UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O CONTROLE DE QUALIDADE E A ESTATÍSTICA Por: Paula Alves Martins Orientadora Prof.ª Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O CONTROLE DE QUALIDADE E A ESTATÍSTICA Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia da Produção Por: Paula Alves Martins 3 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar a Deus, pela força e realização de mais um projeto. E aos meus amigos e familiares, pelo carinho e incentivo. 4 DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais, pela educação que me proporcionaram. Aos meus irmãos e minha sobrinha pelo amor e confiança. 5 RESUMO Com o objetivo de enumerar a utilização da estatística na solução de problemas relacionados à qualidade, este trabalho demonstrou sua importância e aplicação no controle permanente dos processos de produção nas indústrias. Para o desenvolvimento do tema foi definido o que é qualidade, com panorama de diversos autores, e detalhou-se o surgimento do controle de qualidade, seus pioneiros e sua evolução até os dias atuais, com menção a algumas normas utilizadas nas indústrias. Em seguida, foram apresentadas as ferramentas estatísticas no controle de qualidade, separadas de acordo com as dificuldades a serem superadas: métodos estatísticos elementares – as ditas sete ferramentas do controle de qualidade –, métodos estatísticos intermediários e métodos estatísticos avançados. Concluiu-se que o significado de qualidade é abrangente, e é percebida de maneiras diferentes por cada indivíduo, fazendo parte de um sistema contínuo de ações na organização. Como consequência empresas estão investindo cada vez mais no controle de qualidade, preocupadas não só em manter, mas em aumentar seu desempenho e produtividade, para sobreviver e enfrentar a concorrência acirrada. O controle estatístico de qualidade é um procedimento necessário, tanto para a melhoria, como na validação dos processos, em parte ou utilizando todas as suas ferramentas. Cada ferramenta tem sua particular utilização, e a análise estatística depende do problema envolvido, das informações obtidas, para a tomada de decisão. 6 METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Através de consultas a livros, publicações, revistas, monografias, etc. do tema Controle Total da Qualidade na Indústria, foi definido os objetivos e delimitações deste estudo reunindo diversos autores como Siqueira, Lourenço Filho, Ishikawa, Feigenbaum, Paladine, entre outros. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – DEFININDO O QUE É QUALIDADE 09 CAPÍTULO II – O SURGIMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE 13 CAPÍTULO III – AS FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS NO CONTROLE DE QUALIDADE 22 CONCLUSÃO 34 ANEXOS 35 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 BIBLIOGRAFIA CITADA 41 ÍNDICE 42 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44 8 INTRODUÇÃO A questão central deste trabalho é demonstrar a importância e aplicação da estatística no controle de qualidade nas indústrias, detalhando o surgimento e ferramentas do controle permanente dos processos de produção. A estatística é utilizada como metodologia essencial no controle de qualidade resultando na solução de 95% dos problemas. E indústrias vêm aplicando progressivamente, para melhoria de seus produtos e serviços. No capítulo I é definido o que é qualidade, de acordo com as visões de diversos autores, e seu desenvolver ao longo da história. No segundo capítulo é abordado detalhadamente o surgimento do controle de qualidade, seus pioneiros e sua evolução até os dias atuais, fazendo um apanhado de algumas normas utilizadas nas indústrias, sobre o tema. No terceiro e último capítulo é apresentado as ferramentas estatísticas no controle de qualidade, com ênfase nos métodos estatísticos elementares – seus conceitos e aplicações –, métodos estatísticos intermediários e métodos estatísticos avançados. 9 CAPÍTULO I DEFINDO O QUE É QUALIDADE A terminologia Qualidade vem do latim qualitate e seu conceito apareceu pela primeira vez historicamente na obra "Estudo das Formas Geométricas", do filósofo Aristóteles (384-322 AC). Pode-se encontrar a seguinte definição encontrada no dicionário: “1 Atributo, condição natural, propriedade pela qual algo ou alguém se individualiza, distinguindo-se dos demais; maneira de ser, essência, natureza. 2 Excelência, virtude, talento. 3 Carácter, índole, temperamento. 4 Grau de perfeição, de precisão, de conformidade a um certo padrão: Artigo de primeira qualidade. Trabalho de qualidade inferior. 5 Categoria, espécie, tipo: A fábrica produz apenas uma qualidade deste artigo. 6 Cargo ou função de que resultam direitos e obrigações. 7 Título de habilitação profissional. 8 Posição, papel: Ele não falou na qualidade de ministro, mas na de cidadão comum...” (Adaptado de Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa) Há registros que desde os primórdios da civilização utilizavam-se os conceitos da Qualidade, quando o homem procurou o que fosse melhor ou o que mais se adequasse a suas necessidades. Pode-se visualizar isto na construção das pirâmides, na arquitetura de diversos povos antigos, no desenvolvimento de fórmulas matemáticas entre outros marcos históricos. Para Paladini (1995. p.32) este período "pode ser caracterizado pela alta qualidade e padrões para artes em geral e a arquitetura de extrema precisão na Grécia; em Roma, igualmente destacam-se os modelos arquitetônicos, a notável qualidade em construções de alvenaria e a engenharia de estruturas." Na Idade Média os artesãos e artífices eram responsáveis pela fabricação de seus produtos com qualidade, definidos como "padrões rudimentares da qualidade para bens e serviços e níveis básicos de desempenho da mão-deobra, tendo sido determinadas as condições gerais para o trabalho humano." (Paladini, 1995. p.33). 