UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE
André Ricardo Xavier de Almeida
ANÁLISE DE TENDÊNCIAS POSTURAIS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL
PROFESSOR JULIO MESQUITA
CURITIBA
2011
ANÁLISE DE TENDÊNCIAS POSTURAIS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL
PROFESSOR JULIO MESQUITA
CURITIBA
2011
André Ricardo Xavier de Almeida
ANÁLISE DE TENDÊNCIAS POSTURAIS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL
PROFESSOR JULIO MESQUITA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Educação Física da Faculdade de
Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para
obtenção do grau de licenciado em Educação
Física.
Orientadora: Profª Msc. Cynthia Maria Rocha
Dutra
CURITIBA
2011
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele eu nada seria. Agradeço
minha família por me apoiar em todas as minhas decisões mesmo sabendo
que posso não estar certo. Agradeço meus Mestres, principalmente duas
Mestras que me apoiaram, acreditaram na minha capacidade e não me
deixaram desistir: minha orientadora Professora Msc. Cynthia Maria Rocha
Dutra e minha Professora Msc. Euza Cagnato. E minhas amigas, em especial
Regiane de Oliveira Galdino, Maryro M. Alves e Jéssica Alves da Crus.
RESUMO
É importante avaliar os problemas e desvios posturais em estudantes por se
encontrarem em processo de desenvolvimento, sendo mais susceptíveis a
deformações. Logo este estudo buscou determinar o perfil postural de alunos
do ensino fundamental de um colégio público em Curitiba, estabelecendo a
prevalência de alterações posturais na coluna vertebral. Para tanto, 12 alunos
(3 meninas e 9 meninos,13,67 ± 0,78 anos; 48,96 ± 9,42kg; 1,65 ± 0,09 m; IMC
17,98 ± 2,12) foram avaliados pelos testes do Fio de Prumo, de Adam e de
fotogrametria em simetrógrafo. Um sujeito da amostra, sexo feminino,
apresentou escoliose à direita, de grau de desvio 7; 41,7% da amostra, no
Teste de Adam, apresenta cifose, com a totalidade das meninas (duas à direita
e uma à esquerda), com graus 6, 7 e 8, e 2 casos na amostra masculina graus
7 e 10. A fotogrametria apresentou 8 alunos com hiperlordose lombar e
hipercifose torácica, 4 com hiperlordose lombar e cervical e hipercifose
torácica. Apesar de amostra pequena, mas replicável em parte do universo da
escola, concluiu-se que os alunos avaliados possuem algum tipo de desvio
postural, e que atitudes simples podem ser de importância no trato com o
adolescente em período escolar.
Palavras-chave: desvios posturais, escolares, prevalência, fotogrametria e
simetrógrafo.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
1
–
COLUNA
VERTEBRAL
E
SUA
ESTRUTURA
DE
SUSTENTAÇÃO................................................................................................14
FIGURA 2 - MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL..................................15
FIGURA 3 – ESCOLIOSE..................................................................................21
FIGURA 4 – POSTURA CIFÓTICA...................................................................23
FIGURA 5 – POSTURA LORDÓTICA...............................................................25
FIGURA 6 – AVALIAÇÃO ESTÁTICA COM O TESTE DE ADAM....................37
FIGURA
7
–
AVALIAÇÃO
ESTÁTICA
COM
O
TESTE
FIO
DE
PRUMO..............................................................................................................38
FIGURA 8 - CETAP PARA AVALIAÇÃO POSTURAL DIGITAL........................39
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA QUANTO À IDADE, PESO
(EM KG), ALTURA (EM M) E GÊNERO............................................................41
TABELA 2 – RESULTADO DA AVALIAÇÃO POSTURAL COM O TESTE DO
FIO DE PRUMO................................................................................................42
TABELA
3
–
TESTE
DE
ADAM
E
A
PREVALÊNCIA
DA
LATERALIDADE................................................................................................44
TABELA 4 – RESULTADO DA AVALIAÇÃO POSTURAL COM O TESTE DE
ADAM.................................................................................................................44
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO.........................................9
1.1 JUSTIFICATIVA...........................................................................................10
1.2 PROBLEMA.................................................................................................11
1.3 OBJETIVOS.................................................................................................11
1.3.1 Objetivo Geral...........................................................................................11
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................13
2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL.............................13
2.2 POSTURA CORPORAL..............................................................................16
2.3 ALTERAÇÕES POSTURAIS.......................................................................18
2.3.1 Escoliose...................................................................................................20
2.3.2 Cifose........................................................................................................22
2.3.3 Hiperlordose..............................................................................................24
2.4 EPIDEMIOLOGIA DA POSTURA CORPORAL EM ESCOLARES.............26
2.5 AVALIAÇÃO POSTURAL............................................................................28
2.6 ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E AS ATIVIDADES
EDUCATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL...................................................31
3. MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................34
3.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................................34
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................34
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO................................................34
3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS...............................................35
3.5 PROCEDIMENTOS REALIZADOS PARA A AVALIAÇÃO POSTURAL....36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................40
5. CONCLUSÃO................................................................................................49
6. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS....................................50
REFERÊNCIAS.................................................................................................51
ANEXO..............................................................................................................55
APÊNDICE........................................................................................................61
9
1. INTRODUÇÃO
Os problemas e os desvios em crianças e adolescentes em fase escolar são
frequentes e importantes (CONTRI, PETRUCELLI, PEREA, 2009; VALLADÃO,
LIMA, BARROSO, 2009; MARTELLI, TRAEBERT, 2006).
Os autores supracitados afirmam que são várias as causas determinantes
dos problemas posturais, como o “estirão de crescimento”, a utilização de mochilas
pesadas, assentos desproporcionais, exercícios inadequados ou mal executados
pelas crianças, desânimo durante as aulas com longos períodos em posição
sentada, acarretando em uma postura inadequada na posição sentada, entre
inúmeros outros.
Esses fatores implicam em alguns distúrbios posturais da coluna vertebral
sendo as de maior prevalência a hiperlordose, a hipercifose e a escoliose (CONTRI,
PETRUCELLI, PEREA, 2009; VALLADÃO, LIMA, BARROSO, 2009; MARTELLI,
TRAEBERT, 2006). Essas alterações na coluna vertebral afetam estética e
psicologicamente, pois deformam a aparência da postura em formato de C, S e
causam a popular corcunda que afeta a coluna cervical deixando a cabeça baixa e
os ombros para frente e para baixo.
Os hábitos posturais incorretos, adotados desde os primeiros anos de
escolaridade, são motivos de preocupação. Pelo fato de as crianças se encontrarem
em processo de crescimento e as estruturas músculo-esqueléticas estarem em
desenvolvimento, elas são mais susceptíveis a deformações (CÉSAR, 2004).
Acresce que os alunos, muitas vezes, freqüentam as aulas de maneira
descompromissada com o que está sendo ensinado, por não possuírem a
performance requerida em tais circunstâncias (PINTO; LOPÉS, 2001), levando a
tomarem atitudes corporais que podem desalinhá-los posturalmente. Portanto, em
10
sua atuação, o profissional de Educação Física pode desenvolver atividades de
avaliação do alinhamento corporal dos alunos e atividades que contribuam para a
otimização deste alinhamento (TEIXEIRA; VANÍCOLA, 2001). Este fato tem a sua
importância, segundo Rodriguez e Garcia (2004), pois o professor de Educação
Física não deve se esquecer de que pode atuar antes do surgimento de disfunções
e, com um bom trabalho, levar a que o aluno não tenha que chegar em um problema
que poderia ter sido prevenido. (SANTOS, 1998; WEIS; MULLER, 1992)
1.1 JUSTIFICATIVA
A coluna vertebral consiste de quatro curvaturas fisiológicas, a cervical, a
lordose, a cifose torácica e a sacral, todas elas se conformam ao centro de
gravidade podendo definir a postura em relação ao tal centro (CAILLIET, 2004), e
todo o ser humano apresenta características individuais de postura que são
influenciadas por vários fatores como alterações congênitas e/ou adquiridas,
posturas
viciosas,
atividades
físicas
sem
orientação
e/ou
inadequadas,
desequilíbrios musculares e ligamentares, bem como patologias psicossomáticas.
A postura é definida como o estado de equilíbrio entre músculos e ossos
com capacidade para proteger as demais estruturas do corpo humano de
traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado (BRACCIALLI, 1997).
Por ser o mercado de trabalho do profissional de Educação Física amplo,
com sua atuação passando por cinco grandes áreas: escola, saúde, lazer, esporte e
empresa (OLIVEIRA, 2000), e nesta concepção a Educação Física constitui-se um
meio para um Estilo de Vida Ativo durante toda a existência das pessoas. Para tanto,
ela tem de ser uma educação para a saúde e para o lazer, desenvolvendo hábitos,
11
atitudes e conhecimentos, com grande efeito na redução de alterações posturais em
adultos
KNUSEL; JELK apud BRACCIALLI; VILLARTA, 2000).
Neste estudo buscou-se avaliar a postura de crianças do ensino fundamental
para realizar um levantamento dos distúrbios mais freqüentes, que poderão ofertar
subsídios para trabalhos futuros sobre o assunto.
1.2 PROBLEMA
A avaliação da postura em alunos do ensino fundamental 8ª série do Colégio
Estadual Professor Júlio Mesquita possibilita detectar os problemas posturais em
crianças em idade escolar?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Avaliar a postura de alunos de 8ª séries, para detectar os problemas
posturais existentes.
1.3.2 Objetivos específicos
a)
determinar o perfil postural dos alunos das 8ª séries por meio da
técnica da fotogrametria.
12
b)
estabelecer a prevalência de alterações posturais na coluna vertebral
apresentada na avaliação física realizada nos alunos das 8ª séries.
c)
estabelecer a prevalência de gênero em relação às alterações
posturais apresentadas nos alunos das 8ª séries.
