INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MAGISTRADOS ANO XXI • NÚMERO 223 • JULHO DE 2013 Interiorização ainda mais forte FILME • Justiça! Uma história resgata evolução do União, confraternização e trabalho definem o tom do Encontro Regional realizado em Lins entre os dias 2 e 4 de agosto. página 3 CORTE SUPERIOR • Paulo Dias de Moura Ribeiro fala Poder Judiciário Brasileiro sobre sua posse no STJ Documentos históricos desde a época do descobrimento do Brasil, além de depoimentos de juristas e historiadores, ajudam a contar o progresso da Justiça. página 14 Ministro assume cargo em 28 de agosto após aprovação unânime em sabatina realizada no Senado Federal. página 7 • Belize e Granada oferecem intercâmbio para magistrados paulistas. Página 16 editorial Coesão é gênero de primeira necessidade A convergência de ideias não significa perda de independência, afinal não é raro a APAMAGIS atuar na defesa individual e mesmo coletiva de associados diante de posição contrária do TJ/SP Roque Antonio Mesquita de Oliveira Desembargador do TJ/SP e Presidente da APAMAGIS [email protected] Sem titubear, é possível afirmar que o Judiciário esteja atravessando o período mais conturbado dos mais de 35 anos da minha carreira na magistratura. Desde o primeiro dia como juiz, a minha visão sobre o Judiciário era a de que somente o esforço coletivo, direcionado e sem vaidades, pode manter hígida uma carreira que sempre deixa pelo menos metade dos seus clientes descontentes. Apenas quem angariou muito respeito é capaz de dizer não e ser razoavelmente compreendido. E essa foi a trajetória da Justiça de São Paulo desde sua gênese. No último biênio, o Judiciário assistiu a uma transformação ainda mais forte, oriunda de uma gestão dotada de grande força centrípeta. O presidente, o vice, o corregedor, os presidentes de Seções, o Órgão Especial, o Pleno e, por que não dizer, todos os magistrados se uniram para disseminar o conceito de Justiça muito além dos limites dos gabinetes e fóruns. Tribuna da Magistratura Publicação da Associação Paulista de Magistrados Ano XXI - nº 223 E vem da sabedoria mais simples o retrato do atual momento “não se faz omelete sem quebrar ovos”. As novas medidas de gestão e o enfrentamento de problemas crônicos infelizmente trazem “efeitos colaterais”. Houve embates institucionais, entre outros, com o Conselho Nacional da Justiça, Ordem dos Advogados e Ministério Público. Para alguns, essas reações são potencial risco de retrocesso, afinal ter-se-ia aberto diversas frentes de atrito com instituições poderosas. A minha opinião caminha em sentido contrário e explico. As discussões são salutares e as decisões responsáveis pelas reações foram absolutamente legítimas, expondo de maneira clara problemas urgentes que exigiam soluções imediatas. A busca pelo consenso pode ser uma armadilha perigosa, afinal ela pode induzir à inércia. Em todos os eventos, a Cúpula do TJ/SP buscou formas amigáveis para empreender as ações que julgava necessárias. No caso do pedido de desocupação de salas utilizadas pelo MP/SP isso fica translúcido. Não obstante o problema existir há décadas, a situação se tornou insustentável, o que exi- Noel Thomas giu decisão imediata. Houve tentativas de diálogo e as partes, civilizadamente, não conseguiram um acordo. Claramente surgiram dois caminhos. O primeiro era não agir, permitindo que o problema se avolumasse. O segundo, e bem mais difícil, foi o escolhido: decidir e agir. E foi assim com a questão do início da quitação do enorme passivo que a Corte mantinha com servidores e magistrados; na melhoria das condições de trabalho dos servidores; na descentralização, entre outros avanços que muitas vezes foram mal compreendidos pela imprensa, traduzindo-se em informações incorretas para a população. Feitas essas observações, que revelam os potenciais riscos para o Judiciário de São Paulo, detalho as razões de meu otimismo. Creio que a APAMAGIS terá um papel fundamental para consolidar esses avanços e atenuar os efeitos dos eventuais atritos. Os Encontros de Coordenadores, que são a mais pura expressão da democracia participativa, tornaram a APAMAGIS plural, mostrando que é possível transformar propostas, como a implantação dos subsídios e a redução de entrâncias, em realidade. A convergência de ideias não significa perda de independência, afinal não é raro a APAMAGIS atuar na defesa individual e mesmo coletiva de associados diante de posição contrária do TJ/SP. Em suma, os obstáculos nos próximos anos serão de grande magnitude, mas as conquistas obtidas nos últimos anos permitem a convicção plena de que, com coesão, trabalho e diálogo, a magistratura de São Paulo será ainda mais forte. Imprensa [email protected] Diretor Departamento de Secretaria Domingos de Siqueira