Ano I - Número 04
28 de março a 10 de abril /2005
Sexo Frágil? Vai encarar?
Faz mais de um século que as
mulheres conquistaram o direito de
disputarem os jogos olímpicos, mas ainda
hoje elas enfrentam o preconceito quando a
modalidade é considerada esporte masculino.
Preconceito que não coibiu o sucesso das alunas
Jhayanna Jayanetti e Marcela Panzetti, campeãs paulista de jiu-jítsu - 2002 e brasileira de luta de braço - 2004,
respectivamente. Já a futura educadora Carolina Lucenti,
que passa os fins de semana sobre quatro rodas, garante
que o esporte radical não afugenta os homens.
Página 05
A funcionária da Coordenadoria de Ingresso Discente (CID)Telma Bianco treina boxe há três anos numa escola de Campinas, onde é a única mulher no período noturno
PUC-Campinas e
USP sediam simpósio
sobre adolescência
Entrevista
A tortura ainda integra
realidade brasileira
A denúncia é da vice-presidente do Grupo Tortura
Nunca Mais, Cecília Coimbra, presa política e
vítima de violência na época do Regime Militar.
Cecília participou, no dia 10 de março, do ciclo
de palestras Cultura da Paz: um novo Paradigma
para a Universidade, organizado pela Pastoral
Universitária (PU), dentro da Campanha da
Fraternidade de 2005 com o lema Solidariedade e
Paz - Felizes os que Promovem a Paz.
Página 04
Entre os dias 2 e 5 de maio, especialistas de universidades do País e do exterior debaterão as questões ligadas à adolescência. Na Universidade, o evento,
promovido pela Pós-Graduação da
Faculdade de Psicologia, acontece no
dia 2 de maio no Auditório Monsenhor
Salim.
Página 06
Hospital Celso
Pierro ganha prêmio
internacional
Cecília Coimbra foi presa política em 1970
Opinião
"Mesmo que tenhamos o
privilégio ou a sorte de
termos uma família que vive
em paz, temos notícias
diárias de muitas que não
têm esta sorte, e vivem em
conflitos constantes, em que
a felicidade é substituída
pela tristeza e sofrimento falo da violência doméstica.
Pais e filhos que se
relacionam agressivamente,
estão semeando infelicidade
e, em muitos casos, futuras
tragédias." Por Maria de
Fátima Franco dos Santos,
professora da Faculdade
de Psicologia da
PUC-Campinas.
Página 03
O Serviço de Cardiologia do Hospital
e Maternidade Celso Pierro (HMCP),
da PUC-Campinas, foi premiado pelo
estudo Clarity - TIMI 28, que testou a
eficácia do medicamento Clopidogrel
no tratamento de pacientes enfartados.
Página 06
MURAL
O início da democracia no País é o destaque da coluna, que conta a história
da estudante Bartira Vercelino. Ela nasceu na mesma manhã de15 de março
de 1985, em que José Sarney assumiu a Presidência da República no lugar do
presidente eleito Tancredo Neves, que estava hospitalizado. A mãe de Bartira,
Lanara Vercelino, entrou em trabalho de parto ouvindo a solenidade de posse
pelo rádio. A página é pontuada também por brasileiros, como o professor de
História do Colégio Pio XII José Moraes dos Santos Neto, que recebeu o
Troféu Sarli Júnior pelos livros publicados sobre futebol.
Página 07
PROMOÇÃO
Confira os alunos que foram contemplados
com ingressos do Kinoplex e peça de
decoração do Studio Daniel Soares.
Nesta edição vamos sortear livros
doados pela Editora Saraiva e um
almoço na República do Café.
Ligue para a redação: (19) 3756-7248
e 3756-7662 ou envie um e-mail
[email protected]
Confira na página 07 e participe!
28 de março a 10 de abril /2005
02
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Educação pela paz
E
sta edição traz notícias auspiciosas e, também, questões
conflitantes. Entre os bons augúrios, o início do novo ciclo
interno de avaliação, que envolve, a partir de abril, todos
os segmentos da comunidade universitária. Outro bom augúrio é
a recomendação pela Capes para a criação do nosso curso de mestrado profissionalizante em Telecomunicações. A terceira ótima
notícia vem do exterior, na forma do prêmio concedido ao Hospital
e Maternidade Celso Pierro pelo destacado empenho de sua equipe de cardiologistas em pesquisa internacional sobre o tratamento
de pacientes vítimas do infarto. Também nesta edição os prognósticos sociais positivos quanto às conquistas femininas recentes, evidências da igualdade de condições entre homens e mulheres na sociedade atual, que relegam ao esquecimento velhos conceitos. A história de vida da estudante Bartira Vercelino é uma metáfora dessas conquistas. Filha de uma mulher que lutou pela democracia,
Bartira cresceu em um contexto completamente diferente, no qual
as agruras dos ‘anos de chumbo’ foram, quais os antigos conceitos
machistas, relegadas ao passado. Porém, uma outra mulher, que
sentiu na pele os horrores da violência política - a entrevistada
Cecília Coimbra -, traz-nos a constatação de que a tortura perdu-
ra, justamente por obra de agentes do Estado pagos pela sociedade
para oferecerem mais segurança. Cecília veio à PUC-Campinas,
a convite da Pastoral Universitária, para nos dar seu testemunho
do quanto é importante pregar a cultura da paz defendida pela
Campanha da Fraternidade de 2005, em iniciativa ecumênica do
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, do qual a Igreja
Católica faz parte. O esforço conjunto de todas as igrejas cristãs
pela superação da violência é um fator de união muito superior às
diferenças que as separam. A luta contra a violência é uma luta de
solidariedade, como aquela que levou o País à democracia há 20
anos. Um esforço de convivência humana para a construção de um
mundo melhor para todos. Com violência não há avanços. Não
existe um único exemplo na história da humanidade em que a violência tenha sido decisiva para a superação dos conflitos. Só há progresso quando se permite o estabelecimento de relações respeitosas e
fraternas entre as pessoas. Nesse contexto, estejam certos, a educação estará sempre entre os mais importantes meios para abstrair as
pessoas da barbárie e transformá-las em promotoras da paz.