13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL
De acordo com Natour et. al. (2002) a anatomia da coluna vertebral é parte
subcranial do esqueleto axial. De maneira simples é uma haste firme e flexível,
composta de elementos individuais unidos entre si por articulações, fortes
ligamentos
e
suportados
dinamicamente
por
uma
poderosa
massa
musculotendinosa.
A coluna vertebral vista de frente tem um aspecto retilíneo, porém quando é
observada na vista lateral apresenta quatro curvaturas fisiológicas, sendo que duas
possuem a concavidade virada para trás (lordoses) e duas concavidade virada para
frente (cifoses), forma assim a lordose cervical que se localiza na região do pescoço,
a cifose torácica ao nível das costelas, a lordose lombar localizada ao nível do
abdômen e a cifose sacrococcígea ao nível do sacro e do cóccix. Essas curvaturas
ajudam a centralizar a cabeça sobre o corpo, proporcionando um equilíbrio para
andar na posição ereta (DELGADO, 2003; NATOUR, 2002).
Conforme Natour et. al. (2002), a coluna vertebral é formada por uma série
de ossos individuais, denominados vértebras, que ao serem articulados constituem o
eixo central esquelético do corpo. Um total de 33 vértebras compõe o eixo axial que
está dividido em quatro regiões: a cervical composta por 7 vértebras; torácica ou
dorsal composta por 12 vértebras; lombar composta por 5 vértebras e a sacral
composta por 3 a 4 vértebras (Figura 1).
14
FIGURA 1 - Coluna vertebral e sua estrutura de sustentação
Fonte: Greene (2006)
15
Os movimentos da coluna vertebral são uma função das seguintes
características: tamanho e compressibilidade dos discos intervertebrais; rigidez das
cápsulas articulares; orientação das faces articulares e função de músculos e
ligamentos. A mobilidade articular ocorre porque as vértebras são móveis entre si;
sendo que as regiões cervical e lombar possuem maior mobilidade articular e
realizam os movimentos de flexão, extensão, flexão lateral (inclinação lateral) e
rotação (Figura 02).
FIGURA 2 – Movimentos da coluna vertebral
Fonte: Hansen; Lambert (2007)
16
De acordo com Magee (2005) “a coluna cervical apresenta várias
articulações. Trata-se de uma área cuja estabilidade foi sacrificada em favor da
mobilidade, o que a torna particularmente vulnerável a lesões”. A estabilidade da
coluna vertebral depende além da integridade das vértebras, de uma excelente
relação e sintonia com os músculos e ligamentos, visando à perfeita funcionabilidade
do ser humano.
A coluna vertebral tem três funções principais: a primeira função é a de
servir de pilar central do tronco: sustenta a cabeça e os membros, dando fixação
para muitos músculos que estabilizam ou movem os membros; transfere forças ao
longo do corpo e oferece absorção contra impactos. A segunda função: formar um
protetor ósseo ao longo do qual passam a medula espinhal e as raízes dos nervos
espinhais. E a terceira função: fornecer amplitude de movimento, permitindo a
mudança de posição da cabeça e do campo visual, assim como o posicionamento
das mãos e dos pés no espaço para as mais variadas tarefas e, sua mobilidade
também ajuda a contribuir para a locomoção do corpo (MACHADO, 2008; NORDIN;
FRANKEL, 2003).
2.2 POSTURA CORPORAL
A postura corporal pode ser definida como a posição que nosso corpo adota
no espaço, bem como a relação direta de suas partes com a linha do centro de
gravidade.
São muitos os autores que indicaram uma postura correta ao longo dos
anos. Poussa (1992) afirma que a postura não é uma situação estática, mas sim
17
dinâmica, pois as partes do corpo de adaptam constantemente, em resposta a
estímulos recebidos, refletindo corporalmente o ambiente.
A postura correta, segundo Denys-Struyf (1995), é aquela em que há um
equilíbrio entre as estruturas de suporte envolvendo uma quantidade mínima de
esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do corpo.
De acordo com Kendall, Mc Creary e Provance (1995) a postura de cada
indivíduo será determinada por cadeias musculares, fáscias, ligamentos e estruturas
ósseas, que possuem solução de continuidade, são interdependentes entre si e
abrangem todo o organismo.
Por sua vez Braccialli (1997) define postura como o “estado de equilíbrio
entre músculos e ossos, com a capacidade de proteger as demais estruturas do
corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado”. A
autora afirma que a postura é resultante de condições genéticas, de experiências e
estímulos ambientais. Concomitante, Kendall, Mc Creary e Provance (1995) relatam
que cada indivíduo apresenta características individuais de postura que podem vir a
ser influenciada por vários fatores.
Para Palmer e Apler (2000), a postura ideal consiste “no alinhamento do
corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os
estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade”.
A postura, segundo César (2004), é dependente do equilíbrio entre tônus
muscular e flexibilidade. O autor cita que os músculos precisam trabalhar
continuamente contra a gravidade e realizarem um trabalho em harmonia uns com
os outros.
Para o Comitê sobre Postura, da Academia Americana de Cirurgiões
Ortopédicos, referida por Hall e Brody (2001, p. 130) a definição de postura é:
18
“A postura é o arranjo relativo das partes do corpo. Boa postura é o estado
de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de
sustentação do corpo contra as lesões ou as deformidades progressivas,
independentemente da atitude (p. ex.. ereta, deitada, agachada, inclinada)
na qual essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Nessas
condições, os músculos funcionam mais eficientemente e as posições
ótimas são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais” (HALL e
BRODY, 2001, p.130).
Alencar (2001) e Greve (2007) reforçam que a postura ideal mantém e
disponibiliza adequadamente os segmentos corporais a um esforço muscular
mínimo. Os autores ainda afirmam que cada movimento realizado envolve equilíbrio,
coordenação muscular e adaptações no segmento corporal a ser utilizado, com
energia muscular necessária aplicada sobre cada articulação. Concomitante para
Sacco (2007) e Iunes (2005) a postura pode ser definida como uma relação
cinemática entre os complexos articulares e musculares, proporcionando um estado
de equilíbrio para estrutura esquelética sem causar desconforto.
2.3 ALTERAÇÕES POSTURAIS
Segundo Skare (2007), a coluna vertebral vista de perfil possui três
curvaturas fisiológicas básicas, a lordose cervical, a cifose torácica e a lordose
lombar, esse complexo repousa sobre o sacro que funciona como uma plataforma
de apoio. O alinhamento dessas três curvaturas com o sacro na posição ereta é
considerado postura.
Alguns dos fatores que influem na postura e determinam o grau das
curvaturas da coluna é em grande parte o formato dos discos intervertebrais; as
tendências hereditárias, as anomalias estruturais, congênitas ou adquiridas
resultando em patologias osteoarticulares e neuromusculares; e as alterações do
19
hábito e treino. De acordo com Sá (2003, p. 11), as “posturas inadequadas durante
períodos prolongados de tempo, quando não corrigidas, podem tornar-se maus
hábitos, levando eventualmente o indivíduo ao desenvolvimento de alterações
posturais”. Concomitante, para Steffenhagen (2003), as alterações da coluna estão
quase sempre ligadas às suas patologias e vice versa, cuja origem quase sempre é
responsável pelo desequilíbrio muscular. Penha et. al. (2005) citam que a má
postura é um relacionamento defeituoso entre diversas partes do corpo que produz
uma maior tensão nas estruturas de suporte. Kendall, Mc Creary e Provance (1995)
relatam que a adoção de uma postura inadequada ocasionará desequilíbrios em
músculos e articulações, podendo ainda desencadear processos de compensação,
lesões, deformidades, dor e diversos distúrbios viscerais, nervosos, musculares,
articulares, ósseos e circulatórios.
O problema postural mais comum, para Magee (2005), é o mau hábito
postural, que independentemente da razão faz com que o indivíduo não mantenha
um bom alinhamento. Este tipo de postura é comum em indivíduos que permanecem
de pé ou sentados durante longos períodos de tempo que começam a relaxar-se e
encurvar-se (MAGEE, 2005). Isto provoca contraturas de partes moles, como
músculos fáscias e cápsulas, originando a deformidade óssea que surge como
conseqüência dos efeitos mecânicos de tração, compressão e rotação impostas
pelas partes moles (MATOS, 2010).
Tribastone (2001) cita que tais deformidades são explicadas pelas Leis de
Wolf, Delpech e Volkmann1, que definem as respostas das estruturas ósseas
quando estas são levadas a algum tipo de estresse mecânico.
1
Princípio de Wolf: a área óssea que sofre maior sobrecarga responde como o aumento da
densidade óssea cortical e tarbecular (MATOS, 2010).
20
Outra explicação que a literatura apresenta é a de que as alterações
posturais decorrem da lei do desenvolvimento, a qual é formada por outras quatro
leis: a lei pubertária; a lei das alternâncias, a lei das proporções e a lei das
assimetrias (PIRES et. al., 1990). As mesmas autoras citam que, delas, a lei mais
importante é a Lei das Assimetrias2.
2.3.1 Escolise
De acordo com Imhof et al. (2009) e Cailliet (2004) a escoliose é definida
como um distúrbio lateral da coluna (Figura 3) com os discos intervertebrais
deformados por pressão do lado da curvatura, que afeta de 2 a 4% da população
tendo as mulheres com uma maior incidência do que os homens. Seu diagnostico é
frequentemente na infância e a na adolescência.
Segundo Imhof et al. (2009) a escoliose pode ser classificada com o plano
de curvatura e pelo formato. A classificação pelo plano de curvatura consiste em:
“escoliose direita ou esquerda (desvio lateral no plano coronal)“, “escoliose
rotacional (rotação no plano axial)” e “cifoescoliose e lordoescoliose (componentes
cifóticos e lordóticos no plano sagital)”. Já a classificação por formato predomina-se
pela: “escoliose em forma de S (desvio duplo com curvatura e curvatura reversa)” e
“escoliose em forma de C (curvatura única sem curvatura reversa)”.
