Ano I - Número 15 26 de setembro a 9 de outubro /2005 Universidade abre fronteira em plena Floresta Amazônica Uma parceria entre a PUC-Campinas e a Mineração Rio do Norte, no Pará, possibilitou a formação de 128 funcionários em cursos seqüencial e de pós-graduação Fotos: Ricardo Lima PRODUÇÃO - Saem do Porto Trombetas cerca de 16,3 milhões de toneladas de bauxita extraídas pela Mineração Rio do Norte Rede avançada a serviço da ciência Entrevista Diretor da Fapesp, Carlos Brito Cruz, no Auditório Dom Gilberto O Projeto KyaTera, que utiliza e pesquisa a Internet Avançada interligando 15 instituições de ensino numa velocidade inédita no Hemisfério Sul, já é uma realidade para a comunidade científica. Criado em 2004 e com orçamento de R$ 8 milhões, o projeto integra um programa de tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Em 16 de setembro, o diretor-científico da fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, participou do evento que oficializou o ingresso da PUC-Campinas no KyaTera, quando conversou com a equipe do Jornal da PUC-Campinas. Página 04 Plano emergencial prevê mais rigor no trânsito A Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), da Prefeitura de Campinas, anunciou algumas ações para minimizar os transtornos causados pelo trânsito caótico nas ruas de acesso ao Campus I. A fiscalização com mais rigor na aplicação das leis do Código Nacional de Trânsito, o monitoramento do tráfego de vans e ônibus e a sinalização são as ações propostas pela empresa. Página 06 TRANSTORNO - Acesso ao Campus I, à noite, continua complicado A PUC-Campinas e a Mineração Rio do Norte (MRN), localizada em Oriximiná, a 880 quilômetros de Belém (PA), desenvolvem uma parceria de sucesso em plena Floresta Amazônica. Há quase seis anos, a Universidade oferece dois cursos semipresenciais, um seqüencial e outro de pós-graduação, para os funcionários da mineradora. Muitos deles alteraram o percurso de suas vidas com a perspectiva de ampliar os seus estudos. A PUC-Campinas formou 128 funcionários, uma empreitada que conta com a dedicação de 15 professores do Centro de Economia e Administração (CEA) com apoio da Coordenadoria de Ensino a Distância . Eles viajam 4 mil quilômetros para ensinar, uma experiência registrada em agosto pelo repórter-fotográfico do Departamento de Comunicação, Ricardo Lima, e que você confere nesta edição. Página 05 MURAL A coluna traz um pouco da profissão de produtor artístico, tendo como protagonista Edmundo Duran, responsável pela maior parte das peças de teatro encenada na cidade. Ele integra um time reduzido de profissionais, que fazem um verdadeiro malabarismo para garantir que a produção cultural de fora chegue aos palcos campineiros. Página 07 Por causa da suspensão das atividades discentes de 10 a 15 de outubro, a próxima edição do Jornal da PUC-Campinas circulará, excepcionalmente, no dia 17 de outubro de 2005. Espaço Palavra Livre fomenta debate Página 02 MEC e o Ensino a Distância Página 03 Política federal de bolsas gera protesto Página 06 Trama Universitário caça agentes Página 08 02 26 de setembro a 9 de outubro /2005 Jornal da PUC-Campinas Editorial De portas abertas para o mundo A reportagem desta edição sobre os cursos oferecidos aos funcionários da Mineração Rio do Norte pode surpreender quem não os conhece. Uma indagação natural: o que a PUC-Campinas, uma universidade com características regionais, estará fazendo no interior do Pará, em plena selva amazônica? A participação da PUC-Campinas na formação de funcionários da Mineração Rio do Norte chega ao sexto ano. Nossos professores começaram com um curso seqüencial, depois foi solicitado um curso de pós-graduação lato sensu, ambos com significativos desdobramentos para a empresa e para as carreiras das pessoas envolvidas. Temos orgulho de saber que, graças à nossa colaboração, a empresa evoluiu e, sobretudo, que muitos dos ex-alunos, pessoas simples da região, são agora funcionários dos primeiros escalões. Alguns inclusive migraram para outras empresas mineradoras, onde ocupam funções gerenciais. Todos eles destacam a importância dos cursos ministrados por nossos docentes para seu crescimento profissional. E não é só. A marca comunitária da PUC-Campinas está presente nos vários projetos sociais patrocinados pela Rio do Norte à população local. Voltemos à questão inicial: o que fazemos no interior do Pará? A PUC-Campinas continua com raízes fir- mes na comunidade campineira e, como Universidade, tem também a missão de abrir suas portas para que os municípios metropolitanos recebam influências de fora, por intermédio de sua comunidade universitária. Nossas trocas de experiências com profissionais e instituições de outros estados brasileiros e de outros países são constantes. Neste mês promovemos um evento sobre o futuro das metrópoles latino-americanas, outro que discute a internacionalização da economia regional com a ampliação do Aeroporto de Viracopos e, também, uma mostra sobre cinema espanhol. Em novembro, universidades comunitárias de todo o País estarão conosco debatendo os rumos da avaliação institucional. Somente neste segundo semestre recebemos dezenas de alunos e professores de países dos vários continentes e enviamos outro tanto de docentes e discentes por intermédio de programas de cooperação internacional. Enfim, nossa presença no Pará é apenas parte dessa constante interação com o mundo, que traz importantes subsídios às nossas atividades de ensino, pesquisa, extensão e, por conseqüência, à comunidade da Região