Estudo aponta para uma década de bons preços para a agricultura Os preços agrícolas internacionais vão permanecer elevados pelo menos até 2020, cenário que favorece o agronegócio brasileiro. Esta é a conclusão do relatório “Perspectivas Agrícolas 2011-2020”, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O estudo prevê que as cotações das carnes devam subir em média 50% no período analisado, enquanto os cereais terão alta de 20%. No curto prazo, as perspectivas também são animadoras. O Plano Agrícola e Pecuário, anunciado em junho, conta com uma elevação da produção brasileira de grãos, fibras e oleaginosas para 170 milhões de toneladas na temporada 2011/2012, volume 5% superior ao deste ano. O governo vai destinar R$ 107,2 bilhões para financiamento de custeio, investimento e linhas especiais para a agricultura familiar, a juros que variam de 5,5% a 9,5%. Uma das preocupações do Plano é incentivar a agricultura de baixo carbono, por meio de uma linha de crédito de R$ 3 bilhões, destinada a financiar projetos para a recuperação de pastagens degradadas, plantio direto, integração lavoura-pecuária, florestas comerciais, entre outros. Na avaliação da maioria das consultorias de mercado, as principais commodities agrícolas devem oferecer boa rentabilidade para os produtores na próxima temporada. No caso da soja, o ritmo acelerado das vendas antecipadas sinaliza que a demanda pelo grão continuará aquecida em 2012. Segundo a consultoria AgRural, uma boa parte da safra já foi comercializada antes mesmo do início do plantio a preços 30% superiores aos Código Florestal Pontos de divergência registrados há um ano. Para o milho, a tendência é de alta dos preços no curto e no médio prazos. Os relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam para uma menor oferta e maior demanda pelo cereal. Há perspectiva de crescimento da produção de etanol nos EUA, que tem como matéria-prima o milho. Embora os preços tenham registrado uma queda em relação ao pico verificado há alguns meses, as atuais cotações do algodão estão bem acima das médias históricas. Na opinião dos analistas, a demanda em 2012 deverá crescer 2,5%. Pelas projeções da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o oeste baiano, que produziu uma safra recorde de 621 milhões de toneladas de fibra em 2010/ 2011, planeja expandir cerca de 15% a área plantada em 2012. Empreendedores páginas 2 e 3 A história da CooperFibra página 4 Editorial Um enorme novo desafio Em torno de 35% da soja e 45% do algodão, produtos que só começarão a ser plantados a partir de setembro, já foram vendidos, segundo levantamento das principais consultorias do agronegócio brasileiro. Capitalizado pelos bons preços conseguidos na safra 2010/2011, boa parte dos agricultores brasileiros antecipou a compra de sementes e fertilizantes para a nova temporada. As perspectivas para as próximas safras são francamente favoráveis aos produtores, como mostra a matéria de capa de Raízes. As projeções dos principais centros de inteligência agrícola do mundo indicam que os preços das commodities devem se manter elevados até 2020, cenário que favorece o Brasil. Estudos mostram a necessidade de um aumento de 70% na produção mundial de alimentos para atender a demanda de uma população de 9 bilhões de pessoas em 2050. Diante da escassez de terras agricultáveis, boa parte deste incremento deve vir do Brasil. Para atender este desafio, o país precisa resolver com urgência os grandes gargalos de logística e infraestrutura, fatores que prejudicam a competitividade do setor. É preciso também erradicar a insegurança jurídica que prevalece hoje no campo, por conta principalmente das instabilidades das regras ambientais. O produtor não pode ser colocado na incômoda posição de réu ambiental. Esperamos que o Senado consiga aprovar um Código Florestal eficiente e equilibrado, capaz de conciliar o crescimento da produção agrícola e a proteção do meio ambiente. Para viabilizar o necessário salto da produção mundial de alimentos, o Brasil é o único grande produtor que possui 61% de suas terras intocadas. E para garantir as altas produtividades necessárias, como alertaram os especialistas que participaram em julho último do 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido pela ANDA (Associação Nacional para a Difusão de Adubos), precisamos de um sistema de suprimento de insumos agrícolas sólido e estruturado. Rodolfo Galvani Júnior Presidente do Conselho de Administração Os principais pontos de Projeto passou pela Câmara e será avaliad Aprovado no final de maio pela Câmara dos Deputados, o projeto de reforma do Código Florestal está sendo avaliado pelo Senado e, ao que tudo indica, deverá provocar intensos debates entre ruralistas e ambientalistas quando chegar ao plenário para a votação. Criado em 1934 e posteriormente revogado em 1965 pela Lei 4.771/65, o Código Florestal regulamenta a exploração da terra no Brasil, estabelecendo parâmetros e limites para o uso da propriedade, visando à preservação da vegetação nativa. Espera-se que o novo código possa eliminar a insegurança jurídica que prevalece hoje no campo em relação à questão ambiental. Raízes consultou as lideranças rurais, as ONGs (Organizações Não Governamentais) e os documentos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que representa a posição dos cientistas, para mapear os principais pontos de discórdia, que serão objeto de negociação no Senado. 