Departamento de Desenvolvimento Profissional ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Profª Adriana Valente e-mail: [email protected] Rio de Janeiro, 2º semestre de 2015. Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 [email protected] – www.crc.org.br 2 1 ESTRUTURA DO CURSO 1.1 Objetivos Transmitir aos participantes os conhecimentos básicos necessários à Analise das Demonstrações Contábeis. 1.2 Carga Horária 15 h/a. 1.3 Metodologia Exposição teórica com aplicação de exercícios práticos. 1.4 Programa PROGRAMA 1. Objetivo da Análise das Demonstrações Contábeis 2. Análise Horizontal e Vertical 3. Análise da Liquidez 4. Análise da Rentabilidade e Rotação 5. Análise do Endividamento 6. Análise do Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro 7. Ciclo Operacional e Financeiro 8. Giro do Ativo, Retorno sobre o Ativo e Retorno sobre o Patrimônio Líquido 9. Insolvência 2 3 2 INTRODUÇÃO FINALIDADE Estudar a situação patrimonial da entidade através da decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, visando obter informações analíticas e precisas sobre a situação patrimonial da empresa. OBJETIVO Visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômica financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Pela análise extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. PROCESSO PREPARATÓRIO Para conclusões e decisões acerca da análise das demonstrações financeiras é fundamentalmente importante à qualidade das informações (exatidão dos valores registrados, rigor nos lançamentos e princípios contábeis adotados etc.) e do volume de informações disponíveis ao analista. COMPARAÇÕES É importante acrescentar, ainda, que a análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando avaliado isoladamente, não produz informações suficientes para uma 3 4 correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos concorrentes e aos padrões de mercado. EMPRESA E O MERCADO Uma preocupação essencial do analista deve ser a de conhecer mais detalhadamente a empresa e seu mercado de atuação, de maneira a melhor avaliar as decisões financeiras (investimentos e financiamentos) tomadas. A análise torna-se bem mais consistente quando interpretada dentro das características do setor de atividade da empresa. No estudo do setor de atividade em que uma empresa encontra-se inserida devem ser avaliados o potencial, atual e futuro do mercado consumidor, o nível e o tamanho da concorrência, a dependência tecnológica, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor, etc. Iudícibus “Pode-se partilhar a ideia de que a análise de balanços é uma arte, pois, apesar das técnicas desenvolvidas, não há nenhum critério ou metodologia formal de análise válidos nas diferentes situações e aceitos pelos analistas. Dessa maneira, é impossível sugerir-se uma sequência metodológica ou um instrumental cientifico capazes de fornecer diagnósticos sempre precisos das empresas”. 4 5 A maneira com que os indicadores de análise são utilizados é particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista. Dois analistas podem chegar a uma conclusão bem diferente sobre uma empresa, mesmo tendo eles trabalhados com as mesmas informações e utilizado iguais técnicas de análise. Segmentação do risco empresarial Risco operacional – sazonalidade Risco financeiro – endividamento ALGUNS AJUSTES NO NAS DEMOSNTRAÇÕES PARA ANÁLISE Despesas pagas Antecipadamente – Por não representar mais entrada de recursos, geralmente é reclassificada para o Patrimônio Líquido. As participações de empregados e dos diretores no resultado da empresa, geralmente determinadas sobre o lucro após o IR e CSLL, são melhores representadas como despesas operacionais, pois poderão ser avaliadas como “despesa de pessoal“, devendo, por conseguinte onerar o resultado operacional da empresa. Ações em Tesouraria – em alguns casos pode representar mais efetivamente uma aplicação classificada no ativo. financeira, sendo, portanto Dado o caráter controvertido ela é geralmente mantida no PL. 5 6 3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL De evolução, horizontal ou de crescimento. De estrutura, vertical ou de composição. Análise Horizontal Tem por objetivo avaliar o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado, numa determinada série histórica de exercícios. Análise Vertical Tem por objetivo medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte e fazer as comparações caso existam dois ou mais períodos. CONTAS Caixa e Equivalentes a Caixa Clientes Estoques Imobilizado Liquido TOTAL ATIVO Fornecedores Salário a Pagar Encargos Sociais Dividendos Empréstimo Patrimônio Líquido TOTAL DO PASSIVO 2014 31.000 10.000 4.000 14.000 59.000 12.000 3.000 2.000 3.000 18.000 21.000 59.000 AV 2013 39.100 15.000 1.000 13.000 68.100 20.000 4.000 5.000 4.000 13.000 22.100 68.100 AV AH 6 7 Contas Vendas Líquidas CMV Lucro Bruto Despesas Administrativas Lucro Operacional IR/CSLL Lucro Líquido 2014 55.000 (29.000) 26.000 (21.000) 5.000 (600) 4.600 AV 2013 AV 60.000 (30.000) 30.000 (28.000) 2.000 (200) 1.800 AH Exercícios 1. Julgue os itens em certos ou