FUNDAÇAO DE ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO
Diretor-Redator-Chefe: Sebastião Carvalho
Vice-Diretora: Rosa Maria de Carvalho
1a fase: 08/11/1936=Cantagallo Novo 2a: 16/08/1953=O Novo Cantagalo 3a: 1995/1996=Cantagallo Novo
Registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Cantagalo: Livro B-2, Fls. 29, No 959
ANO: 76
CANTAGALO, 8 de Novembro de 2012
Ao completar 76 anos de criação, este
jornal ressurge renovado!...
MUITOS anos se passaram desde 1936, quando o
jovem jornalista Antonio Ferreira de Carvalho deixou de
editar o vetusto e político Correio de
Cantagallo, para criar o seu Cantagallo
Novo, jornal independente, impresso em
oficinas próprias.
NA luta esforçada pela sobrevivência e
o progresso da imprensa neste município
interiorano, cuja economia, marcadamente agrícola, mal comportava a manutenção
Jorn. Antonio Carvalho de um jornal semanário, Antonio Carvalho
suplementava a receita com serviços gráficos, o que ajudava
a sustentar o jornal!
PUGNAMOS por melhorias para o município, tais
como: Estrada de São Martinho, através de repetidos artigos
de Antonio Rocha e Silva Júnior; criação da Casa de Euclides
da Cunha e da Semana Euclideana; higienização da cidade,
com saneamento básico; nova sede para o Cantagalo Esporte
Clube; homenagem a Miguel Santos, um benfeitor dos
cantagalenses na área da saúde; apoio à direção do Curso
Normal Rural; apoio à Maternidade
Amelie Boudet, do Centro espírita;
publicidade da Festa dos Carecas; e das
festas católicas; divulgação literária, a
cargo de nossa redatora literária, Amélia
Tomás; campanha pela melhoria dos
transportes ferroviário e rodoviário;
proteção ao meio ambiente, às grutas
calcárias e às fazendas centenárias; Jornalista Sebastião Carvalho
promoção de festas memoráveis como a Festa do Perfume
e a Senhorita Estado do Rio, esta com o concurso de seu
colunista social, Calufa, lançado por este jornal.
EM 1965 o jornal deixou de circular, pois o jornalista
mudou-se, com a família, para Niterói. Mas em 1996, seu
filho e colaborador, jornalista Sebastião de Carvalho,
resolveu reeditá-lo, o que aconteceu durante esse ano e o
seguinte, voltando, todavia, ao silêncio...
AGORA, quando completa 76 anos de fundação,o
seu CANTAGALLO NOVO ressurge, em edição on line,
para retomar a luta pelo progresso cultural deste município,
unindo esforços com pessoas que, seja em Cantagalo, seja
em outros municípios, estão dispostas a trabalhar pelo bem
da Terra comum e querida.
ASSIM estamos decididos, e contamos que nosso
empenho será coroado de pleno êxito!
SEMPER VIGILANS!
No 01
opinião
Euclides da Cunha não era suicida, e sim temperamental ao extremo!
HÁ controvérsias sobre vários pontos da história de
Euclides da Cunha e de sua obra OS SERTÕES
UMA delas versa sobre a hipótese de que Euclides
teria querido morrer, ao resolver enfrentar Dilermando, um
campeão de tiro do Exército, portando uma arma de pequeno
calibre! Alguns acham que ele teria feito isso de indústria,
para vir a perecer sob o efeito das balas do desafeto!...
Antiga imagem de Euclides versus Dilermando
APENAS uma hipótese, baseada no conhecimento
que Euclides deveria ter, sendo um militar de carreira, e
após vivenciar a guerra de Canudos.
SIM, mas levamos em consideração um outro
aspecto: o fato de ter sido Euclides um cidadão temperamental, emotivo, capaz de atitudes radicais e intemeratas,
como a que tomou contra o Ministro da Guerra, quando
atirou o sabre aos pés da autoridade, em veemente protesto.
Isso lhe rendeu prisão e outros dissabores.
(Conclui na página 7)
Charge de www.arthutdesigner.com.br
CANTAGALO, Novembro de 2012
Viagem cultural de um Euclidiano
Cantagalense, pelo Sertão da Bahia, neste
mês de Novembro
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Reminiscencias
Sebastiao
de Carvalho
O Cantagalense Marcos Antonio Soares Longo,
Diretor do GEAC - Grupo Euclidiano de Atividades Culturais
LEMBRANÇAS de um passado remoto são de grande
de Cantagalo, “Berço de Euclides da Cunha”, parte em
novembro para a Segunda Expedição Sertão pelas cidades no importância para a compreensão do presente, e às vezes ainda
interior da Bahia, região onde a seca continua castigando um ajudam em decisões que plasmam o futuro!...
povo, que apesar de sofrido, é muito acolhedor com o
HOJE vou rememorar fatos que ocorreram em Cantagalo,
visitante.
quando eu era um estudante no Colégio Euclides da Cunha.
EM 1951, nossa família mudou de residência em
Cantagalo, instalando-se com jornal e serviço de altofalantes em prédio pertencente à família Paula, um antigo
sobrado, hoje demolido, ao lado da “Casa Golinelli”, que
ficava bem na esquina da Rua Benjamim Constant (hoje
Chapot Prevost), com a Praça 15 de Novembro (hoje
Praça João XXIII).
Marcos Antonio Soares Longo com as crianças no Jardim do
Sertão em Canudos na Bahia
Marcos estará entre os dias 10 a 20 deste mês,
visitando as Cidades de Canudos, Euclides da Cunha, Monte
Santo, Uauá, Maceté e passando por várias outras entre a
capital, Salvador, até o sertão onde a seca é considerada a
maior nos últimos anos.
Esta nova Expedição vai lançar, com apoio das
cidades, o Projeto Caminhos da Guerra,com a intenção de
reintegrar o elo entre as cidades coirmãs de Cantagalo: São
José do Rio Pardo-SP, Canudos e Euclides da Cunha BA, além
de outras localidades da região, pelo culto e história do
Escritor Cantagalense Euclides da Cunha, sua grande obra “OS
SERTÔES” e o grande Mártir do sertão, Antonio Conselheiro.
Trabalha-se através de parcerias para futuros eventos
culturais, com o Banco do Nordeste, através dos Espaços
Nordeste, UNEB – Universidade da Bahia, que administra o
Memorial Antonio Conselheiro, e Parque Estadual de
Canudos, além da Casa de Canudos, Fundação Galdino Andrade
- Museu do Sertão, Prefeituras e Câmaras Municipais, as quais
se manifestaram com satisfação em realizar este grande
projeto cultural envolvendo as cidades e a região.