Para Oliver (1998), a escoliose é “uma curvatura lateral da coluna, cujo
aspecto etiológico é amplo. O tipo congênito de escoliose é devido a anomalias
2
Lei das Assimetrias: diz que entre os órgãos binários reina uma assimetria correlativa devido à
hiperfunção, por exemplo, em indivíduos destros o membro superior direito é mais longo e mais
hipertrofiado e o ombro é mais baixo; e a superioridade de comprimento e tamanho que está à direita
para o membro superior encontra-se à esquerda para o membro inferior, o que determina uma
superioridade funcional cruzada (PIRES et. al., 1990).
21
vertebrais que variam desde uma simples hemivértebra até múltiplos e complexos
defeitos ao longo da coluna”.
FIGURA 3 – Escoliose
Fonte: Verderi (2008)
Segundo Souchard (2001), “a escoliose é uma deformação morfológica da
coluna vertebral”. Sendo possível classificá-las conforme o número de curvas e sua
localização: cervicotorácica, torácica, toracolombar e lombar, e as mais frequentes
são as de torácica direita e lombar esquerda.
O mesmo autor cita que as escolioses também podem ser classificadas de
acordo com a sua origem:
a)
Escoliose de adaptação: originada por uma deformidade de um dos
membros inferiores, uma rotação da região pélvica, um torcicolo forçando a coluna
vertebral posicionar-se em uma situação de compensação;
22
b)
Escoliose congênita: originada por uma vértebra em forma de cunha,
ou artrodese vertebral, também forçam a coluna vertebral adaptar-se;
c)
Escoliose
antálgica:
geralmente
chamadas
de
falsa
escoliose,
ocasionadas pelo mecanismo de defesa, para esconder a dor normalmente de
origem lombar ou sacroilíaca;
d)
Escoliose neuromuscular;
e)
Atitudes escolióticas.
Appel
(2002),
por
sua
vez,
classifica
a
escoliose
com
objetivo
exclusivamente didático em: escolioses idiopáticas, que são mais freqüentes com
80% do total, subdivididas em infantil, até 3 anos; juvenil, até 12 anos para as
meninas e 14 anos para os meninos e adolescente; as osteopáticas que poder ser
de origem infecciosa, inflamatória, tumoral, congênita, traumática e metabólica; as
miopáticas que tem origem neurológica e miogênica; as escolioses funcionais
decorrentes de problemas posturais, assimetria pélvica e condições psicológicas e a
escoliose adulto após os 15 anos nas meninas e após os 17 anos nos meninos.
2.3.2 Cifose
Segundo Imhof et. al. (2009), a cifose é “uma curvatura posteriormente da
coluna” (Figura 4). Naturalmente a cifose se desenvolve nas crianças até os 6 anos
de idade e o que excede a normalidade de 25 – 45º é considerada cifose anormal.
De acordo com Imhof et. al. (2009) a cifose pode ser classificada em: “cifose
arqueada (arco longo) na doença de Scheuermann, espondilite anquilosante, cifose
senil e deficiência postural” e “cifose angular (arco curto) na espondilite, em fraturas
por compressão fraturas patológicas, tumores e vértebras em cunha congênitas”.
23
FIGURA 4 – Postura Cifótica
Fonte: Verderi (2008)
Para Oliver (1998), a cifose é um distúrbio espinhal que ocorre no plano
sagital, desenvolvendo uma ou mais malformações na coluna vertebral, e considera
que as causas podem ser devido a falha de formação das vértebras ou na
segmentação.
Para Steffenhagen:
A cifose é um aumento da concavidade posterior da coluna vertebral.
Também conhecida popularmente pelo nome de corcunda. Vista na lateral,
a coluna não tem mais a forma de S, mas sim o contorno de um C. A
cabeça está para baixo, em flexão, os ombros estão caídos e para à frente.
Os braços virados para dentro. Esta postura é muito comum porque, em
primeiro lugar, a força da gravidade atua sobre nós. Em segundo lugar,
porque quase todas as nossas atividades são desenvolvidas na frente do
nosso corpo. Assim, a musculatura posterior vai enfraquecendo (2003,
p.43).
24
Knoplich et. al. (1986) classificou 13 tipos de etiologias de cifose: postural;
juvenil; congênita; falha na segmentação vertebral espinha bífida3; traumatismo;
inflamatório;
pós
cirúrgico;
tumoral;
metabólico
(osteoporose);
espondilite
anquilosante; pós irradiação; por desenvolvimento (acondroplasia4).
O principal tipo de cifose é a postural, conhecida como dorso curvo postural.
Com grande incidência nos adolescentes devido às atividades que eles
desempenham no cotidiano. Nas meninas, por exemplo, para esconder o
crescimento dos seios, principalmente se estiverem grandes para sua idade,
curvando o ombro para frente. Além disso, há a maneira de sentar, deitar, manter-se
na posição ortostática como outras causas de cifose postural (KNOPLICH et. al.,
1986).
De acordo com os autores supracitados a cifose postural no adulto pode ser
em consequência da atividade profissional exercida, essa atitude viciosa pode
causar uma alteração na vértebra e modificar essa cifose postural em uma
deformidade. A cifose juvenil de Scheuermann afeta de 3 a 5 vértebras que dão
forma de acunhamento anterior de no mínimo 5 graus em cada vértebra, renomeada
de osteocondrose espinhal pela Classificação Internacional de Doenças.
2.3.3 Hiperlordose
A hiperlordose é uma alteração acima do normal nas curvaturas fisiológicas
cervical e lombar (Figura 5). Essa alteração pode ser dividida em hiperlordose
3
Espinha bífida: malformação congênita decorrente de defeito de fechamento do tubo neural, que
envolve tecidos sobrejacentes à medula espinhal, arco vertebral, músculos dorsais e pele e
representa 75% das malformações do tubo neural. O defeito ocorre no primeiro mês de gravidez e
engloba uma série de malformações (JORDE, 2004).
4
Acondroplasia: anomalia de fundo genético condicionada por gene dominante autossômico, em que
se observa o desenvolvimento anormal da cartilagem de conjugação e defeito da ossificação, como
conseqüência o nanismo deformante (SOARES, 1993).
25
cervical e hiperlordose lombar. Segundo Appel et al. (2002) se observarmos um
indivíduo de perfil, percebemos que quanto maiores as concavidades das lordoses
cervical e lombar, maior será a cifose dorsal e vice versa.
FIGURA 5 - Postura lordótica
Fonte: Verderi (2008)
A hiperlordose cervical é caracterizada pela projeção da cabeça à frente da
linha dos ombros simultaneamente à sua extensão, procurando o realinhamento da
coluna. Esse distúrbio postural está ligado às atitudes posturais inadequadas e/ou às
posturas cotidianas que exijam a manutenção contínua da cabeça em extensão
(MATOS, 2010).
A hiperlordose lombar varia consideravelmente o grau da curvatura entre os
indivíduos e altera em diferentes posições e posturas. Os fatores que influenciam na
hiperlordose são o gênero, com maior incidência nas mulheres em período fértil do
que nos homens; a idade, ficar na posição em pé estática por um longo tempo, a
26
compressão por carga vertical que acentua a lordose para evitar que o corpo caia
para frente ou para trás e os calçados, principalmente os de salto que alteram o
centro de gravidade para frente, aumentando a inclinação pélvica e em
consequência acentuando a lordose (OLIVER, 1998).
Conforme Steffenhagen (2003) é uma alteração postural onde o quadril está
muito inclinado para frente de modo que a curvatura lombar se acentua. Os
músculos abdominais estão flácidos em consequência deixando-o protuberante.
Esse tipo de alteração é mais rara do que as escolioses e cifoses, sendo mais
comum no final da gravidez, quando o peso da barriga força a mãe a jogar o quadril
para frente para manter o ponto de equilíbrio.
2.4 EPIDEMIOLOGIA DA POSTURA CORPORAL EM ESCOLARES
Para Folle, Brum e Pozzobon (2008) o processo de desenvolvimento das
crianças está cada vez mais acelerado, antecipando a chegada da adolescência e
posteriormente a maturidade biológica. Nesse processo inúmeras transformações
(biológicas, psicológicas e sociais) ocorrem como mudanças no tamanho e na forma
do corpo, no sistema musculoesquelético, sistema nervoso, nas funções orgânicas,
entre outras. Desta forma, o adolescente comumente tem dificuldades em entender
e lidar com seu novo universo físico e mental. Portanto, é de fundamental
importância a conscientização sobre uma boa postura corporal a partir dessa faixa
etária para contribuir com a aquisição de bons hábitos para o cotidiano futuro.
De acordo com Falsarella et. al. (2008), a epidemiologia da postura corporal
no Brasil apresenta que as alterações da postura em crianças em idade escolar.
Além de atuar como importante fator responsável por limitações, no que se refere à
27
realização de movimentos ou mesmo à incapacidade de realizar tarefas comuns
cotidianas têm se tornado um complexo problema para a saúde pública do país. Tal
fato ocorre devido ao número expressivo de estudantes atingidos por esse distúrbio.
Nas últimas décadas, este quadro tem atingido dimensões significativas,
provavelmente relacionadas ao do estilo de vida moderno que, segundo Braccialli
(1997), impõe cada vez mais atividades especializadas e limitadas as quais
desencadeiam processos álgicos.
O período escolar é apontado como a fase precursora para inúmeros
problemas degenerativos da coluna vertebral dos indivíduos na fase adulta. A
mesma autora ainda afirma que a alta incidência desses distúrbios é decorrente da
manutenção de posturas inadequadas no espaço escolar e ainda, o principal fator
etiológico de processos dolorosos e restritivos quanto à capacidade funcional do
educando.
