1 INVESTIGANDO ALTURAS NA PERSPECTIVA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Danúbia M. de Oliveira Valéria Schlottag Maria Eugênia de Carvalho e Silva RESUMO Esta pesquisa, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Tuiuti do Paraná, contemplada na linha de Educação Matemática, identificou relações didáticas estabelecidas na tríade aluno-professorconhecimento matemático como um processo de ensinar Matemática por meio da Resolução de Problemas. Estudou-se o modo como alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, resolvem problemas, estes com diversos aspectos interdisciplinares. A pesquisa alicerça-se a duas teorias fortemente fundamentadas no conhecimento sobre a resolução de problemas enquanto atividade matemática e modalidade de ensino para alunos do Ensino Fundamental: a Heurística e a Resolução de Problemas. O teórico escolhido foi: George Polya, por fundamentar a atividade heurística da resolução de problemas sob a ótica pedagógica. Daremos sugestões de situações problemas para que o professor possa aplicá-las em sala de aula, no processo de aprendizagem mais significativa. Palavras chaves: Resolução de Problemas; Aula diferenciada; Aprendizagem. Investigating Height in problem-solving perspective ABSTRACT This research, presented to the Graduate Program in Education Mathematics at the University Tuiuti contemplated in the line of Mathematics Education, identified the relations established in the teaching triad student-teachermathematical knowledge as a process of teaching Mathematics through Problem Solving. We studied how students from lower grades of elementary school, solve problems, those with various interdisciplinary aspects. The research is founded on the two theories strongly grounded in knowledge about the problem-solving as mathematical activity and mode of education for elementary school students: the Heuristics and Problem Solving. The theory was chosen: George Polya, for heuristic reasons for the activity of problem solving from the perspective pedagogy. We will give suggestions for problem situations that the teacher can apply them in the classroom, the learning process more meaningful. Key words: Troubleshooting a differentiated classroom; language learning. 2 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como base, a utilização de uma das tendências em Educação Matemática, a Resolução de Problemas, para a explanação do conteúdo do Ensino Fundamental, pois é preciso que o aluno desenvolva o raciocínio lógico e faça uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções a questões que surgem em seu dia a dia, na escola ou fora dela. Serão apresentadas situações que o professor poderá explorar em sala de aula com seus alunos, diferentes abordagens matemáticas que o desafiam, tornando as aulas mais dinâmicas e incentivadoras. Pretende-se, com isso, tornar os alunos motivados para que, orientados pelo professor, trabalhem na aventura de buscar a solução de um problema, pois quanto mais difícil maior a satisfação em resolvê-lo. Para melhorar, nos alunos, a capacidade de resolução de problemas, o professor deve instigar sua criatividade, proporcionando novas estratégias e instrumentos de análise na busca da solução de um problema matemático. Quando se buscam estratégias para a resolução de um problema, deve-se levar em consideração todas as informações escritas dos alunos em busca da solução, os questionamentos em relação à interpretação do enunciado, e os conhecimentos matemáticos que o problema proporciona. A Resolução de Problemas, neste trabalho, será uma ferramenta no processo de ensino–aprendizagem, apresentando aos alunos respostas à pergunta: Para que serve isso? Como resolve isso? Para isso, busca-se uma maior aproximação do aluno com o professor e o conhecimento matemático. Levantam-se algumas questões em relação aos enunciados dos problemas, como de que forma é mais interessante resolvê-los, com enunciados longos ou curtos. Nesse caso, quando se tem enunciados longos, tem-se que instigar o interesse do aluno, na contextualização do problema, pois um problema só é um problema quando há interesse na busca pela solução, utilizando as vantagens e desvantagens de cada etapa da Resolução de Problemas. Leva-se em conta a capacidade dos alunos em interpretar perguntas, deduzir, encontrar palavras chaves, fazer conjecturas e verificar os resultados obtidos através da prova real, obtendo uma solução criativa e obtendo sucesso na sua resolução. Dar-se-á ênfase a uma situação do dia a dia. Foram elaborados alguns exemplos de problemas para que o professor, além de explorar o conteúdo matemático em sala de aula, suscita a curiosidade e desencadeie no aluno um comportamento de pesquisa. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Matemática, os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências metodológicas da Educação Matemática que fundamentem a prática docente, das quais se pode destacar a de Resolução de problemas. George Polya (1887-1985) foi um matemático e educador que sustentava a idéia da atividade matemática. No livro “How solve it” (Como resolvê-lo) 1954, introduziu o termo heurístico (a arte da descoberta) para descrever a arte da resolução 3 de problemas, conceito que desenvolveu em seus outros livros, como: Matemática e Raciocínio plausível (1957) e a Descoberta Matemática (1981) Para ele, ensinar os jovens a pensar é o maior objetivo da educação. Mas o que é um problema matemático? Segundo Dante (1989, p.10) “é qualquer situação que exija a maneira matemática de pensar e conhecimentos matemáticos para solucioná-la”. Segundo Polya “Resolver um problema é encontrar um caminho onde nenhum outro é conhecido de antemão, encontrar um caminho a partir de uma dificuldade, encontrar um caminho que contorne um obstáculo, para alcançar um fim desejado, mas não alcançável imediatamente, por meios adequados.” (1997, p.v.) Portanto para resolver um problema é preciso encontrar os meios desconhecidos para um fim nitidamente imaginado, mas antes de se iniciar, deve-se reconhecer os diferentes tipos de problemas matemáticos. Os problemas matemáticos, de maneira geral, são classificados em: - Exercício de reconhecimento: Seu objetivo é fazer com que o aluno reconheça, identifique ou lembre um conceito, uma definição, um teorema, uma propriedade, etc. (NICOLAU,2007) Exemplo: “Responda: Todo número natural tem antecessor em N?” - Exercício de algoritmos: São exercícios que podem ser resolvidos por um procedimento passo-a-passo, que geralmente envolvem expressões numéricas e algébricas. (KRULIK; REYS;1997) Exemplos: Calcule: (20+8): (3+4); Resolva: x²+25x+5=0. - Problemas de aplicação: O traço característico desses problemas é que seu enunciado contém uma estratégia para resolvê-los. Exemplo: “Num campo de futebol, a medida do comprimento tem 42 metros a mais que a largura. Quais são essas medidas, sabendo que o perímetro do campo é de 356 metros?” - Problemas de pesquisa aberta: São problemas em cujo enunciado não há uma estratégia para resolvê-los, normalmente expressam-se por: “Prove que...”, “Encontre todos...”, “Para quais é...?”, etc. (KRULIK; REYS;1997) Exemplo: “Prove que o número 1 não é primo.” - Problemas-padrão: Sua resolução envolve a aplicação direta de um ou mais algoritmos anteriormente aprendidos, e não exige qualquer estratégia. De maneira geral, não aguçam a curiosidade do aluno nem desafiam o mesmo. (NICOLAU,2007) Exemplo: Atividades integradas de livros didáticos. - Problemas-processo ou heurísticos: São problemas cuja solução envolve operações que não estão contidas no enunciado. Em geral, não podem ser traduzidos 4 diretamente para a linguagem matemática, nem resolvidos pela aplicação automática de algoritmos, pois exigem do aluno um tempo para pensar e formular um plano de ação para levá-lo à solução. (NICOLAU,2007) Exemplo: “Qual é a soma dos coeficientes de (a+1)31? Justifique sua resposta.” - Problemas de quebra-cabeça: São problemas em que a solução depende quase sempre de perceber algum truque