UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : __02____/_08_____ a __10______/__08_____ ( ) PARCIAL (X) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: OSTREICULTURA NO ESTADO DO PARÁ: ESTADO DA ARTE E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE Nome do Orientador: Prof.ª Dr.ª Cristiana Ramalho Maciel Titulação do Orientador: Doutor Faculdade : Engenharia de Pesca Instituto/Núcleo: Instituto de Estudos Costeiros - IECOS Laboratório: Aquicultura Título do Plano de Trabalho : OBTENÇÃO DE SEMENTES DA ESPÉCIE Crassostrea gasar EM LABORATÓRIO Nome do Bolsista: Alana Santos do Rosário Tipo de Bolsa : ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF (X ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD 1 RESUMO DO RELATÓRIO ANTERIOR Macrobrachium surinamicum é comumente associada à pesca do Macrobrachium amazonicum na região Amazônica, no entanto, não há conhecimento sobre a salinidade ideal na fase larval. Foram testadas as salinidades: 0, 2, 5, 10, 15, 20 e 30 ‰. Foram avaliadas larvas recém eclodidas e larvas no estágio VII (provenientes de larviculturas). As larvas foram mantidas em inanição, em potes individuais, apresentando réplicas (10) e representatividade de 3 fêmeas. Nos estágios iniciais as salinidades 5, 10 e 15 ‰ proporcionaram maior longevidade, acompanhado de 100% de muda para o estágio II, enquanto que as salinidades 0 e 2 ‰ proporcionaram alta longevidade com rara presença de larvas no estágio II. Os estágios finais obtiveram maiores longevidades nas salinidades 10, 15 e 20. Conclui-se que estágios iniciais de M. surinamicum toleram água doce e oligoalina como estratégia de migração, mas o desenvolvimento ideal se dá em salinidades intermediárias (acima de 5 e abaixo de 30 ‰). RESUMO A espécie Crassostra gasar pertence ao filo molusca e classe bivalvia habitando principalmente regiões de manguezal. Para esta espécie estudos sobre a produção de sementes artificiais para a região Amazônica, são praticamente inexistentes. Foram realizados dois procedimentos: a desova natural induzida e inseminação artificial. A larvicultura ocorreu em béqueres de dois litros, baldes de até vinte litros e potes de 250 ml, onde foram testadas as salinidades 16, 21, 26 e 31. A desova natural induzida foi obtida com sucesso após ser introduzido no procedimento o choque térmico, choque osmótico e a inclusão de gametas masculinos na água, no entanto as larvas não evoluíram após trocófora. Para a inseminação artificial, foram obtidas larvas pediveliger na salinidade 21. A salinidade 16 conseguiu alcançar a larva véliger. Portanto foi presenciando com sucesso a fertilização dos gametas nos dois processos utilizados (fertilização artificial e desova natural induzida) e as salinidades 16 e 21 mostraram-se, mas adequadas para o desenvolvimento das larvas. INTRODUÇÃO O género Crassostrea (Sacco, 1897) inclui mais de 20 espécies (Angell, 1986) e apresenta uma dispersão geográfica global, ocupando desde lugares tropicais até subtropicais. No Brasil são conhecidas duas espécies nativas, Crassostrea gasar (Adanson, 1757) e Crassostrea rhizophorae (Golding, 1828). Além das ostras nativas, também é encontrada a 2 Crassostrea gigas (Thunberg, 1795), espécie exótica utilizada para o cultivo na região sul do Brasil (Varela et al., 2007). A espécie C. gasar (Adanson, 1757) pertence ao filo molusca e classe bivalve. Segundo Afinowi (1984), a distribuição geográfica dessa espécie ocorre na costa ocidental da África, desde o Senegal até Angola. Entretanto, na ultima década, a sua área de ocorrência foi ampliada para o Brasil e Guiana, pois foi verificado com uso de marcadores moleculares (sequência do gene 16S rRNA) que a espécie Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) era na realidade C. gasar (Lapègue et al., 2002; Pie et al., 2006; Varela et al., 2007). Nesse caso, prevalece a nomenclatura C. gasar por ser mais antiga. C. gasar habita principalmente regiões de manguezal, onde se fixa nas raízes do mangue ou em rochas (Varela et al., 2007). Apresenta reprodução sexual dioica, com fertilização externa. No entanto, a morfologia externa não apresenta dimorfismo sexual, sendo necessária análise histológica, a fim de diferenciar machos de fêmeas (Christo e Absher, 2008). Além disso, os animais são hermafroditas sequenciais, se desenvolvendo primeiramente como machos, depois mudam para fêmeas, mas dependendo de fatores ambientais podem voltar a serem machos novamente (Angell, 1986; Miossec et al., 2009). Essa espécie também pode apresentar diferentes estágios de maturação gonadal em um único individuo (Paixão et al, 2013). Paixão et al. (2013), realizando um estudo na Região Amazônica verificaram que a reprodução de C. gasar ocorre no período chuvoso, devido a visualização de gônadas maduras com frequência. O estudo indicou que o ciclo reprodutivo de C. gasar é regulado principalmente pela sazonalidade tropical, ligada ao ciclo hidrológico, que é uma característica da Região. C. gasar tem grande importância econômica para as regiões Norte e Nordeste, sendo a espécie de ostra nativa mais explorada comercialmente no Pará. Além disso, ela tem grande potencial para a aquicultura. Em outras regiões do Brasil é cultivada a espécie exótica Crassostra gigas, mas devido as altas temperaturas registradas na Amazônia ela não consegue se adaptar, sendo esta produzida principalmente em Santa Catarina e São Paulo (Varela, 2007). Na região Norte, o Pará foi pioneiro no desenvolvimento de pesquisas para a produção de ostras em escala comercial (Sebrae, 2007). A ostreicultura cresceu a partir de iniciativas públicas para o desenvolvimento social através do fortalecimento de associações locais para a produção de alimentos e geração de renda, além de reduzir a exploração de recursos naturais (Carranza et al., 2009). A ostreicultura se fortaleceu no Pará com a criação da rede Nossa Pérola que conta com a participação de cinco municípios com a inclusão de seis comunidades: 3 Augusto Correa (Nova Olinda); Salinópolis (Santo Antônio de Urindeua); Maracanã (Nazaré do Seco); Curuçá (Lauro Sodré) e São Caetano de Odivelas (Pereru e Pereru de Fatima). A produção de ostras em 2010 nos seis grupos atendidos pelo SEBRAE/PA conforme o relatório gerencial foi de aproximadamente 19 mil dúzias com faturamento de R$ 39.731,00. No entanto, apenas dois cultivos de ostras (Nova Olinda e Lauro Sodré) representaram 90% da produção e faturamento no Nordeste paraense (SEBRAE-PA, 2010). Sendo que neste cenário Nova Olinda se destaca como maior produtora e Lauro Sodré pela captação e comercialização de sementes (formas juvenis). De acordo com o SEBRAE-PA (2007) a partir dos resultados obtidos no cultivo de ostras em Nova Olinda, a atividade tornou-se uma importante ferramenta econômica para o Estado do Pará. Ela contribui para a sustentabilidade social e econômica e garante lucratividade para os ostreicultores. Em contrapartida de todo sucesso de produção em Nova Olinda, ainda há, uma grande dificuldade relatada pelos ostreicultores, que é a limitada coleta de sementes, sendo necessário a sua aquisição em Curuçá (Lauro Sodré), que consegue realizar a captação de sementes do meio natural. No entanto, esse município apresenta dificuldade para a engorda, atribuído à baixa salinidade, em que na época de alta pluviosidade pode chegar a zero, causando a perda de todo o cultivo (observação pessoal). Para a Região Norte até o momento não há informações sobre a produção de sementes em laboratório, sendo encontrados apenas trabalhos que tratam da genética da espécie (Varela et al., 2007; Melo et al, 2010) e estágios de maturação gonadal (Paixão et al. 2013). Desse modo, tentativas de fechar o ciclo em laboratório se tornam de suma importância, pois faltam conhecimentos sobre a tecnologia de desova e sobre as salinidades ideais para a espécie. JUSTIFICATIVA As espécies do género Crassostrea apresentam-se bem dispersas no território geográfico, ocupando lugares tropicais e subtropicais. São espécies consideradas euritérmicas e eurialinas (Quayle, 1980; Angell, 1986). Na Região Amazônica C. gasar prevalece no Nordeste do estado do Pará, onde atualmente está ocorrendo o cultivo em pequena escala (Paixão, 2013). A atividade é desenvolvida em cinco municípios com a participação de seis comunidades: Augusto Correa (Nova Olinda); Salinópolis (Santo Antônio de Urindeua); Maracanã (Nazaré do Seco); Curuçá (Lauro Sodré) e São Caetano de Odivelas (Pereru e Pereru de Fatima). Dentre as comunidades, Nova Olinda é a que apresenta maior