Marcos ainda estará participando de um evento cultural
em Euclides da Cunha, a convite do Professor, Historiador,
Antenor Junior, para dar um apoio no desenvolvimento
logístico do evento. Também se reunirá com todos os
representantes das cidades para iniciar os trabalhos para
eventos culturais em 2013.
Será recebido na UEFS - Universidade Estadual de
Feira de Santana, para uma visita, a convite do Reitor José
Carlos Barreto Santana, buscando mais uma parceria para o
GEAC- Grupo Euclidiano de Atividades Culturais de
Cantagalo. Nesta mesma cidade será recebido pela Senhora
Adalgiza Aras, filha do escritor José Aras, que escreveu várias
obras sobre a região e seus fatos históricos.
Ele ainda estará presente no lançamento do livro
“SARANDITA” de seu amigo escritor Pe. Enoque de Oliveira,
na cidade de Euclides da Cunha, a convite da Coordenadora
Cultural do Espaço Nordeste, Acácia do Nascimento. Marcos
Antonio também representará este jornal online,
CANTAGALLO NOVO, no qual exerce o cargo de Gerente
Administrativo, realizando interessantes matérias para os
nossos leitores internautas.
Ao nosso dedicado colaborador, desejamos pleno
sucesso em suas atividades culturais, relacionadas à vida e à
obra do emérito cantagalense Euclides da Cunha.
FOI aí que, recebendo da BBC de Londres, como
de hábito, uma remessa de discos, deparou-se meu pai
com alguns que, colocados no toca-discos, emitiam
estranhos sons, estridentes e totalmente fora de
sintonia!... Antonio e Sebastião, pai e filho, examinaram,
curiosos, um dos discos. De repente, o jornalista,
retardando com os dedos a rotação do toca-discos,
provocou o surgimento de uma agradável melodia!... Era
o primeiro disco “long-playing”, de 33 1/3 rotações por
minuto que chegava a Cantagalo, sem que ninguém disso
tivesse notícia. Nem as rádios do Rio de Janeiro faziam
qualquer menção a tais discos, que estávamos
recebendo da Inglaterra!...
PASSAGENS como esta fazem-nos pensar em
como as coisas mudam, movidas pelo progresso
tecnológico... e como esse progresso custa a chegar a
lugares mais distantes dos meios avançados!...
INTERESSANTE é constatar que o modesto
Serviço de Alto Falantes do Cantagalo Novo foi o
precursor da radiofonia em Cantagalo!
JORNAL semanário e serviço de Alto Falantes, eis
o total da mídia cantagalense na década de 1950, que
mantínhamos com muita dedicação. O serviço de Alto
Falantes fazia sucesso especialmente com um programa
no qual se podiam oferecer músicas às pessoas, amadas
ou não! Um tempo que deixou saudades, mas que ficou
nas brumas do passado!
Mensário on line
www.nitcult.com.br/CNzero.html
Diretor-Redator-Chefe: Sebastião de Carvalho
Vice-Diretora: Rosa Maria de Carvalho
Gerente: Marcos Antonio Soares Longo
COLABORADORES
Anabelle Loivos Conde Sangenis, Luiz Fernando Conde Sangenis,
Alex Vieitas, Marcela Loivos Considera, Igor Ferreira, Marcos
Antonio Soares Longo, Arthur Consídera.
OBSERVAÇÃO: Os nossos diretores e colaboradores são voluntários,
não cabendo qualquer remuneração ou vínculo empregatício.
CANTAGALO, Novembro de 2012
Página 3
EUCLIDIANISMO Produções de pessoas e grupos
que se dedicam ao estudo e divulgação da vida e da obra do
escritor Euclides da Cunha, o mais celebrado cantagalense,
que contribuiu, em seus apenas 43 anos de vida, para a
grandeza do Brasil, estabelecendo definitivamente alguns de
seus limites com países vizinhos, além de escrever um livro
que é considerado patrimônio da humanidade, e a bíblia da
brasilidade: OS SERTÕES.
Projeto “100 Anos Sem Euclides”
– um quadriênio de inclusão educativa e cultural
Originalmente pensado para marcar os cem anos de morte do
escritor Euclides da Cunha, em 2009, o Projeto Interinstitucional de
Extensão “100 Anos Sem Euclides” (UFRJ/UERJ/Cátedras da UNESCO)
segue realizando ações que dizem respeito a cada local de cultura e de
memória em que se consagrou a escrita euclidiana. Desde 2008, o projeto
vem engendrando atividades e parcerias em Cantagalo-RJ, cidade natal
do autor do clássico imemorial “Os Sertões”, destacando-se por uma
ação pluri-interdisciplinar, que enseja processos de mobilidade social e se
caracteriza pela abrangência de atores e recursos para a viabilidade das
propostas delineadas.
O Projeto “100 Anos Sem Euclides” chega a quatro anos de atividades
ininterruptas em Cantagalo, promovendo uma série de ações artísticas, culturais,
acadêmicas e educativas, direcionadas a diversos segmentos da sociedade
fluminense. Presentemente, o projeto segue buscando engendrar ações que
“falem” a cada local de cultura e de memória em que se consagrou a escrita
euclidiana, numa perspectiva de formação continuada dos agentes educacionais
e culturais envolvidos.
São múltiplas as ações do Projeto “100 Anos Sem Euclides”:cursos,
oficinas, mesas-redondas, eventos culturais, saraus, contação de histórias,
manutenção de espaço virtual na internet, cineclube, arquivo de memória
e outras ferramentas de divulgação e acesso ao patrimônio cultural dos
diversos grupos sociais envolvidos. É importante destacar que
aproximadamente 1.500 (mil e quinhentas) pessoas, entre docentes e
estudantes do ensino básico e do ensino médio, licenciandos e demais
graduandos, pesquisadores e a comunidade local são atendidos anualmente,
pelas diversas frentes do projeto.
Esse conjunto de ações surge como alternativas a certa
mesmerização social, política e cultural do município de Cantagalo, e
representa uma viragem educativa e cultural no panorama da cidade, o
que coaduna com as diretrizes do Plano Nacional de Extensão e as
prerrogativas dos Cursos de Licenciatura da UFRJ e da UERJ – duas das
maiores universidades públicas do país e que estão diretamente envolvidas
no planejamento e na execução destas atividades interdisciplinares. Temos
um grupo de 14 (quatorze) bolsistas de extensão, de pesquisa e de iniciação
cultural e artística, além de três docentes e coordenadores envolvidos nos
trabalhos de campo.Trata-se de uma ação importante, no sentido da
interiorização da universidade, algo que a região centro-norte fluminense
já merecia há tempos.