Metropolitana de Campinas. Espaço Palavra Livre propõe debate entre os universitários Ricardo Lima debatedores Gentil Neto de Uma tenda montada no meio Mendonça, representante dos do campus, um tema polêmico Movimentos Populares da em debate e um microfone aberRegião de Campinas, e Anto para quem quiser dar a sua tônio Álvaro Barbosa Sá, cienopinião. Esses são os ingredientista político e professor do tes do Espaço Palavra Livre, um CCH, enfrentaram a interpeprojeto de extensão do Núcleo lação constante dos alunos a de Pesquisa e Extensão do Centro respeito da crise no governo de Ciências Humanas (Nupex Luiz Inácio Lula da Silva. Os CCH) em parceria com a Próestudantes da Faculdade de Reitoria de Extensão e Assuntos Direito Rodrigo Lorenti e Comunitários (Proext). O proCoordenador do projeto, Paulo Pozzebon Bruno Rodrigues de Lima, jeto tem como objetivo levar para o contexto dos alunos a discussão de questões que se ambos declaradamente petistas, polarizaram o debadestacam na sociedade e que nem sempre encontram te. Enquanto Lorenti acusava o PT de ser responsáespaço de reflexão dentro das salas de aula. "Nós que- vel pelo maior esquema de corrupção já visto no País, remos lançar algumas sementes. O que irá brotar tere- Lima defendia o partido e o presidente, tendo como mos de esperar para ver", analisou o coordenador do argumento os projetos sociais. projeto, Paulo Moacir Godoy Pozzebon. O primeiro debate, de uma série de quatro, aconteceu no dia 12 >> Serviços 30/09- Cultura Popular e Juventude, das 18h às 19h20, Campus I de setembro, no Campus Central, e teve como tema 24/10- Bioética e Direito, das 11h15 às 12h35, Campus Central a Conjuntura Política Atual. 23/11 - Opressões Sociais: gênero, raça e diversidade sexual, das 18h às 19h20, Campus I Com a intermediação do professor Pozzebon, os Notas PUC-Campinas ganha destaque na Expocom Quarenta e seis alunos e ex-alunos das faculdades de comunicação da PUC-Campinas conquistaram prêmis na 12ª Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) e no 28º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom-2005), ocorridos na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em setembro. O professor da Faculdade de Publicidade e Propaganda Seiji Hiraide orientou quatro trabalhos vencedores na categoria Fotografia Publicitária. Além dessas premiações, 13 expositores graduados pela Faculdade de Jornalismo venceram em quatro categorias e 12 congressistas formados pela Faculdade de Relações Públicas receberam premiações nas categorias Empresarial e Governamental. A professora de RP Cíntia Liesenber venceu na categoria Mestrado. Reitor da PUC-Campinas Padre José Benedito de Almeida David Agenda 26/09 Inscrição nas oficinas de Leitura e Percepção Musicais e Apreciação e Análise Musical. Informações: 3756-7282. 26/09 a 30/09 23ª Semana de Estudos de Teologia, às 19h30, no Auditório Dom Gilberto, Campus I. 26/09 a 01/10 7º Congresso Médico Acadêmico Samuel Pessoa (Comasp), no Campus II. Informações: www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv 28/09 Encontro Integrado de Meio Ambiente, no Auditório Monsenhor Salim, Campus II. Informações: www.puc-campinas.edu.br . 28 e 29/09 2º Seminário sobre Expansão do Aeroporto Internacional de Viracopos, às 9h, no Centro Unisal. 28 e 29/09 e 01/10 Programa de Visitas na PUC-Campinas aberto ao Ensino Médio e cursinhos pré-vestibular. Informações: www.puc-campinas.edu.br 29/09 Palestra sobre Saúde, Segurança e Meio Ambiente nos Empreendimentos Solidários, às 19h, na Sala 900 do Prédio H2, Campus I. Palestra sobre Acessibilidade, às 18h, na Sala 900, Campus I. 30/09 Data-limite para trancamento de matrícula dos alunos de pósgraduação e de graduação dos cursos semestrais e anuais. Informações nas secretarias de cada curso. 01 a 31/10 Inscrições para os cursos de doutorado e mestrado em Psicologia, Ciência da Informação, Educação e Urbanismo. Informações: www.puc-campinas.edu.br/pos 03 a 07/10 3º Integrar do Centro de Ciências Econômicas e Administrativas (CEA), às 8h e às 19h, no Auditório Dom Gilberto, Campus I. 04/10 Palestra sobre O Direito do Consumidor de Serviços Turísticos, às 9h55, na Sala 801, Campus I. Informações: (19) 3756-7158. 04 e 05/10 Programa Saúde na Praça, a partir das 9h, no Largo do Rosário, Centro de Campinas. Informações: (19) 3729- 8515. Expediente Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Redatores Aderval Borges, Adriana Furtado, Du Paulino, Eunice Gomes e Rita Hennies; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, mail: [email protected] Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m 03 Jornal da PUC-Campinas 26 de setembro a 9 de outubro /2005 Opinião Inclusão social e novas tecnologias Ronaldo Mota e Hélio Chaves Filho A gradativa evolução dos meios tecnológicos acabou por relativizar os conceitos de espaço geográfico e tempo, reduzindo virtualmente as distâncias globais e otimizando o tempo gasto para acessar o vasto acervo cultural da humanidade, que ora vem sendo disponibilizado na rede internacional de computadores. Semelhantemente ao impacto ocorrido com o advento da imprensa na Idade Média, a emergência das chamadas sociedades da informação cristalizou profunda revolução no campo da divulgação do conhecimento. Aliado a esse fato, a expansão das tecnologias da informação e comunicação para as mais diversas áreas sociais, incluindo a educação, potencializou a modalidade de educação a distância, permitindo uma forma de educar cada vez mais próxima e personalizada. Nela, os sujeitos