produtividade na fase de engorda, enquanto que Lauro Sodré é um importante fornecedor de 4 sementes coletadas do meio natural (Figura 1). Outro fator que torna a atividade vulnerável, é a falta de conhecimento sobre os parâmetros ideias para a espécie. Sendo a salinidade um parâmetro muito importante, pois em alguns locais de cultivo ela se torna a grande causadora da morte dos animais (observação pessoal). Este fator se torna bastante significativo durante o período de grande pluviosidade, fazendo com que a salinidade varie bastante, alcançando níveis muito baixos. Para a Região Amazônica, estudos sobre a produção de sementes artificiais de Crassostrea gasar são praticamente inexistentes, dessa forma necessitam de estudos que venham suprir a falta de informações sobre as técnicas de indução, larvicultura e dos parâmetros ideais para esta espécie. Essas informações poderão contribuir para as futuras estratégias de manejo e verificar se há viabilidade técnica para a obtenção de sementes de C. gasar em laboratório. Figura 1 – Coletores de sementes em Lauro Sodré. OBJETIVOS Geral Obter com sucesso a desova e larvicultura da espécie C. gasar em laboratório. Específicos Induzir a desova por choque térmico e estímulos biológicos e/ou químicos; Realizar inseminação artificial pela raspagem das gônadas; Determinar a salinidade ideal e a crítica para o desenvolvimento das larvas 5 MATERIAIS E MÉTODOS Foram adquiridas ostras adultas com cerca de um ano (máster), provenientes da comunidade de Nova Olinda e Lauro Sodré, localizados na região nordeste do estado do Pará. Em Nova Olinda ocorre o cultivo em pequena escala e em Lauro Sodré ocorre a captação de sementes do banco natural. Ao chegar no Laboratório de Aquicultura da Universidade Federal do Pará (UFPA), foram realizados os seguintes procedimentos: raspagem de incrustações nas conchas, lavagem e escovação. Posteriormente, foram lavados em água doce e depois água salgada (Silveira, 2009). Todos os utensílios utilizados foram lavados com limão antes de iniciar os procedimentos de desova e larvicultura. Para o desenvolvimento da larvicultura de Crassostrea gasar foi providenciada a montagem de filtros em série (Cuno e UV) com o objetivo de purificar a água do mar. Esse procedimento se deve a necessidade de uma água o mais próximo possível de qualidade oceânica, pobre em matéria orgânica e pura. Também foi anexado a uma caixa de 150 litros um filtro de carvão ativado para que a água pudesse passar sucessivas vezes, com o auxílio de uma bomba elétrica, antes de ser utilizada para o cultivo das ostras. Em todos os experimentos foi tentado inicialmente obter a desova induzida, quando isso não foi possível, procedeu-se a raspagem das gônadas e a fecundação artificial. A desova induzida seguiu-se de alternar os animais de uma sala refrigerada há 18 °C, com permanência por duas horas (fora da água). Posteriormente, os animais foram transferidos para uma caixa de 300 L com água salobra em temperatura entre 27 a 28°C. Como esse procedimento não obteve sucesso, foram acrescidos outros métodos: choque osmótico, logo após o choque térmico (salinidade 15, seguido de salinidade 30); peróxido de oxigênio e a inclusão de gametas masculinos na água (obtidos por raspagem das gônadas) [Areias, 2012]. Todos os métodos descritos anteriormente, foram aplicados em animais recém chegados do campo, com uso de corrente de água salgada em sistema aberto. A inseminação artificial: inicialmente realizou-se a abertura das valvas das ostras e com uma lamina foi feito a raspagem das gônadas. Em seguida, foi levado ao microscópio para identificação dos machos e fêmeas. A fertilização ocorreu em béqueres de dois litros. A escolha dos gametas utilizados foi baseada na descrição de Castilho-Westphal et al. (2013). Além disso, foi verificada a razão sexual dos espécimes coletados. A larvicultura ocorreu em béqueres de dois litros, baldes de até vinte litros e potes de 250 ml. O volume do cultivo foi variado de acordo com o volume de gametas obtidos. Foram testadas as salinidades 16, 21, 26 e 31. A troca de água ocorria em dias alternados, em que se utilizavam peneiras de 32 µm, 53 6 µm, 125 µm e 212 µm para reterem as larvas. Utilizava-se para alimentação, algumas espécies de microalgas. Foram