Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos do Serviço Social Aula 3 Vânia Cláudia Spoti Caran Conteúdo • Unidade 2 • 2.1 A concepção Teórica da Reprodução das Relações Sociais • 2.2 O Serviço Social no Processo de reprodução das Relações Sociais 2 2.1 A Concepção Teórica da Reprodução das Relações Sociais • Buscar entender o processo da vida social, sua realidade substancial e as formas que reveste este processo é tarefa inicial para analisar o objeto de estudo para o Serviço Social, a reprodução das relações sociais e a significação histórica. 3 2.2 O Serviço Social e o Processo das Relações Sociais • A profissão do Serviço Social tem seu o significado na sociedade capitalista, participa da reprodução de classes. 4 O Serviço Social e o Processo das Relações Sociais • Configura uma especialização do trabalho dentro da divisão social do trabalho inerente a sociedade industrial, e como ele se situa nestas relações sociais, é pertinente da análise histórica do Serviço Social no Brasil, na perspectiva capital e trabalho. 5 www.wikipedia.org. Capital e Trabalho 6 Você Vai Entender Esta Relação • Capital e Trabalho Lendo Obras: Karl Marx, O capital, Ricardo Antunes, Retratos do Trabalho no Brasil. 7 A Definição de Reprodução das Relações Sociais • É a reprodução da totalidade do processo social, de determinado modo de vida que envolve o cotidiano da sociedade: modo de trabalhar, de viver, de forma socialmente determinada, dos indivíduos e da sociedade. 8 Reprodução das Relações Sociais • Trata-se de uma totalidade concreta em movimento, em processo de estruturação permanente, a reprodução das relações sociais atinge a totalidade da vida expressando-se tanto no trabalho, na família, no lazer, na escola, no poder, e na profissão, profissão esta também contemplada pelos estudos do Serviço Social, onde podemos considerar a realidade vivida e atuação (CARVALHO,IAMAMOTO,2009). 9 www.fotoserach.com.br Modo de Trabalhar Relações Sociais seu entendimento, nossa atuação 10 http://www.partes.com.br Modo de Viver Exemplo Carolina de Jesus e Clarice Linspector 11 A reprodução das relações sociais atinge A totalidade da vida expressando-se tanto no trabalho, na família, no lazer, na escola, no poder, E na profissão! Carolina Maria de Jesus nasceu a 14 de Março de 1914 em Sacramento, estado de Minas Gerais, cidade onde viveu sua infância e adolescência. Foi filha de negros que, provavelmente, migraram do Desemboque para Sacramento quando da mudança da economia da extração de ouro para as atividades agropecuárias. 12 Carolina de Jesus • Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil). 13 Carolina de Jesus • Quanto a sua escolaridade em Sacramento, provavelmente foi matriculada em 1923, no Colégio Allan Kardec, primeiro Colégio Espírita do Brasil, fundado em 31 de Janeiro de 1907, por Eurípedes Barsanulfo. Nessa época, as crianças pobres da cidade eram mantidas no Colégio através da ajuda de pessoas influentes. A benfeitora de Carolina Maria de Jesus foi a senhora Maria Leite Monteiro de Barros, pessoa para quem a mãe de Carolina trabalhava como lavadeira. No Colégio Allan Kardec Carolina estudou pouco mais de dois anos. 14 Quer Entender Sobre Relação Social? Leia a Obra de Carolina de Jesus • Toda sua educação formal na leitura e escrita advêm deste pouco tempo de estudos. Mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento, por ser negra e pobre, Carolina revela através de sua escritura a importância do testemunho como meio de denúncia sociopolítica de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade. A obra mais conhecida, com tiragem inicial de dez mil exemplares esgotados na primeira semana, e traduzida em 13 idiomas nos últimos 35 anos é Quarto de Despejo. 15 Quer Entender Sobre Relação Social? Leia a Obra de Carolina de Jesus Essa obra resgata e delata uma face da vida cultural brasileira quando do início da modernização da cidade de São Paulo e da criação de suas favelas. Face cruel e perversa, pouco conhecida e muito dissimulada, resultado do temor que as elites vivenciam em tempos de perda de hegemonia. Sem necessidade de precisarem as áreas de onde vem os perigos, a elite que resguarda hegemonias não suaviza atos e consequências quando ameaçadas por “gente de fora” (leia-se, “gente de baixo”). 