O CONTEXTO EDUCACIONAL DO ENSINO MÉDIO RENOVADO Camila Maria da Silva (LETRAS- UEL) Edilaine Aparecida de Godoi Ferreira de Almeida (LETRAS-UEL) Elvira Lopes Nascimento (Orientadora) RESUMO O Ensino Médio Inovador apresenta-se como estratégia do MEC para uma renovação dos currículos, tem o propósito de fomentar e subsidiar novas propostas curriculares que garantam a permanência dos estudantes na escola, bem como a formação integral por meio da dinamização do currículo e do atendimento das necessidades individuais e sociais dos estudantes. Nesse contexto educacional, cabe a essa pesquisa aplicar e analisar questões quantitativas e qualitativas relacionadas aos conhecimentos e reflexões dos professores e escolas acerca do programa. Nossa pesquisa parte da premissa de que é preciso conhecer para transformar, o que nos leva a analisar os documentos norteadores do Ensino Médio no Brasil e no Paraná para, em um segundo momento verificar como são elaborados os livros didáticos a partir dos postulados desses documentos prescritivos. Posteriormente, desenvolver-se-ão os dispositivos para transposição didática, visando à atualização dos gestos profissionais que mediarão tais ações tendo em vista o desenvolvimento de capacidades e habilidades de linguagem dos alunos. Palavras-chave: ensino médio; documentos prescritivos; gêneros textuais. 338 INTRODUÇÃO A educação nacional pública beneficia milhares de brasileiros com ações para a apropriação e desenvolvimento do letramento inicial, passando pela educação básica até a formação acadêmica e profissional. Contudo, constantemente vemos a escola pública como tema de chacota, charges e críticas aos resultados insatisfatórios obtidos nas grandes avaliações, colocando sempre o nosso país em posição desalentadora quando comparados aos países emergentes como o nosso. As instituições governamentais reagem com novos programas para mudar esses resultados. Um desses programas é o PROEMI – Programa de Ensino Médio Inovador, que se apresenta como estratégia do MEC PARA fomentar e subsidiar novas propostas que garantam a permanência dos estudantes na escola, bem como a formação integral por meio da dinamização do currículo e do atendimento das necessidades individuais e sociais dos estudantes. Com o objetivo geral de conhecermos e compreendermos esse projeto direcionado ao EM, até que ponto ele é (re) conhecido e recebido no contexto do Ensino Médio de escolas públicas de Londrina, assim como é avaliado pelos professores que o implementam, este estudo apresenta: 1. reflexão sobre o contexto do ensino médio público; 2. uma breve explicitação do que entendemos do conceito de representação; 3. a análise da proposta do projeto de Redesenho Curricular; 4. a estrutura operacional do PROEMI - Programa Ensino Médio Inovador e, finalmente, as considerações finais. Dados quantitativos resultantes de entrevistas a professores contribuem para a validação da premissa inicial e nos dão argumentos para defendermos a importância da investigação sobre esse Programa e seus resultados no contexto do EM da escola pública no Brasil. 1. O ENSINO MÉDIO NO TEXTO ATUAL BRASILEIRO A história da educação, segundo Geraldi (1993, p. 76) “[...] recupera avanços e recuos, perceptíveis como tais somente ao olhar contemporâneo”. Tratando-se do ensino médio brasileiro atual a situação tem sido dramática, relacionadas à situação 339 de algumas escolas no Brasil, à formação profissional, à desmotivação para o trabalho em um contexto de desvalorização do conhecimento e da educação formal e como resultado disso, a situação de fadiga e stress dos profissionais da educação. (NASCIMENTO, 2014). Tratando-se do ensino e aprendizagem de língua portuguesa, linguistas aplicados falam hoje em “novos letramentos e em multiletramentos aliados a novas tecnologias para a ressignificação pelo alunado das novas cristalizações letradas” (ROJO, 2013, p. 82). Na mesma direção, Wittke (2007) defende que o ensino da LP deve funcionar como exercício que visa desenvolvimento do potencial comunicativo do aluno e se refere às Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) que sugerem que professor de Língua Portuguesa propicie ao aluno a prática, a