para obter a solução chave ou ainda de uma pitada de sorte. Também são chamados de Matemática recreativa. (NICOLAU,2007) Exemplo: Jogo Uno. O Uno é um jogo de cartas, com 108 cartas de quatro tipos de cores diferentes (azul, amarelo, vermelho e verde), consiste basicamente em descartar uma carta da mesma cor ou mesmo número daquela que está na mesa, e o objetivo final é ser o primeiro a se livrar de todas as cartas da mão. - Problemas convencionais: São problemas que podem ser resolvidos pela aplicação direta de um ou mais algoritmo. (NICOLAU,2007) Exemplo: “Aumentando-se a base e a altura de uma caixa retangular em 20%, em que porcentagem aumentará a área?” - Problemas não convencionais: São os que envolvem a busca de uma solução que não se resume à aplicação direta de uma ou mais técnicas operatórias, nem à utilização imediata de uma equação. (NICOLAU,2007) Exemplo: “Numa estrada, encontrei sete mulheres. Cada mulher tinha sete sacos, cada saco tinha sete gatos, cada gato tinha sete gatinhos. Quantos gatinhos encontrei na estrada?” (ANDRINI; VASCONCELLOS; 2002) - Problemas de Lógica: São problemas que exigem do aluno raciocínio dedutivo. (NICOLAU,2007) Exemplo: “Figuras geométricas, chamadas de quadriláteros, correspondem a quantos lados em geral? Justifique sua resposta.” - Situações Problemas: São problemas em forma de projetos a serem desenvolvidos usando conhecimentos e princípios de outras áreas, além da Matemática. (KRULIK; REYS;1997) Além disso, são situações nas quais uma das etapas decisivas é identificar o problema inerente a situação. Podem-se destacar diversas estratégias de resolução de problemas, na matemática escolar, entre elas: tentativa e erro, padrões, resolver um problema mais simples, trabalhar em sentido inverso, simulação, etc. Por exemplo, considere-se o seguinte problema: “ O macaco cinza é grande e pesa duas vezes mais que o menor, que pesa 15Kg mais do que o orangotango marrom. O Peso do orangotango marrom é 7/8 do peso do orangotango vermelho, que 5 por sua vez pesa 20 Kg menos que seu tratador. Se o tratador pesa 100 Kg, quanto pesa o macaco mais pesado?” (KRULIK; REYS; 1997) Dentre as estratégias de resolução, escolhe-se a de Situação Problema, pois aguça o pensar matemático dos alunos, fazendo-os à recorrer à diversas estratégias para resolve-lo de maneira plausível. Como sugestão de esquema de resolução de problemas, se pode utilizar o de Polya (2006), composto por quatro fases, as quais são: (1) compreensão do problema; (2) estabelecimento de um plano; (3) execução do plano e (4) retrospectiva. Podem-se definir cada uma delas como: (1) Compreensão do problema: È a fase onde o aluno necessita ler com atenção, interpretando o enunciado da melhor forma possível. Respondendo algumas perguntas intrínsecas referentes ao enunciado, como: “O que se pede no problema?”, “Quais são as informações transmitidas?”, Quais são os dados relevantes?, etc. (2) Estabelecimento de um plano: Esta fase consiste em relacionar os dados do problema à pergunta feita e procurar traçar uma estratégia de desenvolvimento, para que se possa chegar à solução. A elaboração de um bom plano depende também, de uma boa idéia. (3) Execução do plano: È onde o aluno deverá executar, passo a passo, o plano estabelecido anteriormente, verificando se tudo está de acordo com o planejado. (4) Retrospectiva: Nesta ultima fase, o aluno verifica se o plano foi bem executado, se há necessidade de ajustes, se a resposta está coerente, se há possibilidade de optar por outro caminho de solução, mais prático e seguro. 