234
Internacional Journal of Cardiovascular Sciences. 2015;28(3):234-243
ARTIGO ORIGINAL
Fatores de Risco Cardiovascular e sua Relação com o Nível de
Escolaridade numa População Universitária
Cardiovascular Risk Factors and their Relationship with Educational Level in a University Population
Rute Pires Costa1, Pedro Antônio Muniz Ferreira2, Francisco das Chagas Monteiro Junior3,
Adalgisa de Sousa Paiva Ferreira3, Valdinar Sousa Ribeiro4, Gilvan Cortês Nascimento3, Gustavo de Jesus Pires da Silva1,
Fernando Mauro Muniz Ferreira1, Jair Alves Pereira Neto5, Leonardo de Souza Carneiro6
Faculdade Santa Terezinha – Setor de Fisioterapia – São Luís, MA – Brasil
Universidade Federal do Maranhão – Departamento de Pós-graduação em Saúde Coletiva – São Luís, MA – Brasil
3
Universidade Federal do Maranhão – Departamento de Medicina I – São Luís, MA – Brasil
4
Universidade Federal do Maranhão – Departamento de Medicina III – São Luís, MA – Brasil
5
Hospital de Messejana – Fortaleza, CE – Brasil
6
Universidade Federal do Maranhão – Hospital Universitário Presidente Dutra – São Luís, MA – Brasil
1
2
Resumo
Fundamentos: O menor grau de escolaridade na população parece estar associado com a maior prevalência dos fatores
de risco cardiovascular (FRCV). Contudo, poucos estudos avaliaram esse fato através de análise clínica e laboratorial
em centros universitários.
Objetivo: Avaliar a prevalência dos FRCV em servidores de universidade pública.
Métodos: Estudo transversal, analítico, randomizado, com 319 participantes de uma coorte de servidores universitários.
Analisou-se a prevalência dos FRCV através da medição dos níveis glicêmicos e pressóricos, perfil lipídico, índices
antropométricos e foram realizadas análises comparativas de subgrupos de diferentes níveis de escolaridade. Realizouse análise de regressão logística multivariada para avaliar a associação independente entre nível de escolaridade e
presença dos FRCV.
Resultados: Média de idade 46,0±10,0 anos, 52,5% mulheres, 56,0% com nível superior de escolaridade, 85,6% pertencentes
às classes socioeconômicas B e C. Prevalência dos FRCV: diabetes mellitus (DM) 9,4%; hipertensão arterial sistêmica
(HAS) 36,7%; dislipidemia 50,5%; tabagismo 21,9%; sobrepeso 59,6%; obesidade 13,2%; sedentarismo 27,9%. O grupo
de menor nível de escolaridade se associou de forma independente com maior prevalência de DM e sedentarismo,
quando comparado ao grupo dos servidores com nível superior (docentes e não docentes). DM=odds ratio 2,4
(IC95% 1,05-5,5) e p=0,036; sedentarismo=odds ratio 2,2 (IC95% 1,3-3,7) e p=0,003. Os subgrupos não apresentaram
diferenças quanto às demais variáveis.
Conclusão: Neste estudo, indivíduos com maior nível de escolaridade apresentaram menores prevalências de DM e sedentarismo.
Palavras-chave: Diabetes mellitus; Obesidade; Estilo de vida sedentário; Escolaridade
Abstract (Full texts in English - www.onlineijcs.org)
Background: The lower level of education in the population appears to be associated with a higher prevalence of cardiovascular risk factors
(CVRF). However, few studies have assessed this fact by means of clinical and laboratory analysis in universities.
Objective: To evaluate the prevalence of cardiovascular risk factors in public servants at a public university.
Methods: Cross-sectional, analytical and randomized study, with 319 participants of a cohort composed of university public servants.
CVRF prevalence was assessed by measuring blood glucose and blood pressure levels, lipid profile and anthropometric indices, and comparative
analyses were made of subgroups with different education levels. A multivariate logistic regression analysis was used to assess the independent
association between education level and presence of CVRF.
Results: Mean age 46.0±10.0 years old, 52.5% women, 56.0% with higher education level, 85.6% belonging to B and C socioeconomic
classes. Prevalence of CVRF: diabetes mellitus (DM) - 9.4%; systemic hypertension (SH) - 36.7%; dyslipidemia - 50.5%; smoking - 21.9%;
overweight - 59.6%; obesity - 13.2%; sedentary lifestyle - 27.9%. The group with the lowest level of education had an independent association,
with higher prevalence of DM and sedentary lifestyle, as compared to the group of public servants with higher level of education (teachers
and non-teachers). DM=odds ratio 2.4 (95% CI 1.05 to 5.5) and p=0.036; sedentary lifestyle=odds ratio 2.2 (95% CI 1.3 to 3.7) and
p=0.003. The subgroups showed no differences regarding the other variables.
Conclusion: In this study, individuals with higher levels of education showed lower prevalence of diabetes and sedentary lifestyle.
Keywords: Diabetes mellitus; Obesity; Sedentary lifestyle; Level of education
Correspondência: Rute Pires Costa
Av Casemiro Júnior, 12 – Anil – 65045-180 – São Luís, MA – Brasil
E-mail: [email protected]
DOI: 10.5935/2359-4802.20150035
Artigo recebido em 01/06/2015, aceito em 21/06/2015, revisado em 29/06/2015.
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
Introdução
A maioria dos estudos associa o menor nível de
escolaridade à maior prevalência dos fatores de risco
cardiovascular (FRCV), como mostram Barros et al.1 e
Santos et al.2 Porém Vaydia et al.3 demonstram que
mesmo entre indivíduos com algum conhecimento acerca
da saúde cardiovascular, existe uma lacuna entre o
conhecimento e a prática de hábitos saudáveis.
