Alim. Nutr., Araraquara v. 21, n. 2, p. 267-272, abr./jun. 2010 ISSN 0103-4235 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E LEGALIDADE EM BEBIDAS DE LARANJA Ricardo FIGUEIRA* Andressa Milene Parente NOGUEIRA** Waldemar Gastoni VENTURINI FILHO** Carlos DUCATTI* Élvio Cardoso QUEIROZ** Aline Graziele da Silva PEREIRA*** RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi mensurar o teor de sólidos solúveis totais (°Brix), acidez titulável (AT) e ratio em sucos, sucos concentrados, néctares e refrigerantes de laranja comerciais e compará-los com os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Codex Alimentarius. Vinte e duas amostras de sucos, quatro de sucos concentrados, sete de néctares e treze de refrigerantes de laranja foram analisadas. Todas as amostras de sucos concentrados apresentaram resultados condizentes com Codex Alimentarius. A grande maioria das amostras de sucos e refrigerantes comerciais estava dentro dos padrões da legislação brasileira. Os néctares de laranja não puderam ser comparados com padrões legais, pois estes são inexistentes tanto no MAPA quanto no Codex Alimentarius. PALAVRAS-CHAVE: Suco; néctar; refrigerante; adulteração; qualidade; Citrus sinensis. INTRODUÇÃO A partir da década de 80, o Brasil se firmou como o maior produtor mundial de laranja (Citrus sinensis). Grande parte da produção é destinada às indústrias de suco, localizadas principalmente no Estado de São Paulo, com destaque à fabricação de suco de laranja concentrado congelado. 12 O aumento no consumo de bebidas a base de frutas foi promovido pela preocupação com a saúde, o que elevou a procura por bebidas com características nutricionais importantes para a prevenção e controle de doenças. A tendência mundial de consumo é a substituição dos refrigerantes por bebidas mais saudáveis e com apelo à praticidade, gerando uma demanda por produtos naturais, orgânicos e enriquecidos. 7 Com o mercado altamente competitivo, as indústrias de bebidas apostam na diversificação de sua linha de produ- tos. Além do suco (concentrado, integral e reconstituído), o néctar é outra opção de bebida a base de laranja. 12 Por possuir menor teor de suco (ingrediente de maior custo), o preço final dos néctares é menor que os preços praticados de sucos integrais pasteurizados e sucos reconstituídos. Neste aspecto, os néctares vêm ganhando espaço entre os consumidores. 12 A fiscalização das bebidas a base de frutas fabricadas no Brasil tem como objetivo garantir à população produtos de qualidade certificada. Assim, faz-se necessário conhecer a composição físico-química dos sucos, néctares e refrigerantes de laranja para verificar se estão em conformidade com os padrões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Codex Alimentarius.1,2,3,4,6 Suco de laranja é bebida não fermentada e não diluída, obtida da parte comestível da laranja, através de processo tecnológico adequado. 2 A este poderá ser adicionado açúcar na quantidade máxima de dez por cento (gramas de açúcar por cem gramas de suco). A designação “integral” será privativa do suco sem adição de açúcar e na sua concentração natural. 1 O Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) do suco de laranja definido pelo MAPA estabelece a concentração mínima de sólidos solúveis em 10,50°Brix e ratio maior ou igual a 7,00.2 O ratio é utilizado nas indústrias para identificar o grau de maturação da fruta, sendo este um importante indicador para a produção de sucos cítricos.10 Suco concentrado é o suco parcialmente desidratado. Este, quando reconstituído, deverá conservar os teores de sólidos solúveis originais do suco integral, ou o teor de sólidos solúveis mínimo estabelecido nos respectivos PIQ para cada tipo de suco. 1 O suco concentrado de laranja não possui PIQ fixado pelo MAPA. Dessa forma recorreu-se às normas gerais do Codex Alimentarius para sucos de frutas e néctares. Nesta referência, suco concentrado é obtido mediante a eliminação física de água em quantidade suficiente para elevar o °Brix em, no mínimo, 50% do °Brix estabelecido para o suco da mesma fruta. 6 * Centro de Isótopos Estáveis Ambientais – Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista – UNESP – 18618-000 – Botucatu – SP – Brasil. E-mail: [email protected]. ** Laboratório de Bebidas – Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP – 18618-000 – Botucatu – SP – Brasil. ***Curso de Graduação – Laboratório de Bebidas – Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP – 18618-000 – Botucatu – SP – Brasil. 267 Néctar é a bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açúcares, destinada ao consumo direto. 1 A legislação brasileira não determina o PIQ para néctar de laranja, entretanto, o néctar, enquanto não possuir Regulamento Técnico específico, deve conter no mínimo 30% (m/m) de polpa, ressalvado as exceções: fruta com acidez, sabor muito forte, conteúdo de polpa muito elevado; neste caso, o conteúdo de polpa não deve ser inferior a 20% (m/m).3 Refrigerante é a bebida gaseificada, obtida pela dissolução em água potável de suco ou extrato vegetal de sua origem, adicionada de açúcares. O PIQ para refrigerante de laranja determina a fabricação dessa bebida com, no mínimo, 10% (v/v) de suco de laranja a 10,5°Brix e acidez titulável maior ou igual a 0,1 grama de ácido cítrico por 100 mL de refrigerante. 4 Bebida de baixa caloria (light) é a bebida não-alcoólica e hipocalórica, que deve ter o conteúdo de açúcares adicionados normalmente na bebida convencional inteiramente substituído por edulcorantes hipocalóricos e nãocalóricos, naturais ou artificiais. 1 A partir dessas informações o objetivo desse trabalho foi analisar o teor de sólidos solúveis totais (°Brix), acidez total e ratio de sucos concentrados, sucos, néctares e refrigerantes de laranja comerciais e compará-los com o PIQ estabelecido pelo MAPA e Codex Alimentarius.1,2,3,4,6 MATERIAL E MÉTODOS Quatro amostras de sucos concentrados foram doadas por empresas que processam bebidas de laranja. Nove amostras de sucos integrais, sete de sucos reconstituídos, seis de sucos adoçados, sete de néctares, onze de refrigerantes tradicionais e dois de refrigerantes light de laranja foram adquiridas em supermercados de Botucatu, SP, no período de janeiro de 2007 a junho de 2009. Os sucos concentrados e as bebidas comerciais foram analisados, em triplicata, para determinação do teor de sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez titulável e ratio. Para a análise do teor de sólidos solúveis totais, as amostras foram inseridas no densímetro digital (Mettler KEM DA-310) para a leitura da densidade (D20/20). O valor da densidade foi convertido para °Brix por meio de uma tabela específica para este aparelho. As análises de acidez titulável (titulação com NaOH 0,1N - Merck) foram realizadas de acordo com o método proposto pelo Instituto Adolfo Lutz.15 O ratio foi calculado pela razão entre o teor de sólidos solúveis totais e a acidez total. As comparações estatísticas foram realizadas entre um mesmo tipo de bebida (suco integral vs. suco reconstituído vs. suco adoçado; refrigerante tradicional vs. refrigerante light) para uma mesma variável (teor de sólidos solúveis totais, acidez titulável e ratio) utilizando o programa Sigma Stat 3.1. Nos sucos, as comparações foram feitas pela One Way Anova e, nos refrigerantes, pelo Teste de Mann-Whitney Rank Sum, ambos com α=0,05. 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO A concentração mínima de sólidos solúveis do suco concentrado de laranja deve ser 50% maior que o teor estabelecido para o suco da mesma fruta. 6 Como o teor de sólidos solúveis mínimo no suco de laranja é 10,50°Brix,2 o teor mínimo no suco concentrado deverá ser de 15,75°Brix. Portanto, todos os sucos concentrados estavam em acordo com o Codex Alimentarius (Tabela 1). Para sucos concentrados, o Codex Alimentarius e o MAPA não estabelecem limites para acidez titulável e ratio. Também não foram encontrados na literatura valores para estas variáveis. Assim, recorreu-se a indústrias produtoras de bebidas de laranja para obter estas informações. A acidez relatada pelas indústrias varia de 3,00 a 5,00 gramas de ácido cítrico por 100 gramas de suco concentrado de laranja. Com exceção da amostra 1, todas as demais comprovam os dados fornecidos pelas indústrias (Tabela 1). O processamento de suco concentrado está restrito a praticamente quatro variedades de laranja: a Hamlin, por ser considerada precoce; a Pêra, para a meia estação e a Natal e Valência, que são tardias. 