Reitor da PUC-Campinas
Padre José Benedito de Almeida David
Notas
Universidade envia ao MEC projeto para recadastramento Capes recomenda mestrado
em telecomunicações
O Conselho Universitário
(Consun) aprovou, no último dia
23, o Projeto de Auto-Avaliação
Institucional da PUC-Campinas,
formulado de acordo com determinações do Sistema Nacional de
Avaliação do Ensino Superior
(Sinaes), do Ministério da Educação
(MEC). O projeto é uma exigência do ministério para todas as instituições brasileiras de Ensino
Superior. Tem como objetivo o
recadastramento de cada uma delas, O coordenador do Dplan, Domenico Feliciello, com
integrantes da Comissão Própria de Avaliação
no próximo ano, conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
visão de metas da Universidade enviada em
Nacional (LDB), aprovada pelo Congresso
maio de 2004, e marcará a data para a visita de
Nacional em 1996.
uma comissão externa aos campi, com a finaA auto-avaliação na PUC-Campinas come- lidade de confrontar in loco as informações
ça a ser implementada a partir de abril pelas obtidas.
pró-reitorias, conforme um cronograma tamCaso a comissão do MEC conclua que todas
bém encaminhado ao MEC. Em dezembro, as exigências foram atendidas, a PUCcada uma delas apresentará suas avaliações Campinas será automaticamente recadastrasobre as ações realizadas. Com base nelas, a da. Mas se concluir que a Universidade não
Comissão Própria de Avaliação (CPA), órgão as atendeu, será assinado um termo de comcomposto por alunos, professores e funcio- promisso, estipulando um prazo para cumprinários, fará o relatório final a ser remetido ao las. Este é o primeiro recadastramento da
MEC, em abril de 2006. O ministério com- PUC-Campinas. O reconhecimento da Insparará os resultados apresentados com o Plano tituição como universidade seu deu em 1955
de Desenvolvimento Institucional (PDI), pre- pelo Conselho Federal de Educação.
Reitor fala sobre Reforma Universitária
O reitor da PUC-Campinas, padre José Benedito de Almeida David, concedeu
entrevista para o Jornal O Município, de São João da Boa Vista (SP), publicada há duas
semanas, na qual aborda vários aspectos relacionados à Reforma Universitária
implementada pelo Ministério da Educação (MEC). O jornal aproveitou parte do texto
da entrevista. Dada a importância dos comentários do reitor, o Portal PUC-Campinas
(www.puc-campinas.edu.br) disponibiliza o texto na íntegra.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes)
recomendou 38 novos cursos de pósgraduação strictu sensu, dos quais apenas
dois são de mestrado profissional. E um
deles é de Campinas: o mestrado em Gestão
de Rede em Telecomunicações, resultado de
uma parceria entre a Pós-Graduação do
Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de
Tecnologias (Ceatec) da PUC-Campinas e o
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicações (CPqD). O novo curso
tem por objetivo atender às demandas
profissionais do pólo de telecomunicações
da Região Metropolitana de Campinas
(RMC). Foi formulado por equipes de
pesquisadores das duas instituições,
coordenadas pelo professor do Ceatec
Marcelo Abade e pelo engenheiro
do CPqD Sérgio Pereira.
TV PUC conquista
mais espaço
A TV PUC-Campinas comemora cinco anos
com a divulgação dos seus programas por
intermédio de parcerias com duas redes
transmissoras em sinal aberto: a TV Século 21 e a
TV Band Campinas. Pela primeira, os programas
da TV PUC chegarão a 42 retransmissoras em
canal aberto, 52 emissoras a cabo e mais duas por
satélite, atingindo milhões de pessoas de Norte a
Sul do Brasil. Pela TV Band Campinas, seus
programas estão no ar, em sinal aberto, em 70
municípios do Interior Paulista. Veja mais detalhes
no site www.tv.puc-campinas.edu.br
Expediente
Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges, Marcelo Sacrini e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Projeto Gráfico e Editoração
Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones:
mail: [email protected]
(19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m
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Jornal da PUC-Campinas
28 de março a 10 de abril /2005
Opinião
Incômoda violência
Maria de Fátima Franco dos Santos
A
violência está presente na história
da humanidade desde o seu primórdio e faz parte da expressão
humana, tanto no que diz respeito à defesa do que lhe pertence quanto em relação ao ataque perpetrado contra seus
semelhante, aos animais, ou em situações de agressividade.
As guerras travadas em diferentes épocas e por diferentes povos são talvez uma
das mais drásticas formas de manifestação
da violência, pois nelas, o sofrimento sob
vários aspectos e a morte, estão presentes
em larga escala. E estes conflitos bélicos,
que destroem cidades e exterminam pessoas, em geral, não são experimentados
pelos verdadeiros responsáveis por sua existência, pois eles exercem o comando em
escritórios ou pontos estratégicos em que
ficam protegidos. Quem sucumbe são os
pobres soldados e os civis inocentes. Esta
ausência planejada dos condutores das
guerras já demonstra a violência presente
em sua essência, claro, que ela existe contra os outros, e não contra eles próprios ou
contra as pessoas próximas a eles.
Fraternidade é um
sentimento que eles
desconhecem e que
deveria estar sempre
presente na
dinâmica familiar...
