TURISMO E MEIO AMBIENTE
Jair Putzke
O sentido maior do turismo é a
prestação de serviços, satisfazer o
desejo das pessoas de viajar e
vivenciar novas experiências nos
mais diferentes locais.
Ninguém deve deixar de fazer por só poder fazer muito pouco! _
TURISMO E MEIO AMBIENTE
O turismo é uma atividade econômica
que traz possibilidades e alternativas
de crescimento nacional, regional e
local.
Comenta-se que o litoral, as praias
estão passíveis de saturação, em
virtude de historicamente serem
pontos turísticos.
Daí determinados turistas buscarem
novos ambientes que preservem a
cultura regional e possibilitem maior
contato com as belezas naturais e com
a própria comunidade local (Guimarães
e Fraga, 2004).
O turismo responde hoje por cerca de 11% do
produto interno bruto - PIB - mundial. Na
Jamaica, de belas praias e paisagens, o turismo
responde por 30% do PIB.
No Brasil, segundo a Embratur (2005) o turismo
representa 8% do Produto Interno Bruto e com isso,
envolve 6% da População Economicamente Ativa.
Primeiramente, quando uma pessoa chega a um
destino turístico, o impacto do contato desse viajante
(visitante) com o local se dá pelo uso dos sentidos,
notadamente em prol de analisar a aparência da região,
ou seja, o viajante num primeiro instante estabelece
uma relação totalmente superficial com o lugar, com as
pessoas, com o meio ambiente de um modo geral.
Assim sendo, passado esse primeiro contato, o viajante
começará a procurar saciar as expectativas que pode
ser os que o levaram a realizar aquela viagem, que
na era pós-moderna caracterizada principalmente pela
busca de um caráter existencial das viagens, buscando
um aprendizado constante, auto-conhecimento,
conhecimento de si próprio e dos outros, fuga da vida
cotidiana, enfim, uma gama de desejos que se
pretendem realizar.
Diretivas:
- incentivar e trabalhar
o turismo;
- conquistar o turista e
torná-lo pleno e
satisfeito em todas as
suas necessidades e
direitos;
- trabalhar o meio
ambiente de forma a
preservá-lo e recuperálo.
“Ecoturismo é a visita responsável a
áreas naturais visando preservar o meio
ambiente e o bem estar das populações
locais" (Lindberg e Hawkins, 1996).
O ecoturismo surgiu como um meio de alcançar
o desenvolvimento sustentável das regiões que
ainda hoje apresentam importantes conjuntos
naturais de grande valor ecológico e paisagístico
e como estratégia de conservação de culturas
tradicionais.
.
O ecoturismo visa possibilitar a inserção destas
ditas regiões que, em regra, foram afastadas do
desenvolvimento regional.
-Estas populações residentes possuem um forte
vínculo com a Natureza (o suporte principal de
sua caracterização cultural).
- Daí a preocupação, na definição de ecoturismo,
de promover o bem-estar destas populações.
- Por "bem-estar" compreende-se sua integração
ao processo de desenvolvimento econômico sem
corromper suas características culturais mais
profundas.
- Se estes povos ainda vivem tendo a Natureza
como suporte para a manutenção de suas
culturas, possivelmente são os únicos a
realmente conhecer as formas de
sustentabilidade específica daqueles ambientes.
-Entrar em contato com milhares de outros seres
vivos é algo exótico para o ser humano. Sem
dúvida é um momento particular da sua
existência, uma vez que poucas pessoas da
sociedade vivem imersas em um ambiente de
rica biodiversidade. A conotação de exótico vem
do desconhecimento daqueles elementos todos.
- caminhar por espaços selvagens
traz a oportunidade de enfrentar
dificuldades, de superar
limitações, como os de ter que
dar grandes saltos, caminhar por
espaços estreitos ou à beira de
desfiladeiros, esperar uma cobra
abrir o caminho, atravessar rios,
dentre outros. Nesses
enfrentamentos, o ser humano
deixa-se levar a conhecer melhor
a si mesmo. Pode aproveitar para
conhecer melhor seus corpos e
suas emoções. Na maioria das
vezes, as reações no campo são
muito diferentes daquelas que se
imagina antes de enfrentar certas
situações.
Estabelece-se também novas relações sociais,
pois muitas vezes é preciso ajudar o outro e ser
ajudado por ele. As experiências do
companheirismo e da solidariedade podem ser
praticadas, sedimentadas, aprofundadas.
Aprende-se a confiar nos companheiros de
viagem.
Ao passar por situações
as mais variadas, dá-se
conta de que se precisa
aceitar as limitações de
cada situação, submeterse às vicissitudes da
Natureza, estar aberto
ao imprevisto, superar
barreiras e entrar em
contato direto com a
água e com a terra.