1. Isenção de multas e dispensa de recuperação para atividades agrossilvopastoris e regime de pousio existentes em áreas de preservação permanente (APP) até 22 de julho de 2008, assim como outras ocupações permitidas pelos estados no Plano de Regularização Ambiental. A maioria das entidades ligadas ao agronegócio apoia este ponto, embora algumas lideranças, como o senador Blairo Maggi (PR-MT), defendam que este artigo Acontece 1o Congresso Brasileiro de Fertilizantes A Galvani patrocinou o 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) e que teve como tema "Inovação e Sustentabilidade". Segundo David Roquetti Filho, diretor executivo da entidade, projeções de organismos como a FAO indicam que a produção mundial de grãos terá que aumentar em 70% para atender a demanda projetada para o Planeta em 2050, acres- deva ser alterado pelo Senado. A medida tem forte oposição dos ambientalistas. Os cientistas, por meio da SBPC, alertam para a necessidade de se preservar e recuperar APPs e Reservas Legais (RL) que sejam essenciais para a conservação da água e do solo, bem como ao equilíbrio do clima. A presidente Dilma Rousseff afirmou que não vai aceitar “anistia a desmatadores”, nem redução das áreas de proteção de vegetação nativa nas propriedades rurais ou nas margens de rios e encostas. 2. Medir a área de preservação permanente ciliar a partir da calha do leito regular do rio em vez do ponto máximo da cheia. Os ruralistas aprovam totalmente a emenda aprovada pela Câmara dos Deputados, enquanto as entidades ambientalistas, a exemplo dos cientistas, defendem a medição pelo nível máximo das cheias sazonais. 3. Recuperação de 15 metros de cada lado do rio para áreas de preservação permanentes ciliares (matas às margens dos rios) já ocupadas. Os ambientalistas propõem recuperação de 30 metros de cada lado, como previsto na lei atual. Para a SBPC, é preciso aumentar a faixa ciliar para pelo menos 50 metros em cada margem do rio. centando: "Para que essa estimativa se concretize, é de vital importância que o sistema de suprimento de insumos agrícolas, fator essencial da produtividade, esteja cada vez mais sólido e estruturado". O congresso aconteceu no dia 12 de julho, em São Paulo. Coleta seletiva em Angico dos Dias A Galvani iniciou em março um processo de mobilização dos moradores de Angico dos Dias/BA para implantar a coleta seletiva no povoado. No local não e divergência do Código Florestal do pelo Senado Federal 4. Artigo 33 dá poder aos estados para definir atividades econômicas nas áreas de proteção permanente. O setor produtivo defende que os estados possam realizar planos de regularização ambiental, enquanto as ONGs ambientalistas entendem que o poder de legislar sobre questões ambientais cabe exclusivamente ao governo federal. 5. Artigo 4 não considera as várzeas e mangues como áreas de preservação permanente. Medida é amplamente defendida pelos produtores de arroz, que utilizam as várzeas para o cultivo. Caso não houvesse a mudança, 75% das lavouras de arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estariam na ilegalidade. Mas os ambientalistas pretendem derrubar este artigo, com o argumento de que várzeas e mangues são ecossistemas de grande importância ecológica e devem ser considerados áreas de preservação permanente pelo Código Florestal. 6. Pelo artigo 13, propriedades de até quatro módulos fiscais, que possuíam reserva legal inferior ao exigido pelo atual código em 22 de julho de 2008, ficam isentas de multas e recomposição. O artigo conta com total apoio da bancada ruralista, mas é rejeitado pelos ambientalistas. Já a SBPC propõe diferenciação apenas à agricultura familiar. O módulo Lixo recolhido nas ruas do povoado há um sistema de coleta de lixo e, de tudo o que é gerado, parte é queimada e o restante fica espalhado pelas ruas ou vira alimento para animais. Em junho, alu- fiscal corresponde à área mínima necessária a uma propriedade rural para que sua exploração seja economicamente viável. A depender do município, varia de 5 a 110 hectares. 7. Artigo 38 estabelece que 50% da área de reserva legal possa ser recuperada com espécies exóticas. Para os produtores rurais, o artigo é necessário porque é muito caro recompor as reservas legais apenas com espécies nativas. A maioria das entidades ambientalistas, porém, é contrária à medida e quer que as re- nos e professores da Escola Municipal Ismerindo Francisco da Silva participaram de uma "catação", quando foram recolhidos 444 quilos de resíduos nas ruas do povoado. Os estudantes também distribuíram uma cartilha aos moradores, com orientações sobre a coletiva seletiva e seus benefícios à saúde e ao meio ambiente. A iniciativa conta com o apoio da Associação de Moradores (AMPARE) e da Prefeitura de Campo Alegre de Lourdes. servas legais sejam recuperadas apenas com espécies nativas. 