testadas as algas Isochrysis sp, Nannochloropsis oculata e Chaetoceros sp. RESULTADOS E DISCUSSÃO No final do período chuvoso foi observada proporção sexual similar, posteriormente foi registrado sistematicamente maior número de machos em relação as fêmeas (cerca de 4,5:1). No período chuvoso a proporção sexual observada apresentou maior quantidade de machos em relação as fêmeas (9:1). Ao total foram realizadas 19 tentativas de reprodução de C. gasar, utilizando dois processos, a fertilização artificial com raspagem das gônadas e desova induzida. Após diversas tentativas, foi possível alcançar a larva pedivéliger. Na maioria das tentativas conseguíamos trocófora e larva D (Tabela1). Segundo Paixão et al. (2013), pode ser observado mas de uma fase de maturação gonadal em um único individuo, o que sugere que nem todos os óvulos obtidos estavam preparados para a fertilização. Estes óvulos imaturos proporcionaram uma carga de matéria orgânica para o cultivo, que pode ter contribuído com a morte dos ovos fecundados. É conhecida para espécie que as mesmas são muito sensíveis e precisavam de um ambiente o mais limpo possível. Tabela 1- Tentativas realizadas para a reprodução da C. gasar, nos meses de Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro/2014, fevereiro, Março, Abril, Maio/2015. 7 Junho Julho Agosto Setembro Outubro fevereiro Março Abril Maio 1° tentativa Foi realizado a raspagem das gônadas, foi obtido larva D Foi realizado a raspagem das gônadas, foi obtido larva D Foi realizado o choque térmico, não foi possível induzir a desova. Foi realizado o choque térmico com o choque osmótico, não foi possível induzir a desova. Foi feito a raspagem das gônadas, não houve evolução a partir de trocófora. Foi realizado o choque térmico com o choque osmótico, não houve sucesso na indução a desova. Foi realizado o choque térmico com o choque osmótico, não foi possível induzir a desova. 2° tentativa 3° tentativa Foi realizado a raspagem das gônadas, foi obtido larva D Foi realizado a raspagem das gônadas, foi obtido larva D Foi realizado o choque térmico com o choque osmótico, obtendo Testamos com choque térmico e sucesso na indução a desova e foi água oxigenada, não obteve sucesso alcançado trocófora. Também foi na indução a desova. realizado a raspagem das gônadas, mas não houve evolução a partir de trocófora. Foi realizado a raspagem das gônadas, não houve sucesso na indução a desova. Foi realizado a raspagem das gônadas, obteve larva D Foi realizado a raspagem das gônadas, obteve pedivéliger. Foi realizado a raspagem das gônadas, obteve trocófora. No mês de fevereiro de 2015 as ostras foram oriundas do banco natural de Lauro Sodré. Essa escolha foi devido a vocação dessa localidade para a captação de sementes. No entanto, estes animais apresentaram a cor do manto roxa, sua concha externamente apresentava cor verde claro e suas gônadas não apresentavam boas condições, quando comparadas as ostras de nova Olinda (Figura 2). Não houve sucesso na tentativa com uso dessas matrizes. Estes 8 fatores podem estar atribuído com a alta pluviosidade da região, alcançando valores igual a zero, dificultando assim o desenvolvimento dos animais. A B C D Figura 2: Estrutura externa e interna de C. gasar de Lauro Sodré (A e B) e Nova Olinda (C e D). Fonte: Laqua. As salinidades testadas (16, 21, 26, e 31), apresentaram diferenças no desenvolvimento larval. A salinidade 16 alcançou o estágio véliger, a salinidade 21 apresentou o melhor desenvolvimento, conseguindo alcançar o estágio pedivéliger. As salinidades 26 e 31 não conseguiram evoluir após o estágio larva D. É possível que essa seja um estratégia para que as larvas eclodam e migrem até um ambiente estuarino com salinidades moderadas. A desova natural induzida foi obtida com sucesso após ser introduzido no procedimento o choque térmico, choque osmótico e a inclusão de gametas masculinos na água em sequencia (figura 3). A escolha da inclusão do choque osmótico como mais um fator indutor da desova foi baseada na tese levantada por Paixão et al. (2013) que sugere que na Região de Nova Olinda (origem das ostras dessa tentativa) as variações osmóticas são mais significativas para maturação gonadal e desova do que as variações da temperatura. Para a desova