Concomitantemente, Falsarella et. al. (2008) citam a permanência de quatro
a seis horas diárias, na escola, pode ser apontado como a fase precursora para
inúmeros problemas degenerativos da coluna vertebral dos indivíduos na fase
adulta. Esses autores afirmam que a alta incidência desses distúrbios é decorrente
da manutenção de posturas inadequadas no espaço escolar e ainda, o principal fator
etiológico de processos dolorosos e restritivos quanto à capacidade funcional do
educando. Corroborando, Pinto e Lopes (2001) citam que na fase da adolescência
ocorrem
diversas
alterações
devido
ao
desequilibrado
crescimento
e
desenvolvimento, possibilitando, desta forma, o surgimento de desvios posturais
bastante importantes. Os autores relatam que é um período onde a postura ideal é
afetada pelo denominado “estirão de crescimento”, sendo este o período em que a
coluna vertebral se desenvolve com maior rapidez, provocando, muitas vezes, o
28
crescimento desproporcional do sistema musculoesquelético da região do dorso e
tórax.
Como outros fatores para os problemas posturais em crianças e
adolescentes, Valladão et. al. (2009) destacam que a inadequação do mobiliário
escolar em relação ao peso e estatura das crianças e o peso excessivo das mochilas
escolares que levam as crianças a uma postura desequilibrada (torta) pela
sobrecarga dos materiais escolares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que as crianças do
ensino fundamental devem carregar apenas 10% do seu peso corporal (BARBOSA,
2010). Caso este limite não seja respeitado, os estudantes podem sofrer
conseqüências a médio e em longo prazo, pois é nesta fase da idade escolar que
seu desenvolvimento encontra-se em evolução. A mesma autora relata que a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) nas Normas Brasileiras5 (NBR
140006/1997) prevêem esses problemas e dividem a carteira escolar em sete
classes de medidas de tamanho para mesas e assentos em todas as instituições
educacionais, onde deverão ser observadas as variações antropométricas de cada
aluno.
2.5 AVALIAÇÃO POSTURAL
A avaliação postural é o exame inicial e fundamental com o propósito de
conhecer a expressão postural do indivíduo permitindo uma análise cinesiológica,
que favorecerá na elaboração da proposta de atividades a que deve ser baseada no
5
NBR: sigla de Norma Brasileira aprovada pela ABNT, de caráter voluntário, e fundamentada no
consenso da sociedade. Torna-se obrigatória quando essa condição é estabelecida pelo poder
público.
29
conhecimento dos aspectos neuromusculares, psicomotores e comportamentais das
desordens posturais (PEREIRA, 2003).
As principais alterações nos diversos segmentos corporais podem ser
identificadas por meio da avaliação postural com o objetivo de detectar não só os
principais desalinhamentos corporais, como também debilidades e instabilidades
musculares e articulares que afetam o equilíbrio corporal e sua funcionabilidade
(MATOS, 2010).
De acordo com a literatura vários métodos são utilizados para a mensuração
do alinhamento postural. Um desses métodos, elaborado por Kendall (1995) é
através do teste do fio de prumo6 (BARROS FILHO; LECH, 2002), no qual se
observa o posicionamento de pontos de referência anatômica em relação à linha do
fio de prumo. Nesse método os avaliados são posicionados na posição ortostática à
frente de um simetrógrafo7 (MIRANDA; SCHOR; GIRAO, 2009) e, com auxílio de um
fio de prumo, avalia-se a postura. O Teste de Adam8 utilizado com freqüência na
avaliação estática é realizado solicitando para o avaliado flexionar o tronco à frente,
com os membros superiores soltos e relaxados ao longo do corpo e com os
membros inferiores estendidos (MATOS, 2010). A fotogrametria9 é outro método
utilizado em vários estudos para avaliar os desvios posturais. Os avaliados são
posicionados na posição ortostática à frente de um simetrógrafo, enquanto o
avaliador saca foto das posições anterior, posterior e lateral direita e esquerda do
avaliado (IUNES et. al., 2009). Vários sãos autores descrevem que os métodos de
análise por registro de imagens fotográficas como uma medida não invasiva, de
6
Fio de prumo: linha com um peso adaptado na porção inferior, com objetivo de formar uma linha
vertical padrão (BARROS FILHO; LECH, 2002).
7
Simetrógrafo: estrutura de alumínio e quadriculado com fios elásticos a fim de facilitar a observação
dos desvios posturais (MIRANDA; SCHOR; GIRÃO, 2009).
8
Teste de Adam: teste utilizado para avaliar a presença de escoliose (MATOS, 2010).
9
Fotogrametria: avaliação postural por intermédio da imagem fotográfica (IUNES, et. al., 2009).
30
baixo custo, com precisão e boa reprodutibilidade dos resultados (PRZYSIEZNY,
2003). Concomitante para Fernandes, Amadio e Mochizuki (1997), o uso da
fotografia permite o registro da imagem e o maior cuidado na sua análise, evitando
erros de avaliação, como pode acontecer na visualização rápida do indivíduo.
A avaliação postura segundo Guimarães et. al. (2007) é extremamente
complexa e deve levar em consideração fatores que pertencem e não pertencem ao
individuo e influenciam na postura. Sendo eles as condições físicas do ambiente
onde se habita, a situação sociocultural e emocional, as atividades físicas, a
obesidade e as alterações fisiológicas como o estirão do crescimento, a maturação
sexual, o gênero, a raça e a hereditariedade.
Ferreira (2005) descreveu que a avaliação postural é o passo inicial para
qualquer intervenção e planejamento de atividades físicas. A partir do alinhamento
dos segmentos corporais criando uma hipótese de distribuição de carga e solicitação
mecânica para estruturas como músculos, ligamentos e articulações. As atividades
são propostas tendo como objetivo conduzir o indivíduo ao padrão mais próximo da
postura correta.
Sendo assim a avaliação postural é de extrema importância para
diagnostico, planejamento e tratamento. Para Braccialli e Villarta (2000), avaliações
antropométricas, psicomotoras e posturais simplificadas, como o exame físico da
atitude postural deveriam constar como elemento do planejamento de qualquer
escola pro serem, comprovadamente, eficientes, seguras e de baixo custo na
detecção
e
intervenção
precoce
de
futuras
alterações
posturais
acompanhamento do desenvolvimento da criança e do adolescente.
e
no
31
2.6 ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E AS ATIVIDADES
EDUCATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL
De acordo com Barbosa (2010), acredita-se que a prevenção na fase escolar
está diretamente relacionada com as atitudes assumidas pelos professores de
Educação Física já que eles podem planejar formas de intervenção pedagógica
objetivando a consciência corporal do aluno, de modo que ele conheça os limites e
possibilidades do seu corpo, e possa adotar cuidados com a sua postura dentro e
fora do ambiente escolar e ainda propagar esses conhecimentos junto a seus
familiares. A mesma autora relata que é de competência ao profissional de
Educação Física buscar a formação específica e complementar, pesquisando,
analisando, promovendo modificações práticas e atitudinais aos alunos, tornando-se
um profissional diferenciado.
Harsha (1995) coloca que estudos realizados na década de 90 indicaram
que as crianças atualmente são provavelmente menos preparadas do que as de 20
anos atrás. São mais preguiçosas e/ou inativas e tendem a apresentar maior
sobrepeso. Rowland e Freedson (1994) comentam que um efeito salutar na saúde
de um adulto resulta, geralmente, de exercício físico durante a infância, o qual serviu
como uma base para um estilo de vida ativo.
Uma vez que os hábitos posturais e a mecânica corporal estão unidos na
vida adulta, parece razoável que a educação postural seja iniciada durante a infância
(CARDON; CLERQ; BOURDEAUDHUIJ, 2002). Para Harsha (1995), as escolas são
os melhores meios de entrar em contato e sistematicamente promover saúde em
crianças. Para o autor, nenhum outro mecanismo é disponível para alcançar um
grande número de jovens em um ambiente protetor e bem-aceito.
32
No Brasil, de acordo como Censo Escolar 2000, existem 345.527 escolares
no país, sendo 221.852 de ensino fundamental, em idades privilegiadas para a
formação de valores e hábitos favoráveis à saúde (ZAPATER et. al, 2004).
Sendo assim, parece interessante que haja a implantação de programas de
educação postural em ambiente escolar, desenvolvidos por profissionais de
Educação Física e que englobem toda a comunidade escolar (alunos, pais,
professores e funcionários), nos quais a etapa de triagem postural seja uma
ferramenta, com o intuito de direcionar os escolares para estratégias específicas de
trabalho corporal, afim de preparar os mesmos de forma adequada para a vida
adulta . No que se refere à postura corporal e utilização adequada da mecânica
corporal.
Verderi (2008) considera que cabe ao profissional de Educação Física
programar suas atividades com um conteúdo adaptativo compatível com as
necessidades básicas de seus alunos, porém que também tenha serventia como
mecanismo de prevenção e correção dos desequilíbrios posturais que forem
encontrados na realização das avaliações diagnósticas.
Este autor cita que, após estudos sobre as alterações posturais, algumas
das causas que influenciam na formação das escolioses, cifoses e lordoses e a
retificação são as posturas incorretas no dia a dia, e a falta de equilíbrio muscular,
onde ocorre um fortalecimento de um grupo muscular e a flacidez do grupo
antagonista. Então como indicação de atividades educativas para prevenção dessas
alterações sugeriu-se as atividades circenses.
Dentro das atividades circenses pode-se utilizar, para prevenção das cifoses
ocasionadas por flacidez da musculatura da coluna, exercícios de força dos
membros superiores que trabalhem também a musculatura da coluna, tal como as
33
acrobacias, as reversões para trás e para frente utilizando-se de colchões para
ginástica, os malabares que trabalham a postura e concentração para execução, as
bolas de contato que aprimoram o controle corporal e a coordenação motora fina.
Para as escolioses, os exercícios de alongamento e contorcionismo e os
malabares. No caso da instituição de ensino não possuir tais materiais, os alunos
podem confeccioná-los com cordinhas, bexigas, areia e outros materiais alternativos.
