCK; RIES, 2004).
54
Além dos fatores citados, Kock e Ries (2004), Rego e Scartoni (2008)
salientam que as alterações posturais podem ser geradas devido a inadequada
utilização dos mobiliários escolares, mochilas pesadas e também atitudes posturais
do cotidiano que podem gerar deformações articulares e alterações dos eixos de
força, produzindo tensões elevadas nas estruturas ligamentares e articulares pela
mecânica anormal do movimento. Martinelli et al. (2011), em concordância com os
autores, afirmam que é essencial um programa de avaliação da postura nas escolas
e palestras informativas para as crianças e seus responsáveis, a fim de evitar
maiores problemas futuros.
Assim, a sobrecarga imposta nas estruturas corporais tem efeitos imediatos
sobre as crianças e graves repercussões na idade adulta. Os pais e, sobretudo os
profissionais que trabalham com as crianças, em especial os professores de
Educação Física, devem estar atentos às características peculiares desta população
no planejamento e desenvolvimento das atividades práticas que possam prevenir e
reverter este quadro. Desta maneira, a realização de um trabalho interdisciplinar
para o controle epidêmico desta doença contemporânea, a obesidade, parece ser a
melhor saída para minimizar os efeitos negativos na postura corporal das crianças e
adolescentes.
55
6. CONCLUSÕES
Diante do exposto pode-se concluir que existe relação entre a obesidade e
alterações posturais em crianças de 6 a 10 anos de idade.
O número de crianças classificadas como obesas e com sobrepeso foi
elevado quando comparadas às eutróficas
A porcentagem de obesos e com sobrepeso foi maior no sexo masculino,
porém, isso não caracterizou uma quantidade maior de alterações posturais não
apresentando diferença significativa entre os sexos.
Ao analisar e comparar os grupos de classificação da obesidade e o sexo foi
encontrado diferença significativa nas meninas obesas em alterações que são
características em indivíduos obesos e com sobrepeso, confirmando um padrão
postural conforme a literatura prévia.
56
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Bioelectrical Impedance by Whole Body MRI, Lab. Report, 2001.
TIRAPEGUI, L.R. Comparação dos métodos de bioimpedância e equação de
Faulkner para avaliação da composição corporal em desportistas. Revista Brasileira
de Ciências Farmacêuticas. Braz. J.f Pharmac. Sc. 37(2): 137-142, 2001.
TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos Aplicados à Reeducação
Motora Postural. São Paulo: Manole, 2001.
VAN LOAN, M.D.; BELKO, A.Z.; MAYCLIN, P.L. et al. Use of total-body electrical
conductivity for monitoring body composition changes during weight reduction. Am J
Clin Nutr. 46(1):5-8, 1987.
VASCONCELLOS, M.T.L.; PORTELA, M.C. Índice de Massa Corporal e sua relação
com variáveis nutricionais e socioeconômicas: um exemplo de uso de regressão
linear para um grupo de adultos brasileiros, Cad. Saúde Pública. 17(6): 1425-1436,
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XISTO, D.A.G. Alterações posturais em escolares. Rev. Unicastelo. 4(6): 47-53,
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WEARING, S.C.; HENNING, E.M.; BYRNE, N.M. et al. Musculoskeletal disorders
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: preventing and managing the
global epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva, Switzerland:
World Health Organization,1998.
62
APÊNDICE A
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
Nome do sujeito: ____________________________________________________
Sexo: Fem( ) Masc( )
Data de Nascimento: ______/______/_______
Nome do pai/mãe ou responsável: ________________________________________
Documento de identidade do responsável: _________________________________
II. REGISTRO EXPLICATIVO DA PESQUISA
Nome do projeto: “RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL I”
Objetivo Geral: Verificar a relação entre a obesidade e as alterações posturais em crianças do Ensino
Fundamental I.
Amostra: Crianças do ensino fundamental I, idade de 6 a 10 anos, sexo masculino e feminino. Neste
estudo a criança será submetida aos procedimentos a seguir:
-Avaliação postural através de observação;
-Determinação do percentual de gordura através da Bioimpedância;
-Medida da altura.
III. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
Orientadora da Pesquisa: Profª Dra. Adriana Fernandes Barrinhas Moretti
Autora da Pesquisa: Denilce Aparecida Gomes Xisto
Coordenador de Pesquisa do Curso: Prof. Dr. Marcos Tadeu Pacheco
Telefone para Contato: 99982-5019
IV. GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA
1. Acesso a qualquer tempo às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados
à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Além disso, os procedimentos realizados não
causarão nenhum tipo de constrangimento.
2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo
sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.
3. Salvaguardar da confidencialidade, sigilo e privacidade, sendo que as fotografias serão utilizadas
somente para avaliar a postura corporal.
V. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
Os procedimentos para a coleta de dados serão realizados na sala de Ginástica da Faculdade de
Educação Física da Unicastelo unidade São Paulo.
VI. CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Este formulário foi elaborado de acordo com a declaração de “Helsinque III”, capitulo 50, que trata de
proteção dos participantes parágrafos 50.20/27, o qual orienta procedimentos referentes às pesquisas
que requer experiências com humanos.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo responsável e ter entendido o que me foi
explicado, consinto que meu filho participe do presente Protocolo de Pesquisa.
São Paulo, ______ de _______________ de 2012
_______________________________
_____________________________
63
Assinatura do pai/mãe ou responsável
Denilce Aparecida Gomes Xisto
responsável pela pesquisa
Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo
Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401
Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP
64
APÊNDICE B
Modelo da ficha de anamnese.
Título da pesquisa: RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL I
FICHA DE ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO
Nome:______________________________________________________ série:_________
Data de Nascimento: ____/____/____ Sexo: Fem( )
Masc( )
ANTECEDENTES FAMILIARES
Hipertensão Arterial:
Não( )
Sim( ) / Pai( )
Mãe( )
Avós( )
Diabetes Mellitus:
Não( )
Sim( ) / Pai( )
Mãe( )
Avós( )
Obesidade:
Não( )
Sim( ) / Pai( )
Mãe( )
Avós( )
Problemas ortopédicos: Não( )
Sim( ) / Pai( )
Mãe( )
Avós( )
ANTECEDENTES PESSOAIS
Hipertensão Arterial:
Não( )
Sim( )
Desde qual idade?__________
Diabetes Mellitus:
Não( )
Sim( )
Desde qual idade?__________
Problemas neurológicos (convulsão, desmaio, enxaqueca, epilepsia): Não(
)
Sim(
)
Qual?_____________________________________________
Problemas ortopédicos? Não( ) Sim( ) Qual?__________________________________
Problemas respiratórios? Não( )
Sim( ) Qual?_________________________________
Fraturas?
Não( )
Sim( ) Quais?_________________________________________
Cirurgias?
Não( )
Sim( ) Quais?_________________________________________
Faz algum tratamento médico?
Não( )
Sim( ) Qual?_________________________
Há quanto tempo?____________
Faz uso de algum medicamento? Não(
) Sim(
)
Qual?__________________________
Há quanto tempo?_______
Faz algum tipo de dieta? Não( )
Sim( ) Qual?________________________________
Há quanto tempo?____________
Pratica alguma atividade física fora da escola? Qual?______________________________
Quantas vezes por semana?______________ Durante quanto tempo?________________
Como carrega o material escolar?______________________________________________
Já usou ou usa calçado ortopédico?____________________________________________
65
Data: ___/___ /2012
Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo
Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401
Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP
66
APÊNDICE C
Modelo da ficha individual de dados.
Título da pesquisa: RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES POSTURAIS E OBESIDADE EM CRIANÇAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL I
FICHA INDIVIDUAL DE DADOS
Nome:____________________________________________________________________ nº:_____
AVALIAÇÃO POSTURAL
PLANO SAGITAL
A-arco plantar
normal
aumentado
diminuído
B-joelho
normal
hiperesten.
semi-flex.