Nesse contexto, pesquisas são controversas quanto à
influência do nível de escolaridade na prevalência dos
FRCV: para alguns FRCV a escolaridade aparece de forma
protetora, enquanto para outros parece não influenciar4-7.
Com o objetivo de verificar a prevalência dos FRCV, assim
como a influência da escolaridade e da prática da docência
na presença destes, realizou-se a presente pesquisa com
servidores de uma universidade pública federal.
Métodos
Estudo transversal e analítico, que utilizou o banco de
dados de uma coorte denominada “Fatores de risco
cardiovascular nos servidores da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA)”. Os dados do estudo foram
coletados no período de março de 2009 a outubro de 2010,
envolvendo servidores ativos vinculados à UFMA, na
cidade de São Luís, MA, Brasil.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital Universitário Presidente
Dutra / UFMA, sob o nº 003835/2008-80.
A lista dos servidores ativos da Universidade (n=2 238)
foi cedida pelo Setor de Recursos Humanos. Para o
cálculo amostral, considerou-se um nível de confiança
de 95%, α=5%, erro amostral =2%, prevalência de 50%
para os FRCV, obteve-se uma amostra prevista de
350 servidores (10% a mais, prevendo possíveis perdas).
Foram incluídos todos os servidores sorteados, que
fossem ativos, de ambos os sexos, com idade superior a
18 anos e que aceitassem participar da pesquisa. Foram
excluídos os servidores que se encontravam em processo
de aposentadoria, que se negassem a participar e que
fossem analfabetos.
A amostra aleatória de 350 servidores foi localizada por
Centro e Departamento aos quais pertenciam, e cargo
ocupado. Todos os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
A coleta de dados foi realizada por acadêmicos da área
de saúde da universidade, supervisionados e previamente
treinados.
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
235
As medidas antropométricas peso, altura e circunferência
abdominal foram obtidas por pessoal capacitado. Todos
os participantes do projeto original responderam ao
questionário sobre FRCV, presença de HAS ou DM e
comprovaram o tratamento pela apresentação da
medicação, embalagem ou prescrição médica. O controle
dessas doenças foi confirmado pelos exames laboratoriais
realizados e por avaliação clínica.
Para o diagnóstico socioeconômico e demográfico da
amostra foi aplicado questionário com questões mistas
(abertas e fechadas) com as seguintes informações: idade,
sexo, escolaridade, função exercida, número de
moradores no domicílio e renda per capita.
A renda per capita (nível socioeconômico)
foi baseada em critério proposto pela
Associação Nacional de Empresas de
Pesquisas (ANEP), disponível em <http://
www.abep.org>. Esse critério é construído
a partir de uma pontuação baseada na
posse de bens e utensílios domésticos,
somada à pontuação correspondente ao
grau de instrução do chefe da família. As
classes são: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E.
ABREVIATURAS E
ACRÔNIMOS
•CA – cintura abdominal
•DM – diabetes mellitus
•FRCV – fatores de risco
cardiovascular
•HAS – hipertensão arterial
sistêmica
•UFMA – Universidade
Federal do Maranhão
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa8, os níveis de escolaridade são: analfabeto,
fundamental incompleto (até a 4ª série do ensino
fundamental), fundamental completo (8 anos de estudo),
médio completo (9 a 11 anos de estudo) e superior
completo (12 anos de estudo e mais).
Os participantes foram pesados em balança digital, modelo
Acqua, com precisão de 100 g, da marca Plenna®
(Guangzhou, China). A altura foi mensurada em centímetros,
com uso de estadiômetro portátil, com resolução de 0,1 cm.
Todas as medidas foram aferidas por duas vezes consecutivas
e o valor médio foi usado nas análises.
Para a medida da pressão arterial foi utilizado
esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, com
manguito do mesmo tamanho, sendo ajustado à
circunferência do braço. O procedimento foi realizado
três vezes com intervalos de 10 a 15 minutos, sendo
considerada a média entre as duas últimas medidas, em
concordância com a metodologia utilizada para estudos
epidemiológicos. Os valores de referência adotados
obedeceram às recomendações da VI Diretriz Brasileira
de Hipertensão Arterial9: hipertensão arterial níveis
≥90 mmHg de pressão diastólica e ≥140 mmHg de pressão
sistólica. Os indivíduos que apresentaram pressão arterial
236
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
abaixo desses níveis, mas que referiram uso de drogas antihipertensivas, também foram considerados hipertensos.
A circunferência do quadril também foi obtida com fita
métrica flexível e não elástica.
Os participantes foram orientados a manter jejum de
8-12 horas para a realização de exames laboratoriais,
conforme critérios estabelecidos pelo Expert Committee
on Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus10.
Foram selecionadas nove variáveis mutáveis, que estão
abaixo relacionadas, com seus critérios de anormalidade.
Os pontos de corte foram baseados na Organização
Mundial da Saúde, NCEP ATP III11 e Sociedade Brasileira
de Cardiologia9.
