Ano I - Número 04 28 de março a 10 de abril /2005 Sexo Frágil? Vai encarar? Faz mais de um século que as mulheres conquistaram o direito de disputarem os jogos olímpicos, mas ainda hoje elas enfrentam o preconceito quando a modalidade é considerada esporte masculino. Preconceito que não coibiu o sucesso das alunas Jhayanna Jayanetti e Marcela Panzetti, campeãs paulista de jiu-jítsu - 2002 e brasileira de luta de braço - 2004, respectivamente. Já a futura educadora Carolina Lucenti, que passa os fins de semana sobre quatro rodas, garante que o esporte radical não afugenta os homens. Página 05 A funcionária da Coordenadoria de Ingresso Discente (CID)Telma Bianco treina boxe há três anos numa escola de Campinas, onde é a única mulher no período noturno PUC-Campinas e USP sediam simpósio sobre adolescência Entrevista A tortura ainda integra realidade brasileira A denúncia é da vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, presa política e vítima de violência na época do Regime Militar. Cecília participou, no dia 10 de março, do ciclo de palestras Cultura da Paz: um novo Paradigma para a Universidade, organizado pela Pastoral Universitária (PU), dentro da Campanha da Fraternidade de 2005 com o lema Solidariedade e Paz - Felizes os que Promovem a Paz. Página 04 Entre os dias 2 e 5 de maio, especialistas de universidades do País e do exterior debaterão as questões ligadas à adolescência. Na Universidade, o evento, promovido pela Pós-Graduação da Faculdade de Psicologia, acontece no dia 2 de maio no Auditório Monsenhor Salim. Página 06 Hospital Celso Pierro ganha prêmio internacional Cecília Coimbra foi presa política em 1970 Opinião "Mesmo que tenhamos o privilégio ou a sorte de termos uma família que vive em paz, temos notícias diárias de muitas que não têm esta sorte, e vivem em conflitos constantes, em que a felicidade é substituída pela tristeza e sofrimento falo da violência doméstica. Pais e filhos que se relacionam agressivamente, estão semeando infelicidade e, em muitos casos, futuras tragédias." Por Maria de Fátima Franco dos Santos, professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas. Página 03 O Serviço de Cardiologia do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), da PUC-Campinas, foi premiado pelo estudo Clarity - TIMI 28, que testou a eficácia do medicamento Clopidogrel no tratamento de pacientes enfartados. Página 06 MURAL O início da democracia no País é o destaque da coluna, que conta a história da estudante Bartira Vercelino. Ela nasceu na mesma manhã de15 de março de 1985, em que José Sarney assumiu a Presidência da República no lugar do presidente eleito Tancredo Neves, que estava hospitalizado. A mãe de Bartira, Lanara Vercelino, entrou em trabalho de parto ouvindo a solenidade de posse pelo rádio. A página é pontuada também por brasileiros, como o professor de História do Colégio Pio XII José Moraes dos Santos Neto, que recebeu o Troféu Sarli Júnior pelos livros publicados sobre futebol. Página 07 PROMOÇÃO Confira os alunos que foram contemplados com ingressos do Kinoplex e peça de decoração do Studio Daniel Soares. Nesta edição vamos sortear livros doados pela Editora Saraiva e um almoço na República do Café. Ligue para a redação: (19) 3756-7248 e 3756-7662 ou envie um e-mail [email protected] Confira na página 07 e participe! 28 de março a 10 de abril /2005 02 Jornal da PUC-Campinas Editorial Educação pela paz E sta edição traz notícias auspiciosas e, também, questões conflitantes. Entre os bons augúrios, o início do novo ciclo interno de avaliação, que envolve, a partir de abril, todos os segmentos da comunidade universitária. Outro bom augúrio é a recomendação pela Capes para a criação do nosso curso de mestrado profissionalizante em Telecomunicações. A terceira ótima notícia vem do exterior, na forma do prêmio concedido ao Hospital e Maternidade Celso Pierro pelo destacado empenho de sua equipe de cardiologistas em pesquisa internacional sobre o tratamento de pacientes vítimas do infarto. Também nesta edição os prognósticos sociais positivos quanto às conquistas femininas recentes, evidências da igualdade de condições entre homens e mulheres na sociedade atual, que relegam ao esquecimento velhos conceitos. A história de vida da estudante Bartira Vercelino é uma metáfora dessas conquistas. Filha de uma mulher que lutou pela democracia, Bartira cresceu em um contexto completamente diferente, no qual as agruras dos anos de chumbo foram, quais os antigos conceitos machistas, relegadas ao passado. Porém, uma outra mulher, que sentiu na pele os horrores da violência política - a entrevistada Cecília Coimbra -, traz-nos a constatação de que a tortura perdu- ra, justamente por obra de agentes do Estado pagos pela sociedade para oferecerem mais segurança. Cecília veio à PUC-Campinas, a convite da Pastoral Universitária, para nos dar seu testemunho do quanto é importante pregar a cultura da paz defendida pela Campanha da Fraternidade de 2005, em iniciativa ecumênica do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, do qual a Igreja Católica faz parte. O esforço conjunto de todas as igrejas cristãs pela superação da violência é um fator de união muito superior às diferenças que as separam. A luta contra a violência é uma luta de solidariedade, como aquela que levou o País à democracia há 20 anos. Um esforço de convivência humana para a construção de um mundo melhor para todos. Com violência não há avanços. Não existe um único exemplo na história da humanidade em que a violência tenha sido decisiva para a superação dos conflitos. Só há progresso quando se permite o