1
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE/SOEBRAS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA - IODONTUS
ANDRÉ TONETTO
ANÁLISE DO LIMITE ANTERIOR DO SEIO MAXILAR EM RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS
Passo Fundo, RS
2010
2
ANDRÉ TONETTO
ANÁLISE DO LIMITE ANTERIOR DO SEIO MAXILAR EM RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização em Implantodontia do
Instituto
de
Ciências
da
Saúde
Funorte/Soebras Núcleo de Passo Fundo,
como parte dos requisitos para obtenção do
Titulo de Especialista em Implantodontia.
Orientador: Prof. Vinicius Fabris
PASSO FUNDO (RS)
2010
3
DEDICATÓRIA
Prof. Rafael Manfro
Pela grande capacidade científica, intelectual e
profissional, demonstradas tanto na sala de aula
quanto na clínica. Pelas suas opiniões que
muitas vezes nortearam um atendimento.
Prof. Vinícius Fabris
Sempre esteve disposto para nos atender,
opinar, auxiliar e orientar nos trabalhos, bem
como na monografia.
Em especial aos colegas.
4
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo quantitativo para verificar a
capacidade de identificação do limite da parede anterior do seio maxilar em relação
aos dentes naturais da arcada maxilar, utilizando a radiografia panorâmica. Foram
analisadas 51 radiografias panorâmicas onde os pacientes apresentavam perda de
pelo menos dois dentes na região do seio maxilar bilateralmente. A análise foi
realizada, por um observador treinado, e para que as imagens não apresentassem
dúvidas, foram conferidas em três datas diferentes com intervalo de tempo de quinze
dias. Os resultados obtidos das interpretações das radiografias pelo examinador,
foram analisados e demonstram que na região de molares de ambos lados não se
encontrou limite anterior do seio maxilar, já na região dos elementos dentais
15,14,13 e 12 a parede anterior do seio maxilar se mostrou em 12, 17, 21 e 1
radiografias respectivamente. Na hemi maxila esquerda a prevalência deste limite
variou entre a região dos dentes 25, 24, 23 e 22 com um número de radiografias
respectivamente de 6, 25, 18 e 2. Concluindo assim que a região de molares de
ambos lados não apresenta limite anterior do seio maxilar ao exame radiográfico e
que a maior visualização do limite anterior do seio maxilar neste trabalho ocorreu
nas regiões dos dentes 24 e 13.
Palavras-chave: Seio maxilar, anatomia radiográfica do seio maxilar
5
ABSTRACT
The aim of this project was realize a quantitative study to verificate the
capacity of identification that anterior wall of the maxillary sinus in relation to natural
teeth in maxillary arch, using a panoramic radiograph. Were analyzed 51 panoramic
radiographs where patients had lost at least two teeth in the region of the maxillary
sinus bilaterally. The analysis was performed by a trained observer, and to have no
doubt about the images, they were conferred on three different dates with an interval
of fifteen days. The results obtained with the interpretations of radiographs by the
examiner, were analyzed and show that in the molar region on both sides the anterior
limit of the maxillary sinus wasn’t visible, however in the region of dental elements
15,14,13 and 12, the anterior wall of the maxillary sinus was present in 12, 17, 21
and 1 radiographs respectively. On hemi left maxilla the prevalence of this limit
varied in the region of teeth 25, 24, 23 and 22 with a number of radiographs of,
respectively, 6, 25, 18 and 2. Concluding this way that the molar region on both sides
don´t show the anterior limit of the maxillary sinus on radiographic exams and that
the major visualization of the anterior maxillary sinus in this study occurred in regions
of the teeth 24 and 13.
Keywords: maxillary sinus, radiographic anatomy of the maxillary sinus
.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Peça anatômica ilustrando seio maxilar e sua forma ................................. 14
Figura 2: Ilustração de uma área edêntula com pneumatização do seio maxilar,
impedindo reabilitação com implantes na região....................................................... 15
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Representação do lado direito ................................................................... 22
Tabela 2: Representação do lado esquerdo ............................................................ 23
Tabela 3: Comparação entre os lados direito e esquerdo ......................................... 24
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Representando lado direito ....................................................................... 23
Gráfico 2: Representando lado esquerdo .................................................................. 24
Gráfico 3: Comparação entre os lados direito e esquerdo ........................................ 25
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IODONTUS
Instituição de Ensino
SM
Seio Maxilar
SOEBRAS
Sociedade Educativa do Brasil
SP
São Paulo
®
Marca Registrada
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
OBJETIVO................................................................................................................. 13
REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 14
MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 20
RESULTADOS .......................................................................................................... 22
DISCUSSÃO ............................................................................................................. 26
CONCLUSÃO............................................................................................................ 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 30
11
INTRODUÇÃO
A história da cirurgia seja em que especialidade for, é repleta de tabus que
foram estabelecidos pelo próprio desconhecimento das estruturas anatômicas do
corpo
humano.