O Projeto “100 Anos Sem Euclides” tem buscado constantemente
parcerias nas várias esferas de representatividade local, com o intuito de
revitalizar a memória de Euclides da Cunha, como valor da cultura
cantagalense, e como forma de remexer o imaginário coletivo da população
cantagalense, de pouco menos de 20 mil habitantes. Na prática, a ousadia
do Projeto é fazer com que as pessoas, com acesso restrito aos aparelhos
de cultura, possam formular questões, participar dos processos de
implantação das atividades, produzir cultura, fruir destas produções e
interferir decisivamente nos moldes do Projeto e de seus oito subprojetos
– todos já devidamente implantados, em fases diversas e com
desenvolvimentos de planos de ações também diferentes, a saber:
1. “Sarau do Seu Euclides”: encontros de poesia e música com
declamadores e músicos locais e regionais;
2. “Blogosfera Euclidiana”: site interativo para divulgar as ações
do Projeto “Os Serões do Seu Euclides” e disseminar a cultura
digital na comunidade;
3. “Euclides_HQ.com”: Oficina de Histórias em Quadrinhos, para
que os participantes aprendam as técnicas primordiais de
realização de HQ´s, desde a concepção, o estudo dos
personagens, o desenho propriamente dito e a montagem
final do layout;
4. “Livroteca Digital”: cantinho de leitura, com um computador
conectado à internet permanentemente no Portal “Domínio
Público”, do Ministério da Educação, para dar acesso gratuito
à população local e aos estudantes ao acervo de mais de mil
obras literárias e oito mil teses universitárias, além de vídeos
e arquivos musicais;
5. Ponto de Cultura “Os Serões do Seu Euclides”:implantado em
Cantagalo, na Casa de Euclides da Cunha, através de convênio
com a Secretaria de Estado de Cultura e o MinC, o Ponto de
Cultura vem fomentando debates sobre o pensamento de
Euclides da Cunha, além de preservar a memória do escritor
fluminense.
6. “Cineclube da Cunha”: espaço para exibição de filmes
nacionais (curtas, médias e longas-metragens), com
equipamento digital de som e imagem, em sala de projeção
com capacidade para 70 lugares. O Cineclube tem também
atuação itinerante pelos cinco distritos do município de
Cantagalo;
7. “Oficina de Pasquim – O Pontão”: boletim informativo do
Ponto de Cultura “Os Serões do Seu Euclides”, com
oferecimento de oficinas de técnicas de redação jornalística
a estudantes e comunidade em geral;
CANTAGALO, Novembro de 2012
8. “Arquivo de Memória Amélia Tomás”: espaço de leitura,
estudo, arquivamento, memória e educação patrimonial, em
homenagem à primeira diretora da Casa de Euclides da Cunha
de Cantagalo-RJ, a professora e poeta Amélia Tomás, autora
de Jardim Fechado (1942), Fonte de Aroma (1952) e Rosa de
Jericó (1955).
Das muitas atividades ligadas a estes subprojetos, podemos
destacar a mais recente, que está em pleno desenvolvimento, neste final
de ano de 2012: a realização do “Ciclo de Debates e Oficinas Pedagógicas
– Euclides da Cunha na sala de aula: Conversas com Educadores” (30-11
e 01-12), já em sua terceira versão, trazendo múltiplos enfoques sobre a
atualidade do legado de Euclides da Cunha para a cultura e para a literatura
brasileiras, bem como formas didáticas de utilização de seu texto no ensino
fundamental e no ensino médio.
Página 4
Assim, o Projeto 100 Anos Sem Euclides se legitima como uma
alternativa sustentável que pode colaborar com atividades extracurriculares
à escola, encetando ações nas áreas do pensamento e da memória, a
partir do legado do célebre escritor fluminense. Desta forma, pretende
comunicar-se com a comunidade e com a rede de ensino do município de
Cantagalo, construindo pontes para a criação de novas falas, novos
caminhos.
Anabelle Loivos Considera Conde Sangenis (Faculdade de
Educação – UFRJ)
Luiz Fernando Conde Sangenis (Faculdade de Formação de
Professores – UERJ)
Alex Vieitas lançou livro “Tributo a Euclides da
Cunha” em Cantagalo
A Casa de Euclides da Cunha de Cantagalo foi palco do lançamento
A obra é formada por artigos escritos pelo autor ao longo de seus
do livro “Tributo a Euclides da Cunha” de autoria de Alex Vieitas na noite mais de 20 anos de euclidianismo e conta desde a biografia de Euclides da
de 22 de setembro. O evento cultural lotou o auditório da Casa, sendo Cunha, passando pela Guerra de Canudos, um resumo do livro “Os
prestigiado por diversos setores da sociedade.
Sertões”, contando também um pouco da história de Cantagalo e do
euclidianismo na cidade, além de vários artigos. É composto de fotos
coloridas, que ilustram as narrações.
Alex Vieitas é formado em Administração de Empresas, com pósgraduação em Gestão Empresarial, é professor do Ciclo de Estudos
Euclidianos da Semana Euclidiana e presidente do GEAC (Grupo
Euclidiano de Atividades Culturais de Cantagalo), além de membro do
Conselho Consultivo e do Comitê Executivo do Projeto 100 anos sem
Euclides. Foi a Canudos em duas oportunidades, para pesquisas e palestras.
Segundo o autor, seu próximo objetivo é lançar o livro em Canudos,
no estado da Bahia.
O livro de estreia do cantagalense Alex Vieitas é uma homenagem
ao seu conterrâneo Euclides da Cunha e uma declaração de amor a sua
cidade natal. O autor, que participa do movimento euclidiano e
conselheirista há mais de 20 anos, reuniu artigos e matérias publicados em
jornais, na internet e o jornalzinho “O Euclidão”, informativo do GEAC
(Grupo Euclidiano de atividades Culturais de Cantagalo). O GEAC foi
Alex Vieitas ao lado da bandeira da Casa
fundado em 1995 por estudantes cantagalenses, tem o objetivo de divulgar
A noite foi aberta pela diretora da Casa de Euclides da Cunha, a vida e a obra de Euclides da Cunha e a cidade de Cantagalo, sendo Alex
Professora Fany Abrahim, que apresentou e destacou o envolvimento do seu primeiro e atual presidente.
autor no movimento euclidiano. Em seguida, Alex Vieitas agradeceu a
O objetivo de Alex Vieitas é que todos aqueles que não conhecem
presença de todos e homenageou a Casa de Euclides da Cunha com a Euclides, nem o movimento euclidiano, lendo seu livro, possam entender
doação de vários exemplares de seu livro para acervo da Casa e para um pouco e despertar a curiosidade para pesquisas mais aprofundadas
distribuição aos visitantes do Museu de Euclides da Cunha.
sobre literatura, Os Sertões e a Guerra de Canudos.
