[ UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO Rubens Marafon Desenvolvimento de carreira de administradores: estudo dos egressos do curso de administração de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina. Florianópolis, 2012 2 Rubens Marafon Desenvolvimento de carreira de Administradores: estudo dos egressos do curso de administração de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Iúri Novaes Luna. Dr. Florianópolis, 2012 3 Rubens Marafon Desenvolvimento de carreira de administradores: estudo dos egressos do curso de administração de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Florianópolis, dezembro de 2012. _____________________________________ Prof. Aléssio Bessa Sarquis, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina, UNISUL. ____________________________________ Prof. Iúri Novaes Luna, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina, UNISUL. ____________________________________ Prof. Edmilson Oliveira Lima, Dr. Universidade nove de julho, UNINOVE. 4 DEDICATÓRIA À minha amada esposa Sandra e aos meus tesouros: Julia e Eliza. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus Pai todo poderoso, pelo Dom da Vida, à Ele toda honra e toda glória. Agradeço a Jesus Cristo, meu amigo, conselheiro e advogado em mais essa etapa. Ao Professor Iúri Novaes Luna, meu orientador, pela compreensão nas minhas limitações, pela simpatia, dedicação e principalmente sabedoria compartilhada comigo, serei eterno aluno e aprendiz seu. À Unisul, por meio da Coordenadoria do PPGA-Programa de Pós-Graduação em Administração, pelo apoio na efetivação deste estudo, e pela oportunidade concedida. À Unoesc – Campus de Xanxerê nas pessoas do Professor Genésio Téo, ViceReitor do Campus, ao Professor Claudio Orço, Pró-Reitor Acadêmico, pela amizade e apoio dispensado. Aos amigos e colegas de Mestrado Ricardo De Marco, Cleonice Zanella, Ricardo Tomazelli. Companheiro de estudos e de viagens. Aos amigos, colegas e incentivadores Professores Jorge Carlos Paludo e Professor Plinio Antônio Silveira, Coordenadores dos cursos de graduação em Ciências Contábeis e Administração da Unoesc – Campus de Xanxerê. Ao irmão de infância e incentivador Professor Dr. Carlos Luiz Strapazzon. Aos egressos de administração da Unoesc – Campus de Xanxerê que aceitaram colaborar participando desse estudo. Aos membros da banca, por terem gentilmente aceitado fazer parte da banca examinadora deste trabalho. À minha esposa Sandra Maria Alessi Marafon, minha incentivadora e meu porto seguro nesta vida e nesta etapa da caminhada. A minhas filhas, Julia Marafon e Eliza Maria Marafon, meus tesouros de vida nessa terra, meus amores inexplicáveis e incondicionais. Agradeço pela compreensão, pelo tempo de convívio abdicado em momentos tão importantes de suas vidas. Enfim, a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que este estudo fosse realizado. 6 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1 Modelos de carreiras.................................................................................... 50 Quadro 2 Descrição de tipos de carreiras...................................................... 51 Quadro 3 Modelos emergentes de carreiras................................................... 56 Quadro 4 Classificação de cargos atuais em níveis na organização.............. 96 Quadro 5 Trajetória de carreiras por cargos e níveis...................................... 109 Quadro 6 Relação dos objetivos para os próximos 5 anos............................. 136 Tabela 1 Ano de formatura e tempo para concluir a graduação.................... 76 Tabela 2 Gênero............................................................................................ 77 Tabela 3 Idade............................................................................................... 78 Tabela 4 Estado civil...................................................................................... 79 Tabela 5 Número de dependentes................................................................ 79 Tabela 6 Renda individual.............................................................................. 80 Tabela 7 Renda familiar................................................................................. 81 Tabela 8 Número de empregos/trabalhos atuais........................................... 82 Tabela 9 Escola que estudou no ensino fundamental e médio...................... 83 Tabela 10 Fatores que mais influenciaram na escolha de ADM...................... 84 Tabela 11 Desempenho enquanto aluno em comparação com colegas......... 85 Tabela 12 Horas de trabalho por dia somadas as ocupações......................... 106 Tabela 13 Gênero............................................................................................ 110 Tabela 14 Idade............................................................................................... 111 Tabela 15 Estado civil...................................................................................... 112 Tabela 16 Número de dependentes................................................................. 112 Tabela 17 Renda individual mensal................................................................. 113 Tabela 18 Influências na escolha do curso de ADM........................................ 115 Tabela 19 Percepção ao final do curso de graduação em ADM...................... 115 Tabela 20 Conclusão de curso de graduação/especialização, além de ADM. 116 Tabela 21 Programa de pós que participou..................................................... 117 Tabela 22 Sua ocupação principal, setor da economia que pertence............. 118 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Área da ADM Que realizou o TCC.................................................... 87 Gráfico 2 Trabalho remunerado durante a graduação...................................... 88 Gráfico 3 Se tivesse que recomeçar faria o curso de ADM novamente........... 88 Gráfico 4 Cursou outra graduação.................................................................... 89 Gráfico 5 Curso de especialização................................................................... 90 Gráfico 6 Setor da economia atual.................................................................... 92 Gráfico 7 Nível da organização atualmente...................................................... 93 Gráfico 8 Tempo de trabalho na organização................................................... 94 Gráfico 9 Setor da economia no ultimo emprego............................................. 98 Gráfico 10 Nível na organização no último emprego.......................................... 99 Gráfico 11 Tempo de trabalho na última ocupação............................................ 100 Gráfico 12 Setor da economia no penúltimo emprego....................................... 101 Gráfico 13 Nível na organização no penúltimo emprego.................................... 102 Gráfico 14 Tempo de trabalho na penúltima ocupação...................................... 102 Gráfico 15 Inserção no mercado de trabalho após a graduação........................ 103 Gráfico 16 Alterações ocorridas após a graduação............................................ 104 Gráfico 17 Desenvolvimento da carreira após a formação................................ 105 Gráfico 18 Cargos que ocupa atualmente.......................................................... 106 Gráfico 19 Satisfação em relação ao trabalho atual........................................... 107 Gráfico 20 Relativo à carreira – o que pretende................................................. 120 Gráfico 21 Quantos empregos pretende ter....................................................... 123 Gráfico 22 Quanto à área de atuação................................................................. 123 Gráfico 23 Projeto de aperfeiçoamento para os próximos três anos................. 124 Gráfico 24 Área de interesse para nos próximos três anos.............................. 125 Gráfico 25 O futuro da carreira vai depender..................................................... 126 Gráfico 26 Fatores importantes para o desenvolvimento profissional................ 127 Gráfico 27 Está tentando ser promovido............................................................. 127 Gráfico 28 Está tentando ganhar aumento......................................................... 128 Gráfico 29 Seria fácil encontrar um emprego similar ao seu.............................. 129 Gráfico 30 Pretende mudar de organização nos próximos dois anos................ 129 Gráfico 31 Pretende mudar de atividade/trabalho nos próximos 2 anos............ 130 8 Gráfico 32 Pretende trocar de Atividade e de organização em dois anos.......... 131 Gráfico 33 Você possui um planejamento de carreira........................................ 132 Gráfico 34 Não possui planejamento de carreira................................................ 132 Gráfico 35 Sim possuo planejamento de carreira............................................... 133 Gráfico 36 Expectativas de carreira e planos para os próximos cinco anos...... 134 9 LISTA DE SIGLAS AMAI – Associação dos Municípios do Alto Irani ADM – Administração ANGRAD – Associação Nacional dos cursos de Graduação em Administração CBO - Classificação Brasileira de Ocupações CEAG - Curso de Especialização da FGV-EAESP em Administração para Graduados CEPEAD - Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração CFA - Conselho Federal de Administração CPG - Curso de Pós-Graduação CRA - Conselho Regional de Administração EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo FAETEC - Fundação de Apoio às Escolas Técnicas do Estado do Rio de Janeiro FCEA - Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas FEA - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade FGV - Fundação Getúlio Vargas IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IES - Instituição de Educação Superior INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira IES – Instituição de Ensino Superior MBA - Master of Business Administration MEC - Ministério da Educação MTE - Ministério do Trabalho e Emprego PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração PPP - Projeto Político Pedagógico RH - Recursos Humanos SC - Estado de Santa Catarina SEBRAE – Sistema Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas TCC - Trabalho de Conclusão de Curso TI – Tecnologia da Informação UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 10 RESUMO MARAFON, Rubens. Desenvolvimento de Carreira de Administradores: estudo dos egressos do curso de administração de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado em Administração) PPGAPrograma de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Esta pesquisa teve como objetivo estudar a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior, com suas expectativas de carreira. Caracterizou-se como dedutiva com abordagem do problema quantitativo, com objetivo descritivo e estratégia do tipo levantamento survey e no horizonte de tempo transversal. O procedimento utilizado para a coleta de dados foi um questionário estruturado, contemplando perguntas abertas e fechadas. Foram investigados duzentos e vinte e quatro (224) egressos dos anos de 2001 a 2008 do curso de Administração da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc - Campus de Xanxerê, que concluíram o curso em nível de graduação. Com base na pesquisa aplicada, foi possível efetuar uma comparação da literatura fundamentada com o desenvolvimento da carreira dos egressos por meio da observação e análise da trajetória profissional dos administradores participantes do estudo. A maioria dos investigados afirma ter planejamento de carreira sabendo aonde pretende chegar. Admitem que para alcançar seus objetivos e metas depende muito mais de seu esforço e dedicação do que de suas empresas. Neste contexto, surge o reconhecimento da importância da experiência adquirida no decorrer da atuação profissional, somado à formação acadêmica de administração, uma vez declarado que acertaram na escolha do curso e estão satisfeitos com o desenvolvimento de suas carreiras. Quanto ao planejamento de carreira, a grande maioria afirma ter, porem, observamos que o entendimento de planejamento de carreira para muitos acontece informalmente e não fazem uso de técnicas ou ferramentas para auxiliá-los, mas reconhecem a importância de planejar, entretanto sabem que é de sua responsabilidade planejar seu futuro. Acreditam ser o planejamento juntamente com a qualificação contínua a melhor maneira de buscar reconhecimento na carreira, bem como a forma de se manter no mercado de trabalho. Palavras-chave: Desenvolvimento de Carreira. Trajetória Profissional. Egressos do Curso de administração. 11 ABSTRACT Marafon, Rubens. Career development of administrators: study of graduates of the course of administration of an institution of higher education in the West of Santa Catarina. Dissertation (master in business administration) PPGA-graduate program in business administration from University of Sout of the Santa Catarina, Florianópolis, 2012. This research aimed to study the relationship of professional career graduates administrators a higher education institution, with their career expectations. Characterised by a constructivist philosophy of deductive logic, with qualitative and quantitative problem approach, with descriptive and objective strategy survey and on the time horizon. The procedure used for the collection of data was a structured questionnaire, including open and closed questions. Were two hundred and twenty-four (224) graduates from 2001 to 2008 in the course of Administration of the University of the West of Santa Catarina – Unoesc - Campus of Xanxerê, who have completed the course at undergraduate level. Based on applied research it was possible to make comparison of literature based on the career development of graduates through observation and analysis of the professional trajectory of study participants. The most investigated claims to own career planning knowing where you want to reach. Admit that to achieve their objectives and goals depends on more of your effort and dedication than of their companies. In this context arises the recognition of the importance of the experience gained in the course of professional activity, added to management education, once declared that they got in their choice of course and are satisfied with the development of their careers. As for the career planning, most States have, however, noticed that the understanding of career planning for many happens informally and do not make use of techniques or tool assist them, but acknowledge the importance of planning, however know that it is your responsibility to plan their future. Believe is planning together with the continuous qualification the best way to seek recognition in his career, as well as the way to remain in the labour market. Keywords: career development. Professional Trajectory. Graduates of the course of administration. 12 SUMARIO 1 1.1 1.2 1.3 1.3.1 1.4 1.5 2 2.1 2.2 2.2.1 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4 2.3.4.1 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.2 3.2.1 3.2.1.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 4 4.1 4.1.1 4.1.2 4.2 4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.3 4.4 4.4.1 4.4.2 4.5 4.5.1 INTRODUÇÃO......................................................................................... ESTADO DA ARTE.................................................................................. PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................... OBJETIVO GERAL.................................................................................. Objetivos específicos............................................................................ JUSTIFICATIVA....................................................................................... ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. EVOLUÇAO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO.................................... O PERFIL DO PROFISSIONAL ADMINISTRADOR ............................... Perfil pretendido dos egressos da Unoesc......................................... DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA.................................................... Planejamento de carreira...................................................................... Modelos de carreiras............................................................................. Desenvolvimento de carreira na administração................................. Desenvolvimento de âncoras de carreira............................................ Tipos de âncoras de carreiras.................................................................. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ............................................................. Abordagem do problema....................................................................... Objetivos da pesquisa........................................................................... Estratégias da pesquisa ....................................................................... Horizonte do tempo............................................................................... ETAPAS DA PESQUISA.......................................................................... População e amostra............................................................................. Caracterização do curso de Administração da Unoesc Xanxerê............. Instrumento de coleta de dados........................................................... Pré-teste de instrumento....................................................................... Métodos de análise dos dados............................................................. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS........................................ CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ADM. INVESTIGADOS.................... Perfil socioeconômico profissional dos administradores................. Trajetória educacional e formação acadêmica................................... TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS ADM. INVESTIGADOS............. Caracterização das trajetórias dos administradores investigados... Análise das trajetórias profissionais................................................... Tipos de trajetórias por níveis hierárquicos ocupados..................... COMPARAÇÕES DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS NA IES COM A PEQUISA REALIZADA PELO CFA NO ANO DE 2011........ EXPECTATIVAS DE CARREIRAS DOS ADMINISTRADORES............. Caracterização das expectativas de carreira de administradores.... Caracterização das expectativas de carreira e objetivos para os próximos cinco anos............................................................................. RELAÇÕES ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOGRÁFICAS E AS TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS E SUAS EXPECTATIVAS DE CARREIRA.................. Expectativas de carreira........................................................................ 14 18 29 30 30 31 33 34 34 39 42 44 46 49 57 60 61 66 66 67 67 67 68 69 70 71 72 73 73 75 75 75 83 90 91 102 108 110 119 119 134 136 136 13 4.5.1.1 4.5.1.2 4.5.1.3 4.5.1.4 4.5.1.5 5 Gênero..................................................................................................... Idade........................................................................................................ Renda....................................................................................................... Tempo de graduado................................................................................. Cargos ocupados..................................................................................... CONSIDERAÇOES FINAIS..................................................................... REFERÊNCIAS....................................................................................... APÊNDICES............................................................................................ 137 138 139 139 140 144 150 149 14 1 - INTRODUÇÃO O entendimento de desenvolvimento de carreira está interligado com o ato ou efeito de ocupar cargos e funções de trabalho durante a vida laboral de uma pessoa, após surgimento dos estudos sobre o tema “carreira”. Para facilitar na compreensão do estudo proposto, faz-se necessário abordar primeiro o significado histórico de “trabalho”. Nesse sentido a primeira ideia que surge é uma ideia de algo ruim ou negativo, geralmente ligada ao esforço físico, ao sofrimento e ao cansaço, stress e dores musculares entre outros males que podem ser associados ao trabalho realizado pelo ser humano. A origem da palavra trabalho está ligada ao vocábulo latino tripaliare (martirizar com tripalium), aparelho utilizado para torturar os condenados, feito com paus com o objetivo de causar dor. Mas não há como dissociar o trabalho da vida das pessoas no mundo moderno em que se vive, ele faz parte intrínseca do dia a dia de todos, independentes de sexo, raça, credo, idade ou classe social, o trabalho é atividade integrante do pensar e do viver dos indivíduos. O trabalho, entretanto não é mais visto apenas como algo negativo ou ruim, ele tornou-se fundamental como meio de inclusão social e de realização pessoal. Foi o trabalho que desbrutalizou o homem, que lhe abriu as portas da ascensão social e intelectual. Foi o trabalho que o libertou dos grilhões da ignorância e da servidão. Foi o trabalho que deu ao homem a consciência das suas potencialidades. Foi o trabalho que proporcionou ao homem conhecer e tornar-se “Senhor do Universo” (LEITE 1996, p.6). A afirmação acerca do mundo do trabalho faz sentido também no presente e é ditada pelos momentos políticos e econômicos: há momentos de paralisação ou ruptura e há momentos de continuidade, mesmo em culturas diferentes pelo mundo. Segundo Dias (2009), homens agem no presente com perspectivas de futuro, numa sociedade que se empenha para preparar um destino de justiça social, mas que, ao mesmo tempo, não pode ignorar os imperativos do presente. A afirmação, baseada na preocupação com o futuro, reforça claramente a importância do presente, “o que fazer” no futuro está diretamente influenciado por 15 “o que eu faço” no presente. Para edificar uma história pessoal se fazem necessários ter objetivos e estratégias de vida com projeções e perspectivas futuras. Consoante Andrade, Meira e Vasconcelos (2002, p. 49), “os indivíduos se conhecem melhor como sujeitos reais, percebendo suas identificações, características e singularidades, ampliando e transformando sua consciência e adquirindo, assim, melhores condições de organizar seus projetos de vida”. A indagação “quem eu quero ser”, permite afirmação de autonomia e autoria da sua história. Por conseguinte, a ausência da crença e de pensamento com visão de futuro dificulta as possibilidades de ser ou de vir a ser artífice de uma historia de carreira que por inúmeros exemplos foi construída por competências e trabalho. As transformações no mundo do trabalho acontecem através dos tempos de acordo com as circunstâncias da história e de fatos pertinentes em cada momento. O trabalho é atividade humana por excelência e registra sua origem no momento em que o homem precisou buscar meios para garantir sua sobrevivência, desde então vem se transformando em atividade cada vez mais complexa, exigindo maior capacidade de quem o desenvolve. Assegura Gondim, S. M. G. entre outros (2001, p. 49), para enfrentar as transformações, os profissionais na sua grande maioria encontram-se despreparados. Para o autor, em termos práticos aponta para alternativas na solução do despreparo desses profissionais: os governos, as empresas e as organizações treinam e qualificam seus trabalhadores para desenvolverem novas habilidades e competências, ou o trabalhador que almeja inserção no mercado de trabalho terá de investir na sua formação e aperfeiçoamento, de modo a aumentar suas chances de competitividade e de criação de uma carreira. Ainda Gondim, S. M. G. entre outros (2001, p. 49), para que a carreira profissional se concretize ao longo da vida laboral de um indivíduo, a preparação do trabalhador poderá ser compartilhada por ambas as partes envolvidas, empresa e trabalhador, atendendo o que o mundo do trabalho apresenta como exigências, quais sejam, preparação e qualificação. As mudanças ocorridas nas ultimas décadas no mundo do trabalho, desde a revolução industrial e da máquina a vapor, chegando aos dias da evolução tecnológica, a amostra é de uma realidade, e essa redesenha a cada dia o olhar 16 sobre o mundo do trabalho. O mundo sofre transformações de toda ordem que vão desde mudanças sociais, culturais e políticas e as empresas precisam adequar-se a essas mudanças exigidas pelo mercado, impondo às empresas que se reestruturem para atender uma economia globalizada, portanto as gestões das empresas, bem como seus processos produtivos, precisam ser revistos, como eliminar ou redesenhar cargos e funções, impondo novo perfil profissional, com características muito diversas daquelas usadas em outros modelos de gestão. Aspectos como a política e a economia afetam todo o sistema de gestão das empresas culminando muitas vezes no aumento do desemprego, baixando o potencial de empregar. Errôneo seria atribuir toda a responsabilidade de sucesso ou insucesso profissional na vida dos trabalhadores somente à política ou à economia: muitas outras influências poderão interferir nos resultados, tanto positivos, quanto negativos. Essa preocupação que aflige muitos profissionais não está despercebida ao mercado de formação e qualificação de profissionais, e lança todos os dias inúmeras possibilidades para criar uma história de sucesso nas pessoas: muitas destas possibilidades estimulam os participantes a serem gestores de suas próprias carreiras. O trabalho é uma das constantes em nossa vida, tendo sua experiência assumindo significados diferentes ao longo das épocas históricas e dentre as culturas. Entretanto, é consenso entre teóricos e pesquisadores que o trabalho ocupa posição fundamental na vida das pessoas, e consequentemente, faz-nos pensar e observar trabalho e carreiras com maior significado. (HARPAZ e FU, 2002). Segundo Dutra (1996, p.7), a administração de carreiras tornou-se uma ferramenta completa para as empresas modernas, pois permite resposta para as necessidades de gestão dos recursos humanos, permitindo e estimulando as pessoas a pensarem suas carreiras e se desenvolverem profissionalmente; bem como oferece às empresas possibilidades de administrar seus recursos humanos de maneira estratégica, aplicando políticas e técnicas modernas no trato com as pessoas que fazem parte da organização. Para gerenciar a própria carreira é necessário, além de informação e preparo técnico, algo a mais, Segundo Gondim, S. M. G. entre outros (2001, p. 49), “o trabalhador precisa estar preparado do ponto de vista psicológico”. Essa afirmação é justificada com pelo menos três premissas que seguem: 17 a) o desemprego desencadeia sentimentos que afetam os indivíduos de tal maneira que os faz necessitar de apoio psicológico; b) a perda da centralidade do trabalho na vida das pessoas causa insegurança, fragiliza o autoconceito, a autoestima e compromete o projeto profissional e a identidade social; c) uma avaliação pessoal é importante no que diz respeito às habilidades físicas, mentais e afetivas feita à luz da análise das exigências atuais do mercado de trabalho. Essa avaliação permitirá ao trabalhador conhecer seus objetivos pessoais e profissionais, refletir sobre eles e caminhar em sua direção para alcançá-los. Além disso, com base nesse julgamento, presume-se que ele possuirá melhor condição de gerenciar-se na carreira e aumentar a condição de empregabilidade. De acordo com Martins (2001), etimologicamente, a palavra “carreira” origina-se do latim via carraria, estrada para carros. Somente a partir do século XIX, passou-se a utilizar o termo para definir trajetória de vida profissional. Até recentemente, o conceito de carreira permaneceu circunscrito a essa analogia, como propriedade estrutural das organizações ou das ocupações. O indivíduo adentraria em uma dessas carreiras (estradas pré-existentes), sabendo, de antemão, o que esperar do percurso. Todavia, no contexto organizacional caracterizado atualmente, por contínuas inovações tecnológicas e exigências de mercado, que exigem profissionais cada vez mais preparados, supostamente resultado da globalização, faz com que o processo na trajetória de carreira se torne bem mais complexo do que era no início; as situações percebidas são de oportunidades, bem como de dificuldades, e essas de modo especial são as que mais preocupam aqueles que buscam desenvolverse em uma carreira, e essas atingem, também, as empresas e a sociedade de maneira geral. Na tentativa de se ajustarem ao novo cenário competitivo do mundo dos negócios, agora globalizado, são apontadas algumas ações que têm influências diretas nas mudanças apresentadas relativas às carreiras: a horizontalizacão, o foco no negócio e a terceirização, que afetam os empregos e as carreiras profissionais. Diversos autores têm se debruçado sobre esses temas, surgindo daí a expressão “O fim dos empregos”, como referência à redução drástica dos empregos e ao surgimento de novas formas de trabalho. (CHANLAT, 1996; 18 AMHERDT, 1999). Assim como o termo “Caos de carreira” - fim das carreiras sólidas e duradouras, carreiras autodirigidas e compartilhadas com diversas empresas. (CHANLAT, 1995; FREITAS, 1997; AMHERDT, 1999). 1.1 O ESTADO DA ARTE SOBRE A PROFISSÃO DO ADMINISTRADOR O estado da arte consiste em uma pesquisa na literatura procurando identificar estudos desenvolvidos anteriormente e que se assemelham ao proposto nesta pesquisa. A observação de outros estudos similares tem como objetivo localizar o problema de pesquisa que é verificar a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina, com suas expectativas de carreira. Durante as investigações em periódicos, publicações e sites de instituições constituídas de ensino e órgãos públicos; foram encontrados diversas publicações que discorrem acerca da formação e do perfil dos profissionais egressos dos cursos de administração. É frequente deparar-se com estudos voltados a trajetórias de diversos profissionais, dentre eles da área da saúde, de profissionais docentes das mais diversas áreas, inclusive da Administração. Na concentração desse estudo especificamente há um número considerável de estudos que tratam da formação profissional e da atuação dos administradores. Os diversos estudos encontrados deixam explícita a preocupação com as escolas formadoras e o mercado de trabalho em que atuam ou irão atuar esses profissionais, uma vez que esse mesmo mercado se apresenta cada vez mais exigente, pois as fronteiras e os limites se encurtaram e até desapareceram. O escopo desse trabalho trata dos profissionais administradores graduados em Administração, portanto as investigações tiveram esse direcionamento para aproximar o tema de estudo e o problema de pesquisa a estudos já realizados anteriormente, procurando, assim, elucidar a pergunta direcionadora desse estudo. Bastos e outros (1971) consolidaram uma pesquisa pioneira no início da década de 1970, tendo como população 510 egressos do Curso de Pós-Graduação em Administração de Empresas - CPG da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, fundação no ano de 1958. Objetivos: conhecer a opinião dos egressos da instituição CPG-GV; verificar o comportamento profissional dos egressos após terem cursado o programa do CPG-GV; identificar a área de 19 trabalho, tamanho da empresa e faixa salarial, relativo à formação acadêmica. Dos 510 egressos, 108 devolveram os questionários. As conclusões principais dos autores foram: quanto ao tamanho da empresa que os ex-alunos trabalhavam na época da pesquisa, 41% trabalham em grandes empresas, 32% em médias e 15% em pequenas, 12% não trabalhavam em empresas; quanto ao aumento salarial, às promoções hierárquicas e à mudança de emprego favorecidos pelo curso, em média 50% dos participantes assinalou "sim", passaram a perceber salários maiores; a respeito dos cursos de graduação que os investigados cursaram, empatados com 19% economia e 19% para o curso de direito, e 49% dos respondentes cursaram engenharia; no que se refere à receptividade do curso, a quase totalidade, ou seja, 96% fariam o CPG-GV novamente; no quesito utilidade do curso tendo por base as áreas de estudo, os egressos apontaram em primeiro lugar, finanças, administração geral e marketing e produção, mas com menos importância, sendo a área que mais apontou abandono de atuação quando da mudança de trabalho ao findar o curso de CPG-GV, já as outras áreas de marketing, finanças e administração geral tiveram direcionamento acentuado; a respeito do uso prático das teorias aprendidas no curso, 94% dos ex-alunos assinalaram "sim", aplicam as teorias aprendidas no dia a dia profissional. Percebe-se, assim, uma visão positiva por parte dos ex-alunos investigados, egressos dos anos de 1960 a 1970, quanto à qualidade do Curso CPG-GV em suas carreiras profissionais. Trevisan (1977 apud TEIXEIRA 1993) realizou um dos mais importantes trabalhos de pesquisa a respeito de atividades profissionais com egressos de administração da FEA-USP formados no período de 1964 a 1974. A pesquisa entrevistou 334 graduados dessa instituição e caracterizou os profissionais em termos demográficos: sexo, idade, etc.; caracterizou socioeconomicamente: se trabalhou durante o curso superior, se casado, escolaridade dos pais, se oriundo de escola pública ou privada, ocupação dos pais; características acadêmicas: período de frequência do curso, a idade quando conclui o curso. Apresenta também características do mercado de trabalho onde atuavam os graduados pela FEA-USP, se estavam atuando como administradores se haviam continuado os estudos, se empregados ou empresários, o tamanho das empresas, os cargos ocupados e a remuneração percebida por eles. Um dos objetivos do estudo foi verificar como os egressos de administração avaliavam o curso da FEA-USP e quais eram as sugestões para programar melhorias no curso. A autora apresenta algumas considerações finais em seu estudo, como exemplo a adoção de políticas que atendessem às aspirações dos egressos no mercado de trabalho, contribuição de professores em processos de aprimoramento com a participação de 20 alunos, implantação de sistema adequado de avaliação de docentes, implantação de subsistema de informação, integrador do corpo docente, discente e administrativo, criação de departamentos de assessoria pedagógica e administrativa superior, explicitar direitos e deveres, bem como diretrizes da unidade da FEA-USP. Trevisan também sugeriu considerações acerca do estágio supervisionado, e do currículo, visto que havia sido implantado ainda no ano de 1978, e sugestão para melhorar o corpo docente e administrativo, por meio de treinamentos constantes da FEA-USP. Em continuidade a este estudo a Professora Doutora Alice Piffer Canabrava desenvolveu um estudo que contou a história da Faculdade de Economia e Administração da USP e apresentou dados sobre formação acadêmica, origem acadêmica, motivos de escolha do curso, entre outras variáveis: os dados foram apresentados de maneira consolidada, os investigados foram egressos graduados até o ano de 1981 pela FEA-USP. (TEIXEIRA, 1993). Teixeira (1993) investigou, por meio de questionário, 1.398 egressos formados desde 1964 no curso de administração com o objetivo de analisar os cargos ocupados e as percepções dos egressos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA-USP observando a trajetória profissional e as percepções dos graduados e os resultados da formação acadêmica proporcionada pela FEA-USP. Também era um dos objetivos da pesquisa investigar as mudanças nas organizações e seus impactos no perfil dos administradores para sugerir alterações na formação dos administradores. As principais conclusões de Teixeira (1993) relativas ao estudo realizado foram as seguintes: os administradores investigados desenvolviam atividades em organizações do ramo industrial, de prestação de serviços e financeiro, em empresas privadas nacionais e multinacionais; os cargos mais frequentes dos investigados eram gerente, diretor e analista, nas áreas financeiras, de marketing e de sistemas; os egressos não demonstraram interesse em mudar de área ou de organização e afirmavam estarem satisfeitos pela escolha; quando analisado o porte das empresas de atuação dos graduados em Administração os resultados mostraram que estes atuavam em empresas de grande porte, como em empresas menores, com até 50 empregados. As sugestões de Teixeira (1993), ao final de sua dissertação, com relação ao curso, são de adotar métodos e técnicas de formação que fossem aplicáveis em empresas de grande porte e também a empresas pequenas. Um estudo relevante foi efetuado na Fundação Getúlio Vargas – FGV, por Couvre (1981), o qual desenvolveu pesquisa para investigar a ideologia do administrador de 21 empresas com os egressos dessa instituição. A autora deixa explícita a posição vanguardista da instituição e a qualidade na formação de profissionais administradores capazes de assumir posições de alto nível nas empresas e organizações, explorando a imagem da FGV e colocando-a em situação de destaque para maior valorização dos egressos formados pela instituição em comparação com as demais escolas de formação superior da área. A pesquisa foi realizada entre 1976 a 1978, com 224 alunos da FGV cursando a graduação e o curso de especial de administração para graduados. As principais conclusões do estudo de Couvre (1981) foram as seguintes: os alunos têm origem de boa formação cultural, com boas relações sociais, facilitando o acesso ao mercado de trabalho, evitando processos de seleção para trabalharem como administradores. Furiati (1994) analisou a inserção de administradores formados por seis escolas superiores de Administração de Belo Horizonte, entre os anos de 1989 e 1991, no mercado de trabalho da região metropolitana da capital mineira. Mediante a análise das respostas dos questionários enviados aos egressos, o autor constatou que a escola de origem não influenciou a inserção e a situação profissional dos administradores estudados que, em número significativo, são empregados em organizações de grande porte. Observou que marketing e finanças são as áreas de atuação predominantes entre os empregados, sendo que a maioria exerce atividades em uma única área funcional da administração. Não obstante, Furiati (1994) apontou a existência de uma multiplicidade no que se refere à natureza das organizações e às atividades nas quais a prática administrativa se insere, bem como o caráter difuso e ambíguo do campo de atuação do administrador profissional. Método Falta Barbosa (1997) analisou a trajetória acadêmica e profissional dos egressos do Curso de Mestrado em Administração do CEPEAD/UFMG, com o objetivo de avaliar o desempenho institucional deste Programa de Pós-Graduação. A análise da pesquisa mostrou que os egressos investigados se encontram em posição de destaque em suas ocupações de trabalho e estáveis nas organizações em que atuam. Outro resultado que merece destaque no estudo realizado foi para os profissionais que atuam como professores em instituições de ensino superior, mostrando uma grande contribuição à esses profissionais após a conclusão do curso de Mestrado, destacamos ainda que significativa era a representação de investigados que atuavam em empresas e ocupando cargos de nível estratégico nas organizações. O mesmo estudo investigou em relação à qualidade de vida no trabalho, de acordo com Barbosa (1997), os egressos, de forma geral, estão satisfeitos quanto às possibilidades de crescimento profissional e no que se 22 refere a salários, apresentando que geram resultados positivos relativos à qualidade de vida no trabalho. Costa (1999) realizou uma pesquisa do Curso de Mestrado em Administração do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O estudo teve caráter descritivo e exploratório e foi aplicado aos egressos do referido curso. O objetivo da investigação foi identificar a contribuição do referido Curso de Mestrado para a inserção e atuação dos seus egressos no mercado de trabalho. De forma específica, a investigação buscou identificar o impacto do curso sobre as atitudes e a vida profissional; os elementos inibidores que, segundo o autor, se encontram marcados por um novo paradigma da produção e organização do trabalho à formação dos alunos; a relação entre conhecimentos e atividades profissionais desempenhadas. Costa (1999) ressalta que o Curso de Mestrado em Administração do PPGA/UFRN é voltado, para o mercado de trabalho acadêmico e que seus egressos atuam principalmente como professores. Portando pouco voltado ao mercado trabalho em geral. Betiol (2000) investigou o ingresso de mulheres administradoras no mercado de trabalho, observando o estilo de liderança e quanto ganhavam em termos de remuneração, fez uma comparação com outros egressos do curso da mesma instituição de ensino. A aceitação feminina no mercado de trabalho, em se tratando de administradoras, ficou evidente nos resultados quantitativos, pois as mulheres estão assumindo posições de comando, cargos importantes e de destaque nas organizações; ainda foram observadas resistências quanto ao exercício profissional feminino na área da Administração. A autora observou que a consolidação dessas conquistas e busca pela igualdade com o sexo masculino configura-se como um processo que requer amadurecimento do mercado trabalho e da sociedade. Ainda relativo ao mercado de trabalho Lacombe (2002) avaliou as percepções e a carreira de 385 alunos formandos de oito escolas de Administração de Empresas da Grande São Paulo, com o objetivo de verificar o entendimento dos sujeitos acerca de dinâmica da gestão organizacional e sua preparação para o mercado de trabalho. Tece críticas na forma como é vista e gerida a carreira tradicional, na relação homemtrabalho sob a influência do capitalismo. A autora crê que essas observações devem ser estimuladas pela Administração ainda no período de formação acadêmica, sendo assim uma via para atender às exigências do mercado, ressaltando a importância das pessoas. Os resultados apontaram que os formandos 23 reconhecem as dificuldades do mercado de trabalho e a necessidade de constante atualização do seu conhecimento. O estudo apontou também para alguns limitadores como os tipos de escola e o turno de estudo. Todavia reconhece que a carreira encontra-se interdependente: as empresas e a capacidade de superação e dedicação pessoal imbricado para o alcance do sucesso profissional. Leite (2003) realizou pesquisa relativa à trajetória profissional, e a pesquisa apontou as respostas dos Administradores que declararam estar "satisfeitos" ou "muito satisfeitos" com sua trajetória profissional em 72,4% até aquele momento. Quando analisados por gênero separadamente, os resultados apontam que no caso dos homens 78,3% estão nessa situação e as mulheres que declararam essa situação de satisfação ou muita satisfação chegou a 50,0%. O contrário da amostra apontou para 22,4% dos investigados que estavam "muito insatisfeitos" ou "um pouco insatisfeitos". A maioria 56,9% declarou que sua carreira pode ser caracterizada por "muito desenvolvimento"; se pudessem voltar no tempo, 72,4% fariam a mesma opção e teriam a mesma ocupação. 