Porém,
a
cada
dia
que
passa,
os
cirurgiões
avançam
destemidamente nas suas técnicas, pois podem apoiar-se nas descobertas
proporcionadas
pelos
avanços
tecnológicos
na
área
do
diagnóstico
anatomofisiopatológico.
Uma das grandes dificuldades dos profissionais da área da saúde sempre foi
a recuperação ou substituição de órgãos e tecidos perdidos ou com perda de
função. O sucesso dos implantes osseointegrados, permitiu a substituição destes
dentes perdidos de uma maneira nunca conseguida pelas próteses convencionais. O
sucesso desta técnica reabilitadora está diretamente ligado à quantidade e
qualidade óssea. No entanto na cavidade oral nem sempre encontramos uma
quantidade e qualidade óssea suficiente para a instalação destas fixações.
A perda dentária leva a uma remodelação óssea e uma conseqüente perda
dessa estrutura. Muitos pacientes portadores de próteses totais convencionais,
superior e inferior, possuem seios maxilares volumosos (pneumatizados) e um
espaço interocusal grande devido a essa remodelação (TIMMENGA et al, 1997).
A necessidade de buscar uma solução para conquista dessa região tem unido
esforços de clínicos e pesquisadores para minimizar os danos anatômicos: a
reabsorção óssea e a pneumatização sinusal (MANSO,1996)
Com a advento da implantodontia, o edentulismo da maxila e a necessidade
de colocação de implantes de titânio na proximidade ou interior do seio maxilar
12
levaram ao desenvolvimento da técnica amplamente conhecida como levantamento
do seio maxilar.
Na maxila posterior a diminuição deste volume ósseo ocorre em três
dimensões, de dentro pra fora, pela pneumatização do seio maxilar, verticalmente de
fora para dentro, pela reabsorção do processo alveolar provocada pela ausência do
elemento dental, e quando esta reabsorção se dá no sentido horizontal, temos a
diminuição de largura do osso residual, o qual pode acarretar numa discrepância
entre a maxila e a mandíbula.
Estas limitações exigiram dos cirurgiões a busca de conhecimentos da
anatomia, delimitações das paredes de seio maxilar e de técnicas para regeneração
visando a recuperação do volume ósseo, dentre elas, a elevação da membrana
sinusal e o preenchimento ou não da cavidade com material de enxerto, para a
instalação de implantes.
13
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo quantitativo onde demonstre
através de uma radiografia panorâmica identificar o limite da parede anterior do seio
maxilar em relação aos dentes naturais da arcada maxilar. Desta forma, aumentar o
conhecimento anatômico dessa região para que o cirurgião possua uma maior
referência e orientação nas técnicas cirúrgicas que adentram ao seio maxilar.
14
REVISÃO DE LITERATURA
A maxila é a pedra fundamental do esqueleto maxilofacial e localizado dentro
de cada maxila fica um espaço chamado de antrum ou seio maxilar (YANAGISAWA
e SMITH, 1973), também denominado de antro de Highmore, porque foi pela
primeira vez descrito pelo anatomista inglês do século XVII chamado de Nathaniel
Highmore (HIGHMORE, 1951).
Para planejar e ou até mesmo executar qualquer tipo de reabilitação nesta
região, é necessário que o cirurgião conheça com tolerável exatidão o tamanho do
seio maxilar, o nível do assoalho e a presença e extensão dos septos como mostra a
figura 1(UNDERWOOD, 1910).
Figura 1: Peça anatômica ilustrando seio maxilar e sua forma
O seio maxilar esta presente ao nascimento e é normalmente aerado. Nessa
fase da vida, o SM apresenta-se como uma pequena cavidade que inicia seu
desenvolvimento durante o terceiro mês de vida intra-uterina e, normalmente, atinge
o seu desenvolvimento máximo no começo da idade adulta, ao redor dos 18 anos.
Geralmente, apresenta subdivisões, lojas, recessos e criptas que são formadas por
septos ósseos ou membranosos (MARESH, 1940).
15
Os septos, ou cristas, não são raros nas paredes dos SMs. Esses são de
origem congênita e também são referidos como septo primário, podendo se
desenvolver no assoalho ou na parede anterior, e evoluir durante o crescimento da
parte média da face (GARDNER et al, 1967).
É importante salientar que o SM não tem o seu desenvolvimento como se
fosse uma estrutura isolada. Está ligado, principalmente, à função respiratória nasal.
Assim, a etiopatogenias doenças que atingem os SMs tem uma relação direta com
as estruturas nasais. Os SMs apresentam-se como cavidades piramidais, situadas
entre os dentes maxilares e a órbita, com suas bases na parede nasosinusal e o
ápice no processo maxilar do osso zigomático. São considerados ―espaços entre as
colunas‖, em que tais colunas são os pilares que sustentam o formato estrutural das
relações de força no esqueleto craniano (SICHER & DUBRUL, 1977).
A perda de dentes no maxilar superior leva a alterações funcionais e
anatômicas da boca, incluindo absorção do osso alveolar com perda de aderente
gengival e do osso maxilar quer verticalmente ou horizontalmente. (Figura 02)
(FREITAS; ROSA e SOUZA, 1988).
Figura 2: Ilustração de uma área edêntula com pneumatização do seio maxilar,
impedindo reabilitação com implantes na região.
16
A reabilitação protética para a região posterior da maxila com próteses
implanto-suportadas tem sido um desafio para cirurgiões-dentistas devido à falta de
osso alveolar e a pneumatização do seio maxilar (MONTAHENI et al, 2009). Para
solucionar esses problemas diferentes soluções têm sido propostas ao longo dos
anos como o uso de implantes curtos, até implantes zigomáticos ou elevação do
seio maxilar seguido de enxerto que pode ser conduzido com osso autógeno ou com
material alográfico, xenográfico ou ainda aloplástico (TIMMENGA et al, 1997,
PAPAA et al, 2005, VOSS et al, 2009).
A parede anterior do seio maxilar pode se estender até a borda piriforme
lateral do nariz. Pode servir como acesso cirúrgico durante os procedimentos de
Caldwell-Luc para corrigir complicações sinusais. A parede superior do seio maxilar
representa o assoalho orbital. As manipulações que incluem a parede superior não
são indicadas durante procedimento de enxerto sinusal. A parede posterior do seio
maxilar corresponde à região pterigomaxilar. A ausência da parede posterior pode
sugerir a presença de tumores ou outras doenças. A parede mediana separa o seio
maxilar da fossa nasal, estando justaposta aos meatos médio e inferior. O óstio
maxilar está localizado na porção mais superior. É a principal abertura pela qual o
seio maxilar escoa suas secreções para o meato médio da cavidade nasal. A
redução da dimensão da estrutura do óstio para menos de 5 mm pode criar um
ambiente anaeróbio resultando em infecção sinusal. A parede lateral forma a região
posterior da maxila e o processo zigomático. É essa parede que fornece acesso
para o procedimento de enxertia sinusal (KASABAH et al, 2002).
Na seleção do paciente devem-se considerar todas as variáveis relacionadas
ao caso, desde seu estado geral até os detalhes do osso remanescente. Para tanto,
necessita-se conhecer os métodos de diagnóstico por imagem que podem ser
17
utilizados, minimizando, assim, os riscos de fracasso, acidentes e complicações com
seios maxilares (MAGINI et al, 2006).
A atrofia maxilar ocorrida após a perda dos elementos dentários superiores
posteriores, junto com o processo de pneumatização do seio maxilar se traduz em
dificuldades a serem superadas para reabilitação desses pacientes com implantes
osseointegráveis. Variantes anatômicas também foram descritas e suas incidências
consideradas para um planejamento de acesso ao antro sinusal mais seguro.
Exames
complementares
como
radiografia
panorâmica
e
tomografia
computadorizada são também indicados com o objetivo de tornar o ato cirúrgico
mais preciso (FERREIRA et al, 2007).
As radiografias têm como objetivo fornecer a topografia da região anatômica
estudada: dimensões iniciais, contornos ósseos, localização das estruturas críticas
(bem como de acidentes anatômicos) (FREITAS; ROSA e SOUZA, 1988, MAGINI et
al, 2006).
A radiografia panorâmica tem sido usada amplamente em diagnóstico
bucomaxilofacial, sendo o método mais utilizado na fase de planejamento inicial,
pois como o próprio nome diz, com uma única tomada fornece um panorama geral
das regiões de interesse (BETTS e MILORO, 1994, FREITAS; ROSA e SOUZA,
1988).
Da mesma maneira, a radiografia panorâmica possui a peculiaridade de
formar a imagem radiográfica no princípio tomográfico, no qual há uma distorção de
imagem das estruturas que não estão no plano focal, e apresentando com mais
clareza as estruturas dentro dessa zona. Os aparelhos panorâmicos são
programados para terem como seu plano focal toda faixa de dentes, o mais
centralmente ás corticais ósseas (ROCHA e BRÜCKER, 2000).
18
Para melhor visualizar e interpretar radiograficamente o enxerto de
levantamento de seio, os autores (HALPERM et al, 2006) relatam que o melhor
material é a hidroxiapatita e que o Raio X Periapical demonstra o preenchimento de
osso em torno do implante e já oferece uma imagem dos procedimentos invasivos
ao seio.
Nos últimos anos foi observada a popularização dos procedimentos de
levantamento de seio maxilar (CHIAPASCO, 2009). Conforme esse autor, em um
estudo de revisão de literatura, é alta a razão de perda de implantes curtos para a
região posterior de maxila e o que gerou uma recomendação de uso de implantes
não menores do que 10mm para essa região. Este postulado, portanto, implica em,
frequentemente, procedimentos de elevação de seio maxilar. O autor conclue a
revisão declarando que quando a pneumatização do seio maxilar é relevante e com
altura óssea residual menor que 4mm e quando existe uma relação favorável entre
maxila e mandíbula, o levantamento de seio com enxertia é um procedimento seguro
e previsível.
Normalmente, os seios maxilares se estendem dos segundo molares ao
primeiro
pré-molares superiores. Em casos excepcionais, prolongam-se até as
regiões de caninos e incisivos laterais (FREITAS; LOPES e CESTARI, 1992). Apesar
de estar confinado no osso da maxila, em pacientes idosos o seio pode se estender
para os ossos palatino e zigomático. Como está intra-ósseo, pode ser visualizado
clinicamente, apenas na perfuração de suas paredes por traumatismos, patologias e
cirurgias. (MAGINI et al, 2006)
A parede lateral é convexa e apresenta pequena espessura óssea (em torno
de 1mm). As cirurgias de enxerto ósseo no seio maxilar denominadas traumáticas
têm o acesso realizado à custa dessa parede (MONTAHENI et al, 2009, FREITAS,
19
LOPES e CESTARI, 1992). A parede superior (teto do seio maxilar) corresponde ao
assoalho orbital, local por onde passa o canal infra-orbitário. A manipulação dessa
parede superior é contra indicada, pois podem ocorrer infecções resultante do
contato direto entre a estrutura infra-orbitária e a mucosa sinusal, além de haver
relatos de casos de diplopia. A parede inferior (assoalho do seio maxilar) relacionase diretamente com os dentes posteriores. A altura óssea disponível entre essa
parede e a crista óssea do rebordo de pacientes edêntulos será fundamental no
planejamento do enxerto ósseo no seio maxilar. A parede posterior representa a
porção interna da tuberosidade maxilar, por onde passam os canais alveolares
superiores e posteriores (MAGINI et al, 2006). Essa parede deve ser identificada e
não perfurada, a fim de se evitar as complicações decorrentes do sangramento do
plexo pterigóideo ou das ramificações da artéria maxilar interna. Finalmente, há a
parede medial (base da pirâmide) que é mais delgada e se comunica com a
cavidade nasal através de um orifício, o óstio, de tamanho reduzido e contorno
irregular (TIMMENGA et al, 1997).
Por isto, o conhecimento anatômico e fisiológico dos seios maxilares é, então,
de importância vital para a equipe clínica obter o sucesso nessa modalidade
terapêutica.
20
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizadas análises de 51 radiografias panorâmicas, pertencentes à
pacientes adultos, de ambos os sexos e que fossem parcialmente desdentados, com
perda de pelo menos dois dentes na região posterior da maxila em ambos os lados
ou edêntulos do arco superior. Baseado nestes exames, foi realizado um estudo
para identificar os limites da parede anterior do seio maxilar. Os exames fazem parte
do acervo do curso de especialização de Implantodontia – IODONTUS-SOEBRAS.