3. METODOLOGIA Para Polya (1986), a resolução de um problema é, na verdade, um desafio e um pouco de descobrimento, uma vez que não existe um método rígido do qual o aluno possa sempre seguir para encontrar a solução de uma situação-problema. Em seu livro “A Arte de Resolver Problemas”, Polya diz que ... uma grande descoberta resolve um grande problema, mas há sempre uma pitada de descoberta na resolução de qualquer problema. O problema pode ser modesto, mas se ele desafiar a curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o resolver por seus próprios meios, experimentará a tensão e gozará o triunfo da descoberta. (2006, p.v.) O processo de resolução de um problema não se limita em seguir passo a passo as instruções, como se fosse um algoritmo. De um modo geral, as instruções ajudam os alunos a se orientarem durante o processo de resolução. Quando os alunos interpretam problemas matemáticos, leva-se em consideração a estratégia traçada para chegar à solução, pois encontrar a resposta faz parte de um processo de descobertas. 6 Acredita-se, também, que o aluno se sente mais motivado em aprender matemática quando é desafiado a resolver problemas de variados tipos, levando em consideração algumas questões, tais como: · Um bom problema é aquele que os desafiam? · Existe diferença entre exercício e problema? · Alunos preferem problemas com enunciados longos ou curtos? · Qual a importância das descobertas que os alunos fazem sozinhos quando resolvem Situações Problemas? Ao se levantar as questões acima deve-se levar em consideração alguns fatores como a estrutura da sala de aula, o nível dos alunos que compõe a classe, entre outros. Para a compreensão de um problema matemático é necessário que o aluno esteja envolvido em todo o processo de contextualização e para desafiar a resolvê-lo, tem-se que provocar o desenvolvimento de estratégias de resolução. Por sua vez, o papel do professor é investigar de que forma os alunos estão aprendendo, com perguntas que os desafiem, tendo em vista o seu aprimoramento com a Resolução de Problemas, propiciando aos alunos a proximidade da Matemática com a realidade. Procura-se interpretar o processo da Resolução de Problemas buscando compreender as vantagens e as desvantagens aparentes nas diferentes etapas para chegar a uma solução plausível. Com esse objetivo, propõe-se, aqui, a resolução de alguns problemas, constantes de livros didáticos de ampla divulgação. 3.1 MODELOS DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS UTILIZANDO A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS SEGUNDO G.POLYA: Com o objetivo de se analisar a resolução de alguns problemas, alguns problemas propostos em alguns livros didáticos conhecidos foram aqui reproduzidos. (1) Projeto “Investigando Alturas”: (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI JR.) “A Torre Panorâmica da Brasil Telecom, foi inaugurada em 1991 com 109,5m de altura, situada no bairro Mercês, que permite visualizar praticamente toda a cidade de Curitiba. É o ponto mais alto da cidade, assim como o Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro, com seus 38 metros de altura, sendo 8 no pedestal e localizado à 709 metros do nível do mar, no morro do Corcovado. Esses dados precisos, que podem ser encontrados em enciclopédias, livros de Geografia ou até mesmo na internet, em sites de pesquisa. Hoje em dia podemos encontrar essas alturas facilmente, através de um simples aparelhinho como o GPS (Global Positioning System - Sistema de posicionamento global) convertidos em dados como posição, velocidade e tempo. O grande interesse da humanidade pela medição de altitudes e outras alturas impulsiona o desenvolvimento tecnológico. E você? Já teve curiosidade de saber qual é altura de determinado prédio? Consegue imaginar quanto mede certa torre ou monumento de sua cidade?” 7 A proposta metodológica de aula diferenciada de aplicação do projeto Investigando Alturas, foi aplicada no Colégio Estadual Gabriela Mistral E.F.M., do estado do Paraná na 8ª série A do Ensino Fundamental e no Colégio Efetivo, na 8ª série do Ensino Fundamental, uma escola aparticular. Como trabalho extra classe foi solicitado aos alunos que percorressem o seu bairro, para visualizar as alturas de várias construções arquitetônicas, além de suas próprias residências, casas ou edifícios, tentando investigar as suas reais alturas, confrontando com suas estimativas. Após a realização do trabalho extra classe, As professoras