Encontramos a violência presente também em diferentes contextos, é evidente,
mas aqueles que mais nos incomodam, visto que não vivemos em um País em que a
guerra seja reconhecida, apesar de que a
violência urbana tem tomado proporções
iguais à das guerras, são os que mais próximos estão de nosso cotidiano. Mesmo que
tenhamos o privilégio ou a sorte de termos
uma família que vive em paz, temos notícias diárias de muitas que não têm esta sorte e vivem em conflitos constantes, em que
a felicidade é substituída pela tristeza e sofrimento - falo da violência doméstica. Pais e
filhos que se relacionam agressivamente,
estão semeando infelicidade e, em muitos
casos, futuras tragédias. O dia-a-dia destas pessoas é marcado pela tortura psicológica e espancamento, que muitas vezes
Espaço leitor
Galeria
@
Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas. Quer sugerir
uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma
mensagem para a redação. [email protected]
PARABÉNS
Olá! Eu sou aluno do 3º ano de
Filosofia e venho, por meio desta,
parabenizá-los pelo grande trabalho, atualizado e personalizado do
Jornal da PUC-Campinas. Ele está
bem característico com os acadêmicos. Valeu! Abraços
Edvaldo Santos Sousa,
estudante da Faculdade
de Filosofia
JORNAL O LEÃO
COMPRA PIANO
Não sei se chegou ao conhecimento de vocês, mas no ano de 2004
alguns alunos da Faculdade de
Direito fundaram um jornal acadêmico, denominado Jornal O Leão,
bimestral e com temática especificamente jurídica! Ocorre que, com
a renda auferida pelas contribui-
ocorrem até mesmo contra crianças e idosos indefesos. Quem vive nesses ambientes
tende a repetir esta forma de comunicação
quando constituir uma família, criando o
ciclo da violência. É como uma bola de neve
que se amplia e tem o poder de destruir o
que estiver em seu caminho.
Casa deveria ser sempre sinônimo de
aconchego e paz, mas tantas pessoas realmente vivem em "amargos lares", que em
geral são constituídos por pais insensíveis,
covardes, egoístas e imaturos. Fraternidade
é um sentimento que eles desconhecem
e que deveria estar sempre presente na
dinâmica familiar, possibilitando que os
filhos aprendam a viver em paz. Muitas
famílias vivem em confronto diário e procuram passar uma imagem de estruturada e podem de fato enganar muita gente, até que um dia ‘a casa cai’. Em geral,
a violência doméstica está associada às
drogas, quer sejam elas legais ou ilegais,
mas isso não pode ser considerado como
uma regra, é claro. Pessoas podem ser violentas por características próprias. Ao usarem substâncias que desencadeiam violência, destroem objetos e matam. As drogas são apenas facilitadoras, em alguns
ções de patrocínio, esses "alunos
organizadores" compraram um piano para ser disponibilizado na
Faculdade de Direito com o intuito de fomentar cultura geral na
Universidade. Este piano encontrase disponível para todo e qualquer
aluno na conhecida "sala de estágios", no Campus Central . É justamente por este motivo que escrevo a vocês! Talvez, quem sabe, sejalhes uma temática interessante para
a realização de uma matéria nas
próximas edições do nosso Jornal
da PUC-Campinas.
Fernando Furlanetto Galluppo,
aluno da Faculdade de Direito e
fundador do Jornal O Leão
NOTA DA REDAÇÃO - Muito legal
esta iniciativa de vocês. Vamos considerar a sugestão de pauta nas próximas edições.
casos, e não a causa da agressividade.
Também vemos situações em que a
insensibilidade é a maior responsável pela
infelicidade de uma família, aprisionando
em um calabouço imaginário a fantasia
do mundo infantil, que é obrigado a se tornar adulto sem desenvolvimento emocional suficiente para isso. E aí temos as crianças vilipendiadas pedindo socorro, que nem
sempre é ouvido.
A família, acredito, jamais deixará de
ser a base da sociedade. E é principalmente ela a responsável pelo que somos.
Se procuramos viver em paz, não existirá
espaço para a guerra ou para qualquer
outro tipo de violência.
Maria de Fátima Franco dos Santos,
professora da Faculdade de Psicologia
da PUC-Campinas, mestre
e doutora em psicologia forense
VOCÊ ACREDITA QUE AINDA HOJE
EXISTA TORTURA NO BRASIL?
Marinalva Santos Pereira, funcionária
do Centro de Ciências da Vida (CCV)
"Acho que sim! Dependendo
da casa de família em que
você trabalha, é tanta
humilhação que para mim
aquilo é uma tortura. Tive
uma patroa que servia o meu
próprio prato de comida.
Imagine?! A fome é minha e
eu que sei o quanto estou
com vontade de comer...
Fiquei lá só três meses"
Danusa Rossi, estudante da Faculdade
de Fisioterapia
"Acho que existe porque
a gente sempre fica
sabendo pela imprensa
de casos assim. Mas
acho um absurdo que
este pessoal dos direitos
humanos saia em defesa
de alguém que é
torturado na Febem e
quando alguém comum
sofre tortura eles não
reclamam".
Nilton Júlio de Faria,
diretor da Faculdade
Psicologia
"A tortura hoje está
dissimulada na sociedade,
nos ambientes de trabalho,
nas cidades, na violência
policial. A questão do
trabalho escravo, por
exemplo, pode ser
considerada uma tortura.
Além disso, existem as
torturas psicológica e
emocional que têm
exemplo no desemprego,
que submete as pessoas a
uma situação de pressão"
Imagens
“O Estado autoritário
prendeu e EXILOU;;
a sociedade, COM
Teotônio Vilela, pela
anistia, LIBERTOU e
repatriou. A
sociedade foi Rubens
Paiva,, não OS fascínoras
que o MATARAM.”
SOBRE RODAS -
Na foto à esquerda, que consta do acervo do Museu Universitário da PUC-Campinas, alunos do Campus Central
desembarcam para conferir as obras dos primeiros prédios do Campus I, inaugurado no ano seguinte ao registro fotográfico, que data de
1972. Após mais de três décadas, o transporte coletivo compõe a paisagem do Campus I.
Ulysses Guimarães (1916-1992). Presidente
da Assembléia Nacional Constituinte que
promulgou a Carta de 1988. Participou
ativamente pela campanha das Diretas-Já.
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28 de março a 10 de abril /2005
Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
"A tortura é
institucionalizada no País"
A denúncia é da
vice-presidente do
Grupo Tortura Nunca
Mais, Cecília Coimbra
E
Ela é um dos maiores expoentes quando a discussão é tortura. Presa política entre agosto e
novembro de 1970, "época mais grave da ditadura", Cecília Coimbra foi torturada pelos
órgãos de repressão. Mais tarde, com outros
torturados e familiares de desaparecidos, fundou o Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM),
do qual atualmente ocupa a Vice-Presidência.
