12 e 13 de agosto de 2011
ISSN 1984-9354
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
REGIONAL ATRAVÉS DE ATIVIDADES
EXTENSIONISTAS: O CASO DA UFT
Rosana Augusta de Oliveira
(Universidade de Taubaté)
Mônica Franchi Carniello
(Universidade de Taubaté)
Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci
(Universidade de Taubaté)
Resumo
As universidades têm papel relevante na realização de pesquisas, o que
reforça seu compromisso social de catalisar o desenvolvimento
regional, procurando diminuir as desigualdades econômicas e sociais
através da difusão dos conhecimentos orriundos dessas pesquisas. As
universidades têm sofrido pressão para alcançarem com sucesso sua
real função na sociedade; isso se deve ao fato do travamento
intramuros dos conhecimentos produzidos. A sociedade pretende
passar de objeto a sujeito, aproximando-se cada vez mais deste
ambiente produtor de conhecimento e isso é possível por meio da
extensão. O objetivo do artigo é justamente discutir a relevância da
extensão, sob o prisma da universidade e da sociedade, como também
explanar as dificuldades para realizá-la. Nesse sentido, foram
utilizados os procedimentos bibliográfico e documental. O método
utilizado foi a análise qualitativa através de estudo de caso, expondo
os projetos de extensão realizados pela Universidade Federal do
Tocantins. Notou-se que a UFT tem buscado contribuir para o
desenvolvimento da sua região através das atividades de extensão.
Palavras-chaves: Desenvolvimento Regional; Universidade Federal;
Extensão.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
12 e 13 de agosto de 2011
Introdução
As universidades têm passado por um processo de grandes cobranças. Nesse sentido,
questiona-se inclusive sobre a sua real função na sociedade, o que denota uma não convicção
quanto ao seu papel. De fato, a universidade possui uma missão bastante complexa, pois recai
sobre ela a difícil tarefa promover a formação de cidadãos que sejam capazes de enfrentar e
resolver os problemas da sua época. Como forma de legitimar-se, o que se vê nas
universidades são múltiplas ideias, ações complexas e empenho para estabelecer sua
finalidade na realidade em que se situa.
Esse cenário de alta complexidade é justificado pela multiplicidade de funções que as
universidades desempenham, sendo que cada função possui processos e fins diferentes, o que
demanda perfis também distintos, aliado ainda à complexidade organizacional inerente a elas.
Pois bem, harmonizar esses perfis, bem como cumprir as tarefas inerentes ao tripé que
sustenta as universidades, diga-se, ensino, pesquisa e extensão, através de ações interligadas
que satisfaçam os atores internos e a sociedade, não tem sido fácil.
Hoje a principal função de uma universidade pública é promover a reforma no
pensamento, de forma que englobe o surgimento de um novo padrão de conhecimento e,
claro, por diversos motivos a sociedade tem o direito de cobrar um bom desempenho da
universidade. Primeiramente, porque a rigor a sociedade mantém a universidade, através da
arrecadação de tributos.
A Universidade Federal do Tocantins (UFT) tem como objetivo oferecer medidas
educativas que aumentem o nível de vida dos tocantinenses, sendo a grande responsável pela
formação e qualificação dos tocantinenses, uma vez que possui 48 cursos de graduação, nos
quais são matriculados aproximadamente 12 mil alunos. Desta forma, nota-se sua relevante
participação no desenvolvimento de tecnologias que são direcionadas ao desenvolvimento
local e regional.
Tendo em vista as consequências da abertura comercial mundial, é preciso conseguir
transferir as tecnologias oriundas dessas pesquisas, como também alocar os profissionais lá
qualificados, e acima de tudo, amadurecidos civilmente, sendo o objetivo final dessas ações o
desenvolvimento da região em que todos estes atores estejam inseridos. Desta forma, a
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sociedade quer passar de objeto a sujeito, aproximando-se cada vez mais deste ambiente
produtor de conhecimento.
As universidades têm papel relevante na realização de pesquisas, o que reforça seu
compromisso social de catalisar o desenvolvimento regional, procurando diminuir as
desigualdades econômicas e sociais através da difusão dos conhecimentos oriundos dessas
pesquisas. Desta forma, a saída são as práticas extensionistas. Múltiplas são as ações
englobadas pela extensão e são variadas as áreas de atuação, como: práticas de serviço,
assistência técnica, ensino de extensão, difusão cultural. Essa função da universidade tem
grande poder de influência no cumprimento da formação de um novo paradigma de
conhecimento, pois amplia e fortalece o vínculo com a sociedade.
Nesse sentido, é preciso que a extensão passe por reformas, de forma que alcance
realmente a sociedade, fortalecendo e legitimando a Universidade Pública. Assim, a extensão
seria o ato de a universidade estender seus braços indo ao encontro da sociedade, ajudando-a a
sanar suas deficiências, como também apresentando novos rumos de crescimento e
modernização.
Entretanto, essa aproximação da sociedade com a universidade não é tão simples
assim. Isso demanda profissionais capacitados e envolvidos, recursos materiais, infraestrutura, enfim, recurso financeiro. Porém, não há previsão legal quanto ao fomento de
atividades extensionistas, tendo, contrariamente, previsão legal quanto à obrigação das
universidades de se fazer extensão, paradoxo este que merece ser discutido.
Sendo assim, este artigo pretende discutir a relevância da extensão, no prisma da
universidade e da sociedade, e as dificuldades encontradas para realizá-la. Através do
referencial teórico, espera-se entender o surgimento e a importância da função extensionista
na universidade, como também a sua contribuição em prol do desenvolvimento regional e, ao
final, analisar os projetos de extensão realizados pela UFT.
