Manejo da PCR Sarah Pontes de Barros Leal PET – Medicina UFC “Ritmo cardíaco” durante a PCR Fibrilação ventricular (60-80%) Taquicardia ventricular sem pulso Bradiarritmia/assistolia Atividade elétrica sem pulso Etiologia da PCR • Doença coronariana (80%) • Cardiomiopatias (10-15%) - dilatada - hipertrófica • Valvopatias • Cardiopatias Congênitas • Arritmia induzida por drogas • Displasia Arritmogênica de VD • Outras causas Abordagem Inicial do Paciente (Considerando a fibrilação ventricular – 40% dos casos) Chamar sistema de emergência Reconhecer a PCR e aplicar RCP Desfibrilação Precoce Medidas de Suporte Avançado de Vida Avaliação primária + avaliação secundária (BLS) (ACLS) Manobras do Suporte Básico de Vida • Condições mínimas de oxigenação e perfusão cerebral • Médico, enfermeiro, paramédico ou leigo treinado 1) Avaliar o nível de consciência • Se houver resposta, afasta-se a hipótese de PCR • Se não houver ~ hipóxia - parada respiratória ~ baixo fluxo sanguíneo cerebral – choque hipovolêmico, PCR Afogamento e asfixia = 2 minutos de RCP antes de chamar por ajuda 2) Chamar por ajuda; solicitar um DEA • Desfibrilador até o 3º ou 4º minutos da PCR em FV – reversão em 47 a 72% dos casos SAMU 192!! 3) Abrir vias aéreas e checar ventilação • • • • • Hipóxia é causa freqüente de PCR Posicionar o paciente na posição supina Elevação da mandíbula* Hiperextensão da coluna cervical* Tração da mandíbula (suspeita de lesão cervical) – somente por pessoal treinado • • • • Retirar corpo estranho Aproximar ouvido da cavidade oral Observar o tórax “ver, ouvir, sentir” - VOS 10 segundos Há respiração Não há respiração -Checagem de pulso a cada 2 minutos - Vítima em decúbito lateral, vias aéreas abertas - Inicia-se assistência ventilatória 4) Se a respiração estiver ausente, realizar duas ventilações de resgate • Máscara facial, AMBU.. • Duas ventilações assistidas, 1 seg cada • Observar se houve elevação do tórax Boa expansibilidade descarta obstrução de vias aéreas Gasping: respiração espástica e esporádica não efetiva, presente no início de algumas PCRs Ventilação na PCR Aplicar ventilações de resgate por 1 segundo Aplicar volume suficiente para elevar o tórax Evitar ventilações rápidas ou forçadas Quando uma via aérea avançada estiver colocada, aplicar 8-10 ventilações por minuto, não sincronizadas com as compressões torácicas Volume corrente de 6-7mL/kg é suficiente 5) Checar o pulso • Não deve ultrapassar 10 seg de procura • Ausência ou dúvida = PCR • Pulso detectado: 10-12 ventilações/min e confirmar o pulso a cada 2 minutos Localizar o “pomo de Adão” ao nível da linha média do pescoço e deslizar dois dedos lateralmente até encontrar o músculo esternocleidomastóideo. Abaixo dele, palpa-se o pulso carotídeo 6) Iniciar a RCP • 30 compressões torácicas para 2 ventilações assistidas (independente do número de socorristas) • Compressões rápidas e intensas: cruzamento entre metade inferior do esterno e a linha intermamilar • Depressão de 4 a 5 cm do tórax, permitindo o retorno à posição normal • Não se interrompe até a chegada do DEA • Localizar o apêndice xifóide • Apóia a região hipotenar da mão do lado mais forte • Colocar a base da primeira mão sobre a outra e entrelaçar os dedos das duas • Assegurar que a pressão não é exercida sobre as costelas • Não exercer pressão sobre o abdome ou sobre o apêndice xifóide • Formar ângulo de 90° com a horizontal • Ritmo de 100 compressões/min 7) Se necessário, realizar a desfibrilação elétrica • Se a pessoa não recebeu RCP, aplicá-la por 2 min antes de fazer a desfibrilação • A FV só é revertida com desfibrilação elétrica • A cada minuto que se passa sem a desfibrilação, a chance de reversão diminui em 10%! • Após 10 min – chance <5% • Acoplar o monitor/desfibrilador • FV ou TV = choque! • As pás devem ser untadas e posicionadas: Ápice cardíaco Borda esternal direita alta • Afastar! • Choque monofásico: 360 J • Choque bifásico: 120 - 200 J - onda retilínia: 120J - onda exponencial: 150 – 200 J Se não souber o tipo de onda: 200J!! • Situação especial: paciente portador de marca-passo definitivo ou cardiodesfibrilador implantável - deslocar o eletrodo infraclavicular direito em 2,5cm - Eletrodos em região infraclavicular (posição biaxilar) - posição ântero-posterior (borda esternal esquerda e região interescapular) “ABCD” do BLS 1) Testar responsividade 2) Chamar ajuda • • • • A (airways) B (Breath) C (Circulation) D (Desfibrillation) • Após o choque - mais 2 min de RCP ( 5 ciclos de 30 compressões + 2 ventilações) • Reavalia com o aparelho • Se indicado, novo choque + 2 minutos de RCP • Assim sucessivamente até reverter a parada ou chegar o sistema de emergência. Manobras de Suporte Avançado de Vida • Seqüencia de ACLS A (airways) B (Breath) C (Circulation) D (Diferential diagnosis) A (Airways) • Intubação orotraqueal - laringoscópio - lâmina curva • Deve ser feita em 30 seg no máximo B (Breath) • Confirmar a posição do tubo e ventilar - observar os movimentos de expansão do tórax (bilaterais!) - Ausculta epigástrica e dos 4 campos pulmonares • Fixar tubo • Ventilação (8 - 10/min), descincronizada das massagens cardíacas C (Circulation) • Acesso venoso e infusão de drogas ~Veia antecubital periférica ~Jugular externa • Introdução de jelco nº18 ou 16 • Se não conseguir o acesso periférico: administração traqueal e busca de acesso intraósseo D (Diferential Diagnosis) • Procurar uma possível causa reversível para a PCR. • Esse item é mais importante nos casos de atividade elétrica sem pulso Lembrando: causas de PCR – taquicardia ventricular sem pulso, fibrilação ventricular, assistolia e atividade elétrica sem pulso Tratamento da FV/TV refratária Vasopressina 40U IV (ou adrenalina 1mg IV) Choque com 360J (checar ritmo e pulso) Amiodarona 300mg IV em bolo Choque com 360 J (checar ritmo e pulso) Adrenalina 1mg IV Choque com 360 J (checar ritmo e pulso) Amiodarona 150mg IV em bolo Choque com 360 J (checar ritmo e pulso) Não esquecer de realizar ciclos de ventilação- massagem por 2min após os choques e por 2 min após checagem de ritmo entre esses passos! • Adrenalina em intervalos de 3/3 min ou 5/5 min • Choque 30 seg após infusão da droga • Próximo anti-arrítmico a ser tentado: lidocaína (11,5mg/kg = 70-100mg no adulto) Tratamento da assistolia • Modificar a derivação, trocar a posição das pás, checar o monitor certificar-se de verdadeira assistolia • Adrenalina 1mg IV de 3/3 min ou 5/5min e atropina 1mg (4 ampolas de 0,25mg) IV de 3/3min ou 5/5min de forma alternada (máximo de atropina acumulada: ~ 3 mg) • Hipotermia, intoxicação exógena: pára após 10-15 de RCP • Vasopressina pode ser utilizada no lugar da 1ª ou 2ª dose de adrenalina • Não se faz choque em assistolia!! Tratamento de atividade elétrica sem pulso • 1mg de adrenalina (epinefrina), a cada 3 a 5 min enquanto o pulso não voltar • Atropina, se houver bradicardia (FC<60bpm), a cada 3 a 5 min, alternada com a adrenalina. Causas de AESP e pseudo-AESP • • • • • • • • • • • Hipovolemia Hipóxia H+ - acidose metabólica Hipotermia Hipocalemia/Hipercalemia Hipoglicemia Tamponamento cardíaco Tromboembolismo pulmonar Trombose coronariana pneumotórax hiperTensivo Tóxico Volume Oxigênio Bicarbonato de Sódio Reaquecimento Reposição de K/NaHCO3 Reposição de glicose Punção pericárdica Tratar PCR - considerar trombólise Tratar PCR - considerar reperfusão Punção de alívio/drenagem de tórax Antagonista específico Fatores Prognósticos (mau pronóstico) • Ausência de reflexo pupilar em 24h • Ausência de reflexo corneano em 24h • Ausência de reflexo de retirada a dor em 24h • Ausência de resposta motora em 24h • Ausência de resposta motora em 72h Algoritmo Ausência de movimento ou resposta Chamar por ajuda, providenciar DEA Abrir via aérea/checar ventilação Se ventilação ausente, aplicar 2 ventilações assistidas que determinem elevação do tórax Se não houver resposta, buscar pelo pulso central. Você sentiu o pulso em 10 seg? SIM – Ventilação a cada 5 – 6 seg; reavaliar pulso a cada 2 min Não: Aplicar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações até a chegada do DEA, de socorro ou movimento do paciente. Compressões fortes e rápidas (100/min), liberando completamente o tórax. Minimizar interrupções de massagem Chegada do desfibrilador Ritmo passível de choque NÃO – Reiniciar RCP, 5 ciclos. Continuar até chegada de suporte ou movimento do paciente SIM - Aplicar um choque. Reiniciar RCP imediatamente por 5 ciclos. Obrigada!!