C-pelve
normal
anteversão
retroversão
D-pelve
normal
antepulsão
retropulsão
E-curvatura lombar
normal
aumentada
diminuída
F-curvatura torácica
normal
aumentada
diminuída
G-ombro
normal
protração
retração
H-curvatura cervical
normal
aumentada
diminuída
I-cabeça
normal
protração
retração
J-tornozelo
normal
varo
valgo
K-joelho
normal
varo
valgo
L-joelho rotação
normal
interna
externa
M-quadril inclinação
normal
direita
esquerda
N-quadril rotação
normal
direita
esquerda
O-braço abdução
normal
direito
esquerdo
ambos
P-escápula elevação
normal
direita
esquerda
ambas
Q-escápula abdução
normal
direita
esquerda
ambas
R-tronco inclinação
normal
direita
esquerda
S-tronco rotação
normal
direita
esquerda
T-ombro elevação
normal
direito
esquerdo
ambos
U-ombro depressão
normal
direito
esquerdo
ambos
V-cabeça inclinação
normal
direita
esquerda
PLANO FRONTAL
67
X-cabeça rotação
normal
direita
esquerda
Z-gibosidade
normal
direita
esquerda
68
APÊNDICE D
Planilha de resultados da avaliação postural por sexo
TOTAL= 88
ALTERAÇÕES POSTURAIS
Cabeça protração
FEM
(n=45)
53,3%
MAS
(n=43)
23,3%
Cabeça retração
4,4%
2,3%
Cabeça inclinação direita
17,8%
20,9%
Cabeça inclinação esquerda
2,2%
9,3%
Cabeça rotação direita
2,2%
7,0%
-
4,7%
Ombro protração
40,0%
41,9%
Ombro retração
8,9%
-
Ombro elevação direito
66,7%
65,1%
Ombro elevação esquerdo
24,4%
27,9%
Braço abdução direito
2,2%
-
Braço abdução esquerdo
4,4%
2,3%
Braço abdução ambos
4,4%
7,0%
Escápula elevação direita
62,2%
60,5%
Escápula elevação esquerda
26,7%
23,3%
Escápula abdução ambas
2,2%
2,3%
Tronco inclinação direito
2,2%
7,0%
Tronco inclinação esquerdo
4,4%
4,7%
Tronco rotação direito
2,2%
2,3%
Tronco rotação esquerdo
11,1%
11,6%
Gibosidade torácica direita
6,7%
9,3%
Gibosidade torácica esquerda
2,2%
-
Curvatura lombar aumentada
60,0%
67,4%
Curvatura lombar diminuída
2,2%
-
Cabeça rotação esquerda
69
Curvatura torácica aumentada
6,7%
-
Curvatura torácica diminuída
28,9%
27,9%
Curvatura cervical aumentada
8,9%
4,7%
Curvatura cervical diminuída
6,7%
-
Pelve anteversão
55,6%
58,1%
Pelve retroversão
-
2,3%
Quadril inclinação direita
28,9%
7,0%
Quadril inclinação esquerda
11,1%
7,0%
Quadril rotação direita
2,2%
2,3%
Quadril rotação esquerda
4,4%
7,0%
Pelve antepulsão
11,1%
2,3%
Pelve retropulsão
-
4,7%
Joelho hiperestendido
51,1%
32,6%
Joelho semi-flexionado
-
4,7%
Joelho varo
17,8%
23,3%
Joelho valgo
51,1%
51,2%
Joelho rotação interna
2,2%
-
-
-
Arco plantar diminuído
95,6%
95,3%
Tornozelo varo
4,4%
2,3%
Tornozelo valgo
40,0%
46,5%
Arco plantar aumentado
70
APÊNDICE E
Planilha de resultados da avaliação postural por classificação da