Referencial Teórico
Tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão.
A universidade seguiu a complexidade da sociedade atual, vertendo-se também em
complexa, com múltiplas funções e incluída em uma esfera constituída por interesses
diversos. No decorrer da sua história, assumiu várias funções.
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Foi responsável pela formação da cultura, até assumir a formação profissional
pertinente às atividades que formam emergindo, conforme as necessidades da sociedade. A
formação superior, por sua história, consolidou-se e pretende alcançar três objetivos que
devem ter articulação entre si, em que cada um assume panorama de prioridade nas variadas
situações históricas e sociais, onde surgem os desafios do homem. Acerca destes objetivos,
Severino (2010) evidencia
O primeiro objetivo é o da formação de profissionais das diferentes áreas aplicadas,
mediante o ensino/aprendizagem de habilidades e competências técnicas; o segundo
objetivo é o da formação do cientista mediante a disponibilização dos métodos e
conteúdos de conhecimento das diversas especialidades do conhecimento; e o
terceiro objetivo é aquele referente à formação do cidadão, pelo estímulo de uma
tomada de consciência, por parte do estudante, do sentido de sua existência
histórica, pessoal e social (p.22).
Tradicionalmente, a sociedade tem privilegiado a condição da universidade como
fornecedora do ensino e, principalmente na forma de difusão de conhecimentos e conteúdos
produzidos e reunidos ao longo do tempo. Paulatinamente foi surgindo a função investigativa,
que é de extrema relevância, pois essas três funções da universidade são articuladas, porém, o
aprendizado e o ensino têm como marco inicial a pesquisa. Esse processo evolutivo é
resultado do amoldamento da universidade às necessidades da sociedade.
Historicamente, o ensino a pesquisa evoluíram conforme a criação das universidades e
se fortaleceram como lugar de produção de conhecimento, e partir disso, emergiu a extensão
como implicação do conflito da razão de ser da universidade, tendo em vista que o que ela
gerava não se estendia de forma igualitária a todos, pois durante muito tempo foi privilégio da
elite. Porém, toda essa produção e investigação precisam ser repassadas à sociedade e como
salienta Carbonari (2007), “Nos últimos tempos a universidade começa a exercer uma série de
atividades além dos seus muros, ficando mais próxima dos problemas sociais, por meio da
extensão” (p. 25).
Desta forma, a extensão universitária deve ser vista como articuladora do ensino e
pesquisa, vinculando a universidade e a sociedade de forma fecunda, oportunizando a
contribuição do conhecimento na transformação da realidade. É preciso considerar ainda o
caráter pedagógico da extensão, uma vez que envolve docentes, discentes e comunidade no
sentido comum de aprender e enriquecer a produção do conhecimento. Acerca do aspecto
pedagógico da extensão, corrobora Severino (2010)
Com efeito, é graças à extensão que o pedagógico ganha sua dimensão política,
porque a formação do universitário pressupõe também uma inserção no social,
despertando-o para o entendimento do papel de todo saber na instauração do social.
Deste modo, a extensão tem grande alcance pedagógico, levando o jovem estudante
a vivenciar sua realidade social. É por meio dela que o sujeito/aprendiz irá formando
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sua nova consciência social. A extensão cria então um espaço de formação
pedagógica, numa dimensão própria e insubstituível (p.32).
A sociedade espera que o egresso de uma universidade não seja somente um
especialista naquele assunto técnico, quer, ademais, que ele seja um educador, um agente
político com força transformadora da realidade, que seja ainda um cidadão consciente e
comprometido com o desenvolvimento. Assim, o foco consiste em provocar nos discentes
uma consciência social, por meio de ações pedagógicas inseridas nos currículos escolares
como, por exemplo, atividades extensionistas.
A extensão é o meio pelo qual se devolve à sociedade os bens que foram criados
através da pesquisa, as quais foram subsidiadas pela própria sociedade. Neste diapasão,
Severino (2010) salienta
Chega a ser um escárnio e, no fundo, uma tremenda injustiça, a omissão da
instituição universitária em dar um mínimo que seja de retorno social ao
investimento que a sociedade faz nela. Este retorno deveria se dar mediante o
desenvolvimento de projetos de grande alcance social, envolvendo toda a população
universitária do país. E isto deveria ser feito de modo sistemático e competente, não
se tratando de iniciativas de caráter compensatório, de cunho assistencialista (p.35).
Destarte, todas as instituições de ensino superior não podem deixar de praticar
atividades extensionistas, pois somente desta forma será possível efetivar a formação integral
aos seus alunos, proporcionando o surgimento de uma nova consciência social, que é o início
da reconstrução da sociedade.
Consoantes, Loureiro e Cristóvão (2000), a extensão universitária pode ser entendida
como pontos múltiplos de ligação entre a universidade e os diversos segmentos da sociedade,
a qual se realiza comumente por meio da educação informal, da relação entre instituições e da
prestação direta de serviços à comunidade, visando concorrer com o desenvolvimento dos
indivíduos envolvidos.
No cenário político, social e econômico atual, a inclinação é pensar quais os meios em
que a extensão pode cooperar de forma direta na solução dos desafios sociais expressos nos
diálogos entre o governo e a comunidade (CARBONARI, 2007). Sendo assim, somente
ocorrerá a expansão do ensino superior se houver articulação entre o setor privado e público,
procurando promover políticas que estimulem o acesso ao ensino superior pelos diversos
grupos sociais, pois é uma forma adequada à distribuição regional de possibilitar
oportunidades de educação. Tudo isso depende do restabelecimento de uma nova relação
entre o Estado e as instituições de ensino superior.
