1902 A 1922 Foi um período literário brasileiro, que marca a transição entre o Parnasianismo e Simbolismo e o movimento Modernista seguinte em Portugal. O fim do século XIX marca o início da “República do café-com-leite”, na qual os grandes proprietários rurais exerciam enorme influência. Caricatura de Osvaldo Storni sobre as eleições de 1910 Nossa urbanização, ainda incipiente, não produzia o quadro de tensão no qual vivia a Europa, mas já dava sinais de crescimento principalmente em São Paulo. Rua 15 de Novembro - 1915 O ciclo da borracha desloca para o norte a riqueza do país, acentuando os contrastes sociais: algumas regiões prosperavam em meio ao atraso irremediável de outras. As tensões geraram inúmeras revoltas, como a Revolta de Canudos, na Bahia; a série de conflitos no Ceará em torno do religioso Padre Cícero; e o cangaço, em pleno sertão nordestino, que nos apresentou a figura de Virgulino Ferreira, o Lampião. O bando de cangaceiros de Lampião A capital, Rio de Janeiro, sangrava seus problemas sociais. A insurreição ao poder constituído foi desde a Revolta da Vacina – uma rebelião popular contra a vacinação obrigatória, mas que guardava suas reivindicações sociais – até a Revolta da Chibata – uma rebelião de marinheiros contra os castigos físicos. Charge de Leônidas sobre a Revolta da Vacina Não se pode dizer que o Pré-modernismo constitui-se em uma escola literária em si. É, em verdade, um conjunto de manifestações do espírito de uma época, que apresentava o novo, rompia com o velho, mas ainda não possuía um rumo certo ou uma clara intenção estética. Lima Barreto Euclides da Cunha Monteiro Lobato Pré-modernistas Augusto dos Anjos Graça Aranha No nordeste do Brasil 1- Ruptura com o passado; 2- Denúncia da realidade brasileira; 3- Regionalismo; 4- Tipos humanos marginalizados. Augusto dos Anjos Monteiro Lobato Graça Aranha Lima Barreto Euclides da Cunha Esses novos autores demonstram um grande interesse pela realidade nacional, contrariando o universalismo dos modelos realista-naturalistas. O cotidiano brasileiro passa a ser exposto nas páginas dos livros, dando espaço a criação de obras de nítida preocupação social. Os tipos marginalizados, as lutas inglórias e as mazelas do povo passam a ser os temas da prosa prémodernista. A aproximação com a realidade brasileira traz como consequência formal a busca por uma linguagem mais simples, mais direta, coloquial, próxima da população. Os textos apresentam linguagem jornalística, aproximando-se, por vezes, mais da realidade que de um estilo artístico propriamente dito. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário.” Os sertões “E era assim todos os dias, há quase trinta anos. Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior ao seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado.” Triste Fim de Policarpo Quaresma “- Upa! Cavalgo e parto. Por estes dias de março a natureza acorda tarde. Passa as manhãs embrulhada num roupão de neblina e é com espreguiçamentos de mulher vadia que despe os véus da cerração para o banho de sol. A névoa esmaia o relevo da paisagem, desbotalhe as cores. Tudo parece coado através dum cristal despolido.” Urupês Versos Íntimos (...) Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Abaixo você encontra um vídeo da mini-série Desejo, escrita por Glória Perez e produzida pela Rede Globo de Televisão em 1990. Nos papeis principais, Tarcísio Meira (como Euclides da Cunha), Vera Fischer (como Anna de Assis) e Guilherme Fontes (como Dilermando de Assis). http://www.youtube.com/watch?v=N2m0v7DcvMA Principal obra: “Os Sertões”