Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos Professor ROCHA Os domínios morfoclimáticos e a paisagem do Brasil Esses domínios correspondem a áreas com relativa homogeneidade no quadro natural composto pelo relevo, pelo clima, pela vegetação e pela hidrografia. É muito importante observar que as paisagens não são homogêneas, podendo ocorrer, por exemplo, mais de uma vegetação em um mesmo tipo de relevo. Ainda assim, é possível fazer uma síntese do quadro natural do país em seis grandes domínios. Não se deve, pois, confundir o Domínio com o Bioma. No Domínio do Cerrado predomina o Bioma do Cerrado. Todavia, outros tipos de Biomas também estão ali representados, seja como tipos "dominados" ou "não predominantes" (caso das Matas Mesófilas de Interflúvio), seja como encraves (ilhas ou manchas de caatinga, por exemplo), ou penetrações de Florestas Galeria, de tipo amazônico ou atlântico, ao longo dos vales úmidos dos rios. Para dirimir dúvidas, sempre é bom deixar claro se estamos nos referindo ao Domínio do Cerrado, ou mais especificamente, ao Bioma do Cerrado. O Domínio é extremamente abrangente, englobando ecossistemas os mais variados, sejam eles terrestres, paludosos, lacustres, fluviais, de pequenas ou de grandes altitudes etc. •Tempo: é o estado momentâneo da atmosfera. •Clima: conjunto das condições atmosféricas de uma região, sendo determinado pelas médias mensais e anuais dessas condições atmosféricas de, pelo menos, os últimos 30 anos. Elementos: Temperatura atmosférica Pressão atmosférica Umidade Chuva Vento Massas de Ar Fatores: Relevo Altitude Latitude Vegetação Continentalidade/Maritmi dade Correntes marítimas •Varia com: 1.Latitude 2.Altitude 3.Maritmidade e continentalidade • Varia com: 1. Altitude 2. Latitude 3. Temperatura • Responsável pelo mecanismo dos ventos • Sopram sempre das áreas de alta pressão para as de baixa pressão Ciclonais Anticiclonais •A Ciclo hidrológico umidade varia com a altitude e a latitude. •É responsável pelas precipitações superficiais e não-superficiais como: -Superficiais:geada, neblina e orvalho. - Não-superficiais: granizo neve e chuvas. • São grande porções de ar que possuem as mesmas características (temperatura, umidade, pressão) • Podem ser: secas ou úmidas, quentes ou frias • Se originam em grande extensões homogêneas da Terra (planícies, desertos, oceanos, florestas) MTC MPA MEC OS TIPOS DE CLIMA DO BRASIL O clima do Brasil pode ser classificado, em geral como equatorial, tropical e subtropical, mas dentro do território brasileiro há muitas diferenças quanto ao clima em mesmas regiões. Equatorial Úmido (Convergência dos Alísios) Quente e úmido Tropical Semiúmido(Inverno seco e verão úmido) Subtropical Úmido (Costas orientais e subtropicais, com predomínio da Massa Tropical Marítima) Tropical Semi-Árido (Tendendo a seco pela irregularidade da ação das massas de ar) Tropical Úmido ou Litorâneo Úmido (Influenciado pela Massa Tropical Marítima) •Média Térmica:27°C •Índice pluviométrico:750mm/ano •Média térmica acima de 25ºC •Índice pluviométrico:2.500mm/ano M.Térmica:24°C IP:1800mm/ano Média térmica: 25ºC Índice Pluviométrico: 1500mm/ano MT:18°-22°C IP:8001000mm/ano Média térmica: 18ºC Índice Pluviométrico: 1250mm/ano Média térmica: Índice Pluviométrico Abaixo de 20ºC Domínio do Cerrado O domínio do cerrado corresponde aos chapadões tropicais interiores com cerrado e florestas-galerias. É a área de clima tropical típico, semi-úmido, com duas estações bem nítidas, a das chuvas e a das secas. Aspectos do Cerrado Estima-se que a área nuclear do Domínio do Cerrado tenha aproximadamente 1,5 milhão de km2. Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas. Strictu sensu: sentido restrito Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação. • Campo rupestre -encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada. • Campo sujo: é uma forma mais rala de cerrado, que ocorre em solos mais profundos, onde as condições físicas proporcionam condições para o estabelecimento de espécies lenhosas. Várias espécies típicas dos cerrados em áreas próximas são encontradas nos campos sujos. A cobertura de espécies arbóreas se aproxima de 10 %nesta fitofisionomia . • Campo Limpo: consiste de uma camada rasteira, sem árvores ou arbustos que se destacam acima desta camada. Os solos são rasos e é comum encontrar gradações de umidade, com faixas de campo úmido em solos com lençol freático superficial, especialmente nas áreas de nascentes em encostas e fundos de vale, seguidas