10 Garvin (apud PALADINI, 1990) listou o conceito de qualidade de forma abrangente, com cinco abordagens gerais: Ø Abordagem transcendental: qualidade é sinônimo de excelência inata. Nestes conceitos a qualidade não pode ser medida com precisão, sendo apenas reconhecida pela experiência; “A qualidade é atingida quando o padrão mais elevado está sendo confrontado com um outro, mais pobre e pior.” (TUCHMAN apud Paladini, 1990) Ø Abordagem centrada no produto: qualidade é sinônimo de maior número e melhores características que um produto apresenta. São os conceitos que vêem a qualidade como uma variável precisa e mensurável. Surgiram da literatura econômica enfatizando durabilidade, implicando que alta qualidade só pode ser obtida com alto custo. “Qualidade refere-se às quantidades de atributos inestimáveis contidos em cada unidade de atributo estimado.” (LEFFLER apud PALADINI, 1990) Ø Abordagem centrada no valor: qualidade é o desempenho ou conformidade a um preço ou custo aceitável. Os conceitos consideram a qualidade em termos de custos e preços. “Qualidade é o melhor possível sob certas condições do consumidor. Estas condições são referentes ao uso real e ao preço de venda do produto.” (FEIGENBAUN apud PALADINI, 1990) Ø Abordagem centrada na fabricação: qualidade é sinônimo de conformidade com as especificações. As definições de qualidade estão calcadas na idéia de adequação da fabricação às exigências do projeto e que as melhoras da qualidade, equivalente a reduções no número de desvios, levam a menor custo; “Qualidade é o grau com que um produto específico se conforma a um projeto ou a uma especificação.” (GILMORE apud PALADINI, 1990) 11 Ø Abordagem centrada no usuário: qualidade é atendimento das necessidades e preferências do consumidor. As definições baseiam-se na premissa de que a qualidade está adiante dos olhos dos consumidores sendo altamente subjetiva. A avaliação dos usuários em relação às especificações são os únicos padrões próprios da qualidade; “Qualidade é adequação ao uso.” (JURAN apud PALADINI, 1990) O trabalho de Garvin mostra que aceitar uma única definição da qualidade pode causar problemas. Ou seja, fica claro que quase todas as definições de qualidade se ajustam em uma das cinco abordagens e talvez por isso seu trabalho tenha sido considerado definitivo no assunto. Logo, a necessidade e importância de, nos diferentes momentos do processo produtivo, em diferentes aspectos de um mesmo produto e em situações diversas, utilizarem-se de abordagens diversas para um mesmo conceito, porque a idéia que fica no final, é que qualidade é um conjunto de elementos básicos que, ao atuarem sobre o produto, permitem que a ele seja atribuída “a boa qualidade”. Ao longo do tempo, vários autores com diversas abordagens sobre o tema Qualidade surgiram gradualmente, o que torna necessário conhecer as terminologias empregadas sobre a constante evolução dos conceitos aplicados. Os pioneiros ou os ditos “gurus” da Qualidade como Deming, Crosby, Feigenbaum, Juran e Ishikawa deixaram importantes contribuições para a evolução do conceito da qualidade. Ao estudar as contribuições dos “gurus” da qualidade, Cardoso (1995. p.333) afirma que "uma empresa ao adotar o conceito de qualidade, deverá o fazer conforme cultura vigente e estágio em que esteja na evolução da qualidade. Para adotar o conceito que lhe seja adequado, poderá examinar a definição de qualidade que direcionará suas características do sistema, abordagem gerencial e fatores humanos para a qualidade." No anexo 1, 12 apresenta-se um comparativo dos fatores para definição do conceito de qualidade. O conceito de Qualidade sofreu alteração, com o uso no dia-a-dia das pessoas e das organizações, sempre buscando a necessidade do mercado consumidor. As empresas que acompanharam tais alterações sobreviveram. Em função da relação entre a atividade industrial e a de prestação de serviços, "a evolução do conceito acabou por associar-se às ênfases que marcaram os diferentes estágios pelos quais passaram as organizações – sejam quais fosse seu porte, ramos de atuação, locais ou épocas." (PALADINI, 1995. p. 31). A escolha de um conceito de Qualidade é um passo fundamental para uma organização; deve ser de fácil entendimento, e ser baseado na cultura dos diferentes grupos que a constituem para ser compreendido por todos seus colaboradores. Os sistemas de comunicações cada vez mais globalizados e eficientes intensificaram o intercâmbio de informações, tornando o processo de evolução da Qualidade no mundo mais unificado. 13 CAPÍTULO II O SURGIMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA Hoje em dia, fala-se muito em Qualidade e esta é exigida em praticamente tudo: na vida, nos serviços, nos produtos... Como manter ou garantir que os produtos sejam sempre adequados e igualmente de qualidade? Para Ishikawa (1993), o controle de qualidade consiste no desenvolvimento, planejamento, produção e marketing de produtos e serviços a um menor custo, os quais sejam adquiridos pelos consumidores com satisfação. Para alcançar esses objetivos, todos os setores de uma organização devem trabalhar em conjunto. 