Instituto de Ciências da Saúde Funorte Soebras TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR NÃO ESQUELÉTICA NAS DENTADURAS DECÍDUA E MISTA Andreza Araujo Ferreira Monografia apresentada ao instituto de ciências de saúde FUNORTE / SOEBRAS, Como dos requisitos para obtenção do título de especialista pelo programa de pósgraduação em odontologia. Área de concentração: Ortodontia São Paulo 2009 Instituto de Ciências da Saúde Funorte Soebras TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR NÃO ESQUELÉTICA NAS DENTADURAS DECÍDUA E MISTA Monografia apresentada ao instituto de ciências de saúde FUNORTE / SOEBRAS, Como dos requisitos para obtenção do título de especialista pelo programa de pós graduação em odontologia. Área de concentração: Ortodontia Orientador: Profº Dr. Rogério Armando São Paulo 2009 Ferreira, Andreza Araujo Tratamento da mordida aberta anterior, não esquelética nas dentaduras decídua e mista. Andreza Araujo Ferreira São Paulo, 2009 Nº dep: 47p. nº de folhas.: 23f.: Il; 30cm Monografia apresentada ao instituto de ciências de saúde FUNORTE / SOEBRAS, Como dos requisitos para obtenção do título de especialista pelo programa de pós graduação em odontologia. Área de concentração: Ortodontia Orientador: Profº Dr. Rogério Armando 1-Mordida aberta anterior 2- Tratamento 3- Estabilidade Dedicatória A minha mãe Helenice, que sempre me amparou nos momentos de maior dificuldade, chave principal de toda minha vida. Mulher que além de mãe e esposa, é minha melhor amiga, e quem eu admiro e amo muito. Ao meu amigo Edenilson que acompanha a trajetória da minha vida e é quem convive ao meu lado, me ajuda enfrentar os problemas do cotidiano, uma pessoa especial para mim e que sem apoio e carinho dele não teria concluído este curso. Agradecimentos Aos meus pais Joaquim e Helenice, à minha irmã Juliana; que são à base da minha vida e que estão sempre presentes ao meu lado. Aos professores Reinaldo Gariba e Alexandre Cortese, pela paciência, dedicação, ensinamento e principalmente pela amizade que construímos durante o curso. Aos colegas de curso pela presteza, boa vontade e amizade. Aos meus amigos Carla e Elias que me apóiam, me compreendem me incentivam e sei que sempre posso contar. Resumo A mordida aberta anterior é um tipo de mal oclusão de maior comprometimento estético-funcional, com diversos fatores etiológicos envolvidos e que acomete grande parte da população brasileira. A preocupação entre os autores é o de diagnosticar o mais precocemente possível esta mal oclusão, já que é unânime entre eles a dificuldade de estabilidades pós tratamento. De acordo com autores esta mal oclusão esta diretamente relacionada com o fator etiológico sucção do polegar ou chupeta ou outros.Neste estudo foram revisados os tratamentos mais utilizados para se corrigir a mordida aberta anterior, bem como a eficiência destes aparelhos, além de avaliar a estabilidade da correção. Palavras- chave: mordida aberta anterior; tratamento e estabilidade Abstract The anterior open bite is a type of malocclusion of more severe aesthetic and functional, with several factors involved which commits etiologic much of the population.The concern among authors is that the diagnose of this malocclusion must be as earliest as it possible discovered, as it is unaniomous among them the difficulty of stabilitiy after treatment.According to the authors this malocclusion is directly targeted to the etiological fact (the thumb sucking, pacifier or other). This study reviewed the treatment most used to correct the anterior open bite, and the efficiency of appliances, and assess the stability of the fix. Key-words: anterior open bite, treatment and stability Sumário RESUMO-------------------------------------------------------------------------------v ABSTRACT----------------------------------------------------------------------------vi 1. INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------1 2. PROPOSIÇÃO----------------------------------------------------------------------2 3. REVISÃO DE LITERATURA----------------------------------------------------3 4. DISCUSSÃO------------------------------------------------------------------------11 5. CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------14 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-----------------------------------------15 