estabelecimento de relações respeitosas e fraternas entre as pessoas. Nesse contexto, estejam certos, a educação estará sempre entre os mais importantes meios para abstrair as pessoas da barbárie e transformá-las em promotoras da paz. Reitor da PUC-Campinas Padre José Benedito de Almeida David Notas Universidade envia ao MEC projeto para recadastramento Capes recomenda mestrado em telecomunicações O Conselho Universitário (Consun) aprovou, no último dia 23, o Projeto de Auto-Avaliação Institucional da PUC-Campinas, formulado de acordo com determinações do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), do Ministério da Educação (MEC). O projeto é uma exigência do ministério para todas as instituições brasileiras de Ensino Superior. Tem como objetivo o recadastramento de cada uma delas, O coordenador do Dplan, Domenico Feliciello, com integrantes da Comissão Própria de Avaliação no próximo ano, conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação visão de metas da Universidade enviada em Nacional (LDB), aprovada pelo Congresso maio de 2004, e marcará a data para a visita de Nacional em 1996. uma comissão externa aos campi, com a finaA auto-avaliação na PUC-Campinas come- lidade de confrontar in loco as informações ça a ser implementada a partir de abril pelas obtidas. pró-reitorias, conforme um cronograma tamCaso a comissão do MEC conclua que todas bém encaminhado ao MEC. Em dezembro, as exigências foram atendidas, a PUCcada uma delas apresentará suas avaliações Campinas será automaticamente recadastrasobre as ações realizadas. Com base nelas, a da. Mas se concluir que a Universidade não Comissão Própria de Avaliação (CPA), órgão as atendeu, será assinado um termo de comcomposto por alunos, professores e funcio- promisso, estipulando um prazo para cumprinários, fará o relatório final a ser remetido ao las. Este é o primeiro recadastramento da MEC, em abril de 2006. O ministério com- PUC-Campinas. O reconhecimento da Insparará os resultados apresentados com o Plano tituição como universidade seu deu em 1955 de Desenvolvimento Institucional (PDI), pre- pelo Conselho Federal de Educação. Reitor fala sobre Reforma Universitária O reitor da PUC-Campinas, padre José Benedito de Almeida David, concedeu entrevista para o Jornal O Município, de São João da Boa Vista (SP), publicada há duas semanas, na qual aborda vários aspectos relacionados à Reforma Universitária implementada pelo Ministério da Educação (MEC). O jornal aproveitou parte do texto da entrevista. Dada a importância dos comentários do reitor, o Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br) disponibiliza o texto na íntegra. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) recomendou 38 novos cursos de pósgraduação strictu sensu, dos quais apenas dois são de mestrado profissional. E um deles é de Campinas: o mestrado em Gestão de Rede em Telecomunicações, resultado de uma parceria entre a Pós-Graduação do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (Ceatec) da PUC-Campinas e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O novo curso tem por objetivo atender às demandas profissionais do pólo de telecomunicações da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Foi formulado por equipes de pesquisadores das duas instituições, coordenadas pelo professor do Ceatec Marcelo Abade e pelo engenheiro do CPqD Sérgio Pereira. TV PUC conquista mais espaço A TV PUC-Campinas comemora cinco anos com a divulgação dos seus programas por intermédio de parcerias com duas redes transmissoras em sinal aberto: a TV Século 21 e a TV Band Campinas. Pela primeira, os programas da TV PUC chegarão a 42 retransmissoras em canal aberto, 52 emissoras a cabo e mais duas por satélite, atingindo milhões de pessoas de Norte a Sul do Brasil. Pela TV Band Campinas, seus programas estão no ar, em sinal aberto, em 70 municípios do Interior Paulista. Veja mais detalhes no site www.tv.puc-campinas.edu.br Expediente Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges, Marcelo Sacrini e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: mail: [email protected] (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m 03 Jornal da PUC-Campinas 28 de março a 10 de abril /2005 Opinião Incômoda violência Maria de Fátima Franco dos Santos A violência está presente na história da humanidade desde o seu primórdio e faz parte da expressão humana, tanto no que diz respeito à defesa do que lhe pertence quanto em relação ao ataque perpetrado contra seus semelhante, aos animais, ou em situações de agressividade. As guerras travadas em diferentes épocas e por diferentes povos são talvez uma das mais drásticas formas de manifestação da violência, pois nelas, o sofrimento sob vários aspectos e a morte, estão presentes em larga escala. E estes conflitos bélicos, que destroem cidades e exterminam pessoas, em geral, não são experimentados pelos verdadeiros responsáveis por sua existência, pois eles exercem o comando em escritórios ou pontos estratégicos em que ficam protegidos. Quem sucumbe são os pobres soldados e os civis inocentes. Esta ausência planejada dos condutores das guerras já demonstra a violência presente em sua essência, claro, que ela existe contra os outros, e não contra eles próprios ou contra as pessoas próximas a eles. Fraternidade é um sentimento que eles desconhecem e que deveria estar sempre presente na dinâmica familiar... Encontramos a violência presente também em diferentes contextos, é evidente, mas aqueles que mais nos incomodam, visto que não vivemos em um País em que a guerra seja reconhecida, apesar de que a violência urbana tem tomado proporções iguais à das guerras, são os que mais próximos estão de nosso cotidiano. Mesmo que tenhamos o privilégio ou a sorte de termos uma família que vive em paz, temos notícias diárias de muitas que não têm esta sorte e vivem em conflitos constantes, em que a felicidade é substituída pela tristeza e sofrimento - falo da violência doméstica. Pais e filhos que se relacionam agressivamente, estão semeando infelicidade e, em muitos casos, futuras tragédias. O dia-a-dia destas pessoas é marcado pela tortura psicológica e espancamento, que muitas vezes Espaço leitor Galeria @ Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas. Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. [email protected] PARABÉNS Olá! Eu sou aluno do 3º ano de Filosofia e venho, por meio desta, parabenizá-los pelo grande trabalho, atualizado e personalizado do Jornal da PUC-Campinas. Ele está bem característico com os acadêmicos. Valeu! Abraços Edvaldo Santos Sousa, estudante da Faculdade de Filosofia JORNAL O LEÃO COMPRA PIANO Não sei se chegou ao conhecimento de vocês, mas no ano de 2004 alguns alunos da Faculdade de Direito fundaram um jornal acadêmico, denominado Jornal O Leão, bimestral e com temática especificamente jurídica! Ocorre que, com a renda auferida pelas contribui- ocorrem até mesmo contra crianças e idosos indefesos. Quem vive nesses ambientes tende a repetir esta forma de comunicação quando constituir uma família, criando o ciclo da violência. É como uma bola de neve que se amplia e tem o poder de destruir o que estiver em seu caminho. Casa deveria ser sempre sinônimo de aconchego e paz, mas tantas pessoas realmente vivem em "amargos lares", que em geral são constituídos por pais insensíveis, covardes, egoístas e imaturos. Fraternidade é um sentimento que eles desconhecem e que deveria estar sempre presente na dinâmica familiar, possibilitando que os filhos aprendam a viver em paz. Muitas famílias vivem em confronto diário e procuram passar uma imagem de estruturada e podem de fato enganar muita gente, até que um dia a casa cai. Em geral, a violência doméstica está associada às drogas, quer sejam elas legais ou ilegais, mas isso não pode ser considerado como uma regra, é claro. Pessoas podem ser violentas por características próprias. Ao usarem substâncias que desencadeiam violência, destroem objetos e matam. As drogas são apenas facilitadoras, em alguns ções de patrocínio, esses "alunos organizadores" compraram um piano para ser disponibilizado na Faculdade de Direito com o intuito de fomentar cultura geral na Universidade. Este piano encontrase disponível para todo e qualquer aluno na conhecida "sala de estágios", no Campus Central . É justamente por este motivo que escrevo a vocês! Talvez, quem sabe, sejalhes uma temática interessante para a realização de uma matéria nas próximas edições do nosso Jornal da PUC-Campinas. Fernando Furlanetto Galluppo, aluno da Faculdade de Direito e fundador do Jornal O Leão NOTA DA REDAÇÃO - Muito legal esta iniciativa de vocês. Vamos considerar a sugestão de pauta nas próximas edições. casos, e não a causa da agressividade. Também vemos situações em que a insensibilidade é a maior responsável pela infelicidade de uma família, aprisionando em um calabouço imaginário a fantasia do mundo infantil, que é obrigado a se tornar adulto sem desenvolvimento emocional suficiente para isso. E aí temos as crianças vilipendiadas pedindo socorro, que nem sempre é ouvido. A família, acredito, jamais deixará de ser a base da sociedade. E é principalmente ela a responsável pelo que somos. Se procuramos viver em paz, não existirá espaço para a guerra ou para qualquer outro tipo de violência. Maria de Fátima Franco dos Santos, professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas, mestre e doutora em psicologia forense VOCÊ ACREDITA QUE AINDA HOJE EXISTA TORTURA NO BRASIL? Marinalva Santos Pereira, funcionária do Centro de Ciências da Vida (CCV) "Acho que sim! Dependendo da casa de família em que você trabalha, é tanta humilhação que para mim aquilo é uma tortura. Tive uma patroa que servia o meu próprio prato de comida. Imagine?! A fome é minha e eu que sei o quanto estou com vontade de comer... Fiquei lá só três meses" Danusa Rossi, estudante da Faculdade de Fisioterapia "Acho que existe porque a gente sempre fica sabendo pela imprensa de casos assim. Mas acho um absurdo que este pessoal dos direitos humanos saia em defesa de alguém que é torturado na Febem e quando alguém comum sofre tortura eles não reclamam". Nilton Júlio de Faria, diretor da Faculdade Psicologia "A tortura hoje está dissimulada na sociedade, nos ambientes de trabalho, nas cidades, na violência policial. A questão do trabalho escravo, por exemplo, pode ser considerada uma tortura. Além disso, existem as torturas psicológica e emocional que têm exemplo no desemprego, que submete as pessoas a uma situação de pressão" Imagens O Estado autoritário prendeu e EXILOU;; a sociedade, COM Teotônio Vilela, pela anistia, LIBERTOU e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva,, não OS fascínoras que o MATARAM. SOBRE RODAS - Na foto à esquerda, que consta do acervo do Museu Universitário da PUC-Campinas, alunos do Campus Central desembarcam para conferir as obras dos primeiros prédios do Campus I, inaugurado no ano seguinte ao registro fotográfico, que data de 1972. Após mais de três décadas, o transporte coletivo compõe a paisagem do Campus I. Ulysses Guimarães (1916-1992). Presidente da Assembléia Nacional Constituinte que promulgou a Carta de 1988. Participou ativamente pela campanha das Diretas-Já. 04 28 de março a 10 