Procedimentos invasivos e
infecção hospitalar
Site:
http://www.ccih.med.br
Procedimentos Invasivos e
Infecção Hospitalar

Procedimentos invasivos
- são aqueles que provocam o rompimento das barreiras
naturais ou penetram em cavidades do organismo, abrindo
uma porta ou acesso para o meio interno, favorecendo a
penetração de microrganismos na intimidade dos tecidos,
sejam eles estéreis ou colonizados
Procedimentos Invasivos e
Infecção Hospitalar

Considerações gerais sobre os procedimentos invasivos
- risco de infecção está relacionado à experiência, habilidade e
aplicação de técnica correta
- respeito às regras básicas de assepsia
- não há evidências suficientes sobre a profilaxia antibiótica na
punção arterial, cateterização cardíaca, inserção percutânea de
marca-passo, biopsia aspirativa, toracocentese, paracentese, entre
outros
Procedimentos Invasivos e
Infecção Hospitalar

Considerações gerais sobre os procedimentos invasivos
- estes procedimentos estão intimamente relacionados à infecções,
por isso a sua indicação deve ser muito criteriosa, seja diagnostica
ou terapêutica
- igualmente importante é a sua retirada - quanto mais precoce menor o risco de desenvolver infecção
- reuso de descartáveis - considerar as recomendações do fabricante
- comprometimento da qualidade/segurança do material
- treinamento e educação da equipe quanto à instalação e
manutenção dos procedimentos invasivos
Qualidade das Evidências - Guia CDC

Grau I (IA) comprovado
- evidência de, no mínimo, um estudo adequadamente randomizado e
controlado

Grau II (IB) recomendado
- evidência de, no mínimo, um estudo bem desenhado de estudos de coorte
ou caso-controle sem randomização, preferencialmente de mais de um
centro, de múltiplas séries, ou ainda de resultados de estudos não
controlados

Grau III (II) sugerido
- evidências de opiniões de autoridades respeitadas, com base em suas
experiências clínicas, estudos descritivos, ou relatos de comitês de
experts
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Equipe
- Treinamento: IA (comprovado)

Vigilância epidemiológica
- Medir risco do procedimento (densidade): IA (comprovado)
- Agentes isolados e perfil de sensibilidade: IA (comprovado)
- Não realizar monitorização microbiológica: IA (comprovado)

Reprocessamento de equipamentos
-
Limpeza prévia: IA (comprovado)
Esterilização ou desinfecção de alto nível: IB (recomendado)
Enxágüe com água estéril: IB (recomendado)
Água potável com ou sem álcool na secagem: não resolvido
Não reprocessar uso único: IB (recomendado)
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Circuitos
-

Troca no mínimo a cada 48 horas: IA (comprovado)
Prazo máximo de troca: não resolvido
Reprocessar na mudança de paciente: IB (recomendado)
Desprezar periodicamente o condensado: IB (recomendado)
Filtro no circuito expiratório: não resolvido
Umidificadores
- Água estéril: II (sugerido)
- Não recomendar umidificadores de cascata: não resolvido

Filtros umidificadores
- Não recomendar: não resolvido
- Trocar de acordo com o fabricante: IB (recomendado)
- Não trocar o circuito no mesmo paciente: IB (recomendado)
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Umidificador de parede
- seguir recomendações do fabricante: IB (recomendado)
- Trocar tubo, cateter e máscara entre pacientes: IB (recomendado)

Nebulizadores de medicação
- Reprocessar a cada tratamento: IB (recomendado)
- Fluídos estéreis: IA (comprovado)

Nebulizadores de grande volume
- Desinfecção de alto nível a cada 24 horas no uso contínuo ou troca de
pacientes: IB (recomendado)

Tendas de oxigênio
- Esterilização ou desinfecção de alto nível a cada paciente:
IB (recomendado)
- Troca periódica no uso contínuo: não resolvido
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Equipamento anestésico
- Não esterilizar ou desinfetar o equipamento: IA (comprovado)
- Esterilização ou desinfeção alto nível do circuito: IB (recomendado)
- Freqüência reprocessamento da válvula unidirecional e da câmara de cal
sodada: não resolvido
- Desprezar o condensado: IB (recomendado)
- Filtros: não resolvido