Para hiperlordose, ou a retificação da coluna vertebral, exercícios que
fortificam a musculatura pélvica e dos membros inferiores, e os de equilíbrio.
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho consiste na análise de postural coletados durante uma aula de
Educação Física no Colégio Estadual Professor Julio Mesquita. Foram elaborados
uma carta de informações aos colaboradores e responsáveis sobre a pesquisa
(ANEXO A) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO B).
3.1 TIPO DE PESQUISA
Foi utilizada para pesquisa a metodologia quantitativa de levantamento (GIL,
2002).
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
A população deste estudo foi constituída por 104 alunos das 8ª séries A, B e
C, de ambos os gêneros, sendo que apenas 12 entregaram o TCLE e participaram
da pesquisa.
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Os alunos do ensino médio do Colégio Estadual Professor Julio Mesquita
encontravam-se de acordo com os seguintes critérios:
a)
possuir idade entre 13 e 17 anos;
b)
assinar o termo de consentimento livre e esclarecido;
c)
estar cursando a 8ª série do Colégio Estadual Professor Julio Mesquita;
Foram excluídos do estudo os alunos da 8ª série do Colégio Estadual
35
Professor Julio Mesquita que apresentavam algum dos seguintes critérios:
a)
não estar dentro da faixa etária estabelecida;
b)
não ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido;
c)
não estar cursando a 8ª série do Colégio Estadual Professor Julio
Mesquita.
Respeitando-se os critérios estabelecidos, 12 alunos que concordaram em
participar da pesquisa, e com o TCLE devidamente assinado, fizeram parte do
estudo, dos quais 3 eram meninas e 9 meninos.
3.4 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS
Os instrumentos utilizados para a avaliação postural foram:
a)
ficha de anamnese (APÊNDICE A) contento dados pessoais, dados
antropométricos;
b)
Testes Específicos: Teste do Fio de Prumo (ANEXO C) e Teste de
c)
Simetrógrafo (ANEXO D);
d)
Adesivos da marca PIMACO.
Adam;
Para a avaliação postural, todos os colaboradores utilizaram roupas de
banho (biquíni ou shorts e top para as meninas e sunga ou calção para os meninos),
sendo as avaliações realizadas, a partir de quatro posições: frente, costa e os perfis
direito e esquerdo, em sala e individualmente, sem custos para os avaliados e
avaliador, sendo que todos os participantes da pesquisa receberam um TCLE para
serem assinados pelos pais ou responsáveis, contendo nome completo e idade.
36
Para análise dos dados foi utilizado o software SAPO, gratuito. A
funcionalidade do SAPO é de corrigir eventuais erros que tenham surgido na
obtenção das fotografias fazendo a calibração da imagem. Tem protocolo sugerido,
mas possibilita que o usuário faça seu próprio protocolo e realize medidas livres.
Além das funcionalidades, possibilita criar um banco de dados sobre a postura com
as informações advindas de vários centros de pesquisa. É capaz de calcular o centro
de massa a partir das medidas antropométricas do centro de pressão, e fornecer
informações sobre o controle postural (FERREIRA, 2005).
3.5 PROCEDIMENTOS REALIZADOS PARA A AVALIAÇÃO POSTURAL
a) Os alunos foram orientados a comparecer à escola, no dia agendado para
a avaliação postural, com biquíni 2 peças (meninas) e sunga (meninos) por baixo da
roupa, a qual foi retirada somente no momento da coleta;
b) Aplicação da ficha e anamnese e tomada de dados antropométricos
dentro da sala reservada. Após a aplicação, foram demarcados pontos de referência
(com adesivos circulares de cor vermelha e cor laranjada da marca Pimaco) nos
pontos anatômicos de referências com a intenção de servir como referência para a
identificação da presença de sinais observáveis de alteração postural (MATOS,
2010): a) Vista anterior: cabeça (alinhamento das orelhas); alinhamento dos ombros
(acrômio); alinhamento horizontal dos mamilos (gênero masculino); alinhamento
horizontal das cristas ilíacas ântero-superior; alinhamento horizontal dos joelhos;
ângulo de joelhos (alinhado, varo ou valgo); alinhamento dos maléolos mediais e
arco plantar; b) Vista posterior: cabeça (alinhamento das orelhas); coluna cervical (C
7); alinhamento dos ombros (acrômio); alinhamento do ângulo inferior das
37
escápulas; alinhamento horizontal das cristas ilíacas ântero-posterior; alinhamento
da região glútea (prega glútea); alinhamento horizontal dos joelhos (fossa poplítea);
alinhamento dos maléolos mediais e arco plantar e c) Vista Lateral: cabeça
(alinhamento das orelhas); alinhamento dos ombros (acrômio); crista ilíaca ânterosuperior; alinhamento horizontal dos joelhos (epicôndilos); alinhamento dos maléolos
laterais e arco plantar.
c) Avaliação estática com o Teste de Adam (Figura 6): avaliado a partir da
posição ortostática, flexiona o tronco com os membros superiores soltos e relaxados
ao longo do corpo e com os membros inferiores estendidos por 1 minuto. Avaliador
se posiciona a frente do avaliado e verifica há a presença de saliência na região
dorsal, denominada de giba costal (gibosidade);
FIGURA 6 - Avaliação estática com o Teste de Adam
Fonte: Ferreira et. al. (2009)
38
d) Avaliação estática com o fio de prumo (Figura 7): o teste é realizado para
a verificação do alinhamento da coluna vertebral. Utiliza-se uma linha com um peso
de chumbo fixado sobre a proeminência do sétimo processo espinhoso cervical com
o avaliado na posição ortostática em vista posterior. O avaliador observa a
extremidade inferior do fio de prumo que deve acompanhar a linha média até o sulco
interglúteo. A presença de desvio do eixo vertebral para a lateral da linha média até
o sulco interglúteo indicará descompensação da coluna vertebral, caracterizando a
presença de escoliose (teste será positivo);
FIGURA 7 - Avaliação estática com o fio de prumo
Fonte: Barros Filho; Lech (2002)
e) Avaliação fotográfica postural (Figura 8): o avaliado na postura ortostática
na frente a 5 cm de um simetrógrafo que estará fixado no teto. A câmera fotográfica
digital da marca Sony, modelo Cyber-shot, com 12.1 mega pixels de resolução,
fixada em um tripé com um nível que permitia o paralelismo entre o equipamento
fotográfico e o solo, e posicionada a uma distância de 2,00 m do simetrógrafo. Cada
sujeito teve três imagens coletadas: uma vista anterior, uma vista posterior e uma
39
vista lateral (direita e esquerda) que foram armazenadas para posterior análise
utilizando o protocolo de análise postural do software SAPO.
2,0 metros
FIGURA 8 - Cetap para Avaliação Postural Digital
Fonte: O autor
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados levantados foram inseridos em ficha de coleta e, depois de
tratados, possibilitaram os resultados que seguem.
4.1 A AVALIAÇÃO POSTURAL NO AMBIENTE ESCOLAR
Como muitas vezes relatado, por Folle; Brum; Pozzobon (2008) e
corroborado por Pinto e Lopes (2001), o cada vez mais acelerado processo de
desenvolvimento das crianças que antecipa a chegada da adolescência e da
maturidade biológica, levam a inúmeras transformações biológicas, psicológicas e
sociais, entre as posturais.
No Brasil, segundo Falsarella et. al. (2008), tem-se em conta que as
alterações da postura em crianças em idade escolar têm se tornado um problema
para a saúde pública do país, com o quadro atingido dimensões significativas
(BRACCIALLI, 1997), muito pela manutenção de posturas inadequadas no espaço
escolar, a que acrescem Falsarella et. al. (2008) ao citarem que o longo período
diário escolar pode ser apontado como precursor para inúmeros problemas
degenerativos da coluna vertebral dos indivíduos na fase adulta.
Valladão et. al. (2009) destacam que a inadequação do mobiliário escolar
em relação ao peso e estatura das crianças (ABNT – NBR 140006/1997) e o peso
excessivo das mochilas escolares, que devem carregar apenas 10% do seu peso
corporal (OMS, 2001), e as levam a uma postura desequilibrada (torta) pela
sobrecarga dos materiais escolares.
41
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Do universo deste estudo, constituído por 104 alunos de ambos os gêneros,
e em função dos critérios de inclusão e exclusão relacionados para a pesquisa
(assinatura do TCLE, falta ao dia da avaliação e/ou falta de traje adequado), ocorreu
perda amostral da maior parte da população.
Após o término das avaliações e inserções dos dados em planilha Excel dos
dados dos sujeitos da amostra final, encontramos a caracterização da amostra do
estudo (Tabela 1), composta por 12 alunos (11,54%), com dados obtidos a partir de
avaliação e anamnese inicial.
Tabela 1 - Caracterização da amostra quanto à idade, peso (em kg), altura (em m) e gênero.
Participante
Gênero
Idade
M
H
IMC
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
MÉDIA ± DP
MÁXIMA
MÍNIMA
M
M
M
M
M
M
F
F
M
F
M
M
14
13
15
15
14
13
13
13
13
14
13
14
13,67 ± 0,78
15
13
45,0
51,0
61,0
66,0
42,0
32,0
47,5
42,0
44,0
51,0
59,0
47,0
48,96 ± 9,42
66
32
1,58
1,70
1,73
1,78
1,60
1,46
1,60
1,58
1,66
1,66
1,65
1,72
1,65 ± 0,09
1,78
1,46
18,02
17,64
20,38
20,83
16,4
15,01
18,55
16,82
15,96
18,51
21,67
15,89
17,98 ± 2,12
21,67
15,01
Legenda: DP – desvio padrão; M – massa corporal; h – altura; IMC – índice de massa corporal
A amostra foi composta por alunos de prevalência de gênero masculino (9), e
por 3 alunas. A idade de 13,66 ± 0,7 anos corresponde à faixa etária designada para
o ano escolar a que pertencem. Em função da amplitude de estatura e de peso
corporal, calculou-se o IMC da amostra que, com valores de 17,98 ± 2,12, é
caracteristicamente de peso normal a baixo, e valores de até 15,01 revelam a
42
necessidade de orientação e acompanhamento nutricional para verificação de
possível distúrbio. Assim, e ainda que não objeto do estudo, uma avaliação do
biótipo e do percentual de gordura seria indicado para uma aferição mais acurada, e
o acompanhamento ofertaria uma visão do desenvolvimento corporal em função da
alteração de faixa etária, designadamente os “estirões de crescimento” (PINTO;
LOPES, 2001).
Em razão dos objetivos do estudo, não se fez uso de grupo controle, com a
amostra sendo avaliadas e comparadas com as indicações posturais da
normalidade.
4.3 TESTE DO FIO DE PRUMO
Os resultados da avaliação pelo teste do Fio de Prumo são vistos na tabela 2.
Tabela 2 - Fio de prumo
Participante
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Esquerda
Avaliação – Teste do Fio de Prumo
Direita
Grau De Desvio
X
Ausência
X
X
X
X
X
X
X
X
X
7
X
X
A partir do teste foi possível detectar um dos sujeitos da amostra, do sexo
feminino, com desvio à direita, de grau 7, que vai ao encontro de afirmativa de Imhof
43
et. al. (2009) e Cailliet (2004), para quem é nas meninas a maior incidência. E
demanda necessidade cuidados posturais por um lado, e por outro a indicação da
busca de avaliação ortopédica com o objetivo de minimizar os efeitos do desvio
ainda neste período de formação (APPEL, 2002). Este autor descreve que meninas
nesta faixa de idade (14 anos) estão no limite cronológico de escolioses idiopáticas e
funcionais e as de adulto, que no sexo feminino são consideradas a partir dos 15
anos. Pires et. al. (1990) descrevem sobre estas situações, que os adolescentes
podem vir a ser afetados pela lei do desenvolvimento, particularmente pela lei
pubertária, levada em consideração na faixa etária a que pertencem.
O encontrado, e também os demais a serem relatados na continuidade,
pode-se creditar a um mal hábito postural (MAGEE, 2005), ao permanecerem de pé
ou sentados durante longos períodos de tempo e levarem a musculatura a relaxar e
encurvar (MAGEE, 2005), provocando contraturas de partes moles e a deformidade
óssea por efeito mecânico de tração, compressão e rotação impostas (MATOS,
2010).
Os demais representantes da amostra não tiveram anotados desvios, neste
teste.
4.4 TESTE DE ADAM
Pelo teste de Adam, que objetiva a detecção de gibosidade, encontramos eco
à pertinência do estudo (tabelas 3 e 3.1), por ser acometimento comum na
população adolescente (KNOPLICH et. al., 1986) devido às atividades que eles
desempenham no cotidiano como a maneira de sentar, deitar, manter-se na posição
ortostática, levando a uma cifose postural, mas também por outros variados motivos
44
(IMHOF et. al., 2009), como nas meninas, por exemplo, que para esconder o
crescimento dos seios, principalmente se estiverem grandes para sua idade, curvam
o ombro para frente.
Tabela 3 - Teste de Adam
Teste
de
Adam
Presença
Ausência
Total
n
2
7
9
Masculino
%
lateralidade
D
%
E
%
22,22
2 100,0 0
0,0
77,78
2 100,0 0
0,0
Feminino
%
lateralidade
D
% E %
100
2
66,66 1 33,33
n
3
0
3
100
2
6,666 1 33,33
Tabela 3.1 - Teste de Adam
Participante
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Esquerda
Avaliação - Teste de Adam
Direita
Grau De Desvio
X
Ausência
X
10
X
X
X
X
X
X
X
X
6
7
7
8
X
X
A partir dos dados levantados, detectou-se que 41,7% da amostra apresenta
algum desvio postural, onde encontra-se a totalidade das meninas (duas à direita e
uma à esquerda), com graus de 6, 7 e 8, confirmando a maior freqüência relatada
pela literatura. Ainda que em menor número (2 casos), de igual à presença no
gênero feminino, os graus de desvios na amostra masculina demanda atenção aos
motivos que podem estar levando à presença destes distúrbios, onde valores de
graus de desvio de até 10 podem vir a se tornar, efetivamente, preocupantes se não
controlados. Neste sentido, Knoplich et. al. (1986), demandam cuidados para que a
45
cifose se postural, não culmine em uma atitude viciosa que pode causar uma
alteração na vértebra e modificar essa cifose postural em uma deformidade.
4.5 AVALIAÇÃO POSTURAL COM FOTOGRAMETRIA
Ainda que possa vir a ser uma técnica de avaliação mais exaustiva no sentido
do detalhamento que é necessário, ela nos mostra com maior riqueza possível
alterações ao padrão da normalidade em sujeitos avaliados, e representa um maior
cuidado quando efetivada em idades mais perenes, como é o caso da amostra em
questão, com a qual se torna possível indicar procedimentos educativos.
Em razão dos referidos detalhes, a avaliação postural por intermédio da
imagem fotográfica tem sido utilizada por vários pesquisadores, ainda que alguns se
utilizem desse recurso como uma forma de documentação e avaliação qualitativa, ou
seja, apenas para detectar e registrar a presença de assimetrias (PERREIRA, 2003;
SATO, 2003).
Para o presente estudo, e em conformidade com os procedimentos colaramse adesivos nos pontos anatômicos após a palpação preconizada pelo software de
avaliação postural (SAPO) para a avaliação. A escolha de tal instrumento deveu-se
pela funcionalidade de corrigir eventuais erros que tenham surgido na obtenção das
fotografias, com a calibração da imagem. O programa tem um protocolo sugerido,
porém não impede que se faça seu próprio protocolo e realize medidas livres.
Possibilita a criação de banco de dados sobre a postura com as informações de
vários centros de pesquisa. Permite, mas não utilizado no estudo, o calculo do
centro de massa a partir das medidas antropométricas do centro de pressão, além
de fornecer informações sobre o controle postural (FERREIRA, 2005).
46
Após coletadas, as fotos digitais foram transferidas para o computador
disponibilizado para o estudo, onde foi feita a avaliação postural digital por meio do
software de avaliação postural.
No público atingido pela pesquisa, como é de se perceber, a partir das
avaliações realizadas (ANEXOS C e D), todos possuem algum tipo de alteração
postural.
As alterações mais comuns encontradas (8 alunos) são as hiperlordose
lombar e a hipercifose torácica e, ainda, nos outros 4 alunos foram diagnosticados a
hiperlordose lombar e cervical e a hipercifose torácica, sendo a cifótica confirmadora
dos achados por avaliação visual, pelo Teste de Adam, o que nos mostra que
atitudes simples podem ser de importância no trato com o adolescente em período
escolar.
4.5.1 A Hiperlordose
A hiperlordose cervical está ligada, normalmente, às atitudes posturais
inadequadas e/ou às posturas cotidianas, normalmente em sala de aula, que exigem
a manutenção contínua da cabeça em extensão (MATOS, 2010), e pelos fatores
motivadores podem ser encontrados em ambos os gêneros, enquanto a lombar tem
maior incidência nas mulheres. Mas, mesmo nos homens, ficar na posição em pé
estática por um longo tempo leva a compressão por carga vertical que acentua a
lordose para evitar que o corpo caia para frente ou para trás, e mesmo os calçados,
que se de salto alteram o centro de gravidade para frente, aumentando a inclinação
pélvica e em conseqüência acentuando a lordose (OLIVER, 1998).
47
Uma falta de tonicidade na musculatura abdominal que, quando flácidos
deixam-no protuberante (STEFFENHAGEN, 2003), com inclinação do tronco para
traz.
Foram levantados dados do dia a dia dos alunos que participaram da
pesquisa através da ficha de avaliação postural, incluindo se sentiam dores e se
praticavam alguma atividade física, 8 alunos 66,67% praticam alguma atividade
física com aproximadamente 4,57 dias por semana, sendo que 37,5% desses alunos
sentem dores nas pernas ou nas costas, 4 alunos 33,33% não praticam nenhuma
atividade física sendo que 50% deles sentem dores nas costas.
Fato a ser enaltecido é que o indivíduo de numero 10, do sexo feminino, teve
alterações de postura detectadas e que podem se revelar como alterações
residentes e, como já afirmado, necessitam de intervenção para que evite posturas
inadequadas durante períodos prolongados de tempo que, quando não corrigidas,
podem tornar-se maus hábitos, como levanta adequadamente Sá (2003). As
alterações têm relação entre si, como meio de compensações entre os segmentos
corporais, como afirma Poussa (1992) e corroborado por Kendall, Mc Creary e
Provance (1995). Essas compensações, não sendo benignas, podem vir a alterar ou
dificultar as funções da coluna vertebral, pois, segundo Denys-Struyf (1995), se há
um desequilíbrio entre as estruturas de suporte pode haver sobrecarga e menor
eficiência biomecânica corporal, conforme referem Palmer e Apler (2000).
Os desvios de postura afetam a coluna vertebral que tem, nomeadamente,
as funções de sustentar e estabilizar músculos que movem os membros,
desfavorecendo a transferência de forças ao longo do corpo e a absorção contra
impactos; a segunda função. Os desvios podem vir a desproteger a medula espinhal
e as raízes dos nervos espinhais, além de ter, com sua mobilidade alterada, uma
48
menor contribuição para a locomoção do corpo (MACHADO, 2008; NORDIN;
FRANKEL, 2003).
49
5. CONCLUSÃO
Ainda que algumas das alterações encontradas possam ser consideradas
como de desenvolvimento, a presença desses desvios na cabeça e ombro são
assimetrias que, também, podem ser causadas por demandas diárias, onde incluemse as rotinas escolares (o tempo de manutenção da postura sentada, a participação
nas aulas de Educação Física Escolar), o estilo de vida pouco ativo, o uso de
mochilas e de sapatos inadequados para a idade e o tipo de atividade.
De acordo com o observado e levantado a partir das avaliações,
independente de influenciar ou não no cotidiano, e apesar de amostra pequena, mas
possivelmente replicado em parte do universo que ausentou-se da pesquisa,
conclui-se que todos os alunos avaliados possuem algum tipo de desvio postural.
50
6. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS
Paralelamente à avaliação observou-se os alunos em sala e em aulas de
Educação Física, e pode-se constatar que os alunos apresentam conhecimento de
alterações na postura, mas não demonstram interesse na mudança dessa situação.
Percebeu-se que posicionam-se de qualquer maneira em sala, onde passam até 4
horas por dia, e nas aulas de Educação Física nem sempre desenvolvem interesse
por atividades propostas e, muitas vezes, em vez de buscar alterar esse
comportamento, se excluem dos demais, aparentando vergonha do seu corpo.
Conforme relatado na literatura, pode-se creditar que tais índices de
alterações posturais podem advir, também, de desconhecimento e de desinteresse
dos pais ou responsáveis em relação ao assunto, ao que acresce a inexistência de
trabalho preventivo no âmbito escolar, onde encontra-se, sobretudo, descaso do
sistema em que estão inseridos.
Os protocolos de avaliação postural utilizados neste estudo – Teste de
Adam, Teste de Fio de Prumo e Fotogrametria – são eficientes e simples de serem
aplicados, com a vantagem acrescida da técnica da fotogrametria pela facilidade de
fotografar e armazenar as fotos para análises posteriores, que demanda pouco
tempo e libera para as demais avaliações.
Entende-se a avaliação postural em escolas, realizada por profissionais da
Educação Física, é de fundamental importância e relevância por contribuir na
prevenção de patologias decorrentes dos desvios posturais, bem como por promover
o bem-estar físico e emocional dos alunos.
51
REFERÊNCIAS
ALENCAR, M. C. B. Fatores de risco das lombalgias ocupacionais: o caso de
mecânicos de manutenção e produção [Dissertação de Mestrado]. Florianópolis.
UFSC, 2001. Disponível em: <http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/8398>. Acesso em:
15 maio. 2011.
APPEL, Fernando et. al. Coluna vertebral: conhecimentos básicos. Porto Alegre:
AGE, 2002.
ASSOCIAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: http://www.abnt.org.br/.
Acesso em 02 maio. 2011.
BARBOSA, Lydia Maria Furtado de Mendonça Guerreiro. Educação física escolar
como contribuição para prevenção de problemas posturais da coluna vertebral.
Monografia. 2010. 48 f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Educação
Física) - Departamento de Educação da Universidade Nove, São Paulo, 2010.
BARROS FILHO, Tarcisio E. P.; LECH, O. Exame físico em ortopedia. São Paulo:
Sarvier, 2002. 334 p.
BRACCIALLI, L. M. P. Postura corporal: orientação para educadores. 1997. 125 f.
Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física,
Universidade Estadual de Campinas, 1997.
CAILLIET, Rene. Distúrbios da coluna lombar: um enigma médico. Porto Alegre:
Artmed, 2004. 151 p.
CESAR, A.M. A influência da postura anteriorizada da cabeça no padrão
mastigatório. Rev. CEFAC, São Paulo, v.6, n.3, jul-set. 2004.
CONTRI, D. E.; PETRUCELLI, A.; PEREA, D. C. B. N. M. Incidência de desvios
posturais em escolares do 2º ao 5º do Ensino Fundamental. Rev. Conscientice
Saúde, São Paulo, v.8, n.2, p.219-224, jun. 2009.
DELGADO, Leonardo. Curso de avaliação postural: secção artigos. Disponível em:
http://geocities.yahoo.com.br/gagaufera2003/. Acesso em: 27 abril. 2011.
DENYS-STRUYF G. Cadeias Musculares e Articulares- o método GDS. São Paulo:
Summus; 1995. 135 p.
FALSARELLA, G. R. et. al. Postura corporal e qualidade de vida na escola. In:
VILARTA, R.; BOCCALETTO, E. M. A. Atividade Física e Qualidade de Vida na
Escola: Conceitos e Aplicações Dirigidos à Graduação em Educação Física.
Campinas, IPES, p. 75-83, 2008.
FERNANDES, E.; AMADIO, A. C.; MOCHIZUKI, L. Estudo biomecânico dos métodos
de avaliação postural. In: VIII Congresso Brasileiro de Biomecânica. Anais...
Florianópolis/SC, Sociedade Brasileira de Biomecânica, 1999. p. 413-418.
52
FERREIRA, Elisabeth Alves Gonçalves. Postura e controle postural:
desenvolvimento e aplicação de método quantitativo de avaliação postural. 2005.
114 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina - Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2005.
FOLLE, A.; BRUM, C. F.; POZZOBON, M. E. Incidências de desvios posturais em
escolares de 14 a 16 anos. Revista Digital - Buenos Aires - año 13 – n. 123. agosto.
2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com. Acesso em: 14 maio. 2011.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed,2002.
GREENE, Walter B. Netter ortopedia. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier, 2006. 386
p.
GREVE, J. M. D’A. Tratado de Medicina de Reabilitação. São Paulo: Roca, 2007.
1416 p.
GUIMARÃES, M. M. B. Caracterização postural da jovem praticante de ginástica
olímpica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 3, p. 213-219,
maio/jun. 2007.
HALL, C.; BRODY, L. Exercícios terapêuticos na busca da função. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. 708 p.
HANSEN, J. T.; LAMBERT, D. R. Anatomia clínica de netter. Porto Alegre: Artmed,
2007. 688 p.
IMHOF, Herwing. et. al. Diagnóstico por imagem: coluna vertebral. Porto Alegre:
Artmed, 2009. 312 p.
IUNES, D. H. et. al. Confiabilidade intra e inter-examinadores e repetibilidade da
avaliação postural pela fotogrametria. Revista Brasileira de Fisioterapia, Rio Beirão
Preto, v. 9, n. 3. 2005.
IUNES, D. H. et. al. Análise comparativa entre avaliação postural visual e por
fotogrametria computadorizada. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 13,
n. 4, p. 308-15, jul./ago. 2009.
JORDE, Lynn et al. Genética médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 440 p.
KENDALL PF, MC CREARY EK, PROVANCE PG. Músculos, Provas e Funções. 4
ed. São Paulo: Manole, 1995. 556 p.
KNOPLICH, José et. al. Enfermidades da coluna vertebral. 2 ed. São Paulo:
Panamed Editorial, 1986. 460 p.
MACHADO, Marcia Jascov Mascarenhas. Postura Corporal: Produção Didática
apresentada para o 2º Período do Programa de Desenvolvimento Educacional da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Curitiba – PR. 2008. 17 f.
53
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 4 ed. São Paulo: Manole, 2005. 1228
p.
MARTELLI, R. C.; TRAEBERT, J. Estudo descritivo das alterações posturais da
coluna vertebral em escolares de 10 a 16 anos de idade. Rev. Brasileira de
Epidemiol, v.9, n.1, p.87-93, 2006.
MATOS, Oslei. Avaliação postural e prescrição de exercícios corretivos. São Paulo:
Phore, 2010. 386 p.
MIRANDA, R.; SCHOR, E.; GIRAO, M. J. B. C. Avaliação postural em mulheres com
dor pélvica crônica. Rev Bras Ginecol Obstet. [online]. 2009, vol.31, n.7, pp. 353-360.
ISSN 0100-7203.
NATOUR, Jamil et. al. Coluna Vertebral: conhecimentos básicos. São Paulo:
Etcetera, 2002. 248 p.
NORDIN, M; FRANKEL, H. V. Biomecânica básica do sistema músculo esquelético.
3. ed.; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 428 p.
OLIVER, Jean. Anatomia funcional da coluna vertebral. Rio de Janeiro: Revinter,
1998. 325 p.
ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL
DA
SAÚDE
–
OMS.
http://www.who.int/countries/bra/es/. Acesso em 02 maio. 2011.
Disponível
em
PALMER, Lynn; EPLER, Márcia. Fundamentos das Técnicas de Avaliação
Musculoesquelética. 2 ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2000. 382 p.
PENHA, P. J. et al. Postural assessment of girls between 7 and 10 years of age.
Clinics. [online], v.60, n.1, p.9-16, jan./feb. 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180759322005000100004&Ing=en&nrm=iso>. Aceso em: 22 abr. 20115.
PEREIRA, O. S. A utilização da análise computadorizada como método de avaliação
das alterações posturais: um estudo preliminar. Fisioterapia em Movimento, Curitiba,
v.16, n.2, p.17-25. 2003.
PIRES, A. C. et. al. Prevenção fisioterápica de escoliose em crianças de primeira
série do primeiro grau. Fisioterapia em Movimento, Curitiba,v. 2, n. 2, p. 45-80, mar.
1990.
PINTO, H. C.; LOPES, R. F. Problemas posturais em alunos do centro de ensino
médio 01 Paraná – Brasília DF. EFDeportes.com, Buenos Aires, año 7, n. 42,
noviembre, 2001. Disponível em: http://www.efdeportes.com. Acesso em 14 maio.
2011.
POUSSA, M. e MELLIN, G. Spinal mobility and posture in adolescent idiopathic
scoliosis at there stages of curve magnitude. Spine, v.17, n.7, p.757-760, 1992.
54
PRZYSIEZNY, W. A avaliação postural como ferramenta para a análise do trabalho.
2003. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção. UFSC, Florianópolis.
SÁ, A. F. de.; LIMA, I. A. X. Os efeitos do método IsoStretching na flexibilidade do
paciente portador de escoliose idiopática. Terapia Manual, Londrina, v.2, n.2, p.6268, out./dez. 2003.