errados. a) A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo do desempenho econômico-financeira de uma empresa em um período anterior, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados que subsidiem a previsão de tendências futuras. b) Para fornecer elementos suficientes a um diagnóstico preciso de uma determinada empresa, o processo de análise econômico-financeira deve ser complementado com uma comparação temporal – evolução nos últimos anos – e setorial – principais concorrentes e média do mercado do setor – dos indicadores levantados. c) É obrigatória a reclassificação contábil no balanço patrimonial da conta fornecedores classificado no passivo circulante, quando se referir a uma empresa controlada. d) Na reclassificação do balanço para análise, é comum reduzir o imobilizado do patrimônio líquido. e) O ativo realizável a longo prazo é normalmente transferido para o ativo circulante, visando uma classificação conservadora. 7 8 2. Análise as informações da Cia. Nunes S.A num determinado exercício social: Elementos do resultado 31/dez/2003 31/dez/2004 Vendas Líquidas de Mercadorias 1.000,00 1.582,00 Custo das Mercadorias Vendidas 620,00 860,00 Despesas Operacionais 200,00 383,00 Na análise horizontal, o percentual da variação ocorrida no lucro bruto da Cia, Nunes, em 2004, foi: a) 90,0% b) 158,20% c) 165,00% d) 190,00% b) e) 265,00% 3. Considerando o Balanço Patrimonial abaixo, julgue os itens em certos ou errados. balanço patrimonial (em R$) ativo 31/12/01 movimento 1º trimestre circulante disponibilidades contas a receber de vendas estoque de mercadorias despesas do período seguinte realizável a longo prazo empréstimos permanente investimentos imobilizado diferido 178.000 5.000 125.000 46.000 2.000 5.500 5.500 65.500 2.500 60.000 3.000 43.107 25.200 15.000 2.407 500 500 500 40.800 4.000 37.000 (200) total 249.000 84.407 31/03/02 passivo 221.107 circulante 30.200 fornecedores 140.000 pessoal e encargos a pagar 48.407 tributos a pagar 2.500 aluguéis e seguros a pagar 6.000 dividendos 6.000 empréstimos 106.300 patrimônio líquido 6.500 capital social 97.000 reservas de capital 2.800 reservas de lucros lucros acumulados 333.407 total 31/12/01 82.000 56.000 5.000 6.000 3.000 11.000 1.000 167.000 100.000 50.000 10.000 7.000 249.000 movimento 1º trimestre 31/03/02 34.142 31.000 5.000 1.642 500 (11.000) 7.000 50.265 15.000 116.142 87.000 10.000 7.642 3.500 0 8.000 217.265 115.000 50.000 10.000 42.265 333.407 35.265 84.407 Julgue os itens a seguir em certos ou errados, considerando os elementos do balanço patrimonial apresentado no quadro acima: a) Pela análise horizontal, pode-se concluir que os recursos próprios cresceram no primeiro trimestre em valor absoluto mais que os de terceiros. 8 9 b) Pela análise vertical, pode-se observar que, nos dois balanços, a empresa opera com capital fixo em proporção superior àquela do circulante. c) Caso essa empresa tivesse aplicado mais capital no ativo fixo no primeiro trimestre, teria de diminuir o ativo circulante ou aumentar uma das fontes no passivo. d) Pelo movimento do ativos e passivos no primeiro trimestre, podese concluir que a empresa operou com lucro no período. 9 10 4 INDICES Liquidez – Avalia a capacidade da empresa, para satisfazer compromissos de pagamentos com terceiros. Rentabilidade – Avalia o rendimento, a lucratividade da empresa obtida em determinado período. Rotação – Determina o giro (velocidade) dos valores aplicados. Endividamento – Avalia o grau de endividamento da empresa. Rentabilidade e Lucratividade – Avalia o rendimento obtido pela empresa em determinado período. 10 11 5 ÍNDICES DE LIQUIDEZ Avalia a capacidade da empresa para honrar compromissos assumidos. “O índice quanto maior melhor”. Liquidez Imediata ou absoluta Fórmula *Disponível Passivo Circulante * Caixa e Bancos Corrente Seca Exemplo 31.000 = 0,96 ou 96% 32.000 Ativo Circulante Passivo Circulante 45.000 = 1,40 ou 140% 32.000 Ativo Circulante – ( Estoques + *DA) Passivo Circulante 37.000 = 1,15 ou 115% 32.000 *DA (despesas pagas antecipadamente) Geral Ativo Circulante + Realizável Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível Longo Prazo 49.000 = 1,08 ou 108% 45.000 Exercícios de Fixação 11 12 1. Dados extraídos do balanço da Cia. Gama em 31.12.X0: Ativo Circulante (R$) Disponibilidades ................................................................... 20.000,00 Clientes ....................................................................................130.000,00 Estoques ................................................................................. 90.000,00 240.000,00 Ativo Não Circulante Realizável a LP 42.000,00 Imobilizado .............................................................................. 68.000,00 Intangível 10.000,00 120.000,00 TOTAL DO ATIVO 360.000,00 Passivo Circulante Fornecedores .................................................................................... 80.000,00 Outras Obrigações ........................................................................... 70.000,00 150.000,00 Passivo Não Circulante Financiamentos ................................................................................... 85.000,00 85.000,00 Patrimônio Líquido Capital ........................................................................................................ 50.000,00 Reservas ................................................................................................. 75.000,00 125.000,00 TOTAL DO PASSIVO 360.000,00 É correto afirmar que o índice de a) b) c) d) e) Liquidez imediata é igual a 0,15. Liquidez geral é igual a 1,2. Liquidez corrente é igual a 1. Liquidez seca é igual a 1,6. Endividamento total é igual a 0,5. 2. 12 13 Ativo Ativo Circulante Dusponibilidades Contas a receber Estoques Despesas do período seguinte Adiantamentos Outros valores a receber R$ 16.520 1.200 6.000 8.000 120 700 500 Passivo Passivo Circulante Fornecedores Salários e encargos a pagar Tributos a recolher Provisões para conting. Fiscais Outras contas a pagar R$ 16.400 1.100 800 5.000 6.500 3.300 a) A liquidez corrente da empresa é de 1,99, indicando uma excelente situação financeira. b) As disponibilidades, representando 7,3% do total do ativo circulante, não estão adequadas, pois o mais correto seria a manutenção de um caixa mais elevado, permanentemente, mesmo considerando que o mercado financeiro garante uma rentabilidade inferior à aplicação no negócio da companhia. c) A companhia dá preferência ao pagamento à vista ou antecipado das suas compras, mesmo sem desconto, para manter um giro rápido das suas contas a pagar, medida esta julgada acertada. 3. Em 31 de dezembro de 2001, a firma Leo, Lea & Cia. Tinha um patrimônio composto dos seguintes elementos, com respectivos valores, em milhares de reais: O balanço decorrente do patrimônio acima foi submetido ao programa de análise contábil da empresa, tendo revelado, em termos percentuais, os seguintes quocientes de liquidez: 13 14 a) b) c) d) e) Liquidez Liquidez Liquidez Liquidez Liquidez Geral 175,00 % Corrente 150,00 % Comum 112,50 % Seca 100,00 % Imediata 44,12 % 4. Observe as informações abaixo, sobre as Empresas Alfa e Beta. Liquidez corrente da Empresa Alfa 2,0000 Liquidez Corrente da Empresa Beta 3,0000 Sabendo-se que a Alfa compra mercadorias com vencimento de curto prazo e que a Beta paga uma dívida com vencimento de curto prazo, pode-se concluir que a liquidez corrente: (A) manteve-se inalterada nas duas empresas. (B) aumentou na Empresa Alfa e diminuiu na Empresa Beta. (C) aumentou nas duas empresas. (D) diminuiu nas duas empresas. (E) diminuiu na Empresa Alfa e aumentou na Empresa Beta. 5. O que ocorrerá se uma empresa apresentar um índice de liquidez corrente igual a 0,80? a) b) Terá muita dificuldade para honrar compromissos de curto prazo. Deverá providenciar, uma redução simultânea e do mesmo valor, no Ativo e no Passivo Circulante. Estará praticamente falida. Em condições normais, não poderá pagar suas obrigações de curto prazo. Em condições normais, não poderá pagar suas dívidas de longo prazo. c) d) e) 6. A Cia. Sobral apresentou a seguinte estrutura Patrimonial, em reais, em 31/12/2004: 14 15 Ativo Ativo Circulante Realizável LP Imobilizado Total Passivo 5.000,00 2.000,00 1.000,00 8.000,00 Passivo Circulante Exigível LP Patrimônio Líquido Total 5.500,00 1.500,00 1.000,00 8.000,00 O pagamento de fornecedores com cheque no valor de R$ 500,00: a) não modifica os índices de liquidez corrente e geral. b) melhora o índice de liquidez corrente, mas não altera o índice de liquidez geral. c) melhora os índices de liquidez corrente e geral. d) piora os índices de liquidez corrente e geral. e) piora o índice de liquidez corrente, mas não altera o índice de liquidez geral. 6 ÍNDICES DE RENTABILIDADE Avalia o rendimento, determinado período. a lucratividade da empresa obtida em 15 16 “O índice quanto maior melhor”. Índices Margem Bruta Margem Operacional Margem Líquida Fórmula Lucro Bruto Receita Líquida Lucro Operacional Receita Líquida Exemplo 12.000 = 0,20 ou 20% 60.000 3.750 = 0,06 ou 6% 60.000 Lucro Líquido após o IR 3.000 = 0,05 ou 5% Receita Líquida 60.000 Exercícios 1. 16 17 Com base na demonstração de resultado apresentada acima, julgue os itens a seguir em certo ou errado. I. A empresa está operando com resultado positivo e a sua margem líquida é superior a 6% sobra as vendas líquidas. II. A margem bruta sobre a receita líquida é menor que 47%. III. A margem operacional situa-se em torno de 10% da receita líquida. 