2.1 – A primeira e segunda fase do controle de qualidade O surgimento do controle de qualidade deu-se no início do século 20 com a revolução industrial na Inglaterra, com a utilização de fábricas, com ênfase na inspeção do produto e os fabricantes começaram com a produção em massa, e junto dela problemas de mesma magnitude sobre qualidade. O inspetor de qualidade, quem confere se o produto está bom ou não antes que seja passado adiante e atuando nos diversos departamentos de produção, foi a primeira fase do controle de qualidade. O resultado nem sempre era bom. Muitos defeitos passavam despercebidos e só eram descobertos pelo cliente, causando dúvidas sobre a empresa e o produto. 14 O asseguramento da qualidade era feito apenas por inspeção final, onde eram separados os produtos bons dos ruins. Isto quer dizer que seriam distribuídas no mercado peças ruins como se fossem boas, e rejeitadas na inspeção peças boas como se fossem ruins. Logo, estudos, correções, mudanças e os próprios processos foram melhorando, mas a qualidade nem tanto assim, pois havia maior procura do que oferta de produtos. Como consequência, o consumidor não podia ser muito exigente e o fornecedor não estava preocupado em atender sua satisfação. "Você pode escolher o carro da cor que quiser, desde que seja preto. " (FORD apud PALADINI, 1990) A partir de 1910 começou-se a enxergar fabricação e inspeção como operações potencialmente separáveis. Por volta de 1924, a Bell Telephone Laboratories, fabricante de equipamentos de telecomunicações, criou um departamento de controle de qualidade diretamente subordinado à direção, atuando junto ao departamento de fabricação. Trabalhava lá o matemático e estatístico Walter A. Shewhart, responsável pelos procedimentos estatísticos para controlar os processos produtivos (Controle Estatístico da Qualidade - CEQ). No final da mesma década, H. F. Dodge e H. G. Romig, ambos também da Bell Telephone Laboratories, foram responsáveis pela inserção das técnicas de inspeção por amostragem, colhidas ao longo do processo. Estatisticamente falando, existe probabilidade elevada de que aquilo que vier a ocorrer com uma amostra separada de forma aleatória, também estará ocorrendo com todo o lote. Com o início da Segunda Guerra Mundial, outras técnicas foram desenvolvidas para combater a ineficácia e impraticabilidade apresentadas pela inspeção 100%. As indústrias bélicas norte-americanas, principalmente, precisavam de produtos com muita qualidade, a rápida expansão neste período e "a utilização de mão-de-obra pouco preparada, pela urgência do incremento da produção, afetou os níveis da qualidade de produtos e serviços. “Estes aspectos ampliaram, num momento, os procedimentos de controle e inspeção; a seguir, geraram a necessidade da estruturação de 15 programas formais de qualificação de pessoal.” (PALADINI, 1995. p.35). A ênfase foi em treinamento: fazer bem o serviço, montar bem os mísseis, tanques, a bomba atômica... Isto requeria a modificação e a adaptação de empresas para fabricação daquele material. Como várias indústrias teriam a missão de fabricar o mesmo tipo de produto, foram criados requisitos mínimos, que aquelas organizações deveriam cuidar para prover a confiança ao Governo Americano, de que o material fabricado atenderia a seus anseios, dentro dos padrões exigidos. Assim, foi exigida uma série de ações planejadas e sistemáticas, a serem adotadas pelos fabricantes, as military standards. Iniciou-se então, a chamada Era da Garantia da Qualidade, com o incentivo do uso dos métodos estatísticos de Shewhart. A partir disso, foi criada em 1946, a American Society for Quality Control – ASQC. Esta organização, através de publicações, conferências, treinamentos e congressos, promoveu o uso do controle estatístico da qualidade em todos os tipos de produção de bens e serviços. Ainda durante a guerra W. Edwards Deming (estatístico que em 1938 utilizou pela primeira vez, métodos estatísticos de amostragem no recenseamento feito pelo governo norte-americano) e Joseph M. Juran, discípulos de Shewhart, utilizaram métodos estatísticos na área da qualidade. 2.2 – Pós-guerra: o ápice do controle de qualidade Após a guerra, na década de 50, os departamentos de controle de qualidade nas empresas e o uso dos procedimentos estatísticos estavam praticamente introduzidos nas indústrias do mundo todo. E começava também a ser adotado o controle de qualidade orientado para os processos, englobando toda a produção, desde o projeto até o acabamento. 16 O acontecimento mais marcante ocorreu com os japoneses, que tiveram seu parque industrial devastado, e os esforços de reconstrução esbarraram no baixo grau de qualidade dos produtos e serviços por eles produzidos. Eles conseguiam colocar no mercado uma grande quantidade de produtos; no entanto, a qualidade deixava a desejar. Preocupado com esse quadro, o governo japonês buscou promover algumas iniciativas para mudar essa situação. Com este intuito, convidou Deming, juntamente com outros consultores, a proferir palestras no Japão. Suas conferências eram a respeito de métodos estatísticos, principalmente sobre as técnicas desenvolvidas por Shewhart (CEQ), e seu trabalho foi primordial para o movimento do “novo controle de qualidade”, iniciado no Japão, por Kaoru Ishikawa que ficou conhecido como o pai do Total Quality Control - TQC (Controle Total da Qualidade), “pela sua forte visão humanística dos sistemas de produção”. (BARÇANTE, 1998). Os japoneses foram alunos aplicados. Ouviram os ensinamentos de Deming e empreenderam um grande esforço no sentido de promover