obesidade e sexo
ALTERAÇÕES
POSTURAIS
Cabeça protração
EUTRÓFICO SOBREPESO
OBESO
FEM MAS FEM MAS FEM MAS
(n=20) (n=7) (n=8) (n=13) (n=17) (n=23)
55,0% 14,3% 37,5% 30,8% 58,8% 21,7%
Cabeça retração
5,0% 14,3%
-
-
5,9%
-
Cabeça inclinação direita
10,0% 14,3% 50,0% 30,8% 11,8% 17,4%
Cabeça inclinação esquerda
-
14,3%
-
7,7%
5,9%
8,7%
Cabeça rotação direita
-
-
-
15,4% 5,9%
4,3%
Cabeça rotação esquerda
-
-
-
-
-
8,7%
Ombros protração
50,0% 28,6% 12,5% 30,8% 41,2% 52,2%
Ombros retração
10,0%
Ombros elevação direito
65,0% 85,7% 62,5% 69,2% 70,6% 56,5%
Ombros elevação esquerdo
25,0%
-
25,0%
-
23,5% 34,8%
-
-
-
-
5,9%
-
5,0%
-
-
-
5,9%
4,3%
Abdução dos braços
-
-
-
15,4% 11,8% 4,3%
Inclinação tronco para direita
-
-
-
15,4% 5,9%
5,0%
-
-
-
5,9%
8,7%
-
-
-
-
5,9%
4,3%
Abdução do braço direito
Abdução do braço esquerdo
Inclinação tronco para esquerda
Rotação tronco para direita
Rotação tronco para esquerda
-
12,5%
-
5,9%
-
4,3%
10,0% 14,3% 12,5% 15,4% 11,8% 8,7%
Gibosidade torácica direita
-
-
12,5% 23,1% 11,8% 4,3%
Gibosidade torácica esquerda
-
-
12,5%
-
-
-
Elevação da escápula direita
65,0% 85,7% 37,5% 61,5% 70,6% 52,2%
Elevação da escápula esquerda
25,0%
-
Abdução das escápulas
5,0%
-
Curvatura lombar aumentada
35,0% 57,1% 75,0% 69,2% 82,4% 69,6%
Curvatura lombar diminuída
Curvatura torácica aumentada
37,5% 23,1% 23,5% 30,4%
-
-
-
4,3%
-
-
-
-
5,9%
-
10,0%
-
-
-
5,9%
-
71
Curvatura torácica diminuída
25,0% 57,1% 25,0% 15,4% 35,3% 26,1%
Curvatura cervical aumentada
5,0%
-
Curvatura cervical diminuída
10,0%
-
Anteversão da pelve
30,0% 57,1% 75,0% 53,8% 76,5% 60,9%
Retroversão da pelve
Antepulsão da pelve
Retropulsão da pelve
-
25,0% 7,7%
-
-
5,9%
4,3%
5,9%
-
14,3%
-
-
-
-
20,0% 14,3%
-
-
5,9%
-
-
8,7%
-
-
-
-
Inclinação do quadril para a direita
35,0%
-
-
-
35,3% 13,0%
Inclinação do quadril para a esquerda
10,0% 28,6% 12,5%
-
11,8% 4,3%
-
5,9%
4,3%
5,9%
4,3%
Rotação do quadril para a direita
-
Rotação do quadril para a esquerda
-
Hiperextensão dos joelhos
Semi-flexão dos joelhos
-
-
14,3% 12,5% 7,7%
55,0% 14,3% 25,0% 30,8% 58,8% 39,1%
-
-
-
7,7%
-
4,3%
-
23,1% 5,9% 26,1%
Joelho varo
35,0% 14,3%
Joelho valgo
25,0% 71,4% 37,5% 46,2% 88,2% 47,8%
Rotação interna dos joelhos
Arco plantar aumentado
Arco plantar diminuído
-
-
-
-
5,9%
-
95,0% 85,7% 100% 100% 94,1% 95,7%
-
-
-
-
-
-
Tornozelo varo
10,0%
-
-
7,7%
-
-
Tornozelo valgo
50,0% 57,1% 25,0% 38,5% 35,3% 47,8%
72
APÊNDICE F
Planilha de resultado das alterações posturais com maior frequência em
cada região avaliada em relação à classificação da BIA e sexo.
Classificação
Protração da cabeça
Eutrófico
fem
mas
(n=20) (n=7)
55,0% 14,3%
Sobrepeso
Obeso
fem
mas
fem
mas
(n=8) (n=13) (n=17) (n=23)
37,5% 30,8% 58,8% 21,7%
Elevação do ombro direito
65,0%
85,7%
62,5% 69,2%
Abdução dos braços
-
-
Gibosidade torácica direita
-
Elevação da escápula direita
Alterações posturais
70,6%
56,5%
15,4%
11,8%
4,3%
-
12,5% 23,1%
11,8%
4,3%
65,0%
85,7%
37,5% 61,5%
70,6%
52,2%
Curvatura lombar aumentada
35,0%
57,1%
75,0% 69,2%
82,4%
69,6%
Anteversão da pelve
30,0%
57,1%
75,0% 53,8%
76,5%
60,9%
Joelho valgo
25,0%
71,4%
37,5% 46,2%
88,2%
47,8%
Arco plantar diminuído
95,0%
85,7% 100,0% 100,0% 94,1%
95,7%
-
73
ANEXO A
Declaração de ciência educacional.
74
ANEXO B
Termo de aprovação do projeto de pesquisa.
75
76
ANEXO C
Informativo aos pais
Senhores pais
Meu nome é Denilce Aparecida Gomes Xisto, sou aluna do Mestrado da
Unicastelo e para concluir o curso pretendo realizar uma pesquisa sobre a “Relação
entre
alterações posturais
e obesidade
em crianças
do
ensino
fundamental I”, envolvendo crianças de 6 a 10 anos.
O objetivo da pesquisa é verificar a relação entre a obesidade e as alterações
posturais em crianças do Ensino Fundamental I.
Este informativo tem o objetivo de esclarecer quais medidas e avaliações serão
realizadas na pesquisa, caso vocês autorizem a participação de seu filho através do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e preenchimento da ficha de anamnese.
Serão realizadas as seguintes medidas e avaliações:
•
As medidas do peso corporal e da estatura para cálculo do índice de massa
corporal (IMC) para classificar a composição corporal. A medida do peso
corporal será feita através de uma balança e a estatura através de um
aparelho denominado Estadiômetro que possui uma fita métrica.
•
A Bioimpedância Elétrica que avalia a composição corporal através de um
aparelho parecido com uma balança, conforme as figuras abaixo.
77
•
A Avaliação Postural será realizada através da observação da postura da
criança posicionada atrás de um aparelho de acrílico transparente quadriculado
denominado Simetrógrafo, veja a figura.
78
Para facilitar as medidas e as avaliações, as meninas deverão estar de “shorts”
e com roupa de banho (biquíni ou maiô) e os meninos somente de “shorts” e todos
descalços.
As medidas e avaliações serão realizadas na sala de Ginástica do curso de
Educação Física por mim e também por monitores treinados.
Após a análise dos dados vocês receberão um relatório explicativo dos
resultados com orientações e sugestões.
Gostaria de salientar que a participação é voluntária e que as informações
obtidas através da pesquisa não serão utilizadas para outros fins senão científicos e
que seu filho não sofrerá nenhum constrangimento.
Espero ter esclarecido as dúvidas em relação aos métodos que serão utilizados
na pesquisa. Para autorizar a participação de seu filho peço que envie o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e a Ficha de Anamnese preenchidos.
Agradeço a sua atenção.
Qualquer dúvida entre em contato através do telefone:
99982-5019
Ou pelo e-mail: [email protected]
Instituto de Engenharia Biomédica - Unicastelo
Núcleo do Parque Tecnológico de São José dos Campos – Tel. (12) 3905.4401
Rod. Presidente Dutra, Km. 138 – Eugênio de Melo - São José dos Campos – SP
79
ANEXO D
Autorização do coordenador do curso de Educação Física.
80
ANEXO E
Especificações do aparelho de BIA Inbody R20®.
Download

Denilce Aparecida Gomes Xisto