Filosofia – Aula 5
Prof. Gilmar Santos
Teoria do Conhecimento
na Idade Moderna
Investigando o Saber
Filosofia Moderna
CONTEXTO:
- Passagem
do
Feudalismo
para
o
Capitalismo
- Emergência da burguesia
- Centralização do poder real
- Invenção da Imprensa
- Renascimento
Cultural
(antropocentrismo/humanismo)
- Quebra
da
unidade
(Reforma Protestante)
religiosa
européia

Idéias/Personagens:

A revolução de Copérnico


O universo ganha um novo centro e se torna
infinito
Giordano Bruno

Defendeu a teoria heliocêntrica de
Copérnico


Johannes Kepler


– condena à morte na fogueira.
Formulou as primeiras três leis da mecânica
celeste (fundamentos matemáticos/físicos)
Galileu Galileu

Realizou as primeiras aplicações do
princípio da inércia

Nicolau de Cusa

Concepção
de
microcosmo
homem
como
um
“Todas as coisas têm uma relação e uma
proporção com o universo. A perfeição da
totalidade do universo resplandece mais
naquela parte que se chama “homem”. (...)
Aquilo que o universo tem de modo
universal o homem tem de modo particular,
próprio e distinto. E, como só pode haver um
universo, mas podem existir muitos seres
particulares e distintos, uma multiplicidade
de homens particulares e distintos porta em
si a espécie e a imagem de um único
universo perfeito”

Montaigne

Inspirado no Ceticismo, afirmava não ser
possível estabelecer os mesmos preceitos
para todos os homens, sendo necessário
que cada um construa uma sabedoria e uma
consciência moral de acordo com as suas
possibilidades e disposições individuais,
mas tendo como regra geral para alcançar a
sabedoria “o dizer sim à vida em qualquer
circunstância”.
“O sábio nada mais é do que o homem que
sabe ser lógico consigo mesmo e que outra
coisa não faz se não extrair todas as
consequências da decisão de viver”
(MONTAIGNE, Michel de. Ensaios)

Nicolau Maquiavel

Rompe com a concepção política medieval
(religiosa) e apresenta uma abordagem mais
realista das relações de poder.

OBRA-destaque: “O Príncipe”
“A propensão para o bem, para a construção
da boa sociedade, não está inscrita na
natureza humana. Esta, ao contrário, é má,
fazendo-se necessária a existência do
Estado para coibir os maus instintos do
homem.”
(GOMES, João Carlos. Ética, política e poder
em Maquiavel.)

RAZÃO e EXPERIÊNCIA:
as bases do conhecimento seguro

Novos conceitos renascentistas deixa o homem
desorientado e desconfiado

Nova
concepção
de
espaço/universo:
infinito/homogêneo
(sem
um
ponto
referencial/hierarquizado – a Terra).

O novo referencial: o próprio ser humano (a
razão)

Mundo representado/racionalizado
Homem
Vitruviano.
Leonardo da
Vinci. , 1490

Propostas de Método Científico:

Galileu:

Observação paciente e minuciosa dos
fenômenos naturais

Na realização de experimentação para a
comprovação de uma tese;

Na valorização da matemática como
instrumento
capaz
de
enunciar
as
regularidades observadas nos fenômenos.

Francis Bacon:

Desenvolve o método indutivo de
investigação
científica
(dos
casos
particulares às conclusões gerais)

OBRA-destaque: “Novum Organum”
“Saber é Poder”
“Aquele que começa uma investigação repleto
de certezas acabará repleto de dúvidas. Mas
aquele que começa com dúvidas poderá
terminar com algumas certezas”.

Newton: a ordem do universo-relógio

Estabelece regras científicas para uma
concepção mecanicista do universo.

OBRA-destaque:
 “Princípios
matemáticos
natural”
da
filosofia

O Racionalismo de René Decartes:
idéias claras e distintas
PARA ENCONTRAR A VERDADE:
(ou COMO FILOSOFAR)

1 - Os princípios:
-
-
São as primeiras causas
Precisam ser claros e distintos – sem brecha para
a dúvida.
Que deles dependam o conhecimento das
demais coisas.

