MENIN
GITES
Profa. Maria Coralia Pauletto
UFPEL
1
CARACTERIZAÇÃO
MENINGITE é definida como a reação
inflamatória das meninges, caracterizada por
um número anormal de leucócitos no líquor.
Feigin, McCracken Jr, Klein. Pediatr Infect Dis J; 1992
Valores normais
cél/µl
RN prematuro 0 – 29
RN termo
0 – 32
Criança
0–6
McCracken Jr, Pediatr Infect Dis J; 1992
2
ETIOLOGIA
Agentes infecciosos
Agentes não-infecciosos
Vírus
Bactérias
Espiroquetos
Ricketsias
Micoplasma
Fungos
Protozoários
Nematódios/cestódios
Neoplasias
Colagenoses
Doença granulomatosa
Doenças auto-imunes
Trauma
3
MENINGITE
4
FISIOPATOLOGIA
Col. vias aéreas-Invasão sanguinea- invasão
das meninges- Multiplicação no liquor +
reação inflamatória meninge
MENINGITE BACTERIANA
Resposta inflamatória
↓Fluxo sang. ↑PIC Edema cerebral
Leucócitos no Liquor
5
AGENTES VIRAIS











Enterovírus - Coxsakie A e B, Poliovírus, Echovírus (85%
dos casos)
Herpes
Adenovírus
Arbovírus
Citomegalovírus
Epstein-Barr
HIV
Influenzae
Rubéola
Vírus da caxumba
Vírus da coriomeningite linfocítica
6
AGENTES BACTERIANOS
IDADE
0-1 m
FREQÜENTES
E. coli
S. agalactiae
L. monocytogenes
1-3 m
E. coli
S. agalactiae
L. monocytogenes
H. influenzae
S. pneumoniae
OUTROS
Staphylococcus sp
Salmonella
P. aeruginosa
S. pneumoniae
H. influenzae
7
IDADE
3m-7a
FREQÜENTES
N. meningitidis
S. pneumoniae
H. influenzae
>7a
S. pneumoniae
N. meningitidis
OUTROS
M. tuberculosis
Staphylococcus sp
S. agalactiae
L. monocytogenes
Gram negativos
H. influenzae
M. tuberculosis
Staphylococcus sp
Streptococcus sp
Gram negativos
8
EPIDEMIOLOGIA
9
10
EPIDEMIOLOGIA DAS MENINGITES
NO RS
H. INFLUENZAE
Coeficiente de incidência (80% dos diagnósticos por cultura)
1995 – 1,35:100.000
1999 – 0,8 :100.000  início da vacinação
2003 – 0,15:100.000 (p<0,01)
2005.....
Letalidade : 17,8%  6,7%
Fontes: www.saude.rs.gov.br
Kmetzsch C e cols JPED 2003;79:530-536
11
12
13
14
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
SINAIS E SINTOMAS
Inespecíficos no RN e lactente (irritabilidade, prostração,
recusa alimentar, febre).
Sinais de irritação meníngea em crianças maiores (cefaléia,
vômitos, irritabilidade, rigidez de nuca, sinais de Kernig e
Brudzinski) ou sinais de hipertensão intracraniana
(paralisia de nervos cranianos, papiledema, apnéia,
hipertensão arterial, bradicardia).
15
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Manifestações adicionais
 Lesões petequiais ou purpúricas
 Exantema precedente
 Parotidite / orquite
 Linfadenopatia
 Hepatoesplenomegalia
O quadro clínico pode ser indistinguível nas meningites virais
e bacterianas!
16
Quadro clínico
Púrpura
17
QUADRO CLÍNICO
Sinais de irritação meníngea
• Rigidez de nuca
• Kernig
• Brudzinski
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DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL
EXAME DO LÍQUOR (insubstituível)

Bioquímica
Citologia
Bacterioscopia
Bacteriologia
Aglutinação do látex
Contraimunoeletroforese

RCP ( ou PCR - polymerase chain reaction)