Respirômetro, sensores de oxigênio, bolsa de ressuscitação
- Esterilização ou desinfecção de alto nível entre pacientes:
IB (recomendado)
- Freqüência de troca dos filtros hidrofóbicos: não resolvido

Espirômetro
- Não esterilizar ou desinfetar o equipamento: II (sugerido)
- Esterilização ou desinfeção alto nível do bocal e conexões:
IB (recomendado)
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Lavagem das mãos
- Contato com mucosas, secreções respiratórias ou itens contaminados
(independente do uso de luvas): IA (comprovado)

Precauções de barreiras
- Luvas ao manipular secreções e trocá-las a cada paciente (procedimento):
IB (recomendado)
- Avental no risco de contaminação: IA (comprovado)

Traqueostomia
- Técnica asséptica: IB (recomendado)
- Cânula estéril ou que tenha sofrido desinfecção de alto nível:
IB (recomendado)
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Procedimento invasivo
- Suspender logo que não for indicado: IB (recomendado)

Nutrição enteral
-

Elevar cabeceira 30 a 45 graus: IB (recomendado)
Verificar localização da sonda: IB (recomendado)
Adequar a velocidade de infusão: IB (recomendado)
Preferência por calibre pequeno das sondas: não resolvido
Administração contínua ou intermitente: não resolvido
Colonização gástrica
- Drogas que não elevem o pH gástrico: II (sugerido)
- Descontaminação seletiva: não resolvido
- Acidificação de dietas enterais: não resolvido
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

Cirurgias
-

Fisioterapia respiratória em alto risco: IB (recomendado)
Deambulação precoce: IB (recomendado)
Controle da dor: IB (recomendado)
Exercício respiratório: II (sugerido)
Vacinação contra pneumococo
- Imunizar: patologia pulmonar ou cárdio-vascular prévia, diabetes melito,
alcoolismo, cirrose, escape de líquor, imunossupressão, asplenia, HIV:
IA (comprovado)

Antibioticoprofilaxia
- Não administrar: IA comprovado

Cama cinética: Não resolvido
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Preparo pré- operatório do paciente
- Glicemia < 200mg no intra-opratório e pós operatório imediato (48hs).
(IB) recomendado
- Abstenção do tabaco um mês antes da cirurgia eletiva. (IB)
recomendado
- Suspensão, quando possível, do uso de esteróides. Não resolvido
- Adiar cirurgia em desnutridos graves (albuminemia). (II) sugerido
- Identificar e tratar infecções remotas ao sítio cirúrgico, não realizando
procedimentos eletivos em pacientes com estas infecções. (IA)
comprovado
- Reduzir a hospitalização pré operatória. (IA) comprovado
- Prescrever banho pré-operatório do paciente com agente anti-séptico,
na noite anterior e na manhã do ato cirúrgico. (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Preparo pré- operatório do paciente
- Não remover os pelos, exceto ao redor da incisão e quando interferir
com o ato cirúrgico. (IA) comprovado
- Quando a tricotomia estiver indicada, deve ser realizada
imediatamente antes do ato cirúrgico e deve-se preferir o uso de
tricotomizadores ao emprego de lâminas ou cremes depiladores. (IA)
comprovado
- Limpeza com água corrente e agente tensoativo ao redor do local
onde será praticada a incisão, para promover a remoção da
contaminação grosseira. (IB) recomendado
- Aplicar um agente anti-séptico (álcool 70-92%; clorexidina 2-4%
aquosa ou 0,5% alcoólica; iodóforos 10%) em movimentos
circulares centrífugos, a partir do local da incisão principal e
secundárias (drenos). (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Anti-sepsia pré- operatória da equipe cirúrgica
- Manter as unhas rentes e não utilizar unhas artificiais. (IB)
recomendado
- Proibir unhas esmaltadas. Não resolvido
- Proibir uso de pulseiras, relógios e anéis. (II) sugerido
- O preparo das mãos da equipe deve ser realizado antes de se tocar o
campo e instrumentais estéreis ou a própria pele preparada do
paciente. Deve iniciar com a limpeza de cada leito sub ungueal;
envolver das mãos até acima do cotovelo; durar de 3 a 5 minutos,
com o emprego de um anti-séptico apropriado. Após sua realização,
as mãos devem ser mantidas para cima, com os cotovelos
flexionados, para que a água escoe para o cotovelo. A secagem deve
ser realizada com toalha estéril. (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Antibioticoprofilaxia
- Selecionar o antibiótico baseado em sua eficácia contra os
microrganismos que mais freqüentemente causam infecção do
sítio cirúrgico de acordo com o procedimento. (IA) comprovado
- Administrar o antimicrobiano por via endovenosa, exceto em
procedimentos coloretais, nos quais pode ser empregada também a
via oral. (IA) comprovado
- Administrar o antimicrobiano antes do início da cirurgia,
idealmente 30 minutos, mas não mais que duas horas, para que ele
atinja níveis tissulares quando a incisão for praticada. (IA)
comprovado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Antibioticoprofilaxia
- Administrar o antimicrobiano imediatamente após o clampeamento
do cordão umbilical em cesarianas. (IA) comprovado
- Administrar o antimicrobiano no início da indução anestésica. (II)
sugerido
- Não estender a profilaxia no período pós-operatório. (IB)
recomendado
- Empregar reforço intra-operatório quando a cirurgia ultrapassar a
meia vida estimada da droga; ocorrer grande perda sangüínea;
pacientes com obesidade mórbida. (IB) recomendado
- Não é recomendado o uso rotineiro de vancomicina na
antibioticoprofilaxia. (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Ventilação da sala cirúrgica
- Manter pressão positiva na sala cirúrgica em relação ao corredor e
áreas adjacentes. (IB) recomendado
- Manter um mínimo de 15 trocas por hora, das quais pelo menos três
sejam de ar fresco. (IB) recomendado
- Filtrar o ar recirculado ou fresco, de acordo com recomendações
oficiais. (IB) recomendado
- Introduzir o ar pelo teto e realizar sua exaustão próximo ao solo. (IB)
recomendado
- Não existe recomendação para o emprego de fluxo laminar ou de
ultra violeta. Não resolvido
- Manter as portas fechadas, exceto para passagem de equipamentos,
pessoal e pacientes. (IB) recomendado
- Limitar o número de presentes, ao pessoal necessário. (IB)
recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Limpeza e desinfeção de superfícies fixas
- Sem recomendação para desinfecção da sala cirúrgica entre os
procedimentos, na ausência de sujidade visível em superfícies ou
equipamentos. Não resolvido
- Aplicar um desinfetante aprovado pelo MS, antes de um novo
procedimento cirúrgico, para a descontaminação de superfícies fixas ou
equipamentos que tiverem contato com sangue ou outro fluído
corpóreo durante a cirurgia. (IB) recomendado
- Aplicar diariamente no piso da sala cirúrgica, após o último
procedimento, um desinfetante aprovado pelo MS. (IB) recomendado
- Não há necessidade de procedimentos especiais de limpeza e
desinfeção após procedimentos contaminados ou infectados. (IA)
comprovado
- Não deve ser utilizado capacho impregnado com desinfetantes na
entrada do centro cirúrgico, pois não contribui para redução de
infecções. (IA) comprovado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Amostras microbiológicas
- Devem ser realizadas amostras do ar ou superfícies apenas como
parte de uma investigação epidemiológica. (IB) recomendado