5 Dessa forma, a composição Tabela 1 – Análises físico-químicas em sucos concentrados de laranja contendo polpa. Amostra Bebida SST1 Acidez Titulável2 Ratio3 1 Suco Concentrado 65,00 5,13 12,66 2 Suco Concentrado 65,70 4,98 13,19 3 4 Suco Concentrado Suco Concentrado Média 50,28 60,00 60,25 3,24 3,88 4,31 15,52 15,47 14,21 Desvio-padrão 7,11 0,90 1,50 Coeficiente de Variação (%) 11,80 21,01 10,54 teor de sólidos solúveis totais (°Brix); 2grama de ácido cítrico por 100 gramas de suco concentrado; 3relação sólidos solúveis totais/acidez titulável. 1 268 química dos sucos concentrados pode diferir, dependendo da variedade processada. Isso explica o alto valor do coeficiente de variação para a acidez titulável (Tabela 1). Queiroz, 11 ao verificar a legalidade de bebidas à base de laranja por meio da análise isotópica do carbono, obteve o valor de 15,58 para o ratio do suco concentrado fabricado sem adição de açúcar. Esse valor é semelhante ao observado na Tabela 1. A maioria das concentrações de sólidos solúveis totais mensuradas nos sucos comerciais de laranja está em acordo com as normas do MAPA, que estabelece o valor mínimo de 10,50ºBrix. 2 A única exceção foi a amostra 15 com concentração de sólidos solúveis abaixo do permitido (Tabela 2). Frata et al.,9 analisando sucos integrais, reconstituídos e néctar de laranja comerciais, obtiveram valores médios entre 11,17 a 11,76°Brix. Na Tabela 2, as concentrações médias de sólidos solúveis para sucos integrais e reconstituídos foram menores que os valores observados na literatura de referência. Somente o suco adoçado apresentou a concentração média de sólidos solúveis entre o intervalo obtido por Frata et al. 9 (Tabela 2). Comparando o teor de sólidos solúveis dos três tipos de sucos de laranja (integral, reconstituído e adoçado), não foi encontrada diferença estatística (Tabela 2). Esta observação não era esperada, pois, nos sucos adoçados, a legislação brasileira permite a adição de até 10% (m/m) de açúcar de cana, 1 prática que eleva a concentração de sólidos solúveis da bebida comercial adoçada. Sugai et al.,13 num estudo sobre a vida de prateleira de sucos de laranja não processados e pasteurizados obteve, respectivamente, valores médios de 0,65±0,02 e 0,63±0,14 grama de ácido cítrico por 100 gramas de suco. Os valores da acidez titulável apresentados na Tabela 2 foram próximos ao descrito por esses autores. Tabela 2 – Análises físico-químicas em sucos de laranja comerciais. Amostra 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Bebida Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Suco Integral Média Desvio-padrão Coeficiente de Variação (%) 14 Suco Reconstituído 15 Suco Reconstituído 16 Suco Reconstituído 17 Suco Reconstituído 18 Suco Reconstituído 19 Suco Reconstituído 20 Suco Reconstituído Média Desvio-padrão Coeficiente de Variação (%) 21 Suco Adoçado 22 Suco Adoçado 23 Suco Adoçado 24 Suco Adoçado 25 Suco Adoçado 26 Suco Adoçado Média Desvio-padrão Coeficiente de Variação (%) SST1 10,79 10,91 10,93 11,10 11,07 11,36 10,86 11,23 10,89 11,01a4 0,19 1,72 10,93 8,93 11,52 11,28 12,34 10,90 11,21 11,02a 0,96 8,71 11,52 11,19 11,22 10,92 12,55 12,54 11,66a 0,71 6,09 Acidez Titulável2 0,62 0,70 0,68 0,72 0,68 0,76 0,69 0,70 0,56 0,68a 0,06 8,82 0,70 0,82 0,72 0,68 0,57 0,67 0,45 0,66ab 0,11 16,67 0,66 0,58 0,54 0,51 0,58 0,61 0,58b 0,05 8,62 Ratio3 17,40 15,58 16,07 15,42 16,28 14,95 15,74 16,04 19,45 16,33a 1,35 8,27 15,61 10,89 16,00 16,59 21,65 16,27 24,91 17,42a 4,21 24,17 17,45 19,29 20,78 21,41 21,64 20,56 20,19a 1,57 7,78 teor de sólidos solúveis totais (°Brix); 2grama de ácido cítrico por 100 gramas de suco; 3relação sólidos solúveis totais/acidez titulável; 4comparação entre suco integral vs. reconstituído vs. adoçado para uma mesma variável (teor de sólidos solúveis totais, acidez titulável e ratio). Letras em comum não diferem estatisticamente (One Way Anova, α=0,05). 