2. A Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Óleos & Lubrificantes apresenta as seguintes contas e saldos, em reais: Receitas de Vendas ICMS sobre Vendas Devolução de Vendas Despesas com Vendas Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial Provisão para Imposto de Renda Despesas Financeiras Custo das Mercadorias Vendidas 45.000,00 7.500,00 1.100,00 2.800,00 1.500,00 2.250,00 1.700,00 12.200,00 Com base nos dados apresentados, a Margem Operacional Líquida da empresa será, em reais, de: a) 0,35 b) 0,40 c) 0,50 d) 0,70 e) 0,75 17 18 7 CICLO OPERACIONAL Fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas. 18 19 Fases operacionais de uma indústria Aquisição de Matéria Prima - MP Prazo Médio de Estocagem da MP - PME Prazo Médio de Fabricação - PMF Prazo Médio de Estocagem do Produto Acabado (PA) - PME Prazo Médio de Vendas - PMV Prazo Médio de Recebimento das Vendas – PMRV Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores - PMPF Fases operacionais de um comércio Aquisição de mercadorias para revenda Prazo Médio de Estocagem - PME Prazo Médio de Vendas - PMV Prazo Médio de Recebimento das Vendas – PMRV Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores - PMPF Ciclo Operacional Comercial PME + PMRV 20 dias + 16 dias = 36 dias Quanto mais longo se apresentar o ciclo operacional, mais elevado serão às necessidades de investimento em giro. Índices Prazo Médio de Estocagem Fórmula Formulas Estoque Médio x 360 CMV 360 CMV 19 20 Estoque médio Prazo Médio de pagamento Prazo Médio Recebimento Rotação Estoques Fornecedores Média x 360 Compras anuais a prazo ou média 360 Fornecedores Duplicatas a pagar ou média Clientes Média x 360 Vendas anuais a prazo ou vendas anuais 360 Clientes Vendas anuais a prazo ou média 360 Prazo Médio Estocagem Rotação Pagamentos Fornecedores 360 Prazo Médio de Pagamento Rotação Recebimento Vendas 360 Prazo Médio de Recebimento Exercícios 1. 20 21 Ativo Ativo Circulante Dusponibilidades Contas a receber Estoques Despesas do período seguinte Adiantamentos Outros valores a receber R$ 16.520 1.200 6.000 8.000 120 700 500 Passivo Passivo Circulante Fornecedores Salários e encargos a pagar Tributos a recolher Provisões para conting. Fiscais Outras contas a pagar R$ 16.400 1.100 800 5.000 6.500 3.300 Considerando o demonstrativo acima, que contém o ativo e o passivo circulantes de uma companhia em uma determinada data, e ainda, os princípios de administração financeira aplicáveis, julgue os itens abaixo: a) As vendas anuais da companhia, no valor de R$ 72.000, indicam que o giro de contas a receber é muito lento, tomando por base a mediana do setor em que ela atua, a qual corresponde a um prazo médio de recebimento de vendas de 60 dias. b) Considerando que a mediana do prazo médio de renovação dos estoques que se verifica entre as empresas do setor em que atua a companhia seja de 30 dias, é correto afirmar que ela apresenta um giro muito lento para os seus estoques, considerando que o custo das mercadorias vendidas no período foi de R$ 30.000. 2. Julgue os itens em Certo ou Errado a) O prazo médio de recebimento de vendas de um ano de R$ 360.000, para um contas a receber médio, líquido da provisão para devedores duvidosos, de R$ 30.0000, estará em torno de 30 dias. b) O aumento do prazo de renovação de estoques, com a elevação de vendas e do custo das mercadorias vendidas, não requererá, necessariamente, capital para o financiamento desse ativo acrescido. 3. 21 22 balanço patrimonial (em R$) ativo 31/12/01 movimento 1º trimestre circulante disponibilidades contas a receber de vendas estoque de mercadorias despesas do período seguinte realizável a longo prazo empréstimos permanente investimentos imobilizado diferido 178.000 5.000 125.000 46.000 2.000 5.500 5.500 65.500 2.500 60.000 3.000 43.107 25.200 15.000 2.407 500 500 500 40.800 4.000 37.000 (200) total 249.000 84.407 31/03/02 passivo 221.107 circulante 30.200 fornecedores 140.000 pessoal e encargos a pagar 48.407 tributos a pagar 2.500 aluguéis e seguros a pagar 6.000 dividendos 6.000 empréstimos 106.300 patrimônio líquido 6.500 capital social 97.000 reservas de capital 2.800 reservas de lucros lucros acumulados 333.407 total 31/12/01 movimento 1º trimestre 82.000 56.000 5.000 6.000 3.000 11.000 1.000 167.000 100.000 50.000 10.000 7.000 249.000 34.142 31.000 5.000 1.642 500 (11.000) 7.000 50.265 15.000 35.265 84.407 Julgue os itens subsequentes, observando os elementos dos balanços apresentados nos quadros I e II, que se referem à mesma empresa e ao mesmo período. a) Pelos números apresentados, o prazo médio de renovação de estoques de mercadorias é superior a 30 dias. b) O prazo médio de recebimento de contas de clientes é inferior a 40 dias. c) O prazo médio de pagamento de fornecedores é superior a 60 dias, considerando que as compras do primeiro trimestre foram de R$ 102.000. d) A partir da análise do fluxo de caixa, observa-se que a empresa está aplicando capitais no crescimento da sua atividade e na compra de ativo fixo, sem contar com capitais de terceiros. e) A margem bruta sobre vendas líquidas da empresa é de 48%. 22 31/03/02 116.142 87.000 10.000 7.642 3.500 0 8.000 217.265 115.000 50.000 10.000 42.265 333.407 23 4. Considere os dados abaixo, com valores em reais, extraídos da contabilidade da Cia. Gama, referentes ao exercício de 2004: • Estoque inicial de mercadorias 10.600,00 • Estoque final de mercadorias 9.400,00 • Compra de mercadorias 70.800,00 Considerando-se que o ano comercial tem 360 dias, o prazo médio de rotação dos estoques da Cia. Gama, no exercício de 2004, em dias, é: a) 25 b) 50 c) 75 d) 100 e) 125 5. Analisando as demonstrações contábeis de uma companhia comercial, elaboradas no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011, foram apurados os seguintes prazos (índices) de atividade: • Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) = 26 dias • Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) = 30 dias • Prazo Médio de Renovação do Estoque (PMRE) = 20 dias Considerando-se exclusivamente as informações recebidas, a boa técnica de análise das demonstrações contábeis e a correspondente interpretação dos índices apurados, o prazo médio que essa companhia leva para vender suas mercadorias estocadas, em dias, é (A) 20 (B) 24 (C) 26 (D) 30 (E) 50 6. A Indústria Califórnia, efetuando um estudo com relação ao seu ciclo financeiro, verificou que o prazo médio de estocagem de suas matérias-primas é de 45 dias, sendo que os fornecedores dão um prazo de 30 dias para pagamento das duplicatas. A produção demanda, normalmente, um prazo de 30 dias, permanecendo os produtos fabricados estocados durante 15 dias à espera de ser vendidos. A política de vendas da empresa é a de adotar um prazo de recebimento de 60 dias. Com base nesses dados, de quantas vezes é o giro de caixa da empresa? (A) 3,43 (B) 3,00 (C) 2,57 (D) 2,40 (E) 2,00 ANÁLISE CICLO OPERACIONAL E FINANCEIRO 23 24 Ciclo Operacional A soma dos prazos, PMRE + PMRV, representa o Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento das vendas de mercadorias. Ciclo Financeiro É o tempo decorrido entre o momento em que a empresa paga aos fornecedores e o recebimento das vendas (clientes). Exemplo: Empresa BIG XI PMRE = 74 dias PMRV = 63 dias PMPC = 85 dias X2 PMRE = 114 dias PMRV = 67 dias PMPC = 83 dias X3 PMRE = 112 dias PMRV = 70 dias PMPC = 73 dias Mercado X1 PMRE = 66 dias PMRV = 75 dias PMPC = 69 dias X2 PMRE = 67 dias PMRV = 79 dias PMPC = 76 dias X3 PMRE = 70 dias PMRV = 77 dias PMPC = 78 dias Análise de X1 Empresa BIG Ciclo operacional = 74 dias + 63 dias = 137 dias Ciclo Financeiro = 137 dias – 85 dias = 52 dias Mercado Ciclo operacional = 66 dias + 75 dias = 141 dias Ciclo Financeiro = 141 dias – 69 dias = 72 dias Exercícios 24 25 1. Determinada empresa apresentou os seguintes prazos médios referentes ao ano de 2004: • Prazo Médio de Renovação de Estoques - 24 dias • Prazo Médio de Recebimento de Vendas - 15 dias • Prazo Médio de Pagamento de Compras - 34 dias É correto afirmar que esta empresa obteve, em 2010, um ciclo financeiro: (A) positivo de cinco dias. (B) positivo de dezenove dias. (C) negativo de cinco dias. (D) negativo de dezenove dias. (E) negativo de quarenta e três dias. 2. Foram calculados os índices de atividade de determinada empresa e encontrados os seguintes prazos médios: • Prazo Médio de Renovação de Estoques 36 dias • Prazo Médio de Pagamento de Compras 45 dias • Prazo Médio de Recebimento de Vendas 13 dias Pode-se afirmar que esta empresa apresenta: a) b) c) d) e) Ciclo Operacional de 4 dias 4 dias 4 dias 49 dias 49 dias Ciclo Financeiro negativo de 32 dias positivo de 32 dias positivo de 4 dias positivo de 4 dias negativo de 4 dias 4) 25 26 Análise as informações a seguir: Conta/saldo despesa de salários combustíveis a pagar prejuízos acumulados estoque inicial contribuição social sobre o lucro dividendos a pagar fornecedores amortização acumulada estoque final de mercadorias investimento em ações despesas antecipadas contingências trabalhistas capital social clientes custo da mercadoria vendida veículos receita de vendas (R$) 120 320 330 600 760 780 780 990 1.200 1.230 3.200 3.210 5.450 6.500 7.200 9.900 26.000 5) Tendo como referência as informações contidas na tabela acima, é correto afirmar que o giro do estoque apurado é 26 27 A inferior a 1. B superior a 1 e inferior a 3. C superior a 3 e inferior a 5. D superior a 5 e inferior a 7. E superior a 7. 6) Ainda com relação à tabela, o prazo do ciclo financeiro apurado, em dias, é A inferior a 110. B superior a 110 e inferior a 125. C superior a 125 e inferior a 140. D superior a 140 e inferior a 155. E superior a 155. QUESTÃO 52 7) Segundo a tabela, o prazo do ciclo operacional apurado, em dias, é A inferior a 125. B superior a 125 e inferior a 140. C superior a 140 e inferior a 155. D superior a 155 e inferior a 170. E superior a 170. 9 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) E CAPITAL DE GIRO 27 28 A princípio, quanto maior o CCL melhor, cuja fórmula representa: CCL = AC – PC. No entanto, há que se considerar o segmento em que a empresa atua. Análise do Capital de Giro A necessidade de Capital de Giro é a chave para a administração financeira de uma empresa. Necessidade de Capital de Giro, que designaremos NCG, é não só um conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, mas também de estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade. Nenhuma análise econômico-financeira de empresa produtiva pode prescindir de abordar a NCG, tamanha a sua importância. Determinação da Necessidade de Capital de Giro = NCG Ativo Circulante Operacional – ACO - Investimentos que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estoque e venda. Passivo Circulante Operacional – PCO automaticamente que decorre dessas atividades. - Financiamento A diferença entre esses investimentos (ACO) e financiamentos (PCO) é quanto a empresa necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a NCG. Portanto: NCG = ACO – PCO As situações