Surgimento, definição da Extensão
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Analisando a história, vê-se que a extensão universitária se originou das necessidades
dos excluídos socialmente. Ela surgiu em 1917, por meio da Universidade Popular, que
posteriormente originou a Universidade São Paulo. Legalmente, a primeira vez que o termo
extensão surgiu foi em 1931 através do Decreto Federal n. 19.851, que concebe a extensão
como oportunidade de elevar culturalmente aqueles que não eram partícipes da vida
acadêmica.
Nesse Decreto, a extensão universitária tinha como finalidade “a difusão de
conhecimentos filosóficos, artísticos, literários e científicos, em benefício do aperfeiçoamento
individual e coletivo: cursos intra e extra-universitários, conferências”. Porém, só em 1968,
após a promulgação da Reforma do Ensino Superior, realizada pela Lei n. 5.540, é que as
atividades de ensino, pesquisa e extensão tornaram-se indissolúveis nas universidades
brasileiras, e sendo assim, somente após isso é que as universidades procuraram promover
práticas extensionistas.
Saraiva (2007) apresenta alguns marcos da história da Extensão. O período de 1960 a
1964 é marcado pelo movimento estudantil liderado pela União dos Estudantes - UNE, a qual
acreditava que a universidade deveria ter compromisso com as classes populares, e neste
sentido a extensão era essencial, pois oferecia cursos e serviços sociais. Na década seguinte, o
Ministério da Educação - MEC, institucionalizou o Crutac - Centros Rurais Universitários de
Treinamento e Ação Comunitária, e especificamente em 1975 elaborou o primeiro exemplar
da Política de Extensão Universitária no Brasil. O mesmo autor destaca ainda o importante
papel do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras Forproex, que a partir de 1980 passou a coordenar os debates e reflexão acerca da Extensão,
oferecendo respostas articuladas às ações que ocorriam dentro das instituições públicas de
ensino superior.
Em 1996, com a nova Lei de Diretrizes e Bases - LDB, a finalidade da extensão fica
bem clara, conforme inciso VII, do artigo 43: “(...) promover a extensão universitária, aberta à
participação da população, visando à difusão das conquistas e benefício resultantes da criação
cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição”.
De conseguinte, em 2001, a promulgação da Lei n. 10.172 foi bastante significativa,
pois possibilitou a adoção de créditos curriculares aos estudantes de graduação que trabalhem
ações extensionistas, o que contribuiu sobremaneira com a efetivação dessas ações no
ambiente universitário.
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Como se vê, a extensão percorreu um caminho longo, desde a primeira metade do
século com o surgimento tímido na universidade brasileira, passando do assistencialismo à
extensão acadêmica caracterizada pelo perfil científico e incorporado ao currículo, tornandose essencial na formação cidadã (CARRIJO, 2000).
Este autor afirma que a extensão universitária no Brasil pode ser apresentada por três
fases, tendo as duas primeiras a marca assistencialista. Segundo ele, a fase a inicial se volta
para o atendimento da população menos favorecida economicamente, através do estágio dos
universitários; a segunda, por sua vez, proporcionou visibilidade ao tema da cidadania; e a
última, com a intensidade da globalização, foi agravada pelo liberalismo e pelo Estado
mínimo.
Sobre o caráter assistencialista da extensão, Carbonari e Pereira (2007) ressaltam:
As atividades extensionistas foram muito criticadas pelo caráter assistencialista,
paternalista e domesticador de comunidades, que marcou a história da extensão no
Brasil. Em relação ás universidades públicas também muito se criticou o fato das
atividades surgirem para agregar as instituições aos programas do governo,
configurando-se em atividades anuladoras de sua autonomia, muito burocratizada,
submissa e descontínua (p.25).
Por mais que na prática ainda se observe o assistencialismo, através da oferta de
assessorias e cursos em variadas áreas técnicas à comunidade necessitada, o modo de realizar
atividades extensionistas tem passado por um processo de evolução. Nas universidades
públicas federais brasileiras tem surgido uma nova concepção, que representa uma postura
nova para a extensão, pautada na educação, na relação da teoria com a prática, que
proporciona o desenvolvimento de uma visão atual do sujeito e da sociedade. (JEZINE,
2006).
Com isso tudo, nota-se que a implementação da extensão foi impulsionada por
normativas políticas para o ensino superior, não resultando do amadurecimento institucional
quanto ao desempenho das suas funções sociais. É unânime o entendimento sobre o que é
pesquisa e ensino nas universidades em geral, entretanto, quanto à extensão não se tem tanta
clareza, havendo diversas correntes que almejam delimitá-la.
É latente a dificuldade dos doutrinadores sobre a definição de extensão universitária,
tendo em vista a ausência de consenso quanto aos seus verdadeiros objetivos. As atividades
extensionistas, na perspectiva de Jezine (2006), têm como objetivo transpor com a barreira da
ciência pragmática e técnica, da oposição entre prática e teoria, das ações com caráter
assistencialistas e sem interesse, que possuem a visão do indivíduo como objeto manipulável.
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Consoante Silva (2002 apud CARBONARI E PEREIRA, 2007) extensão “Para umas
é função, semelhante ao ensino e a pesquisa, que realiza compromissos sociais da
universidade; para outras, é comunicação, em que a extensão divulga e complementa as
funções de ensino e pesquisa; e, para outra, ainda, é princípio, uma vez que todas as outras
atividades passam a ser definidas a partir da extensão”. Soares (2002) enfatiza que um
importante passo para consolidar as atividades de extensão universitária foi dado pelo Plano
Nacional de Extensão resultante do Forproex, atualmente apoiado pelo MEC, e consoante tal
documento, extensão é
Prática acadêmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e de
pesquisa, com as demandas da maioria da população, possibilita a formação do
profissional cidadão e se credencia, cada vez mais, junto à sociedade como espaço
privilegiado de produção do conhecimento significativo para a superação das
desigualdades sociais existentes (p.279).