Foram feitas homenagens à professora Amélia Thomaz, que foi
O livro fala sobre a história de Cantagalo e seus atrativos, contando
a primeira diretora da Casa; ao Dr. Edmo Rodrigues Lutterbach, escritor a história do euclidianismo na cidade com fotos ilustrativas; além da biografia
e grande euclidiano e ex-presidente das Academias Fluminense e de Euclides da Cunha; o histórico do Grupo Euclidiano de Atividades
Cantagalense de Letras; ao professor Adelino Brandão, do ciclo de estudos Culturais de Cantagalo; resumo do livro Os Sertões e pequenos artigos
euclidianos, e ao representante da família de Euclides da Cunha, Joel sobre assuntos euclidianos.
Bicalho Tostes.
Visivelmente emocionado, Alex convidou a família do professor
Rodrigo de Lucas Martins, diretor do GEAC, falecido em janeiro de 2012,
para receber homenagens pela dedicação de Rodrigo ao movimento
euclidiano. O livro é dedicado a Rodrigo que além de euclidiano, foi amigo
de infância do autor.
O professor Jader Vieitas, que é pai de Alex, fez uma bonita
homenagem, e em seguida Fernanda Bruni leu a biografia euclidiana do
autor, contando em detalhes os mais de 20 anos de engajamento de Alex
Vieitas no euclidianismo.
Marcos Longo, diretor do GEAC, discursou sobre o Grupo, e os
jovens maratonistas e euclidianos foram convidados à frente do auditório
para que todos os convidados pudessem conhecer as pessoas que fazem
o movimento euclidiano ser perene. Também discursou o trovador e poeta
cantagalense Heloisio Teixeira.
Alex Vieitas, mostrando seu livro
Para encerrar, Alex Vieitas acrescentou, antes de autografar os “Tributo a Euclides da Cunha” foi lançado durante a Semana Euclidiana
livros, que ele não iria vender os livros e sim presentear os presentes com de São José do Rio Pardo- SP em agosto e na Casa de Euclides da
um exemplar da sua obra. E reafirmou que vai doar o livro às bibliotecas Cunha de Cantagalo em 22 de setembro de 2012. A tiragem foi de 1.000
das escolas do município de Cantagalo.
exemplares e a distribuição está sendo dirigida pelo autor, que fez questão
O livro, que teve tiragem de 1.000 exemplares, serve de fonte de de não vender o livro, doando as bibliotecas e escolas de Cantagalo e de
pesquisa para estudantes, professores e estudiosos da obra euclidiana.
municípios da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro.
CANTAGALO, Novembro de 2012
literatura / educação
Mineração em Cantagalo - Mão de Luva
A Coroa Portuguesa esmerou-se no combate aos
“facinorosos” que invadiam as chamadas áreas proibidas, na
busca ao ouro e pedras preciosas. A energia com que o
Governador de Minas ordenou a realização da diligência nos
Sertões do Macacu, onde o Luva tinha o seu reduto, prendese ao fato de ter sido pressionado pela Corte do Marquês do
Lavradio, Vice-Rei do Estado do Brasil, que exigiu a destruição
da mineração clandestina. O Marquês havia recebido uma
carta de Lisboa, com ordens análogas. No documento,
expedido de Lisboa em 21.01.1786, recomendava-se “uma
ação conjunta Rio de Janeiro - Minas Gerais, a fim de se
reprimirem, de uma vez, as continuadas desordens e
extorsões que se tem praticado no novo Descoberto do sertão
de Cachoeiras de Macacu; estabelecendo-se os mais precisos
meios porque deve ser desalojado daqueles sítios, pela tropa
de Minas Gerais, o famoso Corpo de Contrabandistas e
Extraviadores, que se tem ali congregado...”
Minas versus Rio de Janeiro
Presos Mão de Luva e seus companheiros, e tomadas
as providências referentes ao despojo da área, estabeleceu-se
uma celeuma entre o Vice-Rei do Brasil e o Governador de
Minas Gerais. Destacamos um trecho de carta-denúncia do
Vice-Rei, enviada a Portugal: “De tudo o referido, bem se
conclui que o dito Governador de Minas Gerais, além da
má fé com que se tem comportado em todo este negócio, do
FAZENDAS -
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ódio, e má vontade que tem mostrado às Novas Minas do
Macacu, em que esperava ter toda a intervenção, se tem
inteiramente oposto às ordens de V.Excia., não querendo
proceder contra os culpados, que se lhe recomendaram,
nem remeter os escravos extraviadores apreendidos no
Sertão, que foram levados para a Cadeia de Vila Rica, e
aplicando por seu arbítrio à Real Fazenda daquela Capitania
a importância do ouro, dinheiro, bens, e talvez dos ditos
escravos, sem sentença que qualifique esta aplicação,
preterida e desprezada toda a forma com que as leis mandam
proceder em semelhantes casos...”
O trabalho civilizador de Mão de Luva
Por mais que se esforcem para dele retirarem o mérito,
Manoel Henriques, o Mão de Luva, permanecerá sendo o
grande e intrépido desbravador dos Sertões do Macacu, e
Cantagalo, município que, tendo sido o maior do mundo na
produção cafeeira, nos idos de 1850, - a terra de onde partiu o
primeiro grande impulso para a arrancada da industrialização
do Brasil! De acordo com relato do Sargento Mór, São
Martinho, Manoel Henriques era um homem bom, religioso,
que ensinava os índios a rezar. Contribuiu para o povoamento
da região, e abriu caminho para o ciclo econômico que se
seguiu à mineração: a agropecuária.
Restabelecendo a verdade histórica
O livro O TESOURO DE CANTAGALO, do
sociólogo Sebastião Carvalho, prova, com base em
pesquisas, que a lenda romântica do Mão de Luva
não tem apoio nos fatos, esclarecendo todas as
dúvidas históricas que vararam os anos!...