Esterilização do instrumental cirúrgico
- Esterilizar todo instrumental cirúrgico. (IB) recomendado
Realizar a esterilização rápida apenas em situações de emergência,
não sendo indicada rotineiramente para o reprocessamento do
instrumental. (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Paramentação cirúrgica
- Sem recomendação: quanto ao local e processo de lavagem da
paramentação cirúrgica; e quanto as restrições ao uso da paramentação
fora da unidade. Não resolvido
- Trocar a paramentação quando estiver visivelmente suja com sangue ou
outro fluído corpóreo potencialmente infectante. (IB) recomendado
- A máscara cirúrgica deve cobrir totalmente a boca e o nariz, e deve ser
utilizada ao entrar na sala cirúrgica se o instrumental estiver exposto ou a
cirurgia estiver em andamento. (IB) recomendado
- Todo cabelo e barba deve estar coberto ao penetrar na sala cirúrgica. (IB)
recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Paramentação cirúrgica
- Não utilizar propés com a finalidade exclusiva de prevenir infecção do
sítio cirúrgico. (IA) comprovado
- Utilizar propés apenas quando uma contaminação grosseira possa ser
prevista. (II) sugerido
- As luvas estéreis devem ser calçadas após a colocação do avental
cirúrgico. (IB) recomendado
- Os materiais empregados na confecção do avental e campo cirúrgico
devem assegurar uma barreira efetiva, mesmo quando umedecidos.
(IB) recomendado

Anestesia
- A equipe anestésica deve aderir as práticas recomendadas para o
controle de infecção durante a cirurgia. (IA) comprovado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Técnica cirúrgica
- Manipular os tecidos delicadamente, promovendo uma hemostase
efetiva, minimizando tecidos desvitalizados e corpos estranhos (exemplo:
suturas, uso de bisturi elétrico e restos necróticos) e eliminação de
espaços mortos no sítio cirúrgico. (IB) recomendado
- Se o sítio cirúrgico estiver grosseiramente contaminado deve-se optar por
manter a incisão aberta, promovendo uma cicatrização por segunda
intenção. (IB) recomendado
- Quando a drenagem for necessária, utilizar sistemas fechados,
exteriorizados por local distinto da incisão principal, removendo os
drenos tão logo quanto possível. (IB) recomendado
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Cuidados com a incisão cirúrgica no pós operatório
- Proteger a incisão fechada primariamente com curativo estéril por 24 a
48 horas, assegurando que ele permaneça seco e não seja removido
durante o banho. (IA) comprovado
- Sem recomendação quanto à cobertura de incisão fechada
primariamente além de 48 horas e também quanto ao momento
adequado para o banho com a incisão descoberta. Não resolvido
- Lavar as mãos com anti-séptico antes e depois da realização de curativo
ou ao tocar a incisão cirúrgica. (IA) comprovado
- Sem recomendação quanto a opção entre a técnica estéril ou limpa,
para a troca de curativo de incisões deixadas para cicatrização em
segunda intenção. Não resolvido
- Educar pacientes e familiares nos cuidados com a incisão, na
identificação e notificação de sinais e sintomas relacionados à infecção.
(II) sugerido
Guia CDC: Profilaxia - Sitio Cirúrgico

Vigilância
- Utilizar critérios diagnósticos padronizados para identificação de casos
(CDC). (IB) recomendado
- Na pesquisa de casos, utilizar métodos prospectivos adequados com
observação direta ou indireta, durante a hospitalização do paciente e um
método de vigilância pós alta. (IB) recomendado
- Para cada paciente cirúrgico sob vigilância, incluir informações sobre os
principais fatores de risco (classificação do potencial de contaminação
da ferida cirúrgica; gravidade do paciente de acordo com o índice ASA; e
duração do procedimento). (IB) recomendado
- A equipe cirúrgica deve classificar o procedimento de acordo com o seu
potencial de contaminação. (IB) recomendado
- Periodicamente calcular as taxas de infecção do sítio cirúrgico,
estratificadas pelos fatores de risco estudados, relatando os valores
encontrados às equipes envolvidas. (IB) recomendado
- Sem recomendação quanto ao método utilizado na divulgação para a
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar dos resultados codificados
por cirurgião. Não resolvido
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Educação e treinamento
- Toda equipe: IA (comprovado)

