UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – CENTRO
PRÉ REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE À DISTÂNCIA
CURSO DE PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA PRÉ-ESCOLA
Andréa Aparecida Rodrigues Ferreira
Rio de Janeiro, fev. 2003
ANDRÉA APARECIDA RODRIGUES FERREIRA
Aluna do Curso de Pós-graduação da UNICAM
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA PRÉ-ESCOLA
Trabalho monográfico de conclusão do curso
de pós-graduação, apresentado à UNICAM
como requisito para a obtenção do título de
pós-graduada em psicomotricidade, sob a
orientação do professor:
Nilson Guedes de Freitas – Metodologia
Rio de Janeiro, fev. 2003
Dedico
este
trabalho
aos
meus
familiares,
principalmente ao meu pai e minha mãe, que sempre
me apoiaram.
RESUMO
FERREIRA, Andréa Aparecida Rodrigues
A importância da psicomotricidade na Pré-Escola
Palavras-Chave: Importância, Psicomotricidade, Pré-Escola
Monografia de natureza bibliográfica, aborda a questão da psicomotricidade e
define especificamente o desenvolvimento psicomotor e a Pré-Escola, esclarece a educação
psicomotora na idade Pré-Escolar, bem como, quais os objetivos da Educação Física para o
Pré-Escolar. O desenvolvimento do trabalho trata desses tópicos por meio da revisão de
literatura, sendo consultados autores como BORGES (1998) e LE BOULCH (2001). No
trabalho percebe-se que atualmente, onde muitas crianças moram em apartamentos, os pais
nos fins-de-semana não saem de casa, acabam não tendo espaço para brincar, provavelmente
assim, não desenvolvendo todas as suas possibilidades motoras, ficando limitada ao que lhe é
oferecido na escola. Daí a importância de um programa na área da educação física bem
elaborado. No Capítulo das conclusões são respondidas as questões de estudo, formuladas no
Capítulo I.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA PRÉ-ESCOLA
1.1 – Apresentação do problema
01
1.2 – Objetivos do estudo
01
1.3 – questões de estudo/formulação do problema
01
1.4 – Organização do restante do estudo
02
CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – A psicomotricidade
2.1.1 – O desenvolvimento psicomotor
2.2 – A Pré-Escola
03
04
09
11
2.2.1 – Objetivos da Educação Física para o Pré-Escolar
16
2.2.2 – Finalidade da Educação Física na Pré-Escola
18
2.3 – A educação Física para o Pré-Escolar
20
2.3.1 – A criança
21
2.3.2 – O ensino da Educação Física
21
2.3.3 – Educação psicomotora
22
2.3.4 – A Educação Física e o desenvolvimento psicomotor
22
2.4 – Como trabalhar a psicomotricidade
23
2.4.1 – Atitudes do professor
24
2.4.2 – Bases da Educação Pré-Escolar
27
2.4.3 – Evolução do conceito de educação
27
2.4.4 – Educação e Educação Física
CAPÍTULO III – CONCLUSÕES
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA PRÉ-ESCOLA
1.1 – Apresentação do problema
A educação psicomotora na idade escolar deve
ser antes de tudo uma experiência ativa de
confrontação com o meio. A ajuda educativa,
proveniente dos pais e do meio escolar, tem a
finalidade
não
de
ensinar
à
criança
comportamentos motores, mas sim de permitirlhe, mediante o jogo, exercer sua função de
ajustamento, individualmente ou com outras
crianças. No estágio escolar, a primeira
prioridade constitui a atividade motora lúdica,
fonte
de
prazer,
permitindo
à
criança
prosseguir a organização de sua “imagem do
corpo” ao nível do vivido e de servir de ponto
de partida na sua organização práxica em
relação com o desenvolvimento das atitudes de
análise perceptiva.
1.2 – Objetivos do estudo
Esta monografia tem como objetivo geral
analisar como a psicomotricidade contribuirá
para
o
desenvolvimento
das
habilidades
perceptivas, intelectuais e motoras em crianças.
O trabalho tem como objetivos específicos: definir psicomotricidade,
desenvolvimento psicomotor e a Pré-Escola, esclarecer a educação psicomotora na idade PréEscolar e quais os objetivos da Educação Física para o Pré-Escolar.
