COESÃO
E
COERÊNCIA
TEXTUAL
O QUE É TEXTO?


Unidade lingüística com propriedades estruturais
específicas.
Texto não é um aglomerado de frases sem
sentido.
“O texto consiste em qualquer
passagem falada ou escrita que
forma
um
todo
significativo
independente de sua extensão”.
(FÁVERO,1993)
FATORES DE TEXTUALIDADE
→ contextualização
→ → coesão
→ → → coerência
→ → → → intencionalidade
→ → → → → informatividade
→ → → → → → aceitabilidade
→ → → → → → → situacionalidade
→ → → → → → → → intertextualidade
BOLO DE ARROZ
3 xícaras de arroz
1 colher (sopa) de manteiga
1 gema
1 frango
1 cebola picada
1 colher (sopa) de molho inglês
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 xícara de creme de leite
Salsa picadinha
Prepare o arroz branco, bem solto. Ao mesmo tempo, faça
o frango ao molho, bem temperado e saboroso. Quando
pronto, retire os pedaços, desosse e desfie. Reserve.
Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a manteiga
e a salsa, coloque numa forma de buraco e leve ao
forno.
No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o molho
inglês, a farinha de trigo e leve ao fogo para engrossar.
Retire do fogo e junte o creme de leite.
Vire o arroz, já assado, num prato. Coloque o frango no
meio e despeje por cima o molho. Sirva quente.
1º. de maio
ETIMOLOGIA
no suor do rosto
o gosto
do nosso pão diário
sal: salário
(José Paulo Paes, p. 33)
COESÃO E COERÊNCIA
COERÊNCIA: unidade de sentido no texto.
COESÃO: ligação entre os elementos superficiais do
texto ,o modo como eles se relacionam.
CORTE
Maria Amélia Mello
( O dia segue normal. Arruma-se a casa. Limpa-se em
volta. Cumprimenta-se os vizinhos. Almoça-se ao meiodia.
Ouve-se rádio à tarde. Lá pelas 5 horas, inicia-se o
sempre.)
O gato comeu o peixe que meu pai pescou. O peixe era
grande. Meu pai é alto. Eu gosto do meu pai. Minha
mãe também gosta. O gato é branco. Tenho muitas
roupas brancas.
João Carlos vivia em uma pequena casa construída no
alto de uma colina árida, cuja frente dava para leste.
Desde o pé da colina se espalhava em todas as
direções, até o horizonte, uma planície coberta de
areia. Na noite em que completava 30 anos, João,
sentado nos degraus da escada à frente de sua casa,
olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia
diminuindo no caminho coberto de grama. De repente,
viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e
as folhagens não o permitiam ver distintamente;
entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar
de mais perto verificou que o visitante era seu filho
Guilherme, que há 20 anos tinha partido para alistarse no exército, e, em todo este tempo, não havia dado
sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou
imediatamente, correu até ele, lançando-se nos seus
braços e começou a chorar.
RELAÇÃO ENTRE COERÊNCIA E COESÃO
Fenômenos distintos: justificativas
a. a coesão contribui para estabelecer a coerência, mas
não garante a sua obtenção; pode haver um
seqüenciamento coesivo de fatos isolados que não têm
condição de formar um texto;
b. pode haver textos destituídos de coesão mas cuja
textualidade se dá ao nível da coerência.
COERÊNCIA

A coerência é algo que se estabelece na interação, na
interlocução, numa situação comunicativa entre dois
usuários.
HÁ TEXTOS INCOERENTES?
Texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou
ouvinte)
não
consegue
descobrir
qualquer
continuidade de sentido, seja pela discrepância
entre os conhecimentos ativados, seja pela
inadequação entre esses conhecimentos e o seu
universo cognitivo.
TEXTO INCOERENTE

O assédio em si trás no meio um poder aquisitivo
escondendo ao trabalho, assim podendo fazer e
refazer, adicionando o sentido, junto a essa
conduta de mulher ideal. Não querendo ser
prejudicial ao método agressivo, mas ao jeito
decisivo a maneira pela força que o traz da forma
de agir. A teimosia circunstancial vem devido ao
exotismo da participação com credibiloso
contraste à elevacidade do adultério da simples
cena de uma turbulência a um ser precioso”.
TEXTO COERENTE
Texto coerente é o que “faz
sentido” para seus usuários, o que
torna necessária a incorporação de
elementos cognitivos e pragmáticos
ao estudo da coerência textual. (KOCH;
TRAVAGLIA, 1993, p. 32)
A PESCA
O anil
o anzol
o azul
o silêncio
o tempo
o peixe
a agulha
vertical
mergulha
a água
a linha
a espuma
o tempo
a âncora
o peixe
a garganta
a âncora
o peixe
a boca
o arranco
o rasgão
aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzol
aquelíneo
ágilclaro
estabanado
o peixe
a areia
o sol
“[... ] não existe o texto incoerente em si, mas [...] o texto
pode ser incoerente em/para determinada situação
comunicativa. Assim, será bom o texto quando o
produtor souber adequá-lo à situação, levando em
conta intenção comunicativa, objetivos, destinatários,
outros elementos da situação de comunicação em que é
produzido, uso dos recursos lingüísticos etc. (KOCH;
TRAVAGLIA, 1993, p. 37),
COERÊNCIA: DE QUE DEPENDE,
COM SE ESTABELECE
a. de elementos lingüísticos (seu conhecimento e uso),
bem como, evidentemente, da sua organização em uma
cadeia lingüística e como e onde cada elemento se
encaixa nesta cadeia, isto é do contexto lingüístico;
b. do conhecimento de mundo bem como o grau em
que esse conhecimento é partilhado pelo(s)
produtor(es) e receptor(es) do texto, o que se reflete na
estrutura informacional do texto, entendida como a
distribuição da informação nova e dada nos enunciados
e no texto, em função de fatores diversos;
c. de fatores pragmáticos e interacionais, tais
como o contexto situacional, os interlocutores em
si, suas crenças e intenções comunicativas, a
função
comunicativa
do
texto.
(KOCH;
TRAVAGLIA, 1993, p. 47)
COESÃO: RECURSOS COESIVOS
Para escrever de forma coesa, há uma série de recursos,
como:
SUBSTITUIÇÃO
Pronominalização, ou seja, o uso de pronomes em
lugar de outros termos já expressos.
Os pronomes empregados nesse caso de vários tipos.

Os quadros de Van Cogh não tinham
nenhum valor em sua época. Houve telas
que serviram até de porta de galinheiro.
PRONOMES PESSOAIS:
A pressão da sociedade de consumo
foi levada a tais extremos que os
presentes de Natal já não os damos
por generosidade, mas por medo.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS:
Dinheiro não traz felicidade. Quem diz isso está
pensando em cruzeiros, porque dólar traz.
PRONOMES RELATIVOS:
O homem é o único animal que ri.
PRONOMES INDEFINIDOS:
O mundo tem muitos idiotas, mas, felizmente, estão
todos nas outras mesas
PRONOMES ADVERBIAIS:
Devagar se vai ao longe, mas quando se chega lá não se
encontra mais ninguém.
PRONOMES NUMERAIS:
Chegaram separados o homem e a mulher, mas logo os
dois se sentaram juntos.
SINÔNIMOS OU QUASE SINÔNIMOS:
Os alunos das escolas particulares estão em greve,
pois esse foi o caminho que os estudantes
encontraram para protestar contra as altas
mensalidades.
Logo depois de o sargento ter sido vítima de um
acidente, o militar foi levado ao hospital.
Ditados, cópias, redações, todas essas atividades
preenchiam o tempo de aula.
TERMOS RESUMITIVOS
Termos resumitivos são termos que funcionam
como uma espécie de conclusão parcial,
reformulando o tema e reduzindo-o ao essencial.
O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso
preencher um sem-numero de papéis. Depois
pagar uma infinidade de taxas. Todas essas
limitações acabam prejudicando o portador.
NOMINALIZAÇÃO
A transformação de uma frase ou de uma
proposição em grupo nominal, que pode ser feita
a partir de:
UM VERBO.


Verificam-se os resultados. A verificação dos
resultados.
Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz
disse, porém, que tal testemunho não era
válido por serem parentes do assassino.
UM SUBSTANTIVO

Ele não suportou a desfeita diante de seu
próprio filho. Desfeitear um homem de bem não
era coisa para se deixar passar em branco.
UM ADJETIVO

Este trabalho é fácil. A facilidade deste trabalho.
OMISSÃO


O soldado pretendia casar-se no final de semana.
Decidiu deixar o quartel e procurar a noiva.
O ministro foi o primeiro a chegar. Abriu a sessão às
oito em ponto e fez então seu discurso emocionado.
REDUÇÃO
Redução do termo inicial, que possa
representado por uma de suas partes.
O ditador Getúlio Vargas;
 O ditador;
 Getúlio Vargas;
 O ditador Vargas;
 O ditador Getúlio;
 Getúlio;
 Vargas;

ser
AMPLIAÇÃO
Ampliação consiste em aumentar de algum modo o
termo antecedente, ora com acréscimo de expressões
que possuam julgamento de valor, ora com a inclusão
de um novo elemento que já poderia estar contido no
antecedente.


Comprei esta casa no ano passado. Agora, esta
bela casa já custa dez vezes mais.
Dilma pretende candidatar-se à presidência e
esta será a segunda vez que a ex-militante se
apresenta como candidata ao cargo.
REPETIÇÃO DE UMA PALAVRA

A propaganda, seja ela comercial ou ideológica,
está sempre ligada aos objetivos e aos interesses
da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é
ocultada por uma inversão: a propaganda
sempre mostra que quem sai ganhando com o
consumo de tal ou qual produto ou idéia não é o
dono da empresa, nem os representantes do
sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a
propaganda é mais um veículo da ideologia
dominante.

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Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores
do maior prêmio da loto. Peixoto disse que ia
gastar todo o dinheiro na compra de uma
fazenda e em viagens ao exterior.
Lygia Fagundes Telles é uma das principais
escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é
autora de “Antes do baile verde”, um dos
melhores livros de contos de nossa literatura.
METONÍMIA
Metonímia é o processo de substituição de uma palavra
por outra, fundamentada numa relação de
contigüidade semântica.
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
• O governo tem-se preocupado com os índices
de inflação. O Planalto diz que não aceita
qualquer remarcação de preço.
• Santos Dumont chamou a atenção de toda
Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.
EPÍTETOS
Epíteto é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou
coisa.

Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o
cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha
morrido tão cedo.
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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS