Meningite bacteriana Definição: • Meningite é um processo inflamatório do espaço subaracnóideo e das leptomeninges (pia-aracnóide), que envolvem o encéfalo e a medula espinal. • Etiologia, agentes: N. meningitides H. influenzae tipo b St. Pneumoniae • Epidemiologia: Meningite meningocócica ( B e C) sorogrupo C = 70% sorogrupo B = 23% letalidade = 20% indeterminadas sazonalidade Doença meningocóccica: N.meningitides – diplococo g Grupos sorológicos: A,B,C,D,X,Y,Z,29-E,W135 São Paulo: B e C ( pico em 1996) Formas clinicas – bacteremia sem sépsis - meningite ( 50% rash) - meningococcemia - meningite com meningococcemia --- pneumonia, artrite,miocardite.pericardite, encefalite, memingococcemia crônica. Todas as idades Pior prognóstico: plaquetopenia, ausência de meningite,rápida evolução de sulfusões hemorrágicas. Letalidade – meningite sem meningococcemia = 10% - meningite com meningococcemia = 20 – 30% - meningococcemia = 50% • Meningite no RN: precoce ou tardia E.coli; St do grupo B; Listéria monocitogenes; Salmonella sp; Klebsiella sp; Serratia sp: Pseudomonas sp; H. influenzae n. tipável; • H. influenzae tipo b cocobacilo g- pleomórfico predomina 2 meses – 4 anos resistente à ampicilina • Pneumococo: diplococo g + resistente a penicilina EUA =/- 27% responsável por quadros graves nos lactentes jóvens • St. Aureus: traumas cateteres ( bacilos entéricos ) FISIOPATOLOGIA: • Colonização de vias aéreas ( IgA - secretora ) • Invasão de mucosa • Sobrevivência na circulação ( fração do complemento) • Passagem da barreira hemato encefálica pobre atividade de opsonização Componentes bacterianos Macrófagos do SNC Células endoteliais Interação Endotélio - leucócito IL- 1 TNF e IL 1 PAF PGE - 2 tromboses Aumento da permeabilidade Barreira H-E Edema citotócico Edema vasogênico Cascata da coagulação Diminuição do fluxo Sanguíneo cerebral proteína hipóxia HIC pleocitose glicose Edema intersticial Resistência ao fluxo sanguíneo cerebral lactato Entrada de bactérias no espaço subaracnóide Liberação de produtos bacterianos ( endotoxina,ac. Teicoico e peptidoglicans) Liberação de mediadores inflamatórios Replicação ou lise bacteriana Estimulação das células endoteliais, dos macrófagos, micróglia, astrócitos e PMN do SNC Liberação de vasodilatadores Lesão endotelial Liberação de moléculas neurotoxicas Aumento da resistência ao fluxo sangüíneo cerebral Edema citotóxico Aumento da permeabilidade da barreira hemato -encefálica Edema intersticial Edema vasogênico HIC Trombose cerebral • Síndrome da secreção inapropriada do hormônio anti diurético ( SSIHAD) • Síndrome da hipertensão intra- craniana diminuição do fluxo sang. Cerebral diminuição da glicose aumento do lactato alteração da auto regulação cerebral Quadro clínico Febre, cefaléia, vômitos Crise convulsiva Lesões cutâneas petéqueas ou púrpuras Fulminante CIVD choque sd: Waterhouse Friederichsen Coma com sinais focais HIC Lactente jovem • • • • • • • • Irritabilidade Abaulamento de fontanela Inapetência e vômitos hipotermia Cianose Crises convulsivas Respiração irregular icterícia Exame físico: • • • • • Febril e toxemiado Rigidez de nuca Kerning e Brudzinski Opstotono Abaulamento de fontanela Meningismo: desidratação hipernatremica OMA amidalite, abscesso peri- amidaliano