Homenagem especial:
Este pequena obra é uma singela homenagem a todos
os que fizeram o tênis de mesa do Pará, nos últimos 25 anos.
Gostaria de citar o nome de todos, mas acabaria sendo injusto
esquecendo alguns. Desta forma, homenageio especialmente
um deles, que certamente a todos representa: Bianor Coelho.
Conheci em 1987 um certo senhor mesatenista, a
quem eu chamava de “Biamor”, até que me alertaram para seu
nome correto. Desde então conheci a faceta de vários “Bianores”
em um só..o Bianor atleta, Presidente, diretor de federação, representante de clube; o taxista (em 1987), o comerciante (desde
sempre), o pé-de-valsa, o fabricante de mesas e raquetes, o representante de marcas famosas, o “arranjador” de locais para
treino, o professor, técnico e treinador. Também conheci o Bianor dirigente, o organizador de torneios e campeonatos, o juiz, o
cartola, o companheiro duplista e de equipes, o marqueteiro do
esporte, o buscador de patrocínios, o formador de inesquecíveis
campeões; o Bianor conquistador de medalhas para além do
Brasil e, também, o simples torcedor de arquibancada. Mas de
todos esses acho que ainda prefiro o...amigo mesatenista.
Desde que conheci o “Mestre”, em maio/1987, na casa do seu Augusto lá na Bom Jardim (Cidade Velha), percebi ser
muito difícil tentar resumir sua história mesatenística. Nem me
atrevo a fazer esse resumo.
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Tênis de Mesa-2013-Santa Maria de Belém do Grão Pará/Brasil
“Causos da Bolinha Branca,de 1987/2012, por Fabrizio Imbelloni
(Bodas de Prata do Mantega) – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Tenho “apenas” 25 anos de tênis de mesa, e o Mestre,
como carinhosamente o conhecemos, já possui quase 50!! Em
tempo: o apelido Mestre, definição quase precisa para o Bianor,
é um apelido que penso ter sido criado e difundido, a partir de
1988, pelo quase ex-atleta Fabrizio, hoje Mantega, mas naquela
época ainda TopoGigio.
Cinquenta anos num mesmo esporte, e de forma
sempre competitiva na categoria principal, é mais que um feito.
É uma grande glória e um exemplo para os jovens de todas as idades.
Bianor foi campeão individual da divisão principal nas
décadas de 60, 70, 80 e 90 !! Penso que se tudo for bem pesquisado dá pra incluir no Livro dos Recordes! Único mesatenista, ou
único atleta “con”federado no mundo a ser campeão individual
numa mesma categoria em 4 décadas distintas. Para se ter uma
ideia do que isso representa em longevidade, até hoje somente
04 atletas, em toda a história, conseguiram participar de diferentes edições das Olimpíadas em um período de quarenta anos. E
vejam que ainda hoje, em pleno 2013, Bianor está na incansável
sexta década seguida na divisão de elite! Entendamos: esteve na
divisão principal na década de 60, 70, 80, 90, 2000-2009, 2010
em diante. Alguem se habilita?
Creio, sinceramente, que devemos incentivar acima
de tudo os mais jovens, futuro de nosso esporte. Mas quando se
trata de homenagens, devem vir primeiro os mais antigos, aqueles que já fizeram a diferença e cujas trajetórias, quiçá um dia,
serão alcançadas pelos novinhos.
Então me auxilio destas poucas linhas para, em nome
de todos os que realmente gostam do esporte, homenagear e
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“Causos da Bolinha Branca,de 1987/2012, por Fabrizio Imbelloni
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agradecer ao Bianor por tudo que ele representa ao tênis de mesa.
De minha parte, e apenas como opinião, vejo no Bianor Coelho uma pessoa que colocou o tênis de mesa à frente de
tudo em sua vida..não acima, obviamente.. mas à frente (aí cabe
uma grande diferença)..
Mas a maior homenagem que quero prestar não é ao
atleta e multicampeão Bianor Coelho. Isto seria fácil, muito fácil...a maior homenagem que aqui presto é àquele menino pobre, desconhecido por quase todos nós, que no distante ano de
1964, quando eu ainda nem havia nascido, treinava na sede do
clube São Pedro, com as raquetes que ele mesmo produzia..raquetes cujas madeiras eram conseguidas de caixas abandonadas por comerciantes da época. Isso mesmo...a madeira era
lapidada e transformada em material de qualidade. E chegou,
com elas, ao seu primeiro título da primeirona em 1966, jogando
pela Tuna Luso.
Escutei a estória acima do mais antigo de todos, o
Brito, contemporâneo do Mestre. E em minha imaginação, sempre fértil, transportei-me para aquele tempo. E o que vi por lá? Vi um sonhador, com pouca grana no bolso, tendo na mão uma
raquete recém produzida de uma daquelas caixas de maçã argentina; vi um jovem despido da vergonha mas vestido da maior
arma de qualquer ser humano: um sonho!
É a este menino que hoje homenageio, embora ele
tenha crescido e hoje já conte quase 70 anos de idade (se bem
que o jornalzinho “Boca-de-Forno” acha que ele tem uns trezentos). Pois foi aquele menino, com o seu sonho, que ajudaria a
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“Causos da Bolinha Branca,de 1987/2012, por Fabrizio Imbelloni
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transformar em apaixonados pelo esporte tantos outros que ainda haveriam de nascer.
Todos sabem que eu, Mantega, embora tenha conquistado vários títulos, não fui um grande campeão... mas que
importa? eu ainda estarei aqui nos próximos 25 anos, cheio de
vigor e esperanças, lembrando com carinho deste período atual
em que, por motivos de saúde, afastei-me da bolinha branca,
primeiro amor de minha vida.
Eu não sei quando voltarei a jogar..mas eu ainda estarei aqui nos próximos 25 anos!
E se as dores me fizerem ter vontade de parar? E se
eu tiver que, literalmente, reaprender a jogar? e se mais um médico sugerir que nunca mais jogarei? E se quando voltar a jogar
eu já não tenha mais nível ou mobilidade sequer para a 4ª divisão?
Nada importa!
Porque eu me lembrarei do exemplo daquele menino
que conheci apenas em minha imaginação, chamado Bianor Coelho, e que em 1964, com suas dificuldades, treinava com raquetes cuja madeira provinha, quem sabe, até das calçadas de nossa
cidade. Raquetes essas que o ajudaram a se transformar no maior ícone da história do tênis de mesa paraense.
Por isso, se alguém disser que estou acabado para o
esporte, eu me fortalecerei no “sonho” que aquele menino, com
seu exemplo de dedicação ao tênis de mesa, ajudou a plantar em
mim, em nós, e responderei: mas eu ainda estou apenas começando!
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E a cada jovem, a cada menino buscarei incentivar
contando a história do Bianor e de outros desbravadores ou
grandes fazedores do nosso Tênis de Mesa.
Relembro agora de uma estorieta que escrevi em
1998, publicada no Boca-de-Forno daquele ano. Era sobre a criação do Universo, e dizia assim:
“..depois de pensar muito, muito tempo mesmo, o Criador coçou sua longa barba branca..sentindo-se sozinho, resolveu que
criaria um mundo para si, inclusive com seres a sua imagem e semelhança. Então, o Onipotente, todo feliz, ergueu sua mão criadora...mas antes de criar alguma coisa, qualquer coisa, qualquer coisinha mesmo, teve a sua atenção desviada para um pontinho minúsculo lá no cantinho escuro do pré-universo; era um barulinho chato, inabalável, inacabável e intermitente, que nunca parava..foi aí que o
Criador perdeu a paciência e bradou com sua voz de trovão: ‘Pow, Bianor..pára um segundinho aí com essa bolinha, que eu quero criar o
universo!’ “
É como dizem: o Mestre Bia no tênis de mesa é mais
velho que o mundo (rsss).
Bom, como tenho poucos anos de tênis de mesa, tenho apenas algumas estórias para contar. Já o Bianor, esse não
tem nenhuma..ele tem todas!
Ah!, meus agradecimentos ao também ‘Dinossáurico’
Brito, este outro amante inarredável da bolinha branca, também
possuidor de minha admiração e respeito, e que foi quem trouxe
o Bianor para o tênis de mesa. Juntos, são os mais antigos ainda
em atividade.
Para encerrar, novamente meus agradecimentos ao
Bianor e a todos que fazem/fizeram parte do esporte e, conse5
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“Causos da Bolinha Branca,de 1987/2012, por Fabrizio Imbelloni
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quentemente, de minha vida desde 1987, ano zero manteguístico.
Bom, divirtam-se..seguem casos que espero sejam interessantes/engraçados, de 1987 para cá.
Ainda este ano lançaremos o 2º. volume de ‘causos’,
bem como o “Dicionário de A-Z do mesatenês paraense”.
Muito obrigado! Fiquem com Deus.
Fabrizio Israel Imbelloni – Mantega
Belém/PA, fevereiro de 2013
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“Causos da Bolinha Branca,de 1987/2012, por Fabrizio Imbelloni
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