por campos limpos em solos bem drenados. As veredas ocorrem em geral, em áreas de nascentes, com elevado nível de umidade no solo, representando um ecossistema de grande relevância na região do cerrado. São comunidades hidrófilas formadas por dois tipos de vegetação: uma herbáceo-graminosa que ocupa a maior parte de sua área, e outra arbóreo-arbustiva com predominância dos buritis. A Mata Ciliar é um tipo de formação florestal que acompanha os rios de médio e grande porte, em que a vegetação arbórea não forma galerias. Esta formação é geralmente estreita nas margens, dificilmente ultrapassando 100 metros de largura. É comum a largura de cada margem ser proporcional à do leito do rio, embora em áreas planas a largura possa ser maior . As árvores, predominantemente eretas, variam em altura de 20 a 25 metros, com alguns poucos indivíduos emergentes alcançando 30 m. As espécies típicas são predominantemente caducifólias, com algumas sempre-verdes, conferindo à Mata Ciliar um aspecto semidecidual. O Relevo do Cerrado O relevo do Domínio do Cerrado é em geral bastante plano ou suavemente ondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Perfil do Solo Em condições naturais, os solos do Cerrado apresentam alta acidez, baixo pH e presença de elementos químicos como o alumínio, cuja toxidez prejudica o desenvolvimento das raízes das plantas. Esses solos apresentam, também, baixo conteúdo dos nutrientes necessários para a nutrição das plantas. Couraça Laterítica Em parte dos Cerrados, o solo pode apresentar concreções ferruginosas - canga - formando couraças, carapaças ou bancadas lateríticas, que dificultam a penetração da água de chuva ou das raízes, podendo às vezes impedir ou dificultar o desenvolvimento de uma vegetação mais exuberante e a própria agricultura. Quando tais couraças são espessas e contínuas, vamos encontrar sobre estas superfícies formas mais pobres e mais abertas de Cerrado. Correção do pH pela calagem (aplicação de calcário, de preferência o calcário dolomítico, que é um carbonato de cálcio e magnésio) e adubação, tanto com macro quanto com micronutrientes, podem torná-los férteis e produtivos, seja para a cultura de grãos ou de frutíferas. Voçorocas A voçoroca, boçoroca ou ravina é um fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas. Pobre, seco, e quimicamente morto, nada fecunda. Fauna do Cerrado Onça Pintada Ema Arara Canindé Anta Grande parte das queimadas no cerrado é provocada pelo homem, seja por balões, seja por descuido, seja para renovar os pastos etc. Todavia, existem queimadas que se originam por raios. Enquanto as queimadas antropogênicas predominam na estação seca, as naturais ocorrem predominantemente na estação das chuvas, quando há ocorrência de raios. Domínio Amazônico Na região Norte, prevalece o domínio amazônico, que também está presente no Centro-Oeste (no norte de Mato Grosso) e no Nordeste (no oeste do Estado do Maranhão). O domínio amazônico contém terras baixas, constituídas por baixos planaltos, depressões e planícies pluviais. É a maior Floresta Tropical Úmida do planeta. Também é considerada a mais rica em biodiversidade: em uma área de 2km2 de mata chegam a ser encontradas 300 espécies vegetais diferentes. Amazônia Legal: (SUDAM-1966) Amazônia real (60% no Brasil) O nome Amazônia deriva de "amazonas", mulheres guerreiras da mitologia grega dado por Francisco de Orellana, se referindso às índias da tribo Icamiabas. Amazona significa a=sem, mazôn=centro ou sem centro, em grego. A Floresta Amazônica é a floresta equatorial que forma a maior parte da Amazônia. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hiléia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo. A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Características da Floresta Heterogênea Higrófila Perene Latifoliada Densa Arbórea Presença de epífitos Solo Amazônico O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. O aproveitamento de recursos é ótimo, havendo mínimo de perdas. Um exemplo claro disso está na distribuição acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que escorrem a partir da floresta, com as chuvas. Também forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos que rapidamente são convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação. Particularidades da Amazônia: Encontro das águas Pororoca O vocábulo Pororoca vem do tupi “Pororoka”, que significa estrondar. Por pororoca entende-se o fenômeno de encontro das ondas do mar com as águas da foz de um rio.