16 Quer Entender Sobre Relação Social? Leia a Obra de Carolina de Jesus Essa literatura documentária de contestação, tal como foi conhecida e nomeada pelo jornalismo de denúncia dos anos 50-60, é hoje a literatura das vozes subalternas que enunciam-se, a partir dos anos 70, pelos testemunhos narrativos femininos. 17 http://www.partes.com.br A Obra Quarto de Despejo 18 Referências • ANTUNES, R. Os Sentidos do Trabalho: ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999. • ANTUNES, R. Adeus ao Trabalho? Ensaios sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mundo do Trabalho. São Paulo/Campinas: Cortez/ Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1995. • ANTUNES, R. O Caracol e sua Concha: ensaios sobre a morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005. • BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação brasileira de ocupações, 2007. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/ BuscaPorTituloResultado.jsf • CAMARGO, KR. Os processos de trabalho do serviço social em um desenho contemporâneo. Escola de Gestão Pública, Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre. Revista EGP, 5 p., s/d. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/sma/revista_EGP/processos_trabalho_servico_social_Karen.pdf • CAVALET, SRR; DENARDI, C; DIRKEN, EC; HARO, MEN. O significado do trabalho. Sanare – revista técnica da Sanepar 1999 jul-dez; 11(11). Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v11/Significado/significado.html • CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL. Sobre a profissão de serviço social. Texto elaborado pela Comissão de Orientação e Fiscalização Profissional (COFI, CFESS), s/d. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.cress-sc.org.br/servicosocial/profissao.php. • DEJOUR C. Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção 2004 set/dez; 14(3):27-34. • ECCO, I. O ser professor como um trabalho sujeito a frustações: um diálogo com Wanderley Codo. 2011. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.webartigos.com/artigos/o-ser-professor-como-um-trabalho-sujeito-a-frustracoes/76554/ • GOERCK, C; VICCARI, EM. Assessoria: processo de trabalho do Serviço Social. Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 3, ano III, dez. 2004. 10 p. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.egem.org.br/arquivosbd/basico/0.923308001253287651_modelo___relato_de_experiencia___modelo.pdf • GOMES ELR, ANSELMI ML, MISHIMA SM, VILLA TCS, PINTO IC, ALMEIDA MCP. Dimensão histórica da gênese e incorporação do saber administrativo na enfermagem. In: ALMEIDA MCP, ROCHA SMN, organizadoras. O trabalho de enfermagem. São Paulo (SP): Cortez; 1997. p. 229-50. • IAMAMOTO, MV. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2001. • MARX, K. O Capital. 14ª ed. São Paulo: Difel, 1994. v.1. • MATTOS , L. Trabalho , Sofrimento e Subjetividade : Abordagem Sócio-histórica. Revista Inovação Tecnológica ,2011.jan/jun/1(1) : 4 -17 • MENDES GONÇALVES, R. B. Práticas de Saúde: processos de trabalho e necessidades. São Paulo: Centro de Formação dos Trabalhadores em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, 1992 (Cadernos Cefor, 1 – Série textos). • VALENTE, JB; LEITE, APTT. Negação da subjetividade no trabalho: dilemas sobre a saúde mental dos trabalhadores nas organizações produtivas. 9 p. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.aedb.br/seget/ap_23.html • PEDUZZI, M. Equipe Multiprofissional de Saúde: a interface entre trabalho e interação, 1998. Tese de Doutorado, Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. • PEDUZZI, M; SCHRAIBER, LB. Processo de trabalho em saúde. Dicionário da Educação Profissional em Saúde, 2009. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Acesso: [26 dez 2012] em: http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/protrasau.html • SANNA, MC. Os processos de trabalho em Enfermagem. Rev Bras Enferm, Brasília 2007 mar-abr; 60 (2):221-4. 19 Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos do Serviço Social Atividade 3 Vânia Cláudia Spoti Caran Vídeo 21