construíram com os alunos, em sala, um astrolábio rudimentar, com materiais trazidos de casa. O astrolábio foi utilizado nas ruas próximas ao colégio, para que os alunos pudessem fazer, em grupos, a medição de edifícios predeterminados. Essas medições foram confrontadas, depois, com o folder da planta dos edifícios. Utilizaram-se quatro aulas de 50 minutos na realização de toda a atividade solicitada. Ainda no final da atividade, foi perguntado aos alunos: Quais foram as maiores dificuldades encontradas por eles, para a resolução do problema? E quais das três abordagens, citadas neste trabalho, seria a mais fácil para a solução do mesmo? (2) “Um prédio situado no centro histórico de Curitiba pegou fogo por volta das 23 horas. Um morador avisou aos bombeiros, que logo chegaram no local com a escada Magirus de 10 m para atingir a janela do apartamento incendiado. A escada estava colocada a 1 m do chão, sobre um caminhão que se encontrava afastado 6 m do edifício em chamas. Qual é a altura desse apartamento em relação ao chão?” (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2007,p. 253) Resolução: 1° Passo: Compreensão do problema: Pede-se a altura do edifício em chamas. As informações relevantes retiradas do enunciado são: A escada Magirus foi projetada 10 m de cima do caminhão, que se encontrava afastado 6 m do edifício à uma distância de 1 m do chão. 2° Passo: Estabelecimento de um plano: Estratégia para chegar a solução: 1ª Abordagem: A linguagem ilustrada, onde o aluno pode registrar as informações através de desenhos. Vantagens: visualização do problema, como facilitadora da resolução do problema; caracterização das relações métricas do triângulo retângulo figurado, 8 juntamente com seus elementos, em relação ao ângulo α: cateto oposto, cateto adjacente e hipotenusa. O aluno deve identificar qual é o valor de cada elemento do triângulo retângulo figurado: a escada Magirus é a hipotenusa (10m), o cateto adjacente (6m) e cateto oposto (a incógnita). 2ª Abordagem: Através de sublinhar as palavras chaves do enunciado, seguindo dois passos básicos: 1. Ler, atentamente o problema várias vezes e imaginar a situação; 2. Sublinhar as palavras chaves. Um prédio situado no centro histórico de Curitiba pegou fogo por volta das 23 horas. Um morador avisou aos bombeiros, que logo chegaram ao local com a escada Magirus de 10 m para atingir a janela do apartamento incendiado. A escada estava colocada a 1 m do chão, sobre um caminhão que se encontrava afastado 6 m do edifício em chamas. Qual é a altura desse apartamento em relação ao chão? (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2007,p. 253) Vantagens: identificar facilmente os pontos chaves para a resolução rápida do problema, no caso, os adjetivos no enunciado que demonstram grandezas ou variáveis, que são importantes na resolução do problema. Desvantagens: não compreensão do problema, devido a falta de interpretação do mesmo, sendo assim os alunos deve realizar uma leitura mais lenta e atenciosa, organizando os dados colhidos. 3ª Abordagem: Transformar a linguagem matemática retirada do enunciado para a linguagem coloquial. Linguagem coloquial Qual é a altura da escada? Qual é a altura do prédio? Qual é a operação matemática? Qual é a unidade utilizada? Qual é o conteúdo relacionado? Linguagem matemática (dados) h = 10 m H=? As 4 operações básicas, potenciação e radiciação Metro (m) Teorema de Pitágoras Vantagens: ampliar o conhecimento da linguagem matemática, construindo até um dicionário matemático, com as principais palavrinhas ou expressões que matematicamente tem um outro significado. Desvantagens: quando a linguagem não é do seu linguajar conhecido, os alunos precisam se empenhar para transformar ou traduzi-la para a linguagem matemática, para conseguir resolvê-la. 3° Passo: Execução do plano: Foram propostos diferentes planos aos alunos, obtendo o mesmo resultado na execução dos cálculos. Através do Teorema de Pitágoras temos o seguinte: 10 2 = 6 2 + x 2 9 x 2 = 100 - 36 x 2 = 64 x=8 Como a escada estava colocada a 1 m do chão, temos que H = 8 + 1 = 9 m. 4° Passo: Retrospectiva: Verificação dos resultados obtidos, utilizando as abordagens citadas no 2° passo. (3) Qual é a altura h do poste, sabendo que a sua hipotenusa é igual à 10 metros e que seu ângulo oposto a sua altura é 37°. Dados: sen 37°= 0,602; cos 37° = 0,799 e tg 37° = 0,754.