envolvidos têm o relativo privilégio de escolher a melhor forma de ensinar e de aprender, além de privilegiar a permuta de conhecimentos em rede e, com isso, tornar fecundo o campo para o surgimento de ...as demandas por formação continuada ao longo da vida, terão na educação a distância forte aliado... comunidades de aprendizagem. Cogitando-se o potencial de inclusão social latente em proposta autêntica de educação a distância, cumpre-nos observar o binômio capilarização da oferta de educação nos diferentes rincões do globo e acessibilidade personalizada, conforme os interesses de instituições, professores e estudantes. Nessa linha, as demandas por formação continuada ao longo da vida, geradas pelo modo de produção da sociedade do conhecimento, terão na educação a distância forte aliado e, em breve, é possível que não se façam mais distinções entre formação inicial e formação continuada. Importante desta- Espaço leitor car que, na modalidade educação a distância, baseada nas tecnologias de informação e comunicação, a metodologia de trabalho funde-se com o conteúdo conforme se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem. Assim, a prática mediada pelo conjunto das mídias é, por si, conhecimento que coopera ao mesmo tempo com o saber específico e com o incentivo ao aprender a aprender. Constitui-se, ainda, estímulo à aprendizagem continuada. No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação vigente ( Lei 9.394 de 1996), ainda que de forma incipiente, proporcionou a imprescindível abertura, do ponto de vista da legislação, para que a modalidade possa conquistar o terreno da credibilidade social. Essa é uma realidade promissora, tendo em vista o desafio de combater cenário brasileiro desfavorável: o País ainda figura entre as nações mais excludentes do globo, no acesso ao Ensino Superior. Dados recentes (2004) indicam que apenas 10% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos têm acesso à educação superior presencial. Entretanto, se as novas tecnologias podem contribuir para melhorias e transformações na educação, elas têm gerado novos Galeria @ NOTA DA REDAÇÃO - A edição do Jornal da PUC-Campinas atende aos critérios jornalísticos, que permitem e propõem a criticidade dos fatos. Em momento algum pretendeu-se desligitimar a entidade, mas oferecer subsídios aos leitores para que eles formem uma concepção sobre o caso. "Não acho totalmente positivo, principalmente pelo fato de você não ter tanto contato com as pessoas. Pode haver um problema de falta de socialização, já que seu contato com o professor e colegas é mais virtual". Rafael Henrique Salvador Gonçalves, estudante da Faculdade de Educação Física Divulgação Ronaldo Mota (foto), secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC) e Hélio Chaves Filho, diretor de Políticas em Ensino a Distância do MEC. COMO VOCÊ AVALIA A CRIAÇÃO E A EXPANSÃO DO ENSINO A DISTÂNCIA? "O Ensino a Distância possibilita que as pessoas de qualquer lugar façam os cursos. Pessoas do Brasil todo podem, por exemplo, fazer um curso oferecido em Campinas. Há uma democratização do ensino nesse aspecto". André Luiz Silva, professor da Faculdade de Análise de Sistemas Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. [email protected] CONTESTAÇÃO Quanto ao repasse de verbas à UNE, abordado em entrevista na edição n.º 13 do Jornal da PUC-Campinas, gostaríamos de esclarecer que: 1) A UNE sempre manteve relação institucional com diferentes governos. Essa relação passa também pela legítima captação de recursos para a realização de atividades de interesse público. Parte desses recursos é proveniente de emendas parlamentares, não tendo origem no Executivo; 2) Nesse sentido, lamentamos a adesão da linha fina da edição citada às tentativas de parte da imprensa de associar esses repasses a uma suposta moderação diante dos escândalos de corrupção, o que não procede. Com isso, buscou-se sistematicamente deslegitimar o posicionamento dos movimentos sociais diante da crise; 3) Reiteramos nossa absoluta independência diante deste ou de qualquer outro governo. Gustavo Petta, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) desafios para os educadores. É fundamental discutir e refletir criticamente o seu uso com propósitos educativos para evitar tanto a postura vã da posição apocalíptica, quanto a ingenuidade integrada diante do domínio do discurso apologético da técnica. Os novos meios devem ser concebidos como instrumentos de mediação e de expressão com os quais se torna possível provocar novos modos de produzir conhecimentos (CHAVES FILHO & DIAS, 2003) rumo à inclusão digital autêntica e democrática. Fotos: Ricardo Lima "Faço Especialização em Educação e Gestão de Pessoas na PUC-Campinas, que é um curso semipresencial e estou muito satisfeita. É perfeito porque não interfere na minha rotina de trabalho e posso organizar meus horários de acordo com minhas possibilidades". Marjorie Helena Salim, funcionária da Biblioteca Setorial do Campus I "Feliz AQUELE que Imagens transfere o QUE sabe E APRENDE VITRINE - A Campanha do Vestibular-2006 da PUC-Campinas, que começou no dia 1º de setembro, ganhou novos espaços de propaganda. O Mobiliário Urbano para Informação (Mupi), tipo de totem protegido por vidro, e os outdoors em lona, todos iluminados, garantem a qualidade das imagens e a difusão das informações, inclusive à noite. Os Mupis e os outdoors fixos permanecem nas esquinas, praças e avenidas da cidade até o dia 9 de outubro. As inscrições para o vestibular terminam em 10 de outubro. Informações: www.puc-campinas.edu.br/vestibular2006 O que ENSINA" Cora Coralina (1889-1985), poetisa brasileira que só aprendeu as primeiras letras 26 de setembro a 9 de outubro /2005 04 Jornal da PUC-Campinas Entrevista Fotos: Ricardo Lima Projeto KyaTera interliga 15 instituições de ensino numa velocidade inédita no Hemisfério Sul; internautas comuns ainda não têm acesso a essa rede C Rita Hennies [email protected] Copiar arquivos de imagens pela internet requer paciência e disponibilidade de recursos do internauta. No sistema banda larga, que não é gratuito e oferece as maiores velocidades, essa operação ainda é lenta. Imagine, porém, transmitir por e-mail fotos armazenadas em um CD em apenas 50 segundos, processo que leva mais de cinco horas pela rede atual. Essa possibilidade já existe para 15 instituições de pesquisa do Estado de São Paulo, entre elas a PUC-Campinas. Desde 2004, elas estão interligadas pelo Projeto KyaTera, um tipo de cooperativa que utiliza e pesquisa a Internet Avançada, cujo orçamento é de R$ 8 milhões. Para os 27 laboratórios de instituições e centros de pesquisa ligados na nova rede, cuja transmissão de dados ocorre por fibras óticas, já é possível compartilhar equipamentos e realizar videoconferências e experimentos na maior velocidade atingida no Hemisfério Sul, o que viabilizou a criação de um grande laboratório integrado no Estado e reduziu os custos dos participantes. O KyaTera integra o Programa de Tecnologia de Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e se divide em três grupos de pesquisa: o que estuda as fibras óticas; o que pesquisa os equipamentos ligados pela rede e o que realiza experimentos a distância em diversas áreas do conhecimento. Para o coordenador do Projeto KyaTera na PUC-Campinas e professor da Faculdade de Engenharia Elétrica, Marcelo Abbade, a principal contribuição da Universidade, com a participação de professores e estudantes do Laboratório de Meios de Transmissão, consiste na formação de profissionais habilitados a desenvolver novas tecnologias. Em entrevista ao Jornal da PUCCampinas, durante o evento que oficializou a participação da Universidade no projeto, em 16 de setembro, o diretorcientífico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, confirmou a futura expansão da rede ao público em geral, mas ressaltou a necessidade de conclusão das pesquisas antes dessa fase. Diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, oficializou o ingresso da Universidade no KyaTera Jornal da PUC-Campinas - Entre os objetivos do projeto está a acessibilidade da rede para o público em geral? Carlos Henrique de Brito Cruz - Nessa primeira fase, o objetivo do KyaTera é a pesquisa, portanto, não está aberto ao público em geral. Por meio do KyaTera pretende-se desenvolver tecnologia e descobrir conhecimentos que possam, depois, ser aplicados por empresas, por instituições, para dar acesso à internet ao público em geral. JP - O que a comunidade científica ganha com a implantação do Projeto KyaTera? Brito- O projeto é muito importante porque vai permitir que a comunidade científica no Estado de São Paulo se associe numa rede para desenvolver pesquisas em tecnologia da informação que não seria possível fazer de maneira individualizada, porque a rede exige vários pontos de conexão e vários laboratórios. Então, vai nos permitir acelerar o avanço do conhecimento nessa área no Estado de São Paulo. JP - Qual é a contribuição proporcionada pelo Projeto KyaTera aos estudantes envolvidos nas pesquisas desenvolvidas pelas instituições, como a PUCCampinas? Brito - O Projeto KyaTera tem a participação de muitos estudantes, porque um dos objetivos é a idéia de formarmos recursos humanos capazes de desenvolver tecnologias no Estado de São Paulo. JP - Quais outras áreas que podem ser beneficiadas com a implantação da rede avançada ? Brito - Todas, porque a internet e a comunicação de alta velocidade beneficiam todas as áreas do conhecimento. A Medicina e o Jornalismo são duas delas, mas a Física, a Química, a Biologia, enfim, todas serão beneficiadas. Quando se aumenta a capacidade de comunicação a sociedade inteira se beneficia. INTERNET 2 - Nova rede de transmissão de dados que iniciou suas operações em 1999, nos Estados Unidos, e que desenvolve tecnologias e aplicações avançadas para a comunidade acadêmica e de pesquisa. Interliga universidades, agências do governo e indústrias. É um tipo de banda larga potencializada (2,4 bilhões de bits por segundo) que transmite dados de cem a mil vezes mais rápido que as transmissões pela internet comercial. REDE GIGA - Rede experimental de alta velocidade desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em maio de 2004. Permite o tráfego de dados por meio de fibras óticas (10 bilhões de bits por segundo), viabilizando projetos que necessitem de alta capacidade de transmissão, como os estudos de prospecção de petróleo e a transmissão de imagens digitais. É restrita a 17 instituições de pesquisa da região Sudeste, com velocidade 39 mil vezes mais rápida que a banda larga. INTERNET AVANÇADA - Rede de alta velocidade composta por fibras óticas. Na prática, a rede possibilita elevadas taxas de transmissão (320 bilhões de bits por segundo) e uma melhor administração do tráfego de informações. Da primeira transmissão de dados pela Internet Avançada participaram: PUC-Campinas, Unicamp, USP e CPqD. >> Serviço Informações: www.kyatera.fapesp.br FONTES: PUC-Campinas, Unicamp, CPqD e RNP FAPESP PUC-Campinas integra INTERNET AVANÇADA Redes