74,1% recomendariam a carreira a seus filhos ou a outras pessoas. O estudo salienta que 41,7% das mulheres investigadas voltariam atrás e escolheriam outro emprego ou ocupação se pudessem. Outras observações importantes sobre os administradores investigados é que em suas trajetórias profissionais estes não tiveram grande dificuldade em alcançar destaque em suas ocupações logo no primeiro emprego, pois estes, segundo a pesquisa, possuíam forte inclinação para a área administrativa. Dos investigados, 46,5% já possuíam empresas ou eram sócios em algum empreendimento. A remuneração dos diretores de empresas se mostrou maior do que a dos empresários; e os administradores declaram não ter intenção de mudar de emprego mostrando serem adeptos a estabilidades, entretanto não temiam ficarem desempregados. Autonomia na atuação profissional demonstrou-se fator importante e valorizado pelos administradores no exercício de suas funções. A pesquisa revelou que 51,7% dos respondentes não deram continuidade a seus estudos e não valorizavam a educação continuada. Outra pesquisa realizada com profissionais administradores foi efetuada na Universidade Tiradentes – UNIT por Gonçalves (2003). A pesquisa tinha o objetivo de contribuir na readequação do perfil do administrador mais voltado às exigências do mercado de trabalho. A Universidade está localizada na cidade de Aracaju. A pesquisa foi classificada por Gonçalves (2003) também como sendo de caráter descritivo exploratório. À população de 402 egressos dos anos de 1996 a 1999 foi 24 aplicado instrumento de pesquisa (questionário) a 38 ex-alunos que serviram de amostra com o objetivo de saber como estes se encontravam inseridos no mercado de trabalho e avaliar seu nível de satisfação. Os resultados apontaram para uma divergência entre prática dos egressos no mercado de trabalho e a formação recebida em sala de aula do curso de Administração. Silva (2003) aplicou pesquisa descritiva que utilizou como instrumento de coleta de dados o questionário, estudou os egressos de determinados cursos de Administração de Empresas localizados no estado de São Paulo, formados em 1999, 2000 e 2001. A amostra de 90 sujeitos foi coletada em um site de assessoria empresarial do ramo de empregos. O objetivo do autor foi identificar e analisar o perfil dos sujeitos e suas percepções sobre o curso de Administração de Empresas, suas opiniões e expectativas a respeito do mercado de trabalho. Em suas conclusões, o autor afirma que a maioria dos respondentes considera que fez a escolha profissional certa ao optar pelo curso de Administração de Empresas, não obstante os egressos estudados tenham, majoritariamente, uma visão coerente da realidade, reconheçam o predomínio das dificuldades para boa colocação e apontem a importância da atualização diante das exigências do mercado de trabalho. Leite (2003) investigou egressos do curso de administração da Universidade paulista de Sorocaba com o objetivo de verificar em que situação se encontrava e verificar as influências da Universidade como promotora de mudanças. A pesquisa foi desenvolvida por meio de aplicação de questionário em um universo de 618 egressos graduados entre os anos de 1999 a 2001. O exemplo da pesquisa de Costa (1999), o autor também detectou em suas análises a divergência entre a formação acadêmica e a atuação de mercado, apontamentos como expectativas e frustrações, dificuldades de colocação foram percebidas nos resultados na investigação, mesmo assim os administradores avaliaram positivamente as contribuições da Universidade na vida profissional. Xikota (2004) desenvolveu uma pesquisa que teve como objetivo identificar a percepção de egressos de cursos de Administração sobre planejamento de carreira. A pesquisa foi caracterizada como um estudo qualitativo de caráter exploratório. O procedimento utilizado para a coleta de dados foi a entrevista semiestruturada, que combinou perguntas abertas e fechadas. Foram realizadas nove entrevistas com egressos do ano de 2002 de cursos de Administração que frequentavam pós-graduação em nível de especialização. Os resultados foram 25 analisados com base na análise de conteúdo e confrontados com a escassa literatura sobre planejamento de carreira. Suas falas nortearam-se pelas ideias de “aonde quero e posso chegar”, e de que conseguir chegar depende única e exclusivamente de um esforço individual. Tanto a formação acadêmica quanto a formação recebida no dia a dia contribuíram para o entendimento que os entrevistados têm acerca de planejamento de carreira. A grande maioria 80% obtiveram informações a respeito de planejamento de carreira no meio acadêmico, mas houve unanimidade em considerar que o tema foi estudado superficialmente. Quanto a ter desenvolvido e estar desenvolvendo planejamento de carreira, houve contradições entre o discurso e a ação dos entrevistados. Atualmente todos estão planejando suas carreiras e consideram que esse planejamento é responsabilidade do próprio trabalhador. Consideram também que a carreira precisa ser pensada e planejada pelos trabalhadores; apontam vantagens concretas na atitude de planejar e, finalmente, percebem a qualificação como componente do planejamento de carreira e acreditam que essa qualificação é o que garante a possibilidade de ingressar e permanecer no mercado de trabalho. Os resultados obtidos permitiram perceber como a ideologia neoliberal está impregnada nos discursos dos participantes no que tange à responsabilidade pela sua carreira, cujo sucesso, segundo eles, depende do esforço individual. Também, apontaram a importância da escola como instância significativa nos atos de perceber e agir sobre a carreira. Alves e Honório (2010) Com o objetivo de investigar e validar vínculos de estudantes a uma instituição de ensino superior e propor uma escala estudou áreas da Administração, Psicologia e Educação tomando como a essência do levantamento dos dados as configurações vinculares envolvendo 821 alunos de diferentes cursos de uma instituição de ensino superior (IES) localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram utilizados procedimentos de análise fatorial exploratória para a análise dos dados. O questionário original continha 71 assertivas distribuídas em 10 tipos de vínculos, dentre eles procurou analisar o vínculo de relação ao crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional, tema que interessa a esse estudo em se tratando de carreiras. O curso realizado pelo aluno estimula a melhoria de habilidades e competências necessárias para o exercício profissional. Não obstante, os resultados alcançados pela pesquisa foram considerados satisfatórios e confiáveis. A manifestação dos alunos nos resultados apontou para um sentimento de orgulho com a instituição a que pertencem. Os 26 autores recomendam que a escala seja reaplicada para fins de aprimoramento e ampliação das investigações empíricas que tratem dos vínculos mantidos entre alunos e instituição educacional. Mainardes; Silveira; Gomes (2010) desenvolveram um estudo com o objetivo de determinar os atributos ou fatores que mantém os alunos leais às instituições de ensino superior (IES) catarinense. Os objetivos específicos se voltaram para a caracterização do aluno formando e para a identificação dos principais atributos da IES e do curso que contribuem para a formação da lealdade destes estudantes. Primeiramente, foram definidos com base na revisão de literatura em estudos nacionais e internacionais, 35 atributos de lealdade. O estudo foi descritivo, com método quantitativo. Nesta pesquisa foram consideradas duas IES com características semelhantes quanto ao tamanho, estrutura organizacional e localização, entre outros, e que oferecem cursos de graduação em administração iniciados em um mesmo período de tempo, apresentando um número equivalente de alunos. Para identificar os atributos de lealdade, a amostra foi definida de forma intencional e de conveniência na população de 616 alunos formandos. Este estudo realizou a coleta de dados a partir da aplicação de questionário estruturado, com perguntas abertas e, em sua maioria, fechadas, tendo sido dividido em duas partes. A análise dos dados foi realizada descritivamente, e a análise multivariada de regressão linear múltipla. Os resultados mostraram que os estudantes trabalham no setor privado, principalmente na prestação de serviços, exercem funções operacionais e atuam em departamentos administrativos, financeiros ou de vendas. Entre os atributos de lealdade destacados na pesquisa, houve destaque para a imagem da IES perante a sociedade, sendo este atributo o único que atingiu a nota mais elevada da escala de medição adotada. Os autores reforçam a necessidade da visão no longo prazo (qualidade) e não apenas no curto prazo (lucro por meio da força de vendas e redução de custos e de qualidade para maior lucro no curto prazo). Quanto ao curso de administração, os principais atributos de lealdade se referem à credibilidade do curso, único com nota superior, seguido da valorização do curso no mercado de trabalho, da possibilidade de realização de futuros negócios, do convívio com os colegas de classe e do comprometimento dos professores com a qualidade do curso. Os atributos citados alicerçam conhecimento para que as IES possam adotar a lealdade como uma estratégia de ação gerencial. 27 Uma das investigações que está se consolidando na identificação das condições dos profissionais da administração é coordenada pelo Conselho Federal de Administração – CFA. Pelo quarto ano aplicou sua pesquisa em nível nacional sobre o perfil, formação e atuação dos Administradores no Brasil. Nos últimos 17 anos, o Conselho Federal de Administração (CFA) tem investido na realização de pesquisas de âmbito nacional que permitem analisar cenários e identificar tendências relacionadas à Administração profissional no país, mediante a exploração de aspectos relativos ao perfil, à formação, à atuação e às perspectivas profissionais do Administrador. (Mello et al, 2011). Segundo Mello e outros (2011) a primeira edição foi realizada em 1994 e publicada em 1995. Em 1999 foi publicada a segunda edição do estudo, realizado no ano anterior. A terceira edição, realizada em 2003 e publicada em 2004, buscou ampliar as informações recebidas dos Administradores, dos Coordenadores/Professores e dos empresários-empregadores e incluiu aspectos relacionados à avaliação da atuação do Administrador no mercado de trabalho, utilizando tecnologia de ponta e possibilitando uma maior abrangência de ações que possibilitaram apresentar resultados altamente significativos. A quarta edição da pesquisa, realizada em 2005, foi publicada em 2006. Na ocasião, o universo da amostra foi ampliado, além de serem apresentadas análises de dados regionais. Para os autores um novo projeto foi aplicado denominado de “Pesquisa Nacional sobre o Perfil, Formação, Atuação e oportunidades de Trabalho do Administrador 2011”, a qual foi realizada pelo CFA, por meio da Câmara de Formação Profissional (CFP) e pelos Conselhos Regionais de Administração (CRA’s), com o apoio da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD). (BRASIL, 2011). O estudo buscou informações acerca do ensino da administração, visando antecipar tendências, traçando um raio-X da profissão, além de aprimorar dados com relação ao perfil, formação, atuação e oportunidades de trabalho para o profissional de administração. (BRASIL, 2011) Na edição de 2011 as informações obtidas nas pesquisas anteriores foram atualizadas e, além disso, o critério de ponderações dos dados para obtenção de resultados regional e nacional foi utilizado. 28 Diante desse contexto, destaca-se a evolução da imagem do Administrador na sociedade, expressa pelos três segmentos participantes do estudo: profissionais Administradores, Coordenadores/Professores e dos Empresários-Empregadores. Nas edições anteriores, a opinião sobre os administradores na pesquisa do ano de 1994 era de um profissional “generalista” passou a ser percebida como “articulador” em (2006) e “profissional com visão sistêmica” em (2011). Houve uma evolução do conceito do Administrador junto ao empresariado, expresso durante a fase qualitativa e confirmado pelos resultados da fase quantitativa, em que 63,07% dos empregadores declararam que preferem o profissional graduado em Administração para o exercício de funções gerenciais; em 2006, esse percentual foi de apenas 22,98%. Tendo em vista a relevância do levantamento do CFA para nossa investigação, seus resultados são apresentados de modo comparativo com o resultado da pesquisa com os egressos da instituição de ensino superior pesquisada na seção 4.3 deste estudo. Quanto a outros estudos similares, em alguns casos o objetivo das investigações é avaliar o plano pedagógico (PPP) dos cursos e a contribuição da instituição de educação superior (IES) na formação profissional e no sucesso de seus egressos no mercado de trabalho, exigente e competitivo. Em decorrência, a verificação do estado da arte deu-nos a possibilidade de observar estudos e escritos de relevância para esta dissertação. As pesquisas mencionadas abordam a formação profissional, a escolha de uma carreira de administrador, descrevem diferentes perspectivas centrada na formação sob a percepção dos sujeitos investigados e seu perfil, tratam da inserção dos administradores no mercado de trabalho, suas atuações profissionais, bem como das instituições formadoras. Neste contexto, nossa investigação discute a trajetória a perspectiva do profissional graduado em administração em uma instituição de ensino superior no momento em que a profissão encontra-se em ascendência. De acordo com o MEC 2011 o curso de graduação em administração está posicionado entre os três mais procuradas no Brasil e os estudos descritos anteriormente servem de apoio ao estudo aqui apresentado, uma vez que os estudos realizados em anos anteriores em instituições superiores similares à pesquisada mostram ao longo do tempo as diversas observações e relacionadas com a formação de profissionais da área de administração. 29 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA De acordo com Dutra (1996), tem-se a segunda grande guerra mundial como marco inicial da administração de carreiras, base dessa pesquisa, com o visível aumento da complexidade das estruturas industriais e organizacionais, porém, a escola de administração científica estabeleceu cargos ligados aos postos de trabalho e os sistemas de diferenciação entre eles, que cursaram uma trajetória que foi desde a produção, passando pela administração e chegando à área comercial. A complexidade das estruturas das organizações é fato, muitas vezes por exigência do ambiente de negócios em que se encontram determinadas empresas, desafiadas por um ambiente que se caracteriza pela competitividade e pelas mudanças constantes, nos mais amplos aspectos, sejam elas na economia, ou na tecnologia, tornando a concorrência cada vez mais acirrada. (PONTES 2000). Em face dessa situação as exigências por resultados tornam-se cada vez maiores, e a utilização de técnicas e processos de trabalho de administração, baseadas nas competências e habilidades dos administradores. A formação dos profissionais administradores se constitui no desenvolvimento de competências e habilidades, que podem ser ponto de partida para a conquista de uma posição diferenciada no mercado de trabalho, bem como para a criação de estratégias e de valores nas estruturas das organizações. (PONTES 2000). O crescimento exacerbado das exigências de mercado faz do administrador um profissional adequado para atuar de maneira marcante nas organizações, executando funções que lhe são pertinentes a fim de proporcionar um equilíbrio interno e externo. (DRUCKER 2001). O presente estudo será embasado teoricamente tendo como foco o desenvolvimento de carreiras. Para responder a este estudo busca-se resgatar a atuação dos profissionais da administração graduados numa instituição de ensino superior do Oeste Catarinense. Diante da multiplicidade de questões que podem ser investigadas, relativas ao tema “Desenvolvimento de Carreiras dos Administradores”, há algumas indagações que precisam ser compreendidas e respondidas. Nesta perspectiva, 30 surge a seguinte pergunta para essa pesquisa: Qual é a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina com suas expectativas de carreira? 1.3 OBJETIVO GERAL Estudar a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior com suas expectativas de carreira. 1.3.1 Objetivos específicos Definir o perfil socioeconômico profissional dos egressos. Descrever a trajetória profissional dos egressos do curso de administração. Identificar a atual situação profissional dos egressos de Administração de uma determinada instituição de ensino superior. Descrever as expectativas de carreira profissional dos egressos de administração desta instituição de ensino. Analisar a relação da trajetória profissional com as expectativas de carreira de acordo com as seguintes variáveis: idade, renda, gênero, tempo de graduado e cargos ocupados. 1.4 JUSTIFICATIVA O presente trabalho de pesquisa tem como escopo a elaboração de pesquisa junto aos egressos do curso de administração da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina), Campus de Xanxerê, situada na microrregião da AMAI (Associação dos Municípios do Alto Irani), instituição reconhecida na região e no estado, pela sua importância no desenvolvimento da região Oeste Catarinense, principalmente na formação de profissionais das mais diversas áreas. Contudo, 31 essa instituição, apesar de sua importância regional, jamais fez qualquer tipo de acompanhamento ou pesquisa assemelhada ao proposto por este estudo, por conseguinte, essa instituição de ensino não gerou um banco de dados consistente, capaz de proporcionar informações importantes referentes aos egressos desse curso no aspecto da trajetória de carreira após a graduação no curso de administração do Campus. As incessantes mudanças que ocorrem no mundo atual, globalizado, exigem das organizações profissionais as mais variadas competências e habilidades, visando sempre à satisfação dos clientes e acionistas, além da própria sobrevivência no mercado. A busca por resultados em um mercado altamente desenvolvido depende essencialmente das estratégias de gestão e das ferramentas utilizadas, tornando as empresas competitivas e atraentes para seus clientes, acionistas e colaboradores, fornecedores e possíveis investidores. Com a necessidade constante de criar e aplicar melhores métodos de gestão é que surge o profissional de administração; em princípio entende-se que este esteja dotado de competências teóricas e habilidades, capaz de auxiliar as empresas ou organizações na definição de estratégias que as tornem sólidas em seus propósitos, contribuindo com o conhecimento adquirido nos anos de estudos no curso de administração; neste sentido, essa pesquisa tem como objetivo estudar a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior, com suas expectativas de carreira. O estudo promoveu uma investigação dos profissionais de administração egressos dessa determinada instituição de ensino para analisar se estes estão atendendo as exigências do mercado bem como saber se a formação em administração atendeu ou está atendendo suas expectativas de desenvolvimento profissional. As pessoas são um diferencial dentro das organizações e por mais difícil que seja formular estratégias de gestão e definir planos e metas, aumenta a necessidade das empresas buscarem profissionais que agreguem, de fato, conhecimentos fundamentais para a melhoria da gestão. Descrever a trajetória profissional dos egressos do curso de Administração dessa instituição de ensino constitui-se em um estudo único do gênero até então no curso e no campus, acredita-se, portanto, que o estudo aponta informações relevantes para a instituição e para a sociedade regional, uma vez que poderá ser observado o 32 mercado de atuação desses profissionais, pois sua maioria está atuando na região, fato identificado. Ressalta-se essa pesquisa como de interesse acadêmico regional, pois verificar as atuações dos egressos constitui-se em fonte de informação para possíveis mudanças nas matrizes curriculares e nos conteúdos a serem lecionados, com possíveis e significativas contribuições no desenvolvimento das carreiras dos estudantes de administração e, quiçá, diferenciando-os no mercado de trabalho. Obter diagnóstico dos egressos do curso de administração pode proporcionar significativas contribuições: em primeiro lugar contribuirá com a própria instituição formadora dos administradores, em sua organização, tanto curricular quanto nos objetivos definidos por ela; pode proporcionar uma reavaliação de suas práticas educacionais e de mercado, relevantes à instituição. O desenvolvimento da região está ligado diretamente a diversas ações realizadas pelas instituições de ensino; a economia da região em muitos aspectos necessita da atuação das instituições de ensino, pois elas, como se sabe, colocam inúmeros profissionais no mercado de trabalho, o que influencia diretamente empresas públicas e privadas, instituições e organizações sociais. Descrever a trajetória profissional e as expectativas de carreira dos administradores fomentou informações importantes, as quais servem de subsídios para uma análise do desenvolvimento da região, uma vez descrito e analisado como se dá esse processo de carreira profissional dos administradores e suas expectativas com relação ao futuro, justifica a sua relevância, merecedora de atenção. Em um segundo momento, saber a respeito da trajetória e das expectativas dos egressos do curso de administração e de todas as informações agregadas a estes, especificamente em virtude de sua formação, gera uma base de informações rica para análise, bem como para a instituição formadora, e para o órgão responsável pelo exercício da profissão, denominado: CFA (Conselho Federal de Administração), o que proporciona condições de subsidiar possíveis mudanças. Quanto à base de informações que gerou essa pesquisa, vale ressaltar que a instituição formadora poderá observar se houve formação continuada por parte desses egressos, e qual foi o percentual dos egressos que prosseguiu estudando e em que área ou especialidades. A pesquisa possibilita a atualização cadastral, hoje deficitária na instituição, inclusive auxiliar na composição de cursos de 33 especialização que atendam às demandas geradas pelo mercado a Pró-reitoria de pós-graduação, esta com deficiência de um banco de dados atualizado e eficiente. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Este estudo está estruturado em cinco capítulos e cada um deles com subtítulos que procuram atender às necessidades de desenvolvimento do estudo de pesquisa proposto. Antes de iniciar os capítulos de maneira mais específica relativa ao assunto, observam-se as descrições pré-textuais do trabalho. O primeiro capítulo traz uma Introdução, que contempla uma contextualização do tema, o “estado da arte”, descrevendo estudos já realizados similarmente em anos anteriores. Neste capítulo também consta o problema de pesquisa, os objetivos: geral e os específicos, as limitações encontradas na pesquisa e a própria estrutura do projeto. O capítulo dois é destinado à fundamentação teórica, a qual dá suporte à pesquisa, tendo por base os autores que registraram em outras oportunidades estudos, conceitos e pareceres ligados ao tema aqui proposto. O capítulo três tem uma importância significativa no desenvolvimento da pesquisa, pois define os procedimentos metodológicos, como a classificação e aplicação de instrumento de coleta de dados e as etapas da pesquisa passo a passo, bem como os procedimentos de análise dos resultados pesquisa. O capítulo quatro aborda os resultados da pesquisa e apresenta os dados alcançados e as análises, tendo por base o tema, os objetivos e o problema de pesquisa. O quinto e último capítulo apresenta as considerações finais acerca do estudo, as correlações entre a formação acadêmica em administração e a trajetória dos graduados na área, comparada a suas expectativas em relação a suas carreiras. Por fim, constam as referências bibliográficas balizadoras dessa pesquisa e o apêndice (questionário) utilizado para aplicação da pesquisa. 34 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A busca por pesquisadores e teorias que nos antecederam no tema proposto é o objetivo desse capítulo: esclarecer e fundamentar este estudo, auxiliando nas respostas do problema de pesquisa e dos objetivos do trabalho. O que segue é uma seleção da vasta literatura sobre o assunto já pesquisada por inúmeros pesquisadores reconhecidos. 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO Numa época de complexidades, mudanças e incertezas como a que atravessamos, a administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. O mundo hodierno engloba uma sociedade de organizações, em que as atividades são ligadas à produção de bens e serviços. Destarte faz-se necessário entender o conceito de administração, pois se trata da base do estudo proposto, embora saiba-se que a prática da administração iniciou a partir do momento em que começaram a surgir os primeiros grupos de pessoas. Segundo Drucker (2001, p. 19), “o despontar da administração como uma instituição essencial, diversa e líder é um evento crítico na história da sociedade”. Não há registros de que outra instituição que tenha surgido com tamanha força e liderança, e com tanta rapidez desde o início do século XX. Destaca-se ainda o fato de que essa instituição não só provou ser essencial na sociedade, dado sua importância, mas por ter tido tão pouca oposição e controvérsia. Desde o início do século passado as teorias e regras da administração possuem o mesmo objetivo: fazer com que as empresas consigam resolver os problemas que surgem ao longo dos tempos e se manterem no mercado, além de apresentar resultados positivos, acompanhando as constantes evoluções da própria ciência chamada administração. “É, portanto, a administração, o órgão da sociedade especificamente encarregado de transformar os recursos em produção, isto é, que tem a responsabilidade de promover o progresso econômico 35 organizado” (DRUCKER, 2001 p. 20). Assim se explica porque a administração surgiu com tanta velocidade e tornou-se tão importante e com tão pouca oposição. Pode-se dizer que as civilizações antigas serviram de base para o atual modelo de administração. Muitas teorias vistas hoje foram estudadas há muitos anos atrás, sendo que estas teorias e demais estudos não são considerados ultrapassados, porque se adequaram às evoluções dos tempos e se mantiveram, revelando sua importância dentro das organizações. Kwasnicka (1995) revela que o grande impulso da administração foi após a Revolução Industrial iniciada ainda no século XVIII, antes, não havia empresas nos modelos contemporâneos, pois eram, em sua grande maioria, domiciliares, de produção artesanal, com poucas máquinas e poucos funcionários. Com a Revolução industrial, as empresas cresceram e se obrigaram a adquirir máquinas, contratar novos colaboradores e automatizar seus processos cada vez mais: a produção passava a ser em larga escala e os produtos não mais eram produzidos em pequenas quantidades e vendidos apenas para as redondezas, aumentando também a concorrência entre as organizações. Com o término da Revolução Industrial, por meio de tentativas e erros as empresas foram crescendo e melhorando seus processos e, assim, tornou-se necessária a especialização dos profissionais. O século XX apresentou os princípios da Administração Científica e o estudo da Administração como ciência. Taylor (1911) escreveu o livro Princípios da Administração Científica, que foi considerado a “Bíblia” dos organizadores do trabalho. Paralelamente, surgia Henry Fayol, um francês que defendia na Europa princípios semelhantes aos de Taylor, baseado em sua gerência. Max Weber desenvolveu a Teoria Estruturalista, ou teoria Burocrática, como também é conhecida, baseada na racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos fins para obter melhor eficiência. (KWASNICKA, 1995). Enfatizando as pessoas, Mayo (1940) desenvolveu a teoria das Relações Humanas, sendo considerado o movimento de reação e oposição à teoria Clássica. Essa teoria iniciou-se com base na observação dos problemas das pessoas em decorrência da industrialização. Ressaltam-se os estudos de Hawthorne (1927-1939), juntamente com desenvolvimento da Sociologia e da Psicologia e conflito entre trabalhadores e empresários, este deu origem à escola de Relações Humanas, defendendo a ideia de que as empresas devem atender às necessidades sociais dos 36 trabalhadores. A Teoria Administrativa defende que o nível de satisfação dos empregados encontra-se relacionado com o aumento da produtividade. Observamos que a discussão, neste momento, dizia respeito, principalmente, à satisfação do trabalhador, e não ao comprometimento deste com a organização. (LUNA, 2008). O desenvolvimento das teorias foi só uma questão de tempo, outras se sucederam como a teoria Sistêmica de Ludwig Von Bertalanfly, na sequência a teoria Comportamental de Herbert Simon, a qual viria para complementar os estudos da teoria das relações humanas, entretanto com enfoque para a área administrativa, depois as contribuições de Ouchi com a teoria Japonesa, na sequência surge a teoria Contingencial com os principais autores: Frederic Emery e Eric Trist. Com nova visão da administração moderna, eis que surge Peter Drucker e a teoria Organizacional, cujo objetivo era o estudo das práticas administrativas empresariais. Em se tratando de práticas modernas de administração destaque para Peter Senge e a quinta disciplina, tratada como a teoria Contemporânea. Por fim, nos dias atuais estuda-se uma das mais recentes teorias, indissociável do mundo moderno, conhecida como a teoria Virtual de Manuel Castells - A Sociedade em Rede. Para o autor as teorias formam os pilares da evolução da administração em todo o mundo, além de impulsionarem e motivarem novos estudos, pesquisas e trabalhos que seguem até os dias de hoje. (KWASNICKA, 1995) Lacombe e Heilborn (2003, p. 37) comentam acerca das teorias da organização e as definem da seguinte maneira: As teorias organizacionais podem ser entendidas como um conjunto de princípios e prescrições que visam a facilitar a realização dos objetivos das organizações e serão mais ou menos válidas na medida em que isso efetivamente ocorrer. As teorias surgiram para facilitar a administração de empresas e as organizações de todo o mundo, abrangendo assuntos que envolvem aspectos sociais e econômicos. A evolução é notória, mas houve um início; as antigas teorias foram o princípio para que a administração fosse se moldando as necessidades geradas pelas empresas com o passar dos tempos, chegando ao cenário atual, um mudo altamente globalizado e competitivo. 37 Com as constantes inovações e a quantidade de conhecimentos gerados no mundo e disseminados tão rapidamente, a administração cria suas estratégias para poder acompanhar e isso ocorre com a evolução das teorias. A administração levada à prática justifica sua presença no mundo empresarial e cada vez mais ela ganha espaço e respeito devido à sua importância. Muitas são as razões pelas quais as pessoas abrem um negócio, porém a maioria dessas pessoas não busca informações o suficiente sobre as técnicas, princípios e teorias, ou melhor, a respeito das práticas administrativas de uma organização: dados fornecidos pelo SEBRAE (2007) apontam que a cada cem micro e pequenas empresas familiares, trinta chegam à segunda geração e somente cinco chegam à terceira. Para Drucker (2001), “o administrador é o elemento vital de qualquer empresa. Sem sua liderança, os recursos da produção continuam como recursos e nunca se transformarão em produção”. Drucker, respeitado no mundo por seus ensinamentos e experiências, afirma que a qualidade e o desempenho de seu administrador é fator determinante para o sucesso de uma empresa, determina a sobrevivência da empresa dentro uma economia competitiva. Em síntese, o autor relata que administração é um conjunto de atividades desenvolvidas para dirigir uma organização, utilizando técnicas de gestão empresarial para alcançar os objetivos com responsabilidade e ética. Para Montana e Charnov (2003, p. 03), “administração é o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros”. Os autores afirmam que, nesse contexto repleto de novidades, o patrimônio humano tem grande importância e é fator indispensável para atingir os objetivos da organização, contudo, os objetivos dos integrantes das empresas também deverão ser observados e respeitados. A administração pode ser aplicada em qualquer organização, tendo como tarefa consolidar objetivos e metas por meio das suas quatro funções, planejamento, organização, direção e controle. As funções da administração servem para organizar as empresas, a fim de alcançar os objetivos e as metas traçados pela empresa, diante de um mercado altamente complexo. (MAXIMIANO, 2004, p. 29) Relata ainda que: 38 Organizações bem administradas são importantes por causa do impacto sobre qualidade de vida da sociedade. Através da valorização dos colaboradores, a administração poderá unir os objetivos da empresa com os de seus funcionários para obter resultados positivos. Quanto mais organizadas e bem administradas às empresas, maiores as possibilidades de lograr êxito naquilo que elas se propõem a desenvolver. Ao valorizar seus colaboradores, estará aproximando-os dos reais objetivos da empresa e o resultado dessa aproximação poderá resultar em maior empenho por parte deles, aumentando, assim as chances de concretizar os objetivos traçados pela empresa. Uma vez havendo a aproximação e valorização dos colaboradores com a Administração da empresa, aumentam a motivação para o alcance também dos objetivos dos indivíduos que estarão envolvidos no sistema. Para que isso aconteça na prática e a comunicação entre empresa e colaborador tenha sentido e transparência, requer a percepção da gerência da empresa com olhar que note as necessidades, desejos e objetivos de todos os profissionais da empresa. Em decorrência, faz-se necessário um administrador que tenha capacidade de conduzir esse processo, o administrador precisa possuir um perfil que atenda expectativas das pessoas e das organizações. 2.2 O PERFIL DO PROFISSIONAL ADMINISTRADOR Pode-se definir profissão como determinadas relações em determinado período de tempo na história da atuação e na produção de trabalho das pessoas. Elias (2001) evidencia este fato tratando do nascimento das profissões: Profissões, despojadas de suas roupagens próprias, são funções sociais especializadas que as pessoas desempenham em resposta a necessidades especializadas de outras; são, ao menos em sua forma mais desenvolvida, conjuntos especializados de relações humanas. O estudo da gênese de uma profissão, portanto, não é simplesmente a apreciação de certo número de indivíduos que tenham sido os primeiros a desempenhar certas funções para outros e a desenvolver certas relações, mas sim a análise de tais funções e relações. 