de abril /2005 Jornal da PUC-Campinas Entrevista "A tortura é institucionalizada no País" A denúncia é da vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra E Ela é um dos maiores expoentes quando a discussão é tortura. Presa política entre agosto e novembro de 1970, "época mais grave da ditadura", Cecília Coimbra foi torturada pelos órgãos de repressão. Mais tarde, com outros torturados e familiares de desaparecidos, fundou o Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM), do qual atualmente ocupa a Vice-Presidência. Cecília participou no dia 10 de março do ciclo de palestras Cultura da Paz: um novo Paradigma para a Universidade, organizado pela Pastoral Universitária (PU). Na ocasião, Cecília conversou com o Jornal da PUCCampinas. Confira trechos da entrevista abaixo e sua íntegra no Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br). Fábio Guzzo [email protected] Jornal da PUC-Campinas - Existe tortura ainda hoje? Cecília Coimbra - Neste momento há gente sendo torturada no País. E a gente não sabe a quantidade de pessoas torturadas e desaparecidas. JP - Quem pratica a tortura? Cecília - Os agentes do Estado, porque a tortura é sistemática e institucionalizada hoje no País. Por isso, acho uma grande mise-en-scène quando o governo federal entra com estas campanhas contra a tortura. Por exemplo, eles sabem e nós sabemos que às sextas-feiras, no Presídio da Água Neste momento Santa do Rio de Janeiro, a tortura é coletiva. É quando chegam novos há gente presos e todo mundo os recebe com sendo tortura. Eles fazem desfile nus e se torturada humilham. Então, vem o governo fazer no País uma campanha para denunciar tortura, para que o cara que foi torturado denuncie a tortura? Isto é uma balela, porque o cara quando denuncia a tortura é ameaçado, quando não morre. JP - A senhora pode relatar algum caso assim? Cecília - São vários casos. O GTNM foi procurado recentemente por uma mãe que teve o filho morto durante um treinamento da Polícia Militar no Rio de Janeiro. A mãe decidiu denunciar. Depois de pouco tempo, não quis mais continuar com a denúncia. Agenda 30/03 Seminário de Avaliação da Extensão Universitária. Auditório do Cieq, Campus I, pela manhã e à tarde. Visita de alunos do Colégio Espaço, de Atibaia (SP), à PUCCampinas. O Programa de Visitas é aberto à rede de ensino pública e privada e cursinhos. Agendamentos: (19) 3756-7666. 31/03 Palestra do professor do Instituto de Psicologia da USP, Paulo de Salles Oliveira, sobre Cultura Solidária. Sala 900 , Campus I, das 19h às 22h. Integra ciclo de palestras do Programa de Apoio às Políticas Públicas, do Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários. 07/04 Reunião das câmaras e comissão do Conselho Universitário. Cecília Coimbra participou do ciclo de debates Cultura da Paz, organizado pela Pastoral Universitária Desistiu porque começou a ser ameaçada. Então, nesses treinamentos são produzidos torturadores. Isto se faz através da perda do amor próprio, da humilhação. Assim, você cria a inumanidade naquele sujeito para que ele possa ver no outro - que é pobre - um inimigo, alguém que o coloca em risco, um não-humano como ele. E, aí, vale tudo. JP - Mas isto vai contra o Estado de Direito? Cecília - Mas você acredita na democracia burguesa? [risos] Eu não acredito... A função do Estado é defender uma classe. O Estado não é democrático! Democracia é uma invenção burguesa que a gente engole e engole bonitinho. Em nome da vida, você mata. O que é a política de Tolerância Zero que o Garotinho está implementando e o César Maia está pedindo? Em nome da vida de alguns cidadãos, que merecem viver, você extingue o resto, que não merece viver, pois só servem para trazer problemas, para ficar questionando e tornar as ruas feias. JP - E como a Universidade pode ajudar a coibir estas formas de violência? Cecília - Nós temos de entender que temos um lugar privilegiado, pois somos respeitados como intelectuais, temos espaço quando falamos, temos nossos alunos e, em cima deles, temos um poder terrível de produzir subjetividades. Temos uma res- ponsabilidade social enorme para alertar as pessoas que é possível mudar estas situações, afirmar outros valores e comportamentos, outras formas de perceber o que está no mundo. A gente tem de estranhar o que está aí. JP -O que significa criar subjetividades? Cecília - Subjetividades são formas de estar no mundo, são modelos. E isto é uma forma de dominação poderosíssima. Para você vender qualquer produto no mercado, você antes produz a demanda. Não existe demanda. Até as ditas necessidades básicas são produzidas. Ou seja, você pode comer menos ou mais, dormir menos ou mais, tudo baseado nestas subjetividades, que são produzidas para a manutenção do mercado. JP - A senhora vê diferenças entre o movimento estudantil das décadas de sessenta e setenta e o atual? Cecília - Há diferenças. Mas discordo da visão que as pessoas hoje estão pacíficas e acomodadas. O movimento hoje é outra coisa . Tem pelegada, como naquela época também tinha, mas menos. Porém não dá para falar que aquele momento era melhor ou pior. A gente pensava no macro, a gente queria fazer a revolução, queríamos o socialismo, uma sociedade comunista. Hoje, são movimentos mais pontuais. Uma vida dedicada ao ensino e à militância Nascida no Rio de Janeiro, em 1941, Cecília é formada em História e Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde 1978, leciona na Pós-Graduação em Psicologia e Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF). "Trabalho com uma Psicologia ligada à realidade brasileira", ressalta. Entre agosto e novembro de 1970, Cecília foi encarcerada no Departamento de Operações e Informação - Centro de Operações e Defesa Interna (DOI-Codi/RJ). "Quando me prenderam, fui abordada por um candidato a psicanalista que perguntou se era cardíaca e quais os problemas de saúde que eu tinha. E, em seguida, desci para a sala de tortura. Fui molhada, para que a corrente elétrica passasse com maior intensidade, e levei choque nas regiões mais sensíveis do corpo: boca e vagina", afirma. Fora da docência, outra atuação de destaque de Cecília foi na presidência da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia entre 1995 e 2000. "A gente conseguiu aprovar uma resolução que afirma que o psicólogo não pode tratar, no sentido de procurar uma cura, o homossexualismo. Isto foi uma vitória", lembra. 