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O Estado do Maranhão - São Luís, 23 de janeiro de 2014 - quinta-feira
Polícia Civil conclui inquérito que
investigou a morte de Ana Clara
Doze adultos e quatro adolescentes foram indiciados pela morte da criança no incêndio a
ônibus; o bando responderá ainda pela tentativa de homicídio contra as 4 pessoas queimadas
Fotos/Arquivo
Saulo Maclean
Da editoria de Polícia
O
delegado Roberto Vagner Leite, da Superintendência Estadual de
Investigações Criminais (Seic),
anunciou ontem a conclusão
do inquérito que apurou o ataque a ônibus na Vila Sarney Filho, no município de São José
de Ribamar, fato ocorrido na
noite do dia 3, que resultou na
morte da menina Ana Clara
Sousa Santos, de 6 anos. Segundo a Polícia Civil, quatro adultos, integrantes da facção criminosa Bonde dos 40, deram a
ordem para que o adolescente
de 17 anos, que também se
queimou na ocasião, recrutasse outros cúmplices e executasse o crime.
"A Polícia Civil concluiu o
seu trabalho e indiciou ao todo
12 adultos e quatro adolescentes infratores como partícipes
diretos no ataque incendiário
ao ônibus. Entre os acusados,
identificamos como mandantes os quadrilheiros que atendem pelas alcunhas de Paiakan, Dragão, Praguinha e Gil.
Alguns deram a ordem de dentro do presídio e outros de fora,
por meio de mensagens de celular. Quem recebeu a ordem
foi o adolescente identificado
como Porca Preta, que por sua
vez recrutou os demais executores da barbárie", adiantou o
delegado.
Os nomes dos mandantes do
crime são Wilderley Moraes, o
Giheliton de Jesus, o Gil; Wilderley Moraes, o Paiakan; Jorge Henrique, o Dragão; e Hilton John, o Praguinha, indiciados como mandantes
Paiakan, de 25 anos; Jorge Henrique Amorim Martins, conhecido como Dragão, de 21 anos;
Hilton John Alves Araújo, o Praguinha, de 27 anos, e Giheliton
de Jesus Santos Silva, conhecido como Gil, de 27 anos. Este último foi o único dessa lista que
não foi transferido segunda-feira (20) para o Presídio Federal de
Segurança Máxima da cidade de
Campo Grande, no estado do
Mato Grosso do Sul. O criminoso foi preso no dia 9, no Pará,
junto do chefe da facção também transferido, Allan Kardec
Mota, de 27 anos.
"Naquela data, o menor e os
demais compraram alguns galões de gasolina e duas armas
de fogo, um revólver calibre 38
Mais
O delegado Roberto Vagner Leite ressaltou que o inquérito que apurou
o ataque incendiário que matou a menina Ana Clara Sousa Santos, de
6 anos - que teve 98% do corpo queimado, e morreu três dias depois,
no Hospital Juvêncio Matos, Centro -, não isenta os quadrilheiros citados dos demais atos criminosos registrados na Região Metropolitana
de São Luís, na noite do dia 3. O presidente do inquérito também explicou que o Ministério Público do Maranhão, apesar de já ter oferecido denúncia contra os indiciados, sobre os ataques em geral, deve
denunciá-los novamente, pelo crime específico da Vila Sarney Filho.
e uma espingarda. Por volta das
20h, o adolescente rendeu o
motorista do coletivo, enquanto os outros saíram do escuro e
atacaram o ônibus. Durante a
instrução processual é que vamos, de fato, confirmar quem
Divulgação
foi deles que jogou a gasolina
sobre a criança, pois ainda não
temos elementos que comprovem essa autoria, além do que
eles ficam jogando essa responsabilidade um para o outro",
acrescentou o delegado que
Adolescente é morto a
tiros no Parque Nice
Lobão, no Coroadinho
Vítima de 15 anos, que
era usuária de drogas,
foi atraída para a
morte por um colega
Três adultos e dois adolescentes responsáveis pela tentativa de assalto ao cartório na delegacia
Bandidos tentam assaltar
cartório e acabam presos
Em Imperatriz, bando fez funcionários e clientes reféns e, após
longa negociação com a polícia, soltaram todos e se entregaram
João Rodrigues
Da equipe de O Estado
IMPERATRIZ - Cinco homens armados de revólver tentaram assaltar ontem à tarde, o Cartório do 6º
Oficio, localizado no centro de Imperatriz. Como não obteve sucesso, em razão do forte aparato policial montado na área, o grupo fez
funcionários e clientes reféns. Não
houve feridos. A ocorrência teve
início por volta das 14h30 e só terminou às 17h, com todos os assaltantes presos, já que se entregaram após intensa negociação
marcada por um clima de tensão.