natural induzida foi observada a clivagem dos gametas (Figura 4) o que sugere o sucesso da fertilização, no entanto, no dia seguinte haviam apenas algumas larvas trocóforas e grande quantidade de gametas rompidos, elevando a quantidade de matéria orgânica no sistema. Apesar de não ter havido a conclusão do cultivo, o sucesso da obtenção da desova natural foi um importante avanço. A repetição da técnica da desova induzida não foi possível, pois nos meses subsequentes a proporção sexual foi sistematicamente desfavorável as fêmeas. Posteriormente, foram realizadas fecundações com raspagem das gônadas. Foram obtidas larvas trocóforas após 6 a 12 horas, larvas D após 24 h, véliger umbonada após o 19° dia, veliger após o 25° dia e pé de véliger após o 53° dia. Até o momento não houve sucesso 9 na fixação de sementes, mas vários parâmetros avançaram, o que possibilitará tentativas futuras aplicando o conhecimento adquirido para a espécie. Figura 3 – Ostras apresentando desova induzida, sendo visualizada pela água turva. Figura 4 – Óvulos fecundados alguns minutos após a fertilização artificial obtida por raspagem das gônadas. Características essências de cada estágio larval foram destacados em fotografias para facilitar a identificação do desenvolvimento larval. Foi elaborada uma simples chave informando as características principais que devem ser observadas para determinar o estágio larval que se encontram. 10 Principais características para identificação dos estágios larvais de C. gasar. Trocófora Forma arredondada, possuindo cílios e um flagelo (Fig 5: A) Larva D Forma da letra D, possui o velum ciliado utilizado para natação e captação de alimento (Fig 5: B1 e B2) Véliger umbonada Inicio do umbo, velum e cílios (Fig 5: C) Véliger umbo, cílios e velum mas desenvolvidos (Fig 5: D) Pedivéliger velum, cílios e pé (Fig 5: E) A D B1 B2 C E Figura 5 - Caracteristicas que indicam desenvolvimento larval dos estágios: Trocófora (A), Larva D (B1 e B2), Véliger umbonada (C), Véliger (D) e Pedivéliger (E) de C. gasar. PUBLICAÇÕES A produção apresentada a seguir corresponde ao desenvolvimento do projeto anterior (renovação de bolsa). Os dados do projeto atual ainda são preliminares, mas pretendemos enviar um resumo para o Congresso World Aquaculture América Latina que ocorrerá em 11 Fortaleza, no mês de novembro. Além disso, os experimentos desenvolvidos fazem parte de um projeto maior e serão agrupados para a produção de um artigo científico. ROSARIO, A. S. ; PEREIRA, D. M. ; FIGUEIREDO, N. R. ; ROCHA, C. P. ; MACIEL, C. M. T. ; MACIEL, C. R. . Efeito da Salinidade na larvicultura de Macrobrachium surinamicum. In: VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência), 2014, Foz do Iguaçu-PR. Anais do VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência) - CD, 2014. PEREIRA, D. M. ; ROSARIO, A. S. ; ROCHA, C. P. ; MACIEL, C. M. T. ; ABRUNHOSA, F. A. ; MACIEL, C. R. . Conteúdo estomacal do Macrobrachium amazonicum. In: VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência), 2014, Foz do Iguaçu-PR. Anais do VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência) - CD, 2014. SOEIRO, R. K. S. ; ROSARIO, A. S. ; PEREIRA, D. M. ; FIGUEIREDO, N. R. ; ROCHA, C. P. ; MACIEL, C. M. T. ; MACIEL, C. R. . Salinidade na larvicultura do Macrobrachium amazonicum de duas regiões do estado do Pará: Estuarina e Várzea. In: VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência), 2014, Foz do Iguaçu-PR. Anais do VI Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência) - CD, 2014. CONCLUSÃO Os resultados obtidos até o presente momento indicam que é possível realizar a desova natural induzida em laboratório e presenciando com sucesso a fertilização dos gametas nos dois processos utilizados (raspagem e desova natural induzida). As larvas conseguiram se desenvolver até o estágio de larva pé de véliger. As salinidade 16 e 21 mostraram-se mas adequadas para o desenvolvimentos das larvas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Afinowi, M. A., (1984). The mangrove oyester, crassostrea gasar cultivation and potential in the Niger Delta (Nigeria). Nigerian Institute for Oceanography and Marine Research. Lagos. 14p. Areias, D. L. L., (2012). 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