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Portos Brasileiros
INFORME PUBLICITÁRIO
TERÇA-FEIRA, 25 DE OUTUBRO DE 2011
ESTALEIROS
INDÚSTRIA NAVAL
RESSURGE
O setor petrolífero alavancou e está investindo na construção de embarcações:
setor já registra 56 mil empregos diretos
Os projetos de
novos estaleiros se
espalham por todo o
litoral brasileiro e até
em Araçatuba (SP)
Segundo informações do Sinaval, estão em construção nove sondas de perfuração e sete naviossonda, havendo a possibilidade de
novos contratos ainda neste ano,
como os 14 navios petroleiros e para derivados licitados pela Petrobras. Também foi anunciada a
construção de mais 21 navios-sonda. O Fundo da Marinha Mercante
já aprovou o financiamento de 29
navios de apoio marítimo, 24 empurradores e 124 barcaças fluviais.
O presidente da Associação
Brasileira das Empresas do Setor
Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, explica que,
embora a maioria dos 45 estaleiros de maior porte existentes no
País não divulguem seus balanços, a entidade estima que o setor
fature cerca de R$ 6,3 bilhões por
ano. Segundo ele, “R$ 2,5 bilhões
são referentes à construção de navios, R$ 3 bilhões à construção
de plataformas e seus módulos; e
cerca de R$ 300 milhões de outros segmentos, como rebocadores portuários, comboios para na-
vegação fluvial e outros”.
Mendonça destaca que um dos
desafios mais importantes para o
setor foi o aumento da obrigatoriedade de conteúdo local (componentes de fabricação nacional) nos
fornecimentos a navios e plataformas. “A cadeia produtiva vem
acompanhando bem o ritmo da
construção em andamento. A participação do conteúdo local no valor
total dos fornecimentos aos estaleiros varia de 63% a 72%”, explica.
Mas ainda existem os desafios da
qualificação e formação de recursos humanos, aumento do conteúdo local nos fornecimentos a navios e plataformas e o aumento da
competitividade e a inovação da
construção naval e offshore.
As perspectivas do setor são
otimistas. O segmento de petróleo
e gás (navios e plataformas de
produção) lidera o crescimento,
com uma programação de encomendas para os próximos dez
anos. O presidente da Abenav afirma que esse segmento está impulsionando o mercado interno, assim
como a cabotagem e a navegação
fluvial. Mesmo com o fantasma de
uma redução do crescimento chinês, que assombra os países ocidentais, o País terá condições de
superar o problema.
Para Mendonça, a implantação
de um estaleiro deve ser tratada
com cuidado. “A preservação do
meio ambiente é uma política pública que a Abenav defende e apoia.
O estaleiro não é uma indústria poluente, sua principal material-prima
é o aço, que é totalmente reciclado.
Mas a implantação de um estaleiro
provoca grande impacto local”, explica. Ele afirma que, como é um
projeto de grande porte, geralmente
empregando de mil a três mil pessoas, o estaleiro precisa ter uma logística urbana de serviços e transportes em seu entorno: “Há uma
transformação relevante econômica
e social nas localidades onde o estaleiro será implantado. Todos esses
fatores precisam ser bem avaliados
e é essencial que os órgãos ambientais, municipais, estaduais e federais examinem o projeto e escutem
as populações”.
JURONG
Enquanto os estaleiros nacionais disputam o crescente número
de encomendas, que incluem sondas e plataformas de exploração,
outra contenda é pela implantação
de estaleiros, que trazem consigo
uma grande cadeia produtiva e desenvolvimento econômico nas regiões em que se instalam. É com
essa pespectiva que o Estaleiro Ju-
Estaleiro Jurong Aracruz
O
ressurgimento da indústria naval brasileira, depois de ocupar o segundo
lugar do mundo na década de 1970
(agora é a quinta colocada), veio
com a força de um tsunami, impulsionado principalmente pela avalanche de investimentos do setor
petrolífero. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de
Construção e Reparação Naval e
Offshore (Sinaval), o setor registra
56 mil empregos diretos (mais 32
mil na indústria náutica de lazer e
turismo) para uma carteira de 278
encomendas, num valor perto de
US$ 7 bilhões.
Só a Petrobras prevê investimentos de US$ 224,7 bilhões em
seu plano de negócios 2011/2015,
para atender às necessidades da exploração do pré-sal. No Brasil, serão utilizados 95% desse valor. A
subsidiária Transpetro, maior armadora da América Latina e principal empresa de logística, transporte
e armazenagem de petróleo e derivados, álcool e gás natural do País,
vai ter mais 49 navios até 2015,
elevando sua frota para 101 unidades, ao custo de R$ 10 bilhões.
Estaleiro Jurong Aracruz vai ocupar área de 82,5 hectares
Os novos estaleiros
Obras e empregos – junho 2011
Estado
Rio de Janeiro
São Paulo
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Pernambuco
Bahia
Ceará
Sergipe
Total
rong abre o setor no Espírito Santo,
devendo iniciar as obras no início
do ano que vem.
O Estaleiro Jurong Aracruz
(EJA), do grupo Semb Marine, de
Cingapura, vai ocupar uma área de
82,5 hectares quadrados na Barra
do Sahy, gerando seis mil empregos diretos quando estiver operando, ao custo de R$ 300 milhões por
ano em salários e outros R$ 100
milhões em tributos para o Estado.
Com a Licença Prévia e a Licença
de Instalação concedida, a empresa agora termina de cumprir uma
longa lista de condicionantes so-
Empregos
24.374
777
2.076
5.500
12.111
2.800
850
350
56.368
cioambientais. “O EJA está cumprindo todas as determinações dos
órgãos ambientais e tem o compromisso de integrar-se às comunidades locais de forma sustentável,
promovendo o desenvolvimento
regional. Para isso, mantém parcerias com prefeituras e entidades
como Senai, Ifes, Findes, Sine, entre outras”, explica Luciana Sandri, diretora institucional.
Há dois anos vêm sendo realizados projetos exigidos para o licenciamento, como um extenso
programa ambiental de monitoramento e resgate de fauna e flora,
Divulgação
ALÉM DAS MONTANHAS
DE MINÉRIO
H
TPB*
1.479.600
330.500
156.785
1.120.000
3.072.000
ND
ND
ND
6.242.885
*Tonelagem por Porte Bruto
Fonte:Sinaval
TUBARÃO
á muito mais do que montanhas de
minério de ferro no Porto de Tubarão,
no Espírito Santo, à espera de embarque. O complexo de 14 quilômetros quadrados,
inaugurado em 1966 e controlado pela Vale, pode exportar anualmente 100 milhões de toneladas, incluindo carvão, soja, fertilizantes e granéis líquidos. Tudo isso, de acordo com estudos
da Universidade de São Paulo, com 35% a mais
de eficiência, se comparado com os maiores
portos do mundo.
Nada disso vem de graça. Eduardo Bartolomeo, diretor executivo de operações integradas
da Vale, afirmou que só neste ano a empresa vai
chegar aos US$ 5 bilhões de investimentos em
infraestrutura. As obras de dragagem vão dar
um calado de 22,3 metros, permitindo receber
os novos e enormes graneleiros, de 400 mil
TPB, além do alongamento do canal de acesso
e da expansão da bacia de evolução, de 600 metros para 730 metros de diâmetro.
Obras
58
108
48
13
30
ND
ND
ND
278
recuperação de áreas para conservação ambiental, controle de emissão de partículas e de ruído, entre
outros programas. Há também dois
projetos de capacitação e aproveitamento de mão de obra local.
O complexo portuário industrial
de Suape, em Pernambuco, que já
tem três estaleiros, vai ganhar a
quarta unidade e a primeira no Brasil da empresa italiana Navalmare,
que anunciou no último dia 17 o investimento inicial de R$ 200 milhões, devendo iniciar suas operações no segundo semestre de 2013,
com cerca de mil empregos diretos.
A empresa atua na construção naval desde 1979 fabricando estruturas offshore.
Os projetos de novos estaleiros
se espalham pelo litoral brasileiro.
A Estaleiros do Brasil (EBR) assinou protocolo de intenção com o
governo gaúcho para implantar um
estaleiro em São José do Norte, ao
lado do Porto de Rio Grande, onde
serão montadas plataformas marítimas e construídas embarcações de
apoio à exploração de petróleo, gerando cinco mil empregos diretos,
com investimento de US$ 420 milhões e incentivos estaduais. A Wilson, Sons também escolheu a região para construir um estaleiro
com capacidade de produzir até
quatro embarcações de apoio por
ano. O investimento previsto é de
US$ 140 milhões.
Depois de desistir de construir
um estaleiro em Biguaçu, na
Grande Florianópolis, a OSX vai
se instalar na área industrial do
Porto de Açu, norte do Estado do
Rio de Janeiro, com o objetivo de
construir plataformas de produção
para a OGX, empresa petroleira
do mesmo grupo. O investimento
pode chegar a R$ 2 bilhões. O empreendimento tem como sócio minoritário a coreana Hyundai Heavy Industries.
Longe do balanço do mar, em
Araçatuba (SP), o Estaleiro Rio
Tietê será implantado para construir 20 empurradores e 80 barcaças encomendados pela Transpetro.
O empreendimento, do Estaleiro
Maguari, de Belém (PA), mereceu
até a presença da presidente Dilma
Rousseff no lançamento da pedra
fundamental, em setembro último.
As embarcações formarão 20 comboios com capacidade de transportar 7,6 milhões de litros de etanol
cada um. Em plena operação, em
2015, o transporte hidroviário do
combustível vai substituir 80 mil
viagens de caminhão. O custo será
de R$ 432,3 milhões, a maior parte
financiada pelo Fundo de Marinha
Mercante. 
Até o final deste ano também serão investidos R$ 500 milhões em projetos de controle
ambiental no complexo de Tubarão, relacionados à emissão de particulados. Um dos mais
importantes será a barreira de vento (wind fence), que controla a velocidade do ar sobre as pilhas de minério. Assim, reduz a poeira do minério em cerca de 77%, de acordo com análises
realizadas. Outra novidade tecnológica, esta
inédita, vai atuar diretamente sobre os pátios de
estocagem, que serão escaneados, permitindo
controle on-line da movimentação do material,
com redução dos riscos de colisão de máquinas
e as pilhas de produtos.
A empresa espera produzir 552 milhões de
toneladas em 2015 e fazer esse volume chegar a
seus destinos é um desafio que está sendo vencido com investimentos e tecnologia. O minério
sai da mina, é embarcado na ferrovia, chega ao
navio em dez dias e, em 45 dias, pode ser desembarcado na China, do outro lado do mundo. 
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INDÚSTRIA NAVAL RESSURGE