E o mesmo Fórum teve a felicidade de definir extensão universitária como “o processo
educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e
viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade” (SARAIVA, 2007, p. 227).
Freire, (1992), discutiu o conceito de extensão e concluiu “Daí que, em seu campo
associativo, o termo extensão se encontre em relação significativa com transmissão, entrega,
doação, messianismo, mecanicismo, invasão cultural etc. (...) Poder-se-ia dizer que a extensão
não é isto; que a extensão é educativa” (p.22).
Para Ribeiro (1984, apud LOUREIRO E CRISTÓVÃO 2000, p. 248), extensão
universitária, consoante a concepção da OCDE - Organização para a Cooperação Econômica
e para o Desenvolvimento, é “toda a atividade ou todo o serviço de formação, oferecido por
um estabelecimento de ensino superior com a finalidade de ajudar a coletividade local a
resolver os problemas que tem, quer nas regiões rurais, quer nas urbanas”.
Jezine (2006) fala sobre o novo perfil da extensão, em que se veste de relevância
científica, e abandona o papel de redentora da sociedade, e torna-se meio de promover a
organização política, cultural e social dos grupos desassociados, partindo da relação entre a
cultura da elite a popular, entre prática e teoria.
A extensão tem vastas possibilidades de atuação e neste sentido pode envolver grupos
universitários e um número enorme de pessoas das comunidades da região. Conforme destaca
o Plano Nacional de Educação, fruto da reunião do Forproex de 2001, “A extensão promove
um ambiente propício para uma adequada resposta social da universidade e para a produção
de riquezas intelectuais, levando à formação cidadã” (p.65).
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Importância da Universidade no Desenvolvimento Regional e a contribuição da
Extensão para que a Universidade cumpra esse papel
A capacitação tecnológica e científica no País está agrupada nas Universidades, em
especial as públicas, as quais têm sofrido pressão para alcançarem melhor desempenho no
processo de desenvolvimento das diversas regiões brasileiras. Como realça Saraiva (2007), as
universidades públicas foram fundadas para suprir às necessidades do País. Como estão
localizadas em todo o território brasileiro, sua presença sempre esteve filiada ao
desenvolvimento social, econômico, político e cultural da nação, pois representam espaços
singulares para se criar e armazenar conhecimentos, como também espaço para formação de
profissionais e cidadãos. Desta forma, é importantíssimo o papel das universidades na
discussão, elaboração e execução de políticas públicas que privilegiem a cidadania e o
cidadão.
E desta visão compartilha Menezes Neto (1983)
A universidade pode tornar-se um instrumento valioso do desenvolvimento, gerando
impulsos e produzindo influxos dinamizadores de um amplo processo de mudança
social. Porém, jamais deverá transformar-se em agência de desenvolvimento. Ela
poderá ser um fator de desenvolvimento, sem tornar-se servidor exclusivo dessa
tarefa. Cabe-lhe, isto sim, realizar o equilíbrio de duas tendências contraditórias,
com as quais ela se debate: atender às exigências de uma funcionalidade crescente
que o momento histórico lhe impõe e manter-se fiel às suas funções essenciais,
como sede da cultura humanística, da ciência e do pensamento liberal e crítico
(p.20).
O mesmo autor ainda destaca a crença de que a educação, por si só, determina o
desenvolvimento, pois generaliza, correlacionando diretamente a função educativa com o
processo de desenvolvimento social e econômico. Conclui que a educação influencia o
processo de desenvolvimento, porém pressupõe que sejam incorporados outros elementos
dinâmicos de mudança. Referido doutrinador acrescenta que a ação cultural, juntamente com
outros meios que valorize o indivíduo, são formas que podem suscitar no homem o desejo por
crescer e se capacitar, o que influenciará para que o mesmo se torne agente de
desenvolvimento. A partir do momento que o homem sente possibilidades para se expressar
ou pelo aumento do seu nível de informação, ele se percebe inserido na vida coletiva, o que é
indispensável na sociedade moderna.
No Brasil, a ligação entre sociedade e universidade sempre esteve dirigida
exclusivamente a alguns segmentos, em especial o setor produtivo e da elite econômica.
Sendo assim, já é o momento de acontecer a ampliação das fronteiras desta relação, o que
denota a transposição dos muros da universidade pela sociedade. E não há nada mais
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relevante para esta “extrapolação” de barreiras das universidades do que promover o
desenvolvimento social. As diferenças regionais brasileiras esperam essa função da
universidade, que é pensar o desenvolvimento regional, que consiste em assentar no lugar
certo as políticas públicas que equacionem as discrepâncias regionais e sociais. Neste
propósito, Priori (2007), afirma
O conhecimento universitário muito raramente consegue extrapolar os muros da
universidade e entrar em sintonia com o conhecimento e com as demandas da
realidade social externa a esses muros. A universidade precisa derrubar os seus
muros e abrir-se para a sociedade. Não para qualquer sociedade: para aquela que
produz riqueza, que gera e distribui rendas; para aquela que se preocupa com o bem
estar social; para aquela que busca a inclusão social ao invés da exclusão; para
aquela que pensa a sua cidade e a sua região como um espaço importante de
convivência e desenvolvimento, enfim: para a sociedade cidadã (p. 01).
