Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders A Educação Sexual na perspectiva dos alunos da Educação Básica: um estudo em Representações Sociais Eixo 2: Formação de professores e cultura digital VIEIRA, Vania Maria de Oliveira1 ARAÚJO, Maria Teresinha Leite Sene2 VIEIRA, Camilla de Oliveira3 SILVESTRE, Roberta Maria Ramos4 SANTOS, Junya Nayara de Matos5 Agência Financiadora: FAPEMIG/APOIO CAPES Melhorar os índices de desempenho escolar na educação básica tem sido uma preocupação constante no cenário educacional brasileiro. Dentre vários fatores que podem auxiliar um melhor rendimento escolar, destacamos a orientação sexual oferecida aos adolescentes. Essa orientação deve levar em conta as representações sociais que os alunos têm construído sobre a sexualidade na adolescência. A partir da identificação dessas representações sugerimos o desenvolvimento de um trabalho educativo, de caráter preventivo, de modo a oportunizar aos alunos reflexões que auxiliem a tomada de decisões responsáveis a respeito da sexualidade. O presente estudo, caracterizado por uma abordagem qualitativa, propõe identificar e descrever o conteúdo das possíveis representações sociais construídas pelos alunos do 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental de uma Escola Municipal, sobre 1 Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado, da Universidade de Uberaba – UNIUBE. [email protected] 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado, da Universidade de Uberaba – UNIUBE. [email protected] ; 3 Docente da Universidade de Uberaba – UNIUBE. [email protected] 4 Docente da Escola Municipal Frei Eugenio/Uberaba/MG. Bolsista FAPEMIG/APOIO CAPES. [email protected] 5 Aluna de Iniciação Científica do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado da UNIUBE. [email protected] Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders sexualidade na adolescência. Para isso, pretende-se analisar o perfil dos sujeitos pesquisados; identificar o Núcleo Central das Representações Sociais sobre a sexualidade na adolescência; em seguida, organizar e acompanhar um Programa de Educação Sexual de modo a oportunizar aos alunos reflexões que auxiliem a tomada de decisões responsáveis a respeito da sexualidade. Esta pesquisa, de cunho qualitativo, conta com o suporte teórico-metodológico da Teoria das Representações Sociais. Esta teoria, idealizada por Moscovici (2003) e aprofundada por Jodelet (2001), tem sido muito utilizada em pesquisas no campo da educação. Para Moscovi (1978, p. 28), a representação social “é um corpus organizado de conhecimento e uma das atividades psíquicas graças às quais os homens tornam inteligível a realidade física e social, inserem-se num grupo ou numa ligação cotidiana de trocas, e liberam os poderes de sua imaginação”. Nesse sentido, esse estudo reconhece que os adolescentes do 7º, 8º e 9º ano da Escola Municipal Frei Eugênio estão reunidos em grupos sociais e elaboram conjuntos de informações consensuais sobre a realidade com a qual se relacionam. Interessam-nos aqui as representações sociais que esses alunos estão construindo sobre a sexualidade na adolescência. Entendemos que cada aluno tem um papel atuante e particular na construção dessas representações, e estas, por sua vez, influenciam fortemente o modo de pensar, sentir, agir, conviver e aprender de cada um. Segundo Araújo (2008, p. 105) o processo de formação das representações sociais tem como princípio familiarizar o que é desconhecido pelo grupo “[...] o desconhecido atrai, mas, ao mesmo tempo, perturba tanto as pessoas quanto o seu grupo, fato que mexe com as referências habituais de compreensão da realidade, tornando mais premente a necessidade de transformar o não-familiar em familiar”. Para que ocorra essa familiarização, é necessário que ocorram dois processos, a objetivação e a ancoragem. A objetivação “é o processo de transformar algo que está no nível abstrato, desconhecido para um outro mais tangível, isto é, torná-lo mais concreto e objetivo, na medida em que há uma aproximação para observá-lo (ARAÚJO, 2008, p. 106). Já a ancoragem “vai dar, àquilo que é estranho ao grupo, uma ligação à Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders representação social já existente, vai ligá-lo aos dados já conhecidos, fazendo uma correlação, buscando semelhanças e efetuando uma classificação hierarquizada” (idem, p. 107). E é esse estudo que estamos realizando - identificar por meio dos processos de objetivação e ancoragem as representações sociais que estão sendo construídas pelos alunos acerca da sexualidade na adolescência. A partir dessas representações será possível identificar as dificuldades, os anseios e perturbações presentes na forma de compreender e lidar desse grupo de alunos com a sexualidade, para assim, propor um programa de orientação sexual. Nos procedimentos de coleta de dados serão incluídos a aplicação de questionário e a técnica de associação livre de palavras. Os dados coletados serão analisados com o auxílio da subteoria do Núcleo Central (ABRIC, 2000), tratados pelo software EVOC. Esse software é baseado no método Vergés (1992) - tem como finalidade combinar a frequência com a ordem de emissão das palavras, que busca identificar nas Representações Sociais os elementos centrais e periféricos. O lócus da pesquisa é a Escola Municipal Urbana Frei Eugênio em Uberaba – MG, e os sujeitos são 501 alunos adolescentes que cursam o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. Esperamos que esta pesquisa, ao identificarmos as representações sociais sobre a sexualidade na adolescência, possa favorecer a compreensão do desenvolvimento dos alunos e subsidiar, assim, uma proposta de Programa de Educação sexual, cujo propósito é de oportunizar discussões e reflexões para a melhoria da qualidade da educação. Palavras-chave: Educação básica. Representações Sociais. Sexualidade. Adolescência. Referências: ABRIC, J. C. A Abordagem Estrutural das Representações Sociais. In: MOREIRA, A.S.P. e OLIVEIRA (orgs). Estudos Interdisciplinares de Representação Social. 2. ed. Goiânia: AB Editora, 2000, p. 27-38. ARAUJO, M. C. A teoria das representações sociais e a pesquisa antropológica. Revista Hospitalidade. São Paulo, ano V, n. 2, p. 98-119, jul.- dez. 2008. Ano V, número 2 – Dezembro 2008. Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders JODELET, D Representação sociais: um domínio em expansão. In: _____________ (Org) Representações Sociais. Rio de Janeiro: EdUERJ. 2001, p. 17-44. MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Tradução de Álvaro. Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. ____________. Representações Sociais: Investigações em psicologia social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. VÈRGES, P. Conjunto de programas que permitem a análise de evocações: EVOC: manual. Versão 5. Aix en Provence: 2002.