Vigilância
-

Densidade de infecção relacionada: IB (recomendado)
Palpação do local de inserção: IB (recomendado)
Inspeção na suspeita de infecção: IB (recomendado)
Troca diária de curativo quando não palpar ou inspecionar: II (sugerido)
Anotar data e controlar duração: IB (recomendado)
Não fazer cultura rotineira do cateter: IB (recomendado)
Lavagem das mãos
- Antes e depois do contato: IA (comprovado)
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Precauções de barreira
- Luvas para inserção e troca de curativo: IB (recomendado)
- Luvas estéreis para curativo: Não resolvido

Inserção de cateter
- evitar dissecção: IA (comprovado)

Cuidados com o sítio do cateter
- Anti-sepsia da pele com anti-séptico apropriado: IA (comprovado)
- Remover tintura de iodo com álcool: II (sugerido)
- Após anti-sepsia só palpar sítio de inserção com luvas estéreis:
IA (comprovado)
- Curativos com gaze estéril ou filme transparente: IA (comprovado)
- Troca de curativo quando úmido, sujo ou descolado: IB (recomendado)
- Não tocar sítio de inserção na troca de curativo: IA (comprovado)
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Sistemas de infusão:
-

Avaliação custo/risco/benefício para tipo de acesso: IA (comprovado)
Remover acesso quando desnecessário: IA (comprovado)
Trocar equipo quando mudar o cateter: II (sugerido)
Trocar sistema de infusão cada 72 horas: IA (comprovado)
Trocar sistema de infusão intermitente: não resolvido
Trocar equipo cada 24 horas ao infundir sangue ou lipídeos:
IB (recomendado)
Tempo de infusão
- Soluções com lipídeos no máximo 24 horas: IB (recomendado)
- Soluções de lipídeos no máximo 12 horas: IB (recomendado)
- Demais soluções: não resolvido
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Injeção em buretas
- Desinfecção com álcool ou PVPI: IA (comprovado)

Misturas endovenosas
-
Preparar em fluxo laminar com técnica asséptica: IB (recomendado)
Observar validade e características das soluções: IA (comprovado)
Preferir dispositivos e drogas de uso único: II (sugerido)
Múltiplas doses sob refrigeração e usar álcool: IA (comprovado)
Material estéril: IA (comprovado)
Descartar na suspeita de contaminação ou após validade:
IA (comprovado)
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Filtros
- Não utilizar para controlar IH: IA (comprovado)

Equipe de terapia endovenosa
- Pessoal treinado: IB (recomendado)

Dispositivos intravasculares sem agulhas
- Uso, manutenção, troca: sem recomendação

Antibioticoprofilaxia
- Não prescrever durante inserção ou manutenção: IB (recomendado)
Guia CDC: Profilaxia - Acesso Vascular

Cateteres venosos periféricos
- Tipo de cateter
»
»
»
»
avaliação custo/benefício/risco: IB (recomendado)
Evitar agulhas de aço se medicamento causa necrose: IA (comprovado)
Cateter linha média se > 6 dias: IB (recomendado)
Cateter impregnado com antimicrobianos ou anti-sépticos: não resolvido
- Local de inserção
» Adultos preferir extremidades superiores: IA (comprovado)
» Crianças preferir couro cabeludo, mãos e pés: II (sugerido)
- Troca do cateter
» Adultos rotineira cada 48 a 72 horas, quebra de assepsia e emergência:
IB (recomendado)
» Crianças troca periódica: não resolvido
» Trocar ao sinal de flebite: IA (comprovado)
- Cuidados locais
» Preferir soro fisiológico à heparina: IB (recomendado)
» Não utilizar antimicrobianos ou anti-sépticos: IB (recomendado)
Qualidade das Evidências - Guia EPIC
(Medicina Baseada em Evidências - Reino
Unido)