A concepção da universidade é, principalmente, como local de produção de
conhecimento e formação de especialistas aptos a sanar as demandas sociais. Desta forma,
não se deve privilegiar a educação técnica, que é dirigida apenas à formação de profissionais
para a sociedade. Na relação sociedade e universidade, Liberalino (2002) releva o papel que a
extensão adquire, pois acredita que já é a ocasião de questionar essa concepção de
exclusividade de produção e organização do conhecimento.
Priori (2007) coaduna com este pensamento e afirma “A universidade pública, sendo
patrimônio da sociedade, deve oferecer respostas concretas à sociedade. Uma dessas formas é
através da extensão universitária” (p. 01). Sendo assim, as universidades devem fornecer e
manter os meios de produção do conhecimento, entretanto, acima disso, necessitam provocar
a implosão dos atuais entraves à difusão destes saberes reunidos pela ciência, que de fato se
amontoam na academia.
Loureiro e Cristóvão (2000) argumentam existir duas vertentes sobre as formas de
enxergar a universidade. Primeiramente, há os defensores do vínculo efetivo entre a
universidade e a sociedade e, de outra plana, existem aqueles que acreditam exatamente no
contrário, ou seja, consideram um exagero a preocupação da universidade em oferecer uma
satisfação às necessidades da sociedade. Estes julgam que as universidades devem ter foco
nas suas características acadêmicas, reforçando suas verdadeiras funções, que é o ensino e a
pesquisa. Entretanto, esta posição choca-se com o posicionamento dos autores que, malgrado
não tão atuais, saem em defesa da realização das duas funções pela Universidade.
A extensão possui uma gama de possibilidades de atuação, e estas possibilidades são
instrumentos eficientes na transferência de tecnologias que podem ser agentes estimuladores
de efeitos desenvolvimentistas em âmbito regional. Esta dinâmica tem ganhado espaço nas
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estratégias de extensão nas universidades, tendo em vista a importância da discussão de
experiências locais no planejamento regional. É o que afirma Sicsú (1997, p. 65)
Contudo, o que deve ser ressaltado é que a tendência atual de maior ênfase à
extensão universitária e de sua inserção nos principais programas de
desenvolvimento regional vem ao encontro dos novos rumos do planejamento
regional em que fatores endógenos são potencializados através de novos
pensamentos produtivos, destacando-se o conhecimento, a informação e o
desenvolvimento experimental.
Dificuldades em se fazer extensão
Não é possível fazer extensão sem recursos financeiros, da mesma forma que não é
possível realizá-la sem recursos humanos ou estrutura física apropriada. Além deste aporte, a
extensão depende ainda de ser reconhecida, institucionalmente e individualmente, como
importante ferramenta de disseminação do conhecimento.
Dentro das universidades públicas ocorre a discussão sobre políticas para a extensão,
as quais são organizadas e alimentadas pelo Fórum de Pró-reitores de Extensão das
Universidades Públicas Brasileiras, como também pelo Ministério da Educação. Do ponto de
vista financeiro, os incentivos são ínfimos, como destaca Carrijo (2000),
No entanto, os incentivos, até o momento, têm sido pautados num plano teórico e
político, faltando o incentivo financeiro para a concretização das ações de extensão
nas instituições públicas, que possa viabilizar o cumprimento do papel social da
universidade, com participação efetiva na busca por soluções dos problemas comuns
às comunidades excluídas ou em situação de risco (p. 21).
A Constituição Federal, em seu artigo 207, além de tratar da autonomia universitária,
reza que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão
financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão.” Entretanto, a mesma Constituição que indica a necessidade haver este
tripé nas universidades, devendo ser associados, aponta no seu artigo 213, parágrafo 2º, a
desobrigação do Estado a financiar atividades de pesquisa e extensão, pois afirma que “as
atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão [ou não] receber apoio financeiro do
Poder Público”.
A Carta Magna estabelece que, do produto anual de impostos da União, pelo menos
18% serão utilizados para manter e desenvolver o ensino. Desta forma, questiona-se a
indissociabilidade, pois somente um dos pilares possui recursos, enquanto os outros não têm
fonte garantida.
Sendo assim, resta à extensão reafirmar e justificar, constantemente, sua relevante
função na formação de alunos-cidadãos, como também na retroalimentação da produção de
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conhecimento, para que assim consiga assegurar parte do orçamento das universidades. A
única forma de a extensão superar a contradição constitucional é através desta alternativa que
algumas universidades estão encontrando, assegurando em seu orçamento recursos para
destinação de bolsas ou créditos curriculares para os alunos participantes dos programas
propostos de extensão, como é o caso da UFT.
Outra dificuldade encontrada na concretização de ações extensionistas se deve ao fato
dos atores fundamentais não enxergarem a extensão como função que integra o ensino ou a
pesquisa. Esses atores são os docentes. Eles vêem a universidade como ente que deve voltarse à pesquisa, pois é por meio dela que se sentem valorizados. Atualmente, o nível de
qualificação docente é medido pelo número de produção científica, o que culmina em maior
vantagem ao concorrer em editais de órgãos de fomento à pesquisa. Os docentes ainda não
compreenderam a gama de potencialidade que surge a partir da construção do conhecimento
por meio das atividades de extensão. Jezine (2006) evidencia que, pelo desenvolvimento da
história da Extensão, vê-se o quanto ela é marcada por ser atividade de valor científico
inferior, sendo alvo de críticas pelos estudiosos e políticas do governo.
Para que esse quadro seja revertido, e que ações desse pilar sejam realizadas, na visão
de Carrijo (2000, p. 23) é necessária uma “reelaboração tanto na sua estrutura quanto na
alocação de recursos financeiros, deixando, assim, de contribuir para a manutenção de um
quadro diferenciado e hierárquico na produção do conhecimento, que, de maneira perversa e
quase que “autofágica”, privilegia o ensino e a pesquisa em detrimento da extensão.” Assim,
só haverá uma comunidade universitária, verdadeiramente consciente, quando tratarem a
extensão como uma atividade que integra o fazer universitário.
Método
A pesquisa teve como procedimentos o bibliográfico e o documental. É bibliográfica
visto que foram utilizadas fontes secundárias, como livros e outros documentos
bibliográficos, os quais foram basilares no referencial teórico; e documental porque está
baseada em documentos primários (ANDRADE, 2009), como os relatórios anuais da PROEX
– UFT.
Severino (2007) destaca que a pesquisa bibliográfica “utiliza-se dados ou categorias
teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registradas. Os textos tornamse fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições
dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (p.122).” E complementando, Cervo,
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Bervian, Da Silva, (2007) apontam que este tipo de pesquisa é “meio de formação por
excelência e constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se
busca o domínio do estado da arte sobre determinado tema” (p. 61).
O objetivo é descritivo e pesquisas desse tipo são caracterizadas com observação,
registro, análise, classificação e interpretação, que devem ocorrer sem o interferimento do
pesquisador. Consoante Cervo, Bervian, Da Silva, (2007)
A pesquisa descritiva procura descobrir, com a maior precisão possível, a freqüência
com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e
suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na
vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto
do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas
(p. 62).
Quanto à abordagem, é vista como qualitativa, por meio de um estudo de caso, tendo
em vista que foram analisados os projetos de extensão realizados pela UFT. Severino (2007,
p.121), esclarece que o estudo de caso é “a pesquisa que se concentra no estudo de um caso
particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele
significativamente representativo. E Demo, (2009, p. 152), diz que a pesquisa qualitativa
“quer fazer jus à complexidade da realidade, curvando-se diante dela. Triviños (2010) aponta
que “Entre os tipos de pesquisa qualitativa característicos, talvez o Estudo de Caso seja um
dos mais relevantes” (p.133).
Universidade em estudo
Diante da heterogeneidade da população do Estado do Tocantins, a Universidade
Federal do Tocantins - UFT tem o desafio de oferecer medidas educativas que aumentem o
nível de vida dos tocantinenses. Deste modo, na UFT a educação se dá, de forma prioritária,
através dos cursos de graduação e licenciaturas, que totalizam 48 cursos de graduação,
distribuídos em sete campi: Araguaína, Arraias, Gurupi, Miracema, Palmas, Porto Nacional e
Tocantinópolis, tornando possível o acesso ao ensino público superior a estudantes de
diversas regiões. A universidade conta com 709 professores, 591 técnicos e cerca de 12 mil
alunos.
Além disso, há ainda a promoção de atividades de extensão e pesquisa, visando à
produção disseminação de conhecimentos que contribuam para a transformação da sociedade.
Considerando a potência vocacional do Tocantins, a UFT busca desenvolver o estado
oferecendo formação nas áreas de Agrárias e Ciências Biológicas, Ciências Sociais Aplicadas,
Humanas e Educação.
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Em suma, a missão da UFT é produzir e difundir conhecimentos para formar cidadãos
e profissionais qualificados, comprometidos com o desenvolvimento sustentável da
Amazônia. Já sua visão de futuro determina que até o ano de 2010 a UFT seria uma
Universidade consolidada, multicampi, um espaço de expressão democrática e cultural,
reconhecida pelo ensino de qualidade e pela pesquisa e extensão voltadas para o
desenvolvimento sustentável da Amazônia (UFT, 2010).
E a fim de cumprir tais objetivos, a universidade em tela tem como estratégia
desenvolver ambiente de excelência acadêmica; articulação com a sociedade; atuação
sistêmica e aprimoramento da gestão.
Exemplos de projetos extensionistas desenvolvidos pela UFT
A Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários - PROEX da
Universidade Federal do Tocantins que tem como lema o “Conhecimento, Compromisso
Social e Respeito à Diversidade”, foi criada em setembro de 2003 com a função de coordenar
as atividades de extensão universitária dos diversos setores da universidade, apoiar
programas, projetos e atividades. A PROEX tem como missão proporcionar condições para
que a comunidade tenha acesso às informações científicas, tecnológicas e culturais,
cooperando com a construção de novos conhecimentos e a integração da universidade com a
sociedade em geral. Desta forma, ela busca sistematizar seu trabalho conforme os acordos
pertencentes às diretrizes do Plano Nacional de Extensão, formuladas em conjunto com as
universidades públicas do Brasil.
A PROEX desenvolve projetos e programas em nível institucional, e os campi
universitários promovem em nível local. No âmbito dos campi e reitoria, no ano de 2008,
foram iniciados 28 projetos, no ano de 2009 houve uma crescente e o número foi a 54, e no
ano posterior o número alcançado foi de 20 projetos. Quanto aos projetos contínuos, a
Universidade Federal do Tocantins promove a extensão por meio de vários programas, que
estão disponíveis no link da PROEX, no sítio da UFT, e seguem adiante:
Comissão de Igualdade Racial que tem como objetivo incorporar a temática racial à
construção das políticas educacionais a serem implementadas na UFT. Realiza o Fórum
Indígena do Tocantins.
Dentro do Programa de Arte e Cultura, há a Agenda Cultural, o Corredor Cultural que
é um espaço expositivo para as obras de artes visuais (pintura, gravura e desenho), aberto à
comunidade acadêmica e externa. O programa pretende divulgar o trabalho artístico de
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professores, alunos, funcionários e da comunidade artística em geral. A área para exposição é
de aproximadamente 80m², estruturada com dois painéis fixos de 12m de largura por 2m de
altura e quatro painéis móveis de 1.60m de largura por 2.20m de altura. Além disso, conta
com iluminação apropriada para as obras.
Ainda dento do Programa Arte e Cultura há o projeto Salas Integradas que busca
prestadores de serviços para atuarem, conforme a demanda das escolas, como Instrutores de
Violão, Flauta, Pintura, Teatro, Coral, Dança e Balé; e estagiários das áreas de Informática,
Educação Física e Engenharia Agrícola para atuarem como instrutores das atividades deste
projeto. Existe ainda o projeto Teatro que seleciona pessoas para formar e integrar o grupo de
teatro da UFT, e destina-se aos acadêmicos e membros da comunidade que possuam interesse
e afinidade em atuar nas artes cênicas.
No Programa Ações Comunitárias, está o Projeto Rondon. Este projeto é Coordenado
pelo Ministério da Defesa, e permite que alunos universitários na condição de voluntários e
durante as férias acadêmicas, atuem em ações sócio-educativas em municípios carentes do
Brasil. O Rondon é um meio extensionista que as Instituições de Ensino Superior (IES)
públicas e privadas podem lançar mão para desenvolver projetos de forma prática e em função
das temáticas apresentadas em convite (edital) público do Ministério da Defesa.
Ainda dentro das Ações Comunitárias, encontra-se o projeto Curso de Libras, presente
nas cidades de Palmas, Porto Nacional, Araguaína e Miracema. O curso é voltado para
acadêmicos da UFT, profissionais da educação e comunidade em geral. O Curso é gratuito.
Há ainda o Curso de Língua Grega, que é dirigido a acadêmicos da UFT e à
comunidade em geral. O curso Língua Grega I – Morfologia - é um curso de extensão
universitária, e é gratuito. Há também o Centro de Estudos Continuados em Letras,
Linguística e Artes - CECLLA que visa selecionar alunos do curso de Letras presencial do
Campus de Porto Nacional para o desenvolvimento de atividades de cunho acadêmico,
relacionados à área de atuação – língua inglesa, dentro CECLLA, de Porto Nacional. Este é
um projeto de ensino e de extensão que favorece o desenvolvimento teórico e prático do
estudante e proporciona o bom desempenho do aluno nas suas atividades acadêmicas,
contribuindo para a formação profissional e social na área de ensino e aprendizagem de língua
inglesa.
A Ação Comunitária mais recente da UFT é o Programa de Acesso Democrático à
Universidade - Curso Pré-Vestibular Cidadão da Universidade Federal do Tocantins PADU que visa selecionar alunos de todos os cursos do campus de Palmas para o desenvolvimento
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de atividades de cunho acadêmico e social, que promovam a sua formação integral, na
perspectiva de indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, dentro do programa
PADU. É uma proposta que proporciona o bom desempenho do aluno e o seu
desenvolvimento teórico/prático, contribuindo para sua formação profissional e social, bem
como propõe atender aos objetivos de inserção social da Universidade.
O Programa UMA – Universidade da Maturidade, por sua vez, tem uma proposta
pedagógica voltada à melhoria da qualidade de vida da pessoa adulta e dos idosos, e visa à
integração dos mesmos com os alunos de graduação, identificando o papel e a
responsabilidade da Universidade em relação às pessoas de terceira idade. Afinal, dentre as
instituições públicas e privadas, a Universidade parece ser, no momento, a mais adequada e
capaz de estruturar para responder às necessidades específicas para pessoas acima de 45 anos,
tais como atividades físicas, culturais e sociais.
O trabalho realizado por meio deste projeto abre uma alternativa para as pessoas
adultas que a sociedade brasileira exclui, numa fase da vida em que detém experiência
acumulada e sabedoria. É um espaço de convivência social e de aquisição de novos
conhecimentos voltados para o envelhecer sadio e digno e, sobretudo, contribui para a tomada
de consciência da importância de participação do idoso na sociedade enquanto sujeito
histórico. A UMA está presente em sete pólos distribuídos no Tocantins e na Paraíba: Arraias,
Campina Grande, Gurupi, Miracema, Palmas, Porto Nacional e Tocantinópolis
A política de atendimento à Vida Adulta e ao Envelhecimento Humano tem por
missão desenvolver uma abordagem holística, com prioridade para a educação, a saúde, o
esporte, o lazer, a arte e a cultura, concretizando, desta forma um verdadeiro desenvolvimento
integral dos alunos, buscando uma melhoria da qualidade de vida e o resgate da cidadania.
Disciplinas ministradas na UMA: Fundamentos de Gerontologia, Direito do Idoso, Oficina do
Corpo, Informática, Dança, Cuidadores de Idosos, Educação Gerontológica, Língua
Intergeracional,
Economia
Doméstica,
Atividade
Física
e
Envelhecimento,
Empreendedorismo na Maturidade, Dança, Informática, UMA no Parque, UMA Sorriso,
Xadrez na Maturidade, Oficina da Oração, Gerontologia Social, Qualidade de Vida e
Envelhecimento, Hotelaria, Estágio Supervisionado, Informática, Mediação e Conflitos.
Quanto ao Programa Mídias em Educação, visa selecionar Monitores para o Campus
de Arraias e o Campus de Palmas visando à atuação no Programa de Formação Continuada
Mídias em Educação. Monitoria é a atividade discente, de âmbito acadêmico, que aponta à
melhoria do processo ensino e aprendizagem, fortalecendo a articulação teoria/prática e a
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integração curricular em seus diferentes aspectos e promovendo a cooperação acadêmica entre
discentes e docentes, de modo a intensificar o relacionamento entre alunos e professores.