um amplo programa de educação para a qualidade, envolvendo toda a população. Porém na prática, constatou-se que persistiam dificuldades diversas para sua implementação. Ø Os operários, que conduziam o processo baseados nas suas experiência e prática, mostraram aversão à nova técnica, por presumirem ser algo inútil e sem valia. Ø Não existiam as normas de engenharia, de operação e de inspeção, nas empresas. Ø Os critérios de amostragem e registro eram feitos de forma inadequada e acabavam por inutilizar os poucos dados existentes. Nos Estados Unidos, Armand V. Feigenbaum, engenheiro, escreveu o livro "Total Quality Control: engineering and management", um conceito novo que ampliava as responsabilidades dos órgãos de controle de qualidade nas 17 empresas. Chega-se então à chamada “Era das Normas”, alertando que elas se faziam necessárias. No início da década de 60, Philip B. Crosby, que trabalhava em uma empresa fabricante de equipamento bélico para o governo norte-americano, criou o conceito de "zero defeito" - eliminação completa das operações com erros, reduzindo seu índice a zero, ou seja, onde tudo pode ser bem feito da primeira vez -, considerado por muitos um programa de motivação, e acrescentou um conceito inovador, o custo da prevenção na garantia da qualidade, que até então era de inspeção, teste e verificação. Para Crosby (apud Barçante, 1998), Qualidade não custa dinheiro, é de graça. Custa dinheiro as coisas que não têm qualidade, tudo o que é mal feito, incorreto, defeituoso. Cada centavo que se gasta para corrigir ou refazer alguma coisa é centavo perdido. Segundo Barçante (1998), “esta época foi marcada pela ‘quantificação dos custos da Qualidade’ (Juran, 1951), pelo ‘controle total da Qualidade’ (Feigenbaum, 1956), pelas ‘técnicas de confiabilidade’ desenvolvidas por indústrias aeroespacial, eletrônica e militar, e pelo ‘programa Zero Defeito’ (Crosby, 1961)”. Em meados da década de 70, a indústria japonesa já despontava como uma ameaça real à hegemonia norte-americana no campo da qualidade: principalmente seus automóveis e televisores fabricados. Eram nitidamente superiores aos seus similares norte-americanos em qualidade, preços e custos de assistência técnica e manutenção. Portanto os conceitos, técnicas e ferramentas desenvolvidos na área da qualidade, e praticados em combinação com outras abordagens, integram o vasto repertório de um modelo de gestão primeiramente implementado no Japão, e depois no restante do mundo. Este modelo de gestão foi chamado de Gestão da Qualidade Total, que envolve ações de planejamento, controle e aprimoramento contínuo de cada processo, tendo como foco principal o atendimento das necessidades e satisfação dos clientes. Assim, "gerenciar a qualidade total é agir de forma planejada e sistemática para implantar e implementar um ambiente no qual, 18 em todas as relações fornecedor-cliente da organização, sejam elas internas ou externas, exista a satisfação mútua." (CERQUEIRA, 1994. p.15) Após esses fatos, com conceitos americanos e japoneses, a Qualidade novamente mudaria até a década de 80. No Brasil, esse movimento pela qualidade coordenado e global teve crescimento a partir de 1990 e, segundo os especialistas japoneses, “o movimento brasileiro pela qualidade é o segundo mais vigoroso programa em prol da Qualidade em todo o mundo." (BARÇANTE, 1998. p. 17). 2.3 – As normas A nova filosofia da qualidade, a partir da década de 80, fez com que as Normas se fizessem necessárias. E hoje, com a percepção clara de que a qualidade consistente deve estar presente nos produtos e serviços que utilizamos, tem-se a adoção universal das Normas ISO (International Standartization Organization), série 9000. Para NBR ISO 9000: 2005 (Normas Brasileiras), a definição normativa de qualidade é o grau no qual um conjunto de características inerentes, satisfaz a requisitos. Ainda, segundo a mesma norma, características são propriedades diferenciadoras, podendo ser de diferentes tipos, como físicas, sensoriais, comportamentais, temporais, ergonômicas ou funcionais. Até o ano 1999, as normas ISO não faziam alusão propriamente ao Controle Estatístico de Processo (CEP), tinham apenas o item 4.20 dedicado às técnicas estatísticas necessárias para avaliar as características da qualidade dos produtos/serviços e a capacidade dos processos. Já pela norma ISO 9000: 2000, as empresas certificadas tinham até o ano 2003 para se 19 ajustarem à nova norma, implantando o CEP em suas plantas industriais (Farias, 2001. p.107). Em relação à qualidade, podem-se citar alguns termos existentes, entre eles o controle da qualidade, o sistema de garantia da qualidade e o sistema de gestão da qualidade. As definições abaixo descritas são as da NBR ISO 9000 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e Vocabulário: Ø Ação Corretiva: ação implementada para eliminar as causas de uma não-conformidade, de um defeito ou de outra situação indesejável existente, a fim de prevenir sua repetição. Ø Ação Preventiva: ação implementada para eliminar as causas de uma possível não conformidade, defeito ou outra situação indesejável, a fim de prevenir sua ocorrência. Ø Análise Crítica: avaliação de um projeto, produto, serviço, processo ou informação com relação a requisitos, objetivando a identificação de problemas e a proposição de soluções. Ø Controle da Qualidade: técnicas e atividades operacionais usadas para atender aos requisitos para a qualidade. Ø Disposição (correção) de uma Não-conformidade: ação a ser implementada na entidade não conforme, de modo a corrigir a não-conformidade (atuação no efeito). Ø Garantia da Qualidade: conjunto de atividades planejadas e sistemáticas, implementadas no sistema da qualidade e demonstradas como necessárias, para prover confiança adequada de que uma entidade atenderá os requisitos para a qualidade. Ø Gestão da Qualidade: todas as atividades da função gerencial que determinam a política da qualidade, os objetivos e as responsabilidades, e os implementam por meios como planejamento da qualidade, controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade dentro do sistema da qualidade. 