(resp:6m) (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2007,p. 278) Resolução: 1° Passo: Compreensão do problema: Pede-se a altura do poste, denominada de h. As informações transmitidas foram que a hipotenusa é igual à10m e o cateto oposto é igual à 37°. 2° Passo: Estabelecimento de um plano: Será realizada da estratégia de linguagem ilustrada (o desenho ilustrativo das informações coletadas do enunciado) e transformar a linguagem matemática retirada do enunciado para a linguagem coloquial. Vantagem: como facilitador da resolução, Desvantagem: o problema é de enunciado curto, outra proposta de resolução não seria tão plausível. Linguagem coloquial Qual é a altura do poste? Qual é o ângulo relacionado? Qual é a sua hipotenusa? Qual é a operação matemática? Qual é a unidade utilizada? Qual é o conteúdo relacionado? Linguagem matemática (dados) h=? α = 37° hip = 10m As 4 operações básicas Metro (m) Relações Trigonométricas Vantagem: maior compreensão do enunciado e seus dados. Desvantagem: dificuldade na transformação da linguagem coloquial para a linguagem matemática. 10 3° Passo: Execução do plano: Leitura do enunciado e do desenho ilustrativo. Identificar os dados relevantes através da ilustração, registrando-as na folha do caderno. E por fim, equacionar os dados colhidos, através de Relações Trigonométricas no Triângulo Retângulo. Temos: Sen 37° = 0,602 = h = 0,602 x 10 h = 6,02 metros. Desta forma a altura do poste é de 6,02 metros. 4° Passo: Retrospectiva: Verificação se a resposta está coerente, fazendo a prova real. = sen 37° 0,602 = 0,602. Portanto o resultado é coerente! (4) O ângulo de elevação do pé de uma árvore ao topo de uma encosta é de 60°. Sabendo-se que a árvore está distante 50 metros da base da encosta, que medida deve ter um cabo de aço para ligar a base da árvore ao topo da encosta? (resp:100m) (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2002,p. 257) Resolução 1° Passo: Compreensão do problema: O problema pede o comprimento de um cabo de aço , da base da árvore em relação ao topo da encosta, denominada de x. Os dados colhidos do problemão ângulo de elevação é de 60° ( da base da árvore ao topo da encosta). E a distancia da árvore da encosta é de 50 metros. 2° Passo: Estabelecimento de um plano: Serão abordadas as seguintes estratégias: sublinhar as palavras chaves do enunciado; a linguagem ilustrativa e transformar a linguagem matemática retirada do enunciado para a linguagem coloquial. O ângulo de elevação do pé de uma árvore ao topo de uma encosta é de 60°. Sabendo-se que a árvore está distante 50 metros da base da encosta, que medida deve ter um cabo de aço para ligar a base da árvore ao topo da encosta? Vantagem: identificar facilmente os pontos chaves para a resolução rápida do problema, como o ângulo envolvente é de 60°. Desvantagem: dificuldade na compreensão do problema, devido à falta de interpretação do mesmo. Feito isso, agrupar todos os dados relevantes do enunciado em uma tabela como a seguir: 11 Linguagem coloquial Linguagem matemática (dados) Qual é a medida do cabo de aço x=? solicitado? Qual é o ângulo relacionado? α = 60° Qual é o cateto adjacente? CA= 50m Qual é a operação matemática? As 4 operações básicas Qual é a unidade utilizada? Metro (m) Qual é o conteúdo relacionado? Relações Trigonométricas Vantagem: exposição dos dados, de uma forma claro ao aluno. Desvantagem: o tempo perdido na transformação da linguagem coloquial para à de matemática. Vantagem: Visualização do problema. Desvantagem: Compreensão apenas pela imagem figurada, não interpretar corretamente o desenho, não conseguir transmitir os seus dados importantes em sentenças matemáticas. 