As evidências foram categorizadas de acordo com sua força,
em 3 níveis
- categoria 1: evidências derivadas de uma maioria de estudos
aceitáveis (estatisticamente comprovado).
- categoria 2: evidências baseadas em um único estudo aceitável ou
em achados fracos ou inconsistentes de múltiplos estudos aceitáveis
(fortes indícios de comprovação).
- categoria 3: evidências cientificamente limitadas, derivadas de
estudos que não preenchem todos os critérios de “estudo aceitável”,
ou ausência de estudos aplicáveis de boa qualidade. Foram incluídas
aqui opiniões publicadas de experts retiradas de diretrizes
profissionais, nacionais e internacionais (altamente recomendado,
apesar de não comprovado).
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

Escolha do tipo de cateter
- utilizar cateter de único lúmen a não ser que múltiplas vias sejam
essenciais par o tratamento do paciente - categoria 2 (fortes indícios
de comprovação)
- usar cateter ou lúmen exclusivo para administração de NPP - categoria
2 (fortes indícios de comprovação)
- usar cateter tunelizado ou implantável se houver previsão de
cateterização acima de 30 dias - categoria 2 (fortes indícios de
comprovação)
- considerar o uso de cateter venoso central impregnado com
antimicrobianos para pacientes adultos que necessitem de cateterização
por duração inferior a 10 dias e que sejam de alto risco para septicemia
categoria 1 (estatisticamente comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

Seleção do sítio de inserção
- na seleção do sítio de inserção, deve-se avaliar os riscos de infecção e
de complicações mecânicas - categoria 3 (altamente recomendado,
apesar de não comprovado)
- preferir a veia subclávia em relação à jugular e femoral para inserção
de cateteres não tunelizados, exceto quando houver contra-indicação
categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
- considerar o uso de cateter central inserido perifericamente como
alternativa às veias subclávia e jugular - categoria 2 (fortes indícios
de comprovação)

inserir o cateter central com técnica asséptica
- técnica asséptica para inserção de cateteres centrais, incluindo
avental, luvas e um campo cirúrgico grande, todos estéreis categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

A anti-sepsia cutânea reduz risco de infecção
- realizar anti-sepsia do local de inserção do cateter com clorexidina
alcoólica. A solução de PVPI alcoólica deve ser reservada para os
pacientes que apresentam alergia à clorexidina. Aguardar secagem do
anti-séptico antes de inserir o cateter - categoria 3 (altamente
recomendado, apesar de não comprovado)
- não aplicar solventes orgânicos (ex: acetona, éter) antes da inserção do
cateter - categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
- não aplicar rotineiramente cremes antibióticos previamente à inserção do
cateter - categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

Cuidados com o cateter e o sítio de inserção
- ao infundir soluções pelo canhão, promover desinfecção de sua superfície
externa com clorexidina aquosa ou PVPI, a não ser que seja contraindicado pelo fabricante - categoria 3 (altamente recomendado, apesar
de não comprovado)
- utilizar gaze estéril ou curativo transparente para cobrir o sítio de
inserção do cateter - categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
- deve-se trocar o curativo com gaze quando houver presença de umidade,
fixação deficiente, sujo ou quando a inspeção do sítio for necessária categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não comprovado)
- não aplicar creme antimicrobiano no sítio de inserção do cateter categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
- injetar no cateter rotineiramente um anticoagulante, a não ser que seja
contra-indicado - categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

Estratégia para troca do cateter
- não trocar rotineiramente o cateter venoso central como medida
profilática de controle de infecção - categoria 2 (fortes indícios de
comprovação)
- trocar o cateter mal funcionante com fio guia somente se não houver
evidência de infecção no local - categoria 1 (estatisticamente
comprovado)
- trocar cateteres com fio guia em pacientes com infecção sistêmica, mas
sem evidência da participação do dispositivo como fonte. Se o exame
microbiológico revelar evidências de contaminação do sítio de inserção,
o novo cateter deve ser removido e um novo acesso providenciado em
outro sítio - categoria 1 (estatisticamente comprovado)
- trocar todo o sistema de infusão quando o cateter é removido - categoria
3 (altamente recomendado, apesar de não comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Acesso Vascular