Cecília participou no dia 10 de março do ciclo
de palestras Cultura da Paz: um novo Paradigma para a Universidade, organizado pela
Pastoral Universitária (PU). Na ocasião,
Cecília conversou com o Jornal da PUCCampinas. Confira trechos da entrevista abaixo e sua íntegra no Portal PUC-Campinas
(www.puc-campinas.edu.br).
Fábio Guzzo
[email protected]
Jornal da PUC-Campinas - Existe tortura ainda hoje?
Cecília Coimbra - Neste momento há gente sendo
torturada no País. E a gente não sabe a quantidade de
pessoas torturadas e desaparecidas.
JP - Quem pratica a tortura?
Cecília - Os agentes do Estado, porque a tortura é sistemática e institucionalizada hoje no País. Por isso, acho
uma grande mise-en-scène quando o governo federal entra com estas campanhas contra a tortura. Por
exemplo, eles sabem e nós sabemos que
às sextas-feiras, no Presídio da Água
“Neste
momento Santa do Rio de Janeiro, a tortura é
coletiva. É quando chegam novos
há gente
presos e todo mundo os recebe com
sendo
tortura.
Eles fazem desfile nus e se
torturada
humilham.
Então, vem o governo fazer
no País”
uma campanha para denunciar tortura,
para que o cara que foi torturado denuncie a
tortura? Isto é uma balela, porque o cara quando
denuncia a tortura é ameaçado, quando não morre.
JP - A senhora pode relatar algum caso assim?
Cecília - São vários casos. O GTNM foi procurado
recentemente por uma mãe que teve o filho morto
durante um treinamento da Polícia Militar no Rio de
Janeiro. A mãe decidiu denunciar. Depois de pouco
tempo, não quis mais continuar com a denúncia.
Agenda
30/03
Seminário de Avaliação da Extensão Universitária. Auditório do
Cieq, Campus I, pela manhã e à tarde.
Visita de alunos do Colégio Espaço, de Atibaia (SP), à PUCCampinas. O Programa de Visitas é aberto à rede de ensino
pública e privada e cursinhos. Agendamentos: (19) 3756-7666.
31/03
Palestra do professor do Instituto de Psicologia da USP, Paulo de
Salles Oliveira, sobre Cultura Solidária. Sala 900 , Campus I, das
19h às 22h. Integra ciclo de palestras do Programa de Apoio às
Políticas Públicas, do Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários.
07/04
Reunião das câmaras e comissão do Conselho Universitário.
Cecília Coimbra participou do ciclo de debates Cultura da Paz, organizado pela Pastoral Universitária
Desistiu porque começou a ser ameaçada. Então, nesses treinamentos são produzidos torturadores. Isto se
faz através da perda do amor próprio, da humilhação.
Assim, você cria a inumanidade naquele sujeito para
que ele possa ver no outro - que é pobre - um inimigo, alguém que o coloca em risco, um não-humano
como ele. E, aí, vale tudo.
JP - Mas isto vai contra o Estado de Direito?
Cecília - Mas você acredita na democracia burguesa?
[risos] Eu não acredito... A função do Estado é defender uma classe. O Estado não é democrático!
Democracia é uma invenção burguesa que a gente
engole e engole bonitinho. Em nome da vida, você
mata. O que é a política de Tolerância Zero que o
Garotinho está implementando e o César Maia está
pedindo? Em nome da vida de alguns cidadãos, que
merecem viver, você extingue o resto, que não merece viver, pois só servem para trazer problemas, para
ficar questionando e tornar as ruas feias.
JP - E como a Universidade pode ajudar a coibir estas
formas de violência?
Cecília - Nós temos de entender que temos um
lugar privilegiado, pois somos respeitados como
intelectuais, temos espaço quando falamos, temos
nossos alunos e, em cima deles, temos um poder
terrível de produzir subjetividades. Temos uma res-
ponsabilidade social enorme para alertar as pessoas
que é possível mudar estas situações, afirmar outros
valores e comportamentos, outras formas de perceber o que está no mundo. A gente tem de estranhar o que está aí.
JP -O que significa criar subjetividades?
Cecília - Subjetividades são formas de estar no mundo, são modelos. E isto é uma forma de dominação
poderosíssima. Para você vender qualquer produto no mercado, você antes produz a demanda. Não
existe demanda. Até as ditas necessidades básicas
são produzidas. Ou seja, você pode comer menos
ou mais, dormir menos ou mais, tudo baseado nestas subjetividades, que são produzidas para a manutenção do mercado.
JP - A senhora vê diferenças entre o movimento estudantil das décadas de sessenta e setenta e o atual?
Cecília - Há diferenças. Mas discordo da visão que
as pessoas hoje estão pacíficas e acomodadas. O
movimento hoje é outra coisa . Tem pelegada, como
naquela época também tinha, mas menos. Porém
não dá para falar que aquele momento era melhor
ou pior. A gente pensava no macro, a gente queria
fazer a revolução, queríamos o socialismo, uma
sociedade comunista. Hoje, são movimentos mais
pontuais.
Uma vida dedicada ao ensino e à militância
Nascida no Rio de Janeiro, em 1941, Cecília é formada em História e Psicologia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde 1978, leciona na Pós-Graduação
em Psicologia e Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF). "Trabalho com uma
Psicologia ligada à realidade brasileira", ressalta.
Entre agosto e novembro de 1970, Cecília foi encarcerada no Departamento de
Operações e Informação - Centro de Operações e Defesa Interna (DOI-Codi/RJ).
"Quando me prenderam, fui abordada por um candidato a psicanalista que perguntou se era
cardíaca e quais os problemas de saúde que eu tinha. E, em seguida, desci para a sala de
tortura. Fui molhada, para que a corrente elétrica passasse com maior intensidade, e levei
choque nas regiões mais sensíveis do corpo: boca e vagina", afirma.