básicas que ocorrem numa empresa, com relação ao ACO/PCO podem ser assim resumidas: ACO > PCO É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento. ACO = PCO Neste caso a NCG é igual a zero e portanto a empresa não tem necessidade de financiamento para o giro. 28 29 ACO < PCO A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa. Fontes de Financiamentos da NCG Para financiar as necessidades de capital de giro, a empresa pode contar normalmente com três tipos de financiamentos: Capital Circulante Próprio Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo Empréstimos Bancários de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas. 29 30 Exercícios 1. A necessidade de capital de giro é: a) a parcela do capital de giro não coberta pelos recursos próprios b) a soma das duplicatas descontadas, fornecedores e empréstimos bancários de curto prazo c) a demanda adicional por recursos circulantes decorrentes de aumento do nível de produção d) somatório do ativo permanente e do ativo realizável a longo prazo menos o patrimônio Líquido e) A diferença entre ativo circulante operacional e passivo circulante operacional 2. A parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de vendas, corresponde ao (à): a) capital de giro. b) capital próprio. c) fluxo de caixa. d) ciclo de caixa. e) rotação de valores a receber. 3. Dados extraídos do Transamérica em 31.12.X0: Balanço ATIVO CIRCULANTE Disponível Clientes Estoques PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Impostos a Pagar Salários a Pagar Empréstimos Bancários Patrimonial da Cia. R$ 30.000,00 250.000,00 180.000,00 R$ 150.000,00 40.000,00 60.000,00 90.000,00 Com base nessas informações, o Investimento Operacional em Giro (IOG) da companhia é, em R$. a) b) c) d) e) Nulo. 90.000,00. 180.000,00. 210.000,00. 250.000,00. 30 31 4. Trabalhando sobre as Demonstrações Contábeis da Global S/A, Gregório Fortunato, Contador da empresa, encontrou a seguinte situação no Balanço: ATIVO Disponível Duplicatas a Receber Estoques ATIVO CIRCULANTE 280 500 500 1.280 PASSIVO Fornecedores Duplicatas a Pagar Duplicatas Descontadas Salários a Pagar Empréestimos a Pagar PASSIVO CIRCULANTE 300 100 300 80 400 1.180 O Passivo Circulante financeiro, em reais, é: a) 400,00 b) 480,00 c) 580,00 d)700,00 e)880,00 5) Analise as informações a seguir: QUESTÃO 49 Conta/saldo Caixa outros valores a receber Intangível prejuízos acumulados aplicações financeiras contas a pagar energia a pagar impostos e taxas a pagar Reservas Clientes Investimentos salários e encargos a pagar Empréstimos mercadorias para revenda exigível a longo prazo Veículos realizável a longo prazo Capital (R$) 100 300 500 500 800 1.000 1.000 1.000 1.000 1.200 2.000 2.000 2.000 2.100 4.000 5.500 7.500 7.500 A partir das informações contidas na tabela acima, que se referem a uma empresa hipotética, é correto afirmar que o valor da necessidade de capital de giro dessa empresa, em reais, é igual a A 900. B 1.050. C 1.100. D 1.400. E 2.500. 31 32 10 ESTRUTURA DE CAPITAL Avalia o grau de endividamento da empresa e aplicação do capital próprio ou de terceiros. Índices Participação do Capital de Terceiros em Relação ao Capital Total Participação Capital de Terceiros ao PL Composição do Endividamento Imobilização do PL Fórmula Exemplo 33.000= 0,42 ou 42% Exigível Total (PC e ELP) 78.000 Exigível + PL Exigível Total PL 33.000 = 0,73 ou 73% 45.000 Passivo Circulante Exigível Total 32.000 = 0,71 ou 71% 45.000 Imobilizado PL 38.000= 0,84 ou 84% 45.000 32 33 Exercícios 1. A empresa Ativa de Comércio Ltda, apresentou o seguinte extrato de seu Balanço, em reais, elaborado em 31 de dezembro de 2004. Ativo Circulante Disponibilidades Duplicatas Receber Estoques Ativo RLP Títulos a Receber Ativo Permanente Imobilizado Líquido Total R$ 2.232,00 4.000,00 14.000,00 Passivo Circulante Fornecedores Contas a Pagar Passivo exigível a LP Financiamentos 5.620,00 Patrimônio Líquido Capital 9.273,00 Reservas de Lucros 35.125,00 Total R$ 5.950,00 8.100,00 8.430,00 11.000,00 1.645,00 35.125,00 Para análise através de índices, a composição do endividamento do ativo é: a) 0,3600 2. b) 0,6250 c) 0,6400 d) 1,1500 e) 1,4400 Considere os dados, em reais, abaixo. Itens Ativo Total Ativo Permanente PL Total Alfa 1.250.000,00 600.000,00 575.000,00 Beta 1.340.000,00 765.000,00 965.000,00 Empresas Gama 2.250.000,00 1.275.000,00 1.250.000,00 Delta 2.650.000,00 1.045.000,00 1.115.000,00 A empresa que apresentou o maior índice de imobilização do Patrimônio Líquido e, conseqüentemente, o maior comprometimento do Patrimônio Líquido, foi a: a) Alfa b) Beta. c) Gama. d) Delta. e) Ômega. 33 Ômega 3.125.000,00 1.250.000,00 1.215.000,00 34 11 OUTROS ÍNDICES Índices Giro do Ativo – GA Retorno sobre o Ativo - RSA RSPL (Retorno sobre o PL) ou retorno do capital próprio Fórmula Significado Receita Bruta Ativo Quanto cada unidade monetária investida no Ativo gerou de vendas. LL antes das DF Ativo médio *Despesa Financeira Lucro Líquido Patrimônio Líquido Médio Quanto cada unidade monetária investida no Ativo gerou de lucro. Quanto cada unidade monetária no PL gerou em termos de lucro líquido. 