1 269 Os resultados de acidez entre suco integral e suco adoçado diferiram estatisticamente (Tabela 2). A designação integral refere-se ao suco na sua concentração natural. 1 Nos sucos adoçados, a adição de açúcar eleva o teor de sólidos solúveis da bebida. Para retornar à concentração original, as indústrias adicionam água ao suco. Ao diluir a bebida, faz-se necessária a correção da acidez. Esta prática pode ser comprovada ao examinar o rótulo dos sucos de laranja adoçados. Em quase todos os casos é verificada a adição de ácido cítrico. Sabendo que o suco adoçado é preparado com açúcar, água e ácido cítrico, pode-se concluir que este produto assemelha-se ao néctar em relação às matérias-primas utilizadas na sua elaboração. Esta observação foi comprovada ao comparar os resultados do suco adoçado (Tabela 2) com os resultados dos néctares de laranja comerciais (Tabela 3). Os valores de sólidos solúveis totais, acidez e ratio do suco adoçado são mais próximos dos valores mensurados para néctares que os encontrados para suco integral e reconstituído (Tabela 2). Para suco de laranja, o PIQ estabelece que a razão sólidos solúveis totais/acidez titulável deve ser maior ou igual a 7,00. 2 Todos os sucos analisados estão em acordo com a legislação brasileira (Tabela 2). Os resultados do ratio não diferiram estatisticamente entre os três tipos de sucos (Tabela 2). Kimball10 cita que os consumidores de sucos cítricos preferem produtos com ratio variando de 15 a 18. Com esta informação provavelmente as indústrias de bebidas de laranja fabricam seus produtos com proporções balanceadas entre a quantidade de açúcar e a acidez titulável. Quanto à fixação dos padrões de identidade e qualidade para néctares de laranja, tanto a legislação brasileira quanto o Codex Alimentarius são omissos. Dessa forma, recorreu-se a literatura para comparar os resultados deste trabalho. Frata,8 analisando suco adoçado e néctar de laranja, mensurou a concentração de sólidos solúveis entre 11,11 a 13,17°Brix. A acidez titulável variou de 0,38 a 0,67 grama de ácido cítrico por 100 gramas de produto e, o ratio, entre 16,82 a 32,14. A média dos resultados representados na tabela 3 está inserida nos intervalos obtidos por Frata.8 Para refrigerante de laranja, a legislação brasileira não determina a concentração mínima de sólidos solúveis totais. Porém, o refrigerante de laranja deve ser produzido com, no mínimo, 10% (v/v) de suco de laranja a 10,5°Brix. 3 Com esses valores foi possível calcular, por meio do balanço de massa de sólidos solúveis (SSTSucoConcentrado * DensidadeSucoConcentrado * VolumeSucoConcentrado + SSTÁgua * DensidadeÁgua * VolumeÁgua = SSTRefrigeranteLight * DensidadeRefrigeranteLight * VolumeRefrigeranteLight), a menor concentração de sólidos solúveis para o refrigerante de laranja light. Realizado esse balanço, o valor mínimo foi de 1,09°Brix. Portanto, todos os refrigerantes de baixa caloria (light) não respeitaram a adição mínima de suco de laranja estabelecida pelo MAPA (Tabela 4). Os teores de sólidos solúveis dos refrigerantes tradicionais foram estatisticamente diferentes em relação aos refrigerantes light (Tabela 4). Nos refrigerantes tradicionais, não há limite para a adição de açúcar na fabricação dessa bebida. Porém, nos refrigerantes light o açúcar é totalmente substituído por edulcorantes naturais e/ou artificiais. 1 Essas observações explicam a diferença entre os teores de sólidos solúveis dos refrigerantes tradicionais em relação à versão light. Para a variável acidez titulável, todas as amostras de refrigerantes estão de acordo com a legislação brasileira que define o valor mínimo de 0,1 grama de ácido cítrico por 100mL de refrigerante. 4 Não houve diferença estatística entre os valores da acidez ao comparar o refrigerante tradicional com o light (Tabela 4). A comparação dos valores do ratio entre os dois tipos de refrigerante comprovou haver diferença estatística. Isto ocorreu pelos baixos valores da concentração de sólidos solúveis dos refrigerantes light (Tabela 4). Tabela 3 – Análises físico-químicas em néctares de laranja comerciais. Amostra Bebida SST1 Acidez Titulável2 Ratio3 27 Néctar 12,40 0,66 18,79 28 Néctar 11,50 0,62 18,55 29 Néctar 11,80 0,46 25,65 30 Néctar 12,50 0,46 27,17 31 Néctar 12,80 0,54 23,70 32 Néctar 11,50 0,52 22,11 33 Néctar 12,60 0,58 21,72 Média 12,16 0,55 22,53 Desvio-padrão 0,54 0,08 3,25 4,44 14,54 Coeficiente de Variação (%) 14,42 teor de sólidos solúveis totais (°Brix); grama de ácido cítrico por 100 gramas de néctar; relação sólidos solúveis totais/acidez titulável. 