1.Introdução A mordida aberta anterior é uma anomalia complexa de características distintas e de difícil tratamento, pois é difícil ter o controle da dimensão vertical envolve também outros profissionais como Fonoaudiólogos e Otorrinolaringologistas. Vários fatores etiológicos estão correlacionados á mordida aberta anterior, pois se trata de uma mal oclusão de caráter multifatorial, como por exemplo: respiração bucal, contato labial deficiente, fonação atípica, entre outros; deste modo o tema abordado é de grande interesse, visto que os resultados insatisfatórios e a recidiva do tratamento são freqüentes na clínica ortodôntica, por isso deve-se ter um diagnóstico correto e, salientando a correção do hábito previamente ao tratamento ortodôntico e um crucial para estabilidade do caso (DENNY et al., 2007). O Tratamento precoce da mordida aberta anterior proporciona melhores condições funcionais e estéticas, e o tratamento pode ser dividido em três possibilidades de atuação prevenção, interceptação e correção das más oclusões. A finalidade deste trabalho é fazer uma revisão da literatura sobre mordida aberta anterior, a fim de identificar os principais tipos de tratamento na dentadura decídua e mista. 3. Proposição Este trabalho tem como propósito identificar as abordagens terapêuticas mais utilizados para a correção da mordida aberta anterior na fase de dentadura decídua e mista, escolher qual a abordagem terapêutica é mais efetiva para a correção da mordida aberta anterior e verificar o nível de estabilidade da correção da mordida aberta anterior. 2. Revisão da Literatura Lopez – Gavitto et. al.(1985) compararam cefalometricamente pacientes com mordida aberta pré tratamento e pacientes com cefalometria normal os autores selecionaram uma amostra que consistia de quarenta e um pacientes vinte e nove mulheres e doze homens) com maloclusão de mordida aberta anterior todos foram tratados com aparatologia ortodontia e aparelhos extra-bucal puxada alta ou cervical ou ambas. Os resultados mostraram que mais de 35% dos pacientes tratados demonstraram uma mordida aberta anterior de 3 milímetros ou mais (ausência de estabilidade), com menor altura dentária mandibular anterior, menor altura facial anterior superior; inferior e posterior. Huang et. al.. (1989) realizaram um estudo com objetivo de determinar se a terapia com grade tinha efeito na estabilidade na correção da mordida aberta anterior. Os outros selecionaram trinta e três pacientes (vinte e oito mulheres e cinco homens). O primeiro grupo com vinte e seis pacientes que ainda se encontraram na fase de crescimento e o segundo com sete que já haviam encerrado a fase de crescimento. Vinte e dois pacientes obtiveram sobremordida positiva, e o pequeno grupo de recidivas (apenas quatro), sugerem que a grade melhorava a estabilidade em pacientes com mordida aberta. A conclusão que a razão para o aumento da estabilidade poderia estar associada a modificação da postura, ou posição de descanso lingual. Silva Filho et al. (1989) avaliaram a prevalência de oclusão normal e má oclusão de acordo com a relação sagital dos anos dentários em 2.416 crianças entre 7 e 11 anos, todas no período de dentadura mista. Os resultados revelaram um baixo percentual de oclusão normal (11,47%) e, entre as más oclusões (88,53%), 18,5% eram de mordida aberta anterior. Proffit (1991) afirmou que a maior causa de mordida aberta anterior eram hábitos de sucção ou outras influências ambientais e que, muitas vezes, com a eliminação desses hábitos na fase de dentadura mista, ocorria a correção espontânea da mordida aberta anterior. O autor relata também que na mordida aberta anterior, a criança exibia quase sempre a interposição de língua entre os dentes, o que levava a um obstáculo para correção da má oclusão. Nanda et.al. (1992) com intuito de enfocar o efeito das alterações nas estruturas dentro faciais na contenção e estabilidade em pacientes tratados redigiram o presente artigo. Os autores sugeriram que a contenção deveria ser diferenciada para cada morfologia das bases dento faciais concluíram que é extremamente importante atentar para o padrão de crescimento, e uma distinção em relação ao tipo de contenção a ser utilizada. A duração da contenção dependeria do status da maturação