agilizam transmissão de dados RECEITA TOTAL DE INVESTIMENTOS R$ 520 milhões, sendo R$ 137 milhões em bolsas de estudo e R$ 257 milhões em bolsas de auxílio à pesquisa ÁREAS DE MAIOR INVESTIMENTO Saúde, Biologia e Engenharia PREVISÃO DE RECEITA PARA 2006 Cerca de R$ 500 milhões Grão-chanceler Dom Bruno Gamberini (ao centro) conferiu os avanços no Laboratório de Meios de Transmissão 05 Jornal da PUC-Campinas 26 de setembro a 9 de outubro /2005 Sem fronteiras Universidade forma alunos na FLORESTA AMAZÔNICA Uma parceria firmada entre a Mineração Rio do Norte e a PUC-Campinas, há quase seis anos, possibilitou a formação de 128 alunos em plena selva Foi por meio de uma reportagem de jornal que a Mineração Rio do Norte (MRN), localizada em Porto Trombetas, no município de Oriximiná, a 880 quilômetros de Belém (PA), descobriu a PUC-Campinas e a partir daí criaram um dos convênios mais desafiadores do Ensino Superior: a oferta de cursos em plena Floresta Amazônica. O projeto é desenvolvido pelo Centro de Economia e Administração (CEA) e a Coordenadoria de Ensino a Distância da PUCCampinas. Desde então a parceria cresceu e mudou a vida de muita gente, como a da coordenadora de Contratos da MRN, Arlete Ferreira dos Santos, 50 anos, que integra a turma de 128 alunos formada pela parceria. Arlete nasceu em Alenquer, Oeste do Pará, onde iniciou seus estudos. Mudou-se para Santarém, formou-se em Magistério e não teve mais oportunidade de continuar seus estudos. Com um débito pessoal grande, Arlete teve a oportunidade de resgatar seu sonho. Casada, com quatro filhos na faculdade e trabalhando na mineradora, ela matriculou-se no curso seqüencial de Formação Específica em Gestão de Recursos e Produção, o primeiro a ser oferecido pela Universidade no Pará, em 2000. O desafio exigiu muito esforço e solidariedade dos colegas de trabalho. "No começo foi muito difícil. Na primeira prova de matemática financeira, estudei muito e tirei só 7.0", contou Arlete. Decepcionada, mas sem esmorecer, ela organizou grupos de estudo e sacrificou seus finais de semana. "Na prova seguinte, tirei 8.5. Mas não fiquei satisfeita e passei a estudar também após o horário de serviço. Alcancei a nota 9.5 e com muita disciplina consegui a nota 10 na última prova", contou. Já formada, Arlete visitou a PUCCampinas, em 2002. Sem descansar, ingressou no curso de Especialização em Gestão Empresarial (pósgraduação). O sucesso na vida pessoal e profissional da personagem desta matéria é ratificado pelos números da parceria MRN e PUC-Campinas (veja quadro ao lado). Segundo o gerente de Relações Comunitárias da MRN, Ademar Cavalcante, também aluno da PUCCampinas, após quase seis anos de parceria verificouse a criação de um vínculo entre professores e funcionários-alunos. "Nossa avaliação é que se criou um vínculo muito forte. Os professores tornaram-se grandes amigos da MRN, a ponto do então vice-reitor Acadêmico da PUC-Campinas, Carlos de Aquino Pereira, presidir a formatura da primeira turma, em 2001", afirmou. O intercâmbio entre realidades distintas extrapola a relação de mestres da Universidade e funcionários-alunos da MRN. O engenheiro elétrico, Rodrigo de Campos Penteado, residia em Indaiatuba, graduou-se em Minas Gerais e trabalha na mineradora. Ele vive uma situação inusitada. "Estou fazendo um curso de pós-graduação da PUC-Campinas a 4 mil quilômetros de Campinas. Isso é muito interessante. Além disso, tenho amigos que também estudam na PUC e temos aulas com os mesmos professores. É uma prova que o mundo está cada vez mais globalizado. A internet encurta as distâncias e possibilita interações nunca antes imaginadas, no meio da Floresta Amazônica". Colaborou Adriana Furtado ([email protected]) DESTAQUE - Arlete Ferreira dos Santos, que visitou a PUC-Campinas em 2002, é nota 10 em perseverança e dedicação Projeto envolve 15 professores "É o trabalho que mais me gratificou, porque os alunos são muito aplicados e quando você os vê destacando-se na vida profissional e na comunidade é muito bom, como professor e também como pessoa". É assim que o coordenador e professor do curso de pós-graduação na MRN, Paulo Zucolotto, avalia o projeto no Pará. Superar barreiras como a distância de 4 mil quilômetros, utilizar metodologia específica para o ensino a distância com Paulo Zucolotto (à dir.) e Antônio Marcos Favarin viajam 4 mil quilômetros para ensinar um corpo docente integrado por 15 professores, que ministram aulas presenciais (25%) e via internet (75%), são os componentes que levam a PUC-Campinas a imprimir sua marca em plena selva amazônica. Os professores viajam a cada dois meses para o Pará. Para o professor Antônio Marcos Favarin, o envolvimento e o comprometimento são fundamentais para o bom andamento do trabalho, que exige preparação das aulas exclusivas, tempo de aula diferenciado (chat) e repetir a mesma aula 4 vezes por semana, além de entregar um relatório descritivo das atividades para a direção da faculdade. Ricardo Lima viajou para o Pará com apoio da MRN Parceria em números F Fotos: Ricardo Lima Ricardo Lima [email protected] > A Mineração Rio do Norte (MRN), fundada em 1974, explora e comercializa bauxita, a matériaprima para o alumínio. A produção anual é de 16,3 milhões de toneladas. > A parceria da PUC-Campinas com a MRN começou em 2000. > A Universidade oferece dois cursos semipresenciais na MRN: Formação Específica em Gestão de Recursos e Produção (seqüencial) e Especialização em Gestão Empresarial (pós-graduação), com duração de dois anos e um ano e