20 Ø Não-Conformidade: não atendimento de um requisito especificado. Ø Política da Qualidade: intenções e diretrizes globais de uma organização relativas à qualidade, formalmente expressas pela Alta Administração. Ø Plano da Qualidade: documento que estabelece as práticas, os recursos e a seqüência de atividades relativas à qualidade de um determinado produto, projeto ou contrato. Ø Qualidade: a totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas. Ø Sistema da Qualidade: estrutura organizacional, procedimentos, responsabilidades, processos e recursos necessários para implementar a gestão da qualidade. Ø Satisfação de Cliente: percepção do cliente quanto ao grau no qual os seus requisitos foram atendidos. Ainda, tem-se abaixo uma pequena coletânea de normas de sistema de qualidade. Ø NBR ISO 8402: Gestão da qualidade e garantia da qualidade. Ø NBR ISO 9001: Sistemas da qualidade - Modelo para garantia da qualidade em projetos, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados. Ø NBR ISO 9002: Sistemas da qualidade - Modelo para garantia da qualidade em produção, instalação e serviços associados. Ø NBR ISO 9003: Sistemas da qualidade - Modelo para garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais. 21 Ø NBR ISO 9004-1 a 4: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade - Parte 1 : Diretrizes; Parte 2 : Diretrizes para serviços; Parte 3 : Diretrizes para materiais processados; Parte 4 : Diretrizes para melhoria da qualidade. Ø NBR ISO 10012-1: Requisitos de garantia da qualidade para equipamento de medição - Parte 1 : Sistema de comprovação metrológica para equipamento de medição. Ø NBR ISO 10013: Diretrizes para o desenvolvimento de manuais da qualidade. Ø NBR ISO 10005: Gestão da qualidade - Diretrizes para planos da qualidade. Ø NBR ISO 14004: Sistemas de gestão ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Ø NBR ISO 31000: Gestão de Riscos Deste modo, no Brasil, o número de certificações com base nas normas ISO vem aumentando numa escala exponencial, demonstrando a preocupação das indústrias, seja ela alimentícia, farmacêutica, bélica, etc., de não só atender às exigências de alguns clientes, como também buscar a fixação de programas de Qualidade. "A alta administração reconhece o impacto da qualidade no sucesso competitivo da empresa, passando a merecer a sua atenção rotineira e integrando-se na gestão estratégica do negócio." (BARÇANTE, 1998. p.12) 22 CAPÍTULO III AS FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS NO CONTROLE DE QUALIDADE A qualidade do produto depende, não só das matérias primas, mas também da sistemática de monitoramento de parâmetros, relevantes em seu processamento, e de características do produto final. Ou seja, a busca da qualidade deve ser concentrada em melhoramentos contínuos, meticuloso, que permitam reconhecer os problemas, priorizar ações corretivas e implantá-las. Para Deming (apud Cardoso, 1995) o enfoque da qualidade é voltado para a estatística, por conferir o rigor da análise necessária para soluções de problemas da Qualidade. Os empregados são envolvidos por comprometimento, conscientização e motivação integrados aos objetivos individuais e da empresa. O emprego de métodos estatísticos não garante a resolução de todos os problemas de um processo, mas é uma maneira racional, lógica e organizada de indicar onde existem, sua extensão e como solucioná-los. Contudo, para Ishikawa (1993), cerca de 95% dos problemas de produção numa companhia podem ser solucionados através das ferramentas estatísticas. E que sem uma análise estatística (de qualidade e do processo), não se pode obter um controle efetivo. Ainda segundo esse autor, estas ferramentas, podem ser separadas da seguinte forma, de acordo com as dificuldades que devem ser superadas: Ø Métodos estatísticos elementares Ø Métodos estatísticos intermediários Ø Métodos estatísticos avançados 3.1 – Métodos estatísticos elementares 23 Estes métodos, comumente denominados de as sete ferramentas do controle de qualidade, devem ser utilizados por todos os níveis que integram a empresa. 3.1.1 – Diagrama de Pareto O Diagrama de Pareto é um diagrama de barra que ordena as ocorrências da maior para a menor. Ou seja, tem o papel de separar o essencial do trivial. Este diagrama descreve as causas que ocorrem na natureza e comportamento humano, sendo uma poderosa ferramenta para focalizar esforços pessoais em problemas. O estudo dessas causas se inicia nos itens vitais e não nos mais fáceis, induzindo a equipe a atuar exatamente no ponto de maior impacto. É uma das ferramentas mais eficientes para identificar problemas, melhorar a visualização, priorizar as ações, confirmar os resultados de melhoria, comparar o antes e o depois do problema após as mudanças efetuadas no processo, estratificar a ação e identificar itens que são responsáveis pelos maiores impactos, eliminando as causas. Tem maior potencial de retorno. 