do paciente. A resposta para a questão da estabilidade é a contenção a longo prazo – dinâmica, não estática. Soligo, (1994) com objetivos de identificar a ocorrência dos hábitos de sucção de chupeta e digital e verificar possíveis correlações entre hábitos e oclusão, realizou uma pesquisa com cento e sessenta e quatro crianças, divididas em três grupos: Grupo I - Cinqüenta e um indivíduos (vinte e cinco do gênero feminino e vinte e seis do gênero masculino), com idade de três anos e seis meses a quatro anos e seis meses; Grupo II – Quarenta e sete indivíduos (vinte e cinco do gênero feminino e vinte e dois do gênero masculino), com idade de cinco anos e sete messes a seis anos e sete meses e Grupo III – sessenta e seis indivíduos (trinta e um do gênero feminino e trinta e cinco do gênero masculino) com idade de cinco anos e sete meses a seis anos e sete meses; analisando os seguintes aspectos: presença ou não de hábitos orais; tipo de oclusão; mordida aberta anterior; mordida aberta lateral; mordida aberta topo a topo; sobremordida; sobressaliência e mordida cruzada. Foi feito um questionário aos pais, a fim de obter informações necessárias a respeito de hábitos orais de seus filhos tem-se como resultado a ocorrência da mordida aberta anterior, trinta e um indivíduos, ou seja, 17,68% da amostra; verificando a presença de relação significante entre hábito e mordida aberta anterior. Chan (1995) afirmou que o hábito de sucção de chupeta é mais freqüente nos primeiros anos de vida, pois, nessa fase, a sucção constitui não só um meio de alimentação, mas também uma fonte de prazer. Com aumento de idade, a freqüência desse hábito se reduz, já que, nas fases seguintes, a criança não mais se alimenta apenas por meio de sucção e a fonte de prazer é transferida para outras regiões do corpo. O hábito de sucção que persiste após este período pode ser causada por um atraso no desenvolvimento infantil ou por problemas emocionais, como carência afetiva, que provoca um estado de tensão na criança, que torna a sucção uma válvula de escape. Neste contexto, a prevalência de mordida aberta anterior é bastante significativa. Sakima et.al. (1195) avaliaram 90 crianças entre quatro e sete anos portadoras de hábitos de sucção do polegar e chupeta com diferentes métodos de tratamento, concluímos que o uso do aparelho ortodôntico com palatinas associadas ao acompanhamento psicológico apresentou melhores resultados. TuKasan et al. (1998) trataram um paciente em fase de dentadura mista. Foi constatada a presença de hábitos de sucção digital, deglutição atípica, problemas rinofaríngeos, respiração mista e dificuldades em alguns fenômenos como plano de tratamento, os autores instalaram um aparelho ortodôntico removível com parafuso expansos (devida mordida cruzada), pistas oclusais e escudo (grande palatina); por falta de elaboração do paciente, optaram, pelo quadríelice. Posteriormente, instalaram um aparelho removível tipo placa de Hawley associado a um escudo palatino para controle do hábito. Após um ano de tratamento a mordida aberta anterior praticamente fechada. Sodré et. al. (1998) relataram, em seu trabalho, que o tratamento da mordida aberta anterior variava de acordo com seu tipo e suas características, sendo que poderia variar desde uma simples grade palatina, até aparelhagem fixa, não descartando necessidade de cirurgia ortognática em casos esqueléticos. Sendo que os fatores etiológicos não forem removidos e funções normais de língua e lábios não forem restabelecidas o tratamento está sujeito ao fracasso, ou seja, ausência de estabilidade. Capelli Junior et. al. (2000) relataram um caso clínico de uma paciente com dez anos e dez meses de idade que apresentava mordida aberta anterior de 8 mm, mal oclusão classe II, divisão primeira de Angle e sobressaliência de 12 mm. Após avaliações, conduziram o caso da seguinte maneira: uso de aparelho extra-bucal tração alta durante quatorze horas por dia em associação a aparatologia fixa, durante três anos e quatro meses (a cooperação do paciente é de suma importância) os autores concluíram que conhecimentos sobre crescimento facial eram essenciais para o sucesso do tratamento. Henriques et.al. (2000) com objetivos de apresentar a etiologia, o desenvolvimento da mordida aberta anterior, o diagnóstico, os tipos