AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Relatório Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes PENAFIEL 18 a 20 fevereiro 2013 Área Territorial de Inspeção do Norte 1 – I NTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011. A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro. ES C A LA D E AV AL I AÇ Ã O Ní v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s t r ê s d o m í n i o s EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes. MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – Penafiel, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 18 e 20 de fevereiro de 2013. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas. BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa. A equipa de avaliação externa visitou a escolasede do Agrupamento, a Escola Básica Milhundos, a Escola Básica de Penafiel 1 e o Jardim de Infância de Penafiel 1. A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da Avaliação Externa das Escolas 2012-2013 está disponível na página da IGEC. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 1 2 – CARACTERIZAÇÃO DO A GRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes, Penafiel, é composto por 18 estabelecimentos de educação e ensino: a Escola Básica de D. António Ferreira Gomes (escola-sede), com os 2.º e 3.º ciclos; as escolas básicas de Milhundos, Pedrantil, S. Martinho de Recesinhos, Souto e Castelões, com 1.º ciclo e educação pré-escolar; as escolas básicas de Eirô 1, Eirô 2, Penafiel 1, Convento, Croca, Cruzeiro e Regadas, com 1.º ciclo; os jardins de infância de Carvalhinhos, Calvário, Penafiel 1, Acucanha e S. Mamede. No presente ano letivo, a população escolar, de acordo com dados fornecidos pela direção do Agrupamento, é constituída por 1990 crianças, alunos e formandos. Destes, frequentam a educação pré-escolar 413 crianças (19 grupos), o 1.º ciclo 789 alunos (40 turmas), o 2.º ciclo 491 alunos (21 turmas), o 3.º ciclo 276 alunos (13 turmas) e o curso de educação e formação de Produção Agrícola, Horticultura e Floricultura 21 formandos (uma turma). De acordo com o Perfil de Escola, 1% dos alunos não têm naturalidade portuguesa e 30% dispõem de computador e ligação à internet em casa. Dos alunos que estudam no Agrupamento, 71% não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da ação social escolar. O levantamento das habilitações académicas dos pais dos alunos revela que 5% têm formação superior e 13% formação secundária ou superior. Quanto à atividade profissional dos pais dos alunos, a sua distribuição mostra que 9% têm profissões de nível superior e intermédio. A equipa de docentes é constituída, no presente ano letivo, por 166 elementos, dos quais 86% são do Quadro. O pessoal não docente é constituído por um chefe de serviços de administração escolar, um encarregado operacional, nove assistentes técnicos e 36 assistentes operacionais. O Agrupamento dispõe ainda de uma psicóloga. Em 2010-2011, ano para o qual a Direção-Geral das Estatísticas da Educação e Ciência disponibilizou valores de referência, as variáveis de contexto do Agrupamento situam-se abaixo da mediana no que respeita à percentagem de alunos do 9.º ano sem auxílios económicos da ação social escolar, às médias do número de anos de habilitação dos pais e mães dos alunos, à percentagem de docentes do quadro do 2.º e 3.º ciclos e à idade média dos alunos dos 4.º e 6.º anos. Estes dados permitem-nos considerar que estamos perante um contexto favorável, embora não seja dos mais favorecidos. 3- A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações: 3.1 – R ESULTADOS R ESULTADOS ACADÉMICOS A informação sobre a avaliação das aprendizagens, regularmente produzida por docentes e pelas diversas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, constitui a base de um trabalho educativo, com vista à melhoria do desempenho de crianças e alunos. Em 2010-2011, tendo em consideração a comparabilidade estatística dos resultados académicos dos alunos deste Agrupamento com os de escolas com variáveis de contexto análogas, verificou-se que as taxas de conclusão dos 4.º e 9.º anos e a percentagem de classificações positivas nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática do 4.º ano ficaram acima dos valores esperados. Por sua vez, no 6.