Busca assessorar a coordenação e os professores em atividades de: Dinamização de momentos
presenciais e orientação aos cursistas nas dúvidas quanto ao acesso ao ambiente virtual eProinfo; Orientação acadêmica quanto ao programa em curso; Acompanhamento da
aprendizagem e do desempenho dos cursistas durante o programa; Aplicação e correção de
tarefas constantes do processo de avaliação; Produção de documentos e relatórios necessários
ao controle do desempenho dos cursistas; Participação na avaliação do programa.
Já o Programa Conexão Saberes, busca dar continuidade ao processo de elaboração e
aplicação de ações para o estreitamento dos vínculos (conexão) entre os espaços (saberes)
acadêmico e popular, de forma a garantir o acesso e permanência com qualidade de estudantes
oriundos deste último espaço na Universidade Federal do Tocantins. Tais ações devem atuar
em três campos, a saber: o estudante de origem popular; comunidades que representem os
espaços populares e o espaço acadêmico, este último representado pela própria UFT.
Com o objetivo geral de promover a assistência técnica especializada ao processo de
inovação, em todos os seus aspectos, por meio de arranjos de instituições especializadas na
extensão e assistência tecnológica; o SIBRATEC seleciona instituições que integram as Redes
de Extensão Tecnológica do Sistema Brasileiro de Tecnologia e que possuem aporte de
recursos financeiros do FNDCT.
No que concerne aos Assuntos Estudantis, a PROEX promove as Semanas
Acadêmicas através de edital, em que são analisadas propostas para realização de Semana
Acadêmica pelos Colegiados dos Cursos e pelo Colegiado do Grupo de Trabalho Indígena. A
Semana Acadêmica visa desenvolver nos alunos atitudes ligadas ao aprimoramento do
conhecimento profissional, científico, tecnológico, artístico e cultural, bem como atitudes
inerentes aos aspectos de organização e participação em eventos. Os cursos contemplados
recebem um translado aéreo ou terrestre nacional de capital para capital; Diária para um
palestrante, o mesmo que foi solicitada a passagem aérea ou terrestre; 400 folders e 50
cartazes padrão PROEX; Certificado padrão PROEX.
O programa DiverCidades é uma iniciativa da Diretoria de cultura da PROEX-UFT, e
busca contribuir com as diversas formas de expressões que convivem no estado do Tocantins
de uma maneira geral, e nas cidades onde a Universidade Federal do Tocantins atua, de uma
maneira mais específica. O programa surge embasado nos princípios do desenvolvimento
sustentável e equitativo de acordo com a Convenção sobre a Proteção e Promoção da
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Diversidade das Expressões Culturais, criada em Paris na Conferência Geral da Organização
das Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura, em outubro de 2005.
A UFT, de acordo com o desenvolvimento de suas ações afirmativas, possui
intercâmbio com países africanos de língua portuguesa, cotas para o ingresso de alunos
indígenas, além de forte presença de alunos afro-descendentes em seu quadro discente. Tratase, assim, de um programa de gestão da política cultural universitária da UFT, que pretende
abraçar o desafio de proteção e promoção da diversidade das expressões do Estado do
Tocantins, em consonância com a política cultural nacional que vem sendo desenvolvida pelo
Ministério da Cultura. A princípio, a atuação do programa já contempla oito cidades
tocantinenses, a saber: Miracema, em Porto Nacional, Tocantinópolis, Araguaína, Arraias,
Palmas, Gurupi e Natividade.
Resultados e discussão
Frente aos conceitos discutidos e diante do referencial teórico apresentado, analisou-se
as atividades extensionistas realizadas pela Universidade Federal do Tocantins. Vê-se que a
UFT tenta implementar ações de extensão, apesar das dificuldades que todas as universidades
públicas federais enfrentam, tendo em vista a obrigatoriedade de realizá-la, confrontando com
a inexistência de asseguramento de recursos financeiros para tal.
Nota-se um grande número de ações e programas da PROEX que almejam alcançar
todos os aspectos relacionados à extensão, como: cultural, artístico, igualdade racial, em
especial os indígenas, terceira idade, assuntos comunitários, formação continuada, entre
outros. Vê-se que a UFT, tem buscado essa nova face da extensão, que ao contrário do
assistencialismo, almeja basear-se na educação através da relação teoria e prática, e acima
disso visa formar cidadãos comprometidos com a sociedade e, principalmente, envolvidos
com desenvolvimento desta.
Desta forma, conclui-se que a UFT é sensível à importância da extensão e assim busca
cumprir sua função de ensinar, investigar e transferir tais conhecimentos à sociedade,
objetivando abrir seus muros para recebê-la.
Para superar as dificuldades financeiras que custeiam as atividades de extensão, a UFT
disponibiliza do seu orçamento um montante que é utilizado em diárias, materiais e bolsas, o
que denota seu respeito e compromisso com a extensão.
Considerações finais
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Pela grande quantidade de projetos de extensão desenvolvidos na UFT, conclui-se que
a mesma sabe da importância dessa atividade. Os projetos desenvolvidos pela Universidade
em destaque contribuem sobremaneira para o desenvolvimento regional, pois proporcionam a
difusão do conhecimento, a retroalimentação do sistema acadêmico, a aproximação da
sociedade com a universidade, a intervenção do desenvolvimento social, inclusão social dos
menos favorecidos, e difunde o conhecimento e cultura popular.
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