05 Jornal da PUC-Campinas 28 de março a 10 de abril /2005 Esportes A campeã brasileira de luta de braço, Marcela Panzetti, desafia o preconceito Carolina Lucenti aderiu ao slogan: nascida na trilha, criada no asfalto MULHERES desafiam hegemonia masculina H Eunice Gomes [email protected] Há pouco mais de um século as mulheres conquistaram o direito de disputarem os jogos olímpicos, mas a luta ainda continua para enfrentar o preconceito em determinadas modalidades. Considerados mais agressivos e atividades de homens, esses esportes vêm ganhando a simpatia do 'sexo frágil'. Seja no boxe, no jiu-jítsu, na luta de braço ou no rali, as mulheres vêm quebrando a hegemonia masculina com muito charme e competência. Se em 1900 apenas 11 mulheres disputaram os Jogos Olímpicos de Paris, esta participação aumentou para 4.069 no último ano em Atenas. Mas o que leva estas delicadas mulheres a praticarem esportes tão brutos? "Eu gosto muito da luta. Isto é o que me motiva", afirma a campeã paulista de jiu-jítsu - 2002, Jhayanna Jayanetti, 19 anos, caloura da Faculdade de Educação Física (Faefi). "Buscava uma atividade rica em condicionamento físico", responde a funcionária da Coordenadoria do Ingresso Discente (CID) Telma Bianco, 43 anos, que luta boxe. Já a futura educadora Carolina Lucenti, 22 anos, conheceu o rali durante os passeios de jipe que fazia com seu pai. "As competições de Troller (jipe fabricado no Ceará) não são apenas um esporte, são um estilo de vida. Eu sou trolleira e o slogan é: nascida na trilha e criada no asfalto. Meu negócio é aventura", avisa Carolina. O meio também influenciou a campeã brasileira de luta de braço - 2004, Marcela Panzetti, 18 anos, aluna do 2º ano da Faefi. "Comecei de brincadeira. Meu pai e minha mãe praticavam o esporte", explica. O preconceito ainda é o principal adversário dessas 'mulheres perigosas'. "Em São Paulo há poucas meninas nas academias, mas no Rio de Janeiro o quadro é diferente. Na minha academia, só três mulheres treinam jiujítsu", afirma Jhayanna. Para ela, o preconceito gira em torno da sexualidade. "Os comentários grosseiros são de que é esporte de macho, mas eu nunca liguei", garante a campeã paulista. E no combate de verdade, homem ARREMESSO DE TRÊS PONTOS - Há cinco décadas, a paulistana Zilá Nepomuceno decidiu ingressar no time de basquete do São Vicente Praia Clube. Com apenas 15 anos de idade, Zilá já tinha certeza de seu sonho e apostou toda sua energia no basquete. E deu tão certo quanto uma cesta de três pontos marcada nos últimos segundos de uma partida de fim de campeonato. Sem enfrentar o preconceito dentro de casa e do então namorado, Zilá construiu uma carreira vitoriosa. "Participei de seleções colegiais, municipais, paulista e brasileira. Disputei campeonatos da Baixada Santista a mundiais". Ela ficou 12 anos na Seleção Brasileira de Basquete nos anos setenta. Depois foi técnica em várias categorias, ministrou aulas na Alemanha e há 34 anos está na PUC-Campinas, onde ajudou a fundar o curso de Educação Física. Zilá continua na quadra. "Enquanto me sentir útil, produzindo e fazendo o que mais gosto, dar aulas, não me aposento". versus mulher, há camaradagem? " Na academia eles não gostam de lutar com a gente porque têm medo de perder. Eles têm mais força, mas o jiujítsu não é força, é finalização", dispara. Já no embate cotidiano é bom não vacilar. Jhayanna colocou um engraçadinho desconhecido em seu lugar quando viajou para Porto Seguro (BA). "Ele veio folgando e eu dei uma finalizada nele, mas tudo meio na brincadeira. Ficou no chão", diverte-se a estudante da Faefi. Telma ainda não nocauteou ninguém, mas anda pensando seriamente no assunto. "Não usei o boxe como defesa pessoal porque não foi preciso, mas, se for necessário, usarei ", avisa. Telma treina seis horas por semana e é a única mulher na academia no período noturno . "Na academia todos são muito atenciosos. Já, fora, existem as brincadeiras maldosas", avalia. Além do condicionamento físico, Telma queima cerca de 2 mil calorias por aula. Ela acredita que o esporte funciona como uma terapia. "Você descarrega o dia tenso", garante. A campeã brasileira de luta de braço faz musculação todos os dias, treina cerca de oito horas por semana, especificamente na mesa, e dribla o preconceito com determinação. "Essas pessoas precisam acordar para a realidade. Estamos em 2005 e não existe esporte algum de que a mulher não possa participar", dispara. Marcela informa que a equipe feminina brasileira de luta de braço lidera o ranking mundial. Para ela, o ponto mais alto da competição é a concentração. "Não é só força. É concentração. Raciocínio e velocidade". Procurando aventura, a aluna da Faculdade de Educação acredita que seu esporte não afugenta os homens. "Muito pelo contrário. Como uso o Troller no dia-a-dia, acabo chamando a atenção. Logo vêem