39 A profissão de Administrador no Brasil foi regulamentada há 47 anos, precisamente em 1965 pela Lei 4.769 que regula e dispõe sobre o exercício da profissão de técnico em administração; foi criado o Sistema CFA/CRA, Conselhos Federal e Regional de Administração; são estabelecidas as diretrizes básicas da profissão no Brasil. Segundo o CFA, o exercício da profissão torna-se privativo "dos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficial, oficializado ou reconhecido, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação". O Regulamento da Lei foi aprovado em 22 de dezembro de 1967 pelo decreto 61.934. O que orienta o exercício da profissão é o Código de Ética Profissional do Administrador. De acordo com a CBO (BRASIL, 2011), os administradores precisam ter curso superior completo em administração de Empresas ou administração Pública necessariamente e devem ter registro no Conselho Regional de Administração, mas essa lei não é cumprida prejudicando a profissão de administrador e em suas principais funções que são de: "planejamento, organização, controle e assessoram as organizações nas áreas de recursos humanos, patrimônio, materiais, informações, financeira, tecnológica, entre outras; criam programas e projetos; elaboram planejamento organizacional; promovem estudos de racionalização e controlam o desempenho organizacional. Prestam consultoria administrativa a organizações e pessoas." Quanto às condições gerais de exercício profissional, “trabalham em qualquer ramo de atividade econômica, serviços, comércio e indústria, incluindo-se a administração pública”. Quanto ao regime e trabalho pode trabalhar de maneira autônoma, como assalariado celetista ou estatutário. Trabalham em equipe, em ambiente fechado e em horário diurno. "No que se refere às competências pessoais, o administrador deve ser capaz de agir com iniciativa; demonstrar liderança, espírito empreendedor, raciocínio lógico e abstrato, visão crítica, capacidade de síntese, de negociação, de comunicação, de análise, de decisão; administrar conflitos; trabalhar em equipe”. (BRASIL, 2011). Destacam-se escolas de Administração com maior prestígio no país, reconhecidas por sua qualidade e capacidade de colocar nos mercados profissionais que ocupam cargos e posições em empresas renomadas no Brasil e no exterior. A Escola de Administração de empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) um dos cursos precursores no país e o curso de Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), por exemplo, são de reconhecida qualidade pelo Ministério da Educação MEC (BRASIL, 2011). Pode-se destacar que no Brasil, inúmeros cursos 40 promovem a graduação de bacharéis em administração, entretanto muitos com menor qualidade segundo o MEC. Os profissionais formados em grandes escolas reconhecidas têm oportunidades de trabalho em grandes empresas nacionais e internacionais, já os formados em escolas de nível menor segundo avaliação do MEC, não diminui o reconhecimento e sua importância para o mercado de trabalho, estas também possibilitam crescimento e desenvolvimento profissional, e desenvolvem possibilidades de carreira a partir de sua formação. Ainda quanto aos estudos sobre ao perfil, a personalidade e a competência de gestores, Ruas (2000) indica que os últimos anos da década de 1990 foram marcados por uma série de projeções e expectativas a respeito do novo século; entre estas se encontravam previsões acerca das mudanças nos ambientes de negócios, as novas configurações organizacionais e o perfil do gestor frente a estas transformações. De acordo com o autor, muito se escreveu sobre as competências necessárias ao administrador para conduzir a um bom desempenho as organizações, inseridas em um ambiente instável e incerto. Ruas (2000) ressalta a ambição presente na literatura que se dedica a traçar o perfil do administrador do século XXI, salientando a incapacidade em desenvolver todas as competências e habilidades necessárias haja vista a complexidade existente. Ainda Ruas (2000) lista alguns dos atributos ou competências exigidos ao perfil dos administradores considerados relevantes por executivos brasileiros e experts internacionais, em um mercado considerado global, inclusive nas profissões: visão estratégica; capacidade de liderança; visão da empresa; competências além da fronteira das unidades de negócio; capacidade de decisão; foco no resultado; ética no trato das questões profissionais e aspectos sociais; capacidade de negociação; motivação; coordenação de trabalhos em equipe; habilidade interpessoal; atitude proativa; capacidade de lidar com informações; capacidade para sintetizar e criar; habilidade para estimular pessoas a enfrentar desafios; desaprender periodicamente e aprender de novo; familiarizar-se com geografia e com as diferenças e conflitos culturais; abertura para novas ideias, mercados, produtos e processos; coragem; flexibilidade; tolerância. (RUAS, 2000). Torna-se essencial para os administradores no exercício de suas funções possuírem as competências e habilidade para administrar, além disso, necessitarão desenvolver também técnicas e estratégias para liderar pessoas, para alcançar os objetivos e metas estabelecidos pela organização. 41 Salientam Lacombe e Heilborn (2003, p. 3) “A essência do papel do administrador é a obtenção de resultados por meio de terceiros, no desempenho da equipe que supervisiona e ou controla”. Como a administração é uma ciência muito dinâmica, o administrador precisa buscar permanentemente por conhecimento e aprendizado, podendo assim, aplicá-los na empresa. As habilidades que o administrador necessita ter são classificadas como: habilidades técnicas, humanas e conceituais. Lacombe e Heilborn (2003, p. 9 - 10) afirmam que “Habilidade técnica” é a compreensão do domínio de determinado tipo de atividade [...] “A habilidade técnica é adquirida por meio de experiência, educação e treinamento profissional”. A habilidade técnica envolve conhecimentos específicos acerca de determinadas áreas como, por exemplo, um contador realiza seus trabalhos relacionados à área de contabilidade, o torneiro mecânico sobre a fabricação de peças e assim por diante. A “Habilidade humana”, segundo eles: “é a capacidade de trabalhar com eficácia como membro de um grupo e de conseguir esforços cooperativos nesse grupo na direção dos objetivos estabelecidos”. Essa habilidade diz respeito à forma de se lidar com pessoas, é muito importante para o administrador saber como se relacionar e trabalhar com essas pessoas da melhor maneira possível, para que consiga, assim, maximizar as capacidades de seus colaboradores. E, por fim, os autores tratam a “Habilidade conceitual“: “é a habilidade para visualizar a organização (instituição, empresa ou grupo de empresas) como um conjunto integrado”. Essa habilidade também chamada de visão sistêmica, habilidade permite que o profissional de administração visualize a organização como um todo, incluindo ambiente externo e interno, as forças que atuam dentro deste contexto, para as possíveis decisões a serem tomadas nas mais diversas situações. Drucker (2001), afirma “o administrador é o elemento dinâmico e vital de qualquer empresa”. Para transformar recursos em produção faz-se necessário que o administrador adquira competências duráveis, fundamentais para o sucesso de sua atuação, pode-se citar: conhecimento, obtido por meio de atualização constante, a perspectiva, que é transformada em objetivos a serem alcançados e atitude, essencial para qualquer administrador que se valorize enquanto profissional. Para Drucker (2001), o conhecimento está relacionado às informações, ideias, crenças, experiências e conceitos vividos pelo administrador ao longo de 42 sua vida. Como os recursos intelectuais mudam frequentemente é necessário que haja constante reciclagem por parte do administrador, no sentido de permanecer atualizado a respeito das mudanças e tendências do mercado. A perspectiva indica a capacidade de aplicar o conhecimento em prática. É saber dar soluções aos problemas e colocar a teoria em ação, isso concede maior autonomia ao administrador, para que ele possa tomar decisões por conta própria. A atitude está relacionada ao comportamento do administrador em seus diferentes desafios. É o comportamento que ele toma ao tomar decisões, fazer escolhas, dar ordens e motivar seus subordinados. A atitude faz com que ele se torne um agente de mudanças dentro da organização, pois é ele que deve desenvolver uma cultura de eficiência e eficácia dentro dela. Além disso, Drucker (2001) ainda acrescenta que os administradores possuem três papéis fundamentais: papel interpessoal, relacionado com a habilidade de se relacionar com as pessoas ao seu redor; papel informacional, diz respeito ao poder de transmissão e processamento de ideias por parte do administrador; e papel decisório, representa as diferentes situações em que o administrador necessita utilizar seus conhecimentos para a tomada de decisões. Em cada organização, o administrador define estratégias, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, resolve problemas, gera inovação e competitividade. O administrador deve estar sempre atento às mudanças, inovações tecnológicas e as oportunidades do mercado, podendo assim adequar a organização aos novos tempos, além de ter flexibilidade diante destas mudanças, criatividade e coragem para se diferenciar. Considerando o conhecimento indispensável para o sucesso de um administrador, somando-se as habilidades adquiridas e uma postura de atitude tem-se assim um profissional da administração que possivelmente apresentará resultados positivos nas organizações onde atuar. 2.2.1 Perfil pretendido dos egressos da Unoesc Para melhor compreensão do estudo realizado com os egressos da IES – Unoesc Campus de Xanxerê descreve-se aqui o perfil a ser desenvolvido no curso. 43 De acordo com Cimadon e outros (2008) o perfil compreenderá um egresso que se caracteriza como profissional de: “visão ampliada e sistêmica, empreendedor, com avançado senso crítico, perceptivo, flexível, capaz de analisar com competência técnica e científica, novas oportunidades de mercado, para empreender em novos negócios, ou para inovar e/ou redirecionar negócios já instalados”. Os objetivos do curso são: promover uma formação direcionada à construção de um profissional dotado de iniciativa e criatividade, com capacidade de trabalhar em equipe, preparado para tomar decisões identificando prioridades e oportunidades frente às diversas situações e peculiaridades regionais que se apresentam e com capacidade de definir os rumos da empresa, responsabilizandose pelo seu crescimento e desenvolvimento. O projeto pedagógico do curso de Administração pretende proporcionar ao graduado as seguintes competências e habilidades: (CIMADON et al 2008, p.19) Internalização de valores, de responsabilidade social, justiça e ética profissional; Visão global que o habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente; Formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atitudes específicas da prática profissional em consonância com as demandas mundiais, nacionais e regionais; Competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações; Capacidade de trabalhar em equipe; Capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança; Comunicação interpessoal e expressão correta nos documentos técnicos específicos e de interpretação da realidade das organizações; Habilidade em utilização de raciocínio lógico, crítico e analítico, operando com valores e formulações matemáticas e estabelecendo relações formais e causais entre fenômenos; Habilidade em interagir criativamente face aos diferentes contextos organizacionais e sociais; Habilidade em demonstrar compreensão do todo administrativo, de modo integrado, sistêmico e estratégico, bem como de sua relação com o ambiente externo; Habilidade em administrar modelos de gestão inovadores; Habilidade em resolver situações com flexibilidade e adaptabilidade diante dos problemas e desafios organizacionais; Habilidade em ordenar atividades e programas, de decidir entre alternativas e de identificar e dimensionar riscos; Habilidade em selecionar estratégias adequadas de ação, visando a atender interesses interpessoais e institucionais; Habilidade em selecionar procedimentos que privilegiem formas de atuação em prol de objetivos comuns. O perfil proposto pela IES no curso de Administração se assemelha com o perfil proposto pelo CFA em diversos fatores da formação profissional, 44 demonstrando que a instituição observa as orientações nacionais para a formação dos futuros profissionais da área, respeitando, porém, as peculiaridades regionais e as caraterísticas dos ingressantes do curso, além das exigências locais do mercado trabalho fazem a Instituição ser destaque na região promovendo ensino de qualidade o que a coloca em uma situação de reconhecimento por parte dos órgãos fiscalizadores como o Conselho Estadual de Educação e Mec, estando entre os cursos bem avaliados no Brasil. 2.3 DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA O direcionamento do estudo tem seu alicerce no tema desenvolvimento de carreira de administradores, assim, faz-se necessário o entendimento de seu significado, conceitos e suas formas de abordagens. Estudou-se entre os principais pesquisadores e escritores da matéria para elucidar o problema de pesquisa. O desenvolvimento de carreiras segundo Chanlat (1995) tem suas origens na sociedade industrial, isso observado nos mais diversos países. Suas características peculiares e o que se percebe na literatura é uma divisão distinta entre dois modelos. O “Tradicional”, que vigorou até os anos 1970 e suas caraterísticas são bem distintas, estão interligadas às estruturas das organizações, tem um modelo de crescimento e desenvolvimento linear, é marcado pela estabilidade e poucas mudanças. Outro modelo é descrito como modelo “Moderno” de desenvolvimento de carreiras, suas características são marcadas por mudanças, pouca estabilidade e desafios constantes, a identidade pessoal passa a ser importante nas decisões de carreiras, pois os indivíduos levam em consideração seus objetivos, desejos e valores. Consoante Adamson; Doherty e Viney (1998, apud BENDASSOLLI 2009) em artigo que revisou diversos significados de carreira; já no final do ano de 1970 a gestão possuía um grau de desenvolvimento conceitual que podia arrogar para si uma teoria de carreira própria. Corroborando com esses autores pode-se citar o lançamento de dois handebooks importantes organizados por Hall e Lawrence (1989) outro organizado por Gunz e Peiperl (2007): estes dois clássicos do estudo de carreiras foram seguidos a um vasto número de outros estudos a respeito do tema. 45 Bendassolli (2009) identifica algumas características comuns na abordagem gerencial de carreira, uma delas é condução da perspectiva organizacional e a outra sobre a perspectiva do indivíduo. Nesse sentido, Gunz (1989 apud BENDASSOLLI, 2009) diferencia em dois níveis de análise o estudo de carreira: em nível organizacional (carreiras como estruturas e rotinas) em nível individual (carreira subjetiva e estratégias de carreira). Para o autor, do ponto de vista das organizações, carreira é um dispositivo que permite a alocação de recursos, o subsídio na tomada de decisão com seu pessoal. Do ponto de vista do indivíduo, carreira é uma maneira de organizar suas experiências no trabalho para interpretar e justificar os eventos ocorridos com ele no âmbito profissional, a exemplo de uma promoção ou demissão, e servem de apoio a decisões futuras nos caminhos a serem seguidos. Segundo Pontes (2000, p. 323), a administração de carreiras surgiu após a Segunda Guerra Mundial, porém foi consolidada somente na década de 1980, com a maior exigência e expansão do mercado. Para Pontes (2000) “carreira individual é a sucessão de cargos ocupados por um indivíduo em sua vida profissional“. De certa forma qualquer indivíduo pode ter uma carreira, pois o desenvolvimento de atividades adquire conhecimentos e experiências, construindo então a sua carreira. Robbins (2005, p. 459) conceitua carreira como “qualquer trabalho, remunerado ou não, realizado durante um período de tempo, pode construir uma carreira“. Durante uma carreira é que se descobrem as habilidades, experiências e o conhecimento dos indivíduos. Carreira não é apenas aquilo que engloba as atividades profissionais, mas também as atividades desenvolvidas como voluntários ou estudos diversos, pois nestes também são adquiridos muitos conhecimentos, agregando valor às pessoas. Para Dutra (1996, p.19) “a administração de carreiras é como um instrumento para conciliar as expectativas de desenvolvimento da empresa e a expectativa de crescimento profissional e pessoal de seus trabalhadores”. Com a utilização de mais tecnologia pelas organizações, elas mesmas começaram a exigir mais de seus colaboradores, tornando-se mais rígidas e selecionando com maior critério os seus colaboradores, sendo privilegiados aqueles que apresentarem mais conhecimentos e experiências no exercício da função e terão mais oportunidades e vantagens no mercado de trabalho. Savioli (1991, p.14) afirma que “carreira é o autoconhecimento de como as 46 experiências pessoais e profissionais relacionam-se com seu trabalho atual e futuro, para maximizar suas habilidades e comportamentos e atingir seus objetivos de vida.” Conforme a citação do autor acima se observa que a construção da carreira dos profissionais inicia-se no primeiro emprego ou trabalho, quando o processo de aplicação e desenvolvimento das habilidades profissionais de relacionamento começa a criar uma rede conhecida como network (rede de contatos ou redes de trabalho) ampliando assim suas expectativas com relação ao seu futuro profissional. 2.3.1 Planejamento de carreira O planejamento de carreira como parte do processo de gestão de carreira é uma noção historicamente recente, a qual surgiu no decorrer do século XIX, com a sociedade industrial capitalista liberal, e recebeu maior atenção somente a partir dos anos setenta do século passado (MARTINS, 2001). Define-se como planejamento o ato ou processo de estabelecer objetivos, diretrizes e procedimentos. Corroborando o assunto, Bridges (1998, apud MARTINS, 2001 p. 168) enfatiza a função do planejamento de carreira: Ele lhe diz aonde você vai e como chegar lá; [...] Ele visa lhe oferecer os recursos de que você necessita e o caminho que você pretende seguir. E, pelo fato de a mudança estar conduzindo tudo neste mundo onde as estruturas de cargos estão desaparecendo, ele lhe oferece um plano B, caso as circunstâncias mandarem o plano A para o espaço. Para Martins (2001, p. 82) “o planejamento é a mais relevante e cerebral atividade do homem. A capacidade de planejar torna o homem único no reino animal”. O plano de carreira em uma perspectiva organizacional é possível se a organização realiza avaliação de desempenho dos seus colaboradores, esse método é relevante para o plano de cargos e salários, pois avalia se o colaborador está preparado para assumir um novo cargo na empresa, que requer maiores 47 responsabilidades e comprometimento com a organização; a avaliação de desempenho objetiva uma avaliação do empregado no cargo que exerce. Pode ser aplicada nas empresas, buscando avaliar o andamento do plano de cargos e salários e, se preciso for efetuar alguma correção, ou adaptação às especificações da empresa. A avaliação de desempenho é importante, pois ajuda a implantação e o acompanhamento do plano de carreira para colaboradores. É importante que o plano de carreira seja executado de forma estruturada por meio de um plano de sucessão, que deverá abordar competências técnicas, humanas e estratégicas. De acordo com Pontes (2002), o plano de carreira pode ter duas estruturas. Veja-as conforme visão do autor: a) O plano de carreira pode seguir a mesma estrutura do plano de cargos e salários, sendo chamado de estrutura por meio de cargos, sendo assim chamado pelo fato de que a “estrutura advém do próprio plano de cargos e salários. Nesta concepção o colaborador tem seu crescimento mediante o exercício crescente dos cargos, conforme hierarquização preestabelecida” (PONTES, 2002, p. 330). Com esse tipo de estrutura o funcionário vai crescendo no cargo conforme caminho préestabelecido. b) Pode também ser estruturado por meio de segmentos de carreira. “Neste conceito o importante não é o cargo em si ocupado pelo colaborador, mas, sim, a capacitação do indivíduo”. (PONTES, 2002, p. 331). É importante que as empresas se preocupem com as carreiras de seus funcionários, e os incentivem a crescerem e tornarem-se melhores tanto como profissionais como pessoas, pois esse interesse acaba tornando-se um diferencial competitivo perante as outras organizações. Para Moraes (2011), o plano de carreira não é apenas uma ferramenta para favorecer o empregado, talvez ela favoreça muito mais a empresa, isso porque, para que o profissional consiga a etapa seguinte em sua carreira, ele deverá cumprir uma série de exigências, como capacitação, curso universitário ou de pósgraduação, além de passar por uma avaliação de desempenho rigorosa, favorecendo imensamente a empresa. Outro fator que deve ser considerado no planejamento de carreira é a vinculação que este possui com o plano de Cargos e Salários, uma vez que a empresa tenha implantado o plano de cargos e salários, é possível fazer a avaliação de desempenho de colaboradores e identificar 48 resultados precisos sobre cargos, apontando possíveis falhas e virtudes, orientando a empresa para possíveis mudanças. Em uma perspectiva individual, Dutra (1996, p. 25) afirma que a pessoa precisa “formar uma visão realista” e clara de suas qualidades, (competências e habilidades), considerar seus valores pessoais, observar suas inclinações e preferências, deve também estabelecer objetivos de vida e de carreira. De uma forma ou de outra, todos planejam suas vidas e carreiras, o que se reitera é o planejamento elaborado de maneira formal e mais consistente, por isso utiliza-se orientações pré-estabelecidas e cuidadosas e de ferramentas de planejamento. Nesse sentido Caravantes e Bjur (1997 apud XIKOTA 2004) afirmam que a definição do que o profissional quer é mais bem atendida, pois pode refletir antes de registrar o que se pretende atingir, pode fazer alterações necessárias no plano, além de que há maior comprometimento e empenho do profissional para atingir os objetivos traçados. Dutra (1996, p. 21) diz que: Há, por parte das pessoas, uma natural resistência ao planejamento de suas vidas profissionais, tanto pelo fato de encararem a trilha profissional como algo dado, quanto pelo fato de não terem tido qualquer estímulo ao longo de suas vidas. [...] Acreditamos que este quadro venha a ser modificado nos próximos anos em função de mudanças na postura e no comportamento exigido das pessoas pelas empresas e pelas pressões sociais e econômicas sobre as mesmas. Podemos observar ainda que, em momentos de crise e escassez de emprego, as pessoas tornam-se naturalmente mais preocupadas em planejar suas carreiras, buscando conselhos, métodos e instrumentos que as ajude nesse processo. Salienta Macedo (1998, p. 180) “as pessoas que planejam suas próprias carreiras têm uma competência em comum: são empreendedoras consigo mesmas. Isso já as diferencia das demais”. Para Martins (2001, p. 83) O planejamento é tanto mais necessário quanto maior a incerteza do ambiente, normalmente favorecendo a eficiência (uso otimizado de recursos) por antecipar alguns cursos de ação considerados mais prováveis. Em um ambiente socioeconômico mutável e incerto como o atual, a pró-atividade e a visão de médios e longos prazos na gestão de carreira podem ser uma vantagem competitiva considerável. 49 O fato de o profissional elaborar formalmente seu planejamento de carreira não é garantia de que irá resolver todos os problemas da carreira: não se trata de uma fórmula mágica de solução dos problemas, o planejamento é uma necessidade de observar as possibilidades de crescimento, oportunidades de mercado na busca por resultados positivos de modo facilitado e medido e a construção do planejamento pode ser uma prática exercitada constantemente. A elaboração de planejamento de carreira tornou-se tão necessária na contemporaneidade que tem sido fator diferencial de pessoas de “sucesso”, pois ele oferece a possibilidade de planejar não só a carreira no que diz respeito ao trabalho ou exercício profissional, mas ele observa fatores como: família, vida social, espiritualidade, cuidados com a saúde (físico e mental), lazer e educação dentre vários outros aspectos que o planejamento atenta detalhadamente. 2.3.2 Modelos de carreiras As pessoas com frequência trabalham em busca de resultados e expectativas, não investem sem esperar algum retorno; estão dispostas a se dedicar ao seu trabalho com a condição que este traga retornos significativos pelo seu esforço. Assim como as empresas pretendem crescer, as pessoas que nela estão inseridas também têm esta mesma pretensão: crescer profissionalmente e tornar-se um profissional bem sucedido e satisfeito. Carreira é uma série de posições exercidas por uma pessoa ao longo de sua vida profissional. Com uma boa avaliação de pessoal e um bom plano sucessório, é possível programar a carreira de cada pessoa para exercer funções para as quais demonstre aptidão. (LACOMBE, 2005, p. 62). No atual cenário globalizado e moderno, além de as empresas terem de mostrar preocupação com a carreira de seus colaboradores, eles sentirão de certa forma obrigados a investirem em suas próprias carreiras, considerando que, caso não se preocupe com suas ascensões na empresa, estarão correndo o risco de perderem suas posições e fracassarem em suas trajetórias. 50 Como já indicado, Chanlat (1995) relata dois grandes modelos de carreiras a partir das sociedades industrializadas: o modelo tradicional e o modelo moderno. O modelo tradicional, que vigorou até os anos 1970, foi marcado pela estabilidade, enriquecimento, progresso e divisão sexual e social do trabalho, em que apenas os homens trabalhavam, ou seja, a possibilidade de ascensão pertencia apenas aos grupos socialmente dominantes. A progressão da carreira era linear e vertical e os trabalhadores possuíam maior estabilidade no emprego. Já o novo modelo, caracteriza-se por oportunidades para o profissional tanto do sexo masculino como do sexo feminino e pertencente a grupos sociais variados; a progressão na carreira é descontínua, mais horizontal do que vertical e apresenta maior instabilidade. Quadro 1: Modelos de carreira. Modelos de Carreira O modelo Tradicional O modelo Moderno Um homem Um homem e ou uma mulher Pertencente a grupos socialmente dominantes Progressão linear vertical Estabilidade Pertencente a grupos sociais variados Progressão descontínua vertical e horizontal Instabilidade Fonte: Adaptado de Chanlat (1995). Os modelos de carreira estão mais direcionados para análise de uma carreira em sociedade, enquanto que a classificação em tipos de carreiras tem um direcionamento das possibilidades que o indivíduo encontra no exercício das atividades de trabalho. A carreira, então, em uma perspectiva tradicional, pode ser vista como um ajustamento do indivíduo a uma ocupação escolhida ou a imagem que dela possui e esse processo de ajustamento implica critérios dos quais nasce a noção de hierarquia ou de sequência de papéis com maiores responsabilidades dentro de uma ocupação. (LANDAU; HAMMER, 1986). 51 Quadro 2: Descrição dos tipos de Carreiras. Descrição dos tipos de Carreiras Tipos de Carreiras Burocrática Recursos principais Posição Hierárquica Elemento central de ascensão Avanço de uma posição hierárquica a outra Profissão, perícia habilidades profissionais. Profissional Saber e reputação Empreendedora Capacidade de criação inovação Criação de novos valores, de novos valores e novos produtos e serviços. Sociopolítica Habilidades sociais Capital de relações Conhecimento Relações, parentescos (redes sociais) Tipos de Organização Organização de grande porte Organização de peritos, Burocracia Profissional. Pequenas e médias empresas, artesanais, culturais, comunitárias e de caridade. Familiar Comunitária de Clãs Limites O número de escalões existentes Tipos de sociedades Sociedade de empregados O nível de perícia e de reparação Sociedade de peritos A capacidade pessoal As exigências externas Sociedade que valoriza a iniciativa individual O número de relações conhecidas e ativas Sociedade de clãs Fonte: Chanlat (1995). Observando a figura acima pode-se afirmar que atualmente, a carreira não está mais subordinada à estrutura social, mas tornou-se possível para todos, uma vez que “a ideologia individual de êxito, a despeito de seus limites, está no centro da ordem social moderna” (CHANLAT, 1995). Nos novos tempos, fica na total responsabilidade de o trabalhador gerir a própria carreira profissional. Aduz Soares (2002, p. 109) esclarecendo que a ideia de carreira tal como se tem hoje, uma profissão é apresentada em etapas e, assim, possibilidades de progressão surgiram com a sociedade industrial capitalista liberal e, por esse motivo, veicula valores de igualdade, liberdade de êxito individual e de progresso econômico e social. Baseada nessa concepção, a carreira aparece como uma possibilidade para todos; entretanto, na realidade, não é o que acontece, tendo em vista as grandes desigualdades sociais que se expressam, também nos diferentes níveis de escolarização e de formação profissional a que as pessoas têm acesso. Bendassolli (2009) fez um estudo da relação do sujeito-trabalho nos modelos emergentes de carreiras e sintetizou de forma prática no Quadro 3 as oito pressuposições de modelos de carreiras emergentes. 52 a) O primeiro modelo destacado por Bendassolli (2009) é o modelo de Carreira Sem Fronteiras, baseado em Arthur (1994) Arthur e Rousseau (1996) e geraram outros estudos nos anos que seguiram. O modelo sem fronteiras de carreira se opõe aos modelos tradicionais por não ficar atrelada às fronteiras ou limitações de uma única organização, de um único oficio, função, emprego a uma região ou domínio expertise, pelo contrário ela implica na pluralização de trabalhos baseada na relação instável e movida a oportunidades. O modelo propõe transversalidade dos vínculos de trabalho, e não como os modelos tradicionais que o profissional dedica toda a sua vida a uma estrutura verticalizada em uma função ou ocupação. Um pressuposto importante desse modelo é que o indivíduo que se propor ao modelo sem fronteiras deverá sustentar três competências: primeiro deve saber os reais motivos de seu engajamento profissional, valores, necessidades e interesses, é o “saber por que” Know Why. A segunda competência é “saber fazer” denominado de Know how. A terceira competência é “saber com quem” ou Know Whom, com quem irá trabalhar, são as relações profissionais bem determinadas e conhecidas. b) O segundo modelo é o modelo de Carreira Protiana, desenvolvido por Hall (1976; 2002; 2004). Este modelo baseia-se na mitologia grega para destacar as inconstantes mudanças ocorridas na carreira das pessoas, e compara ao deus grego Proteu, deus do mar, que mudava de face de acordo com a situação do ambiente de maneira estratégica. A mensagem é evidente quando comparada a carreiras, pois estas são um constante de mudança e permanência, de maneira versátil e de contínua adaptação. A Carreira Protiana é dividida: de um lado o “profissional herói” que enfrenta a turbulência de mercado e de outro a necessidade de uma autodireção que Hall (2002) define como identidade profissional e Schein (1993) define âncora de carreira, assim a identidade serve como bússola para dar direção aos objetivos do indivíduo e auxiliar na tomada das decisões (BENDASSOLLI, 2009). c) O terceiro modelo de carreira descrito por Bendassolli (2009) é o modelo Craft Career, baseado no artesão, revisa as características históricas de desse profissional e seu tipo de trabalho, o qual relaciona a autonomia e a forma de organização na concepção de sua obra, aliados à constante criatividade sem 53 interferência ou mediações no alcance de resultados finais da atividade, além de total dedicação e engajamento com o trabalho a ser produzido (POEHNELL e AMUNDON, 2002, apud Bendassolli, 2009). Neste sentido a carreira é apresentada como alguém que conduz seu trabalho à sua própria maneira. Entende-se que esse modelo se aproxima do modelo artístico, no qual o artista se dedica de maneira física e mental na busca de seus resultados. d) O quarto modelo estudado por Bendassolli (2009) é o modelo de Carreira Portfólio, e esse modelo se caracteriza pela diversidade de atividades profissionais que o indivíduo é capaz de realizar, consistindo ainda na maneira fragmentada e não sequencial de trabalhos em que o indivíduo não tem dedicação exclusiva ou única, podendo atuar de forma parcial em organizações e de maneira particular em outras atividades fora da organização, sem vínculos e em diversas frentes de trabalho. Segundo Borgen; Amundson e Reuter (2004, apud Bendassolli, 2009) para que isso aconteça é preciso dois aspectos importantes: o primeiro deles é possuir identidade pessoal flexível, o que se tornará difícil a uma pessoa cujo trabalho é prioridade e retém todo o foco de vida e deixá-lo para trabalhar em diversas frentes de trabalho exigirá grande esforço e mudança de identidade até então definida; em segundo lugar é preciso acompanhar os desenhos organizacionais e as mudanças que ocorrem neste meio, pois ter uma carreira do tipo portfólio é atuar em diversas frentes de competências ou expertise, para isso faz-se necessário ter percepção das mudanças, sob pena de ver suas chances de sucesso diminuídas. e) O quinto modelo é proposto por Baruch (2004; 2006, apud BENDASSOLLI, 2009) e também contrapõe os modelos tradicionais, enquanto que as tradicionais são desenhadas em uma estrutura linear, vinculadas as organizações e culturas existentes, oferecendo uma única direção ascendente aos profissionais, o proposto agora é o modelo Carreira Multidirecional: apresenta-se com um modelo flexível, dinâmico apresentando diversas direções e possibilidades distintas e igualmente válidas. Esse modelo não proporciona o sucesso por meio único e exclusivo de ascensão hierárquica ligada a estrutura, mas multifacetado por meio de movimentos laterais, recuos e trocas completas de direções e terrenos a serem percorridos na busca do 54 sucesso profissional em que o profissional vai revendo seus objetivos e alterando o foco de acordo com a necessidade. f) Bendassolli (2009) apresenta o sexto modelo de carreira chamado de Carreira Transicional, baseado nos estudos de Duberley, Mallon e Cohen (2005) os autores criticam a divisão entre agência e estrutura observada na literatura sobre carreiras. Segundo eles, essa divisão culminará em algum momento em hipervalorização dos fatores individuais e de natureza psicológica e às vezes de fatores da estrutura, de natureza social na interpretação das carreiras, e sugere uma inter-relação entre essas duas dimensões da ação, propondo compreensão da carreira como processo de transição entre modelos tradicionais de trabalho para esquemas denominados “trabalho portfólio”. Os autores destacam que mesmo que os indivíduos tende a seguir roteiros predefinidos e instituídos pelas organizações em modelos tradicionais, eles, quando se submetem ao momento de transição, tende a redefinir suas ações, assim contribuindo para novos roteiros de suas carreiras. g) O sétimo modelo de carreira descrito por Bendassolli (2009) é o modelo de Carreira Narrativa. Esse modelo refere-se a uma organização dos eventos de trabalho do indivíduo em uma história de significativo valor para ela. Esse modelo caracteriza-se pelo próprio profissional registrar os momentos e fatos ocorridos durante uma vida laboral e transformá-los em carreiras pelo ordenamento cronológico dos acontecimentos. Nesse processo o indivíduo conta com as narrativas sociais e históricas, assim ao construir uma narrativa sobre sua história profissional o indivíduo se posiciona em uma rede composta de valores, regras, instituições, e práticas que simbolizam suas decisões confrontando com seus objetivos, desejos, valores e necessidades próprios. h) Por fim, o oitavo modelo é o modelo de Carreira Construcionista. Esse modelo de carreira caracteriza-se como um processo de construção permanente, em que a soma das interações e dos discursos sociais vividos em certo contexto econômico e social pelos indivíduos contribuem para a construção a custa de movimentos sociais Cohen; Duberley e Mallon (2004 apud BENDASSOLLI 2009) os autores questionam a visão de uma verdade 55 objetiva que existe independente dos sujeitos e seus interesses e das relações de poder. Autores que partilham dessa visão Construcionista pretendem questionar os modelos de carreiras definidos de maneira convencional. A identidade vocacional, por exemplo, questionada por Blustein (1994 apud BENDASSOLLI 2009) entendida como desdobramento de disposições interiorizadas e transformadas em objetivos é como metamorfose, diz o autor, um contínuo exercício de interpretação de discursos sociais e de experiências interpessoais em torno do trabalho. Portanto, os modelos aqui apresentados deixam claras as diversidades ocorridas na vida dos profissionais e as variáveis de carreiras são diversas. O que se pode entender que é que as carreiras deixaram de ter um único modelo de entendimento de obtenção de sucesso na vida profissional, que por muito tempo ficou restrito ao modelo tradicional ligado às estruturas e com direcionamento verticalizado e linear. As carreiras deixaram de ter as organizações como única forma de desenvolvimento; o indivíduo com seus objetivos, valores, desejos e aspirações, somadas a suas experiências sociais laborais mudaram com o passar do tempo a concepção de desenvolvimento de carreira. O Quadro 3 traz oito modelos de carreiras descritos pelo autor, quais sejam: modelo de carreira Sem Fronteiras, Carreira Protiana, Carreira Craf Career, Carreira Portfólio, Carreira Multidirecional, Carreira Transicional, Carreira Narrativa e a Carreira Construcionista. O estudo destaca ainda as proposições de cada modelo que as caracteriza de maneira mais especifica e diferenciadora; também destaca o sujeito e seu modo de agir, pensar e seu comportamento, bem como o tipo de trabalho desempenhado em cada modelo de acordo com o sujeito, suas preposições e modelo de carreira. O quadro auxilia nesse entendimento proposto por Bendassolli (2009). 56 Quadro 3 - Modelos emergentes de carreiras. Fonte: Bendassolli (2009). 2.3.3 Desenvolvimento de carreira na administração Uma vez esclarecido conceitualmente o tema desenvolvimento de carreira, faz-se mister observar o tema correlacionando com a administração, área de que se propõe este trabalho, analisando, por conseguinte se os fatores apresentados em pesquisas similares de desenvolvimento de carreiras em outras profissões correspondem à realidade das condições de desenvolvimento de carreira dos administradores, e posteriormente apoiado pela aplicação de pesquisa de campo. 