º ano, a taxa de conclusão ficou aquém do valor esperado e as percentagens de resultados positivos nas Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 2 provas de aferição ficaram em linha com esses valores. No 9.º ano, os resultados das provas finais, tanto em Língua Portuguesa como em Matemática, ficaram aquém dos valores esperados, quer na percentagem de resultados positivos, quer nas médias das classificações obtidas. De referir que, na comparação com as escolas do mesmo grupo de referência, constata-se que se encontram acima da mediana as percentagens de positivas nas provas de aferição de Matemática do 4.º ano e de Língua Portuguesa do 6.º ano; próximo da mediana estão a taxa de conclusão do 4.º ano e as percentagens de positivas nas provas de aferição de Língua Portuguesa do 4.º ano e de Matemática do 6.º ano; ficam aquém da mediana a percentagem de alunos que concluíram o 9.º ano e os resultados das provas finais de Matemática do 9.º ano e muito aquém da mediana os resultados das provas finais de Língua Portuguesa do 9.º ano. Considerando o contexto favorável do Agrupamento, o facto de os resultados observados, em 2010-2011, se situarem, globalmente, aquém dos valores esperados demonstra que existe um caminho de melhoria que o Agrupamento tem de percorrer. No triénio 2009-2010 a 2011-2012, ressalta que as taxas de transição/conclusão, nos três ciclos do ensino básico, têm vindo a piorar. Não se verifica uma melhoria significativa em relação aos dados analisados aquando da anterior avaliação externa, realizada em 2010. A análise dos resultados nas provas de aferição do 4.º ano, no último triénio, e do 6.º ano, em 2009-2010 e 2010-2011, em Língua Portuguesa e Matemática, evidencia uma diminuição das percentagens de classificações positivas, acompanhando, globalmente, a tendência dos resultados nacionais. Nas provas finais do 6.º ano, em 2011-2012, tanto em Língua Portuguesa como em Matemática, as percentagens de classificações positivas situam-se em linha com os valores nacionais. Nas provas finais do 9.º ano, ao longo do triénio 2009-2010 a 2011-2012, tanto em Língua Portuguesa como em Matemática, os alunos obtiveram valores inferiores aos nacionais, tanto em percentagem de positivas como na média das classificações, não se verificando uma evolução significativa e sustentada em relação aos dados da anterior avaliação externa do Agrupamento. O Agrupamento identifica, sobretudo, fatores externos que prejudicam o sucesso escolar dos alunos. Diversificou a sua oferta formativa, implementando cursos de educação e formação de jovens e adultos que, no último triénio, apresentaram taxas elevadas de sucesso. De acordo com dados fornecidos pelo Agrupamento, as situações de abandono escolar são inexistentes. R ESULTADOS SOCIAIS O Agrupamento orienta a ação educativa para a aprendizagem e a formação para a cidadania. Neste âmbito, assume relevo a participação dos alunos em atividades de enriquecimento curricular e nos órgãos e estruturas do Agrupamento onde estão representados. O envolvimento dos alunos em propostas, atividades e projetos que o Agrupamento oferece é elevado. Contudo, a assunção de responsabilidades por parte dos alunos não se afigura institucionalizada, de modo generalizado, sendo pontual a sua participação na programação e desenvolvimento de atividades. De referir que o fraco envolvimento dos alunos na programação das atividades tinha sido identificado como um ponto fraco na anterior avaliação externa, o qual se mantém. Diferentemente, as crianças da educação pré-escolar participam no planeamento das atividades e no desenvolvimento do quotidiano escolar. Em resultado da valorização das regras de disciplina, trabalhadas com as crianças e os alunos pelos docentes titulares de grupo e de turma, bem como pelos diretores de turma, o comportamento dos alunos é bom, sendo pouco significativo o número de ocorrências disciplinares, no último triénio. Neste contexto, a generalidade da comunidade educativa refere o bom ambiente educativo vivido nos espaços escolares. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 3 As crianças e os alunos são envolvidos em projetos de voluntariado, de defesa do meio ambiente e de solidariedade, alguns em colaboração com entidades externas, que se assumem como estratégias coerentes na vida escolar. Os responsáveis do Agrupamento estão atentos a dificuldades de integração na escola ou no grupo/turma, sendo adotadas estratégias intencionais para as minimizar. Embora exista um conhecimento informal sobre o percurso escolar ou profissional dos alunos, findo o 3.º ciclo ou os cursos de educação e formação, não existe recolha e análise desta informação, de modo a avaliar o impacto das aprendizagens e da oferta educativa disponibilizada. R ECONHECIMENTO DA COMUNIDADE É significativo o reconhecimento da comunidade educativa pelo serviço educativo e formativo prestado nos diferentes estabelecimentos de educação e ensino do Agrupamento. Este reconhecimento é evidenciado nos significativos índices de satisfação manifestados nos questionários aplicados no âmbito da presente avaliação externa a alunos, profissionais e pais/encarregados de educação. Não obstante, os indicadores que revelam maior insatisfação são, para os alunos do 1.º ciclo, a utilização da biblioteca para fazer trabalhos e leituras, para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos, o uso do computador na sala de aula, para os pais das crianças da educação pré-escolar, a participação do seu filho em atividades fora do jardim-de-infância, para os pais dos alunos do ensino básico e para os docentes a qualidade das instalações e o conforto das salas de aula da escola-sede e para os trabalhadores não docentes a adequação do espaço de desporto e de recreio. O Agrupamento divulga o trabalho realizado nas mais variadas vertentes, designadamente através da sua página na internet, da afixação em locais estratégicos das escolas e de eventos em espaços de entidades da região, procurando incentivar alunos e profissionais para a melhoria contínua. Por sua vez, ainda não implementou os quadros de valor e de excelência, embora a atribuição de prémios por trabalhos e atividades realizadas valorizem, reconheçam e incentivem o sucesso dos resultados académicos e sociais dos alunos. Há um reconhecimento generalizado de alguns constrangimentos inerentes ao contexto socioeconómico onde o Agrupamento se insere e das baixas expetativas de alunos e famílias. Decorrente deste quadro, alguns elementos da comunidade educativa, entre os quais a direção, realçam a importância dos cursos de natureza profissionalizante, designadamente dos cursos de educação e formação, quer no projeto de vida de uma parte significativa desta população escolar, quer no contributo do Agrupamento para o desenvolvimento da comunidade local. Em conclusão: A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados. 3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO P LANEAMENTO E ARTICULAÇÃO A planificação do ensino e de todas as atividades pedagógicas decorre, essencialmente, da adequação dos programas curriculares ao contexto local e à especificidade dos grupos e das turmas, respeitando a sequencialidade interciclos, bem como a uniformização de procedimentos e terminologias, segundo as orientações do conselho pedagógico. A articulação interdepartamental apenas acontece no seio do referido conselho, onde são aprovadas as planificações, o plano anual de atividades e os critérios gerais e Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 4 específicos de avaliação, bem como a realização de algumas atividades conjuntas que envolvem todo o Agrupamento. O departamento da educação pré-escolar planifica as atividades pedagógicas, seguindo as orientações curriculares para este nível de educação, mas tendo também em consideração as características do meio e os recursos disponíveis, bem como a articulação sequencial de aprendizagens com o 1.º ciclo. Esta articulação vertical é mais visível nas escolas onde coexistem estes dois níveis de educação e ensino. Na educação pré-escolar, os docentes constroem o currículo tendo em conta as áreas de conteúdo das orientações curriculares. O departamento curricular do 1.º ciclo também se subdivide em conselhos de ano, para elaboração das planificações do respetivo ano de escolaridade, das fichas de avaliação e a produção conjunta de outros materiais pedagógicos. A supervisão, o acompanhamento e a avaliação das atividades com as turmas são da responsabilidade de uma estrutura específica, que reúne periodicamente os professores titulares de turma. Os coordenadores do departamento curricular e da referida estrutura específica integram o conselho pedagógico. Esta dupla representação confunde um pouco os docentes e não facilita a articulação interdepartamental, nem a articulação vertical com o 2.º ciclo, que se limita à transmissão de informações sobre os alunos que transitam para o 5.º ano, para facilitar a construção dos planos de turma deste nível de ensino e as respetivas planificações. Os departamentos curriculares dos 2.º e 3.º ciclos sustentam o desenvolvimento das suas competências nas reuniões periódicas dos professores do mesmo grupo de recrutamento, dispondo, para tal, de um tempo semanal comum. A metodologia implementada fomenta o trabalho colaborativo entre professores nas referidas estruturas, mas não promove processos integrados e articulados de desenvolvimento do currículo. A nível de Agrupamento, não está implementado um plano estratégico que evidencie uma gestão curricular vertical e integrada para a melhoria dos resultados, facilitadora da transição entre ciclos, cujos efeitos cumulativos possam ter reflexos positivos no 3.º ciclo. O plano anual de atividades é diversificado e equilibrado, tendo sido selecionadas, entre as iniciativas propostas pelos diferentes departamentos, as que contribuem de forma mais eficiente para a consecução dos objetivos do projeto educativo. Os planos de turma reúnem informação explícita sobre o percurso escolar dos alunos, identificam as situações mais problemáticas, os apoios a conceder e as estratégias a utilizar, assumindo-se como elementos preponderantes na estruturação dos processos de ensino-aprendizagem. O trabalho colaborativo entre docentes é mais visível na elaboração das planificações, na realização de algumas atividades conjuntas, envolvendo, por vezes, os diferentes níveis de educação e ensino, na organização dos apoios educativos e na produção de materiais e instrumentos de avaliação. Porém, não foram manifestadas evidências da partilha de práticas científico-pedagógicas relevantes ou de reflexão sobre a eficácia das metodologias de ensino aplicadas, que contribuam para a melhoria do sucesso educativo dos alunos e do desempenho profissional dos docentes, embora estas questões, por vezes, sejam abordadas, informalmente, entre pares ou em contexto de formação, considerando a implementação dos novos programas de Língua Portuguesa e de Matemática. P RÁTICAS DE ENSINO Na elaboração das planificações de curto prazo, os docentes têm em consideração as especificidades de cada turma e as metodologias que melhor dominam. Porém, não foram evidenciadas estratégias de superação para os casos em que os programas e planos estabelecidos não foram integralmente cumpridos, no ano letivo anterior, com vista à recuperação das aprendizagens previstas e à melhoria do sucesso educativo. Nas práticas letivas, evidencia-se alguma diferenciação pedagógica, no respeito pelos Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 5 diferentes ritmos de aprendizagem. Desde a educação pré-escolar, estimula-se a aprendizagem cooperativa de crianças e alunos, bem como a responsabilização pelas tarefas escolares. Os alunos que evidenciam dificuldades de aprendizagem beneficiam de apoio individualizado (1.º ciclo), aulas de apoio e sala de estudo, podendo ainda frequentar a biblioteca, o laboratório de matemática, a oficina de história e o gabinete de artes, para trabalho prático e superação de dúvidas com professores designados para o efeito. Porém, considerando os resultados alcançados, sobretudo no 3.º ciclo, carecem de ser repensadas as estratégias implementadas, de forma a rentabilizar melhor os recursos disponíveis. Os alunos com necessidades educativas especiais, depois de referenciados, são rapidamente avaliados, passando a dispor de um conjunto de medidas educativas específicas, num processo supervisionado e acompanhado pelo núcleo de apoio educativo, em estreita colaboração com as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, o serviço de psicologia e os parceiros externos, nomeadamente, no âmbito da inserção de alunos na vida pós-escolar. Estes alunos estão bem integrados, sentem-se acarinhados e são preparados para ingressar no mercado de trabalho, sempre que possível. Porém, embora o Agrupamento promova um conjunto de iniciativas de apoio aos alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem, não existem medidas, nem planos específicos, que estimulem e valorizem os alunos que apresentem capacidades excecionais. O recurso a metodologias e práticas de ensino sustentadas pelas tecnologias da informação e comunicação é ainda incipiente, apesar de haver alguns quadros interativos e/ou videoprojetor e computador com ligação à internet em cada sala de aula, o que é justificado com a escassez de formação adequada. No âmbito do ensino das ciências, evidenciam-se algumas práticas que envolvem metodologias ativas e experimentais, não generalizadas, bem como a promoção de atividades de pesquisa e de resolução de problemas, no contexto da exploração dos conteúdos programáticos, cuja frequência varia de turma para turma. No entanto, não se verifica a existência de clubes ou projetos que valorizem e promovam a componente experimental, com exceção de uma atividade de demonstração de experiências realizadas por alunos do 3.º ciclo, para os alunos mais novos, no final do ano letivo. Na educação pré-escolar, realizam-se alguns projetos, em colaboração com as famílias, que contribuem para o embelezamento dos respetivos espaços educativos. O Agrupamento promove alguns encontros com escritores e algumas exposições, destacando-se a que é organizada em parceria com a Câmara Municipal, no final do ano letivo, com trabalhos realizados pelos alunos. Contudo, não se verifica a existência de um jornal escolar ou de clubes e projetos passíveis de contribuir para a promoção das competências artísticas e culturais dos alunos e o seu desenvolvimento integral. O Agrupamento dispõe de três bibliotecas escolares que contribuem para desenvolver nos alunos o gosto pela leitura, pela escrita e pela pesquisa autónoma. Constituem espaços atrativos, onde se realizam atividades educativas e de promoção da leitura e onde se facilita o acesso a livros, jornais, revistas, CDs, DVDs e outros documentos. O acompanhamento e a supervisão regular da prática letiva em contexto de sala de aula, de modo a contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, continuam por implementar. A supervisão da prática letiva tem sido realizada indiretamente, através das reuniões dos departamentos e do conselho pedagógico, da avaliação do cumprimento da planificação, da análise dos resultados académicos dos alunos e dos relatórios das ações desenvolvidas. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 6 M ONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS Os critérios de avaliação, definidos pelo conselho pedagógico, visando adequar a avaliação aos processos de ensino-aprendizagem, são genericamente conhecidos pelos alunos e encarregados de educação. Estão implementadas as diversas modalidades de avaliação. A auto e a heteroavaliação são incentivadas em todos os níveis de educação e ensino, com as devidas adaptações. A avaliação diagnóstica também é realizada em todos os níveis de educação e ensino no início de cada ano letivo. A avaliação formativa constitui-se como determinante na regulação do processo de ensino-aprendizagem. A transmissão de informação aos pais e encarregados de educação sobre a evolução das aprendizagens é periodicamente realizada de forma clara. Com estes procedimentos, o Agrupamento, ao mesmo tempo que regula o processo de ensino-aprendizagem, contribui para facilitar o acompanhamento dos alunos pelos respetivos encarregados de educação. A confiança nos resultados da avaliação interna baseia-se na produção e aplicação conjunta, nos vários grupos de recrutamento, de instrumentos de diagnóstico e de avaliação das aprendizagens e na elaboração de critérios de avaliação e de correção das provas, bem com das respetivas grelhas, embora não seja efetuada uma monitorização regular da eficácia destes procedimentos. Os apoios educativos incidem mais nas áreas de Português, Matemática, História e línguas estrangeiras e a sua monitorização baseia-se na elaboração de relatórios pelos respetivos docentes, em articulação com o núcleo de apoio educativo e o serviço de psicologia, podendo ser reajustados. No entanto, a avaliação da eficácia das medidas implementadas carece de uma reflexão mais aprofundada, de modo a encontrar as melhores estratégias para a melhoria do sucesso educativo, considerando as condições socioeconómicas e culturais desfavoráveis do meio em que esta comunidade escolar se insere. O abandono escolar, apesar de ser residual, é prevenido através das tutorias, da diversificação da oferta formativa e do acompanhamento das situações mais críticas pelos diretores de turma, em articulação com os serviços de psicologia. Em conclusão: A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento, o que justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Prestação do Serviço Educativo. 3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO L IDERANÇA O projeto educativo está desatualizado, sendo o adiamento da sua revisão atribuído à incerteza que existiu sobre uma eventual agregação. Persistem, por isso, os problemas detetados na anterior Avaliação Externa, realizada em 2010, relacionados com a falta de metas claras e avaliáveis no planeamento educativo. Este atraso coloca questões de coerência entre os diferentes documentos estruturantes do Agrupamento. Apesar disso, o projeto curricular explicita bem algumas opções relativas à organização e concretização da oferta formativa e o plano anual de atividades é abrangente e abarca iniciativas que mobilizam a comunidade escolar. Há orientações consistentes para que os planos de turma sejam relevantes na uniformização de critérios de atuação e na definição de estratégias de articulação curricular e de diferenciação pedagógica. A diretora assume uma liderança estável, dialogante e recetiva às propostas da comunidade escolar. Há uma valorização das lideranças intermédias, que se mostram conscientes das suas competências e dos desafios essenciais com que o Agrupamento se confronta. Os docentes e os profissionais não docentes mostram-se empenhados na afirmação do Agrupamento. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 7 Verifica-se uma boa concertação com as autarquias locais, que disponibilizam programas e recursos importantes para as atividades do Agrupamento. Há um leque significativo de protocolos e parcerias com diferentes entidades locais, havendo também protocolos de cooperação com duas instituições de ensino superior, para o desenvolvimento de práticas educativas supervisionadas, para formação de futuros professores. Estas parcerias favorecem o desenvolvimento de alguns projetos, sendo destacado, pela abrangência, impacto e capacidade de mobilização, o projeto Crescer com Saúde. O associativismo de pais e de encarregados de educação está agora a ser reativado, designadamente ao nível da escola-sede. G ESTÃO A distribuição do serviço docente, orientada por critérios explícitos, valoriza a continuidade da relação pedagógica. A direção procura compatibilizar as motivações dos docentes com o que considera serem os interesses do Agrupamento, designadamente na atribuição das direções de turma e da responsabilidade por projetos. Há escolas com condições precárias em termos de instalações e equipamentos, mas, também nesses casos, têm-se concretizado melhorias para garantir as condições normais de funcionamento, havendo iniciativas para satisfazer as solicitações feitas pelas diferentes estruturas intermédias, seguindo critérios equitativos na distribuição de recursos materiais. Tanto os assistentes técnicos como os operacionais exercem a sua atividade por áreas funcionais. A direção é reconhecida por estes trabalhadores, que a consideram disponível e capaz de partilhar tarefas e responsabilidades, mas a sua participação nos processos de autoavaliação do Agrupamento é praticamente inexistente. Anualmente é estabelecido um plano de formação, que considera as necessidades de formação detetadas no processo de avaliação do pessoal docente e não docente, sendo desenvolvidas algumas iniciativas formativas, cada vez mais circunscritas aos recursos existentes no Agrupamento. No caso do pessoal não docente, há que referir, também, o recurso a ações de formação promovidas pelos sindicatos. Para a comunicação interna e externa, são usadas as formas habituais de informação interna, escrita ou oral, sendo de sublinhar a importância crescente do correio eletrónico na comunicação entre estabelecimentos, entre docentes e entre estes e os encarregados de educação. Refira-se, ainda, a existência da página web do Agrupamento, apresentando informação atualizada, o aproveitamento do serviço de um canal de televisão para a divulgação de iniciativas escolares e o recurso, limitado, à plataforma moodle. A UTOAVALIAÇÃO E MELHORIA As práticas de autoavaliação não estão ainda suficientemente consolidadas e não se verificaram melhorias, neste domínio, desde a última avaliação externa. O processo é coordenado por uma equipa responsável pelo designado Observatório de Qualidade do Agrupamento, reformulada recentemente, mas que continua com uma composição limitada aos docentes dos 2.º e 3.º ciclos, não havendo justificação razoável para a ausência, nesta equipa, de docentes de outros níveis e de outros elementos da comunidade educativa. O dispositivo de autoavaliação está, para já, centrado na análise dos resultados da avaliação sumativa interna dos alunos, sendo produzidos relatórios trimestrais para apreciação nos diferentes órgãos e estruturas do Agrupamento. Depois da avaliação externa, ocorrida em 2010, foi também realizado um inquérito, por questionário, para conhecer a opinião da comunidade educativa sobre diferentes aspetos da vida escolar, mas não são visíveis os impactos desse trabalho em processo de planeamento educativo. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 8 O Agrupamento apresenta, portanto, limitações muito significativas em termos de continuidade e abrangência da autoavaliação, não estando ainda suficientemente definidos procedimentos e metodologias, assim como as prioridades e dimensões de análise. Neste contexto, será sempre limitado o impacto da autoavaliação no planeamento educativo, na organização do Agrupamento e nas práticas dos seus profissionais. Em conclusão: A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento, pelo que se justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Liderança e Gestão. 4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento: O trabalho de valorização das regras de disciplina com impacto positivo no comportamento dos alunos e no ambiente escolar. O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Apoio Educativo e pelo Serviço de Psicologia, em articulação com as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, para a organização dos apoios educativos e prevenção do abandono escolar. A implementação das diversas modalidades de avaliação em todos os níveis de educação e ensino, com reflexos na regulação do processo de ensino e de aprendizagem e no acompanhamento dos alunos pelos respetivos encarregados de educação. A liderança estável e dialogante da diretora, capaz de promover a participação e de favorecer a coesão institucional. A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes: O envolvimento dos alunos na programação das atividades, promovendo a assunção de responsabilidades. O aprofundamento e a generalização das práticas de articulação curricular com vista à melhoria das aprendizagens e dos resultados escolares. O incremento de atividades de pesquisa e metodologias ativas, bem como a criação de clubes e projetos estimulantes, que promovam a componente experimental, o desenvolvimento integral e as competências artísticas e culturais dos alunos. Os mecanismos de supervisão da prática letiva em sala de aula, com vista à melhoria do processo de ensino e de aprendizagem. A atualização do projeto educativo, com metas claras e avaliáveis, no sentido de dar mais coerência aos diversos documentos estruturantes. A consolidação e abrangência dos procedimentos de autoavaliação, com efeitos no planeamento educativo, na organização do Agrupamento e nas práticas dos seus profissionais. Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 9 A Equipa de Avaliação Externa: Luís Rothes, José Manuel Sevivas Martins e Ramiro Fernandes Santos Concordo. À consideração do Senhor Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, para homologação. Homologo. O Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar A Subinspetora-Geral da Educação e Ciência João Casanova de Almeida Digitally signed by Maria Leonor Venâncio Estevens Duarte Maria Leonor DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Inspeção-Geral da Venâncio Educação e Ciência, cn=Maria Venâncio Estevens Duarte Estevens Duarte Leonor Date: 2013.10.14 15:58:00 +01'00' Assinado de forma digital por João Casanova de Almeida DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Gabinete do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, cn=João Casanova de Almeida Dados: 2013.10.17 11:23:15 +01'00' Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes – PENAFIEL 10