Fora da docência, outra atuação de destaque de Cecília foi na presidência da Comissão
Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia entre 1995 e 2000. "A
gente conseguiu aprovar uma resolução que afirma que o psicólogo não pode tratar, no
sentido de procurar uma cura, o homossexualismo. Isto foi uma vitória", lembra.
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Jornal da PUC-Campinas
28 de março a 10 de abril /2005
Esportes
A campeã brasileira de luta de braço, Marcela Panzetti, desafia o preconceito
Carolina Lucenti aderiu ao slogan: nascida na trilha, criada no asfalto
MULHERES
desafiam hegemonia masculina
H
Eunice Gomes
[email protected]
Há pouco mais de um século as mulheres conquistaram o direito de
disputarem os jogos olímpicos, mas a luta ainda continua para enfrentar o
preconceito em determinadas modalidades. Considerados mais agressivos
e atividades de homens, esses esportes vêm ganhando a simpatia do 'sexo
frágil'. Seja no boxe, no jiu-jítsu, na luta de braço ou no rali, as mulheres
vêm quebrando a hegemonia masculina com muito charme e competência. Se em 1900 apenas 11 mulheres disputaram os Jogos Olímpicos de
Paris, esta participação aumentou para 4.069 no último ano em Atenas.
Mas o que leva estas delicadas mulheres a praticarem esportes tão
brutos?
"Eu gosto muito da luta. Isto é o que me motiva", afirma a campeã paulista de jiu-jítsu - 2002, Jhayanna Jayanetti, 19 anos, caloura da Faculdade
de Educação Física (Faefi). "Buscava uma atividade rica em condicionamento físico", responde a funcionária da Coordenadoria do Ingresso
Discente (CID) Telma Bianco, 43 anos, que luta boxe. Já a futura educadora Carolina Lucenti, 22 anos, conheceu o rali durante os passeios de jipe
que fazia com seu pai. "As competições de Troller (jipe fabricado no Ceará)
não são apenas um esporte, são um estilo de vida. Eu sou trolleira e o slogan é: nascida na trilha e criada no asfalto. Meu negócio é aventura", avisa
Carolina. O meio também influenciou a campeã brasileira de luta de braço - 2004, Marcela Panzetti, 18 anos, aluna do 2º ano da Faefi. "Comecei
de brincadeira. Meu pai e minha mãe praticavam o esporte", explica.
O preconceito ainda é o principal adversário dessas 'mulheres perigosas'.
"Em São Paulo há poucas meninas nas academias, mas no Rio de Janeiro
o quadro é diferente. Na minha academia, só três mulheres treinam jiujítsu", afirma Jhayanna. Para ela, o preconceito gira em torno da sexualidade. "Os comentários grosseiros são de que é esporte de macho, mas eu
nunca liguei", garante a campeã paulista. E no combate de verdade, homem
ARREMESSO DE TRÊS PONTOS - Há
cinco décadas, a paulistana Zilá
Nepomuceno decidiu ingressar no time de
basquete do São Vicente Praia Clube. Com
apenas 15 anos de idade, Zilá já tinha
certeza de seu sonho e apostou toda sua
energia no basquete. E deu tão certo
quanto uma cesta de três pontos marcada
nos últimos segundos de uma partida de
fim de campeonato. Sem enfrentar o
preconceito dentro de casa e do então
namorado, Zilá construiu uma carreira
vitoriosa. "Participei de seleções colegiais, municipais, paulista e brasileira. Disputei campeonatos
da Baixada Santista a mundiais". Ela ficou 12 anos na Seleção Brasileira de Basquete nos anos
setenta. Depois foi técnica em várias categorias, ministrou aulas na Alemanha e há 34 anos está na
PUC-Campinas, onde ajudou a fundar o curso de Educação Física. Zilá continua na quadra.
"Enquanto me sentir útil, produzindo e fazendo o que mais gosto, dar aulas, não me aposento".
versus mulher, há camaradagem? " Na academia eles não gostam de lutar
com a gente porque têm medo de perder. Eles têm mais força, mas o jiujítsu não é força, é finalização", dispara.
Já no embate cotidiano é bom não vacilar. Jhayanna colocou um engraçadinho desconhecido em seu lugar quando viajou para Porto Seguro (BA).
"Ele veio folgando e eu dei uma finalizada nele, mas tudo meio na brincadeira. Ficou no chão", diverte-se a estudante da Faefi.
Telma ainda não nocauteou ninguém, mas anda pensando seriamente
no assunto. "Não usei o boxe como defesa pessoal porque não foi preciso, mas, se for necessário, usarei ", avisa. Telma treina seis horas por semana e é a única mulher na academia no período noturno . "Na academia todos
são muito atenciosos. Já, fora, existem as brincadeiras maldosas", avalia.
Além do condicionamento físico, Telma queima cerca de 2 mil calorias por
aula. Ela acredita que o esporte funciona como uma terapia. "Você descarrega o dia tenso", garante.
A campeã brasileira de luta de braço faz musculação todos os dias, treina cerca de oito horas por semana, especificamente na mesa, e dribla o preconceito com determinação. "Essas pessoas precisam acordar para a realidade. Estamos em 2005 e não existe esporte algum de que a mulher não
possa participar", dispara. Marcela informa que a equipe feminina brasileira de luta de braço lidera o ranking mundial. Para ela, o ponto mais alto
da competição é a concentração. "Não é só força. É concentração. Raciocínio
e velocidade".
Procurando aventura, a aluna da Faculdade de Educação acredita que
seu esporte não afugenta os homens. "Muito pelo contrário. Como uso o
Troller no dia-a-dia, acabo chamando a atenção. Logo vêem que não sou
fresquinha, que gosto de liberdade e aventura. Isto não gera preconceito",
pondera Carolina.
Você sabia...