19
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
OUTROS EXAMES
Hemograma, coagulograma, eletrólitos,
hemocultura, urocultura, mediadores de resposta
inflamatória e outros, para diagnóstico de
condições associadas.
NENHUM OUTRO EXAME, ALÉM DO
LÍQUOR, PREVÊ, AFASTA OU CONFIRMA A
PRESENÇA DE MENINGITE, OU ESCLARECE
SUA ETIOLOGIA.
20
EXAME DO LÍQUOR
CONTRAINDICAÇÕES PARA PUNÇÃO LOMBAR
 Hipertensão intracraniana
 Infecção cutânea na área a ser puncionada
INDICAÇÕES DE ADIAMENTO DA PUNÇÃO LOMBAR
 Comprometimento cardiorrespiratório grave em RN ou
lactente pequeno
 Distúrbio de coagulação
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EXAME DO LÍQUOR
VALORES NORMAIS NO LÍQUOR
PRESSÃO
(mm H2O)
PROTEÍNAS
(mg/dl)
GLICOSE
(% glicemia)
--
65 –200
55 – 105 %
RN a termo
até 50
20 a 170
70 a 80 %
Lactentes e
crianças
até 150
até 45
> 60 %
RN prematuros
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EXAME DO LÍQUOR
ALTERAÇÕES NAS MENINGITES
BACTER.
Leucócitos
VIRAL
TBC
FÚNGICA
PMN LINF
PMN
LINF
LINF
Proteína




Glicose



N
Col. Gram
BACT.
--
BAAR
FUNGOS
Cultura
POSIT
NEGAT
POSIT
POSIT
Outros
Látex – CIE
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EXAME DO LÍQUOR
ACIDENTES DE PUNÇÃO
(SANGRAMENTO)
LEUCÓCITOS
SE LEUCOMETRIA PERIFÉRICA NORMAL
Descontar 1 leucócito : 700 a 1000 hemácias
 SE LEUCOMETRIA PERIFÉRICA ANORMAL
Leucócitos reais no líquor =
leuc. líquor – leuc. sangue X hemácias líquor
hemácias no sangue

PROTEÍNAS
Descontar 1,5 mg/dl de cada 1.000 hemácias/µl.
24
TRATAMENTO DE SUPORTE







ABC da ressuscitação cardiorrespiratória
Choque: soluções expansoras e drogas vasoativas
Hipertensão intracraniana
Convulsões
Distúrbios metabólicos
Coagulopatias
Outras condições associadas
***O tratamento de suporte é tão importante
quanto a terapia específica!
25
MENINGITE BACTERIANA
TRATAMENTO ANTIBIÓTICO
FATORES QUE INFLUENCIAM A ATIVIDADE
BACTERICIDA DO ANTIBIÓTICO NO LÍQUOR
AUMENTAM A ATIVIDADE
 Quebra da barreira hemato-encefálica
 Características do antibiótico
- molécula pequena
- baixa ligação proteica
- baixa ionização em pH normal
- alta solubilidade em lipídios
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MENINGITE BACTERIANA
TRATAMENTO ANTIBIÓTICO
FATORES QUE INFLUENCIAM A ATIVIDADE
BACTERICIDA DO ANTIBIÓTICO NO LÍQUOR
DIMINUEM A ATIVIDADE
 Baixo pH do líquor
 Alta concentração de proteínas
 Aumento da temperatura
Quagliarelo V. N Engl J Med, 1992
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TRATAMENTO ANTIBIÓTICO
EMPÍRICO INICIAL
Até 1 mês
Ampicilina + aminoglicosídeo OU
Ampicilina + cefotaxima
 1 a 3 meses
Ampicilina + cefotaxima OU
Ampicilina + ceftriaxona
 Após 3 meses
Ceftriaxona (ou cefotaxima)

Associação Ampicilina + Cloranfenicol ainda é uma
alternativa razoável.
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TRATAMENTO ANTIBIÓTICO
EMPÍRICO INICIAL