Estudos sobre as fazendas de Cantagalo, realizados pelo CEPEC
A FAZENDA CAFEEIRA FLUMINENSE E CANTAGALENSE
O Estado do Rio de Janeiro, por haver conhecido todos os
principais “Ciclos Econômicos” da evolução brasileira (pau-brasil,
açúcar, ouro, café, couro) constitui um verdadeiro repositório de
vestígios dessas marcadas etapas. Suas fazendas guardam o
bastante do passado para permitir-lhe a reconstituição. E nelas
encontramos não só as minas de ouro abandonadas em
Euclidelândia, os velhos engenhos de Campos e Paratí, os suntuosos
palacetes de Cantagalo e Vassouras, mas também a continuidade
dos cultivos de arroz, milho, feijão e mandioca, e da criação de gado
e outros animais — que alimentaram os habitantes dali e de outros
países, e continuam a fazê-lo ali e fora.
A fazenda fluminense que, num período de notável progresso,
foi cafeeira, jamais deixou de ser aquela unidade diversificada quase
totalmente auto-suficiente, capaz de resistir às bruscas oscilações
da economia, graças às bases tradicionais de sustentação. Isto só
não é percebido por uma ótica unilateral, que a restringe à estreiteza
de um esquema de “Plantação”, sem levar na devida conta a
contribuição de outras atividades. Demoremo-nos um pouco numa
visão panorâmica dos verdadeiros testemunhos da grandiosidade
desse passado que a Velha Província até hoje ostenta.
sociedade atual. O Palacete do Gavião, situado no primeiro distrito
do Município, bem próximo à cidade, constitui talvez a mais
importante construção da época, pois que, muito mais que uma casa
grande de fazenda, representa a presença real naquelas terras. Sim!
D. Pedro II ali esteve hospedado, tendo viajado em coche especial
da Estrada de Ferro Cantagalo, admirável idealização de ANTONIO
CLEMENTE PINTO, Barão de Nova Friburgo, e realização de seu
filho, BERNARDO CLEMENTE PINTO, Conde de Nova Friburgo.
Antonio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, proprietário de
cerca de 21 fazendas cafeeiras nos Municípios de Cantagalo e Nova
Friburgo, idealizou esse plano grandioso de construir uma via-férrea
interligando as suas extensas propriedades, para facilitar o
escoamento da produção. Pretendia assim substituir o processo
das tropas de muares, que levavam os produtos das lavouras
acondicionados em caixas, balaios e sacos, em difíceis e penosas
caminhadas pelos Sertões do Macacu até o Porto das Caixas, de
onde partiam para o Rio de Janeiro. * CONTINUARÁ...
Cantagalo é um repositório vivo de um passado grandioso,
que pode ser relembrado de forma tangível nos autênticos
testemunhos que constituem a paisagem rural e urbana do
município. Na cidade, os prédios, do mais puro estilo colonial;
nos campos, as admiráveis vivendas de suas fazendas, as
formosas casas grandes, construídas na época do apogeu da
cultura cafeeira, evocando o fausto e a grandeza de um período
importantíssimo de nossa evolução econômico-social: a era dos
barões do café, quando a fazenda, constituindo-se na unidade
econômica primordial, irradiava progresso e criava cultura. Uma
época que já se foi, mas que forjou em grande parte o caráter da
Fazenda de Areias, uma das propriedades do Barão.
CANTAGALO, Novembro de 2012
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HISTÓRIA
O Centro de Estudos e Pesquisas Euclides da Cunha - CEPEC é o pioneiro na defesa do meio
ambiente na Região Serrana do Rio de Janeiro. Há mais de meio século, o CEPEC trabalha pela
ecologia na região de Cantagalo RJ, mais precisamente, desde 1959, quando redescobriu a Gruta
da Pedra Santa, fotografou-a, mapeou-a e divulgou-a em artigo publicado em 1961 no Anuário
Geográfico do Estado do Rio de Janeiro. Continuando suas atividades em 1991, o CEPEC descobriu,
nomeou, fotografou, mapeou e divulgou, a Gruta do Novo Tempo, no distrito de Boa Sorte.
Quando, em 1990, a Gruta da Pedra Santa esteve ameaçada de destruição pela cimenteira
que adquiriu as terras, o CEPEC atuou, levando até o local a TV Serra-Mar, de Nova Friburgo. A
denúncia então realizada, provocou reação do Poder Público de Cantagalo, que baixou decreto,
considerando a Gruta da Pedra Santa como patrimônio natural do município.
Hoje, as grutas calcárias da região estão incluídas no roteiro turístico, devidamente protegidas
por lei. E o presidente do CEPEC, Prof. Sebastião de Carvalho recebeu moção de reconhecimento
e aplauso pela defesa do patrimônio natural de Cantagalo, apresentada pelo vereador Julio Marcos
de Souza Carvalho, aprovada por todos os seus pares.
Histórico do CEPEC
No final da década de 1950, Sebastião de Carvalho atuava no jornal O NOVO CANTAGALO, de propriedade de seu pai, o
jornalista Antonio Ferreira de Carvalho. Veio a conhecer um novo residente da cidade, Bento Luiz de Moraes Lisboa, que havia desistido de
estudar engenharia, no Rio de Janeiro e estava bem ambientado na fazenda de sua família no vizinho município de Cordeiro. Amigos, dedicavam
seu tempo de folga ao estudo da natureza...
Sebastião, mais voltado para os livros, acabou achando referências à Gruta da Pedra Santa e
outras atrações naturais, o que o fez ter a idéia de criar um centro de estudos, o CEPEC, para o qual
chamou Bento Luiz e mais dois rapazes: Marquinhos Lutterbach e Antonio Carlos Gonçalves. Usando
a caminhonete de Bento, o grupo procurou e achou a Gruta da Pedra Santa, passando a explorá-la.
Sebastião, Bento e Marquinhos confeccionaram um mapa da gruta e, ajudados por um professor de
Nova Friburgo, Hermano Fontão, tiraram as primeiras fotos, que Sebastião publicou em seu artigo:
"Gruta da Pedra Santa: Jóia da Natureza em Cantagalo" no Anuário Geográfico do Estado, 1961.
Com a mudança de Sebastião para Niterói, em 1963, o CEPEC ficou inativo por décadas,
sendo reativado por ele e sua mulher, Rosa Maria, em Niterói, atuando em Cantagalo em 1991.
O novo grupo trabalhou para a Prefeitura Municipal de Cantagalo, produzindo vídeos
documentários sobre as fazendas e as grutas de Cantagalo, assim como material pedagógico, para uso nas escolas municipais. Além disso,
criou o site que permanece ativo até hoje: www.nitcult.com.br/cepec.htm (Foto: Sebastião e Bento Luiz, na entrada da Gruta da Pedra Santa,
em 1959)..