A campeã paulista de jiu-jítsu finalizou um
garoto abusado em Porto Seguro
Fonte: Comitê Olímpico Brasileiro e o site www.wmulher.com.br
Boxe, luta de braço, jiu-jítsu e rali
são algumas das modalidades
praticadas por elas, que ainda são
minoria nas academias e competições
Que em 1900 foi a primeira vez que as
mulheres (seis tenistas e cinco golfistas)
participaram de Jogos Olímpicos ?
Que a mexicana Enriqueta Basílio foi a
primeira mulher a acender a tocha olímpica,
em 1968?
Que a romena Lia Manoliu foi a primeira
mulher a participar de seis olimpíadas
consecutivas e a ganhar medalha de ouro no
atletismo?
Que o idealizador das olimpíadas da Era
Moderna, Barão de Coubertin, Pierre de
Fredy, foi contra a participação das mulheres
nos jogos? Ao sair do Comitê Olímpico, em
1928, afirmou que o órgão havia "traído o ideal
olímpico, permitindo a participação de mulheres".
Que em 1932, a nadadora Maria Lenk, 17
anos, foi a primeira brasileira a participar dos
Jogos Olímpicos?
Que em 1948, a holandesa Fanny BlankersKeon, 30 anos e dois filhos, consagrou-se a
heroína da Olimpíada de Londres? Ela conquistou
quatro medalhas de ouro no atletismo.
Que as primeiras brasileiras a ganharem
medalhas foram Sandra Pires e Jacqueline
Silva, ouro no vôlei de praia em Atlanta-1996?
06
28 de março a 10 de abril /2005
Jornal da PUC-Campinas
Saúde
Pesquisa revela diferença entre a
criatividade do homem e da mulher
Tese de doutorado, defendida por Carmen Lúcia Reis, indica
que a ousadia é inerente aos homens e a tradição, às mulheres
H
á diferenças entre a criatividade masculina e feminina dos
universitários. Os homens apresentam características criativas ligadas à ousadia, enquanto as características criativas femininas dizem respeito aos aspectos tradicionalistas. A conclusão é da pesquisadora Carmen Lúcia Reis, que defendeu em
fevereiro sua tese de doutorado Perfil Criativo e Escolha Profissional:
Construção e Validação de Instrumento. A pesquisa foi elaborada
na Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas, sob a orientação da professora Solange Mugli Wechsler.
Para chegar àquela conclusão, Carmen valeu-se de um teste
elaborado por ela mesma que fornece uma escala do perfil criativo. Ele foi aplicado no final de 2004 em 1.219 estudantes do último ano de graduação de universidades pública e privada de Minas
Gerais. A pesquisadora entrevistou alunos de 29 cursos de graduação, refletindo as oito áreas de conhecimento definidas pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes). "Eu listei as 18 características de uma pessoa criativa e
formulei frases em cima delas. Existiam seis níveis de respostas
para os alunos indicarem se concordavam ou não com a frase,
ou seja, no fundo, eles estavam indicando se encaixavam ou não
a um perfil", explica.
A pesquisadora afirma ainda que os próprios universitários não
desenvolvem a criatividade. "Os alunos desconsideram a importância da criatividade cultivando somente suas habilidades para
resolver problemas algébricos. E não é isso que é valorizado no
mercado. Hoje em dia, as empresas querem pessoas que saibam
lidar com o inesperado e com o imprevisto; pessoas que trabalhem
em grupo, que ouçam idéias e as condensem em uma única solução e capazes de resolver rapidamente os problemas", constata.
"A criatividade
feminina trabalha
com o lado afetivo.
Já a criatividade do
homem é mais dura,
vai direto ao
assunto."
JÚLIA PETERS,
estudante da
Faculdade de
Relações Públicas
"Na área de comunicação acho
que não tem diferença na
criação dos produtos. Mas há
vários estudos afirmando que as
mulheres são mais pontuais no
horário, por exemplo."
MARCOS PAULO CORREIA,
estudante da Faculdade de
Publicidade e Propaganda
Cardiologia do HMCP
recebe prêmio internacional
Du Paulino
[email protected]
O Serviço de Cardiologia do
Hospital e Maternidade Celso Pierro
(HMCP), da PUC-Campinas, foi
premiado, no dia 05 de março, pelo
estudo Clarity - TIMI 28, que testou a eficácia do medicamento
Clopidogrel (nome comercial O médico José Francisco Kerr Saraiva e
Iscover ou Plavix) no tratamento de estudantes no Hospital Celso Pierro
pacientes enfartados. A pesquisa
demonstrou que o medicamento impe- em toda a América Latina. "Nós fomos
de a coagulação do sangue nas artérias. premiados tanto pelo número de pacienEste é um dos efeitos esperados em tes investigados, como pela qualidade
enfartados, já que o responsável pela dos dados que pudemos oferecer", garanoclusão do vaso é a formação de um te Saraiva, que recebeu o prêmio em
coágulo ou um trombo obstruindo a nome do HMCP em Orlando (USA).
passagem do sangue para o coração, o "Este prêmio permitiu que o hospital, a
que ocasiona o infarto, afirma o diretor Faculdade de Medicina e a Universidade
da Faculdade de Medicina e chefe do pudessem ter uma visibilidade no cenáServiço de Cardiologia do HMCP, José rio internacional", conclui. O Serviço de
Francisco Kerr Saraiva.
Cardiologia do HMCP participa de 15
A pesquisa foi orientada pela pesquisas de âmbito nacional e internaUniversidade de Harvard (EUA) e teve cional e inclui cerca de 150 pacientes cara participação de 4 mil pacientes de várias díacos em seus estudos.
partes do mundo. No Brasil, cinco hosA Organização Mundial da Saúde
pitais, selecionados pelo Instituto do (OMS) institui o dia 7 de abril como
Coração da USP (InCor), integraram a o Dia Mundial da Saúde. A PUCpesquisa. O HMCP, que trabalhou com Campinas preparou uma programa48 enfartados entre dezembro de 2003 ção especial para comemorar a data.
e novembro de 2004, foi premiado como Confira no Portal PUC-Campinas
a instituição que mais incluiu pacientes (www.puc-campinas.edu.br).
