Parte I – A evolução da ciência psicológica Primeiro Período Psicologia e História Por traz de toda produção: material ou espiritual, existe uma história. Recuperar a história de alguma coisa é buscar entendê-la com profundidade. É resgatar seu passado e ver as projeções para o futuro! A Psicologia tem uma história de mais ou menos dois milênios! Mas apenas 50 anos de regulamentação no Brasil...vamos entender! As origens A construção da Psicologia está ligada às exigências de conhecimento da humanidade, a vários outros saberes, a mudanças econômicas e sociais de cada momento histórico e também ligada a insaciável curiosidade e necessidade do homem de saber sobre si mesmo e sobre a natureza. Os Gregos Os gregos têm um papel importante na história não só da psicologia, mas de diversos outros saberes e na história do mundo como um todo. O povo grego é considerado por muitos historiadores o povo mais evoluído durante séculos da história do mundo. A maneira deles organizarem, criarem, desenvolverem suas cidades e seus conhecimentos, geraram expansões econômicas, territoriais e de descobertas Nem tudo são flores É claro que muitas das riquezas que sustentaram o domínio cultural da Grécia durante séculos, foi estabelecido através de escravidão, monopólio, disputas sangrentas... A riqueza permitia crescimento e este exigia conhecimento, soluções para as novas questões. A Política inicia para cuidar da organização – o governo. ... A Física, a Geometria para dar conta da construção urbana O espírito começou a ser discutido na Filosofia e nas Artes Figuras começaram então a querer divagar sobre o homem e sua necessidade de crescer e empreender, sobre o que este homem tinha dentro de si Psyché (alma) + Logos (razão) È então, nesta mesma Grécia empreendedora, que as primeiras tentativas de formatar uma Psicologia começa. O “estudo da alma” concebia o estudo, a busca pelo entendimento da parte imaterial do homem: seus pensamentos, os sentimentos de amor e ódio,a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção. As discussões Os Pré-socráticos O homem se relaciona com o mundo através da percepção! O mundo existe porque o homem o vê ou o homem vê um mundo que já existe? Os idealistas acreditavam que a idéia formava o mundo – ele não era pré-concebido e cada um via de uma forma. Os materialistas acreditavam que a matéria que forma o mundo já está pronta, aberta para a percepção. Sócrates (469-399 a.C.) Pensamento chave: o limite entre o homem e os animais é a razão. Esta domina os instintos e tira o homem da irracionalidade. A razão é a essência humana. Platão (427-347 a.C.) Discípulo de Sócrates Pensamento chave: achar um “lugar” no nosso corpo para a razão. Definiu que seria a cabeça, onde está a alma. A medula seria a ligação da alma com o corpo (matéria). Alma e corpo eram separados, o corpo perecia na morte, enquanto a alma vagava para ocupar outro corpo. Aristóteles (384-322 a.C.) Discípulo de Platão – criador do Da anima – primeiro tratado de psicologia sobre razão, percepção e sensação Pensamento chave: alma e corpo são indissociáveis. Tudo que é vivo tem alma e esta é o princípio ativo da vida. Vegetais – alma vegetativa: função de alimentação e reprodução Animais – alma vegetativa + alma sensitiva (função de percepção e movimento) Homem – alma vegetativa + alma sensitiva + alma racional (função pensante) Discussões importantes Platônica – a alma é imortal e separada do corpo (matéria) Mito do amor Aristotélica – a alma é mortal e não separada do corpo A Psicologia no Império Romano O Império Romano surge com força para dominar a Grécia, parte da Europa e Oriente Médio O Cristianismo surge como força religiosa e política e sobrevive aos ataques bárbaros e divisão de territórios Na entrada da Idade Média, era a Igreja que detinha então o poder econômico, político e dominava o conhecimento e o estudo sobre o psiquismo estava incluído. Filósofos representativos Santo Agostinho : inspirava-se em Platão, dividia corpo e alma. A igreja tinha que se preocupar com a compreensão do pensamento pois, este estaria localizado na alma e a alma era a ligação do homem a Deus. São Tomás de Aquino – viveu o início do Protestantismo, que combatia a Igreja Católica. Abertura do capitalismo, mudanças que trouxeram questionamentos sobre a relação do homem com Deus, justificando novas buscas por tentar manter esta relação e o catolicismo. Essência e existência Releitura de Aristóteles por São Tomás: o homem, na sua essência e com sua existência, busca a perfeição! Faz a ligação com Deus: a única forma de encontrar esta perfeição era a busca por Deus, igualando essência e existência! Esta ligação racional justificando os dogmas da igreja, a mantém no monopólio dos estudos do psiquismo. O Renascimento/Renascença Época de transformações radicais no mundo europeu. O Mercantilismo permite novas descobertas e acúmulo de riquezas, gerando o capitalismo. Valorizações ao homem “pipocam” : ele era capaz! As artes evoluem produzindo clássicos – literatura, pintura, escultura, ciência. Copérnico e Galileu A Terra não sendo mais o centro do universo, as buscas pelo conhecimento da gravidade e outras mais, trazem a evolução de métodos e criação de regras para a produção científica. Descartes postula sobre a separação corpomente permitindo o avanço sobre o corpo/matéria como objeto de estudo para a fisiologia e a anatomia (indiretamente da psicologia também!)