• Sobrepeso: IMC (peso/altura 2) ≥25 kg/m 2 e
<30 kg/m²;
• Obesidade: IMC (peso/altura2) ≥30 kg/m2;
• Obesidade central: circunferência da cintura
≥88 cm para mulheres e ≥102 cm para os homens,
independentemente da presença de obesidade
generalizada;
• Colesterol total alto: ≥240 mg/dL, pelo método
enzimático de Trinder;
• HDL-c <40 mg/dL para homens e <50 mg/dL
para mulheres pelo método Labtest;
• Triglicerídeos: ≥150 mg/dL, pelo método de
Soloni modificado;
• Diabetes mellitus: glicemia venosa ≥126 mg/dL,
associado ao diagnóstico comprovado de diabetes
em tratamento, e glicemia de jejum normal
(método enzimático de Trinder);
• Tabagismo: fumante atual, qualquer número de
cigarros por dia;
• Sedentarismo: prática regular de atividade física
com duração inferior a 150 minutos semanais, de
intensidade leve ou moderada ou pelo menos
75 minutos semanais de atividade física de
intensidade vigorosa.
O sangue foi coletado por acadêmicos dos cursos de
Medicina e de Enfermagem da UFMA (entre 7h-9h), e
entregue para análise no Laboratório de Análises Clínicas
do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD).
O diagnóstico de diabetes mellitus (DM) (glicemia de
jejum >126 mg/dL e indivíduos em uso de antidiabéticos)
seguiu as normas do Expert Committee on Diagnosis and
Classification of Diabetes Mellitus10.
Os valores do perfil lipídico foram analisados de acordo
com o NCEP III11: colesterol total normal (<200 mg/dL),
limítrofe alto (200-239 mg/dL) e alto (>240 mg/dL);
triglicerídeo normal (<200 mg/dL), limítrofe alto
(200-400 mg/dL), alto (400-1 000 mg/dL) e muito alto
(>1 000 mg/dL); e HDL-colesterol em baixo (<35 mg dL),
normal (35-59 mg/dL) e alto (>60 mg/dL). A presença
de familiares de primeiro grau com doença arterial
coronariana manifesta e/ou cerebrovascular e/ou
periférica foi considerada história familiar positiva.
Para o diagnóstico do nível de atividade física e sedentarismo,
foram considerados sedentários aqueles que informaram
ter uma prática regular de atividade física com duração
inferior a 150 minutos semanais, de intensidade leve ou
moderada ou pelo menos 75 minutos semanais de atividade
física de intensidade vigorosa, segundo a Organização
Mundial da Saúde12 e a World Heart Federation13.
O tabagismo foi classificado em: nunca (aqueles que
responderam nunca ter fumado e os que pararam de
fumar por seis meses ou mais), ex-fumante (aqueles que
responderam que não fumam atualmente, mas já
fumaram por seis meses ou mais) e fumante (aqueles que
referiram fazer uso de qualquer quantidade de fumo
independentemente do tempo de início).
Para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade central foi
calculado o índice de massa corporal (IMC), que expressa
a proporção da gordura em relação à composição
corporal (razão da massa corporal (kg) pelo quadrado
da estatura (cm2).
A circunferência abdominal (CA) foi mensurada
conforme o NCEP III11 com fita métrica flexível e não
elástica. Os pontos de corte adotados foram aqueles de
acordo com o grau de risco para doenças cardiovasculares:
risco aumentado para mulheres (CA >80 cm) e para
homens (CA >94 cm) e risco muito aumentado para
mulheres (CA >88 cm) e para homens (CA >102 cm).
Outras variáveis independentes incluídas não foram
consideradas fatores mutáveis: idade, sexo, raça (variáveis
biológicas). A raça foi definida na presente pesquisa a
partir da cor da pele (branca vs. não branca), conforme a
nomenclatura oficial utilizada nos censos demográficos.
Os dados foram processados utilizando-se o programa
SPSS versão 21. As variáveis qualitativas foram expressas
em frequências; as variáveis quantitativas em médias e
desvios-padrão.
Foi utilizado o teste t de Student para amostras
independentes para a comparação das médias das variáveis
quantitativas entre os níveis de escolaridade. A associação
dos FRCV com os grupos foi verificada através do teste do
qui-quadrado para amostras independentes. Ambos os
testes foram realizados com intervalo de confiança de 95%;
nível de significância α=5%; erro amostral =2%.
Foi realizada análise de regressão logística multivariada.
As variáveis que apresentaram p<0,05 nas análises
univariadas entraram para os modelos e foram
consideradas estatisticamente significativas.
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
Resultados
Dos 350 servidores sorteados, foram excluídos 31 por não
atenderem aos critérios de inclusão. Permaneceu uma
amostra representativa de 319 servidores, percentual
encontrado dentro dos padrões de 10% de perda
calculados para o estudo.
A Tabela 1 apresenta as características sociodemográficas
da amostra estudada. Indivíduos sem nível superior de
escolaridade representavam 43,89% e com nível superior,
56,11%. Os níveis de escolaridade foram distribuídos
igualmente por sexo (p=0,735), faixa etária (p=0,676) e estado
civil (p=0,365), com maior prevalência de não brancos,
naturais da capital, com lotação no campus universitário.
Os docentes eram, em sua maioria, do sexo masculino, na
faixa etária de 50-59 anos, não brancos, casados, naturais de
São Luís e com lotação no campus universitário.
Na população estudada, a prevalência dos FRCV foi:
DM 9,4%; sobrepeso 59,6%; obesidade 13,2%; hipertensão
arterial sistêmica 36,7%; sedentarismo 27,9%; dislipidemia
50,5% e tabagismo 2,6% (Tabela 2).
Quando comparadas as prevalências dos FRCV entre os
grupos com e sem nível superior, o grupo com nível
superior foi menos sedentário (p=0,003) e apresentava
menor prevalência do DM (p=0,033). Os níveis de
escolaridade foram distribuídos igualmente quanto a
sobrepeso, obesidade, hipertensão arterial sistêmica,
dislipidemia e tabagismo (Tabela 2).