24 Fonte: http://wpm.wikidot.com/tecnica:diagrama-de-pareto Figura 1 – Diagrama de Pareto 3.1.2 – Diagrama de causa e efeito Também conhecido como espinha de peixe, foi originalmente desenvolvido por Kaoru Ishikawa em 1953, na Universidade de Tóquio, para representar a relação entre alguns efeitos que poderiam ser mensurados e o conjunto de possíveis causas que produzem o efeito. Ainda, segundo Oliveira (1995), “é uma representação gráfica que permite a organização das informações possibilitando a identificação das possíveis causas de um determinado problema ou efeito”. É muito importante que uma equipe ataque um problema para conhecer as suas causas, objetivando identificá-los e solucioná-los. As quatro principais causas responsáveis por mais de 95% dos efeitos são: Mão-de-obra, 25 Máquinas, Métodos e Material, podendo ainda incluir Meio ambiente e Medição. Fonte: http://logisticaatual.wordpress.com/2010/05/09/diagrama-causa-e-efeito-espinha-de- peixe/ Figura 2 – Diagrama de causa e efeito de um restaurante 3.1.3 – Estratificação Estratificar é agrupar elementos com as mesmas características, ou seja, itens iguais ou muito semelhantes, tendo causas e soluções comuns. Logo, a estratificação é uma técnica importante, mas precisa ser usada antes da coleta de dados. Ao ser construída a folha de verificação deve-se ter em mente a estratificação. Tem-se, por exemplo, como fontes de variação, paciente, especialidade, médico e tipo de cirurgia. Desta forma, pacientes atendidos por 26 diferentes médicos e diversas especialidades, sendo submetidos a determinado tratamento clínico apresentam diferenças entre si. Por esta razão, só podem ser estabelecidas características de qualidade em relação a tratamento ou cirurgia se estes forem de mesma origem, atendidos em uma mesma especialidade, pelo mesmo profissional e submetidos ao mesmo tratamento. Fonte: www.biblioteca.sebrae.com.br Figura 3 – Estratificação 3.1.4 – Folha de verificação (check sheet) A folha de verificação é uma planilha para o registro de dados, sendo este um formulário de papel no qual os itens a serem verificados já estão impressos, facilitando a coleta de dados referente a um problema e organizálos, para que possam ser facilmente usados posteriormente. Permite uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros de escrita e confusões. As 27 folhas de verificação são ferramentas que questionam o processo e são relevantes para alcançar a qualidade. Por esta razão, torna-se uma poderosa ferramenta de registro pelo fato dos dados serem imediatamente organizados sem a necessidade de rearranjo posterior. Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta99/selner/cap2.html Figura 4 – Folha de verificação O layout da planilha depende do uso que se fará dela e qualquer que seja o propósito da coleta de dados é essencial que a forma de registro seja planejada para que sua utilização seja fácil e imediata. 3.1.5 – Histograma 28 É um diagrama de barra que representa a distribuição de uma população de maneira objetiva, verificando seu comportamento em relação à especificação. No controle estatístico de qualidade tentamos descobrir fatos através da coleta de dados e, então, tomamos a ação necessária baseada naqueles fatos, ou seja, servem como base para uma decisão sobre a população. Quanto maior o tamanho da amostra, mais informações obtemos sobre a população e menor é a margem de erro. Porém, um aumento da amostra também implica em um aumento da quantidade de dados, e muitas vezes de tempo e custo. Fonte: www.infoblogs.com.br/ Figura 5 – Histograma 3.1.6 – Diagrama de dispersão 29 É um gráfico cartesiano que representa a relação entre duas variáveis. Seu objetivo básico é procurar identificar, no conjunto de pontos que constituem os dados de um experimento ou observação, padrões que sugiram a natureza da relação (medida através do coeficiente de correlação) entre as variáveis consideradas. Fonte: http://www.fao.org/docrep/006/w5448p/w5448p05.htm Figura 6 – Diagrama de dispersão com reta de regressão linear O coeficiente de correlação (r) é uma medida do grau de dependência linear entre duas variáveis. Valores próximos de –1 e +1 indicam correlação forte e valores próximos de zero indicam correlação fraca. O sinal de r indica se a correlação é positiva ou negativa. 3.1.7 – Gráficos e cartas de controle 30 São utilizados para verificar se o processo está sob controle, ou seja, dentro dos limites pré-estabelecidos e controlar a variabilidade do processo ou grau de não conformidade. Shewhart propôs o primeiro gráfico de controle, reconhecendo a variabilidade como inerente aos processos industriais, utilizando técnicas estatísticas para o controle de processos. São criados conceitos como "risco do produtor e consumidor, probabilidade de aceitação, fração defeituosa tolerável e nível de qualidade aceitável." (Paladini, 1995. p.33) O gráfico de controle típico exibe três linhas paralelas: a central, que representa o valor médio do característico de qualidade, a superior que representa o limite superior de controle (LSC) e a inferior que representa o limite inferior de controle (LIC). Se todos esses valores marcados estiverem dentro dos limites de controle, sem qualquer tendência particular e a disposição dos pontos dentro dos limites for aleatória, o processo é considerado sob controle. Entretanto, se os pontos incidirem fora dos limites de controle ou apresentarem uma disposição atípica, o processo é julgado fora de controle (Kume, 1993; Vieira, 1999). Sua utilização pressupõe que o processo seja estatisticamente estável, isto é, não haja presença de causas especiais de variação ou, ainda e de outra forma, que as sucessivas amostragens representem um conjunto de valores independentes ou não correlacionados. Este pressuposto quase sempre não é atendido e muitas vezes leva à utilização das cartas de controle com limites inadequados e com a freqüente ocorrência de alarmes (pontos fora ou próximos aos limites da carta) sem que, necessariamente, representem a presença de uma causa especial (Montgomery, 2004). 