"A diferença entre os sexos é
total. As mulheres são mais
detalhistas e objetivas enquanto
os homens demonstram uma
criatividade estratégica, mais
ligada ao conceito do produto."
ARMANDO TADEU ROSSI,
professor do Centro
de Economia e
Administração (CEA)
"Acho que o sexo não interfere
na criatividade no trabalho. As
mulheres são capazes de
desenvolver os mesmos
produtos e serviços que os
homens e vice-versa."
ISIS LUCIANE MESSIAS ALVES,
funcionária do Núcleo de
Estudos e Pesquisas do CEA
Simpósio discute
a adolescência
Há diferença entre a criatividade masculina e a feminina?
Fábio Guzzo
[email protected]
O Programa de PósGraduação em Psicologia da
PUC-Campinas oferece o 1º
Simpósio Internacional do
Adolescente - Adolescência Hoje: Desafios, Práticas e Políticas,
entre os dias 2 e 5 de maio. O
primeiro dia do simpósio ocorrerá na PUC-Campinas e os
demais, na Universidade de São
Paulo (USP). Um dos destaques do evento são os conferen- A coordenadora do simpósio Tânia Aiello Vaisberg
cistas franceses, cuja participação estrangeira que se concretizou a partir de convênios firmados entre a
PUC-Campinas, a Paris 7 e a Paris X, ambas universidades francesas.
Dentre as mesas de debate a serem realizadas na Universidade, uma de
destaque é a Educar Hoje: os Desafios do Trabalho com Adolescentes, que
contará com a participação do psicanalista francês Jacqueline Barus-Michel e
do presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da
Juventude, Rodrigo Lobato Enout. "Rodrigo é um magistrado que tem forte
atuação ligada à infância e juventude. Já o Barus-Michel deve comentar a perda do sentido da vida e como isto se reflete no adolescente", comenta a coordenadora do simpósio e professora da Universidade, Tânia Aiello Vaisberg.
A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Marcela Casacio Ferreira aposta na troca de conhecimentos
durante o evento. "Os franceses têm um trabalho diferente do brasileiro. Eles
têm um programa de saúde pública que prevê o acompanhamento de adolescentes em diversas situações. Esta experiência é muito enriquecedora para
nós", destaca Marcela.
>> Serviços
Inscrições: até 15 de abril.
Taxas: R$ 180,00 (profissionais liberais), R$ 100,00 (profissionais de instituições públicas e
professores universitários) e R$ 50,00 (professores da rede pública e estudantes).
Informações: (11) 3091 3574 e www.fe.usp.br
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Jornal da PUC-Campinas
Show de bola
28 de março a 10 de abril /2005
Blog sobre vida de universitário
O professor de História do Colégio
Pio XII da PUC-Campinas, José Moraes dos Santos
Neto, acaba de receber da Câmara Municipal de Paulínia
o Troféu Sarli Júnior, como destaque esportivo de 2004
pela sua contribuição ao futebol brasileiro. Neto tem
seis livros publicados, quatro deles sobre futebol: O
Início de Uma Paixão : A fundação da A. A. Ponte Preta,
Campinas , Editora Komedi, de 2000; Sempre Ponte
Preta: Mística, Torcida e a Cidade de Campinas, Campinas,
Komedi, 2001: Visão do Jogo: Primórdios do Futebol no
Brasil, Cosac & Naify, 2002 e História da A . A . Ponte Preta,
Vol VIII, Campinas, Komedi, 2004.
www
MURAL
Pelo endereço www.universia.com.br/vidadeuniversitario/blog o usuário pode conhecer detalhes do que acontece com Diogo e
os integrantes da família Silva (o pai, a mãe e a irmã do estudante), todos fictícios. Além de acompanhar vários lances
da vida desse futuro universitário, os usuários podem inventar suas próprias histórias sobre ele e sua família para o
Portal Universia. Os autores das cinco melhores ganharão
o jogo original The Sims 2, um pacote de
g m áexpansão Vida de Universitário (complemen- Cientista pra
to do jogo) e um kit Universia. A promoção ti c o Buckminster Fuller
bastante conhevai até 8 de abril.
(1895-1983) é rapaziada de
cido pela Urbanismo. Mas
Arquitetura e engenheiro, proElis ao vivo em DVD A gravadora Trama lança em DVD gravações de um
ele foi também r, educador, filójetista, escritode vários artistas
dos mais importantes programas da televisão brasileira, o Ensaio, da TV Cultura,
sofo e amigo entre eles o comdirigido pelo baiano Fernando Faro desde a década de setenta. O material permite
de vanguarda, Cage. Inventou a
aos admiradores da MPB terem à sua disposição registros raros de Dorival Caymmi,
positor John ésica, o carro
Paulinho da Viola, Baden Powel e outros. A estréia acontece com o especial de Elis
cúpula geodinúmeras outras
Regina, em registro preto-e-branco, gravado em 1973. O DVD pode ser solicitado
Dymaxion e ando conhecido
pelo Portal Americanas.com (www.americanas.com.br). Custa R$ 39,90. O programa
inovações, fic iro como um dos
Ensaio continua sendo exibido pela TV Cultura, aos domingos, sempre às 23 horas.
no mundo inte adores e invenprincipais pens s do século XX.
tores visionárioava-se "exploraBate-papos virtuais Caso você tenha um amigo no
Autodenomin científicos antedor de projetosamplo espectro".
Alaska, outro na Cochinchina ou mesmo alguns em Campinas
cipatórios de ecê-lo. Há várias
com os quais não tem como se cruzar, a melhor ferramenta para
É preciso conhBuck na Internet.
Postais sobre Campinas
estar em contato freqüente com eles são os grupos virtuais. O
páginas sobre Google.
