5ª Conferência da Central de Balanços
Caraterização das Empresas Portuguesas do Setor
Exportador
Gonçalo Lobo Xavier – Setor da Indústria Metalomecânica
AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,
Metalomecânicos e Afins em Portugal
Contributo da inovação para a actividade exportadora
Enquadramento:
Tendo em conta o passado recente e o presente, entendemos que o futuro da indústria metalúrgica e
metalomecânica tem condições para continuar crescer e ser sustentável, sobretudo numa perspectiva de
inovação constante dos seus produtos e serviços, tendo em vista o crescimento das exportações.
Falamos de um sector que tem um elevado grau de abertura ao exterior e que por isso não está tão
dependente da recuperação do mercado interno nacional, que teima em crescer a níveis infelizmente
insuficientes para as necessidades do país. É claramente o sector industrial português com maior vocação
exportadora e que tem assentado a sua base de crescimento na procura da diversidade dos mercados
externos, associando o sector a qualidade e inovação.
Note-se também que a necessidade de novos mercados, com enormes exigências normativas,
tecnológicas, de qualidade e de excelência no serviço, obrigaram as empresas a prepararem-se e a
dotarem-se de recursos humanos e técnicos de elevada qualidade para fazer face às necessidades
essenciais para assegurar a competitividade global.
É com este enquadramento que o sector, nas suas várias vertentes – metalurgia; máquinas e
equipamentos; produtos metálicos; cutelarias e louça metálica; equipamento de transporte;
subcontratação industrial – se encontra hoje numa fase de crescimento e reconhecimento, nacional e
internacional, que lhe permite encarar o futuro com uma perspectiva séria de crescimento.
Acresce ainda um factor determinante para a competitividade das economias desenvolvidas e que situa
o sector num patamar de sustentabilidade e credibilidade: a sua frescura financeira. Sabemos, e são os
dados do Banco de Portugal que o indicam, que o sector metalúrgico e metalomecânico é hoje um sector
que tem uma pressão financeira reduzida, com um indicador de rendibilidade líquida superior às
Indústrias Transformadoras e ao total das empresas e com uma autonomia financeira, fruto com certeza
da tipologia familiar das suas empresas, que compara favoravelmente com a média dos países europeus.
É com esta robustez financeira que vemos hoje as empresas do sector a investirem na sua capacidade e
mobilização tecnológica, para fazer face aos desafios.
www.bportugal.pt
1
Perante este cenário não temos dúvida em dizer que não só a estratégia recente do sector foi válida como
tem futuro sustentável.
E os números validam esta perspectiva:
i)
O sector tem actualmente cerca de 15.000 empresas activas
ii)
Emprega perto de 200.000 trabalhadores
iii)
Representa 18% do PIB
iv)
Representa 30% das exportações do sector da manufactura
v)
Está presente em 200 mercados (literalmente em todo o mundo)
vi)
Em 2014 exportou 13,7 mil milhões de euros (compara com 12,5 mil milhões em 2013) e
espera alcançar os 14 mil milhões em 2015
vii)
70% do que exporta é para a Europa
Exportação e inovação:
Houve um enorme esforço do sector e das empresas no sentido de diversificar mercados, responder
positivamente ao desafio da internacionalização, incrementando a inovação e a qualidade como
requisitos fundamentais para todas as operações, desde a produção à comercialização, passando pelo
marketing, pelo que, após este esforço e dada a conjuntura global, é importante manter estes níveis de
qualidade e investimento.
Felizmente assistimos a uma maior procura por parte de outros países da capacidade instalada nacional
que é de qualidade e está a responder bem aos desafios da globalização. O sector está bem posicionado
para responder a necessidades de mercados exigentes que querem qualidade, precisão, engenharia e
time to market e que outros players, nomeadamente na Ásia, não conseguem responder. A oportunidade
de entregar pequenas séries, com valor acrescentado, com uma excelente relação qualidade/preço e com
um produto optimizado e customizado, deriva do investimento que foi feito nos últimos anos e que tem
a inovação dos serviços e dos produtos como driver das actividades.
A capacidade de reinventar a abordagem aos mercados, associando o sector a uma marca forte (METAL
PORTUGAL) e procurando parcerias nacionais e internacionais, é uma aposta constante da AIMMAP e das
empresas do sector em que as entidades de suporte prestam um papel fundamental na criação de valor
e na eficaz transferência de tecnologia, boas práticas inovadoras e difusão de sistemas eficientes e
criadores de valor acrescentado às actividades e produtos apresentados ao mercado.
É por isso que entidades de suporte como o CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria da
Metalomecânica, como o CENFIM – Centro de formação profissional da indústria metalúrgica e
metalomecânica, ou entidades como a PRODUTECH – Polo Tecnológico das Tecnologias de Produção, ou
ainda entidades parceiras como o INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial e o INESC
- Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência do Porto, são críticas para
ajudar a criar a envolvente de inovação e transferência de tecnologia que seja eficiente para a associação
e para as empresas.
É com o desafio constante da internacionalização e da inovação que o sector encara os próximos anos
com optimismo e realismo.
www.bportugal.pt
2
Download

O setor da indústria metalomecânica