que não sou fresquinha, que gosto de liberdade e aventura. Isto não gera preconceito", pondera Carolina. Você sabia... A campeã paulista de jiu-jítsu finalizou um garoto abusado em Porto Seguro Fonte: Comitê Olímpico Brasileiro e o site www.wmulher.com.br Boxe, luta de braço, jiu-jítsu e rali são algumas das modalidades praticadas por elas, que ainda são minoria nas academias e competições Que em 1900 foi a primeira vez que as mulheres (seis tenistas e cinco golfistas) participaram de Jogos Olímpicos ? Que a mexicana Enriqueta Basílio foi a primeira mulher a acender a tocha olímpica, em 1968? Que a romena Lia Manoliu foi a primeira mulher a participar de seis olimpíadas consecutivas e a ganhar medalha de ouro no atletismo? Que o idealizador das olimpíadas da Era Moderna, Barão de Coubertin, Pierre de Fredy, foi contra a participação das mulheres nos jogos? Ao sair do Comitê Olímpico, em 1928, afirmou que o órgão havia "traído o ideal olímpico, permitindo a participação de mulheres". Que em 1932, a nadadora Maria Lenk, 17 anos, foi a primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos? Que em 1948, a holandesa Fanny BlankersKeon, 30 anos e dois filhos, consagrou-se a heroína da Olimpíada de Londres? Ela conquistou quatro medalhas de ouro no atletismo. Que as primeiras brasileiras a ganharem medalhas foram Sandra Pires e Jacqueline Silva, ouro no vôlei de praia em Atlanta-1996? 06 28 de março a 10 de abril /2005 Jornal da PUC-Campinas Saúde Pesquisa revela diferença entre a criatividade do homem e da mulher Tese de doutorado, defendida por Carmen Lúcia Reis, indica que a ousadia é inerente aos homens e a tradição, às mulheres H á diferenças entre a criatividade masculina e feminina dos universitários. Os homens apresentam características criativas ligadas à ousadia, enquanto as características criativas femininas dizem respeito aos aspectos tradicionalistas. A conclusão é da pesquisadora Carmen Lúcia Reis, que defendeu em fevereiro sua tese de doutorado Perfil Criativo e Escolha Profissional: Construção e Validação de Instrumento. A pesquisa foi elaborada na Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas, sob a orientação da professora Solange Mugli Wechsler. Para chegar àquela conclusão, Carmen valeu-se de um teste elaborado por ela mesma que fornece uma escala do perfil criativo. Ele foi aplicado no final de 2004 em 1.219 estudantes do último ano de graduação de universidades pública e privada de Minas Gerais. A pesquisadora entrevistou alunos de 29 cursos de graduação, refletindo as oito áreas de conhecimento definidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). "Eu listei as 18 características de uma pessoa criativa e formulei frases em cima delas. Existiam seis níveis de respostas para os alunos indicarem se concordavam ou não com a frase, ou seja, no fundo, eles estavam indicando se encaixavam ou não a um perfil", explica. A pesquisadora afirma ainda que os próprios universitários não desenvolvem a criatividade. "Os alunos desconsideram a importância da criatividade cultivando somente suas habilidades para resolver problemas algébricos. E não é isso que é valorizado no mercado. Hoje em dia, as empresas querem pessoas que saibam lidar com o inesperado e com o imprevisto; pessoas que trabalhem em grupo, que ouçam idéias e as condensem em uma única solução e capazes de resolver rapidamente os problemas", constata. "A criatividade feminina trabalha com o lado afetivo. Já a criatividade do homem é mais dura, vai direto ao assunto." JÚLIA PETERS, estudante da Faculdade de Relações Públicas "Na área de comunicação acho que não tem diferença na criação dos produtos. Mas há vários estudos afirmando que as mulheres são mais pontuais no horário, por exemplo." MARCOS PAULO CORREIA, estudante da Faculdade de Publicidade e Propaganda Cardiologia do HMCP recebe prêmio internacional Du Paulino [email protected] O Serviço de Cardiologia do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), da PUC-Campinas, foi premiado, no dia 05 de março, pelo estudo Clarity - TIMI 28, que testou a eficácia do medicamento Clopidogrel (nome comercial O médico José Francisco Kerr Saraiva e Iscover ou Plavix) no tratamento de estudantes no Hospital Celso Pierro pacientes enfartados. A pesquisa demonstrou que o medicamento impe- em toda a América Latina. "Nós fomos de a coagulação do sangue nas artérias. premiados tanto pelo número de pacienEste é um dos efeitos esperados em tes investigados, como pela qualidade enfartados, já que o responsável pela dos dados que pudemos oferecer", garanoclusão do vaso é a formação de um te Saraiva, que recebeu o prêmio em coágulo ou um trombo obstruindo a nome do HMCP em Orlando (USA). passagem do sangue para o coração, o "Este prêmio permitiu que o hospital, a que ocasiona o infarto, afirma o diretor Faculdade de Medicina e a Universidade da Faculdade de Medicina e chefe do pudessem ter uma visibilidade no cenáServiço de Cardiologia do HMCP, José rio internacional", conclui. O Serviço de Francisco Kerr Saraiva. Cardiologia do HMCP participa de 15 A pesquisa foi orientada pela pesquisas de âmbito nacional e internaUniversidade de Harvard (EUA) e teve cional e inclui cerca de 150 pacientes cara participação de 4 mil pacientes de várias díacos em seus estudos. partes do mundo. No Brasil, cinco hosA Organização Mundial da Saúde pitais, selecionados pelo Instituto do (OMS) institui o dia 7 de abril como Coração da USP (InCor), integraram a o Dia Mundial da Saúde. A PUCpesquisa. O HMCP, que trabalhou com Campinas preparou uma programa48 enfartados entre dezembro de 2003 ção especial