Primeiro: formar uma moral baseada na
razão; estudar lógica; estudar metafísica

Segundo: estudar física (para encontrar os
princípios das coisas materiais)
“A filosofia é como uma árvore, cuja raízes são
a metafísica, o tronco é a física, os ramos
que daí saem são todas as outras ciências.
OBRA: Princípios da Filosofia.

2 – A razão

Todo homem é um animal racional.

A igualdade está na capacidade de
raciocinar.
“a diversidade de opiniões não provém do
fato de uns serem mais racionais do que
outros, mas somente do fato de
conduzirmos nossos pensamentos por
vias diversas e de não considerarmos as
e mesmas coisas”
OBRA: Discurso do Método

O Método Cartesiano:
-
Universal e inspirado no rigor da
Matemática.
Regras
1.
2.
Regra da evidência – só aceitar algo
como verdadeiro desde que seja
absolutamente evidente por sua
clareza e distinção.
Regra da análise – dividir cada uma
das dificuldades surgidas em tantas
partes quantas forem necessárias
para resolvê-las melhor.

3. Regra da síntese – ordenar o raciocínio indo
dos problemas mais simples para os mais
complexos.

4. Regra da enumeração – realizar verificações
completas e gerais para ter a absoluta
segurança de que nenhum aspecto do problema
foi omitido.
Conceitos
INTUIÇÃO: conhecimento direto e imediato. É a
visão evidente. Idéia clara e distinta. Não
podemos confundi-la com nenhuma outra.
DEDUÇÃO: demonstração capaz de chegar a uma
conclusão certa a partir de um conjunto de
proposições
que
se
encadeiam
necessariamente umas às outras obedecendo a
uma ordem. (raciocínio discursivo)

As verdades primeiras




são falsas todas as coisas das quais não
podemos duvidar
rejeita os dados dos sentidos: enganadores
rejeita os raciocínios: induzem ao erro.
“Penso, logo existo” (Cogito, ergo
sum”) - primeira verdade.
“Mas o que sou eu? Uma substância que pensa.
O que é uma substância que pensa? É uma coisa
que duvida, que concebe, que afirma, que nega,
que quer, que não quer, que imagina e que
sente.” (OBRA: Meditações)

Existência
verdade
Deus
–
segunda

É Ele que garante as verdades matemáticas

O mundo material não tem realidade própria
A Natureza é criada a cada instante por
Deus.
A matéria (corpo) se explica pelo
mecanicismo.



de
Os tipos de ideias:



As que nós formamos a partir do mundo
exterior
As inventadas pela imaginação
As INATAS: dadas por Deus.

O Racionalismo e o Mecanicismo
A) Racionalismo




Cartesianismo é um racionalismo. Constitui um
sistema.
Tem o propósito de “chegar ao conhecimento de
todas as coisas”
Primeiro esforço: definir um método
Procurar integrar unidade e diversidade diante do
saber humano
B) Mecanicismo




Reduz o corpo, a matéria, a vida è extensão.
A Natureza não possui dinamismo próprio.
A Natureza nada tem de divino, pois é um objeto
criado.
A Natureza encontra-se entregue à exploração da
Razão humana.

Impactos do Cartesianismo

Rejeição a qualquer tipo de autoridade que não
esteja conduzida pela Razão;

A matemáticas são a linguagem e o modelo
de todo conhecimento científico; substituem a
qualidade sentida pela quantidade medida;

A filosofia cartesiana é crítica. O problema do
conhecimento é solucionado através do
método. A dúvida é o princípio por excelência
para a construção do método

O Cogito é a fonte de todo o idealismo
posterior: o pensamento é a única realidade que
é imediatamente dada ao espírito; qualquer
outra realidade é deduzida dele. É uma filosofia
dualista: corpo x alma (completas e opostas por
essência)

O racionalismo utiliza o método dedutivo (vai
dos princípios às consequências)...é apriori
(fundado na intuição – conhecimento direto da
razão) – parte de hipóteses...

(o empirismo, ao contrário utiliza o método
indutivo – aposteriori)

Apresenta-se
como
uma
filosofia
da
consciência e da liberdade, tendo por guia a
luz natural;

é uma filosofia do futuro (progresso, não da
conservação); destina-se a todos os homens =
é universal

É uma filosofia prática (conhecer a natureza
para dominá-la)

Outros nomes do Racionalismo:

Spinoza (1632-1677)

Malenbranche (1640-1715)

Leibniz (1646-1716)
QUESTÕES:
01. A modernidade é o período
histórico marcado por avanços
tecnológicos
e
inovações
constantes. Só o que é novo e
original pode-se dizer moderno,
fator que o deixa em estado de
transformação e novidade
permanente.


02. O filósofo René Descartes,
no final da era moderna,
reformulou a tese empirista e
racionalista de David Hume e de
Immanuel
Kant,
respectivamente, fazendo uma
síntese das doutrinas que
representam as teorias do
conhecimento
do
período
moderno.
3. Para René Descartes, no início
da era moderna, o pensamento,
também chamado de cogito,
conduzido pelo método da
dúvida metódica, fundamenta a
certeza e a possibilidade do
conhecimento verdadeiro e
apodítico.
5. Para René Descartes, a
primeira condição para reformar
o entendimento humano e
progredir
no
conhecimento
científico é expurgar a teologia
da filosofia, pois é impossível
conduzir a reflexão filosófica a
partir da idéia da existência
de Deus.

4. A Idade Moderna desenvolve
uma concepção mecanicista do
corpo que pode, inclusive, ser
encontrada na obra de René
Descartes.

O Empirismo Inglês: a experiência
é fundamental


Características/Ideias gerais
-
Nega as ideias inatas
-
A experiência
conhecimento
-
Duas fontes: percepção (atenção) e reflexão
(exame da nossa atividade mental)
é
a
fonte
primordial
do
Principais nomes
-
Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke,
George Berkeley e David Hume.

Thomas Hobbes

A filosofia é a ciência dos corpos: naturais (filosofia
da natureza) e artifical – Estado (filosofia política);

Tudo o que não é corpóreo deve está fora da filosofia

Toda a realidade poderia ser explicada a partir de
dois elementos: o corpo (aquilo que não depende do
nosso pensamento) e do movimento (que pode ser
determinado matemática e geometricamente).

As
principais
características
do
empirismo
hobbesiano são o materialismo e o mecanicismo.

Não há lugar para a liberdade. Os movimentos se
derivam necessariamente dos nexos causais que lhe
dão origem.

Não existe o bem e o mal (relativos a cada indivíduo)

John Locke



Obra: Ensaio a cerca do entendimento humano
Teoria da tábula rasa (ou papel em branco)
George Berkeley


Obra: Tratado sobre os princípios do conhecimento
humano
A existência das coisas nada mais é do que a percepção
que temos dessa existência



“Ser é perceber e ser percebido”
A realidade material = idéia que fazemos das coisas
Nega a existência da matéria como substância
independente da mente; defende a tese da imaterialidade
do mundo

Para evitar o soliptismo, apresentou a ideia de uma mente
cósmica (Deus) – o qual percebe a existência de todos os
seres.

O mundo é uma relação entre Deus e os espíritos humanos.

Empirismo x Inatismo
 Inatismo:
 Exemplos
de idéias inatas:
Deus
 Imortalidade
 Bem
 Mal

 Empirismo:

“Todo o nosso conhecimento provém
de nossa percepção do mundo
externo, ou do exame da atividade
da nossa própria mente.

“Nada está no intelecto que não
tenha estado antes nos sentidos”.

“É a partir dos dados da nossa
sensibilidade que o entendimento se
produz, por um processo de
abstração, as idéias.”

DAVID HUME
Fontes do Conhecimento:

VISÃO
AUDIÇÃO
OLFATO
PALADAR
TATO

Sensibilidade # Entendimento




IDÉIAS

Processo de formação das
ideias:

Percepções (atos volitivos e
mentais)

Impressões (percepções mais
fortes)

Ideias (percepções mais fracas)

Qual a relação entre impressões
e as ideias?

“As impressões são originais, as
ideias são cópias”
Ex.: Árvore

Quanto mais próxima da
impressão sensível que a
causou, mais real – nítida e
precisa é a ideia; quanto mais
distante, menos real.

Causalidade: crença que se
fundamenta no ato de observar
repetidas vezes uma conjunção
de eventos sucessivos.

O hábito: o
causalidade.

problema
da
O hábito nos leva a inferir a
existência a um objeto (efeito)

O hábito: o
causalidade.

problema
da
O hábito nos leva a inferir a
existência a um objeto (efeito)
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