de tratamento e a importância da fonoaudiologia, apresentaram o caso clínico. A intervenção foi feita, durante a dentadura mista e a principal causa da mordida aberta anterior relacionouse com a presença de hábitos bucais, como interposição de língua ou de lábio inferior. A terapia utilizada foi com grade palatina e após três meses de contenção, o paciente foi encaminhado ao fonoaudiólogo para retorno das funções musculares. Concluíram que a intervenção na fase da dentadura mista é de suma importância para se ter um curto período de tratamento, estabilidade da correção e mecânica simplificada. JUSTUS (2001) O objetivo era de demonstrar com resultados clínicos longitudinais o fechamento da mordida aberta anterior com esporões intraoral. O autor afirmou que a grade sem esporões apenas restringia a língua; alegou também que apenas a grade poderia gerar mesialização dos molares, criando, assim uma classe II ou agravando uma já existente. Os esporões utilizados tinham as seguintes características: 1) permitia expansão ou redução da largura intermolar; 2) inibia irrupção molar; 3) situado em qualquer lugar do arco. 4) permitia tubo nos molares; 5) remover maus hábitos de dedos; 6) barato e 7) confeccionado no consultório (fio 0,045 polegada de aço inoxidável), JUSTUS concluiu que a afetividade dos esporões, tanto no fechamento da mordida aberta anterior quanto na estabilidade a longo prazo foram confirmados pela pesquisa, ou seja, o autor mostrou que um método efetivo de tratamento poderia modificar a postura de descanso evitando recidiva da mordida aberta anterior. KLOCKE et. al. (2002) com o objetivo de avaliar as alterações longitudinais de pacientes com mordida aberta, na fase de dentadura decídua, realizaram um estudo com dados a respeito das informações anuais de radiografia cefalométrica lateral. Para participar do estudo os pacientes precisariam apresentar uma sobremordida negativa do incisivo decíduo quando medida em relação ao plano oclusal, na idade de cinco anos. Para tanto foram selecionados quatorze indivíduos com trepasse vertical negativo e um grupo controle com trespasse vertical normal. Realizou-se traçado cefalométrico digital para a sobressaliência e para cada variável cefalométrica. Apesar de hábitos deletérios não terem sido notados, a sucção digital não poderia ser desprezada, principalmente devido à idade dos indivíduos que compunham a amostra. Os autores concluíram que treze dos quatorze indivíduos com mordida aberta anterior apresentaram uma sobremordida positiva, quando acompanhados por até doze anos. TANAKA et. al. (2003) realizaram o tratamento de uma paciente com sete anos e seis meses de idade, mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior, ausência de selamento labial e hábito de sucção de polegar. A disjunção do palato foi realizada por meio do aparelho Haas e foi constatado descruzamento da mordida, fechamento da mordida aberta anterior. Coincidência de linha média e eliminação do hábito de sucção digital. Porém para total eliminação deste hábito, havia a necessidade de cooperação por parte do paciente. LIMA & OLIVEIRA (2003) realizaram um estudo laboratorial, no Brasil, com o intuito de avaliar uma contenção ativa a ser utilizada em paciente com padrões esqueléticos de mordida aberta e crescimento remanescente. Os autores propuseram um aparelho o bite-block composto de duas barras transpalatinas baixas; um arco vestibular de Hawley. Um arco ( de mesma espessura do arco vestibular) justaposto às faces palatinas dos dentes anteriores e acrílico na parte oclusal dos posteriores. A confecção deste aparelho deve ser realizada em articulador com montagem em Relação Cêntrica. A conclusão foi que devido ao grande índice de recidivas da mordida aberta anterior deveria ser utilizado este aparelho (placa de Hawley – Bite-Block) de maneira contínua e ajustando, sempre que necessário, até o fim do crescimento do paciente. ALMEIDA et. al. (2003) com os objetivos de realizarem uma revisão de literatura sobre mordida aberta anterior, estabelecer um protocolo de tratamento durante dentadura mista e apresentar casos clínicos com acompanhamento longitudinal e estabilidade, plubicaram o presente artigo. O primeiro caso clínico dizia respeito a um paciente que foi tratado com grade palatina, sendo evidenciada pelos