Na suspeita de meningite pneumocóccica, em
regiões de alta prevalência de pneumococo nãosucetível à penicilina
(até 40% nos USA)
Ceftriaxone + vancomicina
AAP, Red Book, 25ª ed
29
TRATAMENTO ANTIBIÓTICO
EMPÍRICO INICIAL
“A resistência à penicilina foi detectada em
15% das cepas de S. pneumoniae, de
pacientes internados com doença invasiva,
do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal de Uberlândia...2% resistentes à
cefotaxima.”
Mantese .O e cols. JPED 2003;79:537-42
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ANTIBIÓTICOS - DOSES
Amicacina *
Ampicilina
Cefotaxima
Ceftriaxona
Cloranfenicol
Gentamicina *
Penicilina
Vancomicina *
DOSE
(mg/kg/dia)
15 – 22,5
200 – 400
200
80 – 100
75 – 100
7,5
250.000 – 400.000 UI
60
* seguir com níveis séricos
INTERVALO
(horas)
8/8
4/4 ou 6/6
6/6
12/12
6/6
8/8
4/4 ou 6/6
6/6
Taketomo C. Pediatric Dosage Handbook, 6ª ed
31
ANTIBIÓTICOS
DURAÇÃO DO TRATAMENTO




No recém-nascido – 14 a 21 dias
N. meningitidis – 7 dias
H. influenzae – 7 a 14 dias
S. pneumoniae – 10 dias
Meningites não-complicadas!
McCracken Jr. Pediatr Infect Dis J, 1992
AAP, Red Book, 25ª ed
32
MENINGITES VIRAIS E
FÚNGICAS TRATAMENTO
Herpes simples – aciclovir
30 mg/kg/dia ou 1500 mg/m2/dia, 12/12 h, IV

Fungos – anfotericina B
1 a 2 mg/kg/dia, dose única, em 6 horas +
flucitosina 150 mg/kg/dia, 6/6 h, VO

AAP, Red Book 25ª ed
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MENINGITE BACTERIANA
USO DE DEXAMETASONA

HEAMOPHILUS INFLUENZAE
efeito protetor para perda auditiva severa (p<0,05)
efeito protetor para qualquer perda auditiva (p<0,03)
efeito protetor para outros déficits neurológicos (NS)

STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
efeito protetor para perda auditiva severa (NS)
efeito protetor para outros déficits neurológicos (NS)

NEISSERIA MENINGITIDIS
SEM COMPROVAÇÃO ( FALÊNCIASUPRARENAL)
McIntire, JAMA, 1997
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USO DE DEXAMETASONA
QUANDO E COMO USAR
QUANDO
Antes ou concomitante à primeira dose de antibiótico (após 4
h já é considerada ineficaz).
Na suspeita de H. Influenzae ou S. pneumoniae (?)
Em maiores de 6 semanas de idade

COMO
0,6 mg/kg/dia, a cada 6 horas, por 2 dias
0,8 mg/kg/dia, a cada 12 horas também aceito

AAP, Red Book, 24ª e 25ª ed
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MENINGITES
MEDIDAS DE ISOLAMENTO
RESPIRATÓRIO
PRECAUÇÃO
(24 h antibiot. eficaz)
H. influenzae
N. meningitidis
E. coli multirresistente
L. monocytogenes
Salmonella sp
enterovírus
herpesvírus
AAP, Red Book, 25ª ed
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MENINGITES BACTERIANAS
PROFILAXIA DOS CONTACTANTES
NEISSERIA MENINGITIDIS
Todos os contatos do tipo domiciliar (exceto
as grávidas *).
Com rifampicina, 10 mg/kg/dose (5 mg para
RN), ou 600 mg para adolescentes e
adultos, 2 doses diárias, por 2 dias.

* AAP – difere da orientação da SES-RS
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MENINGITES BACTERIANAS
PROFILAXIA DOS CONTACTANTES

HAEMOPHILUS INFLUENZAE
Todos os contatos do tipo domiciliar, nos locais onde haja
pelo menos 1 criança suscetível *, exceto as grávidas **.
RIFAMPICINA 20 mg/kg/dose (10 mg para RN), ou 600 mg
para adolescentes e adultos, 1 dose diária, por 4 dias.
* < 4 anos, não completamente vacinada ou < 1 ano com 3
doses da vacina.
** AAP – difere da orientação da SES-RS
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COMPLICAÇÕES












Coagulação intravascular disseminada
Choque séptico
Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (até
80% dos casos)
Hipertensão intracraniana
Vasculite cerebral
Efusões e abscessos cerebrais
Convulsões
Hemi e quadriparesias
Alterações auditivas e visuais
Hidrocefalia
Distúrbios de comportamento
Deficiência mental de graus variados
39
SEM Meningite
40
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CARACTERIZAÇÃO