Tabela 1
Características sociodemográficas da população estudada, de acordo com o nível de escolaridade e a docência
Total
n (%)
Sexo
Faixa etária (anos)
Cor
Estado civil
Classe econômica
Naturalidade
Lotação
Total
Nível Superior
Não
Sim*
n (%)
n (%)
Masculino
151 (47,3)
68 (48,6)
83 (46,4)
Feminino
168 (52,7)
72 (51,4)
96 (53,6)
<30
24 (7,5)
12 (8,6)
12 (6,7)
30-39
72 (22,5)
34 (24,3)
38 (21,2)
40-49
93 (29,2)
41 (29,3)
52 (29,1)
50-59
Docência
p
0,735
0,676
Não
Sim
n (%)
n (%)
99 (42,1)
52 (61,9)
136 (57,9)
32 (38,1)
20 (8,5)
4 (4,8)
60 (25,5)
12 (14,3)
66 (28,1)
27 (32,1)
104 (32,6)
40 (28,5)
64 (35,8)
73 (31,1)
31 (36,9)
>60
26 (8,2)
13 (9,3)
13 (7,3)
16 (6,8)
10 (11,9)
Branca
82 (25,7)
23 (16,4)
59 (33,0)
48 (20,4)
34 (40,5)
Não branca
237 (74,3)
117 (83,6)
120 (67,0)
187 (79,6)
50 (59,5)
Casado
176 (55,1)
73 (52,1)
103 (57,5)
114 (48,5)
62 (73,8)
Solteiro
143 (44,9)
67 (47,9)
76 (52,1)
121 (51,5)
22 (26,2)
B1
29 (9,1)
2 (1,4)
27 (15,1)
13 (5,5)
16 (19,0)
B2
90 (28,2)
11(7,9)
79 (44,1)
54 (23,0)
36 (42,9)
C1
90 (28,2)
35 (25,0)
55 (30,7)
64 (37,2)
26 (31,0)
C2
64 (20,1)
50 (35,7)
14 (7,8)
60 (25,5)
4 (4,8)
D
45 (14,1)
41 (29,3)
4 (2,2)
43 (18,3)
2 (2,4)
E
1 (0,3)
1 (0,7)
0 (0,0)
1 (0,4)
0 (0,0)
Interior do Estado
do Maranhão
127 (39,9)
63 (45,0)
64 (35,8)
108 (46,0)
19 (22,6)
Outros estados
38 (11,9)
4 (2,9)
34 (19,0)
15 (6,4)
23 (27,4)
Outros países
2 (0,6)
0 (0,0)
2 (1,1)
0 (0,0)
2 (2,4)
São Luís
152 (47,6)
73 (52,1)
79 (44,1)
112 (47,6)
40 (47,6)
Campus
203 (63,6)
76 (54,3)
127 (70,9)
119 (50,6)
84 (100)
HUUFMA/Materno 116 (36,4)
64 (45,7)
52 (29,1)
116 (49,4)
0 (0,0)
319 (100,0) 140 (43,89) 179 (56,11)
0,001*
0,365
< 0,001*
0,001*
0,002*
p
0,002**
0,108
<0,001**
<0,001**
<0,001**
<0,001**
<0,001**
235 (73,66) 84 (26,33)
*Grupo sem nível de escolaridade superior (níveis fundamental e médio); **p<0,05; IC=95%; Teste do qui-quadrado para amostras
independentes.
HUUFMA – Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão
237
238
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
Tabela 2
Fatores de risco cardiovascular da população estudada, de acordo com a escolaridade
População
Variáveis
Sem
Nível superior
Sim
Não
n (%)
n (%)
Com
Nível superior
Não
Sim
n (%)
n (%)
p
Não
n (%)
Sim
n (%)
Diabetes
289 (90,6)
30 (9,4)
121 (86,4)
19 (13,6)
168 (93,9)
11 (6,1)
0,033*
Sobrepeso
129 (40,4)
190 (59,6)
53 (37,9)
87 (62,1)
76 (42,5)
103 (57,5)
0,423
Obesidade
277 (86,8)
42 (13,2)
119 (85,0)
21 (15,0)
158 (88,3)
21 (11,7)
0,408
HAS
202 (63,3)
117 (3,6)
85 (60,7)
55 (39,3)
117 (65,4)
62 (34,6)
0,414
Sedentarismo
89 (27,9)
230 (72,1)
27 (19,3)
113 (80,7)
62 (34,6)
117 (65,4)
0,003*
Dislipidemia
158 (49,5)
161 (50,5)
67 (47,9)
73 (52,1)
91 (50,8)
88 (49,2)
0,652
Tabagismo
280 (78,4)
69 (21,6)
107 (76,4)
33 (23,6)
143 (79,9)
36 (20,1)
0,494
Total
319 (100,0)
140 (43,89)
179 (56,11)
HAS – hipertensão arterial sistêmica; * p<0,05; IC=95%; teste do qui-quadrado para amostras independentes.
No que diz respeito à prática da docência, houve distribuição
semelhante da proporção dos fatores de risco cardiovascular
entre os grupos dos docentes e não docentes (Tabela 3).
A Tabela 4 mostra os níveis pressóricos, índices
antropométricos, perfil lipídico e nível glicêmico de
acordo com o nível de escolaridade. Com exceção do nível
glicêmico, que foi maior no grupo sem nível superior
(98,67±34,08 mg/dL vs. 92,63±13,64 mg/dL; X²=0,031), as
demais variáveis pressóricas, antropométricas e lipídicas
foram similares nos dois grupos.