8. Inclusão de áreas de preservação permanente no cômputo da reserva legal. Para os ruralistas, este artigo pode facilitar a recuperação da reserva legal, enquanto as ONGs ambientalistas sugerem a concessão deste benefício apenas aos produtores que assumam o compromisso de recuperar a reserva legal no prazo de dez anos. Os cientistas, porém, advertem que a redução das reservas legais na Amazônia podem trazer sérios riscos à biodiversidade. Presença nas feiras agrícolas Este ano, a Galvani participa das grandes feiras agrícolas do Nordeste, como forma de aproximar-se dos produtores rurais e fortalecer a presença de suas marcas na região. No primeiro semestre, a empresa esteve presente em duas grandes feiras da nova fronteira agrícola do Mapito: a Agrotins, em Palmas/TO, e o Piauí Agroshow, em Bom Jesus/PI. Em junho, a Galvani montou seu estande na Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia e em julho participou da tradicional Fenagri, em Juazeiro/BA. Empreendedores A história da CooperFibra Em 2001, um grupo de produtores de algodão de Campo Verde (MT) decidiu criar uma cooperativa para juntos negociarem a compra de insumos a preços mais vantajosos. A CooperFibra, como é chamada a Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde, está completando dez anos com grandes conquistas. "Unidos, os agricultores ganharam mais força para também vender a sua produção", diz José Carlos Dolphine, vice-presidente da CooperFibra. A CooperFibra logo se tornou uma referência em cooperativismo para o Mato Grosso. Hoje, ela reúne 160 cooperados, que juntos plantam 60 mil hectares de milho, 140 mil hectares de soja e 70 mil hectares de algodão e possui um complexo de armazéns com capacidade para estocar 72 mil toneladas de grãos e 50 mil Sede da Cooperativa em Campo Verde/MT toneladas de algodão em pluma. Investindo na capacitação dos seus funcionários, a CooperFibra oferece assistência técnica e econômica aos associados, mantendo um departamento exclusivo para a cotonicultura. "Uma das grandes vantagens da cooperativa é que ela realiza todo o processo de comercialização do algodão", diz Luiz Carlos Schneider, um dos cooperados da CooperFibra. A cooperativa ainda desenvolve vários projetos socioambientais. Também orienta e dá treinamento aos associados em projetos de preservação, além de incentivar os investimentos em reflorestamento. Este ano, a CooperFibra inaugurou uma unidade própria de fiação, com capacidade para produzir 1.100 toneladas de fios por mês e gerar 130 empregos diretos. Outros novos projetos estão em curso, como a criação de uma central para compra de máquinas agrícolas, a construção de um novo laboratório para classificação de algodão e um consórcio de biodiesel. Com entregas a partir do CIP (Complexo Industrial de Paulínia) e da UIA (Unidade Industrial de Alto Araguaia), a Galvani se orgulha de ser um dos fornecedores de fertilizantes da CooperFibra. Projeto Santa Quitéria: testes com urânio chegam à etapa final expediente A planta piloto do projeto Santa Quitéria, instalada em Caldas (MG), iniciou a segunda etapa dos trabalhos de purificação do acido fosfórico por meio da retirada do urânio. “A planta esta operando 8 horas por dia, com a meta de alcançar 1.500 horas. Assim, vamos poder otimizar a utilização dos equipamentos e dos solventes empregados, além de identificar e corrigir todos os possíveis problemas que o processo possa apresentar quando implantado industrialmente”, diz Michele Ruiz, engenheira de processos do Grupo Equipe do projeto na planta piloto em Caldas/MG Galvani. Segundo ela, os testes têm pela Galvani e pela INB (Indústrias Nucleapresentado bons resultados – o ácido ares do Brasil), iniciou a primeira etapa dos fosfórico, após a separação do urânio apretestes com a planta piloto em agosto do senta ótima qualidade. ano passado. A planta reproduz uma mini O Consórcio Santa Quitéria, formado Informativo do Grupo Galvani Endereço para correspondência: Av. Prof. Benedicto Montenegro, 1300 - Betel Paulínia/SP - CEP 13140-00 Fone: (19) 3884-9300 e-mail: [email protected] - www.galvani.ind.br • • • • • fábrica e se destina a testar todos os processos de beneficiamento de fosfato, produção de ácido fosfórico e separação do urânio. A partir dos resultados destes testes, o Consórcio vai elaborar o projeto de engenharia das unidades que serão implantadas no Ceará. Em paralelo, seguem os trabalhos para o processo de licenciamento ambiental do empreendimento. A partir de reuniões entre INB, responsável pela obtenção das licenças, a Galvani, o Governo do Ceará e o IBAMA, foi estabelecido um termo de referência usado para elaborar o EIA-RIMA, seguindo modelo que atenda aos requisitos tanto em âmbito estadual quanto federal. A previsão é que o projeto Santa Quitéria comece a operar em 2015. Coordenação: Departamento de Comunicação Ilustração: Theo Editoração e Arte: casadartecomunicacao.com.br Impressão: Gráfica Eskanazi Tiragem: 4100 exemplares