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Trabalho 1154 - 1/3
INDICADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR: REORIENTAÇÃO
DAS PRÁTICAS DE CUIDADO EM SAÚDE
PEDROSA, Gabriella dos Santos1
BERARDINELLI,Lina Márcia Miguéis2
CHAVES,Ana Carolina dos Santos 3
SANTOS, Mauro Leonardo S. C. dos4
Pesquisa oriunda do Projeto de Extensão da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), intitulado: Promovendo a Vida, Prevenindo Riscos e Danos: o
Cuidado em Saúde cujas ações situam-se no âmbito do desafio de reorientação
do modelo assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O objeto de estudo
enfoca os indicadores de risco cardiovascular que influenciam a saúde da
população. Há uma preocupação generalizada com os índices crescentes de
morbi-mortalidade dos distúrbios e agravos crônicos de saúde que vem atingindo
diferentes grupos humanos da população. A pesquisa propõe esforços para
intensificar, através de estratégias de promoção da saúde, maneiras de reorientar
o cuidado. A partir do esclarecimento e apresentação a população de práticas de
saúde, com a finalidade que sujeitos aprendam a se auto-conhecer e entender os
mecanismos que levam o adoecimento físico e psíquico. Neste sentido, os
objetivos da pesquisa são: identificar os indicadores de risco e fatores de risco
cardiovascular que mais aparecem na população estudada e caracterizar os que
mais influenciam a saúde da população. O referencial teórico baseou-se na
epidemiologia estruturada nos conceitos de riscos e fatores de risco adotados por
Filho e Rouquayrol (2006). Estudo de abordagem quantitativa descritiva, com
freqüência e percentual. Os sujeitos foram 122 participantes dos eventos de
saúde realizados pela Associação Brasileira de Enfermagem e pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, respectivamente em maio e outubro de 2008. Os
dados foram coletados por meio de um formulário estruturado com treze
Aluna do 6º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da FE/UERJ. Bolsista de
extensã[email protected]
2
Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem Medico Cirúrgica da FENF/UERJ e da PósGraduação Lato e Strictu Senso. Coordenadora da Pesquisa.
3
Aluna do 7º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da FENF/UERJ. Bolsista de extensão.
4
Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Medico Cirúrgica da FENF/UERJ/UFF e da PósGraduação Strictu Senso da UFF. Co-autor
1
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Trabalho 1154 - 2/3
perguntas abertas e 28 perguntas fechadas. As variáveis estabelecidas foram:
idade, sexo, escolaridade, renda familiar, fatores hereditários; vulnerabilidades
relacionadas a questões sócio-econômicas, sócio-ambientais e hábitos de vida.
Todos os participantes assinaram a autorização da coleta e divulgação dos dados
segundo resolução 196/96. Os dados foram agrupados, tabulados e analisados
estatisticamente. Os resultados foram classificados em : diabetes, tabagismo,
sedentarismo, obesidade e hipertensão arterial e foram cruzados com as
variáveis. Em relação ao diabetes: dos 122 participantes, surgiram 24 incidências,
sendo 17 mulheres (70,8%), em idade superior a 50 anos nos mais diversificados
níveis de escolaridade e situação financeira e 7 homens (29,1%). Quanto ao
tabagismo a população feminina sobrepõe-se em número de 15 fumantes (67%)
dos casos e todas abaixo dos 65 anos nos mais variados níveis de escolaridade
com predominância de renda igual ou superior a cinco salários mínimos. No
tocante a hipertensão arterial, da população de 122 participantes, totalizaram 40
casos, apresentando 27 indivíduos (68%) na população feminina em sua maioria
com idades superiores a 65 anos, com destaque da escolaridade para o nível
médio e uma homogeneidade da renda familiar. Os casos de obesidade
totalizaram-se 24 (71%) dos indivíduos do sexo feminino na faixa etária entre 32 a
53 anos de idade com o segundo grau completo e incompleto, apresentando
menor perfil econômico. Em relação ao sedentarismo, o percentual observado foi
de 82 indivíduos, sendo 26 casos (30,5%) da população masculina e 56 (65,8%)
da população feminina que se autodeclararam sedentários, possuem segundo
grau e nível superior completo, com renda familiar em média de 3 a 5 salários
mínimos. Nos resultados verifica-se a expressão e a influência direta dos riscos
ao longo de todo o ciclo vital exercendo mais ou menos influência de acordo com
cada faixa etária. Para Filho e Rouquayrol (2006), consideram o risco não apenas
como um elemento negativo de perigo à saúde ou dano. Valorizam-se mais os
aspectos operativos de probabilidade de ocorrência de algum evento, tanto pode
ser referido como algo positivo, como por exemplo, chances de cura ou de
recuperação. Operacionalmente Filho e Rouquayrol (2006) definem risco como: “a
probabilidade de ocorrência de uma determinada doença, agravo, óbito ou
condição relacionada à saúde em uma população ou grupo durante um período
de tempo determinado”. Ressaltamos que não podemos ter como base
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Trabalho 1154 - 3/3
diagnóstica apenas o percentual encontrado nesse estudo, pois os dados
necessitam ser avaliados em conjunto com outras variáveis. No entanto, se
levarmos em conta o perfil estudado, constatamos que essa população necessita
de muitas informações tendo em vista que os riscos e fatores de risco podem se
tornar um agravo agudo ou crônico, seja por fatores que podem ser controlados,
pelo menos teoricamente, por intervenção clínica ou epidemiológica, como é o
caso do sedentarismo, obesidade, fumo, hipertensão arterial, que associados a
outras
varáveis
são
fatores
de
risco
para
doenças
coronarianas
e
cardiovasculares. Filho e Rouquayrol (2006) argumentam que, “um fator de risco
não necessariamente significa um fator etiológico ou causal. Para isso é preciso
preencher uma série de critérios”. Por outro lado, é de fundamental importância o
reconhecimento dos indicadores de risco, pois podem ser úteis na identificação de
grupos potencialmente alvos para a prevenção secundária e não mais para
atenção primária. Outro fato de maior relevância é que a população estudada
caracterizou-se como sedentária e esse indicador pode ser modificado por meio
de estratégias educacionais da clientela. Tendo em vista que a educação
desenvolve o homem como um indivíduo, como parte do ambiente completo,
incluindo os mais diferentes aspectos, do biológico ao social, econômicos e físicos
que compõem o elo da existência; contribuindo para que as pessoas adquiram
novas maneiras de se relacionar, permitindo decisões livres e seleção alternativas
de acordo, com o contexto de informações, habilidades cognitivas e suporte social
disponível. Assim sendo, o estudo identificou os riscos e ensinou à população as
formas de se prevenir, assim como, os sinais e sintomas antecessores de um
agravo crônico. Portanto, a educação em saúde não é transmitir apenas o que é
importante, mas facilitar as condições para que os educandos vejam, eles
mesmos, a importância do que se quer ensinar e de que maneira querem
aprender. Referências: BRASIL/OMS. Cuidados Inovadores para condições
crônicas: componentes estruturais de ação - Relatório Mundial. Brasília(DF);
2004. FILHO, N de A. ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à epidemiologia. 4ª
Edição. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan, 2006.
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61o. Congresso Nacional de Enfermagem