1 270 2 3 Tabela 4 – Análises físico-químicas em refrigerantes de laranja comerciais. Amostra 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Bebida Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Refrigerante Tradicional Média Desvio-padrão Coeficiente de Variação (%) 45 Refrigerante Light 46 Refrigerante Light Média Desvio-padrão Coeficiente de Variação (%) SST1 11,30 11,80 11,70 10,10 11,90 9,90 10,00 12,10 10,50 11,20 9,90 10,95a4 0,88 8,04 0,60 0,60 0,60b 0,00 0,00 Acidez Titulável2 0,25 0,18 0,18 0,13 0,18 0,13 0,18 0,16 0,12 0,12 0,16 0,16a 0,04 25,00 0,12 0,12 0,12a 0,00 0,00 Ratio3 45,60 64,80 66,50 78,30 66,10 79,20 55,60 76,10 90,50 94,10 63,50 69,96a 13,89 19,85 5,00 5,00 5,00b 0,00 0,00 teor de sólidos solúveis totais (°Brix); 2grama de ácido cítrico por 100 mL de refrigerante; 3relação sólidos solúveis totais/acidez titulável; 4comparação entre refrigerante tradicional vs. refrigerante light para uma mesma variável (teor de sólidos solúveis totais, acidez titulável e ratio). Letras em comum não diferem estatisticamente (Mann-Whitney Rank Sum, α=0,05). 1 CONCLUSÕES Das quarenta e seis bebidas de laranja analisadas, três não estavam de acordo com os Padrões de Identidade e Qualidade determinados pelo MAPA. Tal resultado reforça a necessidade de mais pesquisas para outras bebidas à base de frutas, bem como o maior controle por parte dos órgãos responsáveis pela fiscalização desse setor da economia. Os Padrões de Identidade e Qualidade estabelecidos pelo MAPA são importantes ferramentas no controle da qualidade das bebidas de laranja produzidas no Brasil. Porém, em sucos concentrados, sucos e refrigerantes comerciais de laranja, algumas variáveis químicas não são estabelecidas pelo MAPA. Para néctares de laranja o PIQ é inexistente tanto no MAPA quanto no Codex Alimentarius. Portanto, recomenda-se a fixação destes parâmetros. juice, not from concentrate juice, nectar and soft drink and to compare them with their Quality and Identity Standards (PIQ) published by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA) and Codex Alimentarius. Four orange frozen concentrated juices, twenty two juices, seven nectars and thirteen orange soft drinks were analyzed. All frozen concentrated orange juices were in agreement with Codex Alimentarius. The majority of not from concentrated orange juices and soft drinks was in accord to Brazilian legislation. The orange nectars could not be compared with the standards because they are not published by MAPA or Codex Alimentarius. KEYWORDS: Juice; nectar; soft drink; adulteration; quality; Citrus sinensis. REFERÊNCIAS FIGUEIRA, R.; NOGUEIRA, A. M. P.; VENTURINI FILHO, W. G.; DUCATTI, C.; QUEIROZ, E. C.; PEREIRA, A. G. S. Physical-chemical analysis and legality in orange beverages. Alim. Nutr., Araraquara, v. 21, n. 2, p. 267-272, abr./jun. 2010. ABSTRACT: The aim of this paper was to measure the total soluble solids content (°Brix), titrable total acidity (AT) and ratio in orange beverages, such as frozen concentrated 1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Coordenação de Inspeção Vegetal. Serviço de Inspeção Vegetal. Decreto n. 6.871, de 4 de junho de 2009. Padronização, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização de bebidas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 jun. 2009. Disponível em: http:// extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultar Legislacao.do?operacao=visualizar&id=20271. Acesso em: 9 jan. 2010. 271 2. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Coordenação de Inspeção Vegetal. Serviço de Inspeção Vegetal. Instrução normativa n. 1, de 7 de janeiro de 2000. 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