discussão e a leitura de textos das diferentes esferas sociais, pois a linguagem é um fato social ligado à interação social, e os valores ideológicos são colocados em circulação pelos textos e destes, são especialmente importantes para a cidadania, os valores éticos e políticos. Nesse quadro de novas concepções para o ensino de língua portuguesa, os problemas no ensino médio se tronam mais latentes, pela faixa etária dos alunos e pela eminência da busca de uma profissão. Diante disso, lançar novos programas e sedimentar novas teorias, como afirma Possenti (1996) não significa que a realidade vai se transformar magicamente, uma vez que : Se as teses fossem transformadas e práticas, muitas das atividades atuais seriam substituídas. Se as teses expressarem verdades, sua aplicação resultará em considerável melhoria do ensino. (POSSENTI, 1996, p. 12) Conhecer a realidade da escola e seus alunos, diagnosticar seus problemas e necessidades é o melhor ponto de partida para a formação do profissional que vai atuar nesse contexto, assim do aluno que nele vivencia a sua formação. A vida da escola em seu cotidiano de atividades não pode estar desligada da vida social externa aos muros escolares. A característica conservadora de algumas escolas resultante da pouca formação de professores para lidar com os “novos letramentos” e “multiletramentos”, ainda que embora recebam instrumentos e subsídios para se atualizarem, afasta ainda mais os alunos, desejosos e curiosos de trabalhar com novos 340 temas, novos objetos de ensino mediados por novas ferramentas didáticas, o que significa ir além do uso da lousa e do giz. Pesquisas indicam (COELHO, 2013; VALEZI, 2014 e outras) que há necessidade de readequação dos métodos e objetos de ensino, para que ir além do que Bakhtin/Voloschinov se referem (1986, p. 142) quando afirmam: “o ensino das disciplinas verbais conhece duas modalidades básicas escolares de transmissão que assimila o [discurso de] outrem (do texto, das regras, dos exemplos): “de cór” e “com suas próprias palavras”. Ou seja, ir além do foco no sistema da língua, na gramática descontextualizada das práticas sociais que materializam gêneros textuais. Geraldi (1993) pactua dessa ideia ao afirmar que “se quisermos traçar uma especificidade para o ensino de língua portuguesa, é no trabalho com textos que a encontraremos”. (GERALDI, 1993, p. 105) As prescrições dos documentos oficiais (PCN) auxiliam nessa caminhada rumo à melhorias na educação, afinal eles “foram elaborados para difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e metodologias” (INEP, 2010). Diante da grandeza do país e sua diversidade regional, cultura e política, Rojo (2009) ainda ressalta que “os PCNs buscam parametrizar referências nacionais para as práticas educativas procurando fomentar a reflexão sobre os currículos estaduais e municipais [...]”. 2. A PROPOSTA DE INOVAÇÃO DO EM: O PROJETO DE REDESENHO CURRICULAR (PRC) Segundo fontes governamentais, o Projeto de Redesenho Curricular constitui uma proposta de ensino que é associada ao PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), apresentada como estratégia do governo federal para uma renovação dos currículos do Ensino Médio e articulada aos programas e ações já existentes no âmbito federal e estadual. Segundo esse documento, o PRC tem o propósito de fomentar e subsidiar novas propostas curriculares que garantam a permanência dos estudantes na 341 escola, bem como a formação integral por meio da dinamização do currículo e do atendimento das necessidades individuais e sociais dos estudantes. De acordo com o MEC o programa se justifica a partir das necessidades de políticas que busquem agir sobre os desafios sociais apresentados nos últimos tempos, já que é entendido como a etapa final da educação básica (Lei 9.394/96 Diretrizes de Base da Educação Nacional). Esta colocação pela LDB atribui ao ensino médio características fundamentais de mediador entre o ensino fundamental e o ensino superior, tendo por objetivo uma formação que garanta o desenvolvimento do estudante em âmbito social, profissional e acadêmico (sequência dos estudos). Com esse argumento o PROEMI visa proporcionar diferentes