1.3 – Questões de estudo/formulação do problema
•
O que é a psicomotricidade?
•
O que é desenvolvimento psicomotor?
•
O que é Pré-Escola?
•
Qual a função psicomotora na idade Pré-Escolar?
•
Quais os objetivos da Educação Física para o Pré-Escolar?
1.4 – Organização do restante do estudo
As cinco questões propostas serão analisadas
no Capítulo II. Após explanação das idéias, as
discussões e demonstrações, as respostas são
apresentadas no Capítulo III.
O Capítulo II aborda: o que é a psicomotricidade, o que é desenvolvimento
psicomotor, o que é Pré-Escola, qual a função psicomotora na idade Pré-Escolar e quais os
objetivos da Educação Física para o Pré-Escolar.
O estudo constitui-se numa pesquisa bibliográfica, desenvolvida através do
método dedutivo. As principais etapas da pesquisa foram: a) seleção de fontes bibliográficas
primárias como obras LE BOULCH, CÉLIO JOSÉ BORGES e de VYGOTSKY; b) redação
provisória; c) releitura das anotações/correções; d) redação definitiva.
CAPÍTULO II
REVISÃO LITERATURA
2.1 – Psicomotricidade
Segundo Célio José Borges (apud JACQUES
CHAZAUD, 1976, p. 20), a psicomotricidade é
definida como:
a psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos,
das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e
representativo do "ser-em-ação" e da "coexistência" com outrem.
Para S. B. P. (1999, p. 17) a psicomotricidade é
entendida como:
a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem
das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
A psicomotricidade portanto, é um termo
empregado para uma concepção de movimento
organizado e integrado, em função das
experiências vividas pelo sujeito cuja ação é
resultante
de
sua
individualidade,
sua
linguagem e sua socialização.
A palavra psicomotricidade é formada pelos
vocábulos psico e motricidade. Psico, faz
referência as atividades psíquicas com seus
componentes sócio-afetivos e cognitivos, e
motricidade, segundo ARCHER (1996, p. 20)
pode-se entendê-la, como uma atividade
dinâmica que se constitui pela função motriz e
se traduz fundamentalmente pelo movimento
onde o corpo dispõe da base neuro-fisiológico
adequada.
Pode-se perceber então, que a psicomotricidade
é a educação através do movimento, buscando
a melhor utilização das capacidades psíquicas.
Como ciência da educação, procura educar ao
mesmo tempo que desenvolve as funções da
inteligência.
Nas funções psicomotoras, o educador, além de
trabalhar o esquema corporal de seus alunos,
devem também trabalhar na prevenção de
futuros distúrbios de aprendizagem, podendo
ser capaz de atingir um ser total, que pensa age
e se comunica.
2.1.1 – O desenvolvimento psicomotor
Algumas funções psicomotoras são:
1 - Tônus de postura: é uma tensão dos
músculos, pela qual as posições relativas das
diversas partes do corpo são corretamente
mantidas e que se opõe as modificações
passivas destas posições.
2 - Dissociação de movimentos: capacidade de
individualizar os segmentos corporais que
tomam parte na execução de um gesto
intencional.
- Coordenações Globais: coloca em ação simultânea de grupos musculares, visando a
execução de movimentos amplos e voluntários, envolvendo principalmente o trabalho de
membros inferiores, superiores e do tronco.
- Motricidade Fina: trabalha de forma ordenada de pequenos músculos e engloba
principalmente a atividade manual, ocular, labial e lingual.
- Orientação espacial: a criança percebe a relação de proximidades de coisa entre si
(perto/longe, em cima/embaixo).
- Orientação temporal: avalia intervalos de tempo.
- Ritmo: é uma ordenação específica, característica e temporal de um ato motor.
- Lateralidade: domínio lateral que se estabelece ao longo do crescimento.
- Equilíbrio: é um estado de um corpo.
- Relaxamento: reduzir a tensão da musculatura esquelética.
Para que todas estas funções psicomotoras sejam aplicadas nas aulas de
Educação Física o professor deve conhecer a psicomotricidade por meio de vivências
perceptivo-motoras.
A psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que
represente suas necessidades e permitem sua relação com os demais. É a integração
psiquismotricidade.
De uma maneira estática, a motricidade pode ser definida como resultado da
ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à estimulação sensorial.
Psiquismo poderia ser considerado como o conjunto de sensações, percepções,
imagens, pensamentos, afetos, etc.
A mobilidade deve ser compreendida em sua evolução, a partir dos movimentos
reflexos e incoordenados, até os movimentos coordenados que têm finalidade e os gestos, de
valor simbólico.
A função psicomotora, no entanto, não pode ser estudada senão como uma
unidade onde se integram a incitação, a preparação, organização temporal, a memória, a
motivação, a atenção, etc.
Cada elemento da motricidade deve ser considerada no conjunto e na história
que lhe dá significação.
A PSICOMOTRICIDADE DEVE SER COMPREENDIDA EM SUA
INTEGRIDADE, PARTINDO DE FENÔMENOS QUE ENVOLVEM O DESEJAR E O
QUERER.
O mundo psicomotor surge na escola. O mesmo material - corda - libera a
expressão afetiva, seja da agressividade, disputa e luta, seja da busca da interação, do contato
dual afetivo e prazeroso.
No momento da verbalização, o grupo se
expressa, as crianças sentam-se relaxadas,
juntas umas das outras, livres posturalmente,
relacionando-se com o professor de uma
maneira.
Na sala de aula, cria-se um espaço para o corpo: o movimento, o dinamismo e a
liberdade são vividos intensamente pelas crianças.
A inibição e bloqueio psicomotor podem levar ao isolamento, a criança se torna
"observadora" do mundo ativo e espontâneo dos companheiros.
A estrutura topológica criada espontaneamente por uma criança pode ser o
ponto de partida para o estudo da matemática.
O desenvolvimento é contínuo. A criança
desenvolve de maneira contínua, desde os
primeiros dias de vida.
A harmonia do desenvolvimento com todos os
seus componentes é tão importante quanto a
aquisição
de
tantas
performances
numa
determinada idade, ou de tantos centímetros.
Não se trata para acriança de realizar uma
corrida de obstáculos, o mais rapidamente
possível, mas desenvolver seu corpo e sua
mente de maneira equilibrada. Entretanto, no
momento em que certas aquisições, tais como a
linguagem, por exemplo, se desenvolvem
rapidamente, os progressos em outras áreas
estacionam: é preciso compreender que a
criança não pode centrar seus esforços em
todos os setores ao mesmo tempo.
Cada criança é única. O esquema do desenvolvimento é comum a todas as
crianças, mas as diferenças de caráter, as possibilidades físicas, o meio e o ambiente familiar
explicam que com a mesma idade crianças perfeitamente "normais" possam comportar-se de
maneiras diferentes; o bebê que anda com 11 meses não está mais perto do normal do que
aquele que anda com 16 meses. A criança que progrediu inicialmente muito rápido vai reduzir
o ritmo de suas aquisições e vai ser alcançada por aquela criança que parecia "atrasada" alguns
meses.
Desta maneira, julgar um bom desenvolvimento de uma criança é muito mais
complexo do que parece: não é suficientemente apreciar, baseado num manual, a
conformidade ou não de referenciais indicados, é preciso ter em vista o conjunto da criança e
de suas condições de vida familiar e não se preocupar com uma anomalia isolada.
Para Vítor da Fonseca (1999, p. 9):
Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e
permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que
intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano.
Existem outros teóricos da área, Nelson
Mendes,
Le
Boulch,
Pierre
Vayer,
Ajuriaguerra, Paul Shilder e Piaget, que falam
da importância do desenvolvimento motor
como precursor de todas as demais áreas.
Porém, a partir da orientação em uma PréEscola é que se pode constatar a abrangência
do significado de todas as definições e de toda
a teoria na prática.
2.2 - A Pré-Escola
É uma fase muito importante na vida da
criança. É onde ela começa a sair do aconchego
de seu lar e ingressa na escola, ou seja, na
sociedade. É de grande importância o papel dos
pais e do professor, que deverão ter muita
paciência, carinho e confiança.
"... o desenvolvimento da criança é produto de instituições sociais e sistemas
educacionais, como família, escola, igreja, que ajudam a construir seu
próprio pensamento e descobrir o significado da ação do outro e de sua
própria ação."
Vygotsky
A educação infantil visa oferecer a criança bem estar físico, afetivo-social e
intelectual, onde a educação física trabalhará o psico-motor, através de atividades lúdicas,
criando oportunidades para que esta criança se desenvolva, provocando a curiosidade,
espontaneidade e harmonia de seu corpo com o mundo.
Verifique abaixo os diferentes níveis de atendimento na educação infantil e na
pré-escola.
Creche - 1 ano e 3 meses a 2 anos.
Maternal - 2 anos.
Jardim I - 3 anos.
Jardim II - 4 anos.
Jardim III - 5 anos.
C.A - 6 anos.
A L.D.B (Lei de Diretrizes e Bases) n. º 9394 de 20/12/1996, diz em seu artigo
30 que: a educação será oferecida até três anos de idade e a pré-escola de quatro a seis anos.
Seu objetivo é o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade,
em aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a família e ação na
comunidade.
2.2.1 Objetivos da Educação Física para o Pré-Escolar
Gerais
Desenvolvimento físico e corporal harmonicamente.
Controle corporal.
Desenvolvimento das habilidades motoras.
Utilizar-se de seus movimentos em forma de comunicação e expressão.
Hierarquia de valores para viver em sociedade.
Específicos
Reconhecer o seu corpo e de seu próximo.
Realizar movimentos independentes e agrupados, do simples ao complexo.
Definir sua dominância lateral.
Orientação Espacial
Orientar-se no espaço, em direção, localização e tempo.
Identificar e efetuar movimentos em diferentes velocidades e trajetórias.
Qualidades Físicas
Estruturar-se em movimentos de coordenação geral.
Equilibrar-se em diferentes posições, deslocamentos e postura.
Melhorar seu desempenho.
Resistência.
Flexibilidade.
Agilidade.
Velocidade.
Movimento dos pequenos músculos, tais como:
Pinçar.
Recortar.
Colar.
Costurar.
Separar.
Empilhar.
Expressão Corporal
Reproduzir movimentos corporais de: animais, posturas, pessoas e objetos.
Expressar-se em mímica.
Movimentar-se em diferentes ritmos.
Expressar-se em grupo ou com companheiro.
Vivenciar sentimentos através da dramatização, fatos, histórias, fantasias e música.
Recreação
Participar de atividades lúdicas.
Cooperação com o grupo.
Adquirir pequenas regras em brincadeiras em relação a espaço, material e tempo.
O desenvolvimento motor da criança é
contínuo desde o seu nascimento, e a educação
física ajuda a criar oportunidades para que a
criança não pule nenhuma fase importante.
Vejamos: Fases
A - Fase do Movimento Relacionado com o Esporte
B- Fase dos Movimentos Fundamentais
C- Fase dos Movimentos Rudimentares
D- Fase dos Movimentos Reflexos
Movimentos Reflexos
(Do útero até 4 meses)
Movimentos do feto involuntários em: 1º e 2º estágios, onde o 1º codifica as
informações de alimento e proteção, e o 2º decodifica substituindo os movimentos sensóriomotor.
Movimentos Rudimentares
(4 meses ao 1º ano de vida)
O primeiro movimento é o encéfalo caudal,
onde a criança sustenta a cabeça e levanta os
pés, depois passa para o estágio do précontrole.
Movimentos Fundamentais
(1º ano aos 2 anos)
(2 e 3 anos)
(4 e 5 anos)
(6 e 7 anos)
Estes movimentos estão divididos em 3 estágios:
Inicial – coordenação do próprio corpo, ritmo e seqüência.
Elementar – maior controle, porém restrito ou exagerado.
Maduro – eficiência mecânica em sua coordenação.
Movimento Relacionado com o Esporte.
2.2.2 – Finalidade da Educação Física na Pré-Escola
Finalidade é o ponto final da nossa meta de
ação. Desta forma, a finalidade da Educação
Física na Pré-Escola é contribuir para a
educação integral da criança, por meio de
experiência de movimento destinadas a ajudála a adquirir habiliades sensório perceptivasmotoras e conceitos que irão facilidades a sua
capacidade de agir de forma alegre e afetiva em
todas as suas situações de vida.
Estabelecendo uma relação entre os conceitos
apresentados pode-se constatar que a Educação
Física é um dos meios para se chegar à
Educação. Que a Educação Física utiliza o
movimento na sua ação educativa quer seja
motora, afetiva, social ou cognitiva, se utiliza
do movimento que é uma das características do
ser
vivo.
Em
idade
Pré-Escolar
estas
experiências de movimento favorecem a
elaboração do esquema corporal das crianças.
A criança explora o ambiente graças à sua
capacidade de movimentar-se. É através do
movimento que começa a se educar, a aprender
sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor.
Embora sejam necessários cerca de vinte anos
para o organismo humano se torne maduro, os
primeiros anos de vida são decisivos na vida de
um indivíduo no sentido de que as experiências
vividas neste período poderão determinar, em
grande parte, que tipo de adulto a pessoa se
tornará.
As ciências do homem, em especial a
psicologia do desenvolvimento, da inteligência,
da aprendizagem, a sociologia, a antropologia e
a própria educação, tem demonstrado que nessa
face ocorrem a formação inicial da inteligência,
o lançamento das bases da personalidade,
incluindo as primeiras as primeiras e marcantes
experiências
de
caráter
afetivo
e
desenvolvimento da linguagem, das funções
neuropsicológicas, psicomotoras e outras.
As habilidades motoras e desenvolvidas nos
primeiros anos de vida formam a base para a
aprendizagem de movimentos mais complexos.
Pode-se dizer que, após 06 a 07 anos, nada que
a criança aprende é totalmente novo. Tudo está
relacionado
com
o
que
foi
aprendido
anteriormente. É por este motivo que se torna
fundamental adquirir uma grande variedade de
movimentos na infância.
A maioria das crianças que a pré-escola e as
quatro primeiras séries do 1º grau atendem,
está
na
fase
de
desenvolvimento
das
habilidades básicas ou movimentos naturais. A
Educação Física deve, portanto, proporcionar
uma variedade de oportunidades para que a
criança desenvolva a capacidade de usar o
corpo efetivamente, melhorando a qualidade de
movimento. A Educação Física deve, ainda,
proporcionar
às
crianças
ambientes
de
aprendizagem que facilitam as atitudes de
tentar, praticar, pensar, tomar decisões, avaliar
e persistir. É assim que as crianças aprendem o
movimento, aprendem sobre si mesmas, sobre
o meio ambiente e u mundo em que vivem.
A
Educação
Física
ao
trabalhar
com
movimentos, está contribuindo grandemente
para a educação da criança como um todo.
2.3 – A Educação Física para o Pré-Escolar
As aulas de Educação Física tem uma função muito importante a ser
desempenhada no desenvolvimento das crianças. É através dela que a criança desenvolve as
suas habilidades motoras que servirão para auxiliar até mesmo na aprendizagem, na
alfabetização.
A educação psicomotora deve ser trabalhada nas crianças como a formação de
base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo, psicológico dando oportunidade
para que através de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo.
Devido as várias contribuições trazidas ao desenvolvimento da criança através
da educação física, é importante que o professor seja um profissional competente para
ministrar essas aulas, que esteja sempre estudando métodos, propostas para enriquecer os
conteúdos e que estejam de acordo com a faixa etária que se está trabalhando.
Será que as aulas de educação física na Pré-Escola estão sendo trabalhadas
levando em consideração os requisitos necessários para o desenvolvimento global da criança?
Esse e outros questionamentos o presente estudo vai procurar responder dentro do seu corpo
do trabalho.
Através da Educação Física, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas
como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva a
psicomotricidade, a Educação Física deverá realizar atividades considerando seus níveis de
maturação biológica.
"O desenvolvimento psicomotor é de suma
importância na prevenção de problemas da
aprendizagem e na reeducação do tônus, da
postura, da direcionalidade, da lateralidade e do
ritmo."
2.3.1 – A Criança
Desde o nascimento, a criança passa por diferentes fases onde adquire
conhecimentos e passa por diversas experiências até então chegar a sua vida adulta.
Estas fases podem ser chamadas de 1ª infância, 2ª infância, 3ª infância,
puberdade, adolescência até iniciar a vida adulta.
Dos 4 aos 6 anos, a criança está na 2ª infância, esta é uma fase considerada de
transição pois a criança passa a conhecer o seu mundo exterior e também por um
desenvolvimento contínuo das habilidades motoras.
Nesta fase a criança ainda tem dificuldades no aprendizado motor, devido a sua
baixa capacidade de atenção seletiva. É necessário realizar tarefas em que, além de executar, a
criança esteja visualizando a execução para compreender. São importante as atividades que
trabalhem com o aprendizado egocêntrico, centrado na própria criança.
É importante que a criança nesta fase,
freqüente o jardim de infância, para que tenha
contato com outras crianças através de jogos,
brincadeiras, desenvolvendo-se assim em todos
os aspectos.
"A 2ª infância é também chamada de fase lúdica, pois o brinquedo é o que mais
interessa à criança."
2.3.2 – O Ensino da Educação Física
A educação física para crianças, deve ser trabalhada com atividades físicas de
caráter recreativo, favorecendo a consolidação de hábitos higiênicos, o desenvolvimento
corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a sociabilização, a criatividade, visando a
formação da sua personalidade.
"Um dos objetivos fundamentais da Educação Física é o de educar através do
corpo. Pois é através do movimento que a criança vai desenvolver a sua capacidade motora."
Além da parte recreativa, a Educação Física proporciona a aprendizagem das
crianças em vários esportes contribuindo para a conservação da saúde física, mental e o
equilíbrio sócio afetivo.
2.3.3 – Educação Psicomotora
A educação psicomotora, é a educação da criança através do movimento de seu
próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses.
A educação psicomotora atua como prevenção na pré-escola e séries iniciais do
1º grau, pois através dela podem ser evitados vários problemas como a má concentração,
confusão no reconhecimento de palavras, confusão com letras e sílabas e outras dificuldades
relacionadas a alfabetização.
Para ser trabalhada a educação psicomotora, é necessário que se utilize as
funções motoras, cognitivas, perceptivas, afetivas e psociomotoras.
A criança, através da educação psicomotora, explora o ambiente, passa por
experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, é capaz de tomar
consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
2.3.4 – A Educação Física e o Desenvolvimento Psicomotor
É função da educação física trabalhar com a educação psicomotora mas para
isso é necessário que o professor conheça o desenvolvimento da criança para que possa se
aproximar de seu mundo infantil.
Através da psicomotricidade a criança chega a consciência de seus limites e
possibilidades, acaba conhecendo melhor o seu esquema corporal, e consegue relacionar-se
socialmente com outras crianças.
O professor deverá trabalhar as seguintes áreas: esquema corporal, a
motricidade e percepção, de forma que desempenhe apenas o papel de facilitador do processo
de interação da criança e não o domínio sobre ela.
2.4 – Como trabalhar a Psicomotricidade
Alguns conteúdos de educação psicomotora
são indispensáveis para o desenvolvimento da
criança:
Primeiro: Exercícios motores que o corpo se desloca percebendo as diferentes
noções de maneira interna.
Segundo: Exercícios sensório-motores, desenvolvendo o tato.
Finalmente: Exercícios percepto–motores, onde as manipulações são sutis e a
percepção visual muito importante.
2.4.1 – Atitudes do Professor
Algumas atitudes de grande importância no trato com pré-escolares:
Voz: a entonação e a altura da voz são importantes para que a criança ganhe
confiança no professor.
Linguagem: o vocabulário da criança dessa idade é pouco desenvolvido. Cabe
ao professor comunicar-se com ela de maneira simples.
Clareza nas solicitações: as solicitações de exercícios, contestes, devem ser de
forma mais clara possível, para evitar a confusão que traz a desmotivação.
Manter interesse: através de brincadeiras e do trato com a criança ao seu nível,
o professor deve chamar a atenção para a sua aula e sustentar o interesse até o final.
Atenção a todos: a atenção dada a certas crianças em particular só poderá
despertar ciúmes. Por isso, a atenção a todas as crianças, gera maior confiança e incentivo
geral.
Paciência e compreensão: o mundo mental da criança é bem diferente do
mundo mental do adulto. Deve-se estar preparados para reconhecer tais diferenças e procurar
entendê-las, demonstrando paciência e compreensão.
Gesto: levando-se em conta que a criança é
uma imitadora por excelência e o professor de
Educação Física um espelho, tudo o que o
professor fizer em termos de gestos, atitudes,
posições
corporais,
irá
se
refletir
no
comportamento e atitudes de seus alunos. O
cuidado deve ser redobrado, pois a repetição da
imitação pode tornar-se hábito.
2.4.2 – Bases da Educação Pré-Escolar
A educação nesta faixa de idade parte das necessidades e interesses da criança,
estimulando sua atividade e o desenvolvimento de sua criatividade, na conquista de sua
autonomia. Esses valores devem ser buscados desde os primeiros anos de vida, quando a
criança está completamente aberta para os outros e para o mundo que a cerca. Pois é nesse
período que ela é mais sensível a qualquer influência dos fatores externos e sua personalidade
adquire marcas ideléveis que a caracterização na vida futura.
Dessa forma e educação pré-escolar deve estar estruturada em três bases
primordiais:
1º Atender às necessidades e interesses da criança.
2º Oportunizar aquisição de habilidades que lhes permitam atitudes de:
-
partilhar experiências
-
pensar por si mesma
-
expressar-se
-
interagir
-
avaliar e aceitar críticas
-
aceitar responsabilidades
3º Prontidão para o processo da alfabetização, a
educação pré-escolar não deve ser vista como
“preparatória para o ensino de 1º grau”. A
prontidão para o processo de alfabetização é
uma das bases formando consequentemente um
todo indivisível. É evidente que as realizações
de desenvolvimento da criança nos primeiros
anos de vida terão continuidade nos anos
seguintes, incorporados à sua personalidade, ao
ser que cresce.
As experiências e o progresso em cada etapa da vida se fazem presentes na
seqüência do processo educacional, possibilitando maiores chances de enfrentar com êxito os
novos desafios. Por conseqüência, uma educação adequada às características e necessidades
próprias da criança pré-escolar pode contribuir para sua melhor aprendizagem ao frequentar o
ensino de 1º grau.
Brincando a criança corre, pula, joga, cria, toma decisões, organiza seu
pensamento, alegra-se, contraria-se, determina valores. Para que a criança tenha um
desenvolvimento adequado, é fundamental que os três domínios do comportamento humano
sejam trabalhados harmonicamente.
Domínios do comportamento:
a) domínio motor – quando dizemos corpo/movimento
b) domínio cognitivo – quando nos referimos à capacidade de conhecer,
raciocínio.
c) Domínio afetivo – quando nos referimos à emoção; sentimento.
Para
atender
adequadamente
à
criança,
precisamos entre outros fatores conhecer:
-
as demais etapas do seu desenvolvimento;
-
os fatores que interferem em seu crescimento;
-
suas características e necessidades.
2.4.3 – Evolução do conceito de educação
•
Processo pelo qual o “saber” existente é transmitido às novas gerações.
•
Processo pelo qual busca-se fundamentar e dar todas as condições ao indivíduo para que
possa acompanhar e adaptar-se a uma sociedade caracterizada por constantes mudanças.
•
Processo pelo qual oportuniza-se aos indivíduos todos os meios necessários para o seu
auto-desenvolvimento e auto realização, no sentido de dar condições para que eles se
tornem sujeitros do processo de transformação social, cultural, política...
2.4.4 – Educação e Educação Física
É um segmento da educação que utiliza as atividades físicas orientadas por
princípios pedagógicos tais como movimentos, expressividade e
espontaniedade, onde o objetivo é o modo natural de formação do homem
consciente de si memso, que copreende o mundo que o cerca e os outros
indivíduos com os quais interage.
FIEPE, 1976; UNESCO, 1977; PNED, 1980/85
Analise a evolução dos conceitos de educação
e o conceito de educação física. Questiona-se
sobre o que você entende por educação e o seu
conceito de Educação Física. A fim de
definirmos o papel da Educação Física no PréEscolar, é importante determinar o que se
pretende ao educar.
“Educar é muito mais que traçar planos, estabelecer modelos ou criar
paradigmas. Educar é realmente ter fé em poder mudar.”
Mosquero
A educação deverá ter por objetivos ajudar o ser humano a atingir um
desenvolvimento que reúna os três domínios: o motor, o cognitivo e o afetivo. A educação
física, que está entre as disciplinas desenvolvidas pela escola para educar as crianças, atua
fundamentalmente, sobre um dos domínios do comportamento do ser humano: o domínio
motor. Entretanto, como os domínios do comportamento estão inter-relacionados, isto é uma
questão de predominância e não de exclusividade.
CAPÍTULO III
CONCLUSÕES
3.1 – Conclusões
Feita a revisão bibliográfica, as análises e demonstrações, considerando as
questões de estudo formuladas na Capítulo I, pode-se concluir que:
- Constata-se que a psicomotricidade é de fundamental importância em toda a
ação realizada pelo indivíduo, que represente suas necessidades e permitam sua relação com
os demais.
- O desenvolvimento psicomotor nos primeiros anos de vida é de importância
capital: o desenvolvimento da inteligência, da afetividade, das relações sociais é tão rápido
que sua realização determinará em grande parte as capacidades futuras.
- A Pré-Escola é por antítese, a idade do crescimento e do desenvolvimento,
não apenas físico, mas sobretudo psíquico, mental e emocional; O Pré-Escolar é agora
considerado como a primeira fase da educação, pois estabelece a base de tofo o processo
educativo.
- A Educação Física precisa assumir que é muito importante o trabalho nos
primeiros anos de vida, já que pode criar as oportunidades para a criança aperfeiçoar e
desenvolver os movimentos naturais.
- A criança deverá ter uma educação pensada em função dela de suas
necessidades e interesses que podem ser obtidos através da observação objetiva dos estágios
de desenvolvimento e do comportamento nas diferentes idades.
- O ambiente deve ser favorável para que a criança tenha uma maturação
normal, fazendo com que sua inteligência seja desenvolvida.
- É muito importante saber que a escola irá recebê-la para implantar e reforçar a
sabedoria, mas que o bom desempenho da criança dependerá de como ela foi preparada
anteriormente no meio familiar.
- Nos primeiros anos de vida, os principais educadores são os pais, ou aqueles
que às vezes, os substituírem. Os pais dizem estar conscientes da importância da influência do
meio sobre a evolução de seus filhos.
- A psicomotricidade deve ser trabalhada de maneira lúdica e positiva, onde a
criança irá aprender a conhecer o seu próprio corpo, a usá-lo livremente, a se expressar com
ele, melhorando assim, seu comportamento.
Desta forma, conclui-se que a presente monografia, alcançou seu objetivo geral:
que o mundo psicomotor surge na escola, através de um bom trabalho psicomotor realizado no
ambiente Pré-Escola, sendo este compreendido em sua integridade, partindo de fenômenos
que envolvam o desejar e o querer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDER, G, Eutonia. Um caminho para a percepção corporal. São Paulo: Martins
Fontes, 1983.
BORGES, Celso José. Educação Física para o Pré-Escolar. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
BOULCH, Le. O Desenvolvimento Psicomotor. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CHAZAUD, Jacques. Introdução à psicomotricidade. 5 ed. São Paulo: Manole, 1976.
HURTADO, Hohann M. A Educação Física na Pré-Escola e de 1ª a 4ª série do 1º grau.
Paraná: Editer, 1990.
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA PRÉ-ESCOLA
Elaborado por Andréa Aparecida Rodrigues Ferreira
Aluna do Curso de Psicomotricidade da UNICAM
Foi analisado e aprovado com
grau: ___________________________________________
Rio de Janeiro, _______ de _________________________ de _______
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Nilson Guedes de Freitas
Orientador – Metodologia
Rio de Janeiro, fev. de 2003