CONCEITOS, PROPÓSITOS E
LIMITES
DA CIRURGIA ODONTOLÓGICA
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A cirurgia é uma das múltiplas modalidades
de terapêutica que tem como peculiaridade o
fato de ser praticada por atividade manual,
com o auxílio de instrumentos apropriados
que permitem a obtenção da solução de
continuidade dos tecidos por meio de
manobras cruentas e, dessa forma, agir
sobre a causa do uso de tais recursos.
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Todos os cirurgiões devem ser portadores de
conhecimentos teóricos (área cognoscitiva) muito
amplos e profundos que permitam dar suporte
seguro ao desenvolvimento prático do ato operatório
que, por sua vez, demanda adestramento manual
(área psicomotora) obtido por atuações repetitivas.
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O aprendizado vem sendo efetuado por um
método didático já consagrado, qual seja, a
passagem do aluno por três distintas etapas
de observação de um ato operatório, da
participação em um ato operatório e o da
sua execução.
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O caráter de individualidade da cirurgia
odontológica e maxilofacial prende-se ao
fato de que existem alguns aspectos que a
ela são peculiares e bem definidos como:
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1. Aspectos anatômicos de inervação e de
vascularização :
- inervação motora superficial: nervo facial;
- inervação motora e sensitiva profunda:
nervo trigêmeo;
- vascularização: artéria carótida externa.
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2. A interdependência funcional das
estruturas anatômicas regionais, aspecto de
relevância fundamental a ser observado
visando a máxima preservação da
funcionalidade do sistema estomatognático
que, em sua complexidade, envolve
aspectos altamente especializados, como a
reposição correta da oclusão dentária.
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3. A existência impositiva de instrumentos
cirúrgicos para uso peculiar à região, como,
por exemplo, os fórceps e elevadores para a
prática da exodontia que demandam, na sua
utilização, conhecimentos e habilidades a
eles específicos.
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É importante considerar que em um indivíduo as
estruturas anatômicas contíguas podem também se
apresentar em uma disposição de continuidade,
possibilitando a expansão mais ampla das doenças
que ali venham a se sediar. Por esse motivo, a
cirurgia odontológica e buco-maxilo-facial relacionase com outras especialidades cirúrgicas, como a
cirurgia plástica, a cirurgia otorrinolaringológica e,
especialmente, a cirurgia de cabeça e pescoço.
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A harmonia com que convivem os especialistas
desses vários campos de atuação justificou a
criação de equipes multiprofissionais que
possibilitam oferecer ao paciente uma cobertura
mais ampla , solucionando os quadros clínicos com
a participação de recursos terapêuticos somados.
Na face, temos três zonas chamadas de superior ou
frontal, de média ou maxilar e inferior ou mandibular
(Fig. I-1).
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- A zona frontal ou superior inicia-se na porção em que há
inserção de cabelo, desce ao trago e daí atinge a sutura
frontomalar e a sutura nasofrontal. É uma região de domínio do
neurocirurgião, podendo interessar ao cirurgião maxilofacial
apenas em seus planos mais superficiais e nas estruturas
ósseas em contigüidade com as fossas nasais, com os seios
frontais e com a órbita.
- A zona média ou maxilar encontra-se delimitada pela linha
inferior da zona frontal e por uma linha que passe entre as
cúspides dos dentes, em sua linha oclusal, estendendo-se por
trás até cruzar com uma outra linha que tangência o ramo
ascendente da mandíbula em sua porção posterior.
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- A zona inferior ou mandibular que,
igualmente à anterior, é de interesse do
cirurgião-dentista, restringe-se à região
anatômica situada abaixo da zona maxilar,
atingindo, em sua porção inferior, uma linha
que tangência a porção superior do osso
hióide (Fig. I-2).
Necessidade e Oportunidade
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MMC
Necessidade e Oportunidade
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conceitos, propósitos e limites da cirurgia odontológica