formas de organização curricular (a partir das realidades locais), e, sobretudo, estabelecer princípios orientadores para garantia de uma formação eficaz. Conforme apresenta o documento orientador do ProEMI (2013), o programa se fundamenta como uma proposta de ensino médio de identidade unitária que visa abolir as divergências entre os cursos propedêuticos (conhecimentos básico em diversas disciplinas) e os cursos profissionalizantes, agregando em si uma formação contextualizada da realidade do país e as realidades regionais. Na ótica do programa, o currículo do ensino médio deve levar em conta os avanços dos conhecimentos científicos e tecnológicos e também associar a cultura como elemento da formação. Além de ser capaz de promover a capacidade de pensar, refletir, compreender e agir sobre as especificidades da vida social e produtiva, articulando trabalho, ciência e cultura. O currículo inovador deve apresentar propostas de ações que, viabilizem o protagonismo juvenil, a participação da comunidade no espaço escolar, e a garantia de qualidade dos serviços oferecidos. Conforme o documento orientador (2013) prescreve, deve também propor instrumentos de fortalecimento, da gestão dos sistemas, da gestão escolar, melhoria das condições de trabalho docente e formação inicial e continuada, de apoio às práticas docentes, de apoio ao aluno jovem e adulto trabalhador, de infraestrutura física, de recursos pedagógicos, de elaboração de pesquisas relativas ao ensino médio e a juventude, além 342 de uma articulação interdisciplinar voltada ao desenvolvimento de conhecimentos – saberes, competências, valores e práticas. Para o MEC, responsável na elaboração do documento orientador (2013), o novo currículo deve seguir os critérios referenciais apresentados no documento orientador do programa, que assinala pontos como: carga horária mínima de 3000 horas, sendo 2400 obrigatórias e 600 implantadas gradativamente; Foco nas áreas do conhecimento conforme as DCNEM (orientadoras do ENEM); Foco na leitura e letramento; Atividades que fundamentem os processos de iniciação científica e de pesquisa; Atividades de língua estrangeira; Atividades de produção artística; Atividades esportivas; Atividades que englobem as novas mídias e tecnologias; Práticas pedagógicas multi ou interdisciplinar; Dedicação integral do docente à escola; Participação dos estudantes no ENEM. O documento orientador traz também os indicativos financeiros para custeio desse programa pela escola, sendo essas divididas em grupos por número de alunos que vão de até 700 alunos àquelas com mais de 2.800 alunos. Os recursos financeiros são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e repassados direto à escola por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). 2.2. PROEMI: estrutura operacional O MEC postula no documento orientador (2013) do PROEMI que o programa tem sua estrutura operacional a nível nacional divida em Coordenação Geral – Comitê Gestor – Comitê Técnico, compreendendo representantes do MEC, da Secretaria de Educação Básica e de outros seguimentos/ setores relacionados à educação e ensino (SEB/MEC/CONSED/CNTE/UBES/OUTROS). Entretanto são as Secretarias Estaduais as responsáveis pelas ações de coordenação nos estados. Cabe à secretaria estadual instituir o Programa, selecionar e indicar as escolas que participarão do mesmo, estruturar comitê gestor estadual, garantir a permanência de um professor 40 horas semanais em cada escola indicada com dedicação exclusiva ao programa, entre outros elementos que visam à eficiência e 343 eficácia do programa na escola. O MEC oferece material de orientações e apoio financeiro para que tal proposta tenha êxito e a adesão das escolas ao Programa é realizada por meio de indicação feita pelo Secretário de Educação Estadual ou Distrital através do PAR/SIMEC, que abre inserção de novas escolas anualmente. 