Estratégia para troca do cateter
- não usar fio guia para troca de cateteres em pacientes com suspeita de
infecção relacionada ao acesso vascular. Nestes casos, o dispositivo deve
ser removido e um novo acesso deve ser providenciado - categoria 1
(estatisticamente comprovado)
- trocar o sistema de infusão e as torneirinhas a cada 72 horas, a não ser
que um intervalo seja menor seja indicado - categoria 1
(estatisticamente comprovado)
- trocar todo o sistema de infusão utilizado para administração de sangue e
lipídios ao final da infusão ou após 24 horas de infusão contínua categoria 2 (fortes indícios de comprovação)

antibioticoprofilaxia
- não administrar rotineiramente antibióticos sistêmicos antes da inserção
ou durante o uso do cateter central, com a finalidade de prevenir
colonização ou infecção - categoria 2 (fortes indícios de comprovação)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Avaliar a necessidade de cateterização
- indicar SV apenas na impossibilidade dos métodos
alternativos - categoria 3 (altamente recomendado, apesar
de não comprovado)
- revisar regularmente a necessidade de manutenção da
cateterização, removendo-a logo que possível - categoria 3
(altamente recomendado, apesar de não comprovado)
- documentar a inserção do cateter e os cuidados relacionados
- categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Seleção do tipo de cateter
- a escolha do material da sonda vesical depende da experiência
clínica, dos riscos do paciente e duração da cateterização categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
- selecionar sondas de menor diâmetro possível que permita
fluxo livre da urina e com balão de até 10 ml. Geralmente os
pacientes urológicos necessitam de sondas com maior
diâmetro e balão - categoria 3 (altamente recomendado,
apesar de não comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Técnica asséptica durante a sondagem
- a sondagem vesical é um procedimento asséptico. A equipe de
saúde deve ser treinada nos cuidados relacionados à sondagem
vesical - categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
- fazer higiene do meato uretral antes da sondagem - categoria 3
(altamente recomendado, apesar de não comprovado)
- empregar lubrificante apropriado de uso único para reduzir o
trauma uretral e a incidência de infecção - categoria 3
(altamente recomendado, apesar de não comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Cuidados na manutenção da sondagem vesical
- conectar a SV com um sistema fechado de drenagem estéril categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
- não desconectar o conjunto, exceto por razões clínicas ou atender
recomendações do fabricante do saco coletor - categoria 3
(altamente recomendado, apesar de não comprovado)
- descontaminar as mãos e utilizar e utilizar luvas de procedimento
ao manipular o sistema - categoria 3 (altamente recomendado,
apesar de não comprovado)
- coletar amostra de urina apenas no local adequado, utilizando
técnica asséptica - categoria 3 (altamente recomendado, apesar
de não comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Cuidados na manutenção da sondagem vesical
- o saco coletor deve sempre ficar abaixo do nível da bexiga do
paciente e evitar seu contato com o chão. Quando houver risco de
refluxo pela manipulação ou movimentação do paciente, deve-se
clampear o tubo coletor - categoria 3 (altamente recomendado,
apesar de não comprovado)
- esvaziar o saco coletor freqüentemente para manter o fluxo
urinário e prevenir o refluxo da urina. Descartar a urina em
recipientes limpos e individualizados, evitando o contato com o
tubo de drenagem - categoria 3 (altamente recomendado,
apesar de não comprovado)
Guia EPIC: Profilaxia - Urinária

Cuidados na manutenção da sondagem vesical
- não adicionar anti-sépticos ou soluções antimicrobianas no saco
coletor - categoria 1 (estatisticamente comprovado)
- não trocar desnecessariamente a sonda como prática rotineira categoria 3 (altamente recomendado, apesar de não
comprovado)
- a higiene pessoal de rotina é suficiente para manter a higiene do
meato - categoria 1 (estatisticamente comprovado)
- a irrigação, instilação e lavagem não previnem a ocorrência de
infecção relacionada à SV - categoria 2 (fortes indícios de
comprovação)
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