Yahoo oferece as melhores ferramentas. Abra o provedor, crie
O fotógrafo Marcos Peron, fotojornalista
Procure pelo
um e-mail (é gratuito) e no item Grupos siga as orientações. Para
e editor do Portal Virtual Photo
convidar os amigos, é preciso orientá-los a também abrir e-mails
(www.virtualphoto.net), lançou uma série
Yahoo, por cujas senhas poderão ter acesso aos bate-papos.
de dez cartões postais com imagens de
Campinas. "Trazem fotos aéreas da
cidade e de alguns dos seus ícones referenciais mais importantes, como a antiga Estação da
Confira os nomes dos ganhadores de ingressos para as
Fepasa, o Palácio dos Azulejos e a Lagoa do Taquaral", explica Peron. Os postais estão à
salas Kinoplex e a peça de decoração do Studio Daniel
venda na loja da Fnac Campinas, no Shopping Parque D. Pedro, pelo preço de R$ 1,20 cada.
Soares. Os vencedores terão até o dia 6 de abril para
nasceu com a
Os 20 anos
Aderval Borges
[email protected]
classificados
Bartira Vercelino está no 2º ano de
Ciências Farmacêuticas na PUCCampinas e curte a vida como toda
jovem de 20 anos. Tem um
namorado, com o qual adora sair nos
fins de semana para dançar músicas
tecno e é bem integrada aos colegas de
faculdade. É uma estudante dedicada e
já faz planos para o futuro: trabalhar
na indústria de medicamentos.
No dia em que nasceu, 15 de
março de 1985, encerrava-se um dos
períodos mais violentos da história
política do País: o Regime Militar, que
teve início com o golpe de 1964. A
mobilização popular em torno das
manifestações suprapartidárias do
movimento Diretas-Já forçou a
transição para a democracia. Em São
Paulo, seus pais, Carlos e Lanara
Vercelino, participaram ativamente de
todas. Detalhe: Lanara já estava
grávida.
Os militares não concederam de
imediato as eleições diretas, mas
permitiram que um Colégio Eleitoral
indicasse como presidente o civil
Tancredo Neves. Um dia antes da
posse, a população foi surpreendida
com a notícia de que Tancredo fora
internado às pressas, com suspeita de
apendicite.
Com o presidente hospitalizado, a
posse ocorreu conforme prevista, no
dia 15 de março, com a presença do
vice José Sarney. Todo o País
acompanhou a cerimônia histórica.
Por coincidência, naquela mesma
manhã a mãe estava entrando em
trabalho de parto em um hospital
paulistano. Mas, antes, exigiu que os
médicos elevassem o volume do rádio
para que pudesse ouvir com eles a
transmissão ao vivo.
"Foi muito lindo. Só quem viveu
os horrores da ditadura militar é capaz
de entender como aquele momento
foi significativo para todos nós", diz
Lanara. Enquanto em Brasília o
democracia
de quem
cineastas gringos
Bob Dylan ator Sam Peckimpah foi um dosuma
crueza total,
de
s
filme
de
série
dos anos setenta que iniciaram uma grande criatividade, ótimas trilhas
com produções baratas, mas com Garret & Billy The Kid, um faroeste
sonoras e atores de primeira. Em PatBob Dylan, que também interpreta
meio trash, as músicas são todas de acaba entrando para o bando de
um trovador e atirador de facas que locadoras da cidade.
Kid. O filme pode ser encontrado em
Steve Coleman
Steve Coleman
é o nome de uma das novas feras do
jazz. Ótimo saxofonista e profundo
conhecedor da música popular de outros países, inclusive a brasileira. Não
é fácil encontrar seus CDs em lojas,
mas ele os disponibiliza inteiros e
gratuitamente em seu endereço
oficial, que se chama M-Base Web
Site. Acesse o Google, bote lá o
nome do cara e baixe pelos
menos dez CDs inteiros, com
capas e encartes. Sugestões
de títulos: Sine Dine, Rhythm
People, Rhythm In Mind,
Black Science, Motherland
Pulse e Def Trance Beat.
O difícil é escolher o
melhor.
deputado Ulysses Guimarães erguia
o braço de Sarney na rampa do
Palácio do Planalto, para a foto mais
marcante do episódio, ocorria o
nascimento da menina. Um dos
médicos sugeriu que se chamasse
Risoleta, em homenagem à mulher
de Tancredo, mas o casal já tinha
outro nome em mente.
Para quem não sabe, Tancredo
Neves nunca assumiu o cargo. No dia
21 de abril, o porta-voz da Presidência
da República, Antônio Brito,
anunciou no Instituto de Hemodiálise
do Hospital das Clínicas, em São
Paulo, que o presidente acabara de
falecer e Sarney tomou posse em
definitivo.
Diferentemente dos pais, Bartira
nunca se envolveu com política. Por
desinteresse? "De forma alguma.
Conheço muito bem o que aconteceu
no período do Regime Militar e todas
as ações do movimento Diretas-Já.
Não sou alienada. Apenas
compartilho da decepção geral com os
políticos atuais, que de forma alguma
correspondem aos ideais defendidos
por meus pais naquela época",
justifica -se.
MORADIA
Pensionato Familiar
Para Rapazes.
(19) 3287-6621
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de trabalhos acadêmicos
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(Dcom), localizado no Prédio Pastoral II, no Campus I,
das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30.
CINEMA
Iara B. Souza - Faculdade de Jornalismo
Marjorie Helena Salim - Sistema de Biblioteca e
Informação (SBI)
Eloisa Aparecida Silva - Faculdade de Serviço Social
Mariana Jardim Pereira - Faculdade de Fisioterapia
Wallison Neves da Silva - Pró-Reitoria de Pesquisa
e Pós-Graduação
Thiago Marunho Jean Papayannopulos - Coordenadoria Geral de Licenciatura
Paula Alcântara Silva Campane - Faculdade de
Psicologia
Mônica Gisele de Souza - Faculdade de Direito
Silvana Maria Teixeira - Faculdade de Ciências
Contábeis
Liége Honda - Faculdade de Psicologia
PEÇA DE DECORAÇÃO
Caroline Oliveira Garcia - Coordenadoria Geral de
Pós-Graduação
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A tortura ainda integra realidade brasileira - PUC