autores , a estabilidade da correção três anos após o tratamento; no segundo caso o tratamento foi realizado com arco em “W” com grade palatina (nada em relação à estabilidade deste foi citada pelos auores0. No terceiro utilizou-se grade palatina fixa evidenciando o resultado e sua estabilidade três anos pós-tratamento; também com grade palatina, porém associada a um bilhélice corrigiu-se a mordida aberta anterior do paciente do caso clínico quatro, sendo que a mal oclusão continuava estável treze anos pós-tratamento. Porém, no caso cinco, optou-se por um aparelho extra-bucal conjugado onde se constatou estabilidade após seis anos. Os autores concluíram que a interceptação da mordida aberta anterior, na fase de dentadura mista, apresentando caráter dento - alveolar, possuía prognóstico mais favorável; assim em uma época precoce, eliminando-se todos os seus fatores etiológicos e diagnósticos correto, a estabilidade da correção aumenta significativamente. ALMEIDA (2003), num artigo de opinião, afirmou que se um paciente com traços de hiperdivergência fenotípica não for tratado até o estágio de desenvolvimento dos dentes permanentes, a oportunidade de modificação do desenvolvimento dos dentes permanentes, a oportunidade de modificação do crescimento pode ser perdida, além disso, o tratamento precoce melhora a aparência da criança e, conseqüentemente, sua auto-estima. O autor utilizou, há mais de duas décadas, associação de mentoneira com grades palatinas (fixas ou removíveis) para tratar a mordida aberta anterior dentária ou esquelética. Deste modo, a associação de mentoneira noturna com grade palatina parece ter um melhor efeito de controle vertical sobre a mandíbula e os dentes superiores. GANDA et. al. (2003) com o objetivo de relatar dois casos clínicos de mal oclusões parecidas, causadas por hábitos de sucção não nutritiva, que foram tratadas apenas por procedimentos interceptores. No primeiro caso clínico, a paciente encontrava-se na fase de dentadura mista, presença de mordida aberta anterior e hábito de sucção digital; para tratá-lá foi proposto um sistema de três fases. Inicialmente, foi utilizada grade palatina fixa, que após dez meses foi substituída por uma placa removível com grade; sendo que após dez meses, visualizou-se recidiva da mordida aberta, deste modo suspendeu-se o uso da placa e fixou-se esporão inferior e aparelho extra-bucal para controle vertical. Seis anos após o tratamento (contado após a recidiva) os resultados se mantiveram estáveis. No segundo caso clínico, a paciente possuía mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior, deglutição atípica e interposição lingual durante a fala; assim como no caso anterior, dividiu-se o plano de tratamento em três fases: 1º) disjunção palatina (Haas) e mentoneira; 2º) grade palatina fixa para controle de hábito e 3º) fase de observação. A estabilidade foi confirmada com sete anos e oito meses póstratamento. PAIVA et..al. (2005) propuseram discutir a eficácia dos tratamento ortopédicos/ortodônticos no início da dentição mista, em crianças com mordida aberta anterior decorrente de hábitos deletérios e apresentaram um caso clínico. A paciente com oito anos e seis meses de idade, início de dentição mista; com hábito de sucção; presença de mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior; mal oclusão classe ii, divisão primeira de Angle com molar de topo. Os autores optaram por intervir em duas fases: na primeira fase com recursos ortopédicos, na qual adaptaram aparelho fixo expansor e, posteriormente, aparelho removível com grade; este necessitou de substituição por grade fixa, uma vez que não houve colaboração por parte da paciente. Após melhoria do quadro e sua estabilização, foi utilizado o aparelho removível bite-block, com o intuito de promover controle do crescimento vertical dos processos dento – alveolares. Os autores substituíram o aparelho fixo superior por barra palatina modificada, com prolongamento nas regiões cervicais de molares decíduos e pré-molares, adaptou-se resina acrílica na região central da barra palatina. Na segunda fase, instalarem aparelho fixo superior com barra ancoragem por um ano. Os autores concluíram que o planejamento dependia da complexidade do caso e combinar recursos ortopédico-ortodônticos poderia ser necessário. Para manter a estabilidade da oclusão era indispensável manutenção da supervisão fonoaudiológica, PEDRIN et. al.