Os resultados da regressão logística binária estão
descritos da Tabela 5.
Tabela 3
Fatores de risco cardiovascular da população estudada de acordo com a docência
Não docentes
n (%)
Docentes
n (%)
Não
101 (43,0)
21 (33,3)
Sim
134 (47,0)
56 (66,7)
Não
204 (86,8)
73 (86,9)
Sim
31 (13,2)
11 (13,1)
Não
174 (74,0)
56 (66,7)
Sim
61 (26,0)
28 (33,3)
Não
216 (92,0)
73 (86,9)
Sim
19 (8,0)
11 (13,1)
Não
155 (66,0)
47 (56,0)
Sim
80 (34,0)
37 (44,0)
Não
120 (51,1)
38 (45,2)
Sim
115 (48,79)
46 (54,8)
Não
185 (78,7)
65 (77,4)
Sim
50 (21,3)
19 (22,6)
235 (73,66)
84 (26,34)
Variáveis
Sobrepeso
Obesidade
Sedentarismo
Diabetes mellitus
HAS
Dislipidemia
Tabagismo
Total
HAS – hipertensão arterial sistêmica
p-valor
0,154
0,982
0,204
0,193
0,114
0,376
0,877
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
Tabela 4
Níveis pressóricos, índices antropométricos, perfil lipídico e nível glicêmico da população estudada, de acordo com o
nível de escolaridade
Variáveis
Total
Idade
Sem nível
superior
Com nível
superior
p-valor
45,94±10,41
Níveis pressóricos
Índices antropométricos
Perfil lipídico
Nível glicêmico
PAS (mmHg)
123±17,70
124,04±17,43
122,78±17,94
0,527
PAD (mmHg)
78,1±12,40
79,10±11,45
78,58±13,12
0,711
IMC (kg/m²)
26,35±4,08
26,64±4,37
26,11±3,77
0,251
RCQ
0,96±0,062
0,96±0,06
0,096±0,063
0,968
Colesterol total (mg/dL)
196±40,73
194,56±41,39
198,25±40,27
0,424
HDL (mg/dL)
55,10±13,86
54,66±15,36
55,44±12,59
0,620
LDL (mg/dL)
116,99±34,47
115,90±34,51
117,84±34,51
0,620
VLDL (mg/dL)
25,69±13,28
24,82±12,08
26,36±14,15
0,307
Triglicerídeos (mg/dL)
130,96±68,96
126,58±60,82
134,35±74,67
0,320
Glicemia (mg/dL)
95,27±24,88
98,67±34,08
92,63±13,64
0,031*
*p<0,05; IC=95%; Teste t de Student para amostras independentes
Valores expressos em média±desvio-padrão
PAS – pressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; IMC – índice de massa corpórea; RCQ – relação cintura/quadril
Tabela 5
Variáveis associadas independentes com o grau de
escolaridade na população estudada
Variáveis
Odds ratio
IC95%
p-valor
Diabetes mellitus
2,43
1,10 – 5,38
0,027*
Sedentarismo
2,23
1,32 – 3,78
0,003*
*p<0,05; IC=95%
Discussão
A associação do nível de escolaridade com FRCV, em
ambientes universitários, tem sido avaliada e parece não
estar definida. De uma maneira geral, o melhor nível de
escolaridade se associa a uma menor percepção negativa
de saúde14, sendo esperado que indivíduos com maior
escolaridade tenham mais conhecimento sobre a saúde
e hábitos mais saudáveis15. Dessa forma, os resultados
deste trabalho podem, em parte, ser atribuídos à
existência de uma lacuna na relação entre conhecimento
da saúde cardiovascular, atitude e prática/
comportamentos de hábitos saudáveis, hipótese já
descrita por Vaidya et al.3
A prevalência do DM observada neste estudo foi 9,4%,
valor superior às prevalências e estimativas mundiais,
considerando indivíduos da mesma faixa etária, como
mostram Shaw et al.16 e Guariguata et al.17. Quando
comparado ao Brasil, o presente estudo apresentou
valores superiores à pesquisa de base populacional
recente18, que evidencia um aumento da prevalência do
DM entre 2006 e 2013, de 5,5% para 6,8%.
Estudos realizados em outros centros universitários
apresentam valores divergentes de prevalência de DM,
sendo encontradas taxas superiores no Sudeste19 e no
Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA)20. Neste
último, o valor equivale ao dobro do encontrado na
presente pesquisa.
É possível justificar as diferenças encontradas nos estudos
por questões metodológicas (randomização, inquérito
telefônico, autorrelato, pelo uso de exames laboratoriais
e pelos pontos de corte glicêmicos diferentes), fatores que
podem interferir na prevalência do DM. Outro ponto
importante são as diferenças advindas do desenvolvimento
dos países. Nesse sentido, Reddy21 destaca que, em países
em desenvolvimento, o processo de industrialização
acarreta maior exposição aos FRCV por mudanças nos
hábitos de vida, como na dieta e na atividade física.
239
240
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
Em relação à associação entre prevalência do DM e nível
de escolaridade, outros estudos apresentam resultados
conflitantes, como o realizado em nove países europeus,
que constata que não há diferença entre os níveis
glicêmicos entre indivíduos com escolaridades
diferentes22, assim como em pesquisa similar na África,
na qual a distribuição do DM foi similar nos diferentes
níveis de escolaridade5. Contudo, estudos realizados na
Espanha23,24 evidenciam maior prevalência do DM em
pessoas com menor nível de escolaridade. Em pesquisa
de base populacional, em 2012, as prevalências de DM
entre o menor e o maior nível de escolaridade variou de
12,1% para 3,8%4.
Essa associação do DM com o nível de escolaridade é
complexa e tem consequências significantes como as
demonstradas no estudo de coorte, realizado com
85 867 indivíduos nos Estados Unidos, o qual evidenciou
que adultos portadores do DM com menor nível de
escolaridade apresentam taxa de mortalidade 503 vezes
maior por 10 000 habitantes do que aqueles portadores
de DM com maior nível26.
Destaca-se o fato de os docentes na presente pesquisa
terem apresentado prevalência de 13,1% de DM,
aproximadamente, ¼ do apresentado em estudo similar
no sul do País27. Quando comparada a prevalência entre
docentes e não docentes, não houve diferença significativa
entre os grupos. Porém quando comparados os grupos
quanto ao nível de escolaridade, os níveis glicêmicos são
maiores em indivíduos com menor nível, semelhante ao
encontrado no estudo ELSA20, e em estudo africano
realizado por Capingana et al.5 Resultados diferentes são
encontrados no estudo de Achidi et al.7, no qual os
docentes apresentaram maiores níveis glicêmicos que os
não docentes. Sugere-se que esse resultado contraditório
seja justificado pelo fato de, na presente pesquisa, cerca
de 60% dos docentes serem de cor não branca e, segundo
Santos et al.2, indivíduos negros e mulatos não diferirem
dos brancos quanto aos hábitos de fumar, sedentarismo
e quanto à presença da hipertensão arterial, fato que pode
ter influenciado o resultado encontrado.
A prevalência encontrada de sedentarismo foi 72,1%,
valor aproximadamente equivalente ao dobro, quando
comparado à maior taxa de sedentarismo encontrada por
Lloyd-Sherlock et al.28, que variou de 24,9% a 37,6%. Em
comparação com Welmer et al.29, o valor encontrado é
três vezes superior, quando observadas as faixas etárias
similares.
Estudo brasileiro 2 com 2 531 indivíduos, de raças
diferentes, de 72 centros urbanos, mostra altos valores
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
de sedentarismo, variando de 76,6% a 81,83%, sendo
similar à presente pesquisa. Valor inferior (16,2%) é
encontrado em estudo populacional brasileiro em 201318.
A associação inversa entre nível de escolaridade e
sedentarismo, observada neste estudo, também tem sido
descrita em estudos europeus 23,30. Nesse contexto,
Morales-Asencio et al.23 enfatizam como os padrões de
comportamento são relacionados aos fatores
socioeconômicos e culturais
Estudo realizado por Petroski27 constata prevalência de
sedentarismo entre os professores universitários 25%
menor que o da presente pesquisa. Porém, Reis14 e estudo
em centro universitário na Rússia31 mostram valores
superiores. Um valor expressivo (42,6%) dos professores
russos não realizam prática alguma de atividade física e
consideram como justificativas para esse fato a falta de
tempo, atividades ou estudos extras ao horário de
trabalho, assim como a falta de condições apropriadas
para a atividade física. Outro estudo acrescenta outras
barreiras impeditivas como falta de autodisciplina, falta
de equipamentos e falta de companhia32. Assim como
nessa pesquisa, estudo em universidade brasileira33
também foi contraditório aos achados de Petroski27.
Destaca-se que a taxa de obesidade nos participantes foi
inferior à encontrada na América do Sul e no Brasil
(2007-2013)34 e está de acordo com estudos realizados em
São Luís em 200935 e em 201334. É interessante observar
que esta capital apresenta menor prevalência nacional
de obesidade, sendo as maiores prevalências em Cuiabá
e no Rio de Janeiro. Estudos em universidades, como os
realizados por Achidi et al.7, Scott et al.36 e Duncan et al.37
apontam valores superiores. Contrariamente, estudo do
Sudeste brasileiro mostra valor equivalente à metade do
observado na presente pesquisa38, diferindo por não ter
havido randomização dos sujeitos participantes.
Contrariamente ao DM e sedentarismo, a obesidade foi
igualmente distribuída quanto ao nível de escolaridade,
divergindo do estudo africano5, daquele realizado por
Santos et al.2 e da Pesquisa VIGITEL18, que constatam
que, de uma maneira geral, em população com maior
tempo de estudo ocorre menor prevalência de sobrepeso
e obesidade.
Uma justificativa para a associação divergente entre nível
de escolaridade e obesidade no Brasil foi encontrada por
Fonseca et al.33, no estudo Pró-Saúde, em um centro
universitário, que fundamentou essa associação pelas
alterações cíclicas de peso. Nele, as variações de peso ao
longo da vida, tanto constantes quanto cíclicas,
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
apresentaram associação com o nível de escolaridade dos
pais e do próprio indivíduo, com importantes diferenças
referentes ao sexo. Para os homens, essa associação não
foi confirmada; porém, as mulheres de menor nível de
escolaridade apresentaram chance 94% maior de
referirem aumento cíclico de peso corpóreo.
Por outro lado, estudo similar à presente pesquisa, na
África7, indica não haver associação entre índice de massa
corpórea e nível de escolaridade, concordando com os
resultados encontrados.
O fato de ser docente com pós-graduação (mestrado e
doutorado) não se associou à menor prevalência de
obesidade, quando comparado ao grupo de não docentes.
Tal resultado contraria os achados de Hayes et al.15, que
explicam que as pessoas com melhor nível de escolaridade
são mais expostas a mensagens de saúde, têm melhor
apoio social, mais consciência de se manter saudável e
acesso mais oportuno aos serviços de saúde.
Os valores de HAS, tabagismo e excesso de peso nos
participantes deste estudo são superiores e divergentes
aos encontrados por Malta et al.39 Segundo esses autores,
os FRC estão mais presentes em adultos menos
escolarizados, uma vez que no presente estudo, houve
igual distribuição nos níveis de escolaridade. Contudo,
estudo europeu mostra que o tabagismo não foi
controlado pelo menor nível de escolaridade, resultado
semelhante ao presente estudo40.
A elevada prevalência de excesso de peso na população
estudada está de acordo com os achados de pesquisas
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
recentes, que apresentaram valores entre 48,5% e
54,7% 18,38 . Quanto à prevalência de dislipidemia
encontrada, esta é maior que o dobro da encontrada em
estudo brasileiro recente18.
Esta pesquisa foi realizada com uma amostra probabilística
da população de uma universidade pública e foram
realizados exames clínicos e laboratoriais para constatação
da presença dos fatores de risco cardiovascular nos
indivíduos estudados. No entanto, por se tratar de um
estudo transversal, não foi possível estabelecer uma
relação de causalidade nas associações encontradas. A
não verificação do consumo de álcool e o fato de não
haver indivíduos com escolaridade inferior a cinco anos
de estudo são limitações desta pesquisa.
Conclusão
Neste estudo, os indivíduos com maior nível de
escolaridade tiveram menores prevalências de DM e
sedentarismo.
Potencial Conflito de Interesses
Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes.
Fontes de Financiamento
O presente estudo foi parcialmente financiado pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela concessão da bolsa de Mestrado.
Vinculação Acadêmica
Este artigo representa parte da dissertação de Mestrado de Rute
Pires Costa pela Universidade Federal do Maranhão.
Referências
1.
2.
3.
Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, César CLG.
Tendências das desigualdades sociais e demográficas na
prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003-2008.
Cienc Saúde Coletiva. 2011;16(9):3755-68.
Santos HC, Fragoso TM, Machado-Coelho GL, Nascimento
RM, Mill JG, Krieger JE, et al. Self-declared ethnicity associated
with risk factors of cardiovascular diseases in an urban sample
of the Brazilian population: the role of educational status in
the association. Int J Cardiol. 2013;168(3):2973-5.
Vaidya A, Aryal UR, Krettek A. Cardiovascular health
knowledge, attitude and practice/behaviour in an urbanising
community of Nepal: a population-based cross-sectional study
from Jhaukhel-Duwakot Health Demographic Surveillance
Site. BMJ Open. 2013;3(10):e002976.
4.
5.
6.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não
Transmissíveis e Promoção de Saúde. Vigitel Brasil 2012:
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas
por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.
Capingana DP, Magalhães P, Silva AB, Gonçalves MAA,
Baldo MP, Rodrigues SL, et al. Prevalence of cardiovascular
risk factors and socioeconomic level among public-sector
workers in Angola. BMC Public Health. 2013;13:732.
Yu Z, Nissinen A, Vartiainen E, Song G, Guo Z, Zheng G,
et al. Associations between socioeconomic status and
cardiovascular risk factors in an urban population in China.
Bull World Health Organ. 2000;78(11):1296-305.
241
242
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
Achidi EA, Tangoh DA. Risk assessment of cardiovascular
disease among staff of the University of Buea, South Western
Cameroon. J Publ Health Epidemiol. 2010;2(9):251-61.
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de
Classificação Econômica Brasil. São Paulo: ABEP; 2014.
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de
Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol. 2010;
95 (1 supl. 1):1-51. Erratum in: Arq Bras Cardiol. 2010;95(4):553.
Expert Committee on the Diagnosis and Classification of
Diabetes Mellitus. Report of the Expert Committee on the
Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Diabetes
Care. 2003;26(Suppl 1):S5-20.
Third Report of the National Cholesterol Education Program
(NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment
of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment
Panel III) final report. Circulation. 2002;106(25):3143-421.
World Health Organization. Global Health Observatory (GHO)
data. World Health Statistics 2015. Geneva: WHO; 2015.
World Heart Federation. Cardiovascular disease risk factors.
[online]. [acesso em 2013 ago. 2]. Disponível em: <http://
www.world-heart-federation.org/cardiovascular-health/
cardiovascular-disease-risk-factors>
Reis RS. Comportamentos de risco à saúde e percepção de
estresse em professores universitários das IFES do Sul do
Brasil. [Tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina; 2013.
Hayes DK, Greenlund KJ, Denny CH, Neyer JR, Croft JB,
Keenan NL. Racial/ethnic and socioeconomic disparities in
health-related quality of life among people with coronary heart
disease, 2007. Prev Chronic Dis. 2011;8(4):A78.
Shaw JE, Sicree RA, Zimmet PZ. Global estimates of the
prevalence of diabetes for 2010 and 2030. Diabetes Res Clin
Pract. 2010;87(1):4-14.
Guariguata L, Whiting DR, Hambleton I, Beagley J,
Linnenkamp U, Shaw JE. Global estimates of diabetes
prevalence for 2013 and projections for 2035. Diabetes Res Clin
Pract. 2014;103(2):137-49.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não
Transmissíveis e Promoção de Saúde. Vigitel Brasil 2013:
vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas
por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
Pimenta AM, Kac G, Souza RR, Ferreira LM, Silqueira SM.
Night-shift work and cardiovascular risk among employees
of a public university. Rev Assoc Med Bras. 2012;58(2):168-77.
Lotufo PA, Pereira AC, Vasconcellos PS, Santos IS, Mill JG,
Bensenor IM. Resistant hypertension: risk factors, subclinical
atherosclerosis, and comorbidities among adults-the Brazilian
Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). J Clin
Hypertens (Greenwich). 2015;17(1):74-80.
Reddy KS. Cardiovascular diseases in the developing
countries: dimensions, determinants, dynamics and directions
for public health action. Public Health Nutr. 2002;5(1A):231-7.
Chadee D, Seemungal T, Pinto Pereira LM, Chadee M,
Maharaj R, Teelucksingh S. Prevalence of self-reported
diabetes, hypertension and heart disease in individuals seeking
State funding in Trinidad and Tobago, West Indies. J Epidemiol
Glob Health. 2013;3(2):95-103.
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
23. Morales-Asencio JM, Mancera-Romero J, Bernal-Lopez R,
Martos-Cerezuela I, Baca-Osorio AJ, Moyano-Paris MT, et al.
Educational inequalities and cardiovascular risk factors. A
cross-sectional population-based study in southern Spain.
Public Health Nurs. 2013;30(3):202-12.
24. López Suárez A, Elvira González J, Beltrán Robles M,
Alwakil M, Saucedo JM, Bascuñana Quirell A, et al. [Prevalence
of obesity, diabetes, hypertension, hypercholesterolemia, and
metabolic syndrome in over 50-year-olds in Sanlúcar de
Barrameda, Spain]. Rev Esp Cardiol. 2008;61(11):1150-8.
25. Kautzky-Willer A, Dorner T, Jensby A, Rieder A. Women show
a closer association between educational level and hypertension
or diabetes mellitus than males: a secondary analysis from the
Austrian HIS. BMC Public Health. 2012;12:392.
26. Dray-Spira R, Gary-Webb TL, Brancati FL. Educational
disparities in mortality among adults with diabetes in the U.S.
Diabetes Care. 2010;33(6):1200-5.
27. Petroski EC. Qualidade de vida no trabalho e suas relações
com estresse, nível de atividade física e risco coronariano de
professores universitários. [Tese]. Florianópolis: Universidade
Federal de Santa Catarina; 2005.
28. Lloyd-Sherlock P, Beard J, Minicuci N, Ebrahim S, Chatterji S.
Hypertension among older adults in low-and middle-income
countries: prevalence, awareness and control. Int J Epidemiol.
2014:43(1):116-28.
29. Welmer AK, Kåreholt I, Rydwik E, Angleman S, Wang HX.
Education-related differences in physical performance after
age 60: a cross-sectional study assessing variation by age,
gender and occupation. BMC Public Health. 2013;13:641.
30. Maksimović MZ, Vlajinac HD, Radak DJ, Maksimović JM,
Marinković JM, Jorga JB. Association of socioeconomic status
measured by education and risk factors for carotid
atherosclerosis: cross-sectional study. Croata Med J.
2008;49(6):824-31.
31. Klimatskaya LG. Physical activity students and university
professors as leaders of health. Physical Education of Students.
2013;3:31-4.
32. Nogueira JAD, Sousa AFM. Barreiras percebidas e etapas de
mudança de comportamento relacionadas à prática de
atividade física em professores de escolas públicas. Rev Bras
Cienc Mov. 2012;20(1):65-70.
33. Fonseca MJ, França RF, Faerstein E, Werneck GL, Chor D.
Escolaridade e padrões de ganho de peso na vida adulta no
Brasil: Estudo Pró-Saúde. Rev Panam Salud Publica.
2012;32(5):376-80.
34. Virgolino JLB, Santos SR, Oliveira CKN, Cunha RJP. Hyperdia
system: longitudinal study in a sanitary district. J Nurs UFPE
on-line. 2013;7(10):6006-12. [acesso em 2015 jan. 2]. Disponível
em: <http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.
php/revista/article/viewArticle/4737>
35. Oliveira Filho A, Netto-Oliveira ER, Oliveira AAB. Qualidade
de vida e fatores de risco de professores universitários. Rev
Educ Fís UEM, Maringá. 2012;23(1):57-67.
36. Scott J, Gavin J, Egan AM, Avalos G, Dennedy MC, Bell M,
et al. The prevalence of diabetes, pre-diabetes and the
metabolic syndrome in an Irish regional homeless population.
QJM. 2013;106(6):547-53.
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(3):234-243
Artigo Original
37. Duncan BB, Chor D, Aquino EML, Bensenor IM, Mill JG,
Schmidt MI, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no
Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Rev
Saude Publica. 2012;46(supl.1):126-34.
38. Oliveira RAR, Moreira OC, Lopes PRNR, Amorim W,
Breguez MS, Marins JCB. Variáveis bioquímicas,
antropométricas e pressóricas como indicadores de risco
cardiovascular em servidores públicos. Fisioter Mov.
2013;26(2):369-77.
Costa et al.
Associação entre Nível de Escolaridade e FRCV
39. Malta DC, Iser BPM, Claro RM, Moura L, Bernal RTI, Nascimento
AF, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas não transmissíveis em adultos: estudo transversal,
Brasil, 2011. Epidemiol Serv Saude. 2013;22(3):423-34.
40. Ose D, Rochon J, Campbell SM, Wensing M, Freund T, van
Lieshout J, et al. Health-related quality of life and risk factor
control: the importance of educational level in prevention
of cardiovascular diseases. Eur J Public Health.
2014:24(4):679-84.
243
Download

Fatores de Risco Cardiovascular e sua Relação com o Nível