Capítulo 2: Um giro pelo livro Capítulo 2 : Conceitos Introdutórios © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro 2.1 Produto agregado Contas de renda e produto nacional são um sistema de contabilidade utilizado para medir a atividade econômica agregada. (*Contabilidade Nacional*) A medida do produto agregado nas contas nacionais é o produto interno bruto, ou PIB. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB: produção e renda Há três formas de definir o PIB: 1. PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos em uma economia em dado período. Bem final é um bem destinado ao consumidor final. Bem intermediário é um bem utilizado na produção de outro bem. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB: produção e renda Há três formas de definir o PIB: 2.O PIB é a soma dos valores adicionados na economia em dado período. O valor adicionado é igual ao valor da produção de uma empresa menos o valor dos bens intermediários que ela utiliza na produção. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB: produção e renda Há três formas de definir o PIB: 3. O PIB é a soma das rendas em dado período. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real PIB Nominal é a soma das quantidades de bens finais multiplicadas por seus preços correntes. O PIB nominal aumenta ao longo do tempo porque: A produção da maioria dos bens aumenta ao longo do tempo. Os preços da maioria dos bens também aumentam ao longo do tempo. O PIB real é calculado como a soma das quantidades de bens finais multiplicados por preços constantes (em vez de preços correntes). Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real Para calcular o PIB real precisamos multiplicar o número de automóveis produzidos a cada ano por um preço comum. Suponha que utilizamos o preço do automóvel em 2000 como o preço comum. Esse enfoque nos dá, na verdade, o PIB real em dólares de 2000. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real PIB nominal é também chamado PIB em reais ou PIB em reais correntes. PIB real é também chamado PIB em termos de bens, PIB em reais constantes, PIB ajustado pela inflação ou PIB em reais de 2000. PIB se referirá ao PIB real, e Yt representará o PIB real no ano t. PIB nominal será representado por um sinal na frente do valor: $Yt. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real Figura 2.1 PIB nominal e real dos Estados Unidos desde 1960 De 1960 a 2003, o PIB nominal aumentou 21 vezes. O PIB real aumentou cerca de 4 vezes. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real PIB real per capita é a razão entre o PIB real e a população do país. O crescimento do PIB é igual a: (Yt Yt 1 ) Yt 1 Períodos de crescimento positivo do PIB são chamados de expansão. Períodos de crescimento negativo do PIB são chamados de recessão. Capítulo 2: Um giro pelo livro PIB nominal e real Figura 2.2 Taxa de crecimento do PIB dos Estados Unidos desdea 1960 Desde 1960, economia dos Estados Unidos passou por uma série de expansões interrompidas por curtas recessões. Capítulo 2: Um giro pelo livro 2.2 Outras variáveis macroeconômicas principais O PIB é, obviamente, a principal variável macroeconômica. Duas outras variáveis, porém, mostram-nos outros aspectos importantes sobre a situação de uma economia. São elas: Desemprego Inflação Capítulo 2: Um giro pelo livro Taxa de desemprego Figura 2.3 Taxa de desemprego nos Estados Unidos desde 1960. Desde 1960, a taxa de desemprego dos Estados Unidos tem flutuado entre 3% e 10%, declinando durante expansões e aumentando durante recessões. Capítulo 2: Um giro pelo livro Por que macroeconomistas se preocupam com o desemprego? Macroeconomistas se preocupam com o desemprego por duas razões: Devido a seus efeitos diretos sobre o bemestar dos desempregados. Porque ele sinaliza que a economia pode não estar usando alguns de seus recursos de forma eficiente. Capítulo 2: Um giro pelo livro A taxa de desemprego na Espanha foi realmente de 24% em 1994? A economia informal não é medida em estatísticas oficiais. Capítulo 2: Um giro pelo livro Taxa de inflação Inflação é uma elevação sustentada do nível geral de preços de economia — o nível de preços. A taxa de inflação é a taxa à qual o nível de preços aumenta. (Simetricamente, deflação é uma queda sustentada do nível de preços. Corresponde a uma taxa de inflação negativa.) A deflação é rara, mas acontece. O Japão experimentou deflação desde o final da década de 1990. Capítulo 2: Um giro pelo livro Índice de preços ao consumidor O deflator de PIB mede o preço médio dos bens produzidos, enquanto o índice de preços ao consumidor, ou IPC, mede o preço médio dos bens consumidos ou, equivalentemente, o