O "ecoturismo não é apenas uma significativa fonte de
arrecadação de divisas. É também um importante
instrumento de sustentabilidade que, ao conferir valor
econômico à admiração e desfrute estético dos bens
naturais, transforma o predador em protetor" (Sempre
Brasil, 2000). É o argumento de que na atividade
turística, inclusive no segmento do ecológico, há uma
oportunidade de promoção social e econômica
Helicops
infrataeniatus
Há, pelo menos, quatro razões para o fato de o
ecoturismo não explodir no Brasil (Sempre Brasil,
2000):
•uma certa miopia empresarial que concentra os
investimentos nas grandes metrópoles como foco
turístico prioritário;
•a falta de um plano nacional de turismo que
envolva outros;
•a dúvida quanto ao potencial do ecoturismo;
•a falta de uma indispensável divulgação das
belezas naturais junto ao público potencial local e
de fora; uma divulgação que combine a oferta de
pacotes turísticos atraentes, seja pela riqueza que a
biodiversidade da fauna e flora apresentam, e a
hospitalidade que a população oferece, seja pela
substituição de uma imagem de insegurança, típica
de grandes cidades, pelo risco cativante de viagens
e descobertas inusitadas que o passeio por
diferentes ecossistemas oferecem.
No processo de Segmentação do Turismo, tem-se:
- turismo religioso;
- turismo cultural;
- turismo de eventos;
- turismo histórico;
- turismo esportivo,
- dentre outros, que por sua vez não são
excludentes entre si.
Devido a magnitude que o turismo conquistou
no contexto socioeconômico, é considerado
uma indústria “limpa”, que gera importantes
divisas sem poluir ou danificar o ambiente.
Afirmação que merece uma avaliação mais
delicada, pois se sabe que o turismo de massa
não controlado e sem planejamento é capaz de
degradar a estrutura sócio-ambiental dos
envolvidos de maneira bastante crítica.
Um importante segmento do turismo e que têm
crescido muito rapidamente nos últimos anos é
o turismo ecológico ou ecoturismo, que é
popularmente conhecido como viagens à
natureza, onde a paisagem encontra-se pouco
alterada, muitas vezes associado à prática de
alguns esportes de aventura.
Com uma propagação rápida entre os adeptos,
principalmente jovens, o ecoturismo passou a ser
desenvolvido de maneira muito aleatória, quase
sempre utilizando as unidades de conservação
brasileiras como espaço turístico, mas sem qualquer
regulamentação técnica e legal, por meio de
diretrizes que estabelecessem sua real função e
princípios.
Destacam-se de um modo geral a carência de funcionários,
capacitação técnica, investimento em infra-estrutura (como trilhas,
centros de recepção, equipamentos de segurança e orientação),
além da gestão participativa.
Os impactos mais comuns são a deterioração dos caminhos e trilhas
através da erosão e compactação do solo, a produção de lixo, os
distúrbios sonoros e os conflitos com comunidades residentes e/ou
de entorno.
Para o planejamento constante desta atividade são necessários
diagnósticos multidisciplinares, que por sua vez requerem dados
sobre a visitação e a situação das unidades de conservação
brasileiras e por isso algumas informações parecem querer surgir,
como por exemplo, os dados adquiridos através de duas importantes
pesquisas realizadas.
Parques Nacionais
-27% não possuem visitação;
-44% recebem visitação;
-29% não responderam (o questionário todo);
-O Parque Nacional da Tijuca é o segundo mais visitado no Brasil
seguido do Parque Nacional do Iguaçú;
-As principais atividades desenvolvidas nos Parques Nacionais são
Caminhadas de um dia (22,4%), Banho (18,9%), Ciclismo e
Caminhada (7,7%) e escalada (5,1%);
-Os maiores indicadores de impactos nos Parques Nacionais são o
excesso de visitantes, o fogo, a pecuária e agricultura, a presença de
animais domésticos, alimentação da fauna, erosão de trilhas,
veículos indevidos e o lixo;
Parques Estaduais
-75% estão abertos para visitação e 25% encontram-se fechados;
-As principais atividades desenvolvidas são Caminhadas de um dia,
Banho, Ciclismo, Caminhada com pernoite e Escalada;
-36% dos visitantes possuem acompanhamento de guias do parque,
34% sem acompanhamento de guias e 30% têm acompanhamento
de guias do entorno do parque;
-Os indicadores de impactos mais comuns são o desmatamento, a
destruição de bens públicos, presença de gado, a extração ilegal da
flora
e
o
distúrbio
da
avifauna;
-As principais dificuldades das coordenações são carência de
recursos humanos em geral, ausência de infra-estrutura para
visitação e falta de informação e orientação para o visitante;
“Diretrizes e Recomendações para o Planejamento e a Gestão da
Visitação em Unidades de Conservação” primeira versão (agosto de
2005)
O documento busca aprimorar e explicitar os princípios da visitação
em unidades de conservação, além de apresentar um conjunto de
diretrizes que se subdividem em: segurança na visitação;
interpretação ambiental; participação das comunidades locais;
desenvolvimento local e regional; gestão da visitação e unidade,
atividades comerciais e concessão de serviços para visitação;
condução de visitantes e diretrizes para algumas atividades
específicas, como caminhadas, mergulho, canoagem, ciclismo, visita
a cavernas, montanhismo, etc. (não tem capacidade de atender as
recomendações para todos os casos no Brasil de forma geral).