57 Conforme já foi citado anteriormente, a ciência de administração é relativamente nova, ganhou notoriedade de fato no inicio do século XX, em consequência disso às pessoas que se dedicavam às atividades de administrar só tiveram reconhecimento nas funções que praticavam com o avanço da industrialização, momento de grande valorização das especialidades profissionais. Essa situação levou as empresas a cuidar das carreiras de diversos profissionais, dentre eles o administrador. Porém com o mundo em expansão, movido pelos avanços industriais, foram muitas as dificuldades para firmar carreiras na época. Martins (2001) apresenta limitações ao conceito do modelo tradicional de carreira e aborda três aspectos limitantes, sendo eles: a) a noção de avanço, com a expectativa de progressão vertical na hierarquia de uma organização, ou as possibilidades de crescimento hierárquico e de aumentos salariais e respaldo moral se traduz em um primeiro limitador. Essa noção de crescimento aplicada à profissão de administrador encontra-se presente no mundo do trabalho contemporâneo e nos desafios diários dos profissionais administradores que buscam destacar-se. b) A associação da carreira à profissão é o segundo aspecto. Algumas carreiras estão indissociáveis da estrutura da empresa ou da instituição a que pertencem, destaque para os militares, os quais pela ocupação que possuem podem perfeitamente seguir carreira dentro da estrutura que se lhes apresenta; a associação da profissão à carreira está evidente; o mesmo poderia ser dito de um sacerdote que pertence a uma estrutura hierárquica possível de ser seguida enquanto carreira. Os profissionais liberais não estão necessariamente ligados a estruturas, mas suas ocupações lhes dão a possibilidade de desenvolverem em suas profissões uma carreira, enquanto que um auxiliar de escritório ou um operário de chão de fábrica não as teriam. O questionamento que surge nesse aspecto é: o administrador estaria ligado às estruturas e com possibilidades de fazer de sua profissão uma carreira ou seria ele um profissional com as condições de desenvolvimento de carreira semelhante a um profissional liberal? c) Martins (2001) apresenta a terceira pressuposição e se refere à aposentadoria de um indivíduo que possua uma “estabilidade ocupacional” exercida pelas atividades relacionadas à sua profissão durante toda uma trajetória laboral. O mundo do trabalho e suas constantes mudanças apresentara o aparecimento de novos modelos organizacionais, criaram uma relação forte, que se 58 traduz na necessidade dos profissionais estarem atentos e próximos dessas mudanças que se apresentam nesse contexto, de modo especial o administrador, profissional sujeito desse estudo. Falta método da Pesquisa realizada por Bastos (1997) descreve as características do processo de escolha dos profissionais da administração e os níveis de comprometimento com a profissão escolhida: a pesquisa apresenta em destaque alguns pontos significativos que servem de contribuição a este estudo. O primeiro ponto observado na pesquisa foi o elevado nível de comprometimento com a profissão, manifestado pelos profissionais de administração e pelos estudantes de administração. Segundo a pesquisa os administradores estão entre os mais comprometidos com a profissão considerandose os diversos segmentos ocupacionais já estudados. O nível de comprometimento é ainda maior entre os estudantes, mas isso pode ser compreendido como uma maneira de estar enaltecendo positivamente a profissão para serem consistentes na justificativa da escolha que fizeram. Já os profissionais em pleno exercício da administração, por enfrentarem os problemas diários do exercício profissional de maneira mais efetiva, diminuem um pouco a intensidade nas respostas relativas à profissão. Ainda relativo ao comprometimento, a pesquisa destaca a homogeneidade entre os diversos segmentos dos profissionais. Bastos (1997) destaca que no processo de escolha pela profissão de administrador houve determinantes intrínsecos, ligados à “vocação, isso para a maioria dos participantes do estudo”. Um dos pontos que chama a atenção é que “status e níveis de remuneração” associados ao exercício da administração tiveram pesos menores, ou seja, como aspectos extrínsecos, como salários e benefícios, não estão em primeiro lugar na hora da escolha da profissão. O aspecto que mais peso exerceu na decisão foi a condição do mercado de trabalho, pois, no entendimento dos entrevistados, existem muitas oportunidades de empregos que a profissão proporciona. Segundo Bastos (1997), houve forte associação entre o processo de escolha e o nível de comprometimento demonstrado com a profissão, como sugerido na literatura. Outros aspectos importantes a serem destacados é o significado do trabalho para o indivíduo, que tem no conjunto de valores uma esfera vital, e os níveis de comprometimento com a profissão. 59 Para um administrador desenvolver carreira seguindo o modelo tradicional visto acima é necessário observar Chanlat (1995), pois, em seus estudos o autor aponta o declínio da carreira nesse modelo e as principais causas são relacionadas aos seguintes fatores: Penetração crescente das mulheres no mercado de trabalho; Elevação dos graus de instrução; Cosmopolitação do tecido social; Afirmação dos direitos dos indivíduos; Globalização da economia, competitividade e turbulência ambiental; Necessidade de mudança nas organizações; Flexibilização do trabalho. Observando todas essas mudanças, um conceito bem mais condizente com a carreira atualmente trilhada pelas pessoas pode ser encontrado no modelo “moderno” de desenvolvimento de carreira. Diferentemente do tradicional, o modelo moderno considera sensivelmente a ocupação das mulheres nas vagas de trabalhos nas mais diferentes profissões e nos mais variados grupos sociais. Desenvolver-se na carreira com base no modelo moderno de Chanlat (1995) é um desafio, pois a carreira não possui continuidade necessariamente, ela é marcada pela progressão descontínua, justamente pelas inúmeras mudanças que ocorrem no mundo do trabalho em virtude de avanços dos modelos organizacionais e tecnológicos, portanto marcada por instabilidades. Quando ocorre progressão de carreira, tal acontecimento é diferenciado do tradicional que tinha na verticalidade o seu modelo de desenvolvimento e entendimento de progressão. Ao administrador está lançado o grande desafio: desenvolver carreira em um mundo em que a única certeza é a mudança (DRUCKER 2001). Para lograr êxito, observa-se um dos tipos de carreira que se mostra como condizente para enfrentar os desafios postos se baseia no tipo empreendedor, para além dos tipos burocrático e profissional (CHANLAT, 1995), em que a capacidade de criação e a inovação sejam constantes, que o profissional esteja aberto a mudar valores e de recriar-se percebendo que o espaço que poderá ocupar não está só nas grandes 60 empresas, mas também nas pequenas e médias, nas empresas culturais e comunitárias ou de caridade. Se o desafio é ainda maior, também as possibilidades de atuação dos administradores estão aumentadas, desta maneira a capacidade empreendedora está ligada à capacidade pessoal de iniciativa individual e isso pode ser explorado pelos profissionais, pois atitudes inovadoras são valorizadas por empresas e sociedades. Outro tipo de carreira proposto por Chanlat (1995) é o tipo “sociopolítico” que constrói sua carreira tendo por base suas habilidades sociais e de relações que capitaliza ao longo do exercício profissional, valorizando as relações de grupos, as chamadas redes sociais, inclusive relações com parentesco/ familiar. Em resumo, é um tipo de carreira que se desenvolve por meio da criação de relações, as mais diversas, se propõe a ampliar consideravelmente essa relações e as manter ativas, servido como impulsionadoras de carreiras dos profissionais, aqui aplicada ao desenvolvimento da carreira dos administradores. 2.3.4 Desenvolvimento das Âncoras de Carreira O desenvolvimento da carreira dos indivíduos pode ser medida com a soma de suas experiências e de maneira evolutiva. Essa evolução pode ser percebida pelo próprio indivíduo, o qual cria com o passar do tempo um conceito de si mesmo. Este autoconceito começa a se desenvolver ainda precocemente, de modo geral no início da vida adulta e início da vida laboral, mais precisamente na juventude, com suas primeiras atividades, muitas delas no período de educação e formação. (SCHEIN, 1997). A evolução do ser enquanto profissional é seguida por inúmeras indagações que necessitam de respostas para que continue seu desenvolvimento. Indagações como: quais minhas necessidades e objetivos na vida? O que eu quero e não quero? Que talentos eu possuo? Que valores eu considero importantes? Eu tenho competência? Quais são minhas forças e fraquezas? Profissionalmente estou na organização ou no trabalho compatível com meus valores? Eu gosto do que faço? O quanto sou orgulhoso pelo trabalho ou carreira que estou fazendo? Todas essas perguntas só terão respostas consistentes com o amadurecimento profissional e 61 este só virá com a experiência, suficiente para reconhecer seus valores, competências e talentos, elevando o conceito de si mesmo. O acúmulo de experiências na pessoa lhe concede a oportunidade de fazer escolhas; destas escolhas ela começa a definir a importância das coisas na vida. O começo da carreira é marcado pela aprendizagem sobre si mesmo e também em relação às demandas do trabalho ou atividades. O acúmulo de experiências vai clarificando as decisões a serem tomadas relativas à carreira: essas ficam cada vez mais racionais, e o conceito de si mesmo serve como um guia ou âncora que ajuda nas escolhas de carreira. O conceito de âncora de carreira, tal como é descrito por Schein (1997) “é um elemento do conceito de si mesmo que a pessoa não abandonaria, mesmo perante escolhas difíceis. A âncora da carreira é a imagem de si mesmo, e pode permanecer estável mesmo sem a oportunidade de se colocá-la em prática”. Identificar âncoras de carreira e pensar sobre como valores relacionados com escolhas de carreira. Segundo o autor, quando conhecemos nossa âncora de carreira estamos mais preparados para confrontar as decisões e escolhas de carreira de maneira mais consistente com os nossos verdadeiros valores e como nós realmente nos percebemos. 2.3.4.1 Tipos de âncoras de carreira Baseado num estudo longitudinal e nas posteriores entrevistas de história da carreira de centenas de pessoas, em vários estágios da carreira, oito categorias de âncoras de carreiras foram identificadas em pesquisa por Schein (1993) as quais passamos a observar: a) Competência técnica e funcional Pessoas que se sentem muito motivadas no exercício de seus talentos e na satisfação de saberem que são "peritos". Pode acontecer com qualquer tipo de serviço, desde o engenheiro, analista econômico até o professor. Esta âncora leva a pessoa a buscar especialização, desvalorizando assim o que é geral e 62 superficial. Embora muitas pessoas comecem a especializarem-se, apenas algumas encontram satisfação intrínseca neste fato, fazendo com que ela desenvolva esta âncora em especial. O tipo de trabalho deve estar relacionado com testar suas habilidades e competências; se isto não ocorre o trabalho logo se torna desinteressante. Sua autoestima está ligada ao exercício de seus talentos, por isto necessita tarefas em que possa exercê-lo. Este tipo de pessoa está mais ligado ao conteúdo de seu trabalho. b) Competência em administração (gerência) geral A pessoa percebe que ela realmente quer se tornar uma administradora. A gerência por si só lhe interessa, ela avalia que tem o nível de competência requerida para a função, tem ambição para subir na hierarquia da organização em que será responsável por decisões e planos mais importantes e que o seu próprio esforço será responsável pelo sucesso ou fracasso. As pessoas desta âncora reconhecem que devem ter conhecimentos em muitas áreas diferentes. Os valores e motivações estão ligados aos altos graus de responsabilidade, oportunidades e liderança e alto rendimento. Suas competências devem ser: habilidade de identificar, analisar, sintetizar e resolver problemas em condições de informação incompleta ou incerta. É comum serem chamados de “tomadores de decisão”, isto quer dizer que eles seriam capazes de identificar e colocar os problemas para que as decisões possam ser tomadas. Têm também habilidades para influenciar, supervisionar, dirigir, ajudar e controlar as pessoas em todos os níveis da organização a fim de atingir os objetivos da empresa. O tipo de trabalho que mais lhe motiva está ligado a altos graus de responsabilidade, desafio, trabalho variado e integrativo, liderança de oportunidades para contribuir para o sucesso de sua organização. c) Independência e autonomia Pessoas que percebem que não podem se sentir dependentes de outra pessoa em relação a regras, procedimentos, horário de trabalho, códigos de vestimenta, e outras normas que estão invariavelmente presentes na maioria das organizações. Estas pessoas têm necessidade de fazer as coisas “do seu jeito”, no 63 seu próprio passo e de acordo com seus padrões pessoais. Eles acham a vida na organização muito restritiva, irracional e intrusiva em sua vida privada, por isto preferem seguir a sua carreira mais independente. Geralmente escolhem profissões autônomas. O tipo de trabalho está ligado ao contrato por projetos definidos, sendo em tempo parcial, total, ou temporário. Este tipo de pessoa gosta de trabalhar com objetivos definidos, e depois de clarificados, quer ser deixada livre para trabalhar. d) Estabilidade e segurança Pessoas que organizam suas carreiras para se sentirem estáveis e seguras, permitindo assim que os futuros eventos sejam previsíveis e possam assim relaxar e prever o seu sucesso. Geralmente estão ligados a empregos do governo ou exército, pois estes garantem estabilidade. Muitas vezes são percebidos como "sem ambições" e podem ser rejeitados em culturas que valorizam a ambição. Os mais talentosos deste grupo atingem níveis maiores na hierarquia da organização. Os que têm talentos e não usam se satisfazem de encontrar um hobby onde possam realizá-los. Preferem um tipo de trabalho mais ligado ao contexto do que a natureza do trabalho propriamente dita. Preferem ser reconhecido por sua fidelidade, desempenho correto que vão lhe assegurar mais estabilidade futura. e) Criatividade empresarial Pessoas que se sentem motivadas para criar negócios próprios por meio do desenvolvimento de novos produtos e serviços, ou pela construção de novas organizações financeiras ou ainda recriando negócios já existentes e adaptandoos às suas especificidades. Não são somente os inventores e os artistas, nem pesquisadores criativos, analistas de mercado ou executivos de publicidade. Neste grupo, a criatividade surge como necessidade de criar novas organizações, produtos ou serviços que podem ser identificados como o próprio esforço do empresário que irá sobreviver por si mesmo e que terá sucesso econômico. "Fazer dinheiro" é a sua medida de sucesso. Geralmente são pessoas que têm sonhos de ter seu próprio negócio desde a infância, tendo mesmo iniciado pequenas empresas "fazedoras de dinheiro" já na adolescência. A diferença daqueles que 64 querem independência e autonomia é que os empresários são obstinados por criarem a sua própria empresa, que muitas vezes deve sacrificar a autonomia e a estabilidade antes de ter o sucesso esperado. O tipo de trabalho está ligado às necessidades de criar. Em suas próprias empresas eles continuam a criar novos produtos e serviços ou eles perderão o interesse, vendendo suas empresas e começando outra nova. O reconhecimento que esperam é estabelecerem uma grande fortuna e uma empresa considerável. f) Serviço e dedicação a uma causa Pessoas que procuram ocupações a fim de incorporarem no trabalho valores importantes para si, mais do que seus talentos ou área de competência. Suas decisões de carreira são feitas baseadas no desejo de fazer alguma coisa para melhorar o mundo de alguma maneira. As profissões de ajuda como medicina, enfermagem, serviço social, educação são tipicamente carreiras desta âncora em que predominam valores como: trabalhar com as pessoas, servir a humanidade, ajudar a nação. Geralmente o tipo de trabalho deve permitir influenciar sua organização ou o planejamento social na direção de seus valores. O dinheiro não é importante e o que buscam como recompensa é atingir posições com maior influência para poder operar com autonomia na realização de sua causa. g) Desafio puro As pessoas que pensam poder conquistar qualquer um ou qualquer coisa. Eles definem sucesso como vencer obstáculos impossíveis, resolver problemas insolúveis, vencer os oponentes mais ferrenhos. Na medida em que progridem eles procuram desafios cada vez mais difíceis. Para alguns aparece sob a forma de procurar trabalhos nos quais ele é colocado frente a problemas cada vez mais difíceis. Para outros o desafio é colocado em termos de competitividade interpessoal. Geralmente procuram trabalhos nos quais podem sentir-se sempre testados, na desmotivados. ausência deste teste constante, sentem-se aborrecidos e 65 h) Estilo de vida Pessoas que consideram a carreira menos importante e que esta deve estar integrada num estilo de vida. É principalmente voltada a encontrar uma maneira de integrar as necessidades individuais, familiares e da carreira, para isto a pessoa quer flexibilidade mais do que qualquer outra coisa. A pessoa olha mais para a atitude da empresa do que para o seu programa de trabalho propriamente dito, uma atitude que reflete respeito pela vida pessoal e familiar e que permite uma negociação genuína do contrato psicológico possível. Considera-se, portanto, que segundo a pesquisa de Schein (1993) entendese que todas as pessoas podem ser descritas em termos dessas oito âncoras de carreira. A predominante é definida como um aspecto pessoal do qual a pessoa não abriria mão, mesmo que forçado a escolher. Esta definição permite apenas uma âncora como sendo o topo da hierarquia pessoal, de uma série de valores, talentos e motivos. Se nenhuma âncora aparece claramente como predominante, pode ser porque a pessoa ainda não teve experiências suficientes que lhe permitissem determinar como fazer suas escolhas. Uma vez que as pessoas conheçam melhor suas âncoras de carreira poderão fazer melhores escolhas e planos de carreira com decisões possivelmente mais acertadas. Como hipótese pode-se sugerir que o predomínio das âncoras “b” competência em administração (gerencia) geral, pode ser indicativo de que sua escolha é decorrência da ambição de crescimento profissional, da vontade de assumir responsabilidades e cargos maiores na hierarquia das empresas; os valores motivacionais estão ligados a liderança ao desenvolvimento e habilidades administrativas e da resolução de problemas. Pode-se observar um viés de identificação também para a âncora “e” Criatividade empresarial, o indivíduo pode ser identificado como criador de novos negócios e novos empreendimentos (empresas ou produtos), tanto interna como externamente a empresa onde atua. Movidos pela ambição de “sucesso” econômico (ganhar dinheiro ou independência profissional) a busca pela autonomia é uma constante motivador dos que se apoiam nesse tipo de âncora. Portanto acredita-se que os modelos “b, e” seja mais frequente nos indivíduos que escolheram a administração como profissão e carreira. 66 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia é um processo que busca definir os caminhos para se alcançar determinados resultados, dessa forma, é de suma importância principalmente na elaboração de trabalhos de pesquisa. A metodologia é entendida como o caminho do pensamento embasado em abordagens reais (LAKATOS e MARCONI, 2007). Trata-se de estipular previamente meios, métodos, porém com base em práticas. Matias Pereira (2007, p. 25) define a metodologia como “o estudo dos métodos. A sua finalidade é ajudar o pesquisador a compreender em termos mais amplos possíveis o processo de investigação científica.” A metodologia é muito mais do que simples teoria, ela auxilia o pesquisador a colocar em prática seus objetivos. O trabalho de pesquisa foi desenvolvido em duas etapas, primeiramente por meio da pesquisa bibliográfica e depois com pesquisa de campo. Em busca do alcance do objetivo geral e da resposta do problema de pesquisa, o presente estudo apresenta inicialmente uma contextualização, “Estado da arte”, baseado em artigos, revistas, e periódicos publicados em instituições educacionais e órgãos especializados, que serviram de suporte para o entendimento dos estudos já realizados anteriormente relativos ao tema, auxiliando nos resultados obtidos por essa pesquisa. Lakatos e Marconi (2007, p. 71) expõem que a finalidade da pesquisa bibliográfica é “colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”. A partir deste processo é possível entender previamente sobre os assuntos abordados e assim facilitar a execução da etapa seguinte. 3.1 CLASSIFICAÇAO DA PESQUISA Para o desenvolvimento da pesquisa aqui apresentada foi necessário definir o método a ser utilizado para a aplicação da pesquisa que o projeto se propôs a investigar, por conseguinte, os procedimentos metodológicos. 67 3.1.1 Abordagem do Problema Quanto à abordagem do problema dessa pesquisa, classifica-se como uma abordagem Quantitativa, pois foram investigados fatores e dados para uma análise quantitativa, possibilitando assim medir numericamente os dados resultantes da investigação. A abordagem quantitativa caracteriza-se pela aplicação da quantificação na coleta das informações, bem como no tratamento delas por meio estatísticos, desde as mais simples como: média, percentual, desvio padrão, até as mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão, é indicada também quando o estudo procura medir relações entre as variáveis causa efeito permitindo boa interpretação dos resultados (ROESCH 2005, p.132). 3.1.2 Objetivo da pesquisa Definiu-se o objetivo da Pesquisa como Descritiva, entendendo que ao investigar o tema proposto teve como consequência a descrição dos resultados obtidos. Para Collis; Hussey, (2005 p 24), a pesquisa descritiva descreve o comportamento dos fenômenos. É usada para identificar e obter informações sobre as características de um determinado problema ou questão, desta maneira esperase conseguir as informações necessárias para o problema dessa pesquisa, definido como: qual a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina, com suas expectativas de carreira? 3.1.3 Estratégia de pesquisa A Estratégia de pesquisa que classifica este estudo pode ser entendida como sendo de Levantamento ou Survey. Segundo Gil (1994, p 70) 68 É uma metodologia positivista e “se caracteriza pela interrogação direta da pessoa cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa obter as conclusões correspondentes aos dados coletados Para Collins e Hussey (2005), o Survey, é a estratégia utilizada quando se deseja descobrir atitudes e opiniões sobre determinadas questões, podendo ser aplicada por meio de entrevistas e questionários. ao empregar o método Survey, a obtenção das informações baseia-se no questionamento dos participantes, relativas a variáveis como o seu comportamento, intenções, atitudes, percepção, motivações e características demográficas e de estilo de vida. Ou seja, o método Survey é constituído mediante um questionário estruturado, aplicado a uma amostra de uma população e destinado a provocar informações específicas dos entrevistados. Gil (1994) defende a utilização de questionário, afirmando ser o mais adequado quando se trata do uso do método Survey, definindo-o como uma técnica de investigação, composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas, por escrito, às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc. Portanto esta estratégia foi utilizada para obter as informações diretamente junto aos egressos do curso de administração da Unoesc Campus Xanxerê, no período de 2001 a 2008. As informações foram registradas e tabuladas de maneira a proceder à análise quantitativa das respostas ao problema. A abordagem foi direta, como prevê o método e aplicada ao um número de pessoas que valide a esta pesquisa e gere a credibilidade nas análises e nos resultados. 3.1.4 Horizonte do tempo A pesquisa investigou os egressos do curso de administração da Unoesc Campus de Xanxerê a partir do ano de 2001 até o ano de 2008, caracterizando um 69 corte Transversal no Horizonte do tempo, pois a pesquisa não foi realizada no decorrer da trajetória dos egressos; de fato, as informações foram todas coletadas no período determinado entre os meses de maio e junho de 2012. Collis; Hussey, (2005, p. 66) afirmam que esta é uma metodologia projetada para obter informações variáveis em diferentes contextos, contudo, simultaneamente. A pesquisa é realizada quando há limites de tempo ou de recursos e os dados são coletados apenas uma vez em curto período de tempo, antes de serem analisados e relatados. É, segundo os autores, uma instantânea de uma situação em andamento. Os participantes selecionados se formaram entre os anos de 2001 e 2008 porque os primeiros egressos em administração da IES estudada foram formados somente no ano de 2001. O limite de 2008 segue o princípio que os investigados tivessem no mínimo três anos de atuação no mercado após terem concluído o curso. Pois não há como analisar a trajetória de carreira e compará-las a suas expectativas sem que tenha havido uma caminhada mínima. Acredita-se que as informações resultantes para efeito de análise de desenvolvimento de carreira e expectativas dos egressos puderam ser mais coerentes e consistentes ao estudo proposto. 3.2 ETAPAS DA PESQUISA As etapas da pesquisa permitiram descrever os passos seguidos para que a pesquisa tivesse uma ordem lógica de execução. O planejamento dessas etapas facilitou sua aplicação, desde a formulação dos pressupostos teóricos para assim construir e aplicar o instrumento de coleta de dados (questionário) com questões estruturadas, abertas e fechadas; o instrumento encontra-se em apêndice em sua versão final. Para a elaboração da versão final realizou-se um pré-teste utilizando o auxílio de professores ex- alunos do curso de administração e os endereços fornecidos pela secretaria acadêmica da Unoesc. Os resultados do pré-teste serviram para fazer os ajustes necessários para uma eficácia maior em seu entendimento. Após a aplicação, os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas de Excel, donde geraram gráficos e tabelas com o objetivo de fornecer 70 informações para posterior análise e interpretação. Em busca de repostas ao problema de pesquisa. 3.2.1 População e amostra Conhecer e depois definir a população a ser investigada na metodologia torna-se fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, pois a aplicação da metodologia e dos instrumentos depende desse conhecimento. Segundo Gil (1994) “população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. Lakatos e Marconi (2005, p. 225) conceituam universos ou população, como o conjunto de seres inanimados ou animados que apresentam pelo menos uma característica em comum. A delimitação do universo consiste em explicar que pessoas ou coisas, fenômenos, etc. serão pesquisados, enumerando suas características comuns a exemplo de sexo, faixa etária, organização pertencente, comunidade, etc. A coleta de dados nas ciências sociais abrange um universo de elementos que se torna difícil e por vezes impossível considerarem a sua totalidade. Para fins de coleta de dados é muito frequente extrair uma amostra da população. Para Lakatos e Marconi (2005, p. 225), “o conceito de amostra é ser uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.” Amostra de uma pesquisa acontece quando não estão envolvidos todos os elementos do universo, surge assim a necessidade de extrair apenas uma parte dessa população, como forma de amostragem. É importante que a seleção de uma pequena parte da população seja representativa para que a pesquisa tenha validade e represente o mais próximo possível da população total. Os autores mostram que há duas grandes divisões da amostra que podem ser consideradas “probabilísticas ou não probabilísticas”. A probabilística baseia-se na escolha aleatória dos pesquisados dando a oportunidade de cada membro da seleção ter a mesma probabilidade de ser escolhido. Esta forma de tratamento estatístico permite compensar erros amostrais que possam ser significativos da amostra. A segunda maneira de amostra é a não probabilista, qual não faz uso de forma aleatória de seleção e não permite certos tratamentos estatísticos, 71 diminuindo assim as possibilidades de análises dos resultados da amostra. A amostragem não probabilística pode ser: Intencional, por júris, por tipicidade ou por quotas. Uma vez descrito e entendido os conceitos de população e amostra se definiu que a pesquisa a ser desenvolvida teria como população estudada os egressos do curso de administração da Unoesc Campus de Xanxerê, (Instituição de ensino superior da região Oeste de Santa Catarina). Optou-se como amostra pelos egressos dos anos de 2001 a 2008, de ambos os sexos na sua totalidade, que são exatamente 340 egressos em oito anos de atividades do curso nesse campus. Pode-se definir essa amostra como não probabilística e intencional, justificada a intencionalidade em virtude da trajetória de carreira mínima de três anos, definido como necessário para análise dos resultados. 3.2.1.1 Caracterização do curso de Administração da Unoesc Xanxerê. O curso de administração da Unoesc –1 Campus de Xanxerê caracteriza-se como um curso noturno e recebe alunos basicamente oriundos da microrregião da AMAI. As atividades em administração desse Campus tiveram início no ano de 1997 e formou a primeira turma no ano 2001. Em 10 anos de funcionamento o curso superior de administração formou de cerca de 530 graduados, no período de 2001 a 2011 de atividades do curso. O período definido para estudos foi de 2001 a 2008, período em que a instituição formou 340 administradores. Desde que a IES iniciou as atividades do curso de administração houve diversas mudanças em seu projeto Pedagógico, notadamente a matriz curricular alterou o tempo de conclusão do curso varias vezes. As primeiras turmas que encerraram suas atividades demoraram cinco anos, isso no início das atividades do curso, foram três turmas com esse período de tempo, em seguida houve necessidade de mudanças em seu projeto pedagógico e a IES promoveu entrada de uma turma com duração de tempo de 4,5 anos, porém uma nova modificação no projeto visando atender o mercado e AMAI – Associação dos municípios do Alto Irani, composta por 14 municípios de pequeno porte, tendo como sede da microrregião Xanxerê cidade com aproximadamente quarenta mil habitantes. 72 combater a concorrência, por vezes mercantil, reduziu para quatro anos o tempo de duração do curso no ano de 2005 em diante, permanecendo assim até o ano de 2011, ano de reestruturação na IES a qual instituiu a qualidade do curso como prioridade, retornando a oferecer curso com duração de cinco anos e um projeto pedagógico institucionalizado, uma vez que anteriormente, os cinco Campi da IES 2 tinham autonomia de formatação dos projetos pedagógicos dos cursos. 3.2.2 Instrumentos de coleta dos dados A amostra uma vez definida foi investigada com a aplicação de Questionário, aos egressos nos endereços fornecidos pela própria instituição de ensino. Segundo Lakatos (2001, p. 201) “questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. O questionário que foi utilizado para obtenção das informações, constou questões abertas e fechadas, os quais abordaram assuntos relativos ao perfil dos egressos, trajetória de carreira percorrida por estes, bem como as expectativas de carreira. O respectivo questionário encontra-se em apêndice. Os instrumentos foram enviados por meio eletrônico (e-mail) aos endereços fornecidos pela secretaria acadêmica do campus para 140 egressos, deste total retornaram 104, esse meio foi utilizado principalmente com os egressos que residem em cidades distantes ou em outros estados. O método preferencial adotado foi à aplicação dos questionários pessoalmente nas mãos dos respondentes em seus locais de trabalho, e em suas residências, e acompanhamento de seu preenchimento a fim de esclarecer possíveis dúvidas surgidas; esta prática atingiu 120 investigados totalizando 224 investigados, que correspondeu a 65,9% de todos os formados no período estipulado. Para os instrumentos enviados via eletrônica foram realizadas diversas ligações telefônicas para as pessoas que não haviam respondido no prazo estipulado de 10 dias. Os contatos telefônicos objetivaram o esclarecer a importância da pesquisa para o 2 A Unoesc possui Campi nas cidades de: Joaçaba, Videira, Xanxerê, São Miguel D’Oeste e campi aproximado de Chapecó. 73 desenvolvimento do trabalho, no mesmo instante em que demonstrou a seriedade da pesquisa, além de conceder credibilidade ao processo. 3.2.3 Pré-teste do instrumento A fim de identificar e eliminar problemas potenciais de compreensão do instrumento quanto à clareza das perguntas, estruturação e dificuldade de preenchimento, foi aplicado um pré-teste. De acordo com Malhotra (2001), o préteste é um procedimento que deve ser conduzido com uma pequena amostra de pesquisados. Tem como objetivo identificar e eliminar problemas potenciais, além de verificar como o instrumento se comporta em uma situação real de coleta de dados, evidenciando as possíveis falhas existentes, tais como, inconsistência ou complexidade das questões, ambiguidade ou linguagem inacessível, perguntas supérfluas ou que causem embaraço ao informante. Aplicou-se o instrumento (questionário) inicialmente, a um grupo de quatro professores do curso de administração, escolhidos por conveniência o que permitiu colher sugestões para a reelaboração ou eliminação de algumas questões. Após passar por esse processo, o instrumento foi reavaliado e aplicado a um grupo de cinco ex-alunos do curso de Administração cujos nomes não faziam parte do grupo a ser investigado, as respostas destes, foram excluídas da amostra definitiva. Nenhuma dificuldade de compreensão foi detectada nesta etapa final do pré-teste do instrumento de levantamento dos dados, somente comentários referentes à grande quantidade de questões. 3.2.4 Métodos de análise dos dados Na medida em que os questionários eram recolhidos foram incluídos em planilhas eletrônicas de Excel, para facilitar as análises estatísticas. A tabulação dos dados e das informações obtidas na pesquisa permitiu definir as características dos egressos por meio de um perfil e uma análise da trajetória de carreira dos entrevistados, comparando o estado em que se encontram no momento no 74 mercado de trabalho e onde estavam quando frequentaram o curso de administração, além de investigar suas expectativas de carreira. Por meio de filtragem dos dados e o cruzamentos deles, foi possível retirar do estudo diversas conclusões e atender aos objetivos traçados. As informações da pesquisa também receberam tratamento por análise de conteúdo, ou seja, as informações resultantes da pesquisa foram comparadas ao conteúdo fundamentado nesse estudo, e a prática efetiva que se observa nas empresas ou no exercício da profissão dos administradores. 75 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo, apresentam-se os resultados da pesquisa por meio da descrição de tabelas, quadros, gráficos e figuras, obtidos por meio de tabulação dos dados e cruzamentos estatísticos. A apresentação dos dados segue a ordem de apresentação do instrumento de pesquisa (questionário), formulado em cinco blocos na seguinte ordem: primeiramente apresentamos uma caracterização geral dos administradores investigados e seguindo a ordem dos blocos: I) perfil socioeconômico, II) Trajetória educacional formação acadêmica, III) Trajetória profissional, IV) Percepção sobre o curso de administração da IES, relativo a carreira profissional, V) Perspectivas e oportunidades relacionadas ao futuro profissional. 4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS Este capítulo tem o objetivo de apresentar de maneira geral as características dos egressos do curso de administração de uma instituição de ensino superior do Oeste de Santa Catarina. A apresentação está dividida em dois momentos distintos, porém complementares: no primeiro consta o perfil socioeconômico profissional dos administradores, o segundo momento apresenta a trajetória educacional e formação acadêmica. Os dados são apresentados de maneira estatística com uso de tabelas e gráficos demonstrativos, e segue a cada um destes uma análise para melhor compreensão e entendimento. 4.1.1 Perfil Socioeconômico dos administradores Preliminarmente, destinamos a apresentação do perfil socioeconômico dos administradores egressos para compreensão da atuação dos administradores investigados de maneira objetiva e direta. Para melhor entendimento, 76 apresentamos informações tabuladas em percentuais, considerando os anos de 2001 a 2008, definidos na população, e que tratam dos seguintes aspectos: tempo para concluir a graduação, gênero, idade, estado civil, salário recebido individualmente, renda familiar, número de dependentes e número de empregos atuais. É o que segue. Tabela 1- Ano de formatura e tempo utilizado para concluir a graduação (em %) Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total 4 ANOS 4,5 ANOS 5 ANOS 5,5 ANOS 6 ANOS Total % 3,2 6,2 3,9 2,1 10,6 5,8 4,8 12,0 48,6 0,6 1,2 0,7 0,4 2,0 1,1 0,9 2,3 9,2 2,2 4,3 2,7 1,4 7,3 3,9 3,4 8,3 33,5 0,3 0,5 0,3 0,2 0,9 0,5 0,4 1,0 4,1 0,3 0,6 0,4 0,2 1,0 0,5 0,5 1,1 4,6 6,6 12,8 8,1 4,3 21,8 11,8 10,0 24,6 100,0 Fonte: O autor – Questões 1.1 e 1.2 Esta análise levou em consideração primeiramente que o estudo realizado abrangeu os anos de 2001 a 2008, portanto um período de oito anos em que a Universidade pesquisada graduou profissionais no curso de administração, com o título de bacharéis. Entenda-se que 2001 tratam-se da primeira turma graduada no Campus, servindo assim como base inicial da pesquisa, que se estendeu até 2008, limite da nossa investigação, conforme definido na metodologia. Nestes oito anos de formaturas ocorridas em administração, muitas foram as mudanças nos projetos pedagógicos do curso e uma das mudanças visivelmente percebidas foi de que as pessoas ao se graduarem em determinados anos citados acima, tempo determinado pelo corte de pesquisa, não necessariamente levou o mesmo tempo para concluir o curso em relação aos seus colegas. Desta forma a Tabela 1 que contém os cruzamentos das questões 1.1 e 1.2, que leva em consideração ano de formatura e também o tempo levado para conclusão, indica que as variáveis respondidas pelos pesquisados variam de quatro anos a seis anos para a conclusão, com intervalos de 4,5, 5,0 e 5,5 anos. Destacamos que a predominância de tempo para a conclusão ficou para os que concluíram o curso em quatro anos, com 48,6% dos respondentes e em segundo 77 lugar aparece os que levaram cinco anos para conclusão com 33,5%. Estes números são de fácil entendimento se consideramos que os projetos dos cursos foram oferecidos com esses prazos para conclusão na grande maioria das vezes. Em terceiro lugar aparece um grupo de egressos que responderam ter concluído o curso em quatro anos e meio, esse resultado deve-se ao fato de a universidade ter oferecido em determinado momento uma entrada com essa proposta de prazo de conclusão, e ainda pode ter agregado remanescentes de outras turmas que não concluíram no prazo de quatro anos, e ainda alunos vindos transferidos de outras instituições e de outros cursos. Na pesquisa destaque para a participação dos egressos do ano de 2008, os quais representam 24,6% dos pesquisados, seguido pelos egressos do ano de 2005, que representam 21,8%. Com menor participação, mas de maneira considerável, salienta-se a participação dos egressos do ano de 2002 com 12,8%, seguidos 2006 com 11,8% e 10% do ano de 2007. Tabela 2 - Gênero Ano M F % 2001 3,6 3,1 6,6 2002 6,9 5,9 12,8 2003 4,4 3,7 8,1 2004 2,2 2,0 4,3 2005 11,8 10,0 21,8 2006 6,4 5,4 11,8 2007 5,4 4,6 10,0 2008 13,3 11,3 24,6 54,0 46,0 100,0 Total Fonte: O autor - Questão 1.4 Quanto ao gênero dos pesquisados, representados pela questão 1.4 do questionário, percebemos uma margem de 8% para mais de pessoas do sexo masculino que concluíram a graduação e participaram da pesquisa, sendo 54% de homens e 46% de mulheres a participar do estudo. De acordo com a secretaria acadêmica da IES esses percentuais de egressos respondentes, se comparados aos percentuais de pessoas por gênero que concluíram o curso, também se equivalem, ou seja, o percentual de profissionais graduados pela instituição até 78 2008 são de 54% de homens e 46% de mulheres. A amostra acima deixa claro que em todos os anos, desde 2001 até 2008 sempre houve mais pessoas do gênero masculino graduando-se com uma pequena margem percentual sobre o gênero feminino. Estes números são importantes para análise das carreiras dos administradores, relativos aos cargos que ocupam e os salários que percebem no exercício da profissão. Tabela 3 – Idade Ano Até 30 Entre 31 e Anos 35 anos 2001 2,3 1,8 2002 4,5 3,5 2003 3,0 2,2 2004 1,3 1,2 2005 8,0 5,6 2006 4,2 3,2 2007 3,7 2,7 2008 9,2 6,7 Total 36,2 26,9 Fonte: O autor - Questão 1.5 Entre 36 e Entre 41 e 40 anos 45 anos 0,8 0,7 1,6 1,3 1,0 0,8 0,5 2,3 2,7 2,3 1,2 1,2 1,2 1,0 3,0 2,6 12,0 12,2 Entre 46 e 50 anos 0,5 0,9 0,6 0,3 1,5 0,8 0,7 1,8 7,1 Mais de 50 anos 0,4 0,7 0,5 0,2 1,2 0,7 0,6 1,4 5,7 % 6,3 12,5 8,1 5,9 21,3 11,3 10,0 24,6 100,0 Ao analisar as idades dos administradores, percebe-se que estamos tratando de profissionais jovens, pois 36.2%, ou seja, mais de um terço deles possuem idade até 30 anos, e 27% possui até 35 anos, e que se somadas representam 64%, representando um grande número de profissionais administradores jovens, demonstrando que a entrada na Universidade aconteceu em idade relativamente baixa se considerado o tempo de estudos levado para a conclusão do curso, mais o tempo que já está fora dos bancos escolares, pois a última turma investigada foi no ano de 2008. Pouco mais de 31% tem idade entre 40 e 50 anos e somente 5,7% tem idade acima dos 50 anos. Destacamos que, para efeito de análise de desenvolvimento de carreiras, dois terços dos administradores estão em pleno desenvolvimento de suas carreiras se considerado suas idades e o tempo de vida profissional que ainda têm para trilhar em anos a serem trabalhados. 79 Tabela 4 - Estado civil Ano Solteiro Casado Viúvo Divorciado Separado Outro % 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total 1,8 3,6 2,2 1,2 6,1 3,3 2,8 6,9 27,8 4,1 7,9 5,0 2,6 13,5 7,3 6,2 15,3 61,9 0,06 0,11 0,07 0,04 0,20 0,11 0,09 0,22 0,90 0,09 0,17 0,11 0,06 0,29 0,16 0,13 0,33 1,35 0,1 0,3 0,2 0,1 0,5 0,3 0,2 0,6 2,2 0,4 0,7 0,5 0,2 1,3 0,7 0,6 1,4 5,8 6,6 12,8 8,1 4,3 21,8 11,8 10,0 24,6 100,0 Fonte: O autor - Questão 1.6. Um dos fatores investigados junto aos profissionais administradores perguntava sobre o estado civil, e os dados obtidos foram de que 61,9% são casados, 27,8% deles estão na condição de solteiros, e pouco mais de 10% estão em outra condição, que não são nem casados nem solteiros, conforme tabela que se refere a questão 1.6. Com relação a esse fator pode haver influências. Tabela 5 - Número de dependentes Ano Nenhum Um Dois Três Quatro 2001 2,9 2,0 2002 5,5 3,9 2003 3,5 2,4 2004 1,8 1,3 2005 9,4 6,6 2006 5,1 3,6 2007 4,3 3,0 2008 10,7 7,5 Total 43,0 30,0 Fonte: O autor - Questão 1.7. 1,3 2,5 1,6 0,8 4,3 2,3 2,0 4,8 20,0 0,3 0,6 0,4 0,2 1,0 0,5 0,4 1,1 4,0 0,15 0,29 0,18 0,10 0,49 0,26 0,22 0,55 2,23 Mais de cinco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 % 6,6 12,8 8,1 4,3 21,8 11,8 10,0 24,6 100,0 Quando investigados com relação ao número de dependentes, percebe-se que 43% dos investigados não possuem dependentes, mesmo que 61% declaramse casados. Levando-se em consideração o fator idade, fica compreensível, se bem observado que 37% possuem idade até 30 anos. Dos que possuem um só dependente esse número não é desprezível, pois 30% declararam ter um dependente e 20% dois dependentes. Que possuem três e ou quatro dependentes, são somente 6,23%, a opção de cinco dependentes não foi apontada por nenhum 80 entrevistado. Entretanto 57% possuem dependentes, sendo que 50% possuem 1 ou 2 dependentes, ou seja, precisam ganhar dinheiro. Tabela 6 - Renda individual Ano Até 5 6 a 10 Salários Salários 2001 4,18 1,76 2002 8,06 3,39 2003 5,08 2,13 2004 2,69 1,13 2005 13,74 5,77 2006 7,47 3,14 2007 6,27 2,64 2008 15,53 6,53 Total 63,01 26,48 Fonte: O autor - Questão 1.8. 11 a 15 Salários 0,36 0,70 0,44 0,23 1,19 0,65 0,55 1,35 5,48 16 a 20 Salários 0,15 0,29 0,18 0,10 0,50 0,27 0,23 0,56 2,28 21 a 25 Salários 0,09 0,18 0,11 0,06 0,30 0,16 0,14 0,34 1,37 Mais 25 Salários 0,09 0,18 0,11 0,06 0,30 0,16 0,14 0,34 1,37 % 6,64 12,8 8,06 4,27 21,8 11,85 9,95 24,6 100 A análise da renda individual aponta para um resultado que chama a atenção pela grande expressão dos administradores que recebem até cinco salários mínimos, ou seja, 63,01% dos entrevistados declararam que estão numa faixa de renda que varia entre R$ 622,00 a R$ 3.110,00 (seiscentos e vinte e dois reais a três mil cento e dez reais), levando em consideração o salário vigente no país de R$ 622,00 (seiscentos e vinte e dois reais). Outra parcela dos entrevistados, ou seja, 26,48% declararam perceberem entre 6 e 10 salários, ou seja valores que variam entre R$ 3.732,00 a R$ 6220,00 (três mil setecentos e trinta e dois reais a seis mil duzentos e vinte e dois reais). Uma parcela de 5,48% de administradores graduados participantes declarou possuir uma renda um pouco acima da grande maioria e recebem renda entre 11 a 15 salários, cerca de R$ 6.842,00 a R$ 9.330,00 (Seis mil oitocentos e quarenta e dois reais a nove mil trezentos e trinta e três reais). Outra parcela declarou ganhar entre 16 a 20 salários o que representa em reais cerca de R$ 9.952,00 a R$ 12.440,00, (nove mil e novecentos e cinquenta e dois reais a doze mil quatrocentos e quarenta reais) esses dados são referentes a 2,28% dos administradores entrevistados. Somente 1,37% declarou ganhar acima de 21 salários, chegando a 25 salários, ou seja, recebem entre R$ 13.062,00 a R$ 15.550,00 mensais (treze mil e sessenta e dois reais a quinze mil quinhentos e cinquenta reais), outro percentual também de 1,37% declararam possuir renda acima de 25 salários, administradores 81 entrevistados que possuem receitas acima de R$ 15.550,00 (quinze mil quinhentos e cinquenta reais); esses valores declarados pelos entrevistados são uma representação amostral dos administradores graduados na instituição de ensino pesquisada, esses valores serão comparados aos administrados pesquisados pelo CRA, dando uma noção se esses números estão equiparados à pesquisa nacional. Tabela 7 - Renda familiar Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total Até 5 Salários 2,17 4,19 2,64 1,40 7,13 3,88 3,26 8,07 32,73 6 a 10 Salários 2,56 4,94 3,11 1,65 8,42 4,58 3,85 9,52 38,64 11 a 15 Salários 1,03 1,98 1,25 0,66 3,37 1,83 1,54 3,81 15,45 16 a 20 Salários 0,48 0,93 0,59 0,31 1,59 0,86 0,72 1,79 7,27 21 a 25 Salários 0,09 0,17 0,11 0,06 0,30 0,16 0,14 0,34 1,37 Mais 25 Salários 0,30 0,58 0,37 0,19 0,99 0,54 0,45 1,12 4,55 % 6,64 12,80 8,06 4,27 21,80 11,85 9,95 24,64 100,0 Fonte: O autor - Questão 1.8. Ao comparar as rendas individuais dos administradores pesquisados e as rendas familiares, percebe-se mudança significativa na tabela em quase todas as categorias de renda, destaque mais significativo para a primeira coluna daqueles que declaram ganhar até cinco salários, caindo de 63% para 32,73%, deixando claro que o cônjuge ou alguém mais da família ajuda na renda familiar. Portanto mais de 30% dos entrevistados declararam receber ajuda familiar considerável. O que se percebe é aumento da faixa de 6 a 10 salários que passa dos 26,48% para 38,64%, aumento de mais de 12%, significativo também é a faixa de 11 a 15 salários que com a soma da renda familiar passa de 5,48% para 15,45% quando somadas à renda individual. A faixa de 16 a 20 salários salta de 2,28% para 7,27% aumento significativo de mais de 5%. Somente a faixa de renda de 21 a 25 mantém-se inalterada com seus 1,37%, tanto na individual quanto da renda familiar. Já a faixa que pede a renda acima dos 25 salários é alterada de 1,37% para 4,55%, um significativo aumento da renda familiar. 82 Tabela 8 - Número de empregos/trabalhos atuais. Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total Um 5,34 10,30 6,48 3,43 17,54 9,53 8,01 19,83 80,47 Dois 1,08 2,08 1,31 0,69 3,55 1,93 1,62 4,01 16,28 Fonte: O autor - Questão Três 0,15 0,30 0,19 0,10 0,51 0,28 0,23 0,57 2,33 Quatro 0,06 0,12 0,07 0,04 0,20 0,11 0,09 0,23 0,93 % 6,64 12,80 8,06 4,27 21,80 11,85 9,95 24,64 100,0 1.11. Quando perguntados quantos empregos ou trabalhos possuíam, os administradores entrevistados declararam em sua grande maioria (80,47%) possuir somente um emprego ou trabalho. Mas há uma parcela de 16,28% dos entrevistados que possuem dois empregos ou trabalhos. Em menor número somente 2,33% responderam ter três empregos ou trabalhos e 0,93% declararam ter quatro empregos ou trabalhos. Pode-se observar que o que chama atenção não é os 80,47% de entrevistados que possuem um emprego apenas, mas os quase 20% que possuem dois, três ou quatro empregos, demonstrando a atuação do administrador em mais de uma atividade e que pode vir a ser “um diferencial de sucesso profissional” ou uma situação de trabalho precário em suas carreiras. Salienta-se que dos respondentes apenas uma pessoa declarou não estar trabalhando por opção. É possível que haja mais egressos desempregados e que não responderam a pesquisa possivelmente entre aqueles cujos instrumentos não foram devolvidos por e-mail. Salienta-se que 17,86% dos investigados empreenderam seu próprio negócio, abriram empresas nos mais diversos ramos e setores da economia. Esses dados são informações importantes para essa pesquisa, uma vez que retrata como está se desenvolvendo a carreira dos egressos, uma vez que a busca pelo curso tem 26,9%, de pessoas interessadas na possibilidades que a formação pode lhes dar para empreenderem na abertura de empresas e negócios próprios após a graduação. 83 4.1.2 Trajetória educacional e formação acadêmica Apresentamos neste segundo momento do capítulo uma apresentação e análise da trajetória educacional, a qual visa identificar a origem escolar dos administradores investigados, se são oriundos de escolas públicas ou particulares, bem como questões relativas à formação acadêmica, como as influências de escolha e comportamento no período de formação e as percepções sobre o curso, segundo os próprios graduados. Tabela. 9 - Escolas que estudou no ensino fundamental e médio Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total Escola Pública 4,6 8,9 5,6 3,0 15,2 8,3 6,9 17,2 69,8 Escola Privada 0,5 1,0 0,7 0,3 1,8 1,0 0,8 2,0 8,1 Pública e Privada 1,5 2,8 1,8 0,9 4,8 2,6 2,2 5,4 22,1 % 6,6 12,8 8,1 4,3 21,8 11,8 10,0 24,6 100,00 Fonte: O autor - Questão 2.1. Ao analisar em que modalidade de escola estudou os entrevistados percebese uma significativa margem de administradores que durante seus estudos fundamentais e ensino médio estudaram em escolas públicas e são representados por 69,8%. Uma pequena parcela teve o privilégio de estudar em escolas particulares 8,1%, e 22,1% dos entrevistados declararam ter estudado em escolas3 tanto públicas quanto privadas. Pode-se atribuir esse fato ao baixo número de escolas particulares na região, uma vez que os alunos entrantes da instituição residiam em pequenas cidades da microrregião, em que das 14 cidades que formam a microrregião, somente duas delas possuem escolas privadas de ensino fundamental e médio. 3 A região da AMAI possui 14 cidades e somente em duas possui escolas particulares de ensino médio. 03 na cidade de Xanxerê e 01 na cidade de Xaxim. 84 Tabela 10 - Fatores que mais influenciaram na escolha do curso de adm. Ano A B C D E F G H I J L M % 2001 0,53 1,8 0,82 0,03 0,09 0 0,53 0,35 1,05 1,02 0,23 0,2 6,6 2002 1,01 3,4 1,58 0,06 0,17 0 1,01 0,68 2,03 1,97 0,45 0,4 12,8 2003 0,64 2,2 0,99 0,04 0,11 0 0,64 0,43 1,28 1,24 0,28 0,2 8,1 2004 0,34 1,1 0,53 0,02 0,06 0 0,34 0,23 0,68 0,66 0,15 0,1 4,3 2005 1,73 5,9 2,69 0,10 0,29 0 1,73 1,15 3,46 3,36 0,77 0,7 21,8 2006 0,94 3,2 1,46 0,05 0,16 0 0,94 0,63 1,88 1,83 0,42 0,4 11,8 2007 0,79 2,7 1,23 0,04 0,13 0 0,79 0,53 1,58 1,53 0,35 0,3 10,0 2008 1,95 6,6 3,04 0,11 0,33 0 1,95 1,30 3,91 3,80 0,87 0,8 24,6 TOTAL 7,93 26,9 12,33 0,44 1,32 0,0 7,93 5,29 15,86 15,42 3,52 3,08 100,0 Fonte: O autor - Questão 2.2 Legenda de fatores de influencia na escolha do curso: A. Vocação/aptidão; B. Natureza do seu projeto profissional (abrir empresa, ampliar negócio, carreira); C. Existência de amplo mercado de trabalho; D. Retorno financeiro; E. Importância da profissão para a sociedade; F. Status da profissão; G. Facilidade de ingresso no curso; H. Valor da mensalidade; I. Possibilidade de trabalhar no negócio da família; J. Formação generalista/Diversidade das alternativas de especialização; L. Influência/expectativas da família; M. Outro. Quando perguntados sobre os fatores que mais influenciaram os entrevistados na escolha do curso de administração as respostas são diversas, assim como a quantidade de alterativas, porém destaca-se a alternativa “B” natureza de seu projeto profissional, ou seja, abrir ou ampliar sua própria empresa, com 26,9% dos respondentes optando por essa; isso reafirma a ideia das intenções empreendedoras por parte daqueles que procuraram fazer administração. O resultado demonstrado na Tabela 10 deixa clara a âncora profissional determinante nas decisões dos investigados que possuem sua identificação na âncora “e” Criatividade empresarial, Schein (1993). Outro grupo também significativo 15,86% optaram pela alternativa “I” possibilidades de trabalhar nos negócios da família isso também é compreensível uma vez que a região onde está inserido o curso é grande o número de empresas familiares, sendo assim uma forte tendência dos egressos atuarem nos negócios já 85 existentes e de cunho familiar, identificando-os a âncora “b” Competência em administração (gerencial) geral Schein (1993). A terceira opção mais indicada e praticamente empatada em pontuação com a segunda foi a opção “J” formação generalista/diversidade das alternativas e especialização, com 15,42%, também se identificando com a âncora de carreira “b” Schein (1993), Pode-se entender que o curso é atrativo pelo que oferece em termos de diversidade de estudos e possibilidades de atuação especializadas após a formação. Com menor percentual, mas que também merece atenção é a alternativa escolhida “c” existência de amplo mercado de atuação, com 12,33%, esse resultado demonstra que existe uma percepção das perspectivas oferecidas pelo curso e possibilidades de atuação profissional em virtude do próprio mercado ao contratar administradores. Ressaltase a opção de “A” 7,93% dos entrevistados declarando que escolheram o curso de administração por vocação, pode-se esse analisar que esse grupo de egressos se apoia em duas âncoras de Schein (1993) como a “b” Competência em administração (gerencial) geral. e um viés na âncora “c” Independência e Autonomia. O mesmo percentual 7,93% de declarantes que optaram pela facilidade de ingresso no curso podem ser classificados como apoiados na âncora “d”, os quais buscam estabilidade e segurança, Schein (1997). Tabela 11- Desempenho enquanto graduando, comparação com colegas. Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Acima da média 1,1 2,1 1,3 0,7 3,6 2,0 1,7 4,1 16,67 Fonte: dados primários - Questão 2.3 Na média 5,5 10,6 6,7 3,5 18,1 9,8 8,2 20,4 82,88 Abaixo da média 0,03 0,06 0,04 0,02 0,10 0,05 0,04 0,11 0,45 % 6,6 12,8 8,1 4,3 21,8 11,8 10,0 24,6 100,00 86 Solicitados a fazerem uma autoanálise e responderem em uma comparação em relação aos seus colegas de graduação durante o curso, se eles se consideravam que estiveram acima, abaixo ou na média em termos de desempenho, as respostas foram que 82,88% se declaram estar na média. Já 16,67% declararam estar acima da média e somente 0,45% declararam estar abaixo da media de seus colegas. Para entender melhor a trajetória acadêmica dos egressos de administração da Unoesc, além das influências que os levaram a escolher o curso, também lhes foi perguntado qual foi a área em que desenvolveram o Trabalho de Conclusão de Curso, o TCC, o objetivo é saber se houve possíveis influências nas áreas de atuação no mercado de trabalho e até mesmo nas escolhas dos cursos de especializações. MARKETING 8% PRODUÇAO 9% RH 4% OUTROS 43% FINANCEIRO 7% PLANO DE NEGOCIOS 29% Gráfico 1: Área da administração que realizou o TCC. Fonte: O autor - Questão 2.5. O que se constatou na pergunta sobre os trabalhos de conclusão de curso, conhecidos como TCC’s, foi que 29% dos respondentes declararam terem feito seus trabalhos finais de graduação com o modelo de Plano de Negócios, ratificando a ideia inicial dos entrantes do curso de administração em que 26,9% dos respondentes buscavam realizar seu projeto profissional, ou seja, abrir ou ampliar sua própria empresa, esse percentual direciona os egressos a se tornarem empreendedores de suas próprias empresas, uma que desenvolveram o trabalho 87 de conclusão como plano de negócios, superando inclusive o percentual inicial dos entrantes de 26,9%; 9% dos entrevistados declararam ter optado por fazer seus trabalhos de conclusão ligados à área de produção, 8% na área do Marketing, 7% na área financeira e 4% desenvolveram seus trabalhos na com questões ligadas aos recursos humanos, RH. Um grupo de 43% que completa os 100% dos respondentes declararam ter desenvolvido seus trabalhos nas mais diversas áreas, de maneira que não foi classificada nas grandes áreas da administração, sendo estas mais abrangentes. Podemos citar os estudos de casos, artigos científicos, nas áreas de logísticas, organização, sistemas e métodos, teoria geral da administração, modelos de gestão, entre outros. SIM PARCIALMENTE NÃO 2% 7% 91% Gráfico 2: Trabalhou de forma remunerada durante a graduação. Fonte: O autor - Questão 2.6. Quando perguntado aos administradores se haviam trabalhado de forma remunerada durante a graduação, as respostas foram observadas no gráfico e mostram que 91% deles trabalharam durante a graduação, configurando assim um acadêmico trabalhador, característica da região por optar por um curso noturno e trabalhar para automanutenção. Somente 2% dos respondentes declaram não trabalhar durante a graduação, e 7% trabalharam durante parte da graduação, em momentos alternados. 88 SIM NÃO 31% 69% Gráfico 3: Se tivesse que recomeçar faria o curso de Administração de novo? Fonte: O autor - Questão 2.8. Durante a pesquisa aos administradores egressos da IES estuda, foi perguntado se tivessem que recomeçar de novo faria novamente o curso de administração. No Gráfico 3 a resposta mostra que 69% dos entrevistados fariam de novo o curso de administração, demonstrando sua satisfação com a formação e suas perspectivas de carreira. Ou seja, mais de dois terços dos entrevistados fariam o mesmo curso que escolheram tempos atrás. Já 31%, pouco menos de um terço, se tivessem que recomeçar não fariam mais o mesmo curso. Respostas compreensíveis se levado em consideração os rumos que tomam as carreiras de alguns egressos após a graduação, como exemplo o fato de não atuar na área de administração, a busca por outras áreas diferentes da graduação, graduação ou especialização em outra área, etc. As mudanças das perspectivas são frequentes, os pensamentos e até mesmo os desejos dos egressos após certo tempo de graduação podem ser alterados e conduzindo-os para outros rumos num estilo emergente de carreira do tipo Protiana, multidirecional, Craft carrer ou ainda carreira Portfólio (BENDASSOLLI 2009) situação percebida durante as investigações aos egressos. Com relação à continuidade nos estudos ou aperfeiçoamento na profissão dos 224 administradores entrevistados 124 declararam terem feito outra graduação ou uma especialização. Analisemos como ficou essa distribuição por curso e em percentual no Gráfico 4. 89 Psicologia 12% Outros 13% Informática 4% Arquitetura 4% Pedagogia 17% Ciencias Contabeis 8% Direito 42% Gráfico 4: Cursou outra graduação? Fonte: O autor - Questão 2.9. Ao analisarmos os entrevistados que deram continuidade aos estudos (124 pessoas), encontramos 23, ou seja, 19,33%, dos egressos que além da formação em administração, buscaram outra graduação, dentre elas, destaque para o curso de direito, aparecendo com 42% dos entrevistados declarando ter buscado fazer esse curso. Do total dos que buscaram outra graduação, 65% deles já concluíram e 35% ainda estão por concluir. Outros cursos que foram citados são de psicologia, licenciaturas de pedagogia e geografia, ciências contábeis, arquitetura e informática. Os egressos de administração que procuraram fazer outra graduação relataram que foi por oportunidades surgidas em outra área, por não “se encontrarem” na profissão ou ainda por não ficarem satisfeitos com o curso. Producao e Logistica 6% Outros 7% MKT 17% MBA 25% Controladoria e Financeira 16% Gráfico 5: Curso de Especialização. Fonte: O Autor - Questão 2.9. Gestão Pessoas 16% Gestão Estratégica 13% 90 Ainda na mesma análise da educação continuada, perguntou-se aos egressos se haviam cursado uma especialização, do total dos egressos que declararam terem continuado os estudos (124), 80,67% fizeram algum tipo de especialização e 19,33% fizeram outra graduação, visto no Gráfico 4. Ao solicitar que apontassem qual especialização haviam feito, encontrou-se 25% dos que disseram ter cursado um MBA, Com 17% das declarações encontrase a especialização em Marketing. Controladoria e finanças e Gestão de pessoas aparecem com 16% cada. A especialização Gestão estratégica com 13%, e Produção e Logística com 6%. Ainda aparecem 7% de outras especialidades, a exemplo de Cooperativismo e da área pública e do direito. Destacamos que 3 administradores não ficaram só na especialização e cursaram Mestrado em administração, 1 deles já concluiu e 2 estão em andamento. Também foi perguntado se a especialização já havia sido concluída, dos 80.67% de respondentes, 78% declararam já haver concluída e 2,67% estava em andamento no momento da pesquisa. 4.2 TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS Esta etapa da pesquisa consistiu em analisar as trajetórias profissionais dos egressos, procurando entender nos administradores suas trajetórias profissionais e as situações em que se encontram. Foi elaborado um quadro (questão 3.1), de maneira a proporcionar liberdade aos respondentes em relatar suas experiências profissionais até o emprego/atividade atual, o último emprego antes do atual, o penúltimo emprego, sendo o segundo mais antigo, também solicitava o antepenúltimo emprego ou ocupação, e tinha as opções do quarto e do quinto emprego ou ocupação mais antigos. Além da pergunta de ordem das ocupações ao longo do tempo, também procuramos saber em qual organização trabalharam os administradores entrevistados, se no comércio, indústria, nos serviços ou setor da agropecuária, respostas que serão analisadas na sequência desse estudo de maneira detalhada. Outra pergunta para análise da trajetória de carreira dos egressos tinha relação com o tempo de permanência nas empresas, o que possibilitou analisar de 91 maneira mais criteriosa as trajetórias de carreiras dos egressos; por conseguinte foi classificado em intervalos múltiplos de 5 anos, até 20 anos de empresa e um ultimo intervalo para aqueles que estavam na mesma empresa a mais de 20 anos. 4.2.1 Caracterização das trajetórias dos administradores investigados. Para caracterizar as trajetórias dos administradores entrevistados nesse estudo julgou-se necessário identificar e descrever em que setores da economia estão atuando os egressos, se no comércio, indústria, na prestação de serviços ou em atividades ligadas ao agronegócio em geral. Buscou-se identificar em que níveis organizacionais estão os administradores dentro desses setores da economia, se em níveis estratégicos ou táticos, níveis que requerem certas responsabilidades por se tratar de cargos ocupados de colocação intermediários ou na alta administração das empresas, ou se em um nível apenas operacional sem muitas responsabilidades e ou exigências de competências maiores. Por fim, identificamos o tempo de permanência em cada um dos cargos e organizações citadas pelos entrevistados. A primeira observação descreve a análise da “situação de emprego atual” dos administradores, seus cargos, nível que ocupa e setor da economia em que se encontram, bem como o tempo que estão nessas empresas. Agropecuária 4% Comércio 32% Serviços 44% Indústria 20% Gráfico 6: Setor da economia atual. Fonte: O autor - Questão 3.1 92 O estudo procurou identificar em qual setor da economia trabalham os administradores egressos e o Gráfico 6 representa isso com clareza e identifica 44% dos entrevistados atuando no setor de serviços, um número bem expressivo para a região Oeste catarinense, em segundo lugar, destaque para o setor de comércio, com 32% dos administradores atuando nesse setor, compreensível para a região e pelo tempo de graduação dos egressos, se considerarmos que a maioria dos egressos respondentes são de 2005 em diante. O setor da Indústria possui 20% dos administradores atuando em empresas dessa natureza. Já a agropecuária, base da economia da região Oeste catarinense, possui somente 4% dos administradores atuando em segmentos que têm relação com o setor. Operacional Estratégico 26% 28% Tático 46% Gráfico 7: Nível em que está na organização atualmente. Fonte: O autor - Questão 1.10 A classificação dos administradores, segundo suas ocupações, considerou o que já havia sido observado (questão 1.10) quando da classificação dos cargos ocupados nos níveis hierárquicos compreendidos dentro da administração: estratégico, tático e operacional. O resultado do Gráfico 7 nos mostra que 26% dos administradores atualmente ocupam cargos em nível estratégico nas empresas de atuação. Na posição intermediária na ocupação de cargos 46% ocupam cargos de nível tático e 28% ocupam cargos de nível operacional, ou seja, profissionais que ainda não assumiram cargos de responsabilidades maiores como de gerência, supervisão, entre outros, nem ocuparam cargos de diretoria, até o momento da aplicação da pesquisa. Salienta-se que, se somados os percentuais dos 93 respondentes dos cargos de nível estratégico e tático durante todos os anos de 2001 a 2008, estes representam 72% dos cargos que requerem as competências e habilidades de um administrador no exercício das funções profissionais. Pode-se entender que, com o passar de tempo no exercício das funções, o profissional administrador na sua grande maioria tem assumido cargos e funções de níveis mais elevados dentro das organizações, concretizando assim os objetivos pessoais de muitos e confirmando o sentido da formação em administração, qual seja, colocar no mercado de trabalho profissionais aptos a exercer as posições de destaque nas organizações, assumindo o papel de administrador, um agente transformador. mais de 20 anos 13% 15 a 20 anos 7% Até 5 Anos 46% 10 a 15 anos 19% 5 a 10 anos 16% Gráfico 8: Tempo de trabalho na organização atual. Fonte: O autor - Questão 3.1 Ainda com o objetivo de identificar a situação atual de ocupação ou de emprego em que se encontram os administradores relativos à pesquisa, solicitamos para que respondessem há quanto tempo atuam na empresa atual, descrevendo o ano de entrada na empresa. Por essas datas conseguimos calcular e classificar as respostas, as quais foram tabuladas em categorias que variam de até cinco anos e as demais categorias por múltiplos de cinco anos até a última categoria, sendo a opção mais de 20 anos. O resultado obtido foi o apresentado no Gráfico 8: 46% ocupam cargos na empresa atual há menos de cinco anos, uma parcela significativa de administradores está atuando em empresas criadas a pouco tempo, as explicações variam: por terem aberto seu próprio negócio há pouco tempo após a graduação em administração, por terem recebido uma nova oportunidade de emprego, 94 oportunidade de sociedade, mudança de ramo de atividade, etc. Pode-se dizer que um grande número dos entrevistados buscou novos desafios após terem concluído a graduação, o que de certa forma pode demonstrar a vontade de crescimento e desenvolvimento na profissão ou a dificuldade de se desenvolver em uma organização. Destaque para 7,0% que declararam atuar na empresa atual há menos de um ano. A partir desse percentual encontramos uma segunda faixa de administradores que declararam estar na atual empresa entre cinco e dez anos, 16% deles. Traduzidos como uma parcela que já busca afirmação e crescimento nas atuais empresas. Outra parcela declarou estar na empresa atual entre 10 a 15 anos, representados por 19%, profissionais já consolidados nas empresas e que já ocupam cargos importantes de chefia ou de diretoria, bem como os proprietários de seus próprios negócios. Outra parcela, menor de todas, de 7% que se assemelha à anterior, representam os que estão na atual empresa entre 15 e 20 anos. Finalizando as categorias de administradores que atuam na mesma empresa há mais de 20 anos, os quais já trabalhavam na empresa atual antes mesmo de iniciar a graduação em administração, representam 12,70% dos investigados, um percentual bem significativo de profissionais; estes profissionais permaneceram na mesma empresa todo o tempo em que cursaram a graduação. Pode-se sugerir que estes estão com a carreira consolidada, e em muitos casos com a proximidade de aposentadoria por tempo de serviço. Estes profissionais possuem claramente uma âncora do tipo “d”, segundo Schein (1993) carreira pautada pela estabilidade e segurança. Salienta-se que, dos entrevistados, somente um administrador declarou estar aposentado por tempo de contribuição pela previdência social. Perguntou-se aos entrevistados a principal ocupação ou cargos que exercem nas empresas no momento e as nomenclaturas citadas dos cargos declarados foram classificadas pelos níveis organizacionais, ou seja, estratégicos para os cargos ocupados por diretores, membros de cúpulas das empresas ou proprietários. Os cargos ou ocupações de nível tático são os que ocupam cargos de gerência, supervisão, encarregados, coordenadores, etc., ou seja, cargos que tivessem alguma responsabilidade técnica, responsabilidade por pessoal, por finanças ou patrimônio. A classificação dos cargos de nível operacional ocorreu a todos os demais que declararam não possuir nenhum cargo de responsabilidade dentro das empresas e desenvolvem ocupações estritamente operacionais 95 diversas, na sua grande maioria com denominações de auxiliar, ajudante, assessor ou simplesmente com um cargo administrativo. No Quadro 5 está a relação e classificação dos cargos ocupados e declarados pelos administradores entrevistados de acordo sua nomenclatura e nível organizacional e a frequência. Uma vez classificados por níveis e somadas as frequências os foram relacionados comparativamente com os tipos de âncoras de carreira segundo Schein (1993). Quadro 4: Classificação de cargos atuais em níveis na organização. Relação de cargos estratégicos Frequência % Tipo de âncora Empreendedores: Empresários, proprietários. Diretores: administrativos, Gerais, de Unidade fabril. Administradores financeiros 40 17,86 “e” Criatividade empresarial 09 4,02 02 0.89 Administrador rural 01 0,45 “b” Competência em administração geral “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional 52 Frequência 23,21 Gerentes: administrativos, lojas, comerciais, compras, produção, distribuição, contas. Supervisores: administrativos, comerciais, vendas. Assessores financeiros, parlamentares, Jurídicos. Encarregados de compras. 46 20,54 “b” Competência em administração geral 21 9,38 06 2,68 04 1,79 Analistas de órgão público. Fiscais de obras 02 02 0.89 0,89 Analistas de crédito 02 0,89 Gestor de crédito 01 0,45 Tesoureiro público 01 0,45 “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “d” Estabilidade e segurança “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional 85 Frequência 37,95 Auxiliar administrativo, secretárias, 19 8,48 Autônomos: Representantes comerciais, atendentes comerciais, corretores de seguros, Bancários, Agentes de crédito, caixas, tributarista Escriturários, Auxiliares em escritório contábil Assistentes administrativos, Assistentes de vendas 14 6,25 14 6,25 11 4,91 12 5,36 Subtotal - cargos estratégicos Relação de cargos táticos Subtotal cargos táticos Relação de cargos operacionais Tipo de âncora Tipo de âncora “a” Competência Técnica e funcional “c” Independência e autonomia “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional 96 Vendedores, Comerciários 11 4,91 Instrutores de transito, Técnico postal 03 1,34 Operador de tratamento de agua 01 0,45 Professor 01 0,45 Radialista 01 0,45 87 224 38,84 100,0 Subtotal cargos operacionais Total geral “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional “a” Competência Técnica e funcional Fonte: O autor. O quadro relativo aos cargos estratégico, tático e operacional, ocupados pelos administradores, segundo declaração deles, foi classificado de acordo com a disposição dos cargos nos níveis das empresas, independente do tamanho ou ramo de atividade, levou-se em conta o nível organizacional em que o pesquisado se encontrava no momento da entrevista. A relação de cargos nos três níveis apresenta uma amostra da variedade de cargos existentes ocupadas pelos egressos; os cargos foram classificados em 23 categorias e estas e estas comparadas aos tipos de carreira, onde se percebe uma frequência das âncoras de carreira segundo Schein (1993) dos tipos “a, b, e”: Competência Técnica e funcional, Competência em administração geral e do tipo Criatividade empresarial, percebe-se também, porém, com menor frequência, os tipos de âncoras “c, d”: relativas à Independência e autonomia e Estabilidade e segurança, aplicados aos casos dos cargos relativos a profissionais autônomos e aos cargos ligados ao funcionalismo público, os quais se identificam com estabilidade de emprego, respectivamente. Com o objetivo de desenhar e compreender melhor a trajetória de carreira dos administradores egressos analisou-se a situação em que se encontravam os entrevistados em seus empregos ou ocupações anteriores, ou seja, no “último emprego” ocupado por eles, também levando em consideração o setor da economia, o nível hierárquico ocupado na organização e o tempo de permanência naquelas empresas. 97 Comercio Industria Serviços Agropeciários 5% 34% 46% 15% Gráfico 9: Setor da economia em que estava no último emprego. Fonte: O autor - Questão 3.1. Identificar qual era o setor da economia que trabalharam os administradores egressos antes de ocuparem os cargos atuais foi o objetivo da criação do Gráfico 9, ele mostra uma alteração dos percentuais por setor, em serviços por exemplo houve diminuição de 2% da atuação dos administradores nesse setor, pois o gráfico 9 mostra que no último emprego, 46% dos entrevistados atuavam no setor de serviços, fica claro que os entrevistados saíram do setor serviços e estão atuando em outros setores. Em segundo lugar aparece o setor do comércio que absorvia 34% dos empregos dos entrevistados, comparados aos 32% dos administradores atuando nesse setor no momento, diminuição também de 2% no número de profissionais que atuavam nesse setor. O setor da indústria, que possui hoje 20% dos administradores atuando em empresas dessa natureza, anteriormente abrangia somente 15%, segundo Gráfico 9: as pessoas migraram dos setores de serviços e do comércio para a indústria em 5%, mudança significativa de um setor anterior para ao atual, isso mostra que a indústria da região está absorvendo cada vez mais administradores. Já o setor agropecuário, empregava 5% dos administradores no último emprego e esse percentual diminuiu para 4% dos atuais administradores atuando nesse segmento, diminuição de menos 1% de empregos no setor. 98 Estrateigico Tatico Operacional 24% 51% 25% Gráfico 10: Nível da organização em que estava no último emprego. Fonte: O autor - Questão 3.1. A classificação dos cargos ocupados nos níveis hierárquicos: estratégico, tático e operacional, quando da mudança do último emprego para o atual já começa a mostrar evolução dos administradores em relação às suas carreiras ou melhorias nos cargos ocupados dentro das empresas: o resultado do gráfico aponta que anteriormente os administradores ocupavam 24% cargos em nível estratégico dentro das empresas, mas com a mudança de ocupação passaram a ocupar 26% dos cargos estratégicos, aumento de 2% de administradores que mudaram para assumir cargos mais elevados, essa mudança não implica necessariamente mudança de empresa. Na posição intermediária aconteceu a mesma situação: o nível que antes absorvia 25% dos cargos em empregos anteriores dos administradores agora 46% deles ocupam cargos de nível tático, novamente a mudança de emprego foi benéfica, pois aumentou em 7% a ocupação desse nível. Essas melhorias são entendidas quando percebemos que o nível operacional que em empregos ou ocupações anteriores detinha 56% das vagas ocupadas pelos administradores, hoje somente 28% é ocupado por eles, deixando visível a evolução na ocupação dos cargos, percebe-se que os administradores estão gradativamente assumindo cargos de responsabilidades mais elevadas, saindo do operacional para os níveis estratégicos e táticos, enquanto o nível 99 operacional diminui a cada mudança de ocupação, com os ocupantes migrando para outros cargos mais elevados. Ate 5 Anos 5 a 10anos 10 a 15 anos 15 a 20 anos mais de 20 anos 1% 3% 7% 22% 67% Gráfico 11: Tempo de trabalho na última ocupação ou emprego. Fonte: O autor - Questão 3.1. Ao observar o tempo de permanência na empresa, relativo ao emprego ou ocupação anterior, percebe-se claramente que a situação de administradores que ficaram na empresa 5 anos ou menos foi de 67% dos entrevistados. Com relação ao emprego anterior 22% dos administradores declaram ter permanecido entre 5 a 10 anos no emprego ou ocupação anterior, e somente 7% permaneceram entre 10 e 15 anos no emprego anterior. Somente 1% declarou ter permanecido entre 15 e 20 anos e 3% mais de 20 anos no mesmo emprego ou ocupação anterior. Nessa etapa de análise da trajetória de carreira dos administradores observa-se como era a situação dos entrevistados em seus “penúltimos empregos”: verifica-se aqui em que setor da economia trabalhava, o nível da organização que se encontravam os cargos que ocupavam e quanto tempo permaneceram nas ocupações ou empregos declarados por eles. Análise feita a partir do penúltimo emprego foi em função de que os investigados não descreveram mais do que o emprego atual, o emprego anterior (último antes do atual) e o penúltimo emprego ou ocupação. Portanto, as descrições das trajetórias e as análises dos cargos ocupados, do setor da economia que se encontravam ficaram restritas a essas condições. Consideramos o suficiente para o estudo proposto. Dos respondentes da pesquisa somente 6 descreveram mais do que 3 ocupações, tornando-se um limitador. Desta maneira, optou-se por analisar 100 somente o emprego atual, o último e o penúltimo. Buscando assim atender um dos objetivos da pesquisa: descrever a trajetória profissional dos egressos. Comercio Industria Serviços Agropeciários 6% 37% 36% 21% Gráfico 12: Setor da economia que estava no penúltimo emprego. Fonte: O autor - Questão 3.1. A investigação feita com relação às ocupações ou empregos dos administradores quando ainda estavam investidos nas penúltimas atividades deixa claro que havia certo equilíbrio entre comércio que abrigava 37% dos entrevistados e o setor de serviços, que detinha na oportunidade 36%. O setor da indústria com números um pouco menores, 21% dos entrevistados declararam ter atuado em seu penúltimo emprego nesse setor, e 6% deles declararam que trabalhavam no setor agropecuário, um número relativamente baixo para uma região em que sua economia é baseada na agroindústria; a região se destaca no cenário nacional pelos grandes complexos agroindustriais, com atividades voltadas para a avicultura, suinocultura, agricultura, piscicultura e transportes. O baixo índice de respondentes que declararam atuar no penúltimo emprego nessa área mostra a opção de jovens por outras áreas que não sejam permanecer no campo onde muitas vezes estão seus familiares, preferindo assim empregos e ocupações em outros setores, como o de serviços, indústria e comércio. 101 Estratégico 20% Operacional 62% Tático 18% Gráfico 13: Nível na organização que estava no penúltimo emprego. Fonte: O autor - Questão 3.1. Quando analisado o nível da organização em que desempenham suas funções em suas penúltimas atividades, percebemos uma grande porcentagem, ou seja, 62% dos administradores na ocasião ainda estavam atuando no nível operacional, não haviam assumido cargos com maiores responsabilidades, isso pode ser compreendido quando observado que muitos ainda não haviam concluído a graduação. Todavia, em seus penúltimos empregos ou ocupações já havia uma parcela significativa de 20% dos entrevistados que atuava em cargos estratégicos, muitos destes proprietários de empresas que estavam nesse nível e possivelmente ainda permanecem. O terceiro grupo de administradores, 18% deles, declararam estar no nível tático, mesmo em seus penúltimos empregos ou ocupações. Em relação ao ultimo emprego esse percentual diminuiu nos níveis operacionais, aumentando a ocupação dos administradores em níveis mais altos, a saber: saindo do operacional e migrando para cargos táticos em 7% e para os cargos Estratégicos em 4%, respectivamente; fator positivo para os profissionais da administração que buscam o crescimento e reconhecimento profissional. 102 Ate 5 Anos 5 a 10anos 10 a 15 anos 15 a 20 anos mais de 20 anos 0% 8% 5% 10% 77% Gráfico 14: Tempo de permanência no trabalho na penúltima ocupação ou emprego. Fonte: O autor- Questão 3.1. Quando perguntados sobre o tempo de permanência na penúltima ocupação ou emprego, os administradores 77% responderam ter permanecido 5 anos ou menos na atividade, 10% declararam ter permanecido entre 5 e 10 anos na penúltima ocupação. 8% declararam ter permanecido entre 10 e 15 anos atuando naquela ocupação e somente 5% declararam ter ficado mais de 20 anos na penúltima ocupação. Na faixa de 15 a 20 anos de permanência na penúltima ocupação ou emprego não houve quem declarasse ter permanecido nela. 4.2.2 Análise das trajetórias profissionais O trabalho de pesquisa procurou entender as trajetórias profissionais ocorridas ao longo do tempo após a graduação em administração e neste momento apresentamos aspectos que tratam de questões que envolveram: como aconteceu a Inserção no mercado, as alterações na carreira após a graduação, como se desenvolveu a carreira após a formação, os cargos que ocupou nesse tempo, quantas horas trabalha por dia o administrador e qual o grau de satisfação em relação ao trabalho que exerce atualmente. Essas questões serviram de suporte para uma análise das trajetórias ocorridas aqui expostas nesse trabalho de forma 103 objetiva e relacionadas com os modelos emergentes de carreira segundo Bendassolli (2009). Abriu negócio 9% Sem emprego 1% Novo emprego 15% Já estava no mercado 75% Gráfico 15: Inserção no mercado após a graduação. Fonte: O autor - Questão 3.2. Ao verificar a situação dos entrevistados em relação ao mercado trabalho identificamos que “A” 75% já estavam inseridos no mercado de trabalho durante a graduação, o que se constitui numa certa normalidade por se tratar de um curso noturno e seus frequentadores precisarem manter-se trabalhando durante a graduação, mas eles afirmam ter permanecido na mesma empresa após a graduação. Na opção “B” 15% afirmaram ter encontrado um novo emprego após a graduação, a graduação possibilitou buscar novos desafios, afirmam eles. Na alternativa “C”, 9% afirmaram que abriram um negócio próprio, empreenderam em diversos setores da economia, confirmando em partes o desejo daqueles que afirmaram que buscaram o curso com o intuito de abrir uma empresa própria. E na “D” 1% respondeu não ter conseguido emprego até o momento da pesquisa. 104 Efetivadas 3% Outras situações Promovidas 16% 24% Não ocorreu alteração 35% Aumento Salarial 22% Gráfico 16: Alterações profissionais após a graduação. Fonte: O autor - Questão 3.5. A pesquisa procurou saber quais as alterações ocorridas na situação profissional dos administradores após o término da graduação e foram oferecidas 5 alternativas. A que alcançou maior percentual foi alternativa “D” com 35%, onde os participantes declararam não ter ocorrido nem uma alteração na situação em que se encontravam até o momento da pesquisa. Na “C” 22% afirmaram ter recebido aumento salarial em função da conclusão do curso. Na alternativa “E” 24% declararam que ocorreram outras situações diferentes das alternativas da pesquisa. Outra parcela “B” de 16% foi promovida por ter concluído a graduação. Na alternativa “A”, 3% declararam que foram efetivados em seus cargos ou em suas empresas. Desenvolveu-se maneira Excelente 11% Declinou 1% Desenvolveu-se Bem 49% Gráfico 17: Desenvolvimento da carreira após a graduação. Fonte: O autor- Questão 3.6. Manteve -se no nivel de antes 18% Desenvolveu-se Razoaelmente 21% 105 Quando perguntamos aos administradores o que ocorreu com as carreiras deles após a graduação, 49% declararam que suas carreiras desenvolveram-se bem, 21% declararam que suas carreiras desenvolveram razoavelmente bem, 18% disseram que suas carreiras se mantiveram no mesmo nível que estava antes, 11% declarou que suas carreiras se desenvolveram de maneira excelente e somente 1% declarou que sua carreira declinou após a graduação. Se somarmos os percentuais dos investigados que responderam que sua carreira se desenvolveu razoavelmente e bem, terremos 70% de respostas de pessoas que declaram que houve melhoras em suas carreiras após a graduação e se somadas ainda aos 11% declarantes que suas carreiras se desenvolveu de maneira excelente teremos um alto índice de respostas positivas, afirmando que a graduação pode ter contribuído de maneira significativa com esse desenvolvimento. O fato de 18% declararem que suas carreiras se mantiveram no mesmo nível não se caracteriza como fator negativo, se levado em consideração que muito dos egressos ao cursarem a graduação já possuíam suas próprias empresas ou já ocupavam cargos de destaque em empresas regionais. 1% porem, respondeu que sua carreira declinou após a graduação, podemos atribuir essa resposta ao possível fato de algumas pessoas terem ficado insatisfeitas com o curso escolhido ou por não se “encontrarem” nem atuarem na área de administração. Em uma análise geral os resultados expressados pelos respondentes mostra um alto grau de satisfação e de prosperidade dos profissionais que escolheram a profissão de administrador. Função Pública 1% Outra 4% Nenhuma 0% Autônomo 6% Técnico 5% Auxiliar 4% Assistência geral 16% Proprietários 18% Presindente 1% Vice Presidente 0% Conselheiro 0% Analista 3% Coordenação 7% Supervisão7% Gráfico 18: Cargo que ocupa atualmente. Fonte: O autor - questão 3.8. Gerência 24% Diretoria 4% 106 Observando que muitos administradores entrevistados possuíam mais de uma ocupação, solicitou-se que eles considerassem apenas a ocupação “principal” e respondessem em que posição na empresa eles se encontravam, destacamos no Gráfico 18 as três ocupações mais frequentes; 24% declararam estar ocupando cargos de gerência, 18% declararam ser proprietários, e 16% declararam ocupam cargos de assistência em geral, são eles os três primeiros colocados e os que mais se destacaram. Em um segundo grupo aparece os que declararam ocupar cargos como: coordenação e supervisão, com 7% dos respondentes; declararam ser autônomos 6% deles; estar em cargo de nível técnico 5%; ocupando cargos de diretoria 4%; bem como cargos de auxiliar 4% e outros cargos não especificados também com 4%, administradores que declararam ocupar cargos de analistas e vice-presidência foram 3%, de presidência 1%; igual porcentagem para cargos públicos 1%. Não figuraram ocupação de cargos que estavam nas opções: os de conselheiro e de desempregados, o que se constitui em um dado importante, pois não haver desempregados no momento da pesquisa pode representar a aceitação do profissional de administração mercado. Tabela 12 - Horas de trabalho por dia, somadas às ocupações. Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 TOTAL Menos de 8 horas dia 0,76 1,47 0,93 0,49 2,51 1,37 1,15 2,84 11,52 De 8 a 10 horas dia 4,22 8,14 5,12 2,71 13,86 7,53 6,33 15,67 63,59 De 10 a 12 horas dia 1,16 2,24 1,41 0,75 3,82 2,07 1,74 4,32 17,51 Mais de 12 horas dia 0,49 0,94 0,59 0,31 1,61 0,87 0,73 1,82 7,37 % 6,64 12,80 8,06 4,27 21,80 11,85 9,95 24,64 100 Fonte: O autor - questão 3.9. Com o intuito de saber a jornada diária de trabalho dos administradores investigamos quantas horas por dia eles se dedicam ao trabalho e 63% declararam trabalhar de 8 a 10 horas diárias, portanto percebe-se que grande parcela trabalha numa jornada de no mínimo 8 horas, consideradas tempo integral de trabalho para 107 um trabalhador ou profissional. Um segundo grupo de administradores declarou trabalhar um pouco mais, ou seja, 17,51% deles afirmaram dedicar-se ao trabalho de 10 a 12 horas diário. Outro grupo, possivelmente composto por aqueles que declararam possuir duas ocupações ou empregos, afirma trabalhar mais de 12 horas diárias e houve um grupo de 11,52% de administradores que declarou trabalhar menos de 8 horas por dia. Pouco satisfeitos 6% Nada satisfeitos 1% Razoavelmente satisfeitos 37% Muito satisfeitos 56% Gráfico 19: Satisfação em relação ao trabalho atual. Fonte: O autor - Questão 3.10. Perguntou-se aos administradores formados qual o grau de satisfação em relação ao seu emprego ou ocupação atual e 56% declararam estarem muito satisfeitos, 37% disseram estar razoavelmente satisfeitos 6% declararam estar pouco satisfeitos e somente 1% declarou estar nada satisfeitos. 4.2.3 Tipos de trajetórias por níveis hierárquicos ocupados Uma vez identificado em qual nível hierárquico está atuando no momento o Administrador egresso da instituição de ensino estudada, criou-se tipologias de trajetórias para entender melhor se houve e como ocorreu o desenvolvimento das carreiras, se existiu desenvolvimento para chegar ao estágio atual encontrado. As trajetórias foram analisadas observando as duas atuações anteriores de acordo com os cargos e os níveis hierárquicos ocupados, bem como o atual cargo e o 108 nível em que esse se encontra atualmente. Entende-se níveis hierárquicos nas organizações como: Estratégico, Tático e Operacional. Portanto, a trajetória é definida pela passagem ou ocupação de cargos que se localizam nesses níveis. Na sequência, o quadro apresenta as variáveis de trajetórias criadas a partir das respostas dos investigados, segundo os cargos que já ocuparam ou ocupam até o momento da pesquisa. Quadro 5: Trajetória de carreiras por cargos e níveis. Trajetórias dos ocupantes de nível estratégicos Trajetória nos cargos e níveis ocupados. Trajetória do Tipo A Número de Profissionais Estratégico Estratégico Estratégico 10 Trajetória do Tipo B 12 Tático Estratégico Estratégico Trajetória do Tipo C Tático Tático Estratégico Trajetória do Tipo D 7 3 Operacional Tático Estratégico Trajetória do Tipo E 12 Operacional Operacional Estratégico Subtotal Frequência ano de formação acadêmica 2001 = 2 2003 = 1 2004 = 1 2005 = 3 2006 = 1 2008 = 2 2001 = 2 2002 = 3 2003 = 1 2005 = 5 2006 = 1 2001 = 1 2002 = 2 2005 = 2 2006 = 1 2008 = 1 2005 = 1 2007 = 2 2001 = 1 2002 = 3 2003 = 1 2005 = 3 2006 = 6 2008 = 1 44 % Análise geral 4,74 Administradores que começaram em cargos estratégicos e permanecem. 5,69 3,50 1,52 4,90 Profissionais que iniciaram em cargos táticos e assumiram cargos estratégicos. Estavam em cargos táticos nos últimos 2 anos e assumiram cargos estratégicos. Começaram em cargos operacionais e assumiram cargo tático e estão agora em estratégicos Começaram em cargos operacionais, continuaram neles e assumiram por fim cargos estratégicos. 20.35 Trajetórias dos ocupantes de nível tático Trajetória do Tipo F Tático Tático Tático 20 2001 = 3 2002 = 4 2003 = 3 2004 = 2 2005 = 4 9,78 Sempre ocuparam cargos de nível tático e ainda permanecem nesta posição. 109 Trajetória do Tipo G Operacional Tático Tático 40 Trajetória do Tipo H Operacional Operacional Tático 44 Subtotal 104 2006 = 3 2008 = 1 2001 = 3 2002 = 8 2003 = 5 2005 = 12 2006 = 2 2007 = 5 2008 = 5 2001 = 1 2002 = 3 2003 = 3 2004 = 2 2005 = 5 2006= 6 2007 = 9 2008 = 15 18,96 21,05 Começaram em cargos operacionais e passaram a ocupar cargos táticos. Começaram em cargos operacionais mudaram para operacionais e agora estão em cargos táticos. 49.80 Trajetórias dos ocupantes de nível operacional Trajetória do Tipo I Operacional Operacional Operacional Total geral Fonte: O autor. 63 211 2001 = 1 2002 = 4 2003 = 3 2004 = 3 2005 = 11 2006 = 9 2007 = 6 2008 = 26 29,85 Iniciaram em cargos de nível operacionais e permanecem neles, não ascenderam a outros cargos de maior nível até o momento da pesquisa. 100.00 Ao analisar o quadro 6 que trata das trajetórias de carreiras, criado a partir da observação das ocupações dos cargos de 211 egressos que preencheram o quadro 3.1 no instrumento de coleta de dados (questionário), o qual perguntava sobre as trajetórias nos níveis organizacionais, levou-se em consideração o ano de formação dos egressos, desde 2001 até 2008, e foi realizado seu enquadramento nas categorias criadas. Encontramos um percentual de 20,35% de ocupantes de cargos Estratégicos, 49,8% de ocupantes de cargos de nível táticos, e 29,85% de ocupantes de cargos operacionais. Quanto ao ano de formação, percebe-se na distribuição que os graduados há mais tempo ocupam cargos de nível estratégicos por terem mais anos de trajetória, somente um investigado da turma de 2001 está em cargo operacional, os demais ocupam cargos de destaque ou de relevância nas organizações. Os administradores formados há menos tempo, nas turmas de 2008, 2007, 2006, e 2005, mais especificamente, ocupam cargos mais de nível Tático e operacional, isso pode significar que o tempo de graduado influencia na trajetória percorrida em função de ter ocupado menos cargos após a formação em nível 110 superior. Quanto aos cargos operacionais, 29.96% do total são ocupados por administradores formados em todos os anos da amostra, mas com predominância dos formados no ano de 2008 principalmente, também de 2007, 2006 e 2005, consideram esperados tais resultados se comparados a outros, como os do CFA, por exemplo, que possui um número aproximado de ocupantes de cargos nesse nível. 4.3 COMPARAÇÕES DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS NA IES COM A PEQUISA REALIZADA PELO CFA NO ANO DE 2011. Neste capítulo o estudo se propôs a fazer uma análise comparativa dos resultados obtidos na pesquisa de administradores egressos de uma instituição de ensino superior do Oeste catarinense com a pesquisa realizada pela representação máxima da profissão no Brasil, o CFA (Conselho Federal de Administração), o qual realizou e publicou pesquisas nos anos de 1995, 2004, 2006 e 2011, investigando os egressos dos cursos de administração de todos os estados, com objetivo de identificar o perfil e a atuação dos administradores no Brasil, bem como observar a qualidade das instituições formadoras desses profissionais de todo o país. Tomamos os dados da última pesquisa do CFA do ano de 2011 (Brasil 2011) os quais serviram de base para análise comparativa com as características dos administradores egressos investigados por esse estudo. Tabela 13 – Gênero. % Unoesc % CFA Masculino 54,00 64,93 Feminino 46,00 35,07 TOTAL 100,00 100,00 Fonte: O autor A primeira comparação diz respeito ao gênero dos entrevistados e a tabela aponta que na Unoesc 54% dos administradores são do gênero masculino em comparação 64,93 dos investigados pelo CFA em nível de Brasil, consequentemente 111 o gênero feminino é minoria em ambas as pesquisas, na Unoesc 46%, contra 35,07% da pesquisa CFA. Apesar de o número de homens ser maior nas duas pesquisas, a diferença é mais acentuada em nível de Brasil, já na Unoesc existe um equilíbrio maior com uma diferença pequena de administradores de um gênero e outro. Tabela 14- Idade De 21 a 25 anos De 26 a 30 anos De 31 a 35 anos De 36 a 40 anos De 41 a 45 anos De 46 a 50 anos De 51 a 55 anos De 56 a 60 anos De 61 a 65 anos TOTAL Fonte: O autor % Unoesc 10,00 26,00 26,00 12,00 11,00 8,00 6,00 1,00 0,00 100,00 % CFA 9,57 17,76 16,99 13,37 11,59 11,45 8,45 6,17 4,66 100,00 Com relação à idade dos administradores investigados, percebe-se um equilíbrio na pesquisa das duas instituições, a começar pela faixa entre 21 a 25 anos, 10% dos investigados na Unoesc tem essa idade e 9,57% investigados pelo CFA, equilíbrio, portanto, nessa faixa etária. Na outra faixa entre 26 e 30 anos, 26% contra 17,76% da pesquisa CFA. Os números quase se repetem na faixa de 31 a 35 anos 26% contra 16,99% dos investigados do CFA. Percebemos que a partir da idade de 36 anos em diante a pesquisa CFA sempre possui um índice maior, isso pode ter acontecido porque o CFA não delimitou o ano de formatura e esse estudo teve como inicio o ano de 2001. Na faixa de 36 a 40 anos 12% para os investigados da pesquisa contra 13,37% da pesquisa CFA, na faixa 41 a 45 anos, muito equilíbrio 11% contra 11,59% do CFA, na faixa de 46 a 50 o índice da pesquisa cai para 8% quando que o índice do CFA aponta 11,45%. Na faixa de 51 a 55 anos a pesquisa apontou 6% e a do CFA apontou 8,45%. Na faixa de 56 a 60 anos, somente 1% da pesquisa e 6,17% na pesquisa do CFA. Na última faixa de 61 a 65 anos não houve quem declarasse ter essa idade, mas na pesquisa CFA 4,66% declararam estar nessa faixa etária. Portanto a pesquisa deixa evidente que os egressos da instituição investigada estão na sua maioria, ou seja, 62% com idade até 35, poderíamos dizer que são relativamente jovens se comparados aos do CFA, que abordou o Brasil e a pesquisa traduz uma distribuição mais equilibrada das idades. 112 % Unoesc 62,00 28,00 6,00 1,00 2,00 1,00 100,00 Tabela 15- Estado civil Casado Solteiro União estável Divorciado Separado Viúvo TOTAL Fonte: O autor. % CFA 53,28 30,77 7,62 5,39 2,41 0,53 100,00 Quando perguntado aos administradores seu estado civil, verificou-se que 62% responderam estar casados, acima da pesquisa do CFA que apontou 53,28% de casados, 8,72% a menos. Os que se declararam solteiros foram 28% em comparação aos 30,77% da pesquisa CFA. Os administradores que declararam possuir uma união estável foram 6%, abaixo dos 7,62% em relação à pesquisa CFA 2011. Já o número de divorciados foi somente 1% mas, em compensação, a pesquisa do CFA apontou que 5,39% são divorciados. Os que se declararam separados ficou equilibrada 2% contra 2,41%. A pesquisa apontou 1% de viúvos e o CFA apontou menos ainda, somente 0,53%. A uma diferença nos divorciados de pouco mais de 4% na pesquisa CFA, e o número maior de casados na pesquisa em comparação à pesquisa CFA 2011. Ressaltamos que a aplicação da pesquisa deixa claro que a população investigada é mais jovem que a do CFA, possivelmente tenha influencia nos resultados e todos os seus itens avaliados. Tabela 16 – Quantidade de dependentes %Unoesc % CFA Nenhum 01 02 03 04 05 06 ou mais TOTAL 43,00 30,00 20,00 5,00 2,00 0,00 0,00 100,00 41,99 22,55 20,50 11,17 2,89 0,59 0,30 100,00 Fonte: O autor Ao ser analisado o número de dependentes que os administradores possuem, encontrou-se um número elevado de profissionais administradores que ainda não possuem dependentes, nem filhos nem cônjuges, compreendido em função do elevado número de entrevistados que declararam não ser casado, podendo ser este um fator explicativo, bem como a idade relativamente baixa, 113 dando-nos a entender o porquê ainda não possuem dependentes. Na pesquisa feita aos egressos, 43% declararam não possuir dependentes e na pesquisa CFA 41,99% não possuem dependentes. Dos que declararam possuir um dependente, na pesquisa feita com administradores egressos da instituição de ensino o percentual foi de 30%, já na pesquisa CFA foi de 22,55%. Que possuem dois dependentes percebe-se um empate de 20% para uma pesquisa e 20,55% para a pesquisa CFA. A parcela de declarantes que possuem três dependentes mostra-se diferenciada com apenas 5% em comparação aos 11,17% na pesquisa em nível nacional do CFA. Na opção de quatro dependentes houve uma pequena diferença para mais na pesquisa do CFA com 2,89% que possuem quatro dependentes. Dos que possuem cinco dependentes ou mais, na pesquisa dos egressos da instituição de ensino pesquisada ninguém declarou ter essa quantidade, já no CFA poucos, 0,59% e 0,30% declararam ter cinco ou mais dependentes. Tabela 17 - Renda individual mensal: Até 3 salários-mínimos Entre 3,1 e 10 salários-mínimos Até 5 salários-mínimos Entre 6 e 10 salários-mínimos Entre 10,1 e 15 salários-mínimos Entre 15,1 e 20 salários-mínimos Entre 20,1 e 25 salários-mínimos Entre 25,1 e 30 salários-mínimos Mais de 30 salários-mínimos Total % Unoesc % CFA 63,00 27,00 6,00 2,00 1,00 1,00 0,00 100,00 20,25 43,37 16,84 8,36 4,23 2,34 4,61 100,00 Fonte: O autor Na análise da renda familiar há uma peculiaridade em relação à pesquisa feita e a pesquisa CFA, pois as faixas salariais medidas ou investigadas não são exatamente as mesmas, como pode ser observado na tabela 19. O CFA investigou a renda individual dos administradores e estipulou uma faixa de até 3 salários mínimos como primeira opção, diferentemente, a pesquisa desse estudo que estipulou a primeira faixa até 5 salários. Analisou-se, portanto os resultados com essas diferenças. Na pesquisado CFA 20,25% dos administradores declararam ganhar até 3 salários (salario de R$ 622,00), e outros 43,37% declararam ganhar entre 3,1 e 10 salários. Se somados os percentuais a pesquisa CFA aponta para um resultado que 63,62% dos administradores entrevistados em todo o país ganham até 10 salários. Já a pesquisa desenvolvida na instituição de ensino, base desse 114 estudo, aponta para um percentual de 90% de entrevistados que recebem renda individual até 10 salários, valores que variam entre R$ 1.800,00 a R$ 6.200,00, uma diferença considerável da renda individual da região investigada em relação aos investigados pelo CFA em todo o Brasil, uma diferença de mais de 27%. Destaca-se para efeito de análise que dos 90% dos investigados que rebem até 10 salários, 63% declararam ter renda até 5 Salários e outros 23% declararam ter a renda entre 6 e 10 salários. Nas faixas de rendas maiores, entre 10,1 a 15 salários a pesquisa com os egressos apontou que 6% recebem esses valores, já na pesquisa CFA 16,64% declarou ter esses rendimentos, diferença de 10% numa faixa de renda intermediária considerável. Na faixa salarial de 15,1 a 20 salários também há uma diferença considerável, a pesquisa CFA apontou 8,36% de administradores que se enquadram nessa faixa, onde apenas 2% dos administradores egressos da instituição declararam se encaixar nessas condições. Na faixa ainda maior entre 21,1 a 25 salários, continua a vantagem para os administradores em nível de Brasil 4,23% que percebem esses valores e somente 1% da pesquisa local declararam estar nessa faixa. De 25,1 a 30 salários, na pesquisa CFA 2,34% e somente 1% da pesquisa local. Na última faixa em que apresentava opção de o entrevistado declarar um valor acima de 30 salários, 4,61% declararam estar nessa faixa, já na pesquisa local não houve quem se declarasse estar percebendo dentro dessa faixa. Vale lembrar que as situações salariais analisadas podem ter uma influencias do tempo em que os profissionais do CFA estão no mercado em comparação a essa pesquisa que analisou graduados somente a partir do ano de 2001 a 2008. Tabela 18 - Influências na escolha do curso de ADM Formação generalista e abrangente. % Unoesc 15,00 Promoção do curso no meio profissional e estudantil. % CFA 25,41 2,41 Existência de amplo mercado de trabalho. Vocação. Diversidade das alternativas de especialização. 12,00 8,00 21,29 18,35 8,17 Abrir negócio próprio. Preferência pela área de Ciências Sociais. Influência do outro Administrador (pai, amigos, parentes) Atuar em empresa familiar. Outra. Qual? 27,00 5,75 5,13 4,59 3,89 5,03 Total 4,00 16,00 3,00 100 Fonte: O autor Ao escolher um curso de graduação as pessoas escolhem tendo como 115 influência diversos aspectos possíveis, destaque para as que foram pesquisadas em nível nacional pela pesquisa CFA e pela pesquisa com os egressos de uma instituição de ensino. A comparação entre elas nos dá um resultado de 21,41% de administradores de nível nacional que optaram escolher o curso por perceber nele uma formação generalista e abrangente, na pesquisa com egressos o mesmo fator de influência é de apenas 15%. O segundo fator de influência que mais aparece é existência de amplo mercado de trabalho com 21,29% na pesquisa CFA e somete 12% na pesquisa local. O fator vocação mostra que 18,35% optaram pelo curso por sentir que tinham vocação para a profissão, isso na pesquisa nacional do CFA, já na pesquisa com os egressos de nosso estudo somente 8% declararam terem feito por vocação. Estes três fatores foram os que predominaram na pesquisa do CFA, já na pesquisa com os egressos da instituição de ensino local abrir um negócio próprio predominou com 27% dos entrevistados, mostrando a grande propensão para serem empreendedores, na pesquisa CFA apenas 5,75% optaram por esse motivo. Destaca-se também outro fator da pesquisa com os egressos da instituição local que 16% optaram em fazer administração para trabalhar em empresa da familiar, na pesquisa CFA, somete 3,89% tiveram esse fator como possibilidade. Outros fatores aparecem com menor intensidade e foram apontados pelos pesquisados como a diversidade das alternativas e especialização na profissão com 8,17%, preferência pela área de ciências sociais e aplicadas com 5,13% e promoção do curso nos meios estudantis, esses fatores foram apontados somente na pesquisa CFA. Ainda a influência de outro administrador como pai ou amigo aparece em ambas às pesquisas com 4% local e 4,59% em nível nacional. Bem como outros fatores não mencionados com 3% local e 5,03% do CFA. Tabela 19 - Percepção ao final do curso de graduação em Administração. O curso atendeu integralmente/completamente as minhas expectativas. O curso atendeu parcialmente/ satisfatoriamente as minhas expectativas. O curso não atendeu de forma satisfatória as minhas expectativas. Total % Unoesc % CFA 37,00 21,69 56,00 63,44 7,00 14,87 100 100 Fonte: O autor. Ao analisar as expectativas iniciais da graduação e a percepção deixada pelo curso após a formação, percebe-se que os egressos locais entrevistados 116 declararam que o curso atendeu suas expectativas integralmente em 37%, já em nível nacional as expectativas foram atendidas integralmente em 21,69%. No atendimento parcial das expectativas, 56% local e 63,44% na pesquisa CFA. Quanto ao fator “não atendeu de forma satisfatória minhas expectativas”, somente 7% dos egressos locais apontaram esse fator e em nível nacional aparece com mais que o dobro percentual com 14,87% de respostas que o curso não atendeu de maneira satisfatória as expectativas. O que se percebe que um percentual pequeno de somente 7% não foi atendido em suas expectativas, isso não diminui a importância ou a influência que ocurso pode ter em suas carreiras, pois é possível que as expectativas dos egressos tenham sido diferentes das encontradas durante os estudos. Vale destacar o alto índice nas declarações positivas onde em nível local atendeu em 37% de maneira integral e 56% de maneira parcial ou satisfatória as expectativas dos egressos, esses índices podem ser influenciadores positivos no desenvolvimento de suas carreiras, pois o reconhecimento das expectativas atendidas pode ser uma premissa importante. Já os índices do CFA ficaram bem abaixo no item atendimento das expectativas integrais, diferença de mais de 15%, porem no atendimento das expetativas de maneira satisfatória ficou acimado da pesquisa local em mais de 7%. Tabela 20 - Conclusão de outro curso de graduação, especialização, mestrado etc. além da graduação em Administração, que considera importante para a carreira. % Unoesc 54,00 46,00 100,00 Sim Não Total % CFA 56,17 43,83 100,00 Fonte: O autor Ao compararmos as pesquisas realizadas na Unoesc e do CFA percebemos que quando perguntados se os entrevistados egressos haviam feito outro curso além da graduação em administração, como outra graduação ou pós-graduação, o resultado é relatado na tabela 22, onde em nível nacional 56,17% declararam ter feito outro curso, já os graduados na Unoesc 53% declararam ter feito outro curso além da formação em administração. Percebe-se, portanto, uma diferença de 3,17% a mais em nível nacional que buscaram a continuidade dos estudos, esse fato pode ser compreendido se considerarmos o tempo de formado dos egressos 117 da IES estudada e os egressos do CFA, bem como as idades dos mesmos, pois a população da IES é consideravelmente jovem. É possível que com o passar do tempo esses índices de aproximem ainda mais. Tabela 21- Em que programa de pós participou. Especialização (inclui MBA) Outra Graduação Outro programa Mestrado Acadêmico Mestrado Profissional Doutorado Pós-Doutorado Total % Unoesc 78,51 12,10 7,00 2,48 0,00 0,00 0,00 100,00 % CFA 75,33 12,32 4,68 3,73 2,52 0,4 1,02 100,0 Fonte: O autor. Ao compararmos os egressos de administração da Unoesc que declararam ter continuado os estudos, cursando outra graduação ou cursos de especialização, isto somado aponta um percentual de 54%, deste total 78,51% cursaram alguma especialização, comparados aos 75,33% da pesquisa do CFA, uma diferença de 3% a mais quando se trata de especialização dos administradores em nível local para o nacional, esse dado é interessante para a IES formadora. Quando observado se os administradores fizeram outra graduação, os números se aproximam 12,10% dos egressos da Unoesc declararam que cursaram ou ainda cursam outra graduação, este percentual em nível de pesquisa do CFA é de 12,32%, percentuais bem próximos. Outro item observado é com relação aos que cursaram mestrado, nesse aspecto dos entrevistados da Unoesc, somente 3 pessoas declararam ter frequentado esse tipo de programa, ou seja, apenas 2,48%, em comparação CFA esse percentual sobe um pouco, 3,73%. O CFA agrega um percentual levemente maior de 1,3% de diferença. O CFA mediu ainda outros programas que não fossem os citados acima e obteve respostas de outros 4,68%, esse item quando medido por essa pesquisa resultou em 7%, acima, portanto da pesquisa nacional CFA. 118 Tabela 22- Sua ocupação principal, a qual setor da economia ela pertence? Setor Privado. Setor Público. Atualmente estou desempregado/aposentado. TOTAL Fonte: O autor % Unoesc % CFA 96,43 2,23 1,34 100,0 57,66 31,54 10,80 100,0 A comparação do setor de atuação dos administradores em nível nacional na pesquisa CFA aponta 57,66% dos respondentes atuando no setor privado já na pesquisa realizada com egressos de administração da IES 96,43% atua no setor privado, uma grande diferença, quase a totalidade dos administradores formados pela instituição; somente 2,23% atuam no setor público, compreensível esse resultado, embora extremo, pois a região onde se localiza a instituição analisada não tem vocação nem órgãos públicos que possibilitem uma atuação mais expressiva de administradores em setores dessa natureza. A pesquisa do CFA aponta que 31,54% dos administradores atuam no setor público, equilibrando a distribuição da atuação dos profissionais da área, o que não acontece com egressos da IES, obrigando-se atuar na área privada por ser a que oferece possibilidade de atuação, possivelmente seja um indicador das altas expectativas ou objetivos de abrir o próprio negócio, como declarado por eles. Pode-se concluir que em diversos aspectos os administradores em nível local e em nível nacional divergem em aspectos básicos como o maior número de mulheres formadas em nível local em comparação a pesquisa do CFA, não predomina, mas aparecem com uma frequência maior. Pode-se citar a diferença de idade, com administradores mais jovens em nível local com uma quantidade significativa, mais de 50% possuem idade abaixo dos 35 anos, apesar de mais jovens apontam índices maiores de pessoas casadas e que possuem na sua maioria um ou dois dependentes, fato que lhes obrigada a ganhar dinheiro para mantê-los e possivelmente seja um motivador na busca por crescimento profissional e de carreira. Uma diferença que aparece em destaque quando observado os níveis salariais percebe-se que em nível de pesquisa CFA remuneração dos administradores está acima dos níveis salariais recebidos pelos administradores locais, possivelmente explicados pelo tempo de atuação no mercado e pelos cargos ocupados; ou ainda por práticas empresariais em função da geografia em que se localizam. Um aspecto que merece destaque são as 119 diversidades das influências na escola do curso de administração, as quais variam significativamente de acordo com pesquisa local ou do CFA, destaque para 2 fatores locais, as quais impulsionam a busca pelo curso com objetivo de abrir um negócio próprio (empreender) e atuar na empresa da família, quase a metade do egressos buscaram o curso com esse foco. Já em nível de CFA as influencias são a busca pelo curso com formação generalista e amplo mercado de trabalho. 4.4 EXPECTATIVAS DE CARREIRAS DOS ADMINISTRADORES Uma vez analisado aspectos do passado e do presente dos administradores, elaboramos questões direcionadas para verificar a opinião dos egressos com relação ao futuro na profissão sob a ótica deles próprios, seus planos, metas, vontades e desejos. Esta parte da pesquisa teve por objetivo descrever as expectativas dos administradores sobre seus futuros na profissão que escolheram e avaliar se este futuro é visto de modo positivo ou negativo. 4.4.1 Caracterização das expectativas de carreira dos administradores Segundo o dicionário Aurélio (2012) Expectativa pode ser entendida como “Ato ou efeito de expectar, é a Esperança baseada em supostos direitos, Ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém”. Portanto não é certeza, muitas vezes é traduzida em desejos ou vontades das pessoas. Expectativa é algo que se almeja conquistar ou alcançar ou como se imagina o futuro, é a criação de um estado no futuro e com essa definição procuramos saber dos administradores que expectativas possuem para os próximos três anos. Esta etapa da analise tratou de explorar aspectos como: o que pretende em relação à continuidade dos estudos? Quantos empregos pretende ter? Quanto a área de atuação pretende trabalhar somente em administração ou fora dela também? Quais são seus projetos para os próximos 3 anos? Qual área da administração que mais lhe interessa? Qual seu projeto de aperfeiçoamento para próximos anos? Quais fatores considera importante para desenvolver sua carreira? De quem mais depende sua carreira? Perguntamos se está tentando ser promovido nos próximos meses e se estava 120 tentando ativamente ter aumento de salário. Ou se estava pensando em trocar de emprego ou de empresa. Se possui um plano de carreira definido; dentre outras questões que pudessem caracterizar as expectativas desses profissionais investigados. Observamos na sequência quais são as respostas relativas às expectativas de carreira na opinião dos egressos investigados. Não trabalhar 1% Outros 8% Fazer pósgraduação 22% Ser autônomo 11% Trabalhar em serviço público 13% Ser dono de empresa 35% Trabalho em empresa 10% Gráfico 20: Relativo a planos futuros pretende. Fonte: O autor - Questão 5.1 Relativo à carreira de cada um dos pesquisados basicamente sobre seus planos futuros de atuação profissional e aperfeiçoamento das competências por meio dos estudos. A primeira pergunta foi relativa ao que ele pretende para o futuro a resposta de 97 pessoas representando 35% das declarações, “foi que pretendia ser o dono de uma empresa”. Essas declarações no remete a classificação clara de uma carreira do tipo “empreendedora”, Chanlat (1995) observadas na figura 2, na qual descreve um profissional que pauta sua carreira utilizando recursos e da capacidade de criação e inovação de novos valores, produtos e serviços. A segunda opção que mais apareceu com 61 declarações 22% manifestou o desejo de “fazer uma pós-graduação”, podemos definir que esses indivíduos possuem como âncora de carreira segundo Schein (1993) “a - competência técnica e funcional” são os profissionais que destinam esforços dedicação a uma especialização priorizando a capacidade de saber fazer e sabem da importância da continuidade dos estudos em busca do aprimoramento pessoal. Observamos um número significativo de pessoas que pretende trabalhar nos serviços públicos 35 egressos que representam 13% e declararam que pretendem fazer concursos e 121 ingressar nessa área; estes indivíduos buscam apoiam-se na âncora de Schein (1993) do tipo “c – estabilidade de segurança” busca ter maiores certeza e segurança com relação ao futuro, normalmente estão ligados a órgão do governo ou em empresas publicas. Outro grupo de respondentes declarou o desejo de ter uma carreira ou trabalhar de maneira autônoma, 11% que equivalem a 31 respondentes; estes profissionais ao declararem esse tipo de desejo se identificam como pessoas que buscam “independência e autonomia” um dos tipos de âncora carreira descrito por Schein (1993) são pessoas que não podem se sentirem dependentes a pessoas, regras, procedimentos rígidos ou código, presentes na maioria das organizações, prefere uma carreira “Protiana” segundo a classificação de Bendassolli (2009) um indivíduo que busca pluralidade de contextos de trabalho e dos vínculos com as organizações. Outras 29 pessoas, 10% declararam querer trabalhar em uma empresa privada e desempenhar suas competências de administrador. Esse grupo de pessoas procura se adaptar a um processo de carreira que se aproxima mais ao “Profissional” Chanlat (1995) pauta-se pelo saber e reputação, tendo como âncora a estabilidade e segurança Schein (1993). Três pessoas equivalentes a 1% manifestaram o desejo de não trabalhar no futuro, compreensível essa manifestação, pois há administradores egressos que estão próximos à aposentadoria e esse pode ser um fator influenciador. Estas pessoas estão observando um futuro ancorado em “estabilidade e segurança, aliados a qualidade de vida” Schein (1993). 