Para realizar o video-documentáio sobre as Fazendas, o CEPEC estudou cerca de50 propriedades, fotografando-as e entrevistando
seus proprietários. Criou um valioso arquivo, que pretendeu usar na feitura do “Álbum das Fazendas de Cantagalo”, mas este permaneceu
inédito, por falta de patrocínio.
Grutas calcárias, animais pré-históricos e fazendas, além do desbravamenro da região pelo garimpeiro Mão de Luva, foram os temas
que o CEPEC trabalhou durante anos, procurando sempre chamar a atenção para o valor permanente desses elementos naturais e sociais que
Cantagalo possui, e que, bem explorados, podem garantir um extraordinário progresso ao município, especialmente em termos de turismo,
ciência, cultura e educação.
Estas são fotos inéditas da Gruta da Pedra Santa, tiradas pelo CEPEC em 1991. A primeira à esquerda mostra uma comitiva formada
pelos redescobridores da gruta, mais o então Prefeito Municipal, Sr. Geraldo Pires Guimarães, esposa, sua Secretária de Educação, Sra.
Lúcia Noronha, seu Secretário de Turismo, Sr. Celso Guimarães e esposa, e outras pessoas. Na foto central, Sebastião Carvalho e esposa,
Sra.Rosa Maria, e o Sr. Luiz Vieira. Na foto à direita, o redescobridor da gruta, na porteira que a cimenteira construiu para impedir a entrada
de pesquisadores independentes e de depredadores..
A Gruta do Novo Tempo era desconhecida até
que, em 1991, o casal Sebastião e Rosa Maria
Carvalho a descobriu. Ela nem tinha nome, que
foi dado pelo casal, assinalando que esperavam
o início de um “novo tempo” de reconhecimento
da necessidade de preservação do patrimônio
natural do município. Fotos: à esquerda, Rosa
Maria mostra o “véu” que enfeita a caverna; à
direita, visão do “grande salão”.
CONTINUARÁ
CANTAGALO, Novembro de 2012
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sim, encanta-me mais que a mentira, que corrói e caminha para a
destruição. Saiba apenas que perdi as meninas na distância. Ao passo
que o ônibus seguia retilíneo e veloz pela pista de baixo, elas sumiam
no alto do morro gramado, perto da pista de cima, sobre o qual se
sentavam.
Pode ser que daqui a uma ou duas semanas nem me
lembre mais do espectro doce e torturante daquelas donzelas
esquecidas jogadas à beira do asfalto, cobertas da fuligem da cidade
pequenina em que vivo. Mas, ressentido e abalado, pedirei hoje aos
céus pelo futuro daquelas jovens que me fizeram perceber o quão
agraciada e maravilhosa é minha vida. Salve as meninas do asfalto!
* Igor Ferreira é estudante de Direito na Faculdade Estácio de Sá.
AS MENINAS DO ASFALTO
IgorFerreira
Há, agora, quase duas horas que presenciei uma cena,
no mínimo, curiosíssima. Abstive-me, no entanto, por uma infinidade
de tempo antes de escrever, analisando em pensamento a melhor
forma de começar a contar um acontecimento que tanto me fez refletir.
E concluo já, após devaneios exagerados, que a melhor forma de
começar é pelo começo, sem voltas e mais delongas, sem curvas ou
passagens subterrâneas, tal como aquela pista d’onde avistei as
meninas.
Eram, ao todo, seis ou sete, no máximo, sem por demais
ou tirar de menos. Um punhado de meninas de cores, tamanhos e
idades diferentes, todas magras, pobrezinhas, frutos de uma miséria
de dar dó. Três delas, que formavam o recheio dos anos entre as
mais velhas e as mais novas, tinham as cabeças metidas entre os
joelhos, escondendo-se do sol preguiçoso de inverno, ou então, como
temo, pensando no destino cruel que as assolava.
As mais pequeninas, duas que pareciam ter a mesma
idade, corriam de um lado a outro, as perninhas douradas se
movimentando alegremente. Cada uma carregava nos braços uma
boneca quase tão descabelada quanto as outras meninas, fingiam,
talvez, ser suas mães, açulando o instinto materno que, tarde ou
cedo, provavelmente despertaria por completo. Pareciam felizes ou
apenas tentavam sê-lo. Ah, que saudades da infância, quando
nenhuma preocupação nos aflige, nenhum tormento vem visitar-nos
a menos que a imaginação e a esperança falhem.
Vendo os shorts manchados daquelas crianças e seus
sorrisos mais que sinceros, vi o quanto somos mesquinhos e egoístas.
Preocupamo-nos demais com tudo. Aquela calçada à beirada do
asfalto era o quintal das menininhas, e nem por isso elas reclamavam
da falta de dinheiro, das bonecas descascando ou das sandálias
arrebentadas. Quem sabe o mundo um dia não percebe a infantilidade
que nos falta e volta a correr descalço? A miséria nos ajuda a entender
a felicidade, bem como o fracasso nos leva a compreender o sucesso.
E quanto às mais velhas, uma delas estava sentada, de
pernas esticadas, protegendo do sol os olhos da irmã, talvez um ano
mais nova, que pousava a cabeça em seu colo. Dormia um sono
tranquilo no sol da manhã, estirada sobre o calçamento mal varrido
que à noite lhe serviria de trabalho.
No curto período de tempo em que meu ônibus percorreu
aquele trecho e meus olhos esqueceram o mundo para focar-se nas
meninas, a mais velha ergueu o pescoço um pouco. Ela olhou na
direção da pista de baixo, por onde eu passava, e, mesmo à distância,
com o sol iluminando seu rosto e o vento balançando seus cabelos
crespos, pude ver um resquício de esperança naqueles olhos pretos
do tamanho de jabuticabas. Num rompante, a expressão vazia
daquele rosto, que se repetia nas demais, se esvaiu da angústia e
da tristeza, seus lábios carnudos se abriram e ela começou a cantar
para o céu, invocando um destino melhor, as regalias que, apesar de
tudo, não lhe foram concedidas.
Romantizaria esse texto se, ao final, contasse que vi uma
lágrima brotar nos olhos daquela menina do asfalto. Contudo, apesar
de bonito e galante, faltar-lhe-ia a verdade, que é o que me move a
escrever. Às vezes ela é fria e sem graça, sórdida e cruel, mas, ainda
UM JOVEM VALOR PARA ESTE JORNAL
Para nós, editores do CANTAGALLO NOVO, é
prazeiroso iniciar esta nova trajetória introduzindo um
jovem valor, que desponta no cenário jornalístico e
literário da cidade!
IGOR FERREIRA foi-nos apresentado pela
professora Marcela Loivos Consídera, que assim se
expressou: “...um ex-aluno meu, IGOR FERREIRA,
cantagalense que ama sua terra natal! Criado no distrito do
Paraíba, sempre gostou muito de ler e escrever... Tem
apenas 18 anos, está cursando Direito na Estácio de Sá! Ele
aceitou escrever crônicas do cotidiano de Cantagalo. Dará
o nome à sua coluna de RECORTES DAQUI!
Marcela Loivos Considera”
Recordamo-nos de quando, na adolescência,
iniciamos nossas atividades jornalísticas, com o mesmo
ímpeto e os mesmos ideais deste que, agora, se insere na
labuta por melhores dias para a Terra querida.
Benvindo, Igor!
O Editor
Euclides da Cunha não era suicida, e sim temperamental ao extremo!
(Vem da página 1)
ESPICAÇADO pela dor de saber que era traído pela
esposa, Euclides lançou mão da arma que lhe esteve ao
alcance, emprestada por um amigo, e partiu para onde
soubera que encontraria a mulher, com o amante. Estava ele
disposto a lavar a honra com sangue!
ESSAS foram, a nosso ver, a motivação e as
circunstâncias daquele malfadado episódio, no qual
perdemos um dos mais ilustres cidadãos que este país
conheceu!
CONTANDO apenas 43 anos de idade, e no auge
da fama, Euclides deveria ter em mente o descortínio de
uma carreira futura brilhante, com acendrados serviços
prestados à cultura do seu país e à humanidade. Não vemos,
em seu perfil, qualquer traço que remeta ao suicídio, mas à
continuidade de uma missão que certamente remontaria para
além de tudo que chegou a realizar!
Visite também:
www.nitcult.com.br/cepec.htm
e saiba mais sobre o município de Cantagalo.
CANTAGALO, Novembro de 2012
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Enaltecida a trova em Cantagalo, nos VII Jogos Florais, realizados em
outubro. - Organização e premiações
Os VII JOGOS FLORAIS DE CANTAGALO foram
realizados no dia 20 de outubro p.p. pela UBT(União
Brasileira de Trovadores) com o apoio da Prefeitura
Municipal, através das Secretarias de Educação e de Cultura.
Este evento aconteceu pela primeira vez em Cantagalo
no ano de 1974, liderado pela poetisa Profa. Amélia Thomás,
saindo-se como Vencedor, Lafontaine Villela com sua famosa
trova sobre Euclides da Cunha: “Seu talento descritivo /
nos Sertões, é de tal porte, / que Euclides sempre está
vivo, / não coube dentro da morte! “.
Os II Jogos Florais vieram acontecer em 2007
organizados por Ruth Farah Nacif Lutterback, atual Delegada
da UBT de Cantagalo, com o apoio do Governo Municipal,
parceria que vem garantindo a presença da arte de trovar em
nossa cidade.
Desde então, Ruth adotou o sistema de temas
diferentes para os dois âmbitos Nacional e Estadual a fim de
aumentar o número de participantes premiados, favorecendo
maior confraternização trovadoresca. Assim, Outono /
Primavera; Inverno/ Verão; Sertão / Euclides; Sonho /
Realidade; Fé / Esperança foram os temas propostos, em
sequência. E, agora em 2012, ESPAÇO em Âmbito
Nacional e TEMPO, estadual, podendo cada trovador
apresentar duas trovas inéditas, sob o sistema de envelopes,
tendo Luiz Otávio por remetente – exigência da UBT para
garantir sigilo de identificação do autor da trova concorrente.
Este Concurso, já aguardado com ansiedade por
trovadores de todo o Brasil, contou com 380 trovas do
Brasil e sete de Portugal. A solenidade de premiação foi
enriquecida pela presença de autoridades locais, trovadores
e grande número de assistentes amigos da poesia que
aplaudiram todos os trovadores que apresentaram sua trova
premiada.
Os trovadores premiados mais distantes que
registraram presença foram Therezinha Dieguez Brisolla
(Garibaldi/RS), que obteve o 1º lugar, Maria da Conceição
Fagundes (Curitiba/PR), Élbea Priscila de Souza e Silva
(Caçapava/SP) e Pedro Mello (São Paulo/SP), que fez um
detalhado pronunciamento sobre a “trova”, enaltecendo a
importância que Cantagalo vem dando à cultura através da
trova, nos últimos anos.
O 1º lugar do nosso Estado coube a Maria
Nascimento Carvalho (Rio de Janeiro), figurando entre os
vencedores quatro cantagalenses: Ruth Farah Nacif
Lutterback , Ludimar Lameirinhas Longo, Adalto Marques
Machado e Dirce Pinto Machado.
à trova. Maria da Conceição Fagundes, da UBT de Curitiba,
ofereceu-lhe o livro “Paraná em Trovas” que contém uma
trova da homenageada.
Maria da Conceição Fagundes, da UBT de Curitiba PR, Ruth Farah Lutterbach,
Therezinha Dieguez Brisolla, de Garibaldi, RS, primeira colocada, e Fany Teixeira
Abrahim, diretora da Casa de Euclides da Cunha.
O Gerente Administrativo do jornal online
“CANTAGALLO NOVO” e Diretor Cultural do GEAC Grupo Euclidiano de Atividades Culturais, Marcos Antonio
Soares Longo, esteve presente na solenidade de premiação
dos VII Jogos Florais de Cantagalo, prestigiando a amiga e
Delegada da UBT - União Brasileira dos Trovadores Seção
Cantagalo - Ruth Farah Nacif Lutterback que, recebendo o
apoio da Prefeitura Municipal de Cantagalo, através das
Secretarias de Educação e de Cultura, organizou este grande
evento cultural.
Marcos Antonio Soares Longo e Ruth Farah Lutterbach
Foi uma noite mágica com a presença de autoridades,
trovadores e representantes de movimentos culturais de
vários Estados do Brasil, estando de parabéns o Governo
Municipal e Dona Ruth Farah pelo seu brilhante trabalho.
Dirce Pinto Machado, Adalto Marques Machado e Ludimar Lameirinhas
Longo, que figuram,com Ruth Farah Lutterbach, entre os vencedores na
solenidade de premiação dos VII Jogos Florais de Cantagalo.
Fizeram parte da mesa oficial Ruth Farah Nacif
Lutterback- Delegada da UBT, Jorge Farah – Vice-Prefeito
representando o Prefeito Guga de Paula, Darlene Machado
– Secretária de Cultura, Maria Lúcia Farah Noronha –
Secretária de Educação, Fany Teixeira Abrahim – Diretora
da Casa de Euclides da Cunha, Rodolpho Abbud –
representante da UBT Nacional, Almir Pinto de Azevedo –
Presidente da UBT de Cambuci, Agostinho Rodrigues –
Senador da Cultura Latino-Americana e Duanny Flores –
Musa dos Jogos Florais, representando a Deusa Flora. Além
do troféu de Vencedor.
Ruth Farah foi homenageada pelos trovadores de Nova
Friburgo liderados pelo Presidente ubeteano Rodolpho
Abbud que lhe entregou o troféu de reconhecida dedicação
Cordel fala da Vida e da Obra de Euclides
da Cunha - alguns versos de Gonçalo Ferreira da Silva
O escitor fluminense / irrequieto, explosivo,/
republicano de fé / pensamento construtivo /
foi entre os nossos autores / talvez o mais
criativo.
Não tinha Euclides da Cunha / reserva de
paciência / armazém de tolerância / ou estoque
de prudência / era, porém, homem grave / de
aguda inteligência.
E foi, por seu ideal / o mais puro defensor / pois quando atirou o sabre
/ nos pés do superior / foi por querer defender / seu ideal, com amor.
Euclides foi um autor / por todos admirado / pelos colegas, benquisto
/ pela crítica respeitado / por mestres, reconhecido / pelo leitor,
consagrado.
Cordel “Euclides da Cunha e os Sertões” novembro 2005 - Rio RJ
CANTAGALO, Novembro de 2012
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ENSINAMENTOS DE SRI RAMANA MAHARSHI
Nova Doutrina é um livro que se destina, como afirmado na introdução, a “ajudar os seres
humanos em sua Caminhada Evolutiva”.
Trata-se de uma dádiva do admirado guru Sri Ramana Maharshi, através de seus Discípulos
Mahabhutani e Indrananda, que inspirou.
Os ensinamentos contidos nesta obra situam-se em treze capítulos, cada um
sintetizado em um conceito, que o inicia, e é explicitado pelos Mestres. Seguemse vários aforismas, com explicações, para facilitar o entendimento pleno de
seus conteúdos.
Esses conceitos são chaves preciosas, que se encadeiam, formando uma
espiral ascendente, destinada a ajudar o peregrino em seus esforços de
autosuperação, no caminho da transcendência.
São eles: 1. PROCURA, 2. LIBERDADE, 3. RENASCIMENTO, 4. PROGRESSO, 5. ABUNDÂNCIA, 6.
UNIÃO, 7. TRIUNFO, 8. FORÇA, 9. CAOS, 10. ESTABILIDADE, 11. REALIZAÇÃO, 12. CRIAÇÃO e 13.
TRANSCENDÊNCIA. (Ver: SPIRA LEGIS = pág. 250).
Há, também, Caminhos ligando as esferas.
Movido por um acendrado amor à Humanidade, Sri Ramana Maharshi instituiu, através de
seus Discípulos, esta Nova Doutrina, — síntese dos ensinamentos budistas e hinduístas, mas com
a marca indelével de sua altíssima espiritualidade, e os Paramahansas Mahabhutani e Indrananda
esforçaram-se para colocá-la ao alcance de todos os seres humanos.
Eis algumas jóias da Nova Doutrina:
A NOVA ERA
5.5. A abundância de conhecimentos e da Verdadeira Doutrina é o que de mais precioso o Peregrino deve
carregar na sua bagagem – do Ser Superior, o Eu Sou, para adquirir a maior riqueza que é a transcendência,
que o transformará no Ser Espiritual de consciência plenamente voltada para semear pela
Humanidade os ensinamentos da Nova Era.
9.6. A Era Cósmica, quando termina o seu ciclo, retorna à Natureza, e, quando recomeça
um novo ciclo, retorna ao Universo Cósmico, de onde semeia um Novo Mundo, uma Nova
Vida.
O grande drama da evolução humana descortina-se num mundo desorientado pela incompetência do homem, que
jogou fora a chave do Conhecimento, para perseguir algo que jamais o levará de volta ao lar que um dia abandonou.
Mas aquilo que os Grandes Mestre tem plantado no decorrer de séculos de trabalho ininterrupto pela evolução
consciente — dará seus frutos no desabrochar da Nova Era, — fazendo com que o homem finalmente acerte o
passo e descubra a Divindade que reside em seu Interior.
Recomeçar, como a Natureza, quando um ciclo termina, buscando unificar o céu e a terra, é tarefa para o homem,
que sintetiza, em sua escondida grandeza, todas as potencialidades do universo infinito.
BAGAGEM E MAGISTÉRIO SUPERIOR
9.12. O Bikkhu, que, sendo Iluminado pelo Mais Alto, permanecendo na quietude do seu Ser, saberá,
através de conhecimentos adquiridos, e também trazidos em sua bagagem, livrar-se com total desapego,
das Ilusões da matéria, alcançando, então, seu estado Búdico.
8.8. Na bagagem dos monges dedicados aos Ensinamentos e à Criação da Nova Doutrina, será necessário
apenas que levem o que construíram na Caminhada Espiritual, deixando para trás, de forma precisa e
real, sentimentos, bons ou ruins, sofrimentos, alegrias, paixões, mágoas — conservando, de sua vida
pregressa, apenas os Ensinamentos que os fizeram serem escolhidos para a Grande Missão, determinada
pelo Mais Alto, que assim o fez devido ao merecimento e à Iluminação de cada um.
Desprender-se dos estorvos da vida pregressa é tarefa primordial para os que tem a seu encargo a Missão de iniciar um
importante trabalho na construção da Nova Civilização.
Não importa se as lembranças, expressas materialmente ou não — sejam boas ou más. O que importa é que as mentes dos
escolhidos estejam livres para as ocuparem com a Nova Doutrina e os objetivos, em todos os planos, necessários à execução
da Missão.
Suas tarefas, uma vez localizados no território escolhido, é desenvolverem um trabalho de alto sentido educativo transcendental,
mesmo que para isso tenham de ater-se a atividades convencionais, de modo a poderem se inserir no contexto social.
Paciência, perseverança, fé nos Mestres e em si próprios, para que tudo se acerte da melhor forma possível. O resultado será
uma felicidade sem par, com os resultados maravilhosos de seu magistério!
Para saber mais acessar: www.nitcult.com.br/sobuhir.htm
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FUNDAÇAO DE ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO Ao