Plano de manejo.
Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos
internos: `Dentro de mim existem dois cachorros, um
deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Os
dois estão sempre brigando...` Quando então lhe
perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o
sábio índio parou, refletiu e respondeu: `Aquele que eu
alimentar` (Autor desconhecido)
ELABORAÇÃO DE TRILHAS:
O que é :
- Estruturação das principais trilhas ecológicas
- Capacitação de monitores ambientais
- Sinalização
- Instalação de placas com poesias
- Instalação de corredores com madeira na mata
- Interpretação ambiental
- Aquisição de um ônibus turístico
Objetivos – Novas opções de passeio/Valorização dos povoados
Mercado : Turistas/escolas e população local
Custo: R$ 40 mil
Observação de Aves Migratórias e residentes
O que é : Observação, identificação e contagem das aves ao
longo da orla ou em diferentes ecossistemas.
Objetivos: Proteção das aves/ Análise do impacto do trânsito
de veículos nas praias sobre as espécies.
Fases: seleção de áreas, treinamento de monitores, visitação.
Custo: R$ 12 mil/ano – 5 anos
Aves marinhas, cheias de graça
nosso amor é convosco!
Bonitas sois vós entre as jangadas,
bonito é o vulto vosso rente
aos mares azuis!
São tão madrinhas mãos de adeus!
Voai entre nós, pescadores
agora e namorem nossa sorte de Homens.
Rogério Malaquias
68/Cabo Frio
O que é: Cultivo de espécies /Observação
Objetivos: Pesquisa, recuperação de áreas degradadas e
turismo
Fases: seleção e produção, Visitação e vendas
Público beneficiado: Turistas, comunidades tradicionais,
pesquisadores
Mercado: Turismo e pesquisa
Custo: R$ 50 mil/ano – 4 anos
SIRI MOLE
O que é : Processamento do siri por meio do processo chamado
ecdise (troca da casca do siri)
Objetivo : Agregar valor ao siri mole. Atualmente, o quilo do siri
é comercializado a R$ 1,20 no Brasil, um valor que pode saltar
para U$ 60 o quilo com o processamento.
Público beneficiado: população local
Mercado: Interno e externo
Custo: R$ 76 mil
Espaço Cultural
O que é : Exposição permanente da cultura em Espaço Cultural
Objetivos: Valorizar a cultura, incentivar o artesanato.
Fases: planejamento, escolha e compra de local, instalação.
Público beneficiado: Populações caiçaras do Lagamar
Mercado: Turistas e moradores
Realização: Prefeitura
CLONAGEM DE BROMÉLIAS NATIVAS
O que é: Clonagem de bromélias nativas para produção de mudas de
primeira qualidade
Objetivos: Conquista de novos mercados, conservação da espécie e
geração de renda
Fase: Produção e vendas
Público beneficiado: Comunidades tradicionais
Mercado: Interno e externo
Custo: R$ 50 mil em recursos próprios
Realização: Prefeitura da Ilha Comprida,
Universidade Federal de Santa Catarina,
Atlântica Assessoria Agroambiental e FAPESP
PLANO DE MANEJO PARA TABOA (Typha spp.)
O que é: Plano de manejo da taboa para a produção de
artesanato
Objetivos: Gerar renda, agregar valor às espécies nativas
da Ilha e organizar os artesãos em associações
Fases: Plano de manejo deve ser elaborado e solicitar
liberação da Secretaria de Meio Ambiente
Público beneficiado: Artesãos da região
Mercado: Interno e externo
Custo: R$ 30 mil
PLANTAS MEDICINAIS
O que é: Análise do potencial da mata da região.
Objetivos: Resgate da medicina tradicional, geração de
renda e valorização do conhecimento dos antigos
moradores
Fases: Levantamento do potencial das plantas
medicianis/Realização de Seminários/Elaboração do projeto
final
de produção de mudas
Público beneficiado: População tradicional
Mercado: Interno e externo
Custo: R$ 30 mil
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O que é: Programas contínuos de educação ambiental
Objetivos: Conscientizar crianças e jovens sobre potencial
ambiental da REGIÃO, engajar os estudantes nos
movimentos mundiais pela preservação da natureza,
promover campanhas e despertar na comunidade o
interesse pelas questões ligadas ao meio ambiente
Fases: pesquisa e produção de folders, visitação.
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