31 Fonte: http://www.efetividade.net/2008/05/29/qualidade-hoje-desafios-iso-ferramentas- essenciais/ Figura 7 – Gráfico de Controle É importante salientar que um gráfico de controle não possibilita a identificação de quais são as causas especiais de variação que estão atuando em um processo fora de controle estatístico, mas ele processa e dispõe informações que podem ser utilizadas na identificação destas causas. Segundo Montgomery (2004), quando existem múltiplos parâmetros do processo e que são monitorados simultaneamente, os gráficos de controle também conhecidos como univariados não mais devem ser utilizados, pois, as várias características de qualidade podem apresentar correlações entre si, o que prejudica o desempenho destes para sinalizar uma falta de controle do processo. Nos gráficos de controle multivariados, a estabilidade do processo é obtida quando o vetor das médias, variâncias e covariâncias das variáveis do processo permanecem estáveis ao longo das observações. 32 3.2 – Métodos estatísticos intermediários São ferramentas que, quando utilizadas, apresentam resultados significativos. Ø Técnicas de amostragem e de inspeção; Ø Estimativas e testes de hipóteses estatísticas; Ø Técnicas de análise sensorial; Ø Delineamento de experimentos. De acordo com os fundamentos da metodologia estatística, a dispersão dos dados obedece a um determinado critério de distribuição. Então, baseado nestes parâmetros, convém efetuar as estimativas e acionar o mecanismo de tomada de decisão. 33 3.3 – Métodos estatísticos avançados São adequados para análise de processos extremamente complexos, ou de problemas de grande envergadura. Estes permitiram a consolidação da tecnologia japonesa e a sua exportação para outros países. Ø Delineamento de experimento de grande complexidade; Ø Análise múltipla; Ø Diversas técnicas de pesquisa operacional. As metodologias estatísticas de nível tanto intermediário como avançado, são empregadas numa gama elevada de atividades e os seus resultados são altamente significativos, principalmente com a intensificação do uso de recursos da tecnologia da informação, com maior disponibilidade de micro computadores e de aplicativos. A partir disso, conseguiu-se humanizar o conceito estatístico do controle de processo, crescendo a tendência do uso das técnicas do CEP pelos operadores da produção, transferindo-lhes a responsabilidade das atividades de controle de qualidade e de ajuste de processo. “A informática torna a coleta de dados, análise e divulgação de informações sobre o controle do processo mais rápida e integrada do que nunca, também quando se torna mais premente aprender a (Scholtes: 1998, p. 121) pensar em termos estatísticos”. 34 CONCLUSÃO Este trabalho de pesquisa abordou o significado de qualidade, concluindo que sua definição é abrangente, e percebida de maneiras diferentes por cada indivíduo, seja produtor ou consumidor. Seus parâmetros são discutidos desde os tempos remotos, pois é da natureza do ser humano procurar ou querer fazer o que há de melhor. Hoje a qualidade é voltada à necessidade do mercado, fazendo parte de um sistema contínuo de ações na organização, envolvendo a todos dentro do processo de produção, com treinamento e conscientização de sua importância. Empresas vêm investindo cada vez mais no controle de qualidade, preocupadas não só em manter, mas em aumentar seu desempenho e produtividade, seguindo normas vigentes, visando atender as expectativas de seus consumidores (cada vez mais exigentes). E claro, para sobreviver e enfrentar a concorrência acirrada. O controle estatístico de qualidade é um procedimento necessário, tanto na melhoria, como na validação dos processos, parcialmente ou utilizando todas as suas ferramentas, possibilitando em sua maior parte em ações de controle. Lembrando que cada ferramenta tem sua particular utilização, não havendo fórmula pronta para saber qual ferramenta a ser usada. Em cada fase do trabalho, a análise estatística vai depender do problema envolvido, das informações obtidas, dos dados acumulados disponíveis e do conhecimento do processo em questão. Esta monografia teve como objetivo elucidar ao leitor, como a estatística tornou-se uma ferramenta metodológica essencial no controle de qualidade, auxiliando na tomada de decisão. 35 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 >> Tabela. 