(2006) com o objetivo de analisar cefalometricamente as alterações dento - alveolares e esqueléticas que uma grade palatina associada a um extra-bucal puxada alta gerariam em determinado grupo de crianças com mordida aberta anterior tratadas por um período de doze meses. Dividiram as crianças em dois grupos: grupo controle (n=trinta) constituído de indivíduos não tratados e apresentando mordida aberta anterior inicial de 4,01 mm. A próxima seleção baseava-se em crianças de sete a dez anos de idade. Apresentando classe I de Angle, sem perda de elementos dentários permanentes, ausência de apinhamento, ausência de atresia maxilar e ausência de mordida cruzada posterior. Os autores observaram não haver diferenças esqueléticas significativas nos planos sagital e vertical em ambos os grupos. O aumento da inclinação axial dos incisivos superiores foi estaticamente significante no grupo tratado. Houve mesialização dos molares superiores em similar proporção em ambos os grupos. Inclinações dos incisivos inferiores foram estaticamente significante no grupo tratado. Concluíram que a associação grade palatina e aparelho extrabucal puxada alta não gerou alterações significativas nos componentes esqueléticos maxilares e mandibulares. Os efeitos da terapia foram primeiramente dento – alveolares. No grupo controle, o fechamento espontâneo da mordida aberta anterior foi de 1,38 mm; por outro lado, o grupo tratado apresentou fechamento da mordida aberta anterior em 5,01mm, permitindo correção em vinte dos trinta indivíduos tratados, ou seja, 80%. 4.Discussão Chan (1195), afirma que o hábito de sucção de chupeta ou digital é uma fonte de prazer nos primeiros de vida, e esse hábito que persiste pode ser causado por m atraso no desenvolvimento infantil ou problemas emocionais. Para Proffit (1991) além dos hábitos de sucção, as influências ambientais e a interposição da língua, são as causas mais freqüentes da mordida aberta anterior e que a eliminação desses hábitos na fase de dentadura mista ocorria a correção espontânea da mordida aberta anterior. Sakima et. al. (19950 associou uso de aparelhos ortodônticos removíveis com grades palatinas associadas ao acompanhamento psicológico apresentam melhores resultados Graber (1958) Nakasima (1986) e Ricketts (1979), destacam que a intercepção da má oclusão no período da dentadura mista faz com que o crescimento ósseo entre em se curso normal e que os recursos que visam apenas a remoção dos sintomas, não são suficientes para eliminar o problema. Silva e Filho et. al. (1989) avaliou a prevalência de má oclusão em 2.416 crianças no período da dentadura mista, sendo que 88,53% tinham má oclusão, sendo 18,5% eram de mordida aberta anterior e 11,47% de oclusão normal; Tusakan et. al. (1998); SODRÈ et. al. (1998); Henriques et. al.(2000); ALMEIDA et. al. (2003) Comprovaram, através de suas experiências clínicas que a grade palatina era um método efetivo para correção da mordida aberta anterior tendo em vista que o aparelho em questão elimina alguns fatores etiológicos como: interposição lingual, deglutinação atípica e outros; gerando correção da mal oclusão. Frisaram também que uma intervenção precoce era de sua importância para o sucesso do tratamento. Entretanto, JUSTUS (2001) e GANDA et. al. (2003) consideraram os esporões intraoral como o método mais efetivo para corrigir a mal oclusão mordida aberta anterior, baseando-se no fato que os esporões realizaram fechamento da mordida aberta anterior gerando alterações na postura de descanso lingual. Já ALMIDA (2003) e GANDA et. al. (2003) acreditaram que a grade palatina associada à mentoneira noturna é um método efetivo para correção da mal oclusão supracitada; pois esta associação pareceu ter um melhor efeito de controle vertical sobre a mandíbula e os dentes superiores. Já PEDRIN et. al. (2006) avaliaram a associação grade palatina removível com aparelho extra-bucal puxada alta (intrusão dos molares superiores) não gerando alterações esqueléticas significantes. Lima & Oliveira (2003) e Paiva et al. (2005) diferenciaram a mordida aberta em dois tipos: esquelética (relacionada ao crescimento vertical excessivo da face) e dento - alveolar (problemas restringiam-se ao arco dentário, especialmente, o superior). Citaram o aparelho bite-block – como um mecanismo efetivo para a correção da mordida aberta anterior, pois geraria uma intrusão dos elementos dentários posteriores, ocasionando uma rotação anti-horária da mandíbula e inibição da irrupção espontânea dos dentes posteriores. LIMA & OLIVEIRA (2003) e PAIVA et. al. (2005) afirmaram que o aparelho bite-block teria o intuito de promover o controle do crescimento vertical dos processos dento – alveolares. Este tipo de aparelho teria como função intruir os dentes posteriores fazendo com que AC mandíbula girasse no sentido anti – horário. Destaca-se que LOPEZ-GAVITO et. al. (1985); CAPELLI JUNIOR et. al. (2000) HUANG et. al. (1989) e GANDA et. al. 2003 recomendaram a utilização mínima deste tipo de tratamento por seis meses ou até a obtenção de um sobremordida positiva. Importante considerar que CAPELLI JUNIOR et. al. (2000) indicaram, a utilização mínima de 14 horas diárias deste tipo de aparelho e ainda a associação a aparatologia fixa para a obtenção de maiores resultados. LOPEZ-GAVITTO et. al. (1985) e CAPELLI JUNIOR et. al. (2000) utilizaram aparelho extrabucal puxados alta – com o intuito de gerar intrusão dos elementos dentários posteriores – e aparatologia fixa, sendo que os resultados mostraram que mais de 35% dos pacientes tratados demonstraram ausência de estabilidade (mordida aberta de 3mm ou mais) e aumento de altura facial anterior inferior. Entretanto, KLOCKE et. al. (2002) averiguaram a presença de sobremordida positivas em 13 ou 14 indivíduos tratados após 12 anos de acompanhamento. HUANG et. al. (1989); Telles & PARRA (2000); Henriques et. al. (2000) e ALMEIDA (2003) mencionaram que uma contenção satisfatória seria mais complicada que sal correção, ou seja, ausência de estabilidade. Porém, NADA et. al. (1992) afirmaram que o tipo de concentração a ser utilizada dependeria do status da maturação óssea do paciente. E a chave para o sucesso da estabilidade à longo prazo seria uma contenção dinâmica prolongada. SODRÈ et. al. (1998) e ALMEIDA et. al. (2003) afirmaram que removendo todos os fatores etiológicos, como por exemplo: deglutição atípica, interposição de língua, sucção de dedo ou chupeta; a probabilidade de sucesso (estabilidade) aumentaria radicalmente. LIMA & OLIVEIRA (2003) e CAPELLI JUNIOR et. al. (2000) alertaram que conhecimentos sobre crescimento facial eram de extrema importância para se realizar uma mecânica favorável e, acompanhar o paciente até o fim do crescimento seria necessário, a fim de se tentar evitar a grade recidiva da mordida aberta anterior. É unânime – OZAWA et al. (1998) TUKASAN et. al. (1998); HENRIQUES et. al. (2000); JUSTUS (2001); ALMEIDA et. al. (2003) e PAIVA et. al. (2005) – a opinião de que uma abordagem precoce da mordida aberta anterior seria de suma importância para a estabilidade da correção; além de que uma combinação de recursos ortopédicos / ortodônticos poderia ser necessária e essencial. É necessário ressaltar a presença excessiva de relato de casos clínicos na revisão de literatura em relação ao tema abordado. Portanto, faz-se necessário um maior número de estudos com relevância comprovada, para podermos optar por uma mecânica que nos propicie sucesso no tratamento, ou seja, estabilidade da correção à longo prazo. 5. Conclusão Com base na literatura revista podemos concluir que: A mordida aberta anterior é uma constante nos consultórios dentários, principalmente na fase de dentadura mista. A abordagem mais utilizada ainda é a grade palatina; gerando, na maioria dos casos, efetividade de correção. Atentar para o fator etiológico é de fundamental importância na determinação da mordida aberta e é fundamental para a escolha do aparelho ideal a ser utilizado para correção. É importante tratar o caso mais precocemente possível, sendo que a estabilidade na correção da mordida aberta é considerada difícil e o grau de recidiva é significante. Referências Bibliográficas ALMEIDA, R.R.; ALEMIDA-PEDRIN, R.R.; ALMEIDA M.R.; FERREIRA, FPC.; PINZAN, A.; INSABRALE, CMB.. Displasias verticais: mordida aberta anterior – tratamento e estabilidade. Ver. Dent press ortodon. Ortoped. Facial; 8(4): 91-119, jul. – ago. 2003. ilus, tab. ALMEIDA, R.R. 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