meio, respectivamente. > A PUC-Campinas formou 128 alunos durante os cinco anos de atuação na Floresta Amazônica, dos quais 96 pelo curso seqüencial e 32 pela pósgraduação. > A MRN investe R$ 731 mil por ano na educação de seus funcionários. FONTES: Centro de Economia e Administração (CEA) e Mineração Rio do Norte 06 26 de setembro a 9 de outubro /2005 Jornal da PUC-Campinas Trânsito Emdec anuncia medidas para o Campus I Fotos: Ricardo Lima Ações da Empresa de Desenvolvimento de Campinas incluem o controle de tráfego de vans e ônibus, a sinalização e mais rigor na aplicação da leis A Aderval Borges [email protected] Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) realizou, nas duas últimas semanas, contagem dos veículos que passam pela Avenida Professora Ana Maria Abade, rumo ao Campus I, Unicamp e Barão Geraldo. O propósito do levantamento é buscar alternativas para melhorar o fluxo. Entre as medidas anunciadas, a empresa promete atacar com rigor os que infringirem o Código Nacional de Trânsito - principalmente os carros Aristides Vieira Júnior (à esq.) e Atílio Pereira (ao centro) durante reunião na Emdec estacionados em locais irregulares -, melhorar a sinalização do acesso alternativo pela Rua José Christoforo e controlar o fluxo de vans e ônibus. Para o diretor de Operações da Emdec, Atílio Pereira, essas medidas serão paliativas. "A solução definitiva para o trânsito do Campus I virá com a construção de um novo acesso pela Rodovia Mogi-Campinas", afirmou Pereira. O projeto ao qual se refere foi apresentado pela Universidade à Prefeitura Municipal de Campinas e discutido em uma reunião ocorrida no dia 8 de setembro, na Reitoria. Entretanto, segundo o gerente de Operações da PUC-Campinas, Aristides Vieira Júnior, as medidas "paliativas", citadas pelo diretor da Emdec foram consideradas como prioritárias e imediatas, com a finalidade de minimizar os transtornos causados pelo trânsito. A Emdec pretende ainda realizar um estudo minucioso sobre a origem e o destino dos veículos que circulam pelo local. A proposta é criar um acesso com duas vias, uma de entrada e outra de saída, ambas passando pelo Bairro Parque Rural Fazenda Santa Cândida, e entrando no campus próximo a Faculdade de Educação Física (Faefi). No dia 3 de outubro haverá novo encontro para a apresentação do projeto já orçado, para decidir o início das obras. Alunos protestam contra política federal de bolsas A decisão da PUC-Campinas, e outras universidades do País, de suspender o processo seletivo para concessão de bolsas institucionais para alunos ingressantes em 2005, gerou protesto de um grupo de alunos do período noturno no Campus I no dia 19 de setembro. As universidades foram obrigadas a tomarem essa decisão porque terão de se adequar ao Artigo 8º do Decreto n.º 5.493, da Presidência da República, de 18 de julho de 2005. De acordo com as novas determinações do governo federal, as concessões de bolsas institucionais para alunos ingressantes a partir de 2005 devem atender às regras do Programa Universidade para Todos (ProUni). A Reitoria informou que não houve alteração nas bolsas institucionais para veteranos e nem nos outros oito programas disponibilizados pela Instituição. Em 2004, a PUC-Campinas concedeu 3 mil bolsas institucionais, além das oferecidas pelos programas citados acima. A caloura da Faculdade de Ciências Sociais Tânia Regina Cruz, uma da organizadoras da manifestação, lamentou a interrupção das bolsas institucionais. Tânia seria a terceira pessoa da mesma família a receber bolsa de estudo da PUC-Campinas, já que seus dois filhos são beneficiados pelos programas da Universidade. "Eu adoro a PUC, mas lamento a falta de transparência nesse processo. Só entrei na Universidade por causa da perspectiva de ganhar bolsa ", afirmou. Ela é funcionária pública e atualmente está afastada por questões médicas, com redução salarial. Tânia não quis revelar o valor de seus proventos. De acordo com a Reitoria, as bolsas institucionais da PUC-Campinas são concedidas para alunos carentes de qualquer série e curso, por critérios e análises da Instituição, com percentuais de no mínimo 50% e no máximo 100% da mensalidade. (Colaborou Marcos Aurélio Besse) >> Serviços Departamento de Serviço Social ao Aluno (DSSA) Informações: [email protected] Local: Funciona no antigo Prédio da Pós-Graduação em Informática, Campus I. Horário de atendimento: de 2ª a 6ª, das 8h30 às 20h30 Obras do Prosa Caipira estão em fase conclusiva No número 76 da Rua 2, localizada no bairro Carlos Gomes, a 30 quilômetros do Centro de Campinas, residem os sonhos e as expectativas de uma vida melhor para os cerca de 5 mil moradores da região. O Restaurante Prosa Caipira é resultado do Programa PUC-Campinas Solidária, ligado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, sob a coordenação da professora Lenita Buchala. "O Prosa será o ponto inicial para o resgate dos valores e costumes dessa população com geração de renda e de empregos", explicou a coordenadora. Para ela, o programa proporciona aos universitários a oportunidade de agregar valores de cidadania e inclusão social aos aspectos técnicos aprendidos em sala de aula. As obras para a abertura do Prosa Caipira estão em fase de conclusão, porém não foi definida ainda uma data para a inauguração. Diferentes oficinas de capacitação são realizadas com os integrantes do projeto, como as de nutrição e higienização, feitas pelos alunos da Faculdade de Nutrição da Universidade em 17 de setembro. "Sabia que a higiene era importante numa cozinha, mas não tinha noção de tantos detalhes", enfatizou Lúcia Estela Martins, que se prepara para trabalhar no local. O Bairro Carlos Gomes pertenceu a uma das mais ricas e prósperas regiões produtoras de café do Brasil. Hoje encontra-se no abandono e sem muitas perspectivas de desenvolvimento. O Projeto do Restaurante Prosa Caipira envolve a participação de dez faculdades, além de parceiros como o Centro de Referência em Cooperativismo e Associativismo (CRCA), Associação Moradoras do bairro Carlos Gomes e universitárias durante treinamento de higienização Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Banco Real e Universidade Solidária (Unisol) A perspectiva de transformar o bairro em um destino turístico também motiva os participantes do projeto. "Esperamos que as pessoas façam turismo pela região e conheçam nosso restaurante e artesanato", reforçou a dona de casa Dalila Almeida de Carles. Além de gerar empregos diretos, a abertura do Prosa Caipira deverá melhorar a vida de pequenos produtores, como aponta a dona de casa Vera Lúcia Gonçalves Ultremare. Ela fornecerá verduras, mel e frutas, cultivados na propriedade da família, que vive no bairro há mais de 20 anos. Adriana Furtado ([email protected]) 07 Jornal da PUC-Campinas scopeta Zuriq2u0e., Dnae E o ã n A o lo árquica d s primeiras décadas do sécu 1917. A m e A saga an , a ia n s ss bre a Rú os céle soviético, n o grupo gou exilad o governo Joyce. Mas ir s e m Suíça, abri u m ss Ja a s ê á, comanr irland enin para mento Dad u o escrito vi lá partiu L o o d e m m o sp d o s h bém gavam-se e s artista cidade tam ca foram o 963). Agre o -1 p is. 6 é 9 ra a 8 u d lt (1 to cu en ventos an Tzara mais barulh andalosos e ue meno Trist q sc ro , e ra ta m a e z va o T a p aliz ico dados pelo rie, onde re eno e elétr que ava o pequ abaret Vote st . Ele dizia e ta re e p p o m torno do C sc se E s o e ã sõ n b fu A à n do ala, as co nominava o era movi À frente d se autode seu espírit imo era o jetivo máx Ricardo Lima que seu ob or princíp a que tinh e lo a d n â esc racho". tica do esc pio a "esté cir co do sS to ne s MURAL 26 de setembro a 9 de outubro /2005 O Já imaginou um grupo formado por John Lennon (vocal e guitarra), Eric Clapton (guitarra), Keith Richard (baixo) e Mitch Mitchel, o baterista do Jimi Hendrix Experience? Pois esse grupo existiu por dois dias (10 e 11 de dezembro de 1968), durante a produção do show-documentário Rolling Stone Rock and Roll Circus. Os quatro formaram a banda fictícia The Dirth Mac. Também participaram da lendária produção o grupo The Who, Taj Mahal, Yoko Ono, Mariane Faithfull, Jethro Tull e os próprios Stones (ainda com Brian Jones). O DVD pode ser encontrado por R$ 79,00 nas lojas de CDs e grandes livrarias. Dica: vasculhe nos balcões de ofertas de DVDs dos hipermercados da cidade e poderá encontrá-lo por preço mais acessível. Edmundo Duran é responsável pela maior parte das peças de teatro trazida para Campinas. Ele faz parte de um time reduzido de profissionais imprescindíveis para que a produção cultural de fora chegue à cidade. É quem cuida de todos os procedimentos práticos para que o evento aconteça. A conversa com Duran se deu no Centro de Convivência Cultural, em meio a dezenas de telefonemas para pessoas que trabalham nos espetáculos que vem produzindo. Falou sobre as especificidades da profissão, reclamou da falta de mais salas de espetáculo na cidade, cobrou menos interferência da Secretaria Municipal de Campinas no segmento e defendeu uma maior atenção aos grupos de teatro da cidade. O malabari mo s Aderval Borges [email protected] Mural- Como você trabalha? Edmundo Duran - Minha equipe somos eu, minha mulher e minha filha. Trabalhamos em parceria com vários profissionais, inclusive com outros produtores. Mural - Seu negócio sempre foi teatro? Duran - Não. Já produzi muitos shows de música, mas acabei me concentrando em teatro por ser um meio mais profissional. Mesmo os atores mais famosos nos ajudam na divulgação dos seus espetáculos, enquanto os músicos só querem se apresentar e não assumem qualquer outro compromisso. Mural - É arriscado produzir cultura? Duran - Muito. Certeza de que será sucesso só tenho quando o teatro está lotado. Já trouxe para Campinas espetáculos que tiveram grandes públicos em São Paulo e Rio de Janeiro, mas aqui não deram certo. Mural - Com você avalia o público de Campinas? Duran - Excelente. Todos querem se apresentar por aqui. Não trago mais peças porque faltam salas e as duas principais, a do Centro de Convivência e a do Teatro Castro Mendes, estão com equipamentos ultrapassados e precisam de reformas. Mural - Os ingressos são caros? Duran - Teatro só se torna mais acessível com mais patrocínios. Reprodução de quem vive da arte Ainda assim, os espetáculos aqui são cerca de 20% mais baratos que em São Paulo. Tenho um projeto de gravar as encenações apresentadas na cidade para exibi-las gratuitamente àqueles que não podem pagar pelo ingresso. Mural - A Secretaria Municipal de Cultura colabora com vocês? Duran - Interfere muito, isso sim. No período do Valter Pomar havia o crivo ideológico esquerdista para aprovação dos projetos. A gestão atual quer destinar o Centro de Convivência à Orquestra Sinfônica. Com isso, perde-se o teatro mais importante da cidade. Mural - Como você está se virando? Duran - Não durmo no ponto. Fecha-se um espaço, vou atrás de outros. Estou levando espetáculos para locais atípicos e para salas disponíveis em cidades do interior paulista. Estou com espetáculo agendado até