3° Passo: Execução do plano: O aluno colocará seu plano em prática, após ter lido atentamente, sublinhado os dados do enunciado, colocando em destaque agora é só resolvê-la através de Relações Trigonométricas no Triângulo Retângulo, da seguinte maneira: Cos60° = CA/HIP = x = 50 x 2 x = 100m Portanto, o cabo de aço deve ter 100 metros de comprimento. 4° Passo: Retrospectiva: Realizando a prova real: = = (5) A uma distância de 40 metros, uma torre é vista sob um ângulo α de 40°. Determine a altura h da torre. Dados: sen 40°= 0,643; cos 40°= 0,766 e tg 40°= 0,839. (resp:30,64m) (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2002,p. 257) Resolução: 1° Passo: Compreensão do problema: Pede-se a altura da torre, denominada pela variável h. 12 Dados retirados do enunciado: Ângulo α = 40°; cateto adjacente = 40metros e cateto oposto ao ângulo= h. 2° Passo: Estabelecimento de um plano: A estratégia utilizada será à de Transformar a linguagem matemática retirada do enunciado para a linguagem coloquial. Linguagem coloquial Linguagem matemática (dados) Cateto adjacente CA = 40 metros Qual é a altura da torre? h=? Qual é a operação matemática? As 4 operações básicas Qual é a unidade utilizada? Metro (m) Qual é o conteúdo relacionado? Relações Trigonométricas Qual é o ângulo relacionado? α = 40° Vantagem: ampliação da linguagem matemática, como facilitadora da resolução do problema. Desvantagem: a perca de tempo na tradução da linguagem matemática para a linguagem corrente. Vantagem: facilitador na resolução do problema. Desvantagem: a não correta interpretação dos dados transmitidos. 3° Passo: Execução do plano: Neste momento o aluno executará passo a passo o seu plano estabelecido anteriormente, como: ler atentamente o enunciado, identificar as palavras de duplo sentido, fazendo-as suas determinadas alterações transformando-as em dados importantes para a resolução. Fazendo o uso dos conhecimentos adquiridos das Relações Trigonométricas: Cos 40°= 0,76 = h = 0,76 x 40 h = 30,64 metros Desta forma, temos que a altura da torre é de 30,64 metros. 4° Passo: Retrospectiva: 13 Realizar o cálculo em sentido inverso. 30,64÷40 = cos 40° 0,76= cos 40° Prova se que o resultado confere com a verdade. (6) Uma árvore foi quebrada pelo vento e a parte do tronco que restou em pé forma um ângulo reto com o solo. Se a altura da árvore antes de se quebrar era 9 metros, e sabendo que a ponta da parte quebrada está a 3 metros da base da árvore, qual a altura do tronco da árvore que restou em pé? (resp:4m) (CASTRUCCI; GIOVANNI; GIOVANNI Jr.; 2007, p.254) 1° Passo: Compreensão do problema: Pede-se a altura do tronco da árvore que ainda permanece em pé. Os dados coletados do problema, são: A altura da árvore total, antes, era de 9 metros e a da ponta do galho quebrado à base da mesma arvore é de 3 metros e o ângulo em questão é de 90°. 2° Passo: Estabelecimento de um plano: Será utilizada a estratégia de Transformar a linguagem matemática retirada do enunciado para a linguagem coloquial e a de linguagem ilustrada. Linguagem coloquial Qual é a altura do tronco que permanece em pé? Qual é a altura da árvore? Qual é a operação matemática? Qual é a unidade utilizada? Qual é o conteúdo relacionado? Qual é o ângulo relacionado? Linguagem matemática (dados) x 9 metros As 4 operações básicas Metro (m) Teorema de Pitágoras α = 90° Vantagens: melhor compreensão do enunciado do problema, usando as duas abordagens, acima citadas. Desvantagens: não interpretar corretamente o desenho, não conseguir transmitir os seus dados importantes em sentenças matemáticas. 3° Passo: Execução do plano: Após a leitura bem executada do enunciado e da figura, o aluno deverá superar a dificuldade do problema e executá-la através do Teorema de Pitágoras. Denominaremos a parte do tronco que ainda permanece em pé, com uma variável, neste caso, chamamos de x e a parte do tronco que caiu, como y. 14 Vamos aos cálculos: x+y=9 x = 9-y ↔ x= 9 – 5 ↔ x = 4 metros y² = (9 – y)² + 3² y² = y² + 81 + 9 18y = 90 y= y = 5 metros Portanto, a parte que ainda restava em pé era de 4 metros e a parte que se quebrou é de 5 metros, dando um total de 9 metros. 