White Paper
KPMG Angola
Abril 2015
O Sector Bancário enquanto alavanca do
crescimento económico Angolano
Face aos desafios que se colocam à
economia Angolana é importante que a
Banca adeqúe a sua capacidade às
necessidades de apoio a projectos de
desenvolvimento de infra-estruturas e de
diversificação, assumindo-se com alavanca
do crescimento da economia e estando
disponível para participar em sindicatos
bancários ou noutras formas de captação
de fundos para esses projectos.
O Sector enfrenta desafios ao nível da rentabilidade e de
adaptação a novas regras que visam aproximá-lo das
melhores práticas internacionais, nomeadamente, no que
diz respeito à implementação das Normas Internacionais
de Contabilidade (IFRS) e a aspectos relacionados com o
Capital Económico e o Risco Operacional.
Neste contexto, e num momento em que os temas de
Data & Analytics e Big Data estão na ordem do dia, é
relevante repensar as arquitecturas dos sistemas de
informação e as necessidades de integração dos diversos
sistemas e áreas das Instituições.
Aspectos marcantes em relação a 2015
Alargamento da oferta de produtos e serviços
O Sector Financeiro desempenha uma função crucial no
financiamento à economia, literacia financeira e
bancarização. A dinâmica da economia e a concorrência do
Sector, acompanhada de um quadro regulamentar cada
vez mais exigente, tem influenciado os modelos de
negócio ao nível da oferta de produtos e serviços
financeiros, bem como no serviço aos clientes.
No segmento de particulares, verifica-se uma gradual
clusterização do mercado, decorrente do surgimento de
uma classe média emergente e de uma classe de “alto
rendimento”. O emergir de novas necessidades,
comportamentos e preferências nestes segmentos, tem
obrigado as Instituições a reflectirem sobre a sua oferta.
Mercado de capitais
Face à evolução actual, com o desenvolvimento do
mercado de capitais e a intervenção cada vez mais
relevante da Comissão de Mercado de Capitais (CMC) e
da Bolsa de Derivados de Angola (BODIVA), este será um
dos aspectos marcantes de 2015 e anos seguintes, com o
expectável posicionamento das principais empresas e
Instituições Financeiras no mercado obrigacionista, bem
com dos pequenos e médios investidores na lógica da
existência de fontes alternativas de investimento e
rendibilidade.
Desta forma o volume de transacções
e receitas geradas com estas
operações, bem como o nível de
participação dos Bancos/Grupos
Financeiros neste movimento podem
ser muito relevantes para a sua
notoriedade, bem como para a sua
rentabilidade e posicionamento no
mercado,
Gestão de pricing
O crescimento do contributo dos
resultados de prestação de serviços
financeiros para os resultados globais
de intermediação financeira, a
redução dos resultados de operações
cambiais e da rentabilidade estrutural
do Sector Bancário têm criado uma
preocupação crescente com a
efectividade dos modelos de pricing.
Tendo como objectivo primordial a
preservação dos níveis de
rentabilidade, têm vindo a ser
desenvolvidos esforços no sentido de
robustecer os processos e
ferramentas de gestão de preçário,
mas igualmente, na identificação e
mitigação de situações de perda de
receita (leakage).
Não menos importante, os Bancos
têm vindo a avaliar a efectividade dos
processos de cobrança de comissões.
Neste domínio, a actuação tem-se
centrado na identificação e
quantificação das situações de
leakage, mas também na revisão do
enquadramento operativo Organização, Processos, Sistemas de
Informação, Governance - Compliance
e ambiente de controlo interno que
estão subjacentes aos processos de
definição, parametrização, negociação
e cobrança de comissões, com vista à
sua correcta mitigação.
Reforço da solvabilidade
Apesar de, em Angola, os rácios de
solvabilidade apresentarem
consistentemente níveis superiores
às exigências regulamentares, a
evolução nas metodologias de cálculo
dos requisitos de capital, bem como a
emergência de um conjunto de riscos
no mercado, com potencial de erosão
sobre os fundos próprios tem
conduzido o Banco Nacional de
Angola a alterações no
enquadramento regulamentar destas
matérias que coloca maior enfoque
no processo de gestão de capital das
Instituições.
Vitor da Cunha Ribeirinho
Head of Audit & Financial Services
Este novo enquadramento introduz,
em geral, uma perspectiva de cálculo
de requisitos de fundos próprios que
requer maior conhecimento do risco
das suas operações e Clientes,
estando mais próximo de uma
perspectiva económica, permitindo
uma noção mais precisa dos níveis de
solvabilidade das Instituições face aos
riscos na sua actividade.
Face a estes desafios, consideramos
que o ano de 2015 e seguintes serão
anos de grande desafio para o
mercado e as Instituições, que têm
cada vez mais que demonstrar
capacidade de sustentabilidade e
resiliência dos seus modelos de
negócio.
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