"Nosso tempo de resposta foi
de um minuto e meio aproximadamente e pegamos os suspeitos
saindo do cartório, foi quando eles
pegaram os reféns", disse o comandante do 3º Batalhão da PM,
tenente-coronel Markus Lima
após o desfecho do caso. Considerado um dos casos mais dramáticos dos últimos 10 anos em
Imperatriz, a ocorrência atraiu dezenas de curiosos e profissionais
de comunicação que foram mantidos á uma distância de aproximadamente 100 metros do local.
Acuados, os assaltantes passaram a fazer exigências para libertar os reféns. Eles pediram sete coletes à prova de balas, comida, bebida, cigarros e um automóvel para a fuga. O comandan-
te do Batalhão, tenente-coronel
Markus Lima, passou a orientar
o negociador e cada exigência era
analisada. O primeiro refém liberado foi um funcionário do cartório que deixou o estabelecimento com ordem dos assaltantes para providenciar um carro
para a fuga, mas já do lado de fora a polícia impediu o rapaz de retornar.
Liberação - A intensificação das
negociações acabou levando a libertação de uma mulher até que
praticamente todos os reféns foram libertados. As armas que estavam em poder do grupo, três
revólveres calibre 38 municiados,
foram entregues por um dos assaltantes na porta do cartório, do
lado de fora. Em seguida ocorreu
a rendição, após a PM ter chamado familiares dos suspeitos para
acompanharem as prisões. Era
uma exigência dos assaltantes.
De um a um os suspeitos e
seus respectivos familiares foram
levados para uma van da PM, estacionada na porta do cartório.
Todos eles foram apresentados no
Plantão Central da Polícia Civil.
Na delegacia todos os suspeitos
foram identificados. Dois deles eram adolescentes e os demais,
identificados como Mairon Kevin
Nascimento, de 20 anos; Francisco de Assis Marinho, de 18 anos,
e Daniel Marreiro da Silva, o Es-
curinho, de 34 anos, que é recémsaído da Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, após ter cumprido pena de 17 anos por latrocínio (roubo seguido de morte).
Daniel Marreiro foi identificado como o líder do grupo. Ele ficou o tempo todo ao telefone celular em negociação com a polícia e chegou à porta do cartório
no momento em que uma das reféns foi libertada.
Histórico - O assalto frustrado ao
Cartório do 6º Oficio de Imperatriz mobilizou as Polícias Militar
e Civil. As duas instituições isolaram a área onde fica o cartório.
Acionado, o Grupo Tático Aéreo
(GTA) também participou da
operação policial que teve contornos cinematográficos.
Muitos curiosos foram atraídos ao local. O assunto também
ganhou as redes sociais imediatamente. O último caso de assalto de grande repercussão na cidade que se tem conhecimento
foi o assalto cinematográfico ao
Banco do Brasil na década de
1990 quando uma quadrilha invadiu o banco e fugiu após trocar
tiros com a PM.
A ocorrência de ontem foi a
segunda no cartório. Há cerca de
dez dias dois homens seguiram
um funcionário do cartório e tomaram todo o dinheiro que seria
depositado.
presidiu o inquérito na Seic.
Em entrevista ao radialista
Domingos Ribeiro (Mirante
AM), Roberto Vagner Leite falou sobre a dinâmica do crime,
e o classificou como um ato covarde. "O incêndio começou
do lado de fora, e só depois
passou para dentro, momento
em que atinge a menina Ana
Clara, sua mãe, irmã, e outros
dois passageiros. O próprio
menor que rendeu o motorista foi atingido pelas chamas,
pois estava em cima do motor
do coletivo, que fica coberto, ao
lado do banco do condutor. As
vítimas, infelizmente, não tiveram tempo de sair dali, pois o
ataque foi muito covarde",
concluiu o delegado.
O adolescente Johnn Ítalo Ribeiro
Franco, de 15 anos, foi perseguido por bandidos armados e executado a tiros, ontem, por volta
do meio-dia, no Parque Nice
Lobão (área do bairro Coroadinho). Antes de morrer, o jovem,
que segundo a família era usuário
de drogas, ainda tentou escapar
dos assassinos, e chegou a subir
um morro próximo a localidade
conhecida como Pocinha, onde
recebeu o último tiro.
"A avó da vítima conta que o
neto estava dormindo em casa, na
Vila dos Frades, quando um colega dele, de nome Adriano, o
chamou insistentemente. Ele atendeu ao chamado, e quando saiu à
porta foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram sem
piedade. Foi nessa hora que o adolescente correu desesperado", informou no local do crime, o cabo
Baêta, comandante da guarnição
do 1º Batalhão da Polícia Militar.
Johnn Ítalo Franco foi atingido com dois disparos de arma
de fogo, na altura das costelas e
por último na cabeça. Ainda de
acordo com a avó do jovem, o
adolescente já havia sofrido
uma tentativa de homicídio, em
2012, próximo de sua casa, na
Rua Olavo Bilac, Vila dos Frades.
"Ele foi furado nas costas, e
quase morreu. Não deixava faltar nada para ele, mas a droga
foi mais forte", lamentou Rosali-
na de Fátima, de 54 anos.
O local de difícil acesso foi
isolado pela Polícia Militar, e logo em seguida visitado pelo delegado Guilherme Sousa Filho,
da Delegacia de Homicídios
(DH) de São Luís. Segundo confirmou a polícia judiciária, o
adolescente assassinado era irmão de Hugo Roberto Ribeiro
Franco, o Olhão, de 22 anos,
morto com um tiro no peito, em
outubro de 2011, no chamado
Morro do Zé Bombom, também
naquela localidade.
Disputa - Naquela época, as investigações indicaram que Olhão
era traficante de drogas, e que foi
assassinado quando tentava
matar um de seus maiores rivais,
Arthur Mota dos Santos, o Bonzinho, hoje com 21 anos. Além de
matar o desafeto, a polícia apurou
que o irmão de Johnn Ítalo Franco desejava roubar um carregamento de drogas do inimigo, e se
apossar de sua principal boca de
fumo, que chegou a ser saqueada e incendiada.
A guerra entre os traficantes,
naquela ocasião, também matou
a comerciante Maria das dores
Costa, de 52 anos, alvejada com
uma bala perdida na cabeça. A
mulher foi atingida na hora em
que fechava as portas do seu estabelecimento comercial, com
medo dos tiros, e assustada com
a correria da população. A morte
do menor Johnn Ítalo Franco vai
ser investigada ainda com apoio
da equipe do 10º Distrito Policial
(Coroadinho).
Biné Morais
Rosalina de Fátima chora a morte do neto Jhonn Ítalo Franco
Detento é
encontrado
morto em
Santa Inês
SANTA INÊS - Um detento da
Unidade Regional de Ressocialização de Presos de Santa Inês identificado por Cledeílson de
Jesus Cunha, de 37 anos - foi encontrado morto na tarde de ontem com a cabeça dentro de um
balde de lixo. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a vítima
foi um dos presos transferidos da
Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas, em outubro do ano passado, quando o presídio foi depredado durante rebelião que resultou na morte de 10 e deixou
outros 20 detentos feridos.
Após a comprovação do óbito, peritos do Instituto de Criminalística foram encaminhados
para o local, para averiguar as circunstâncias do fato. Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não tinha informações sobre
os suspeitos do crime. O Centro
de Ressocialização possui capacidade para 78 pessoas, mas
atualmente abriga 94 detentos.
Com o registro, sobe para quatro o número de mortes no sistema prisional maranhense ete
ano. As três anteriores aconteceram em instalações do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em
São Luís. Na terça-feira (21), o detento Jô de Souza Nojosa foi encontrado morto no início da manhã em uma cela da Central de
Custódia de Presos de Justiça
(CCPJ) de Pedrinhas, em São Luís.
A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) montou força-tarefa para saber quem causou essa morte.
"Estamos averiguando. Precisamos avaliar a situação do preso
para depois tentarmos descobrir
os responsáveis", afirmou o delegado Jeffrey Furtado.
Divulgação
José de Jesus dos Santos Silva
PM prende
ex-detento
com arma
artesanal
O Serviço de Inteligência da Polícia Militar prendeu no início da
manhã de ontem, no município
de São José de Ribamar, mais um
criminoso, suspeito de integrar
a facção criminosa Bonde dos
40. Na casa do quadrilheiro, no
bairro Batuba, a PM apreendeu
uma metralhadora calibre ponto 45, de fabricação caseira. Na
madrugada de domingo (19), a
Polícia Civil já havia prendido, no
bairro Cidade Operária, em São
Luís, o homem apontado como
principal fornecedor de armas
de fogo, de médio e grosso calibre, da referida gangue.
"Nossa equipe recebeu a
denúncia de que na cidade balneária, em uma casa, localizada
à Rua do Sol, no bairro Batuba,
havia uma arma de fogo longa.
Ao chegarem ao referido endereço, os policiais encontraram
o dono do imóvel, José de Jesus
dos Santos da Silva, conhecido
como Buchudo, de 20 anos, que
é ex-presidiário, e já teve várias
passagens por crime do sistema
nacional de armas", informou
em entrevista por telefone, o major Marques Neto, coordenador
do Serviço de Inteligência da PM.
Preso em flagrante, Buchudo
foi conduzido para a Delegacia
Especial de São José de Ribamar,
onde prestou depoimento ao
delegado Pauliran Pereira de
Moura, e foi autuado por posse
ilegal de arma de fogo. "A abordagem policial se deu, por volta
das 7h e, de acordo com informações dos militares, o suspeito
não resistiu à prisão, e mostrou
onde estava o armamento. Em
depoimento, ele alegou não ser
o proprietário da arma artesanal,
mas que apenas a guardava.
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Polícia Civil conclui inquérito que investigou a morte de Ana Clara