4° Passo: Retrospectiva: Basta calcular a soma de 4+5=9 metros do total da árvore, que demonstra que a resposta é coerente com o problema. 4. CONCLUSÃO: No projeto proposto aos alunos da 8ª série ou 9° ano do ensino fundamental de uma escola públicas e uma escola particular de Curitiba, o professor pôde explorar os conceitos matemáticos inseridos, como: Teorema de Pitágoras, Relações Trigonométricas e Ângulos; as diferentes estruturas arquitetônicas ou não (poste, prédios, torres, árvores, etc.) , existente ao meio dos alunos; a construção do instrumento simples de medição (astrolábio rudimentar) e ainda trabalhar a socialização entre eles, pois o projeto permitiu: 1°) estimular os alunos à pesquisa de campo, saindo com os seus grupos, para percorrerem o seu bairro escolhido como observação de diferentes estruturas arquitetônicas para estipular as suas estimada altura. 2°) Comprovar matematicamente, as estimativas. 3°) Fazer o uso do material concreto : astrolábio rudimentar. 4°) Confrontar opiniões e resultados obtidos. A atividade em sala foi um pouco difícil no inicio, devido à organização da turma e o entendimento por parte dos alunos nas diferentes abordagens que deveriam ser realizadas por diferentes grupos., nas Situações-Problemas. Houve diferenças no processo de resolução das situações-problemas, entre o colégio público e o particular, mas com a interferência das professoras, no final, obteve-se êxito em ambas as escolas. Concluiu-se que as três abordagens podem e devem ser integradas em uma única situação-problema, sendo assim, um facilitador na solução dos problemas propostos. O resultado expresso pela atividade deve fornecer ao professor informações sobre as competências de cada aluno em resolver problemas, em utilizar a linguagem matemática adequadamente, seja através de desenhos, tabelas, gráficos, para 15 comunicar suas idéias, para integrar todos esses aspectos no seu conhecimento matemático. A Resolução de Problemas proporciona aos alunos e professores a possibilidade de desenvolver problemas de qualquer natureza, utilizando problemas com enunciados curtos ou longos, contextualizados, obtendo uma aprendizagem mais significativa. Finalmente, o potencial heurístico é característica de cada um, pois sem criatividade, imaginação e potencial crítico não há garantia de aprendizado. Sendo assim, as etapas da Resolução de Problemas leva o aluno a elaborar estratégias, ter autonomia para chegar à solução de um problema, descobrindo assim a importância da interpretação dos enunciados e a capacidade de resolver problemas matemáticos. 16 5. REFERÊNCIAS: • ANDRINI, Álvaro; VASCONCELLOS, Maria José. Novo Praticando Matemática. São Paulo : Editora do Brasil, 2002. p. 248. • CASTRUCCI, Benedito; GIOVANNI, José Ruy; GIOVANNI Jr., José Ruy. A conquista da matemática: a + nova. São Paulo: FTD, 2007. P. 429. • CASTRUCCI, Benedito; GIOVANNI, José Ruy; GIOVANNI Jr., José Ruy. A conquista da matemática: a + nova. São Paulo: FTD, 2002. P. 367. • D´AMBRÓSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje?AnoII.N2.Brasília. 1989. p.15-19 • DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de Matemática. São Paulo : Ática, 1989. P.176. • KRULIK, Stephen; REYS, Robert E. A resolução de problemas na matemática escolar. São Paulo: Atual, 1997, p.360. • NICOLAU, Carlos. Tendências em Educação Matemática – Resolução de Problemas: Como resolver um problema envolvendo Função Exponencial.[2007] p. 29 • PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica,Curitiba: SEED, 2008.p.62-63. • POLYA, George. A Arte de Resolver \Problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 1995.p.196. • POLYA, George. A Arte de Resolver \Problemas: um novo aspecto do método matemático. Tradução e adaptação: Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.p.200. • http://www.google.com.br. Acesso em: 30 ago. 2010.