para comemorar a data. e novembro de 2004, foi premiado como Confira no Portal PUC-Campinas a instituição que mais incluiu pacientes (www.puc-campinas.edu.br). "A diferença entre os sexos é total. As mulheres são mais detalhistas e objetivas enquanto os homens demonstram uma criatividade estratégica, mais ligada ao conceito do produto." ARMANDO TADEU ROSSI, professor do Centro de Economia e Administração (CEA) "Acho que o sexo não interfere na criatividade no trabalho. As mulheres são capazes de desenvolver os mesmos produtos e serviços que os homens e vice-versa." ISIS LUCIANE MESSIAS ALVES, funcionária do Núcleo de Estudos e Pesquisas do CEA Simpósio discute a adolescência Há diferença entre a criatividade masculina e a feminina? Fábio Guzzo [email protected] O Programa de PósGraduação em Psicologia da PUC-Campinas oferece o 1º Simpósio Internacional do Adolescente - Adolescência Hoje: Desafios, Práticas e Políticas, entre os dias 2 e 5 de maio. O primeiro dia do simpósio ocorrerá na PUC-Campinas e os demais, na Universidade de São Paulo (USP). Um dos destaques do evento são os conferen- A coordenadora do simpósio Tânia Aiello Vaisberg cistas franceses, cuja participação estrangeira que se concretizou a partir de convênios firmados entre a PUC-Campinas, a Paris 7 e a Paris X, ambas universidades francesas. Dentre as mesas de debate a serem realizadas na Universidade, uma de destaque é a Educar Hoje: os Desafios do Trabalho com Adolescentes, que contará com a participação do psicanalista francês Jacqueline Barus-Michel e do presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude, Rodrigo Lobato Enout. "Rodrigo é um magistrado que tem forte atuação ligada à infância e juventude. Já o Barus-Michel deve comentar a perda do sentido da vida e como isto se reflete no adolescente", comenta a coordenadora do simpósio e professora da Universidade, Tânia Aiello Vaisberg. A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Marcela Casacio Ferreira aposta na troca de conhecimentos durante o evento. "Os franceses têm um trabalho diferente do brasileiro. Eles têm um programa de saúde pública que prevê o acompanhamento de adolescentes em diversas situações. Esta experiência é muito enriquecedora para nós", destaca Marcela. >> Serviços Inscrições: até 15 de abril. Taxas: R$ 180,00 (profissionais liberais), R$ 100,00 (profissionais de instituições públicas e professores universitários) e R$ 50,00 (professores da rede pública e estudantes). Informações: (11) 3091 3574 e www.fe.usp.br 07 Jornal da PUC-Campinas Show de bola 28 de março a 10 de abril /2005 Blog sobre vida de universitário O professor de História do Colégio Pio XII da PUC-Campinas, José Moraes dos Santos Neto, acaba de receber da Câmara Municipal de Paulínia o Troféu Sarli Júnior, como destaque esportivo de 2004 pela sua contribuição ao futebol brasileiro. Neto tem seis livros publicados, quatro deles sobre futebol: O Início de Uma Paixão : A fundação da A. A. Ponte Preta, Campinas , Editora Komedi, de 2000; Sempre Ponte Preta: Mística, Torcida e a Cidade de Campinas, Campinas, Komedi, 2001: Visão do Jogo: Primórdios do Futebol no Brasil, Cosac & Naify, 2002 e História da A . A . Ponte Preta, Vol VIII, Campinas, Komedi, 2004. www MURAL Pelo endereço www.universia.com.br/vidadeuniversitario/blog o usuário pode conhecer detalhes do que acontece com Diogo e os integrantes da família Silva (o pai, a mãe e a irmã do estudante), todos fictícios. Além de acompanhar vários lances da vida desse futuro universitário, os usuários podem inventar suas próprias histórias sobre ele e sua família para o Portal Universia. Os autores das cinco melhores ganharão o jogo original The Sims 2, um pacote de g m áexpansão Vida de Universitário (complemen- Cientista pra to do jogo) e um kit Universia. A promoção ti c o Buckminster Fuller bastante conhevai até 8 de abril. (1895-1983) é rapaziada de cido pela Urbanismo. Mas Arquitetura e engenheiro, proElis ao vivo em DVD A gravadora Trama lança em DVD gravações de um ele foi também r, educador, filójetista, escritode vários artistas dos mais importantes programas da televisão brasileira, o Ensaio, da TV Cultura, sofo e amigo entre eles o comdirigido pelo baiano Fernando Faro desde a década de setenta. O material permite de vanguarda, Cage. Inventou a aos admiradores da MPB terem à sua disposição registros raros de Dorival Caymmi, positor John ésica, o carro Paulinho da Viola, Baden Powel e outros. A estréia acontece com o especial de Elis cúpula geodinúmeras outras Regina, em registro preto-e-branco, gravado em 1973. O DVD pode ser solicitado Dymaxion e ando conhecido pelo Portal Americanas.com (www.americanas.com.br). Custa R$ 39,90. O programa inovações, fic iro como um dos Ensaio continua sendo exibido pela TV Cultura, aos domingos, sempre às 23 horas. no mundo inte adores e invenprincipais pens s do século XX. tores visionárioava-se "exploraBate-papos virtuais Caso você tenha um amigo no Autodenomin científicos antedor de projetosamplo espectro". Alaska, outro na Cochinchina ou mesmo alguns em Campinas cipatórios de ecê-lo. Há várias com os quais não tem como se cruzar, a melhor ferramenta para É preciso conhBuck na Internet. Postais sobre Campinas estar em contato freqüente com eles são os grupos virtuais. O páginas sobre Google. Yahoo oferece as melhores ferramentas. Abra o provedor, crie O fotógrafo Marcos Peron, fotojornalista Procure pelo um e-mail (é gratuito) e no item Grupos siga as orientações. Para e editor do Portal Virtual Photo convidar os amigos, é preciso orientá-los a também abrir e-mails (www.virtualphoto.net), lançou