adenite cervical pneumonia lobar Líquido céfalo raquidiano Propriedades químicas: glicose proteína celularidade ( < 5 cel) • Punção traumática • Xantocrômico • turvo • Meningite linfomonocitária: enterovirus ( Echo e coxsakie) poliomielite, herpes, parotidite, leptospirose, fungos, toxoplasmose • Meningite tuberculose liquor característico quadro arrastado alteração de pares cranianos sinais focais ADA LCR purulenta viral Tbc Cel. gliose nl proteina Bacterioscopia cultura ou nl + _ + - + ( para BK) + Outros exames: • Hemograma • PCR • Culturas: sangue, secreção de orofaringe, de lesões de pele • Glicemia, eletrólitos, gasimetria • Contraimunoeletroforese de urina e sangue Tomografia • • • • Crianças menores de 1 ano Sinais focais Febre prolongada Retorno da febre após mais de 24 horas afebril Antibioticoterapia idade 0 – 1 mês E.coli; st B L. monocytogenes Ampicilina + Cefalosp 3 (ceftaxima) 1 – 3 meses E.coli; st B L. Monocytogenes H. Influenzae St. Pneumoniae N. meningitides Ampicilina + Cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona) 3 meses – 6 anos H. Influenzae St. Pneumoniae N. meningitides cefalosporina de terceira geração > 6 anos St. Pneumoniae N. meningitides Cefalosporina de terceira geração • Dexametasona: 0.4 mg / kg 12/12 horas por 2 dias • tempo de tratamento: H. influenzae - 7- 10 dias N. meningitides - 4 - 7 dias pneumococo - 10 – 14 dias L. monocytogenes – 14 – 21 dias St grupo B - 14 – 21 dias bacilo gran - - 21 dias • Controle de tratamento liquor controle ( pneumococo resistente) liquor de alta • Complicações: Coleção subdural: 33% hemófilos 20% pneumo 8% meningo Empiema subdural Ventriculite Hidracefalia Alteração de pares cranianos ( VIII) Febre prolongada Abscesso cerebral • Profilaxia: habitantes do mesmo domicilio mesmo alojamento freqüentadores de creche contato com secreções ou íntimo e prolongado N meningitides = rifampicina 600 mg 12/12h por 2 dias 10 mg / kg de 12/12h por 2 dias < 1 mês 5 mg/ kg H.influenzae = rifampicina 600 mg 1x por dia por 4 dias 10 mg/kg 1x por dia por 4 dias < 1mês 5 mg/ kg Ceftriaxone – 125 mg < 12 anos - 250 mg > 12 anos Cipro / ofloxacin / azitromicina vacinação • H. influenzae tipo b • Meningococo A,C,Y e W135 polissacaride ( > 2 anos) B baixa imunogenicidade C conjugada • Pneumococcica 23 valente 7 valente (2/4 e 6 meses) DOENÇA MENINGOCÓCICA : CASOS E PORCENTAGENS POR SOROGRUPO ESTADO DE SÃO PAULO - 1998 a 2007 SOROG ANO B C C OUTROS TOTAL % C % C % C % 1998 368 63,1 200 34,3 15 2,6 583 100,0 1999 374 63,8 190 32,4 22 3,8 586 100,0 2000 371 59,8 223 36,0 25 4,0 619 100,0 2001 245 53,8 181 39,8 29 6,4 455 100,0 2002 233 51,0 199 43,5 25 5,5 457 100,0 2003 164 37,4 255 58,1 20 4,6 439 100,0 2004 191 35,8 311 58,2 32 6,0 534 100,0 2005 156 29,5 345 65,3 27 5,1 528 100,0 2006 126 24,0 360 68,6 39 7,4 525 100,0 2007 44 17,2 194 75,8 18 OBS: Total = total de sorogrupados Fonte : Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória / CVE - dados em 10/09/2007 7,0 256 100,0 Resistência à Penicilina no Brasil: cepas invasivas (n=5.554) % 30 I : 0,1-1,0 ug/ml R : >=2,0 ug/ml 21,8 20 4,0 28,1 22,7 23,6 4,9 5,1 17,8 18,5 7,7 14,3 2,0 21,7 10 17,8 13,3 9,1 13,5 12 13,2 20,4 12,3 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano IAL