34 35 Exercícios 1. A companhia T apresentou as seguintes informações referentes ao exercício social / 2013: Demonstração do Resultado do Exercício / 2013 Receita Operacional Bruta 550.000,00 (-) Deduções (50.000,00) (=) Receita Operacional Líquida 500.000,00 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (170.000,00) (=) Lucro Operacional Bruto 330.000,00 (-) Despesas Operacionais (220.000,00) (=) Resultado Operacional 110.000,00 (-) Imposto de Renda e CSLL (22.000,00) (=) Lucro Líquido do Exercício 88.000,00 Outras informações: • O Resultado Operacional é igual ao Lucro antes do Imposto de Renda. • O Imposto de Renda e a CSLL foram devidamente calculados com base no Lucro Real apurado no LALUR. • Giro do ativo = 4. Considerando exclusivamente as informações apresentadas e os termos da análise das demonstrações contábeis, o percentual da taxa de retorno sobre o ativo (rentabilidade) da companhia, em 2013, é (A) 20,0% (B) 22,0% (C) 60,0% (D) 66,0% (E) 70,4% 12 FÓRMULA DE PREVISÃO DE FALÊNCIA 35 36 A análise discriminante leva obtenção dos pesos e ao fornecimento de uma nota final que, comparada a uma escala de avaliação, dará a classificação de risco da empresa. A insolvência de uma empresa ocorre pela incapacidade de solver suas obrigações, ou seja, pela falta de dinheiro no momento de vencimento de uma dívida. A falta crônica de dinheiro e a perspectiva a longo prazo de agravamento da insuficiência de entradas em caixa em face das saídas comprometidas caracteriza a insolvência, cujas soluções só podem ser a concordata ou a falência. Via de regra, a falta de dinheiro a curto prazo deve-se a cinco motivos: Desempenho de vendas aquém do esperado; Falta de controle das despesas; Prejuízos; Má administração do Ativo e Passivo Circulantes; Excesso de investimentos em Ativos (Investimento, Imobilizado e Intangível). Toda empresa tem um fluxo de caixa – movimento de entrada e saída de caixa – em que as entradas naturalmente se equilibram com as saídas. Essa harmonia é quebrada quase sempre por uma daquelas cinco hipóteses e só será corrigida se a empresa for capaz de obter os empréstimos adicionais necessários. FATOR DE INSOLVÊNCIA – Avalia a solvência da empresa. Modelo desenvolvido por Stephen Charles Kanitz 36 37 Índices X1 – Rentabilidade do PL = LL / PL x 0,05 X2 – Liquidez geral = AC + RLP / ET (PC + ELP) x 1,65 X3 - Liquidez Seca = AC-E-DPA / PC x 3,55 X4 – Liquidez Corrente = AC / PC x 1,06 X5 – Grau de Endividamento = ET / PL x 0,33 Fator = X1 + X2 + X3 – X4 – X5 Entre zero e 7 = Empresa está solvente Entre -3 e zero= Empresa está em dúvida Entre -7 e –3 = Empresa está insolvente Exercícios 37 38 1. O modelo desenvolvido por Stephen C. Kanitz, utilizando a metodologia de análise discriminante, para mensurar a solvência de uma empresa é constituído pela seguinte fórmula: FI = 0,05 X1 + 1,65 X2 + 3,55 X3 – 1,06 X4 – 0,332 X5 Onde: FI = fator de insolvência X1 = lucro líquido / patrimônio líquido X2 = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / passivo exigível X3 = (ativo circulante – estoques) / passivo circulante X4 = ativo circulante / passivo circulante X5 = exigível total / patrimônio líquido No modelo, quanto maior o valor de FI, mais solvente é a empresa. Logo, pode-se afirmar que a empresa será mais solvente, segundo esse modelo, a. quanto menor for seu retorno sobre o patrimônio líquido. b. quanto maior for seu índice de liquidez corrente. c. quanto maior for seu índice de participação de capital de terceiros. d. quanto maior for seu índice de liquidez seca. e. quanto maior for seu índice de liquidez geral. 2. Uma empresa apresentou uma variação do capital circulante líquido negativa no exercício social de 2011 e, a partir de uma análise da situação, solicitada por sua Diretoria, constatou que houve uma sensível redução do contas a receber, em função de uma nova política de financiamento de clientes e, por outro lado, houve um aumento do prazo médio de pagamento aos fornecedores, ampliando o contas a pagar, tudo isso em um ano em que o lucro aumentou muito. Mesmo tendo sido observado um aumento das disponibilidades, ainda o capital circulante líquido apresentou variação negativa. Nas conclusões da análise da situação financeira, é correto que o analista da empresa conclua que a variação negativa do capital circulante líquido foi um fator: a) positivo, pois liberou recursos para investimentos, tendo permitido a empresa crescer a sua planta instalada sem se financiar junto às instituições financeiras. 38 39 b) intermediário, porque houve aumento na disponibilidade, apesar da piora no ativo de contas a receber e no passivo de contas a pagar, em função da redução verificada no primeiro e do aumento, no segundo. c) negativo, porque diminuiu o índice de liquidez corrente da empresa. d) negativo, porque além da empresa perder ativo de contas a receber aumentou o passivo de contas a pagar a fornecedores. e) negativo, porque aumentou as disponibilidades de dinheiro parado, que deveria estar aplicado no negócio, diminuiu o ativo de contas a receber e aumentou o passivo de contas a pagar a fornecedores. 3. A análise de demonstrações contábeis envolve vários aspectos, como a estrutura de capitais, a situação econômica ou de rentabilidade e a situação financeira. Vários indicadores são utilizados sobre elementos patrimoniais ou estáticos, sobre elementos dinâmicos ou de fluxo, como a demonstração do resultado e a demonstração do fluxo de caixa, e sobre ambos. Sempre que se fizer uma análise a respeito de elementos estáticos é preciso alguns cuidados para evitar o juízo inadequado, especialmente quanto a índices de liquidez e de endividamento. Um índice de liquidez elevado nem sempre é bom e um de liquidez baixo nem sempre é ruim; tudo depende do fluxo de caixa. Um endividamento alto pode ser bom, se o custo do dinheiro produzir uma alavancagem positiva e a situação de caixa estiver equilibrada. Da mesma forma, um endividamento baixo, com alavancagem financeira positiva, pode ser ruim. Em consonância com esse assunto, assinale a opção correta. a. Um índice de liquidez de uma empresa de 0,70 indica uma situação sofrível, independentemente do seu ramo de atividade. b. Uma liquidez absoluta de 0,01 é sofrível, mesmo considerando que a empresa esteja operando com rentabilidade elevada, que tenha um fluxo de caixa equilibrado e que esse quociente se apresente assim apenas em um determinado mês. c. A imobilização de capitais próprios de 0,30 é excelente, já que gera sobras para formar uma liquidez forte. Mesmo considerando o caso de um mercado em expansão e de uma empresa com excelente 39 40 rentabilidade, não é recomendável elevar o grau de imobilização, para garantir sobras de capital de giro. 4. Acerca da interpretação de indicadores financeiros, econômicos e patrimoniais, assinale a opção correta. a. Em uma empresa que tenha necessidade de capital de giro próprio para operar o seu negócio, quanto maior for o seu índice de imobilização de capital próprio, melhor será para ela. b. Do ponto de vista de segurança para terceiros que avaliam o risco de uma empresa, quanto menor for seu índice de liquidez corrente, melhor será para ela. c. Para uma empresa que atue no ramo de comércio de mercadorias a varejo e tenha vendas elevadas e boa margem de lucro, quanto mais próximo for o seu índice de liquidez seca do índice de liquidez corrente, melhor será para ela. d. Do ponto de vista de folga para o fluxo de caixa de uma empresa, quanto maior for a sua participação de passivo circulante no total do passivo, melhor será para ela. 5. Solvência Geral indica a capacidade de cobertura que os ativos têm para cobrir todos os passivos, sendo apurada pela seguinte fórmula: 40 41 SG = ATO CTER Onde: SG = Solvência Geral ATO = Ativo Total CTER = Capital de Terceiros Analisando os balanços de uma companhia de capital aberto, publicados em janeiro de 2012, referentes aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 31 de dezembro de 2011, um analista apurou os seguintes índices de solvência geral: Indicador Solvência Geral (SG) 31/dezembro/2010 2,000 31/dezembro/2011 4,000 Considerando exclusivamente os indicadores recebidos e a boa técnica de análise de balanço, apresente e explique a variação ocorrida na estrutura de capitais de 2011, em relação a 2010. EBITDA Reinaldo Luiz Lunelli 41 42 Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o chamado EBITDA, cujo conceito ainda não é claro para muitas pessoas. A sigla corresponde a "Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", ou seja, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. CONCEITO Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. Difere do EBIT, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à depreciação e amortização, pois o EBIT considera estes efeitos contábeis. A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já que muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem mensurados. CÁLCULO DO EBITDA Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com o critério utilizado no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da receita líquida, do custo das mercadorias vendidas (CMV), das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens financeiros). Vale lembrar que a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o resultado financeiro. 42 43 Já para calcular o EBITDA, é preciso somar ao lucro operacional a depreciação e amortização inclusas no CMV e nas despesas operacionais. Isso porque essas contas não representam saída de caixa efetiva no período. Em resumo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa perda, vale ressaltar, é apenas econômica e não financeira, ou seja, não há um desembolso efetivo do recursos no período. Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa financeira líquida, que foge do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Assim, para o cálculo do EBITDA, adicionam-se os juros, depreciação e amortização ao Lucro Operacional Líquido antes dos impostos. Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é de divulgação obrigatória de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a análise, embora muitos analistas critiquem as diferentes metodologias adotadas, principalmente em relação a itens extraordinários. 43