uma série Yahoo, por cujas senhas poderão ter acesso aos bate-papos. de dez cartões postais com imagens de Campinas. "Trazem fotos aéreas da cidade e de alguns dos seus ícones referenciais mais importantes, como a antiga Estação da Confira os nomes dos ganhadores de ingressos para as Fepasa, o Palácio dos Azulejos e a Lagoa do Taquaral", explica Peron. Os postais estão à salas Kinoplex e a peça de decoração do Studio Daniel venda na loja da Fnac Campinas, no Shopping Parque D. Pedro, pelo preço de R$ 1,20 cada. Soares. Os vencedores terão até o dia 6 de abril para nasceu com a Os 20 anos Aderval Borges [email protected] classificados Bartira Vercelino está no 2º ano de Ciências Farmacêuticas na PUCCampinas e curte a vida como toda jovem de 20 anos. Tem um namorado, com o qual adora sair nos fins de semana para dançar músicas tecno e é bem integrada aos colegas de faculdade. É uma estudante dedicada e já faz planos para o futuro: trabalhar na indústria de medicamentos. No dia em que nasceu, 15 de março de 1985, encerrava-se um dos períodos mais violentos da história política do País: o Regime Militar, que teve início com o golpe de 1964. A mobilização popular em torno das manifestações suprapartidárias do movimento Diretas-Já forçou a transição para a democracia. Em São Paulo, seus pais, Carlos e Lanara Vercelino, participaram ativamente de todas. Detalhe: Lanara já estava grávida. Os militares não concederam de imediato as eleições diretas, mas permitiram que um Colégio Eleitoral indicasse como presidente o civil Tancredo Neves. Um dia antes da posse, a população foi surpreendida com a notícia de que Tancredo fora internado às pressas, com suspeita de apendicite. Com o presidente hospitalizado, a posse ocorreu conforme prevista, no dia 15 de março, com a presença do vice José Sarney. Todo o País acompanhou a cerimônia histórica. Por coincidência, naquela mesma manhã a mãe estava entrando em trabalho de parto em um hospital paulistano. Mas, antes, exigiu que os médicos elevassem o volume do rádio para que pudesse ouvir com eles a transmissão ao vivo. "Foi muito lindo. Só quem viveu os horrores da ditadura militar é capaz de entender como aquele momento foi significativo para todos nós", diz Lanara. Enquanto em Brasília o democracia de quem cineastas gringos Bob Dylan ator Sam Peckimpah foi um dosuma crueza total, de s filme de série dos anos setenta que iniciaram uma grande criatividade, ótimas trilhas com produções baratas, mas com Garret & Billy The Kid, um faroeste sonoras e atores de primeira. Em PatBob Dylan, que também interpreta meio trash, as músicas são todas de acaba entrando para o bando de um trovador e atirador de facas que locadoras da cidade. Kid. O filme pode ser encontrado em Steve Coleman Steve Coleman é o nome de uma das novas feras do jazz. Ótimo saxofonista e profundo conhecedor da música popular de outros países, inclusive a brasileira. Não é fácil encontrar seus CDs em lojas, mas ele os disponibiliza inteiros e gratuitamente em seu endereço oficial, que se chama M-Base Web Site. Acesse o Google, bote lá o nome do cara e baixe pelos menos dez CDs inteiros, com capas e encartes. Sugestões de títulos: Sine Dine, Rhythm People, Rhythm In Mind, Black Science, Motherland Pulse e Def Trance Beat. O difícil é escolher o melhor. deputado Ulysses Guimarães erguia o braço de Sarney na rampa do Palácio do Planalto, para a foto mais marcante do episódio, ocorria o nascimento da menina. Um dos médicos sugeriu que se chamasse Risoleta, em homenagem à mulher de Tancredo, mas o casal já tinha outro nome em mente. Para quem não sabe, Tancredo Neves nunca assumiu o cargo. No dia 21 de abril, o porta-voz da Presidência da República, Antônio Brito, anunciou no Instituto de Hemodiálise do Hospital das Clínicas, em São Paulo, que o presidente acabara de falecer e Sarney tomou posse em definitivo. Diferentemente dos pais, Bartira nunca se envolveu com política. Por desinteresse? "De forma alguma. Conheço muito bem o que aconteceu no período do Regime Militar e todas as ações do movimento Diretas-Já. Não sou alienada. Apenas compartilho da decepção geral com os políticos atuais, que de forma alguma correspondem aos ideais defendidos por meus pais naquela época", justifica -se. MORADIA Pensionato Familiar Para Rapazes. (19) 3287-6621 SERVIÇOS Digitação, pesquisa e elaboração de trabalhos acadêmicos [email protected] e (19) 9124-5149 TRANSPORTE Agádê Transportes Campinas - Campus I - (Diurno e Noturno). (19) 3268-0914 e 9137-1430 MORADIA Aluga-se Kitnet ou Suíte Próximo ao Campus I. (19) 3256-4699 . AULAS PARTICULARES Curso de Espanhol Últimas Vagas! (19) 3243-1141 e 8125-6327 TRANSPORTE Paulinho Transportes Campinas - Campus I e Central. (19) 8139-1956 e 9751-7318 As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes retirar seus prêmios no Departamento de Comunicação (Dcom), localizado no Prédio Pastoral II, no Campus I, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30. CINEMA Iara B. Souza - Faculdade de Jornalismo Marjorie Helena Salim - Sistema de Biblioteca e Informação (SBI) Eloisa Aparecida Silva - Faculdade de Serviço Social Mariana Jardim Pereira - Faculdade de Fisioterapia Wallison Neves da Silva - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Thiago Marunho Jean Papayannopulos - Coordenadoria Geral de Licenciatura Paula Alcântara Silva Campane - Faculdade de Psicologia Mônica Gisele de Souza - Faculdade de Direito Silvana Maria Teixeira - Faculdade de Ciências Contábeis Liége Honda - Faculdade de Psicologia PEÇA DE DECORAÇÃO Caroline Oliveira Garcia - Coordenadoria Geral de Pós-Graduação