21 pessoas declararam que pretende em suas carreiras desenvolver outras atividades, representam 8%, poderíamos citar o desejo das mulheres em engravidar, ou simplesmente parar de trabalhar, fazer curso técnico, dentre outras manifestações não descritas por eles. Podemos dizer que possuem como âncora “desafio puro” Schein (1993) ou ainda um modelo de carreira do tipo “Craft Carrer” segundo Bendassolli (2009) indivíduo que busca na autonomia e na criatividade reinventar-se no trabalho e na carreira. 122 A B C Não trabalhar 1% Ter mais de um emprego 44% Ter apenas um emprego 55% Gráfico 21: Quantos empregos pretende ter? Fonte: O autor - Questão 5.2. Perguntados sobre quantos empregos pretenderiam ter no futuro e no exercício da profissão, as respostas foram objetivas e diretas 55% disseram que pretendem ter somente um emprego e trabalhar e somente numa organização. Esses egressos ao declararam seu desejo de trabalhar em somente um emprego ou empresa podem ser classificados como profissionais que buscam construir uma carreira com modelo “Narrativa” segundo Bendassolli (2009) com temporalidade e ação como processo narrativo, interpretação de eventos e de projetos, com modelo de carreira “Profissional” segundo com Chanlat (1995). Em contra ponto 44% declararam que pretendem ter mais de um emprego e trabalhar em mais de uma organização. Estes indivíduos procuram um modelo de carreira “Moderna” Chanlat (1995) não se detém a necessidade de estabilidade e progressão vertical em uma única organização, buscam um modelo de carreira “Sem fronteiras” Bendassolli (2009) que tem na pluralidade de contextos de trabalho sua inspiração e desafios, buscam vínculos com trocas mútuas entre indivíduo e organização. E novamente as três pessoas se manifestaram que não pretendem trabalhar no futuro, ou seja, 1% delas buscam estabilidade e qualidade de vida como âncoras de carreira. Schein (1993). Podemos correlacionar com as idades dos administradores, mais de 50% deles até 35 anos e poderia explicar seus desejos e ambições por meio do trabalho, conquistando seu espaço profissional futuro com atuações múltiplas; já aqueles que pretendem focar num só emprego podem ser entendidos como os que já possuem suas empresas e os que atuam em empresas familiares ou ainda por entender que não podem ou não devem atuar em duas ou mais atividades. 123 Nao pretende atuar em ADM 8% A B C D Não pretendem trabalhar 0% Trabalhar apenas em ADM 20% Trab. em Adm e em outras áreas 72% Gráfico 22: Área de atuação. Fonte: O autor – Questão 5.3. Quando perguntados qual a área que pretendiam atuar no emprego ou nos empregos para aqueles que pretendem ter mais de um, as respostas foram de que 72% pretendem trabalhar na área de administração e também em outras áreas, 159 pessoas declararam isso, número expressivo, entretanto compreensível se observarmos o perfil dos egressos que buscaram o curso de administração por se identificarem com âncora de carreira de acordo com Schein (1993) de tipo “b Competência em administração geral” e do tipo “e – Criatividade empresarial”, não se limitando em sua atuação, caracteriza-se assim uma carreira de modelo “Sem fronteiras” Bendassolli (2009) entendemos ser normal às respostas da grande maioria em declararem querer atuar na área de formação e estar dispostos, do contraio causaria estranheza. Um número de 43 pessoas, ou seja, 20% dos administradores responderam que pretendem trabalhar somente na área de administração e não têm interesse em outras áreas, podemos entender que muitos já atuam em suas próprias empresas e pretendem continuar a dedicar-se a elas, considerando também que há um número de 56% de pessoas que declararam estarem totalmente satisfeitos com o emprego atual e na profissão que escolheram essas pessoas são profissionais que podem ser identificados ao tipo de âncoras “b – Competência em administração geral, e - Criatividade empresarial”. 17 pessoas que representam 8% dos administradores declararam não pretender trabalhar na área da administração, e suas justificativas são de que tiveram oportunidades em outras áreas, ou ainda não pretendem deixar as atividades que desenvolvem 124 atualmente, ou simplesmente não têm interesses na área essas pessoas pautam suas carreiras identificando-se com o modelo “Multifuncional ou Protiana” segundo Bendassolli (2009) ou no modelo “Sociopolítica” de Chanlat (1995) onde as pessoas não se preocupam em estar ligada a estrutura ou a uma organização especificamente, buscam outros desafios que não estão necessariamente ligados a administração. Outros projetos 13% Não possui projeto 20% Fazer Doutorado 1% Outra graduaçao 19% Especializacão MBA 34% Fazer Mestrado 13% Gráfico 23: Projeto de aperfeiçoamento para os próximos 3 anos, Fonte: O autor - Questão 5.4.1. Com o objetivo de analisar os projetos de aperfeiçoamento educacional dos administradores para os próximos três anos, obtivemos as seguintes declarações: em primeiro lugar aparece destaca-se 34% dos entrevistados com desejo de fazer uma especialização ou MBA. Com 13% dos respondentes aparece um grupo que podemos considerar como significativo de egressos que pretendem nos próximos 3 anos fazer mestrado e com apenas 1% que pretende fazer Doutorado. 19% dos administradores pretendem nos próximos três anos cursar outra graduação. Esse grupo de pessoas que declara fazer planos para os anos seguintes e pauta-se por uma direção de aperfeiçoamento continuo possui como base a uma âncora descrita por Schein (1993) como de “competência em Administração” as pessoas com esta âncora reconhecem que precisam ter conhecimento em diversas áreas e os valores e motivações estão ligados altos graus de responsabilidades, oportunidades e liderança e alto rendimento, a continuidade dos estudos é fator essencial para garantir essa maneira de pensar e agir, baseados em um modelo emergente de 125 carreira “Sem fronteiras” de Bendassolli ( 2009). Um segundo lugar com 20% ou seja, 43 respondentes declararam não possuir projetos claros para os próximos três anos. 13% têm outros projetos que não estão em consonância com estudos, poderíamos compara-los aos indivíduos que se dedicam ao trabalho de maneira integral e tem na “Criatividade empresarial” sua âncora motivacional, podemos dizer essencialmente focado no trabalho. Outra 16% Nao tem interesse 9% Tec. Inf. 1% Financeira 15% RH 12% Adm Geral 20% Marketing 15% Estratégias 8% Operacional 4% Gráfico 24: Área de interesse de atuação ou formação para os próximos três anos. Fonte: Dados primários – Questão 5.4.2 Solicitou-se aos entrevistados para que respondessem qual é a principal área de interesse de formação ou de atuação para os próximos 3 anos, e 20% dos administradores declararam possuir interesses em assuntos ou atividades ligados à administração em geral. 16% têm interesses em outras áreas ligadas à administração. 15% demonstraram interesse na área de marketing. Outros 15% têm interesse na área financeira. 12% se interessam por atividades ligadas a recursos humanos (RH). 9% não têm interesses nas áreas de administração. 8% gostariam de especializar-se em estratégias. 4% têm interesses em assuntos operacionais e de produção. E 1% tem interesse nas áreas de tecnologias da informação (TI). 126 De minha formação acadêmica 8% De minha empresa 14% Do meu desempenho, esforço, trabalho 78% Gráfico 25: O futuro da carreira vai depender. Fonte: O autor - Questão 5.5. A pesquisa procurou conhecer a opinião dos administradores acerca de que o futuro dependeria mais deles ou das empresas onde eles atuam ou se dependeria da formação acadêmica que cada um possui. A resposta aponta que os profissionais tem a convicção que o futuro da carreira dependerá do desempenho deles próprios em 78% dos entrevistados, esse tipo de declaração identifica-o como um profissional que tem sua âncora de decisões pautada na “Competência em administração geral” Schein (1993), pois ele sabe que a capacidade administrar lhe garantirá uma carreira de “sucesso” é o tipo de profissional que não atribui a responsabilidade de sua carreira à organização onde trabalha; classifica-se como seguidor de carreira do tipo “Profissional” na classificada por Chanlat (1995). Outro grupo bem menor de 14% declarou que o futuro de suas carreiras depende das empresas onde atuam, podemos dizer que são os administradores que estão vinculados as hierarquia de empresas que oferecem possibilidades de crescimento, mas que somente o esforço de cada um não garante crescimento profissional, a estes Chanlat (1995) define como pessoas que utilizam carreira do tipo “Burocrática” e sua âncora baseia-se na “estabilidade e segurança” Schein (1993) onde a posição hierárquica é importante. Existe um pequeno grupo de 8% que atribui a sua formação acadêmica a possibilidade de sucesso profissional, usam a âncora da “Competência técnica e funcional” acreditam que há grande possibilidade de sucesso se dará em função da formação. De modo geral percebemos que as pessoas acreditam que o sucesso individual vai depender do esforço, do desempenho e trabalho que desempenharem confiando em si próprios. 127 Ter iniciativa 9% Aberto a novos desafios 11% Manter contatos 5% Ter sorte 1% Estar motivado 20% Estar sempre atualizado 54% Gráfico 26: Fatores importantes para o desenvolvimento profissional. Fonte: O Autor – Questão 5.6. Perguntados sobre os principais fatores para se desenvolver profissionalmente, foi lhes dado seis opções para escolha e o resultado, segundo os egressos foram em mais da metade dos entrevistados, 54% declararam que para se desenvolver profissionalmente deve-se estar sempre atualizado, foram 120 pessoas confirmando essa necessidade. Outros 20%, ou 44 pessoas, atribuem o desenvolvimento profissional a fator motivacional, declarando que estar motivado é um fator que poderá garantir desenvolvimento na profissão. 11% declararam a importância das pessoas estarem abertas a novos desafios; 9% atribuem o desenvolvimento na carreira à iniciativa, dizem que é preciso ter iniciativa para que as coisas aconteçam; 5% declaram a importância dos contatos, o exercício do Net Work, às redes de contatos. E 1% dos administradores atribui o desenvolvimento da profissão à sorte. Nada 23% Pouco 10% Totalmene 40% Parcialmente 27% Gráfico 27: Está tentando ser promovido? Fonte: O autor - Questão 5.7. 128 Para medir as expectativas de carreiras é preciso explorar os entrevistados com perguntas mais intrigantes e, para tanto, perguntamos a eles se estavam tentando ser promovidos e apresentamos uma escala com as opções: totalmente, parcialmente, pouco e nada. As expectativas de crescimento na carreira por parte dos administradores ficam evidentes quando observamos no Gráfico 27 que 40% estão totalmente empenhados em ser promovidos, mostrando o desejo de saírem da situação em que se encontram e galgar cargos ou posições dentro da empresa ou em outra empresa. Outros 27% estão tentando ser promovidos, mas de maneira parcial, talvez por sentirem que a empresa não oferece possibilidade de crescimento, outro fator pode ser explicado pelo fato de que vários entrevistados são donos de suas empresas e não teriam possibilidades de serem promovidos, conforme sugere a questão. 10% estão tentando ser promovidos, mas pouco, e 23% não estão tentando ser promovidos. Nada 10% Pouco 7% Parcialmente 25% Totalmente 58% Gráfico 28: Está tentando ganhar aumento? Fonte: O autor - Questão 5.8. Ainda na linha das expectativas de carreira dos administradores, além de perguntar se estavam tentando ser promovidos, perguntamos se os egressos, em suas ocupações, estavam tentando ganhar aumento: 40% estão tentando ser promovido, mas existem 58% que estão totalmente empenhados em ganhar aumento, mesmo que não sejam promovidos, busca de maneira focada mudar a situação financeira. 25% estão tentando parcialmente obter um aumento salarial. 7% estão tentando somete um pouco ganhar aumento, podendo estar em uma zona de conforto ou conformidade. Outros 10% não estão tentando ganhar aumento. 129 Nada 16% Totalmente 23% Pouco 21% Parcialmente 40% Gráfico 29: Seria fácil encontrar um emprego similar ao seu? Fonte: O autor - Questão 5.9. Tentando medir como o profissional da administração observa o mercado de trabalho, perguntamos se eles achariam fácil encontrar um emprego ou atividade similar as que desenvolvem. Utilizando as mesmas opções de respostas e mesma escala, observamos que 23% são confiantes e afirmam que não teriam receio de encontrar emprego similar ao que fazem, achando totalmente fácil. 40% declararam que seria parcialmente fácil, acreditam que encontrariam algumas restrições 21% já são mais cautelosos, declarou que seria pouco fácil achar emprego similar ao que desempenha, o último grupo afirma que não seria nada fácil encontrar emprego similar. Temos de considerar que constam aqui respostas e opiniões de pessoas que já se encontram em cargos estratégicos e táticos e que por vezes não seria simples sair de um emprego já consolidado ou numa posição conquistada ao longo do tempo e encontrar outro semelhante facilmente. Sim 18% Não 82% Gráfico 30: Pretende mudar de organização nos próximos dois anos? Fonte: O autor - Questão 5.10 130 Perguntados se teriam pretensões de mudar de organização ou empresa nos próximos dois anos, somente 18% manifestaram esse interesse. O fato dos pesquisados serem relativamente jovens e muitos deles ainda estarem no início da carreira, talvez coubesse classifica-los na categoria em que se apoia em um modelo emergente de carreira do tipo “Construcionista” segundo Bendassolii (2009) uma carreira como um processo de construção, com ocorrência de metamorfose na identidade, ou ainda baseado no modelo “Craft carrer” que busca autonomia ou reinvenção do próprio trabalho Bendassolii (2009) estes modelos poderiam tentar justificar o desejo de mudança de organização ou ainda um tipo de carreira “Empreendedora” de Chanlat (1995) que sentem que possuem capacidade e vontade inovar ou tornar-se dono de seu próprio negócio. 82% disseram não fazer parte dos planos mudar de organização nos próximos dois anos. O resultado permite achar que os profissionais investigados estariam satisfeitos com a empresa em que atuam. O fato de não pretenderem mudar de organização nos próximos dois anos poderia ser explicado por alguns motivos: dos diversos declarantes há os que são proprietários e, portanto não tem motivos para querer mudar ou o fato se justifica por se apoiarem num modelo de carreira “burocrática” que valoriza a posição hierárquica, confortáveis e apegados aos cargos Chanlat (1995). Ou ainda se valem da âncora de carreira da “Estabilidade e segurança” segundo Schein (1993) profissionais que se sentem seguros e estáveis, com total domínio da situação e dos eventos futuros. Sim 25% Não 75% Gráfico 31: Pretendem trocar de atividade/trabalho nos próximos dois anos? Fonte: O autor - Questão 5.11. 131 Quando perguntados se pretendem trocar de atividades ou de trabalho nos próximos dois anos o percentual de pessoas que expressam sim, pretendem trocar, não de empresa, mas de atividade é de 25%. Trocar de atividade ou de trabalho não significa insatisfação por completo com a empresa, pode estar pautado desejo de mudança de rotinas ou na busca de novos desafios como descreve a carreira “Portfólio” a qual busca diversidade de atividades profissionais, busca de novas experiências e aprendizados Bendassolli (2009) Já o numero de profissionais que não pretendem trocar de atividade é de 75%, que podem ser os mesmo que declararam no Gráfico 30 que não pretendiam mudar de organização nos próximos dois anos, mostra que o alto grau de satisfação pelo que fazem não estimula o desejo de querer trocar nem de empresa nem de atividade/trabalho, com classificados anteriormente são os que valorizam a posição hierárquica, por vezes são apegados aos cargos Chanlat (1995). Ou ainda se valem da âncora de carreira da “Estabilidade e segurança” segundo Schein (1993) SIM NÃO 21% 79% Gráfico 32: Pretendem trocar de atividade/trabalho e de organização nos próximos dois anos? Fonte: O autor - Questão 5.12 De maneira contínua perguntou-se aos administradores se pretendiam trocar tanto de atividade/emprego e também trocar de organização. Os números mostram que praticamente os mesmos que pretendem trocar de empresa também pretendem trocar de atividade ou de emprego, pode-se analisá-los como pessoas que querem mudanças de rotina ou novos desafios, podem ser pessoas 132 que querem prosperar e crescer profissionalmente e que, por esse motivo, manifestam o interesse de mudança, mas nos planos da grande maioria para os próximos dois anos é permanecer onde estão apoiados por modelo de carreira mais “Tradicional” Chanlat (1995) e na âncora pessoal da “Estabilidade e segurança” Schein (1993). SIM Não possuo Planejamento de carreira 34% NÃO Sim possuo Planejamento de carreira 66% Gráfico 33: Você possui Planejamento de carreira? Fonte: O autor - Questão 5.13. Perguntou-se aos administradores egressos da instituição de ensino pesquisada se eles possuíam planejamento de carreira para o desenvolvimento profissional, 66% afirmaram que sim, possuem planejamento de carreira e 34% responderam que não possuem. Procurando explorar um pouco mais esse aspecto, buscamos saber dos administradores os motivos pelos quais ainda não possuem planejamento. Vejamos os resultados das respostas na sequência. C- 56% - Pensei, mas não tive condições , oportunidade, tempo Gráfico 34: Não possuo planejamento de carreira. Fonte: O autor - Questão 5.13 A- 24% nunca pensei em fazer um planejamento profissional B- 20% já pensei, mas não me sinto motivado para elaborar um planejamento 133 A grande maioria dos pesquisados sabe da importância do planejamento, contudo, por vários motivos não o fazem e nem buscam saber como se faz, 34% declararam não ter planejamento de carreira; as respostas (justificativas) dadas pelos profissionais entrevistados são: resposta “C” já pensou, mas não teve condições, oportunidade, tempo etc. para elaborar, aparece 56% das vezes; isso se traduz em significativa falta de iniciativa por parte dos investigados, pois reconhecem ser importante possuir um plano, não o fazem e não buscam saber como faz. A resposta “A” nunca pensou em fazer um planejamento profissional, aparece com 24% de frequência e a resposta “B”, já pensou, mas não me sinto motivado para elaborar um planejamento apareceu com 20% de frequência. A - 18% Tem objetivos mas não estratégias claras C - 60% Possui objetivos e estratégias B - 22% Tem objetivos mas não estratégias Gráfico 35: Sim, possuo planejamento de carreira. Fonte: O autor - Questão 5.13. Os que declararam possuir plano de carreira representam 66% dos administradores entrevistados que responderam essa questão e escolheram dentre as três opções a situação mais adequada ao seu caso. Dos que afirmam, sim, eu tenho um plano de carreira, estão as seguintes condições: 60% afirmam ter objetivos profissionais e já estabeleceram estratégias para alcança-los. 22% declaram ter objetivos profissionais, mas ainda não estabeleceram estratégias para alcançá-los. E o terceiro grupo, 18%, afirma ter em seus planos objetivos profissionais, mas não têm estratégias claras (passos) para alcançá-los. Assim sendo, do total de respondentes, de fato apenas 39,6% possuem planejamento de carreira. Ou seja, embora a pesquisa indique que muitos egressos estudados possuem planos para seu futuro profissional (se manter na atual organização, 134 ganhar aumento, ser promovido, entre outros), a maior parte deles não tem estratégias para alcançar seus objetivos de carreira. ESTUDAR TRABALHAR AMBAS 4% 20% 76% Gráfico 36: Expectativas de carreira, planos para os próximos cinco anos. Fonte: O autor - Questão 5.14. Investigou-se quais eram os planos e os objetivos dos administradores para os próximos cinco anos e encontramos claramente três grupos, os que pretendem dedicar-se somente ao trabalho, dos que descreveram os objetivos futuros esses representam 20% do total. Há ainda um pequeno grupo 4% que expressou seus objetivos direcionados à continuidade no aperfeiçoamento pessoal e profissional, entretanto, com objetivos focados nos estudos, fazer especializações, mestrado e doutorado. Ressalta-se significativo contingente de pessoas que manifestaram seus objetivos nas duas frentes de maneira simultânea, estudar e trabalhar ao mesmo tempo, 76% dos administradores pensa e planeja os próximos cinco anos desenvolvendo atividades que contemplem as duas áreas, crescimento profissional e crescimento intelectual, por meio da continuidade dos estudos. Muitos deles alimentam o desejo de tornarem-se empreendedores, iniciar o próprio negócio. 4.4.2 Caracterização das expectativas de carreira e dos objetivos para os próximos cinco anos Na sequência é apresentado o Quadro 7 das manifestações dos objetivos para os próximos cinco anos na descrição dos administradores investigados, as expressões foram tabuladas em 13 categorizadas, uma vez que os objetivos se assemelhavam, isso pode ser observado pela frequência com aparecem na 135 segunda coluna do quadro; a categorização permitiu analisar os objetivos descritos pelos administradores e entender melhor seus “planos de carreira”. Quadro 6: Relação dos objetivos para os próximos cinco anos: Categoria Objetivos Frequência % 1 Estudar (graduação, Pós-graduação) 52 25.12 2 Crescer/ser promovido na organização atual 48 23.19 3 Abrir uma empresa 28 13.53 4 Ampliar/investir na atual empresa 27 13.04 5 Mudar de atividade/ramo 14 6.76 6 Atuar em empresa pública 8 3.86 7 Mudar de empresa e de atividade 5 2.42 8 Tornar-se autônomo 5 2.42 9 Ser professor 3 1.44 10 Ser consultor/palestrante 3 1.44 11 Permanecer como está 2 0.96 12 Mudar de empresa 1 0.48 13 Outros 11 5.34 207 100.0 TOTAL Fonte: O autor Percebe-se que os objetivos descritos pelos administradores observando suas carreiras para os próximos cinco anos são muito parecidos e se repetem, pois, embora os investigados, egressos de administração tenha concluído a graduação em tempos que variam de 2001 a 2008, as intenções ou expectativas relativas às atuações na profissão e crescimento de carreira se assemelham. Podemos observar um há blocos bem distintos na categorização dos objetivos, destaque para 25.12% declararam estar em seus objetivos estudar, isso de maneira ampla que varia desde cursar outra graduação, fazer especialização, mestrado, doutorado até fazer cursos técnicos e de aperfeiçoamento. Um segundo grupo de objetivos descrito deixa claro o interesse em crescer profissionalmente na empresa onde atua 23.19% disseram concentrar seus objetivos no desenvolvimento pessoal, no desejo de ser promovido. Outro grupo de objetivos que aparecem em terceiro lugar expõe o desejo de empreender seu próprio negócio, objetivo já identificado nessa pesquisa, neste momento aponta para 13.53% das pessoas que tem objetivo de abrir sua empresa em cinco anos. Aos 136 que já são proprietários/empresários 13.04%, os objetivos seguem na linha de investimento e ampliação do próprio negócio em que atua. Com menor expressão aparecem os objetivos daqueles que pretendem mudar de atividade ou de ramo com 6.76% este percentual é possível que seja a manifestação dos investigados que declararam no Gráfico 31 que pretendem trocar de atividade/trabalho nos próximos dois anos, aqui eles expressaram seus desejos em objetivos descritos. Os demais objetivos que podem ser observados no Quadro 7, aparecem com menor intensidade, porem não deixam de ser importantes, pois são indicadores das intenções de carreira dos egressos investigados, e que precisam ser respeitados. De modo geral a maioria giram em torno três grandes grupos que podemos classificar nessa analise, quais sejam: a) objetivos voltados à necessidade de estudar, b) objetivos focados no Trabalho ou atividade profissionais e, c) objetivos focados nas duas atividades: trabalhar e também estudar. Esses objetivos podem traduzir as expectativas dos administradores com relação ao futuro profissional e de carreira. As expectativas juntamente com as trajetórias dos egressos investigados serão analisadas no capítulo a seguir. 4.5 RELAÇÕES ENTRE AS TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS ADMINISTRADORES INVESTIGADOS E SUAS EXPECTATIVAS DE CARREIRA O presente estudo possui como objetivo geral verificar a relação existente entre a trajetória profissional dos administradores egressos e suas expetativas de carreira. Procurar encontrar essa relação apresenta-se como um desafio para esse estudo. 4.5.1 Expectativas de carreira De acordo com a discussão anterior sobre planejamento de carreira, poucos são os que traduzem expectativas em objetivos claros de futuro alcançável e ficam mais como expectadores de um futuro possível do que condutores reais de suas carreiras. Nem todos expressaram seus objetivos e expectativas no questionário, 137 todavia os que expressaram 92.41%, ou seja, dos 224 investigados somente 207 descreveram objetivos para os próximos cinco anos e serão discutidos a seguir. 4.5.1.1 Gênero As mulheres declaram suas expectativas mais na esperança do que na certeza, impressão deixada no momento da aplicação do questionário. Suas manifestações de expectativas de trabalho ou profissão são: abrir uma empresa, muitas têm essa expectativa de tornarem-se donas de seu próprio negócio, as classifica num tipo de carreira “empreendedora” segundo Chanlat (1995) com capacidade de criação e inovação. O que se percebe, portanto, é que o sexo não é fator que diferencia um empreendedor; expectativas de ser autônoma, independente, entende-se como a complementação da ideia anterior, ser proprietária de um negócio próprio; pautado numa carreira emergente do tipo “Sem fronteiras” de Bendassolli (2009) as mulheres têm expectativas de crescer profissionalmente nas organizações, pretendem assumir cargos mais elevados, é a busca por reconhecimento, assumir cargos de gerências locais e regionais. As mulheres querem aumentar sua remuneração, pois acreditam que possuem condições e necessitam se equiparar aos homens nesse aspecto; são profissionais apoiadas na âncora de carreira “Competência técnica e funcional” de Schein (1993) as mulheres que já empreenderam seus negócios pretendem ampliar a empresa; em ralação aos estudos as mulheres pretendem fazer especialização e ou MBA; uma delas pretende fazer mestrado em administração; algumas pretendem concluir a graduação que está em andamento, outras pretendem iniciar outra graduação e buscar novas áreas de atuação. Aqui aparece outra âncora de Schein (1993) de “Criatividade empresarial” Quanto aos homens, suas expectativas não são diferentes: abrir a própria empresa também aparece com maior frequência, compreensível quando se analisa que a intenção de ingresso no curso tinha essa conotação, tornar-se autônomo ou ser empreendedor; podemos classifica-los com pensamento de quem age com tipo de carreira “empreendedora” segundo Chanlat (1995) os homens mais jovens têm expectativas de crescer profissionalmente, na empresa atual ou em outra, eles têm expectativas de assumir novos cargos de mais responsabilidades e com 138 remuneração maior embasados na âncora pessoal de “competência técnica funcional” de acordo com Schein (1993). e os que já possuem empresa pretendem ampliar suas atividades significativamente. Em termos de aperfeiçoamento, eles também pretendem fazer especialização e ou MBA, dois deles pretendem fazer mestrado em Administração e um, fazer doutorado em Administração; encontramos egressos que cursam outra graduação e que pretendem terminá-la para ampliar suas atuações. Homens e mulheres em 76% deixaram clara a intenção e o desejo da continuação do trabalho e dos estudos, simultaneamente seguindo um modelo de carreira emergente do tipo “sem fronteiras” Bendassolli (2009). 4.5.1.2 Idade No confronto da trajetória profissional com a idade dos egressos fica evidenciado que o tempo de graduado somado ao tempo de exercício profissional agrega vantagens perceptíveis aos egressos. Dos egressos que possuem idade até 35 são os que se formaram entre depois de 2005 a 2008, representam mais de 50% dos egressos, são mais jovens e com menos tempo que estão graduados, consequentemente possuem menos tempo de exercício profissional. Os entrevistados com idade superior a 36 anos são representados por 38% dos egressos e encontram-se nas turmas formadas entrem 2001 até 2005, homens e mulheres que após oito anos de graduados estão em uma situação mais confortável e com uma trajetória de carreira mais consolidada, ocupam cargos e posições mais estáveis e destacadas. Portanto, não há como dissociar o fator idade da trajetória profissional. Até então esse fator tem sido diferencial para muitos administradores que acumulam experiências de vida laboral e aplicam em benefício da própria carreira. Acima de 40 anos são 26% dos administradores: idade em que as carreiras ganham formas mais definitivas e o profissional sente-se mais seguro, especializado, com autoconfiança de sua atuação. Acima dos 50 anos são apenas 7% desse total: trata-se de um grupo mais experiente de autônomos ou empresários de diversos ramos e dois já são aposentados. Conclui-se, portanto que a idade é fator determinante nas expectativas dos administradores, pois ficou claro nos objetivos descritos e analisados em capítulo anterior onde se pode comparar aos modelos de carreiras emergentes de 139 Bendassolli (2009) que figuravam como “Sem fronteiras”, “Portfólio”, “transicional”, “Multidirecional” e “Protiana”, basicamente, modelos que podemos entender como possíveis indícios de expectativas pela busca do crescimento e da mudança constante nas carreiras dos investigados. 4.5.1.3 Renda A trajetória profissional foi definitiva para consolidar uma renda melhor a muitos profissionais administradores aliando a experiência e a atuação, valendo-se da formação, conquistaram, com o passar do tempo, recompensas financeiras. Esse fato fica evidente quando se analisa as idades dos participantes e comparase ao tempo de graduado, aqueles que possuem idade acima de 35 anos encontram-se nas faixas salariais mais elevadas, destaque para uma concentração maior de 6 a 10 salários; possivelmente em função de uma trajetória profissional mais alongada que permitiu, com o passar do tempo, colocação ou conquista melhor no mercado. Os mais jovens que possuem idade abaixo 35 anos são os mesmos que se concentram com a renda de até cinco salários, com raras exceções. Essa análise serve para ambos os sexos. 4.5.1.4 Tempo de graduado O tempo médio de graduação de todos os investigados é de 7,5 anos (sete anos e seis meses). Podemos considerar um tempo suficiente para consolidação de carreira traçando uma trajetória profissional, todavia não podemos tratar com equidade aqueles que concluíram o curso no ano de 2008 e completaram no ano de 2012 somente 4 anos de graduados e compará-los aos graduados no ano de 2001 e que completaram 12 anos de graduados. Fica desta forma, evidenciado que o tempo de graduado também é um fator contribuinte na trajetória profissional, pois os egressos que possuem maior tempo de conclusão do curso são em geral, os que estão nas melhores faixas salariais e nos melhores cargos: são os que tiveram tempo para cursar especialização ou aperfeiçoar suas competências e exercitar suas habilidades em várias ocupações. As expectativas são expressas por meio 140 dos objetivos encontrados no Quadro 6, por eles pode-se ter uma evidencia de que os investigados que possuem objetivos de crescer profissionalmente ou abrir uma empresa própria são possivelmente os egressos formados a menos tempo, ou seja de 2005 a 2008, e querem buscar reconhecimento profissional. 4.5.1.5 Cargos ocupados Na seção anterior 4.2.3 foram analisados os tipos de trajetórias por níveis hierárquicos ocupados: faz-se necessário retomar tal análise para esclarecer e comparar a trajetória com as expectativas de carreira. Lembramos também que a pesquisa apontou para 20.35% dos investigados ocupando cargos estratégicos nas organizações em que atuam. De posse desses dados foram criadas nove trajetórias, distribuídas em níveis, cinco delas classificaram os cargos estratégicos, “A, B, C, D, E,” as quais se relembram: A Trajetória do Tipo “A”: os profissionais estavam em cargos Estratégicos, trocaram ou permaneceram em cargos Estratégicos, e no momento da pesquisa se encontravam em cargos de nível Estratégico, representando 4,74% dos egressos investigados, representantes dos anos de 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, e 2008, esse último ano com 2 representantes, apesar do pouco tempo de graduação. Trajetória do Tipo “B”: profissionais que no penúltimo emprego estavam em cargos táticos, passaram para cargo Estratégico e foram encontrados em cargos estratégicos, são representados por 12 investigados que representaram 5,69% do total. Contemplam essa classe alunos dos anos de 2001, 2002, 2003, 2005 com maior número de egressos cinco no total e um do ano de 2006. Trajetória do Tipo “C”: nessa classificação os administradores egressos declararam ter ocupados cargos táticos, mudaram ou permaneceram nesses cargos e níveis e por fim, assumiram cargos estratégicos, 3,5% dos investigados traçaram esse tipo de trajetória, egressos dos anos de 2001, 2002, 2005, 2006 e um de 2008. A trajetória do Tipo “D”: pode-se entender que as expectativas de carreira começam a fazer mais sentido ao tratar do assunto crescer profissionalmente, pois o profissional que está nessa classificação já percorreu trajetória iniciada no antepenúltimo emprego e se encontrava em cargos operacionais, passou a cargo 141 tático e no momento da pesquisa, encontrava-se em um cargo de nível estratégico. Somente 1,52% estão nessa categoria, mas tiveram trajetórias interessantes em pouco tempo, pois se trata de um egresso do ano de 2005 e dois do ano de 2007. Segundo eles, suas expectativas agora se concentram em crescer intelectualmente, pois já cresceram profissionalmente. A trajetória do Tipo “E”: essa trajetória deve ser observada com muita atenção, pois se trata de profissionais que nos dois empregos anteriores ocupavam cargos operacionais e no momento estão em cargos estratégicos, uma trajetória vertiginosa e ascendente. Os administrados incluídos nessa classe são oriundos dos anos de 2001, 2003, 2008, com um representante cada, os demais são dos anos de 2002, 2005, 2006 com três representantes, no total representam 4,89% do total de investigados e que ocupam cargos estratégicos. Suas expectativas também têm foco em crescimento pessoal e ampliação de suas empresas, haja vista que muitos deles empreenderam, por isso passaram de operacional para estratégicos, ou seja, de empregados a proprietários. A trajetória do Tipo “F”: nessa categoria estão os egressos classificados em nível Tático, este nível abrange 21% dos investigados, são 20 profissionais que representam 9,78% dos investigados, oriundos dos anos de 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e um do ano de 2008. A peculiaridade desses egressos é o fato de estarem em cargos táticos em ocupações anteriores, como no penúltimo e no último emprego e no momento da investigação ocupavam cargos desse nível, poderíamos citar cargos como de gerente, supervisores, coordenadores, analistas, entre outros. Suas expectativas são de crescimento profissional, assumindo cargos estratégicos nos próximos três a cinco anos e crescer intelectualmente buscando especialização em áreas da administração principalmente, destaque para Finanças, Marketing, Logística e Recursos Humanos. A trajetória do Tipo “G”: essa categoria é muito similar à categoria F, entretanto com concentração significativa de investigados, 40 egressos estão classificados de maneira que ocuparam cargos operacionais no penúltimo emprego, assumiram cargos táticos na sequência e se encontravam em cargos táticos no momento da pesquisa, eles representam 18,96% do total de profissionais que responderam a pesquisa. Suas expectativas também estão em crescer profissionalmente e atingir os cargos estratégicos em curto espaço de tempo, eles têm consciência que precisam especializar-se e declararam desejo de continuar 142 estudando e se aperfeiçoando, estão com foco no trabalho, mas para os próximos dois anos deverão retornar aos bancos escolares. São profissionais que se graduaram nos anos de 2001, 2002, 2003, 2005, quantidade significativa, foram 12 egressos deste ano, e dos anos de 2006, 2007 e 2008. A trajetória do Tipo “H”: essa se compõe como última categoria de classificação dos egressos no nível tático. É composta por profissionais graduados em todos os anos da pesquisa, ou seja, de 2001 a 2008, este último ano com mais representantes e a soma total equivale a 20,96% dos investigados. São administradores que se encontravam em cargos operacionais nas últimas duas ocupações e agora ocupam cargos de nível tático. As expectativas de carreira concentram-se em assumir novos cargos na empresa e ou abrir um negócio próprio, desejo que aparece em todas as categorias, mas essa tem uma ênfase ainda maior. Pretender continuar a estudar, pois acreditam ser difícil alcançar novos cargos sem estar preparados e deixam claro que voltar a estudar faz parte de seus objetivos em curto prazo. A trajetória do Tipo “I”: essa categoria de trajetória abrange os investigados que foram classificados em cargos de níveis operacionais nos cargos que ocupam em suas organizações. Esta categoria é composta por egressos de todos os anos, de 2001 a 2008. É preciso fazer uma observação na trajetória dessa categoria, pois ainda há pessoas que apesar de longo tempo de graduado ainda se encontram em cargos operacionais, o que destoa dos demais egressos que, com o passar do tempo, foram galgando cargos e ocupam posições de destaque após oito anos de graduado. Do ano de 2001 ainda temos um egresso nessa situação, do ano de 2002, quatro egressos, do ano de 2003, três egressos, e do ano de 2004, três egressos ocupando cargo operacional, isso para citar as turmas com mais tempo de conclusão e se ter uma ideia de que a trajetória destes não foi muito progressiva. Podemos dizer que nesses casos não houve desenvolvimento, pelo menos em termos de progressão de cargos. Os demais componentes da categoria são egressos das turmas de 2005 a 2008, com grande representatividade. Salienta-se que os últimos anos escolhidos para pesquisa representam o maior número de pessoas para aplicação do questionário, no total de egressos nessa categoria são 63 investigados, um quarto do total, e representam 29,96% do geral. É compreensível que os egressos dos anos de 2005, 2006, 2007, e 2008 ainda estejam em cargos operacionais, não se constitui em regra, mas nesse caso o 143 tempo de graduado implica em sua ascensão profissional. Com menos tempo de graduado eles ainda buscam superar-se e crescer em posições nas organizações, seus depoimentos de expectativas são no sentido de buscar reconhecimento, ocupar cargos mais elevados, abrir um próprio negócio, fazer sociedade com familiares, além de direcionar esforços ao aperfeiçoamento, continuar a estudar, fazendo especialização, MBA e, até mesmo cursos técnicos profissionalizantes. Nesta categoria encontra-se um grande número de mulheres que ocupam cargos de auxiliares de escritório, secretárias, auxiliares contábeis, vendedoras, analistas, etc. 144 5 CONSIDERAÇOES FINAIS Este capítulo tem o objetivo de reunir as conclusões extraídas dos resultados da pesquisa realizada, tentando responder ao problema de pesquisa e um dos pontos principais, atender ao objetivo geral: “estudar entre os egressos investigados a relação da trajetória profissional de administradores egressos de uma instituição de ensino superior, com suas expectativas de carreira”. Quando buscamos a definição do perfil socioeconômico profissional dos egressos as conclusões foram as seguintes: os administradores egressos investigados trabalham em empresas de médio porte e também em empresas de pequeno porte, em sua maioria de cunho familiar, caraterístico da região Oeste Catarinense, ou em de empresas iniciadas pelos próprios egressos, na sua maioria de pequeno porte. As organizações nas quais atuam os egressos são principalmente do ramo de serviços, comércio, indústria, respectivamente. Os cargos mais frequentes ocupados pelos investigados são: diretores proprietários, gerentes de diversas áreas, analistas financeiros, assessores ou auxiliares administrativos, representantes comerciais ou vendedores. 