36 ANEXO 1 TABELA Tabela – Comparativo dos fatores para definição do conceito de qualidade. Fatores QUALIDADE Abordagem DEFINIÇÃO Perseguição às necessidades dos clientes e homogeneidade do processo de serviços com baixa variabilidade (previsibilidade) Deming Cumprimento das especificações estabelecidas para satisfazer aos clientes de modo econômico Crosby Exigência dos clientes concretizadas através de especificações em todas as fases da produção, com qualidade de processos comFeigenbaum patível com tais especificações SISTEMA DA QUALIDADE CARACTERÍSTICAS Direcionamento pelas necessidades do consumidor e desenvolvidas pelo aprimoramento dos processos administrativos numa postura de contínua melhoria numa base objetiva, e conseqüente transferências dos resultados aos clientes Construída através do envolvimento de toda a organização em torno de metas da qualidade, firmemente estabelecidas, periodicamente avaliadas através de dados confiáveis de custos, como elementos indicadores de necessidades concentração de esforços Baseadas numa forte infra-estrutura técnica administrativa, com procedimentos estabelecidos detalhadamente integrados dentro da estrutura organizacional; gerenciado por especialistas, dando apoio e assistência a todas as áreas para assegurar integração em torno da função qualidade ABORDAGEM GERENCIAL FOCO Gerência com ênfase em princípios operacionais e ação pontual, utilizando como ferramenta o controle estatístico de processos adaptado às condições de processo RECURSOS HUMANOS FATORES Promovendo comprometimen to, conscientização e motivação pela integração de objetivos do desenvolviment o individual através do desenvolviment o da empresa Mecanismos de planejamento e controle alimentados por esquemas eficientes de comunicação Estabelecendo comprometimen to, conscientização , comunicação e motivação através de recompensas Gerência enfatiza a responsabilidad e da linha de produção de produtos e serviços pela qualidade e a ferramenta é um sistema de qualidade altamente estruturado Desenvolvendo a conscientização em torno da contribuição de cada um para com a função qualidade (continua) 37 Adequação ao uso através de percepção das necessidades dos clientes e aperfeiçoamentos introduzidos a partir de níveis de serviços já alcançados Evidenciadas através das próprias características dos produtos e serviços que garantem a satisfação dos clientes (adequação ao uso) e aprimoramento passo a passo por equipes multifuncionais, com critérios de priorização e garantia de que níveis de qualidade já atingidos serão mantidos e melhorados Funções gerenciais em qualidade com planejamento, execução e melhoria através de metodologia de resolução de problemas Rápida percepção e satisfação das necessidades do mercado, adequação ao uso dos produtos/ serviços e homogeneidade dos resultados dos processos (baixa variabilidade) Instaladas desde o desenvolvimento e projeto de novos produtos e serviços e aperfeiçoada através da estrutura da empresa, reforçadas para uma rede de relações que cobrem as funções da qualidade, de forma a permitir ao cliente perceber que a qualidade esperada e prometida está garantida A prioridade é o trabalhador buscando a valorização do homem, cabendo à gerência a função de ensinar e orientar; a direção deve transferir benefícios alcançados aos colaboradores e sociedade; as ferramentas visam a integração de atividades Juran Ishikawa Mostrando compreensão da qualidade como uma das principais responsabilidades gerenciais, comprometimen to da organização com a qualidade objetiva em todos os níveis, conscientização e conseqüente envolvimento de todos com projetos de melhoria Compreendend o a qualidade como inerente ao trabalho, fazendo parte e sendo resultado do trabalho, com construção da qualidade de vida de cada um e da sociedade (fim) Fonte: CARDOSO (1995, p. 333). 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARBOSA, E.F. Gerência da Qualidade Total na Educação. Fundação Christiano Ottoni. UFMG, Belo Horizonte. BROCKA, B. Gerenciamento da Qualidade. Implementando o TQC, Passo a Passo, Através dos Processos e Ferramentas Recomendadas por Juran, Deming, Crosby e Outros Mestres. São Paulo: Makron Books, 1994. CAMPOS, V. F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). 5ª Edição. Belo Horizonte, Fundação Christiano Ottoni, 1992. FARIAS, J. C. A ISO 9000:2000 e o CEP. Revista Controle da Qualidade. São Paulo, Editora Banas, Agosto/2001. FEIGENBAUM, A. V. Controle de Qualidade Total. São Paulo: Makron Books, 1994. FIATS, G.G.S. A Utilização do QFD como Suporte a Implementação de TQC. Disponível em: <http://www.cifs.com.br/artigos/qualidade.pdf> Acesso em 02 de junho de 2010. JURAN, J. M. Juran Planejando para a Qualidade. 3ª Edição. São Paulo, Livraria Editora Pioneira, 1995. HRADESKY, J. L. Aperfeiçoamento da Qualidade e da Produtividade. 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SCHOLTES, P. R. O verdadeiro TQM. HSM Management. São Paulo, v.6, ano 2. Frame Editores, 1998. VIEIRA, S. Estatística para a Qualidade: como Avaliar com Precisão a Qualidade em Produtos e Serviços. Rio de janeiro: Campos, 1999. 42 43 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I DEFININDO O QUE É QUALIDADE 09 CAPÍTULO II O SURGIMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA 13 2.1 – A primeira e segunda fase do controle de qualidade 13 2.2 – Pós-guerra: o ápice do controle de qualidade 15 2.3 – As normas 18 CAPÍTULO III AS FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS NO CONTROLE DE QUALIDADE 22 3.1 – Métodos estatísticos elementares 23 3.1.1 – Diagrama de Pareto 23 3.1.2 – Diagrama de causa e efeito 24 3.1.3 – Estratificação 25 3.1.4 – Folha de verificação (check sheet) 26 3.1.5 – Histograma 28 3.1.6 – Diagrama de dispersão 29 3.1.7 – Gráfico e cartas de controle 30 3.2 – Métodos estatísticos intermediários 32 44 3.3 – Métodos estatísticos avançados 33 CONCLUSÃO 34 ANEXOS 35 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 BIBLIOGRAFIA CITADA 41 ÍNDICE 42 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: O CONTROLE DE QUALIDADE E A ESTATÍSTICA Autor: PAULA ALVES MARTINS Data da entrega: 10/08/2010 Avaliado por: ANA CLAUDIA MORRISSY Conceito: