Nunca ninguém lhe pagará mais do que aquilo que você pediu! Márcio Miranda A o defender a tese de que “Nunca ninguém lhe pagará mais do que aquilo que você pediu” Onassis penetrava no âmago da questão que mais afeta a relação entre compradores e vendedores — Quanto pedir? Quanto pagar? É impressionante como uma simples frase consegue conter o princípio que direciona o resultado da maior parte dos negócios. O que acontece quando, em uma entrevista de emprego, você responde à pergunta — quanto você deseja ganhar? O valor que disser será visto como o máximo que você acha que vale. Ou você acha que, num arrebatamento de bondade, ele vai olhar para você e dizer — “Você quer ganhar só isso? Eu posso pagar bem mais”! Outro exemplo: Imagine que você está negociando sua casa e acabou de passar o preço ao interessado. Por melhor que seja a casa e por mais baixo que seja o valor, o comprador não se dará por satisfeito e tentará barganhar com o objetivo de baixar o preço, você concorda? Veja abaixo mais alguns exemplos: Na hora de vender, peça alto! — Quanto mais alto for o seu preço inicial, mais você irá ganhar. Considerando que o comprador sempre barganha, em qual das situações você tem probabilidade de ganhar mais, partindo de 100 ou partindo de 80? A resposta é óbvia. Na hora de comprar, ofereça baixo! — To- do vendedor gosta de ganhar bastante ou, pelo menos, o justo, você concorda? Então em qual das situações você tem probabilidade de pagar menos, partindo de uma oferta de 100 ou de 80? A resposta também é óbvia. Na hora de pedir ou oferecer, seja firme! — Você já fez ou viu alguém fazer um negócio que parecia impossível? Não terá sido em função da firmeza utilizada que influenciou positivamente o oponente? Aprenda a conhecer as pessoas! — As pes- soas possuem motivos que direcionam suas condutas na hora de tomar decisões. Conhecer esses motivos é a forma eficaz de levar alguém a se aproximar do seu preço na hora de vender, e pagar algo mais na hora de comprar. Barato ou caro é relativo! — Quanto você pagaria por um Fusca 1965? Talvez nada! E se descobrir que esse Fusca 1965 foi o único carro do seu pai? Mudou alguma coisa? Mudou! Se o vendedor souber disso o preço vai aumentar. Não existe barato nem caro! O motivo que está por detrás de cada negociação é que definirá os valores. Pediu? Já era! — Você já pegou alguém pela palavra? Pois esse é mais um dos velhos chavões usados por negociadores. É verdade que isso tinha mais força no tempo em que um fio do bigode valia como garantia. Mas, ainda nos dias de hoje, se você fizer uma oferta ou pedir um determinado valor, precisará ser “muito negociador” para mudar os números. Portanto, pense bem antes de definir os valores iniciais O barato “quase sempre” sai caro! — Se você possui uma empresa ou para uma já viu que milagres não existem. Custos são custos e com lucratividade não se brinca! É bem verdade que existem gostos para tudo e produtos para todos os bolsos. Existem pessoas que satisfazem seus egos com relógios Rolex no pulso que valem 10 mil dólares, enquanto outras agradam seus egos comprando Relógios marca Rolex “falsificados”. Quem está atuando aqui é a relação “Necessidades do Ego versus Poder aquisitivo”. Se você conhecer, em cada oponente, os fatores dessa equação, terá dado um grande passo para se sair melhor em cada negociação. [email protected]