custo de vida. O IPC dá o preço em reais de uma lista específica de produtos e serviços ao longo do tempo, na tentativa de representar a cesta de consumo de um consumidor urbano típico. Capítulo 2: Um giro pelo livro Índice de preços ao consumidor O conjunto de bens produzidos na economia não é igual ao conjunto de bens adquiridos pelos consumidores por dois motivos: Alguns dos bens são vendidos para empresas, governo ou mercado. Alguns dos bens não são produzidos nacionalmente, mas importados. Capítulo 2: Um giro pelo livro Índice de preços ao consumidor Figura 2.4 Taxa de inflação dos Estados Unidos empregando o IPC e o deflator do PIB desde 1960 As taxas de inflação, calculadas tanto com base no IPC como no deflator do PIB, são muito semelhantes. Capítulo 2: Um giro pelo livro Índice de preços ao consumidor A Figura 2.4 leva a duas conclusões: O IPC e o deflator do PIB caminham juntos na maior parte do tempo. Na maioria dos anos, as duas taxas de inflação diferem em menos de 1%. Entretanto, existem exceções evidentes. Tanto em 1974 quanto no final da década de 1970 o aumento do IPC foi significativamente maior do que o aumento do deflator do PIB. Capítulo 2: Um giro pelo livro Por que os economistas se importam com a inflação? Economistas se preocupam com a inflação por dois motivos: Nos períodos de inflação, nem todos os preços e salários sobem proporcionalmente. Em conseqüência, a inflação afeta a distribuição de renda. A inflação provoca outras distorções. Capítulo 2: Um giro pelo livro O curto prazo, o médio prazo e o 2.3 longo prazo O produto é determinado: pela demanda a curto prazo, digamos, alguns anos pelo nível de tecnologia, estoque de capital e força de trabalho a médio prazo, digamos, cerca de uma década por fatores como educação, pesquisa, poupança e qualidade do governo a longo prazo, digamos, meio século ou mais. Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda Mais algumas considerações sobre o PIB • O PIB é comumente utilizado como a melhor medida de desempenho ou a riqueza de uma economia. Esta medida busca mensurar em uma única cifra o valor corrente de toda atividade econômica de um país. • Assim em termos mais precisos o PIB busca medir: – A renda total de todos os indivíduos na economia; – A despesa total da economia na produção de bens e serviços. • Portanto, tanto sob a ótica da renda como da despesa, fica claro porque o PIB é uma medida de desempenho econômico. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda • Como o PIB pode medir tanto a renda como a despesa? A explicação é que contabilmente ambos os valores expressam a mesma coisa. • No universo da economia como um todo, a renda deve ser igual à despesa, sempre. • Portanto, aquilo que é produzido, ou seja, o produto também deve ser igual à renda e à despesa. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda • Vamos supor uma economia que produza um único bem, o pão, a partir de um único fator de produção, o trabalho. • A figura a seguir ilustra todas as transações econômicas que ocorrem entre as famílias e as empresas: © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda • O circuito interno representa o fluxo de bens e trabalho. As famílias vendem os serviços da mão de obra às firmas; Estas por sua vez, usam a mão de obra para produzir o bem, que é então vendido às famílias. • Assim, o trabalho flui das famílias para as empresas e o bem deste esquema circula das empresas para aas famílias. • O circuito externo representa o fluxo monetário correspondente. As famílias compram o produto (bem) das firmas e estas usam um parte da renda oriunda das vendas para pagar os salários de seus trabalhadores (remuneração do fator de produção trabalho). • O restante é o lucro dos donos das empresas (que são integrantes das famílias). © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Capítulo 2: Um giro pelo livro O Fluxo Circular da Renda • Portanto, a despesa com o bem flui das famílias para as firmas e a renda sob a forma de salários dos trabalhadores e lucros das firmas circula das empresas para as famílias. • Uma vez que o PIB mede o fluxo monetário da economia, podemos calcular este fluxo de duas formas: – O PIB como o total da renda proveniente da produção de bens que é igual à soma de salários e lucros. – O PIB como o total da despesa (gasto) com bens. • A equivalência com entre renda e despesa decorre de uma regra na contabilidade: toda despesa tem a sua contrapartida na produção. • Assim, toda transação econômica que afeta a despesa deve afetar a renda, e toda transação que afeta a renda deve afetar a despesa! © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard