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QUINTA-FEIRA, 5 DE FEVEREIRO DE 2015 A GAZETA
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maior valor desde
2005, em R$ 2,74
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ELAINE SILVA
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Pág. 35
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RECEITA COM FOME
SEGURA O LEÃO
MORDIDA AINDA
MAIS DOLOROSA
Apesar de inflação ter chegado a 6,41%,
correção do IR deve ficar em 4,5%
O reajuste da tabela do
Imposto de Renda 2015 ficará, provavelmente, em
4,5%. Segundo instrução
normativa da Receita Federal, “alguns limites foram
corrigidos em 4,5% em relação ao ano passado”. Ainda falta o Congresso Nacional aprovar a proposta do
governo. Caso a Medida
Provisória passe, o percentual ficará bem abaixo da
inflação do ano passado, de
6,41%, e do que foi aprovado pelo próprio Congresso
no final do ano passado,
6,5%, índice vetado pela
presidente Dilma Rousseff.
O governo prometeu
que vai enviar uma nova
MP corrigindo a tabela em
4,5% (centro da meta de
inflação).Seissoocorrer,o
limite de isenção subirá
dos atuais R$ 1.787,77 para R$ 1.868,22, ampliando a defasagem da tabela
do Imposto de Renda.
Para dar uma ideia do tamanho da desatualização, a
tabelafechou2014defasada
em 64,3%. É a diferença entre a inflação e as correções
feitas pelo governo entre
1996eoanopassado.SódeveriaestarpagandoIRquem
recebe mais de R$ 2.936,94,
mas,hoje,quemganhamais
doqueR$1.787,77,paga.O
levantamento é do Sindifisco Nacional.
Essa diferença revela o
quedeveriaestarnobolsodo
trabalhador, mas que acaba
ANÁLISE
FAIXAS DE CONTRIBUIÇÃO
Defasagem da
tabela do IR
nos cofres do governo.
Chegamos a essa defasagem porque, ao longo de todos esses anos, as correções
foram quase sempre abaixo
da inflação, o que provavelmente voltará a acontecer
este ano. Com a inflação
avançando e reajustes salariais que ultrapassam os 8%,
muitos contribuintes passaramapagarImpostodeRenda – ou mudaram de alíquota e, com isso, são mais tri-
butados – pelo simples fato
de terem melhorado seus
ganhos nas datas-base. Ou
seja, uma verdadeira tunga
no trabalhador.
Com relação a janeiro,
mês em que vigorou a tabela de 2014, nada foi dito.Senãoforadotadoefeito retroativo, o imposto
pago a mais nos meses em
que não houver a correção
não será devolvido aos
contribuintes.
OPINIÃO DE A GAZETA
Reajuste de 4,5% é risível
Dois pesos e duas medidas. Essa é a postura
do governo quando se
trata de inflação e tabela
do IR. Com relação à inflação, o Planalto não se
importa quando ela chega ou passa dos 6,5%.
Sobre o ajuste da tabela,
o centro da meta inflacionária (4,5%) é perseguido fielmente. Com isso, o contribuinte está
cada dia mais arrochado, pagando pelos descontroles lá de Brasília.
Uma das questões que
tem incomodado a todos
os contribuintes é a correção da tabela do Imposto de Renda, que há
muito tempo está sendo
ajustada em percentuais
abaixo da inflação apurada nos períodos. Em
2014, por exemplo, tivemos uma inflação de
6,41% e a previsão é de
reajuste da tabela em
4,5%. Segundo a Cenofisco, a defasagem de
correção desde 1996 pode superar 70% em 2015.
Isso traz prejuízos para o
bolso do contribuinte,
pois a cada ano a carga
tributária é aumentada,
especialmente o contribuinte de classe média, e
mais ainda aqueles que
estão próximo das faixas
de alterações de alíquotas
das tabelas. Com isso, a
arrecadação do governo
é cada vez maior. Isso teria algum sentido se a
população tivesse realmente o retorno devido
nas áreas que compete
ao poder público, mas infelizmente não acontece.
—
VALCEMIRO NOSSA
PROFESSOR DA FUCAPE
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SEGURA O LEÃO MORDIDA AINDA MAIS DOLOROSA