3. O CONCEITO DE REPRESENTAÇÃO NO QUADRO DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO Para Magalhães (2004), pesquisadora filiada ao ISD (BRONCKART, 2003) representação é um conceito que implica uma cadeia de significações construídas nas constantes negociações entre os participantes das interações. Pelas representações de um sujeito semiotizadas na linguagem, o analista da linguagem pode apreender as compreensões, expectativas, intenções, valores, crenças, apreciações valorativas (BAKHTIN, 1992) que são referentes tanto ao mundo físico (a situação material de produção); ao mundo social (com suas normas, valores e símbolos) e também quanto ao mundo subjetivo (com a imagem que o sujeito faz de si ao agir enquanto sujeito mergulhado em um contexto social particular, portanto a representação das suas capacidades e competências para fazer). Considerando que a todo momento somos avaliados socialmente, as representações são desconstruídas e revistas permanentemente. Nessa perspectiva, as representações são sempre construídas dentro de contextos sócio-históricos e culturais e relacionadas a questões políticas, ideológicas e teóricas e, portanto, a valores, verdades que determinam quem detém o poder de falar em nome de quem, quais são os discursos valorizados e a que interesses servem. A compreensão do conceito de representação é crucial no quadro de uma formação de professor que seja reflexiva e crítica, porque salienta as diferentes formas de perceber o mundo, de significá-lo. Nos estudos da linguagem esse conceito é importante porque nos permite trazer à luz as operações (capacidades de ação, discursivas e linguístico-discursivas), que organizam a forma como os textos são interpretados, usados e recebidos dentro de contextos e práticas. Como nesta pesquisa 344 os dados emergem das respostas a um questionário, compreender e aplicar o conceito de representação se torna muito importante. 4. METODOLOGIA DE PESQUISA O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa de cunho qualitativo, que envolve procedimentos de coleta de dados que resultam em dados abertos que serão analisados posteriormente por métodos não estatísticos. Nessa perspectiva, buscamos nossos dados em um local em que estavam reunidos muitos professores da rede pública para um curso de formação PDE, com a finalidade de identificar o posicionamento daqueles professores de LP – representativos do universo de professores de LP do EM da rede pública – em relação ao PROEMI. Nesse contexto, aplicamos questionário aos professores presentes que estivessem lotados em escolas de EM na região de Londrina –PR. Esse instrumento de pesquisa foi composto por seis (06) questões abrangentes que davam possibilidade aos respondentes de expressarem sua opinião sobre o Programa em seu contexto de atuação profissional. 4.1. Dados e resultados Com a pesquisa, foi possível obter um parâmetro acerca do conhecimento do Programa pelos professores, bem como suas representações sobre o mesmo. Os dados obtidos serão discutidos na seção a seguir A seguir são apresentados questionamentos e as considerações apontadas pelos respondentes. O negrito foi utilizado como forma de destacar as questões. A sua escola tem conhecimento acerca desse programa? 75% dos respondentes afirmam ter conhecimento sobre o programa, bem como as escolas em que atuam, e 25% desconhecem o programa. Qual a posição da escola em relação à implantação do ProEMI? 345 75% dos respondentes afirmam ser favoráveis a implantação do programa, 25% se apresentam sem posicionamento. A sua escola já adota a proposta do Programa Ensino Médio Inovador? Desde quando? 75% dos respondentes afirmam que as escolas onde atuam já adotam o programa, sendo que desde percentual, 1/4 das escolas adotaram o programa nos anos de 2010 a 2013, e os demais 3/4 adoraram tal programa este ano. Os demais 25% dos respondentes dizem não adotar a proposta. Qual a posição da escola em relação à mudança de disciplinas para áreas de conhecimento? Por quê? 75% dos respondentes são favoráveis à mudança, pois consideram de grande valor o trabalho interdisciplinar. Os 25% restantes disseram ser desfavoráveis, por conta da inviabilidade de espaço físico da escola e das dificuldades de reorganizar o currículo escolar. Sabendo do currículo do ProEMI por meio das áreas do conhecimento, a sua comunidade escolar (direção, professores, funcionários, alunos e pais ) consideram necessárias adaptações na estrutura física e humana da escola? Quais? Por quê? 100% dos respondentes apresentam necessidades de adaptações estruturais e humanas. A construção de mais salas e a reorganização de horário de professores foram as apontadas. O novo currículo atende a demanda dos vestibulares e do ENEM? Por quê? 100% dos respondentes acreditam que o novo currículo atende a demanda tanto dos vestibulares quanto do ENEM. Destes, 50% consideram que estes mecanismos de avaliação exigem do aluno uma nova interpretação do saber e que o novo currículo favorece o aprendizado, os demais 50% não apontaram o por que. O gráfico a seguir sintetiza esses resultados: 346 Os resultados da análise dos dados emergentes do questionário demonstram que as escolas ainda estão em fase de “testes” em relação a nova proposta, entretanto há aquelas que ainda não o conhecem. Levando em consideração a maioria das respostas, é possível dizer que os professores que atuam no contexto do ensino médio representam o Programa como uma alternativa positiva de mudança na organização do EM. Os dados referentes ao trabalho interdisciplinar demonstram que os professores consideram essa alternativa como indispensável para o ensino significativo e contextualizado nas práticas sociais – importante, sobretudo na faixa etária dos estudantes do ensino médio. Chama a atenção nas respostas dos professores, a ênfase que dão ao trabalho com projetos em focalizem questões relevantes à comunidade. A unaminidade das respostas sobre a importância do currículo atender a demanda dos vestibulares e do Enem, contudo deixa entrever que há pouco esclarecimento ainda sobre o Programa, considerando que as avaliações pós-ensino médio se apresentam como avaliações que dizem respeito às aprendizagens dos conteúdos no final do ensino médio, ou seja, depois das possíveis ações na sala de aula. A nosso ver, o ProEMI se propõe a muito mais, além da preparação para o vestibular e o Enem, é preparação integral para a vida cidadã. Também chama a atenção as representações dos professores 347 sobre os problemas de adequação à estrutura física, pois o Programa prevê trabalhos em ambiente de laboratórios. Outra questão problemática para os professores é a que envolve a carga horária dos professores, pois consideram insuficientes as horas/aula da disciplina de língua portuguesa no ensino médio. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho procuramos identificar quais são as orientações dos documentos norteados para a educação em nosso país, especialmente em relação ao ensino médio e a sua aplicabilidade nas escolas. Fundamentados à luz de conceitos de Bakhtin e Voloshinov, Bronckart e autores filiados ao ISD (NASCIMENTO, 2014a e 2014b) e às propostas de multiletramentos (ROJO, 2012e 2013) evidenciamos que tais documentos norteadores – DCE, PCN e outros – trazem em suas referências a exigência de um ensino aprendizado vinculado às práticas sociais. No entanto, não é exatamente o que vimos na prática, pois mesmo que as prescrições nacionais direcionem o ensino nesse caminho, readequações são necessárias para que a escola dê conta de tal proposta, apresentada pelo Ministério da Educação visando proporcionar diferentes formas de organização curricular, dando à escola “autonomia” em sua reorganização. Desta forma, a partir da pesquisa apresentada neste trabalho evidenciamos que os professores e as escolas, embora tenham certa liberdade de reorganização de seus currículos e sejam em sua maioria favoráveis ao novo Programa, consideram que há elementos imprescindíveis destacados pelo ProEMI em sua execução que são de difícil implementação por algumas escolas. As duas maiores dificuldades são a falta de estrutura física e humana, as mesmas apresentadas em momentos anteriores ao novo programa. Assim sendo, a nova proposta instituída pelo governo tem intenções interessantes e objetivos que, em tese, poderiam elevar o nível da educação nacional o que certamente refletiria nos resultados obtidos nas avaliações nacionais, porém, o Programa ainda falha para resolver em problemas antigos. 348 REFERÊNCIAS BAKHTIN, M./VOLOCHINOV [1929]. Marxismo e Filosofia da Linguagem: Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 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