56% dos investigados declararam estar “muito satisfeitos” com seu trabalho ou ocupação atual, ainda 37% declararam estar “razoavelmente satisfeitos” e 82% não pretendem trocar de organização nem de atividade nos próximos dois anos. Quanto ao tempo de atuação na empresa, o maior resultado obtido foi que 46% ocupam cargos na empresa atual há menos de cinco anos e principalmente em cargos de nível tático. Os administradores investigados trabalham de oito a dez horas dia, são na maioria casados, e 54% são do sexo masculino. Recebem até cinco salários mínimos por mês na grande maioria (63%), um pouco abaixo da média nacional segundo a pesquisa do CFA (Brasil, 2011); já a renda familiar é de seis a dez salários em 39% dos casos. A trajetória educacional e formação acadêmica dos investigados deixam claras que suas origens são das escolas públicas e a escolha pelo curso de administração foi em razão de desejos de abrir o próprio negócio, ter a própria empresa: tem ligação com os projetos pessoais de liberdade profissional, aliadas a uma vontade ou de uma âncora empreendedora. Na autoanálise feita pelos egressos, declararam que enquanto alunos estiveram com seu desempenho 145 acadêmico na media em relação aos colegas de classe. Os egressos formam uma categoria de estudante/trabalhador, característica da região Oeste, trabalharam durante todo o período de graduação, com raras exceções dos que trabalharam parcialmente durante os estudos acadêmicos e declararam que se tivesse que começar de novo faria novamente o curso de administração na instituição. A trajetória profissional dos egressos mostra-se em um estado de desenvolvimento, predominando os que ocupam cargos em nível médio (tático) nas estruturas das empresas e apesar da baixa faixa de idade, a maioria vem crescendo consistentemente e ocupando cargos com maiores responsabilidades com o passar dos anos, conforme consta no Quadro 5 de trajetórias profissionais. Após a conclusão do curso os profissionais declaram ter recebido aumento de salário, outros foram promovidos ou efetivados, uma parcela declarou não ter mudado de situação, continuou na mesma. Muitos aproveitaram, empreenderam e abriram seus próprios negócios. Na opinião dos egressos, as carreiras deles desenvolveram-se “bem” em quase 50% dos respondentes; uma situação comprovada na classificação das trajetórias, deixando a impressão que os exalunos fizeram escolha do curso adequado. Na descrição das expectativas de carreira profissional dos egressos de administração estudados, percebemos um forte desejo de se tornarem empresários, donos de seu próprio negócio, desejo que os impulsiona desde a escolha do curso e acompanha-os na trajetória de carreira. Quando os investigados foram perguntados se havia um planejamento de carreira, 66% responderam que sim, e responderam que querem trabalhar em somente uma empresa na maioria das respostas, e atuar na área da administração e também em outras áreas. Não obstante, a maior parte deles 40% não possui estratégias para alcançar seus objetivos de carreira, o que acaba por comprometer o “planejamento” de suas carreiras. Quanto aos projetos futuros, segundo os investigados estão direcionados para trabalho e estudos ou aperfeiçoamento, de maneira simultânea. Os interesses são por fazer cursos de especialização nos próximos dois anos: as principais áreas de interesse são administração financeira, marketing, logística, recursos humanos, e administração geral. Os administradores acreditam (78%) que seu futuro vai depender muito mais de seu empenho, esforço e iniciativa do que da organização em que trabalham e para isso deverão estar sempre atualizados profissionalmente e motivados. 40% 146 dos administradores estão tentando ser promovidos, e para isso estão totalmente dedicados em suas atividades. Em relação ao futuro, 40% acreditam ser “parcialmente fácil” encontrar um trabalho similar ao que ocupa no momento e 23% acreditam que seria “totalmente fácil” encontrar um trabalho igual e 37% acreditam que seria “pouco ou nada fácil” encontrar um emprego similar ao seu. De maneira geral, as principais expectativas dos egressos relativos ao futuro da carreira resumem-se em crescimento gradativo na ocupação de novos cargos com melhores salários, por meio de reconhecimento profissional, seja na empresa em que estão, trocando de empresa, ou empreendendo suas próprias empresas. A proposta de pesquisa apresentada teve como objetivo fazer uma “radiografia” dos egressos do curso de administração de uma IES do Oeste de SC. relativo à situação atual no mercado de trabalho, bem como à trajetória percorrida profissionalmente e compara-las as expectativas de carreira. Uma vez apresentados os dados relativos à pesquisa, pretendeu-se também ter condições de conhecer quais foram às contribuições que a formação em administração proporcionou para que esse egresso atingisse a posição de mercado em que se encontra no momento. Esperamos que os resultados obtidos e apresentados aqui permitam contribuir com as instituições de ensino superior – IES, na revisão de suas práticas de ensino, nos conteúdos ministrados por meio de seus componentes curriculares e adequação das matrizes curriculares, elevando o nível de ensino da administração, contribuindo de maneira positiva e efetiva, proporcionando desenvolvimento em suas regiões de abrangência. Esperamos que o resultado beneficie principalmente a Unoesc, instituição formadora dos administradores investigados, na atualização do banco de dados da instituição, bem como auxiliando a instituição em seu posicionamento de mercado. A desatualização dos cadastros pessoais e de endereços principalmente dificulta e até impede que os egressos dessa instituição retornem a IES para dar continuidade aos estudos em nível pós-graduação e também participar de eventos oferecidos pela instituição. A pesquisa apresentada teve seus limitadores que impediram explorar com mais profundidade o tema proposto e a população investigada, o fato da pesquisa ter sido amostral e não de toda a população foi um limitador, porque mesmo com o detalhamento das respostas algumas realidades podem não ter sido conhecidas e esclarecidas. A veracidade das respostas dos investigados foi uma preocupação, 147 pois a análise limitou-se as respostas recebidas por meio dos dados. Além da subjetividade na analise dos resultados; esse limitador pode ter sido acometido pelo pesquisador, o qual precisou se deter aos dados recebidos, tratá-los e analisálos tendo a subjetividade como influencia limitadora nas informações e por fim a quantidade de questões no instrumento o qual teve objetivo de explorar ao máximo as informações dos egressos. Os resultados, com base na análise da realidade e confrontados com a literatura a respeito de carreira, apontaram que o entendimento de grande parte dos investigados é de que seu futuro na carreira dependerá sobretudo do esforço individual para alcançarem seus objetivos, e entendem que tanto a formação acadêmica quanto a continuidade dessa formação será fundamental para chegar ao “sucesso” almejado. Para melhor compreender o objetivo geral dessa pesquisa que foi “estudar a relação das trajetórias profissionais de administradores egressos de uma IES, com suas expectativas de carreira” faz-se necessário retomar a análise que esclarece e comparara a trajetória com as expectativas de carreira. O que se percebeu nas analises foi que as expectativas dos administradores egressos se concentram em crescer intelectualmente e profissionalmente. Suas expectativas são de crescimento profissional, assumindo cargos maiores nos próximos três a cinco anos e crescer intelectualmente buscando especialização em áreas da administração principalmente, destaque para Finanças, Marketing, Logística e Recursos Humanos. Suas expectativas são de crescer profissionalmente e atingir os cargos estratégicos, eles têm consciência que precisam especializar-se e declararam o desejo de continuar estudando e se aperfeiçoando, estão focados no trabalho, mas para os próximos dois anos deverão retornar aos bancos escolares. As expectativas de carreira também se concentram em assumir novos cargos na empresa e ou abrir um negócio próprio em 35% (Gráfico 20). Pretendem continuar a estudar, pois acreditam ser difícil alcançar novos cargos sem estar preparados e deixam claro que voltar a estudar faz parte de seus objetivos em curto prazo. De modo geral as expectativas são no sentido de buscar reconhecimento profissional, ocupar cargos mais elevados, abrir o próprio negócio, fazer sociedade com familiares, além de direcionar esforços no aperfeiçoamento, fazendo especialização, MBA e, até mesmo cursos de capacitação de curta duração. Acreditamos que esse estudo possa trazer possíveis contribuições de algum modo 148 para as IES no sentido de rever suas estratégias de posicionamento institucional, pode significar o inicio de um processo de aperfeiçoamento na comunicação com os egressos das IES. A pesquisa poderá oferecer elementos aos professores na preparação de aulas mais objetivas com maior atendimento das expectativas dos profissionais que estão ajudando a formar. Aos estudantes do ensino médio que poderão decidir-se por uma carreira mais acertada a partir das informações que esse estudo poderá proporcionar com o entendimento das possibilidades de carreiras existentes. Esperamos contribuir com os pesquisadores que estudam temas como: “Trajetórias de carreiras”, “carreiras profissionais” entre outros. Ressaltamos a importância da continuidade desse estudo com objetivo de atender possíveis lacunas não preenchidas aqui, explorando aspectos que não foram abordados por esse estudo. 149 REFERÊNCIAS ALVES, Joana D'Arc; HONORIO, Luiz Carlos. Vínculos entre Alunos e uma Instituição de Ensino Superior. Rio de janeiro, Enampad: 2010. ANDRADE, J. M.; MEIRA, G. R. J. M.; VASCONCELOS, Z. B. O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios. Psicologia Ciência e Profissão, Brasília, ano 22, n. 3, 2002. AURÉLIO. Dicionário da língua portuguesa on line. Disponível hdttp://www.dicionariodoaurelio.com – Acesso em 08 de dezembro 2012. em: American Marketing Association (AMA) (www.ama.org) AMHERDT, Charles-Henri. Le chaos de carrière dans les organisations. Montréal: Editions Nouvelles, 1999. BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2.ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2006. BARBOSA, João Nazário. A trajetória profissional e a trajetória de vida no trabalho dos egressos do Curso de Mestrado em Administração da FACE/UFMG. 1997. 108f. Resumo. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal Minas Gerais, Belo Horizonte, 1997. Disponível em: <http://servicos. capes.gov. br/ capesdw/ resumo.html?idtese=19976332001010026P0>. Acesso em: 15 agosto 2012. BASTOS, Cláudio Ferreira et al. Pesquisa sobre os ex-alunos do Curso de PósGraduação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. RAE, Rio de Janeiro, volume 11, n. 2, p. 112-118, abr./jun. 1971. BETIOL, Maria Irene Stocco. Ser administradora é o feminino de ser administrador?. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração EnANPAD, 24., 2000, CIDADE?. Anais eletrônicos... CIDADE: LOCAL, 2000. Disponível em: < http://www.anpad.org.br/enanpad2000_trabsel_org.html >. Acesso em: 15 julho 2012. BENDASSOLLI, Pedro F. Recomposição da Relação Sujeito-Trabalho nos Modelos emergentes de Carreira. 388 - RAE, São Paulo – SP. V. 49, n.4 – outubro/dezembro. 2009 – 387-400 BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações, 2002. 2521: Administradores. Disponível em:<http://www.mtecbo.gov.br /busca/ descricao.asp? código=2521-05>. Acesso em: 21 outubro 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais 150 Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior, 2010. Sinopses da Educação SuperiorGraduação. Disponível em: http://www.inep.gov.br/superior/ censosuperior/sinopse/default.asp>. Acesso em: 24 fev. 2012. BRASIL. Resolução normativa CFA no 253, de 30 de março de 2001. Código de Ética Profissional do Administrador. Disponível em: <http://www.crasc.org.br/index. php? pg= legis/cod/dos_deveres.htm>. Acesso em: 20 novembro 2011. CIMADON, Aristides. Projeto Politico Pedagógico de Administração. Unoesc – Universidade do Oeste de Santa Catarina – SC. 2008. COLLIS, J; HUSSEY,R. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. BRASIL. Conselho Federal de Administração.<http://www.cfa.org.br. Acesso em: 11 outubro 2011. COSTA, Frederico Kramer. Pós-Graduação e formação profissional: um estudo com egressos do Curso de Mestrado em Administração da UFRN. 1999. 183f. Resumo. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1999. Disponível em: <http://servicos.capes.gov.br /capesdw /resumo .html? idtese= 19997023001011007P0 >. Acesso em: 15 de julho 2012. CHANLAT, Jean-François. Quais carreiras e para qual sociedade? (I). In: RAE – Revista da Administração de Empresas. São Paulo: v. 35, n. 6, nov./dez, 1995. CHANLAT, Jean-François. Quais carreiras e para qual sociedade? (II). In: RAE – Revista da Administração de Empresas. São Paulo: v. 36, n.1, jan./fev./mar. 1996. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2 ª. Edição, São Paulo. Editora Atlas: 1992 COVRE, Maria de Lourdes M. A formação e a ideologia do administrador de empresa. Petrópolis: Vozes, 1981. CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 1994. DIAS, Maria Sara d. L. Sentidos Do trabalho e sua relação com o projeto de vida de Universitários.. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, SC. 2009. DIAS, Sergio R. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva 2003. DIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa e ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004. DRUCKER, Peter. O melhor de Peter Drucker, A Administração. São Paulo- SP: Nobel, 2001. 151 DUTRA, Souza J. Administração de carreiras: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 1996. DUTRA, Souza J. Gestao de Pessoas: modelos, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. ELIAS, Norbert. Estudos sobre a gênese da profissão naval: cavalheiros e tarpaulins. Mana, Rio de Janeiro, volume 7, n. 1, abr. 2001. FACHIN, Odila. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Atlas, 1993. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. FURIATI, Antônio Eustáquio. Inserção no mercado de trabalho dos egressos das escolas de administração de Belo Horizonte - 1989-1991. 1994. 145f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1994. Disponível em: <http://servicos.capes.gov.br/capesdw/ resumo. html?idtese=1994132001010026P0>. Acesso em: 16 novembro 2011. FREITAS, Lenita de Azeredo. E uma carreira profissional sólida se desmancha no ar...: um estudo psicossocial da identidade. Taubaté: Cabral, 1997. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4.ed. São Paulo: Atlas,1995. GONÇALVES, Júlio Holanda. O nível de realização profissional dos egressos do Curso de Administração: um estudo de caso na Universidade Tiradentes - UNIT, em Aracajú-SE. 2003. 179f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2003. Disponível em: < http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200321924001015017P8>. Acesso em: 06 fevereiro 2011. GONDIM, S. M. G. et al. Aconselhamento profissional a desempregados: relato de uma experiência de formação acadêmica para o psicólogo organizacional e do trabalho. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, Florianópolis, v. 1 n. 2, jul./dez. 2001. HARVEY, D. Condição pós-moderna: Uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural (9. ed.). São Paulo, SP: Loyola. 2000. Harpaz, I., & Fu, X. (2002). The structure of the meaning of work: A relative stability amidst change. Human Relations, 55, 639- 646. KOTLER, Philip. O marketing das nações: uma abordagem estratégica para construir as riquezas nacionais. São Paulo: Futura, 1997. KWASNICKA, Eunice L. Introdução à administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 152 LACOMBE, Beatriz Maria Braga. O aluno de Administração de Empresas, o trabalho e a construção da carreira profissional: contribuições de um estudo na Grande São Paulo. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – EnANPAD, 26., 2002, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador, 2002. Disponível em: <http://www.anpad. org. br/ enanpad2002-prog-epa-p.html >. Acesso em: 15 maio 2011. LACOMBE, Francisco J. M.; HEILBORN, Gilberto L. J. Administração – princípios e tendências. São Paulo: Saraiva 2003. LANDAU, J. HAMMER,T.H. Clerical employees’ perceptions of intra organizational career opportunities. Academy of Management Journal, v 29,1986 LAKATOS e MARCONI. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LAKATOS e MARCONI. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. LEITE, Marcia Paula. A qualificação reestruturada e os desafios da formação profissional. Novos Estudos, CEBRAP, n. 45, julho 1996. LEITE, Osmil Sampaio. A formação profissional no Curso de Administração de Empresas da UNISO. 2003. 85f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Sorocaba, Sorocaba, 2003. Disponível em:<Http://servicos.capes.gov. br/capesdw/ resumo.html?idtese=20031533065012001P6>. Acesso em 06 maio 2012. LUNA, Novaes Iuri. Tese de Doutorado: Reestruturação produtiva e a profissão de Administrador de empresas , PPGSP-UFSC, Florianópolis, 2008. MAINARDES, Emerson Wagner; SILVEIRA, Amélia; GOMES, Giancarlo. Lealdade: Estudo de Atributos em Instituições de Ensino Superior Catarinense. Rio de janeiro, Enampad 2010: MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARRAS, Jean P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000. MARTINS, Hélio Tadeu. Gestão de carreiras na era do conhecimento: abordagem conceitual & resultados de pesquisa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 2007. 153 MAXIMIANO, Antônio César. Introdução à administração. 4. ed. rev., São Paulo: Atlas, 1995. MAXIMIANO, Antônio C. A. Teoria geral da administração – da revolução urbana à revolução digital. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. MACEDO, R. B. M. Seu diploma, sua prancha: como escolher a profissão e surfar no mercado de trabalho. 7. Ed. São Paulo: Saraiva, 1998. MORAES SOBRINHO, João. Sua empresa consegue reter os melhores profissionais. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/. Acesso em: 31 março. 2011. OLIVEIRA, Djalma P. R. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 1998. PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de cargos e salários. 8. ed. São Paulo: LTR, 2000. RIBEIRO, Antônio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva 2005. ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projeto de estágio e de pesquisa em administração: Guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 308 p. RUAS, Roberto Lima. A atividade gerencial no século XXI e a formação de gestores: alguns nexos pouco explorados. REAd, ed. 15, v. 6, n. 3, mai./jun. 2000. Disponível em: <http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/anteriores.php>. Acesso em: 10 jun. 2012. SANTOS, B. de S. (2001). Pela mão de Alice: O social e o político na pósmodernidade (8. ed.). São Paulo, SP: Cortez. SAVIOLI, Nelson. Carreira: manual do proprietário. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. SEBRAE - Sistema brasileiro de apoio as micro e pequena empresas <http://www.sebrae.com.br. Acesso em: 02 outubro 2011. SCHEIN, Edgar - Career Anchors: Discovering your real values - Revised Edition, Pfeiffer & Company, 1993, San Diego, D.S.A. Tradução em Português: Shein, E. Identidade Profissional. Ed. NobeI, 1997. SCHEIN, E. H. Identidade profissional: como ajustar suas inclinações a suas opções de trabalho. São Paulo: Nobel, 1981. 154 SILVA, André Guilherme Rodovalho. As expectativas e opiniões de alunos recémformados em cursos de Administração de Empresas sobre o mercado de trabalho. 2003. 121f. Resumo. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, São Paulo, 2003. Disponível em: <http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20035433096015002P4>. Acesso:18 maio 2011. SOARES, D. H. P. A escolha profissional: do jovem ao adulto. São Paulo: Summus, 2002. STONER, James A. F; FREEMAN, R. Eduard. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1985. TEIXEIRA, Maria Odeth Pereira de A. Estudo sobre a trajetória profissional e percepções de graduados em Administração na FEA/USP. 1993. 200f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP, São Paulo, 1993. TONELLI, M. J. (2001). Organizações, relações familiares e amorosas. In E. Davel & S. C. Vergara (Eds.), Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo, SP: Atlas. XAVIER, Paulo Roberto. Remuneração Variável. São Paulo: Makron Books, 1999. XIKOTA, Jaqueline Longo. Planejamento de Carreira: um estudo com egressos de cursos de administração. Florianópolis, 2004. 93 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – PPGP. da Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2005. 155 APÊNDICES QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA, DA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL E PERSPECTIVAS DOS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇAO DA UNOESC XANXERE. Número de controle: ________ I- Perfil socioeconômico profissional 1.1 Indique o mês e o ano da sua formatura em Administração na UNOESC: Mês: _______________ Ano: ______________. 1.2 Indique o tempo que você levou para concluir a graduação em administração: ___________ anos _________ meses. 1.3 Qual o Estado e a Cidade de sua residência? Cidade: _________________________Estado: ______________________________ 1.4 Assinale seu gênero. A. ( ) Masculino B. ( 1.5 Qual a sua idade? A. ( )Até 30 anos C. ( )Entre 36 e 40 anos E. ( )Entre 46 e 50 anos B. ( )Entre 31 e 35 anos D. ( )Entre 41 e 45 anos F. ( )Mais de 50 anos 1.6 Qual seu estado civil? A. ( )Solteiro C. ( )Viúvo E. ( )Separado B. ( )Casado D. ( )Divorciado F. ( )Outro 1.7 Quantos dependentes possui? A. ( )Nenhum C. ( )Dois E. ( )Quatro B. ( )Um D. ( )Três F. ( )Mais de cinco )Feminino 1.8 Qual sua renda individual? (apenas uma alternativa, salário mínimo R$ 622,00) A. ( )Até 5 Salários-Mínimos B. ( )De 6 a 10 Salários-Mínimos C. ( )De 11 a 15 Salários-Mínimos D. ( )De 16 a 20 Salários-Mínimos E. ( )De 21 a 25 Salários-Mínimos F. ( )Mais de 25 Salários-Mínimos 1.9 Renda Familiar (apenas uma alternativa) A. ( )Até 5 Salários-Mínimos B. ( )De 6 a 10 Salários-Mínimos C. ( )De 11 a 15 Salários-Mínimos D. ( )De 16 a 20 Salários-Mínimos E. ( )De 21 a 25 Salários-Mínimos F. ( )Mais de 25 Salários-Mínimos 1.10 Indique a principal ocupação/cargo que você está trabalhando atualmente ____________________________________________________________________. 1.11 Quantos empregos/trabalhos você possui atualmente?_______________. Quais cargos_____________________________. 156 II. Trajetória Educacional e formação acadêmica 2.1 Durante a sua formação do ensino fundamental e médio, estudou em: A. ( )Escola pública B. ( )Escola privada C. ( )Escola publica e privada. 2.2 Quais dos fatores abaixo mais influenciaram na sua escolha pelo curso de Administração?(apenas uma alternativa) A. ( )Vocação/aptidão B. ( )Natureza do seu projeto profissional (abrir empresa, ampliar negócio, carreira) C. ( )Existência de amplo mercado de trabalho D.( )Retorno financeiro E. ( )Importância da profissão para a sociedade F. ( )Status da profissão G. ( )Facilidade de ingresso no curso H. ( )Valor da mensalidade I. ( )Possibilidade de trabalhar no negócio da família J. ( )Formação generalista/Diversidade das alternativas de especialização L. ( )Influência/expectativas da família M.( )Outro. Qual: _________________________________________. 2.3 Em termos de desempenho enquanto aluno de administração, você considera que esteve em relação a seus colegas: A. ( )Acima da média B. ( )Na média C. ( )Abaixo da média 2.4 Indique quais das atividades abaixo você participou durante o curso de Administração: (Marque quantas alternativas desejar). A. ( ) Projeto de extensão B. ( )Pesquisa científica C. ( ) Estágio não obrigatório D. ( )Monitoria E. ( ) Palestras F. ( )minicursos G. ( ) Congressos científicos; H. ( )nenhuma das alternativas anteriores. 2.5 Sobre o estágio curricular obrigatório do curso de Administração indique Em que área da administração você realizou: _____________________________. 2.6 Você trabalhou, de forma remunerada, durante a graduação? (para responder essa pergunta, não considere estágios) A. ( )Sim, durante TODA a graduação. B. ( )Sim, durante PARTE da graduação. C. ( )Não trabalhei durante a graduação. 2.7 Você realizou trabalhos voluntários durante a graduação? (para responder essa pergunta, não considere o estágio) A. ( )Sim, durante TODA a graduação. B. ( )Sim, durante PARTE da graduação. C. ( )Não realizei trabalho voluntário durante a graduação. 2.8 Se você fosse começar tudo de novo, você faria novamente o curso de Administração? A.( ) Sim. B.( ) Não 2.9 Você já fez ou está fazendo algum outro curso de graduação (além de Administração) ou ainda de pós-graduação: 157 ( ) Sim ( ) Não. Se SIM, indique abaixo: A. Graduação em: ___________________________.( ) em andamento ( ) concluído B. Especialização/MBA em:_____________________.( ) em andamento ( ) concluído C. Mestrado em: _____________________________.( ) em andamento ( ) concluído D. Doutorado em: ____________________________.( ) em andamento ( ) concluído III. Trajetória Profissional (o que fez profissionalmente). 3.1 Para cada emprego/trabalho que você realizou, indique as seguintes informações: Emprego/ trabalho Onde (organização) Ocupação (cargo) Tempo. (ano de ingresso e saída) Atual Último Penúltimo Antepenúltimo 4º mais antigo 5º mais antigo 3.2 Como foi sua inserção no mercado de trabalho após o término da graduação em Administração? (Marque apenas uma alternativa). A. ( )Eu já estava inserido no mercado de trabalho e continuei na mesma empresa B. ( )Consegui um novo emprego C. ( )Iniciei um negócio próprio D. ( )Não consegui emprego/trabalho 3.3 Considerando sua primeira inserção profissional na área da Administração após concluir a graduação indique a alternativa que melhor se aplica a você: A. ( )Já estava inserido na área da Administração antes de concluir a graduação. B. ( )Consegui minha primeira inserção profissional na área da Administração ________ meses depois de concluir a graduação. C. ( )Nunca trabalhei na área da Administração. 3.4 Você já esteve desempregado em sua vida após concluir o curso de Administração? A. ( ) Sim. Se sim, quanto tempo no total: _________anos e _________ meses. B. ( ) Não 3.5 Indique abaixo a(s) alteração (ções) ocorrida(s) em sua situação profissional após a conclusão da graduação: A. ( )Fui efetivado B.( )Fui promovido C. ( )Recebi aumento de salário. D.( )Não ocorreu nenhuma alteração. C. ( )Outra. Qual: __________________________________________________________. 3.6 Após a sua formação em Administração, sua carreira profissional: A. ( )Declinou ou foi prejudicada. B. ( )Manteve-se aproximadamente no mesmo nível em que estava antes da graduação C. ( )Desenvolveu-se razoavelmente bem D. ( )Desenvolveu-se bem E. ( )Desenvolveu-se de maneira Excelente. 158 3.7 Quanto tempo você está trabalhando nessa organização? A. ( ) Menos de 1 ano B. ( ) 1 a 3 anos C. ( ) 3 a 5 anos D. ( ) 5 a 10 anos E. ( ) Mais de 10 anos 3.8 Considerando apenas sua ocupação PRINCIPAL (a qual você dedica maior parte do tempo), em que posição você se encontra atualmente? (apenas uma alternativa) A. ( )Autônomo / consultor B. ( )Proprietário de negócio próprio C. ( )Presidência D. ( )Vice-Presidência E. ( )Conselheiro F. ( )Diretoria G. ( )Gerência H. ( )Supervisão I. ( )Coordenação J. ( )Analista K. ( )Assistência L. ( )Auxiliar M. ( )Técnico N. ( )Função Pública O. ( )Nenhuma / desempregado P. ( )Outra. Qual: ________________. 3.9 Quantas horas por dia em média você trabalha atualmente? Se tiver mais de uma ocupação, indique a soma da carga horária média de trabalho. A. ( ) Menos de 8 horas B. ( ) De 8 a 10 horas C. ( )De 10 a 12 horas D. ( ) Mais de 12 horas 3.10, Em relação ao seu principal trabalho, atualmente você está: A.( ) Muito satisfeito B. ( ) Razoavelmente satisfeito C.( ) Pouco satisfeito D.( ) Nada satisfeito 3.11 Atualmente você trabalha na área da administração? ( ) sim; ( ) não. Caso você NÃO exerça a profissão de administrador, indique os principais motivos para isso: A.( )Nunca teve interesse em exercer a profissão de administrador. B.( )Não se percebe preparado para exercer a profissão de administrador. C.( )Optou por manter a atividade que exercia antes da graduação D.( )Escolheu outra profissão ou trabalho por ter maior interesse. E.( )Poucas oportunidades de trabalho e dificuldade de emprego na área da Administração. F.( )Falta de recursos financeiros (capital inicial) para investir na carreira de administrador. G.( )Baixa remuneração na área da Administração. H.( )Insatisfação com aspectos sociais da profissão de administrador (reconhecimento, valorização). I.( )Optou por dedicar-se a outras áreas/dimensões da vida (família, filhos, etc.). J.( )Outro motivo. Qual: ____________________________________________. 3.12 Você é inscrito no Conselho Regional de Administração (CRA)? A. ( ) Sim B. ( ) Não 3.13 Qual foi o principal desafio ou problema que você enfrentou em sua carreira profissional depois de concluir o curso de Administração? ________________________________________________________________. 3.14 Qual é o principal valor/interesse que orientou você em suas decisões profissionais no passado antes do curso de ADM.? (apenas uma alternativa): A.( )Estabilidade e segurança. B.( )Autonomia profissional (“não ter chefe”). C.( )Possibilidade de assumir cargos de chefia em organizações. D.( )Existência de constantes e grandes desafios. E.( )Qualidade de vida (equilíbrio entre trabalho e vida pessoal). 159 F.( )Relevância social do trabalho (importância do trabalho para as pessoas e para a sociedade). G.( )Empreendedorismo (possuir negócios próprios). H.( )Aprofundamento e especialização em determinada área profissional ou acadêmica. 3.16 Qual é o principal valor/interesse que orienta você atualmente em suas decisões profissionais? (marque apenas uma alternativa): A.( )Estabilidade e segurança. B.( )Autonomia profissional (“não ter chefe”). C.( )Possibilidade de assumir cargos de chefia em organizações. D.( )Existência de constantes e grandes desafios. E.( )Qualidade de vida (equilíbrio entre trabalho e vida pessoal). F.( )Relevância social do trabalho (importância do trabalho para as pessoas e para a sociedade). G.( )Empreendedorismo (possuir negócios próprios). H.( )Aprofundamento e especialização em determinada área profissional ou acadêmica. IV. Percepção sobre o curso de administração da Unoesc relativo à sua carreira profissional. 4.1 Qual foi o principal motivo de sua escolha por cursar Administração na UNOESC Xanxerê? (marque apenas uma alternativa) A. ( )Imagem social da UNOESC B.( )Preço C. ( )Localização D. ( )Qualidade do Curso E. Outro. Qual: ____________________________________________________. 4.2 De modo geral, qual a sua opinião (sentimento) sobre o curso de Administração da Unoesc?(apenas uma alternativa) A. ( )O curso atendeu integralmente minhas expectativas B. ( )O curso atendeu parcialmente minhas expectativas C. ( )O curso não atendeu minhas expectativas 4.3 O curso de Administração da Unoesc proporcionou condições de impulsionar minha carreira Profissional: A. ( )Totalmente B. ( )Muito C. ( )parcialmente D. ( )Pouco E. ( )Nada 4.4 O curso de administração preparou-me como profissional para o mercado de trabalho: A. ( )Totalmente B. ( )Muito C. ( )parcialmente D. ( )Pouco E. ( )Nada 4.5 As atividades práticas do curso ajudaram-me na carreira profissional: A. ( )Totalmente B. ( )Muito C. ( )parcialmente D. ( )Pouco E. ( )Nada 4.6 Os professores do curso mostraram-se didaticamente competentes: A. ( )Totalmente B. ( )parcialmente C. ( )pouco 4.7 Você recomendaria o curso de Administração da Unoesc para outras pessoas? A. ( )Sim B. ( )Não C. ( )Talvez 4.8 Se tivesse que refazer sua graduação escolheria novamente a curso de Administração da Unoesc? 160 A. ( )Sim B. ( )Não C. ( )Talvez V. Perspectivas e oportunidades relacionadas ao futuro profissional. 5.1 Relativo ao futuro de sua carreira profissional, você pretende: (Marque quantas opções desejar). A. ( ) ser o dono de uma empresa (empresário) B. ( ) trabalhar em uma empresa privada C. ( ) trabalhar no setor público D. ( ) desempenhar um trabalho autônomo E. ( ) fazer uma pós graduação, ou outro curso (técnico ou superior) F. ( ) não trabalhar G. ( ) Outros. Quais?________________________________________________. 5.2 Relativo ao futuro de sua carreira profissional, quanto a número de empregos: A. ( )Ter apenas um emprego/trabalhar em apenas uma organização; B. ( )Ter mais de um emprego/trabalhar em mais de uma organização ao mesmo tempo; C. ( )Não trabalhar. 5.3 Relativo ao futuro de sua carreira profissional, quanto à área de atuação: (Marque quantas opções desejar). A. ( )Trabalhar apenas na área da Administração B. ( )Trabalhar na área da Administração e também em outras áreas C. ( )Não pretendo atuar na área da Administração D. ( )Não pretendo trabalhar em nada. 5.4. Informe qual é seu projeto de aperfeiçoamento para os próximos três anos e as áreas de conhecimento de seu MAIOR interesse: (uma alternativa) 5.4.1 Projeto de formação para os próximos três anos (marque uma alternativa) A. ( )Outro curso de Graduação B. ( )Programa de Especialização ou MBA C. ( )Programa de Mestrado D. ( )Programa de Doutorado E. ( )Não possuo nenhum projeto para os próximos três anos. F. ( )Outro tipo de projeto. Qual?___________________________________ 5.4.2 Informe qual é a sua principal área de interesse quanto à formação e/ou atuação para os próximos três anos: (marque apenas uma alternativa) A. ( )Administração Geral B. ( )Marketing /Vendas C. ( )Estratégias D. ( )Operacional E. ( )Recursos Humanos F. ( )Financeira G. ( )Tecnologia da Informação H. ( )Não possuo nem uma outra área de interesse específica I. ( )Outra. Qual?_____________________________________________________ 5.5. O futuro de minha carreira depende mais de: (marque apenas uma alternativa) A. ( )Minha empresa/organização B. ( )Meu desempenho/esforço/iniciativa no trabalho C. ( )Minha formação acadêmica/profissional 161 A. ( )Estar sempre 5.6 Qual dos fatores abaixo você considera o mais importante para se desenvolver profissionalmente? (marque apenas uma alternativa) atualizado profissionalmente B. ( )Estar motivado C. ( )Ter sorte; D. ( )Estabelecer contatos que possam auxiliar no desenvolvimento profissional E. ( )Estar aberto para novos desafios F. ( )Ter iniciativa 5.7 Você está tentando ativamente ser promovido nos próximos meses? A. ( )Totalmente B. ( )Parcialmente C. ( )Pouco D. ( )Nada 5.8 Você está tentando ativamente ganhar aumento salarial nos próximos meses? A. ( )Totalmente B. ( )Parcialmente C. ( )Pouco D. ( )Nada 5.9 Você acha que seria fácil para você encontrar um emprego similar ao seu, Com outro empregador, dentro dos próximos meses? A. ( )Totalmente B. ( )Parcialmente C. ( )Pouco D. ( )Nada 5.10 Você pretende mudar de organização nos próximos dois anos, mas continuar fazendo a mesma atividade em uma nova organização? ( ) sim; ( ) não. Por quê? _____________________________________________. 5.11 Você pretende mudar de trabalho/atividade dentro da organização atual nos próximos dois anos? ( ) sim; ( ) não. Por que? ______________________. 5.12 Você pretende mudar de trabalho/atividade e também de organização nos próximos dois anos?( ) sim; ( ) não. Por que? _______________________. 5.13 Atualmente você possui um planejamento de carreira para seu desenvolvimento profissional? ( ) Sim; ( ) Não. - Caso sua resposta tenha sido NÃO, assinale: A.( ) Nunca pensei em fazer um planejamento profissional B.( ) Já pensei, mas não me sinto motivado para elaborar um planejamento C.( ) Já pensei, mas não tive condições, oportunidade, tempo etc. para elaborar um. - Caso sua resposta tenha sido SIM, assinale: A. ( ) Tenho objetivos profissionais, mas não tenho estratégias claras (passos) para alcançá-los; B.( ) Tenho objetivos profissionais, mas ainda não estabeleci estratégias para alcançálos; C. ( ) Tenho objetivos profissionais e já estabeleci estratégias para alcançá-los. 5.14 Quais são suas principais expectativas em relação a sua carreira profissional para os próximos 5 anos? Poderia relatar seus planos/objetivos? ___________________________________________________________________ *Você sentiu falta de alguma pergunta? Existe algo que ainda gostaria de falar ou acrescentar sobre o assunto? ___________________________________________________________________ Nome: Questionário de pesquisa para egressos de Administração da Unoesc. Fonte: O autor