SACCO, I. C. N. et.al. Confiabilidade da fotogrametria em relação a goniometria para
avaliação postural de membros inferiores. Revista Brasileira de Fisioterapia, São
Carlos, v. 11, n. 5, p. 411-417, set./out. 2007.
SATO, T. O.; VIEIRA, E. R.; GIL, C. H. J. C. Análise da confiabilidade de técnicas
fotométricas para medir a flexão anterior do tronco. Revista Brasileira de
Fisioterapia, São Carlos, v. 7, n.1, p.53-99. 2003.
SKARE, Thelma Larocca. Reumatologia: princípios e prática. 2 ed. Rio de Janeiro:
Koogan, 2007. 348 p.
SOARES, José Luis. Dicionário Etimológico e Circunstanciado de Biologia. 1 ed. São
Paulo: Scipione, 1993.
SOUCHARD, Phillipe; OLIER, Marc. As escolioses: seu tratamento fisioterápico e
ortopédico. São Paulo: Editora É Realizações, 2001. 224 p.
STEFFENHAGEN, Maritza Klein. Manual da coluna: mais de 100 exercícios para
você viver ser dor. Curitiba: Estética Artes Gráficas, 2003. 156 p.
TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos Aplicados à Reeducação Motora
Postural. Barueri: Manole, 2001. 436 p.
VALLADÃO, R.; LIMA, P. F. C. e BARROSO, A. R. A Educação Física Escolar na
prevenção de deformidades da coluna vertebral. Rev. Digital EFDEPORTES.
Buenos
Aires
Ano
14
n.131,
2009.
Disponível
em
<http://www.efdeportes.com/efd131/a-educacao-fisica-escolarna-prevencao-dedeformidades-da-coluna-vertebral.htm> Acesso 14 abril. 2011.
VERDERI, Erica. Programa de Educação Postural. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2008.
144 p.
55
ANEXOS
56
Anexo
A -
Carta
de
Informações
Sobre
a
Pesquisa
aos
Colaboradores e Responsáveis
Curitiba, 16 de maio de 2011
À Direção do Colégio Estadual Professor Júlio Mesquita
O acadêmico André Ricardo Xavier de Almeida, do Curso de Graduação de
Educação Física, da Universidade Tuiuti do Paraná, sob orientação da Profª Msc. Cynthia
Maria Rocha Dutra está desenvolvendo uma pesquisa relacionada à avaliação postural em
escolares para identificar possíveis alterações na coluna vertebral e disponibilizar atividades
educativas para prevenção dessas alterações.
Assim, solicito a autorização desta Direção para aplicar a pesquisa nos escolares
das 8ª séries (período matutino), através do cálculo do IMC, da fotogrametria, fio de prumo e
Teste de Adam.
Essa pesquisa consiste em tirar fotografias de lado e de costas dos alunos
individualmente em uma sala, sendo que os alunos devem estar vestindo shorts e as alunas
poderão usar biquíni de duas partes ou short e top (meninas) com o acompanhamento da
professora regente Euza Cagnato, durante as aulas de Educação Física e os dados
coletados serão utilizados unicamente na pesquisa sem custo para o pesquisador e para os
avaliados.
O resultado da pesquisa poderá ser utilizado pela escola através das aulas de
Educação Física, após sua apresentação, na Universidade Tuiuti do Paraná.
___________________________
André Ricardo Xavier de Almeida
Pesquisador Responsável
___________________________
Cynthia Maria Rocha Dutra
Orientadora Pesquisadora Principal
____________________________________________
Direção Col. Est. Profº Julio Mesquita
57
Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A Universidade Tuiuti do Paraná, através do acadêmico do Curso de
Graduação de Educação Física, sob orientação da Profª Msc. Cynthia Maria Rocha
Dutra está desenvolvendo uma pesquisa relacionada à avaliação postural em
escolares da 8ª série do Colégio Estadual Professor Julio Mesquita.
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a postura corporal das crianças da
8ª série com idades entre 13 e 17 anos. Não existem riscos associados à pesquisa,
uma vez que a coleta de dados consta apenas de obtenção de fotografias das
crianças na posição em pé (de lado e de costas), vestidas de short (meninos) e de
biquíni duas partes ou short e top (meninas). Será avaliado o alinhamento de partes
do corpo, ou seja, se estas estruturas que compõem o corpo estão em desarmonia,
e as suas possíveis relações com os hábitos posturais.
Este estudo se justifica pela necessidade de se conhecer a situação da
saúde postural das crianças a fim de alertar para problemas futuros e de contribuir
para o estabelecimento de condutas de prevenção de alterações posturais através
de atividades educativas.
Se o Sr. (a) estiver de acordo que seu filho (a) participe, garantimos que as
informações fornecidas serão confidenciais e só serão utilizados neste trabalho. Da
mesma forma, se houver alguma dúvida em relação aos objetivos e procedimentos
da pesquisa ou se Sr. (a) quiser que seu filho desista do mesmo, poderá, a qualquer
momento, entrar em contato conosco pelos telefones 41-8728.6991 / 41-96918126
ou pessoalmente no referido colégio.
58
A pesquisa não terá custos para o pesquisador, nem para os pesquisados, a
fotografia será tirada no Colégio Estadual Professor Julio Mesquita em uma sala
individual sem que os alunos tenham contato um com o outro, no acompanhamento
da professora regente da turma nas aulas de Educação Física.
Grato!
___________________________
André Ricardo Xavier de Almeida
Pesquisador Responsável
___________________________
Cynthia Maria Rocha Dutra
Orientadora Pesquisadora Principal
Eu,____________________________________________________autorizo
meu (minha) filho (a)______________________________________________da 8ª
série ______, a participar da pesquisa de avaliação postural realizada pelo
acadêmico André Ricardo Xavier de Almeida orientado pela Profª Msc. Cynthia
Maria Rocha Dutra no Colégio Estadual Professor Julio Mesquita, sabendo das
condições do teste, tendo plena consciência de que meu (minha) filho (a) pode
desistir a qualquer momento da pesquisa sem custo algum tanto para o pesquisador
quanto para os pesquisados.
_________________________________
Assinatura
59
Anexo C – Fio de prumo
60
Anexo D – Fotogrametria
61
APÊNDICE
62
Apêndice A : Ficha de anamnese
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAUDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL
Data da Avaliação : ______/_______/_______
Acadêmico responsável:______________________________________________
Orientadora responsável:_____________________________________________
Co-orientadora responsável:___________________________________________
1. DADOS PESSOAIS ☺
Nome:__________________________________________Categoria:____________
Endereço:_______________________________________Bairro:_______________
Cidade:________________________Estado:________________CEP:___________
Fone (res):______________Fone (com): ______________Celular:______________
Pessoa p/ contato:___________________Fone:_____________Relação:_________
DN:____/____/____Idade:______
Sexo:(
)
fem
(
)
masc
Naturalidade:___________________
Pratica Atividade física: sim (
) não (
) Qual?____________
Freqüência:__________________________________________________________
Medicação
de
uso
contínuo:
sim
(
)
não
(
)
Qual?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
63
2. ANAMNESE História atual:
Possui alguma queixa em relação a dor? sim ( ) não ( )
Início da dor :_______________________________________________________
Local da dor :_______________________________________________________
Intensidade da dor : __________________________________________________
Outras queixas:_______________________________________________________
___________________________________________________________________
Exames complementares: sim ( ) não ( ) Qual? ______________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Escala de Visual Analógica de Dor:
3. EXAME FÍSICO 3.1 Dados Antropométricos
Peso: ______________ Altura: ___________
3.2 Testes específicos
3.2.1 Teste do Fio de Prumo
Presença de Desvio
(
) esquerda
(
) direita
(
) ausência
Grau do Desvio: ______________________________________________________
64
3.2.2 Teste de Adam
Presença da Gibosidade (
) esquerda
(
) direita
(
)ausência
Grau da Gibosidade: __________________________________________________
3.3.3 Avaliação Postural Vista Posterior
Pés
(
) supinados
(
Tornozelos
(
) inversão
Joelhos
(
) valgo
Pregas glúteas
(
) alinhadas
(
Espinha IPS
(
) alinhadas
(
Borda Inf Esc
(
) esquerdo + alto (
) direito + alto (
Ombros
(
) esquerdo + alto (
) direito + alto
Cabeça
(
) lateralizada à E (
(
) pronados
) eversão
(
(
(
) normais
) normais
) varo
(
) normais
) direito + alto
(
) esquerdo + alto
) direito + alto
( ) esquerdo + alto
) alinhados
) lateralizada à D
(
(
) alinhados
) alinhada
3.3 Avaliação Postural Vista lateral
Pés
(
) plano
(
) cavo
(
) normal
Joelhos
(
) semiflexão
(
) hiperextensão
(
) normais
Quadril
(
) anterovertido (
) retrovertido
(
) normal
Abdome
(
) normal
(
) protuso
Curvatura Col. Lombar
(
) hiperlordose
(
) retificação
(
) normal
Curvatura Col. Torácica
(
) hipercifose
(
) retificação
(
) normal
Curvatura Col. Cervical
(
) hiperlordose
(
) retificação
(
) normal
Ombro
(
) protuso
(
) normal
Cabeça
(
) protusa
(
) normal
65
3.3 Avaliação Postural Vista Anterior
Pés
(
) supinados
(
) pronados
(
) normais
Tornozelos
(
) inversão
(
) eversão
(
) normais
Joelhos
(
) valgo
(
) varo
(
) normal
Espinha IAS
(
) direita + alta (
Linha Mamilar
(
) direito + alto
(
) esquerdo + alto (
) alinhados
Ombros
(
) direito + alto
(
) esquerdo + alto (
) alinhados
Cabeça
(
) lateralizada à E (
) esquerda + alta ( ) alinhadas
) lateralizada à D (
) alinhada
Comentários:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Download

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE - TCC On-line