Foram definidos critérios de exclusão para radiografias que apresentassem
baixa qualidade de imagem, erros no processamento, casos de perda de dentes
nesta região somente em um hemi-arco e onde houvesse alguma patologia
relacionada com a região em questão.
Essas 51 radiografias panorâmicas foram cobertas com papel acetato, e
dessa forma foram desenhados os limites (anterior, posterior, inferior, superior) dos
seios maxilares bilaterais, estruturas adjacentes como dentes e osso alveolar
remanescente. Desta maneira, os exames foram observados através de um
negatoscópio com luz padronizada Línea 2000 (VH Equipamentos S. A. Araraquara,
SP) com máscara de proteção contra o excesso de luz. Um único observador
realizou as análises em diferentes datas.
A análise foi realizada, por um observador treinado, e para que as imagens
não apresentassem dúvidas, foram conferidas em três datas diferentes com intervalo
de tempo de quinze dias.
As radiografias foram numeradas aleatoriamente e as identificações das
mesmas cobertas com tarja preta, produzindo o cegamento do examinador e
evitando viés de aferição. Para a análise, cada radiografia foi observada
21
separadamente uma por vez, o que evitou a comparação entre elas no momento da
observação dos exames.
Os dados foram coletados de acordo com a numeração e depois realizada
uma análise estatística. Os softwares utilizados foram a planilha Excel (Microsoft®
EXCEL 2000), e para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS (Statistical
Package for Social Sciences).
22
RESULTADOS
Foram separadas 106 radiografias panorâmicas, sendo que 51 radiografias
foram avaliadas no estudo devido aos critérios de exclusão. E os dados obtidos das
interpretações das radiografias pelo examinador, foram analisados e seguem
descritos como mostram as tabelas e os gráficos ilustrativos abaixo:
TABELA 1: Representação do lado direito
Identificação
dos Radiografias
dentes
16
0
15
12
14
17
13
21
12
1
Total
51
Os resultados da tabela 1 demonstram que na região de molares não
apresenta limite anterior do seio maxilar, o dente 15 apresentou 12 radiografias,
dente 14 apresentou 17 radiografias, dente 13 apresentou 21 radiografias e dente 12
apresentou em uma radiografia.
23
Gráfico 1: representando lado direito
TABELA 2: Representação do lado esquerdo
Identificação
dos Radiografias
dentes
26
0
25
6
24
25
23
18
22
2
Total
51
Já o lado esquerdo demonstrou da seguinte maneira conforme tabela 2:
região de molares não apresenta limite anterior do seio maxilar, dente 25 apresentou
24
6 radiografias, dente 24 apresentou 25 radiografias, dente 23 apresentou 18
radiografias e dente 22 apresentou 2 radiografias.
Gráfico 2: representando lado esquerdo
TABELA 3: comparação entre os lados direito e esquerdo
Identificação dos dentes
16
15
14
13
12
Total
Representação do lado direito
0
12
17
21
1
51
Identificação dos dentes
26
25
24
23
22
Total
6
25
18
2
51
Representação
esquerdo
do
lado 0
25
Gráfico 3: comparação entre os lados direito e esquerdo
Comparando-se os dois lados, direito e esquerdo, observa-se que na região
ocupada pelos dentes de números 16 e 26 não há presença do limite anterior do
seio maxilar, iniciando significativamente a partir dos dentes 15 para o lado direito e
25 para o lado esquerdo, havendo forte acentuação na região compreendida pelos
dentes 14 e 13 no lado direito, e 24 e 23 do lado esquerdo. E uma leve presença na
região ocupada pelos dentes 12 e 22, em seus respectivos lados.
Devido ao tamanho da amostra, não foi possível realizar testes de
significância e de correlação entre os lados.
26
DISCUSSÃO
A face ântero-lateral, ou fossa canina, representa a parte facial da maxila, que
promove o contorno para o terço médio da face e separa o seio maxilar dos tecidos
subcutâneos adjacentes da face. Esta face pode ser descrita separadamente como
face anterior e face lateral do SM (STEVÃO, 2001).
Essa parede anterior é retangular e é eleita para ser removida no
procedimento
cirúrgico
de
Caldwell-Luc.
Apresenta
somente
dois
pontos
referênciais, que são a fossa canina e ou depressão cuspídea, e a ranhura
suborbital. Constitui-se de osso compacto e fino, exceto na periferia da fossa canina
onde se torna mais espesso (CHAVANAZ, 1990). Desta forma, neste estudo
podemos destacar que além dos pontos anatômicos referências, pode-se prever
que o limite da parede anterior do seio maxilar encontra-se entre as regiões de
primeiro pré-molar e canino.
Normalmente os seios maxilares se estendem dos segundos molares aos
primeiros pré-molares superiores, podendo prolongarem-se até as regiões de
caninos e incisivos laterais em casos excepcionais (MAGINI et al, 2006). Em nossos
resultados podemos notar que este limite anterior do SM já é comum em região de
fossa canina e em apenas três radiografias este limite se apresentou em região de
incisivo lateral.
Podem também se apresentar com estreitamentos consideráveis em razão da
presença de uma fossa canina anormalmente profunda, ou devido também a
formação de uma convexidade acentuada da parede lateral da fossa nasal para o
interior do SM, ou então a uma parada de crescimento com uma ausência de
ampliação do SM para a base do prolongamento alveolar, evidenciada pela
27
constatação de um assoalho sinusal mais elevado que o assoalho da fossa nasal. O
crescimento dos SMs não é sempre simétrico, sendo vários os casos em que um
deles é grande e com numerosos divertículos, enquanto que o outro existe como
pequena cavidade (SICHER e DUBRUL,1977).
Na região anterior do seio maxilar podemos observar em alguns casos a
presença de septos que podem dificultar a localização deste limite utilizando a
radiografia panorâmica. Em alguns casos, os SMs podem ser subdivididos por
septos ósseos em dois ou mais compartimentos com ou sem intercomunicação
(MANGINI et al, 2006). Em um exame de 41 maxilares edêntulos de 16 cadáveres
foram relatados achados da presença de pelo menos um septo em 31,7%, um septo
em cada SM em 26,8% e dois septos em cada SM em 4,9% dos maxilares. Sendo
que, 73,3% encontravam-se na porção anterior do recesso alveolar (ULM et al,
1995).
A nitidez da radiografia panorâmica é constantemente prejudicada na região
de incisivos e pré-molares além da sombra da coluna cervical prejudicar a formação
da imagem na região anterior (ROCHA e BRÜCKER, 2000).
O limite anterior do seio maxilar pode ser visto por vários métodos. E as
radiografias periapicais, panorâmicas e tomografias computadorizadas podem ser
úteis ao conhecimento da anatomia interna do seio maxilar (ZANIBONI, 2009).
A radiografia periapical fornece imagens com maiores detalhes. Ela é capaz
de ter resolução de mais de 20 pares de linhas por milímetro, o que é pelo menos o
dobro do poder de resolução de qualquer imagem intrabucal digital ou radiografia
extrabucal (MAGINI et al, 2006). Porém, o mesmo autor relata que a radiografia
panorâmica funciona melhor para a padronização das tomadas radiográficas uma
vez que a mesma é processada mecanicamente e a exposição é padronizada, coisa
28
que na radiografia periapical esses valores são variáveis, gerando diferenças e
problemas na identificação dos seios maxilares.
Desse modo, para evitar esse tipo de problema neste trabalho, optamos por
oferecer ao observador maior quantidade de informações possíveis sobre o estudo,
além de padronizar os critérios de avaliação.
A esse examinador, foi informado sobre algumas dificuldades encontradas
durante a inspeção aos limites das paredes do SM bem como informado dos
períodos para a coleta dos dados obtidos da interpretação.
Portanto, pode-se afirmar que a radiografia panorâmica é um dos exames
convencionais que nos permite uma visualização bilateral do limite anterior dos seios
maxilares, sendo no mínimo, o primeiro exame a ser realizado nos casos de
indicação de implantes na maxila. Pois, identificar o limite anterior do seio maxilar é
de fundamental importância para determinar o plano de tratamento do paciente nos
casos de reabilitação com implantes osseintegrados.
29
CONCLUSÃO
Através da metodologia proposta, foi possível determinar as seguintes
conclusões:
Nenhuma radiografia mostrou o limite anterior do seio maxilar na região de molares.
A maior visualização do limite anterior do seio maxilar neste trabalho ocorreu nas
regiões dos dentes 24 e 13.
A radiografia panorâmica mostrou-se eficaz para casos onde haja necessidade de
identificação do limite anterior do SM.
30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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31
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