Introdução à Semiologia e Semiotécnica Profª Amanda Santos Enfermagem 02/2008 Ementa Iniciação às práticas de Enfermagem nos diferentes ciclos vitais. Registros de Enfermagem, cuidados com o ambiente hospitalar, anamnese, histórico e principais medidas de sinais vitais. Bibliografia Básica BRUNNER,L.S, SUDDARTH,O.S. Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 2000. JARVIS. Carolyn; Exame Físico e Avaliação de Saúde. Rio de Janeiro: Copyright by Editora Guanabara Koogan , 2002. POSSO. M,B,S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São PAULO:Atheneu, 2004. CARPENITO, L. Diagnóstico em Enfermagem. São Paulo: Artes Médicas, 1998 FIGUEIREDO. Nébia Maria Almeida de. Práticas de Enfermagem. São Paulo: Difusão Paulista de Enfermagem, 2002. Bibliografia Complementar ORLANDO, I. J. O relacionamento dinâmico do enfermeiro - paciente. São Paulo: EPU/EDUSP, 1974. REMEM, N. O Paciente como ser humano. São Paulo: Summus, 1993. WILLIAMS, S.R. Fundamentos de Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Artes Médicas, 1998. Objetivos Realizar coleta de dados através da observação, entrevista e exame físico como primeira etapa da Metodologia Científica; Realizar o exame físico geral e o exame físico específico do indivíduo sadio; Demonstrar procedimentos técnicos de enfermagem; Conceituação Semiótica ou Semiologia Investigação e estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e que seguem o ponto de vista da Enfermagem. Semiotécnica Estudo e metodização das ações que sucedem ao exame físico. P.ex: O exame físico detecta sujidade na cavidade oral; a ação semiotécnica – higienização da cavidade oral Semiologia Ciência que estuda o funcionamento do sistema de signos. Por signo entende-se a interpretação de alguém diante de uma "coisa" ou "evento". Ex.: preto é uma cor, mas passa a ser signo (luto) na comunicação. Ha signos naturais e artificiais: Os naturais não são produzidos pelo homem. São "coisas" e "eventos" que o homem passa a interpretar como signos. Ex.: nuvens negras (chuva vindoura), Já os artificiais são criados pelo homem para que funcionem no processo da comunicação. Caracterizam-se, portanto, pela intenção. Ex.: apitos de juiz, sinal de trânsito, signos lingüísticos... Para se obter a semiótica de enfermagem, o paciente é avaliado, baseando-se nos seguintes itens: - Pré requisitos (diagnóstico de ambiência, preceitos éticos...) - Anamnese - Exame físico - Diagnóstico - Planejamento - Implementação - Avaliação Técnica Conhecimento Técnico e tático (semiotécnica) Treinamento Insistência Perseverança Marketing pessoal Pessoal Traje Locomoção Local de trabalho Regras de ouro do relacionamento RESPEITE SEU PACIENTE acima de tudo e de todos. Trate seu paciente como você gostaria de ser tratado. PONHA-SE NO LUGAR DELE. Estude e adquira conhecimentos antes de lidar com pacientes. Apresente-se a seu paciente e diga seu nome. Pergunte o dele e NÃO ESQUEÇA. Refira-se e dirija-se a ele, SEMPRE, PELO NOME e não pelo número de seu leito ou enfermaria. ANTES DE EXAMINAR seu paciente pergunte se ele esta disposto, se tem alguma dor ou algo que possa prejudicar ou impedir seu exame. Olhe seu paciente no olho. Leia nas entrelinhas o que seu paciente não esta lhe dizendo. Observe-o, analise-o, descubra o que o aflige realmente. Mantenha sua mente aberta. SINTA SEU PACIENTE. EXAMINE SEU PACIENTE como um todo e não somente o local de sua queixa. Toque no seu paciente, sinta-o e se deixe sentir. - JAMAIS examine simultaneamente um paciente que esta sendo examinado por um Enfermeiro ou outro colega seu. Espere-o terminar e após se apresentar, solicite permissão ao paciente, explique a ele o que será realizado e se autorizado, proceda seu exame. - Durante o exame físico, observe continuamente a face de seu paciente, se notar qualquer sinal de dor, interrompa imediatamente a manobra realizada, pois a mesma estará prejudicada pela dor do paciente. SINTA SEU PACIENTE. Utilize termos que seu paciente possa entender, seja o mais simples possível. Explique quantas vezes for necessário, até que você se convença de que ele entendeu suas orientações e ou explicações. - Seja sempre seguro. Não tenha medo de dizer a seu paciente que não sabe algo. - Diga com segurança que irá pesquisar e que depois repassará a ele a informação. - Não esqueça que ele estará aguardando Logo, REPASSE uma resposta a ele, mesmo que seja “ainda não encontrei uma resposta para seu problema, mas continuo procurando”. ISTO É SER ÉTICO, PROFISSIONAL E PRESTAR UMA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA!!!! O que o paciente espera de mim? Atenção • Consideração Conhecimento • Segurança Compreensão • Presteza Paciência • Informação precisa A Enfermagem é um sacerdócio? "Solenemente, juro: Dedicar na presença de Deus e desta assembléia, minha vida profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e fidelidade; guardar os segredos que me forem confiados; respeitar o ser humano desde a concepção até depois da morte; não praticar atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; atuar junto à equipe de saúde para o alcance da melhoria do nível de vida da população; manter elevados os ideais de minha profissão, obedecendo os preceitos da ética, da legalidade e da moral, honrando seu prestígio e suas tradições” Sede bem vindos a Enfermagem! Infecção Hospitalar INFECÇÃO HOSPITALAR A infecção hospitalar é uma doença grave, de tratamento bastante difícil, causada por bactérias que se desenvolvem dentro do hospital, e que, portanto, são mais resistentes aos tratamentos. Felizmente, a doença tem cura, mas, principalmente, deve-se tomar uma série de medidas para preveni-la, o que inclui desde o treinamento das equipes de profissionais de saúde e técnicos que estão em contato direto e indireto com os doentes, até cuidados rigorosos por parte dos visitantes que vão aos hospitais levar conforto a seus entes queridos. Infecção Hospitalar A infecção hospitalar surgiu praticamente junto com os hospitais. No passado, os médicos não sabiam nada sobre a importância de se manterem hábitos de higiene, e eles próprios eram responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças entre seus pacientes internados. Embora para nós isso pareça inadmissível, é importante saber que somente no século XIX compreendeu-se que o simples ato de lavar as mãos entre o atendimento a um paciente e outro poderia diminuir, significativamente, o número de doenças nos hospitais Hoje, apesar dos progressos alcançados no que diz respeito ao controle da infecção hospitalar, ainda assim a doença é um problema em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a cada ano, 10% dos pacientes internados em hospitais contraem infecção hospitalar; em nosso país, a taxa é de aproximadamente 13%. No Brasil, todos os hospitais são obrigados, por lei, a ter um programa permanente de controle e prevenção da infecção hospitalar. Este programa inclui desde cuidados essenciais com limpeza e higiene, até a escolha de técnicas e procedimentos capazes de prevenir a transmissão de vírus, fungos e bactérias. O programa é realizado através do rigoroso treinamento do pessoal que trabalha em hospitais (médicos, enfermeiros e técnicos), com o objetivo de diminuir ao mínimo a incidência da doença. As bactérias que transmitem a infecção hospitalar podem chegar aos pacientes internados através das mãos daqueles que têm contato com eles, das roupas de visitantes ou da própria roupa que lhes é fornecida nos hospitais, da água que ingerem, dos alimentos a que têm acesso, de objetos os mais variados, desde os instrumentos utilizados pelo pessoal do próprio hospital até os curativos que lhes são feitos. Por isso, é preciso estabelecer procedimentos rigorosos para lidar com todo e qualquer material que coloque em risco a saúde dos internos. Entretanto, por maiores que sejam os cuidados, eles podem ser inúteis se o visitante sentar na cama do paciente, por exemplo, ou se comer da comida dele, pegar em seus talheres, usar o mesmo copo, deixar cair no chão restos de comida etc. EDUCAÇÃO CONTINUADA MULTIPROFISSIONAL E VISITANTES COM EQUIPE CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS INFECÇÃO COMUNITÁRIA: Constatada ou em período de incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada à internação anterior; Associada à complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, desde que não haja troca de microorganismos; Em RN, adquirida de forma transplacentária; Em RN associadas a tempo de bolsa rota superior a 24 horas. INFECÇÃO HOSPITALAR Adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou a procedimentos hospitalares. Toda infecção adquirida após 72 horas de internação, quando se desconhece o período de incubação do microorganismo. Aquelas manifestadas antes de 72 horas de internação , desde que esteja relacionada com procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, realizados durante este período. Infecções em RN com exceção as transmitidas por via transplacentária. Atividades para o controle de Infecção Hospitalar (SCIH) • Vigilância epidemiológica para identificar e determinar causas e possibilitar a proposição de medidas administrativas oportunistas; • Controle de estado geral do paciente, a fim de evitar o agravamento da inibição de mecanismos de defesa antiinfecciosa; • Aplicação racional de técnicas de limpeza, esterilização, antibioticoterapia precaução.. e antibioticoprofilaxia, isolamento e Tipos de isolamento baseado na transmissão Precauções Luvas Máscaras Óculos Avental Ambiente Padrão Em risco contaminação Em risco contaminação Em risco contaminação Em risco contaminação Comum Gotículas > 5 um Em risco contaminação Proximidade < 1 metro Em risco contaminação Em risco contaminação Área Isolada Aerosóis < 5 um Em risco Sim (N95) Em risco contaminação Em risco contaminação Quarto privado Contato Sim Em risco contaminação Em risco contaminação Sim Área Isolada Total Sim Sim Em risco contaminação Sim Área Isolada*, Quarto privativo** contaminação CASOS CLÍNICOS CASO 1 L.M 16 anos, internou-se no dia 07/06 para tratamento clínico de crise hipertensiva, no dia 17/06 apresentou febre e exantema, cujo diagnóstico foi sarampo.Infecção hospitalar? Justifique. CASO 2 M.A.M.,internada com diabetes descompensada, apresentou no 4º dia de internação uma infecção urinária. Por ocasião da admissão não havia sinais ou sintomas de infecção. Infecção hospitalar? Justifique. CASO 3 H.M.S, internada devido a queda, com fratura de membros inferiores, submetida a cateterismo vesical, pois teve que ficar restrita ao leito. No 3º dia de internação apresentou infecção urinária. Infecção hospitalar? Justifique. CASO 6 RN de termo, apgar 6 e 7, bolsa rota de 24 horas, Após 16 horas de nascimento apresentou hiperemia em torno do cordão umbilical, tornou-se apático, parou de sugar e apresentou queda no estado geral com cianose de extremidades e hipotermia. RX de tórax normal. Colhido sangue para hemocultura, iniciou-se esquema antibiótico para septicemia. Infecção hospitalar? Justifique PROCESSO DE ENFERMAGEM:SAE É UMA FORMA DE PRESTAR CUIDADOS DE ENFERMAGEM DE FORMA SISTEMÁTICA, RENTÁVEL , HUMANIZADA E INDIVIDUALIZADA Investigação Diagnóstico Processo Avaliação Planejamento Implementação Processo de Enfermagem Determina uma abordagem sistemática para a prática de enfermagem. Histórico (Levantamento de dados) Diagnóstico Planejamento (Plano de cuidados/Prescrição) Implementação (Execução do plano) Avaliação (Evolução) Diagnóstico de Enfermagem “O Diagnóstico de Enfermagem oferece a base para intervenções de enfermagem para que sejam alcançados os resultados pelos quais o enfermeiro é responsabilizado” (Doenges 1999) Diagnóstico de Enfermagem Depois da conclusão da história de saúde e da avaliação física, o enfermeiro(a) determina a necessidade de cuidado de enfermagem do paciente. O termo Diagnóstico de Enfermagem surgiu na literatura NorteAmericana em 1950, quando Mac Manus propôs, dentre as responsabilidades do Enfermeiro, a identificação dos diagnósticos ou problemas de enfermagem. A partir da década de 70, estudos foram realizados com o objetivo de estabelecer uma classificação internacional dos Diagnósticos de Enfermagem. Recentemente a Associação Norte-Americana (NANDA), publicou a Taxonomia. Wanda Horta em 1960 introduziu o diagnóstico de enfermagem, como uma das etapas do processo de enfermagem. O Enfermeiro, após ter analisado os dados do histórico e do exame físico identificará os problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas, grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade, aos problemas processos de vida vigentes ou em potenciais. Os Diagnósticos de enfermagem, primeira taxonomia criada em enfermagem, promoveram o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade em Enfermagem. NANDA – North American Nursing Diagnosis Association. Os problemas identificados do paciente são definidos no Diagnóstico de Enfermagem. É atualizado a cada 2 anos; Vale Lembrar que os Diagnósticos de Enfermagem: Não são diagnósticos médicos; Não são tratamentos médicos prescritos pelos médicos; Não são estudos diagnósticos; Não são equipamentos utilizados para implementar o tratamento médico; Não são problemas que o enfermeiro(a) vivencia ao cuidar do cliente; Diagnóstico de enfermagem: São problemas de saúde reais ou potenciais do cliente que são receptivos a resolução por ações de enfermagem independente; Os diagnósticos de enfermagem guiarão o enfermeiro(a) no desenvolvimento do plano de cuidados. Diagnóstico de NANDA TROCA: COMUNICAÇÃO: RELACIONAMENTO: VALORIZAÇÂO: ESCOLHA: MOVIMENTO: PERCEPÇÃO: CONHECIMENTO: SENTIMENTO PROXIMA AULA Técnica de lavagem das mãos; Técnica de calçar luvas estéreis Métodos e procedimentos de assepsia e anti-sepsia Uso de EPIs FIM