para o Hopi Hari! Mural - Como está o teatro campineiro? Duran - Existem bons grupos, sobretudo de teatro infantil. Mas acho ridículo a Secretaria de Cultura destinar apenas o mês de janeiro para as companhias locais, durante o Programa de Popularização do Teatro. Os grupos da cidade deveriam contar com programas de incentivo para se apresentarem durante todo o ano. >> Serviços Arte com Arte Produções Artísticas: (19) 3384-8185, 3271-3945 e [email protected] ão Reproduç Reproduç ão Cão surrealista à solta pelo Campus I O 1º Ciclo de Cinema Espanhol, classificados de 26 a 30/09, das 19h20 às 22h35, nas Salas 800 e 801 do Campus I, é uma realização conjunta das Faculdades de Artes Visuais, Jornalismo e História e do Departamento de Relações Externas (DRE). É uma oportunidade rara de se ver grandes filmes em língua espanhola como Um Cão Andaluz (1928), dirigido pelos surrealistas Luis Buñuel e Salvador Dali. A programação começa no dia 26/09, com vídeos e palestras sobre o cinema espanhol, em especial sobre o cineasta catalão Fructuós Gelabert, um dos pioneiros da história do cinema. Um Cão Andaluz será exibido no dia 28, juntamente com A idade do Ouro, outra obra da dupla Buñuel/Dali. MORADIA Vaga apartamento para rapazes Próximo ao Campus I. (19) 3296-5144 e 9213-6151 SERVIÇOS Lavanderia Universitária www.lavanderiauniversitaria.com.br (19) 3287-6621 TRANSPORTE Campinas - Campus I (19) 9112-4015 e 9138-5032 MORADIA Imobiliária De Cicco Imóveis em geral. (19) 3229-9700 AULAS PARTICULARES / CURSOS Ensino Superior [email protected] (19) 3296-5663 TRANSPORTE Campinas - Campus I. (19) 3272-0912 e 9204-1998 As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes 26 de setembro a 9 de outubro /2005 08 Jornal da PUC-Campinas Polêmica Trama Universitário cria licença autoral Documento on-line permite a regulamentação do uso de produções intelectuais, sem fins comerciais; qualquer autor pode legitimar suas obras Projeto caça talentos Eunice Gomes [email protected] Consultor jurídico Caio Mariano durante encontro em São Paulo O Projeto Trama Universitário, um segmento da gravadora Trama criado há um ano e que se norteia no tripé música, trabalho e informação, lançou a Licença para Integração das Mídias Universitárias. Um documento on-line que legitima qualquer pessoa a copiar e distribuir uma obra, desde que sejam divulgadas a autoria e os patrocinadores e a utilização não seja com fins lucrativos. A licença não se restringe às produções universitárias e estará disponível em outubro. Qualquer autor poderá entrar no Portal Trama Universitário e licenciar um texto, uma entrevista impressa, em rádio ou TV, a partir deste mês. O assunto gerou polêmica entre os 140 representantes de instituições de Ensino Superior do País que participaram do 2º Encontro Nacional de Mídia Universitária, em São Paulo nos dias 2, 3 e 4 de setembro. "Nossa intenção é democratizar cada vez mais a cultura e toda a produção intelectual, além de fortalecer a mídia universitária no Brasil. A licença é um instrumento legal para a regulamentação do uso da produ- ção ", esclareceu o consultor jurídico do Trama Universitário, Caio Mariano. A licença segue os moldes da Criative Commons, uma licença pioneira disponível em mais de 30 países, entre eles o Brasil. Dois tipos de licença serão disponibilizadas pelo Trama Universitário. A primeira legitima o uso integral de determinado produto. A segunda permite a utilização de trechos dos produtos, o famoso remix. No caso da produção da Agência de Notícias Trama Universitário, por exemplo, os usuários devem veicular, além da autoria, o nome das empresas fundadoras do projeto. "Até por uma questão de incentivar o patrocínio, os nomes dessas empresas devem ser veiculados. Não apenas no caso da produção do Trama, mas em todos os produtos que forem licenciados com patrocinadores", justificou o editor-chefe da agência, Alexandre Matias. A obrigatoriedade da veiculação de patrocinadores gerou discussões entre os participantes. "Acontece que os canais universitários, por exemplo, podem inte- O O Projeto Trama Universitário abriu a temporada de caça atrás de 40 agentes divulgadores nas universidades brasileiras. Você pode ser um. Informe-se no Portal Trama Universitário. Conheça os números, referentes a 2004, desse projeto que levou música, trabalho e informação para as universidades. Shows - Circularam em 15 universidades. Max de Castro cantou em outubro no Campus II da PUC-Campinas Currículos - 11 mil cadastrados Empregos - 100 universitários contratados Empresas - 50 cadastradas Bandas - 15 mil cadastradas no Trama Virtual Recursos - R$ 13, 5 milhões para três anos vindos da Natura, Philips e Vivo Fonte - Coordenação do Projeto Trama Universitário grar as TVs abertas ou as a cabo. Cada uma está sob determinada legislação; umas permitem a divulgação de patrocinadores, outras não ", argumentou o vicepresidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), Cláudio Magalhães. As rádios e TVs comerciais universitárias, educativas e comunitárias, como a mídia impressa, trabalham para a criação de uma nova legislação sobre os veículos de comunicação, já que as atuais datam de 1967, no caso das emissoras educativas e, de 1995, referente às TVs a Cabo, que estabelece os canais universitários. >> Serviços Leia mais sobre o direito autoral www.criativecommons.org www.tramauniversitario.com.br Lawrence Lessig, autor do livro Cultura Livre - www.lessig.org A equipe do Jornal da PUC-Campinas viajou a São Paulo a convite do Trama Universitário.