Frascino Jornalista Responsável Renata Giordano de Castro (MTB 25405) Convênios [email protected] Diretora-Adjunta de Secretaria Renata Martins de Carvalho Alves Coordenação Geral Luciano Ayres Informática [email protected] Diretora Departamento Financeiro Zelia Maria Antunes Alves Redação Jessamy Kisberi Tiragem: 3.600 exemplares Site www.apamagis.com.br Diretor-Adjunto Financeiro Edison Aparecido Brandão APAMAGIS DIRETORIA EXECUTIVA COMUNICAÇÃO Edição, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação AyresPP Comunicação e Marketing Estratégico Tel: (19) 3232.6823 [email protected] Presidente Roque Antonio Mesquita de Oliveira Roque Antonio Mesquita de Oliveira Fernando Figueiredo Bartoletti Fotos APAMAGIS / AyresPP 1º Vice-Presidente Fernando Figueiredo Bartoletti IMPRENSA R. Tabatinguera, 140 - sobreloja CEP: 01020-901 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3292-2200 Fax: (11) 3292-2209 Presidência [email protected] Secretaria [email protected] 2º Vice-Presidente Irineu Jorge Fava 2 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 Carolina N. Munhoz Rossi CONSELHO EDITORIAL Aloísio de Toledo César Ana Paula Sampaio de Queiroz Bandeira Lins Antonio Ernesto de Bittencourt Rodrigues Irineu Jorge Fava Fernando Figueiredo Bartoletti José Carlos Ferreira Alves Colaboradores Todos os artigos assinados neste jornal são de responsabilidade exclusiva de seus autores. político-institucional Interiorização | Encontro Regional em Lins tem três aspectos: união, confraternização e foco Desembargador Raphael da Silva Salvador foi homenageado por sua dedicação à magistratura paulista Mesa-Diretoria do Encontro Regional em Lins A APAMAGIS realizou o Encontro Regional de Lins no Hotel Blue Tree Park Lins de 02 a 04 de agosto. Essa foi a quarta vez que a cidade recebeu o Encontro, o que facilita a participação dos colegas de São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília, Bauru e localidades adjacentes na confraternização. Foram seis horas de viagem de São Paulo a Lins, localizada a cerca de 450 quilômetros da capital paulista. A fadiga se extinguiu quando os magistrados e familiares participantes do evento foram recebidos com muita festa pelos juízes da região. “Essa alegria que sentimos ao rever os colegas faz com que o cansaço da viagem fique em segundo plano”, disse o presidente Roque Mesquita. A manhã de sábado foi dedicada aos debates e à exposição da realidade da magistratura paulista e do Poder Judiciário brasileiro. Zélia Maria Antunes Alves, compareceram à sede da ANS “Explicamos que não atuávamos como operadora de saúde. Conseguimos um prazo de 30 dias para, junto à Diretoria Executiva da APAMAGIS, reunirmos todos os documentos solicitados pela Agência”. Ainda sobre a questão de saúde, o 2o vice-presidente Irineu Fava falou sobre os reajustes que o Plano SulAmérica tem sofrido. “A nossa carteira tem uma alta faixa etária e um elevado índice de sinistralidade”. Segundo pesquisas realizadas pela Associação, essa é a razão que tem levado as instituições a fazerem reajustes variados, dificultando o trabalho de negociação de planos bons e baratos à classe. PLANO DE SAÚDE “Nunca tivemos um momento tão agitado entre a APAMAGIS, o TJ/SP e a sociedade”, disse o desembargador Roque Mesquita. O trabalho político, que até então era realizado pela Associação, atualmente é feito também pela nova e rejuvenescida Corte O presidente Roque Mesquita contou sobre o problema da APAMAGIS junto à Agência Nacional de Saúde (ANS), em reunião feita no dia anterior no Rio de Janeiro. Roque Mesquita e a diretora Financeira, Irineu Fava RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL Roque Mesquita paulista, sob o comando do desembargador Ivan Sartori. De acordo com o dirigente da APAMAGIS, o presidente do TJ/SP sempre foi um magistrado atuante na Associação e, desde o momento de sua posse, mudou a estrutura da Corte. “Ele criou uma intensa atuação política, e esse trabalho fez com que a APAMAGIS, que tinha posição de destaque, ficasse em segundo plano, afinal, o chefe do Poder Judiciário tem muito mais evidência que o presidente de uma associação de classe”, explicou. O TJ/SP, utilizando o bom relacionamento com a Assembleia Legislativa, possui hoje um sistema de gestão de prioridades. “Temos muitas propostas, entre elas a mudança do cargo de substituto de 2º grau para o cargo de desembargador e a criação de vagas para mais 90 juízes”, anunciou o 2º vice-presidente Irineu Fava. Uma das ações do Tribunal de Justiça paulista destacadas pelo presidente Roque Mesquita foi o projeto de interiorização, realizado mais intensamente desde a gestão do ex-presidente e conselheiro nato da APAMAGIS, Sebastião Luiz Amorim. Na Corte, a interiorização foi implantada como Regiões “Não podemos nos omitir. A gestão está caminhando muito bem com a situação financeira equilibrada, a realização de eventos e a vibiabilização de um jantar inovador de fim de ano, com a presença da banda Jota Quest” Roque Mesquita Administrativas e que têm funcionado com excelência por todo o estado de São Paulo. União plena também diz respeito aos trabalhos que estão sendo realizados junto à AMB e às instituições de todo o Brasil. Fava é um dos representantes assíduos da APAMAGIS nas reuniões em Brasília. “Existe um ótimo relacionamento entre todos”, afirma. Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 3 político-institucional Raphael Salvador Nelson Calandra RELACIONAMENTO DO JUDICIÁRIO COM A MÍDIA Apreensivo com o rumo que a mídia nacional tem dado em relação à classe, Roque Mesquita expôs a atuação e a união da APAMAGIS e da AMB no contra-ataque às inverdades que estão sendo publicadas semanalmente por grandes jornais e sites do estado. “As nossas Associações têm trabalhado sempre pela defesa da nossa magistratura. Essa gestão está emitindo muitas notas de apoio e de repúdio publicadas com destaque no site e na Lista de Discussão da APAMAGIS a fim de ajudar muitos magistrados de São Paulo. Nunca vi algo parecido”, lamentou. Fava pontuou que o jornal Estadão está numa campanha contra o Judiciário. Recentemente foi publicada uma entrevista com um sociólogo que atacou o Tribunal de Justiça de São Paulo e seus integrantes de forma brutal. Para lidar com esses impasses, o Departamento Jurídico da APAMAGIS foi disponibilizado ao presidente Sartori. Até o fechamento desta edição, foram interpelados o jornalista e o editor, porque não foi dada a oportunidade de contraponto da reportagem. “Isso é desserviço do Direito da Informação”, finalizou o vice-presidente, que também é diretor do Departamento de Imprensa da APAMAGIS. Calandra está fazendo um trabalho espetacular no Congresso, com intensa movimentação política. Pedimos que quem tenha contato na sua região que ajude na sensibilização em prol de nossas prerrogativas”. Por sua vez, o presidente da AMB, Nelson Calandra, afirmou que os temas conseguiram ser levados ao Plenário. “Estamos lutando. É o absurdo do absurdo. As propostas são inconstitucionais e, se necessário, vamos lutar no Supremo por isso”. Sobre segurança, um exemplo citado foi de um juiz do Fórum Regional de Itaquera, que foi espancado durante um sequestro-relâmpago na zona leste de São Paulo no dia 1º de agosto. O magistrado foi abordado por criminosos no início da noite, pouco depois de sair do trabalho. Procurado por colegas, o presidente Roque Mesquita tomou frente imediatamente do caso ao entrar em contato com o Departamento de Segurança da APAMAGIS. “Nossa segurança é uma das questões que mais preocupam no dia de hoje. E os associados podem contar com nossa atuação nesse sentido”. Calandra lembrou o caso Patrícia Acioli, que completou dois anos. “A banalização da morte é motivo de preocupação. A pessoa mata um juiz e ainda se faz lobby para a absolvição dos culpados”, lamentou. PRERROGATIVAS EVENTOS E SERVIÇOS A defesa da magistratura é o alicerce da APAMAGIS e uma questão de relevo é a do pagamento de verbas atrasadas. O 2º vice-presidente Irineu Fava explicitou que “no pagamento das diárias estão sendo utilizados dois critérios: o subsídio do substituto e o estabelecimento de valores segundo a entrância e de acordo com os dias que estão sendo compensados”. Fava ressaltou que o segundo critério está sendo mais bem aceito e, provavelmente em outubro, a magistratura deve ter novidades positivas a respeito. No Congresso Nacional, o 2º vice-presidente comentou as “trigêmeas do mal”, citando as PEC 33, 53 e 505. “Essas propostas, na minha visão, têm fundamentos trágicos. O quarto semestre da gestão está sendo iniciado em julho. A união e o trabalho conjunto foram destacados por Roque Mesquita. “Não podemos nos omitir. A gestão está caminhando muito bem com a situação financeira equilibrada, a realização de eventos e a viabilização de um jantar inovador de fim de ano, com a presença da banda Jota Quest”. Na ocasião ele explicou sobre a questão dos brindes, que estarão em consonância com a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “O jantar encerrará com muito brilho nosso biênio”. O dirigente da Associação anunciou que a EPM vai dar oportunidade aos colegas que queiram lecionar na Escola. “Vai ser feita in- 4 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 “Temos muitas propostas, entre elas a mudança do cargo de substituto de 2º grau para o cargo de desembargador e a criação de vagas para mais 90 juízes” tensa divulgação e vamos batalhar para que os colegas se inscrevam e façam crescer esse hábito”. O diretor Domingos Frascino ressaltou a falta de interesse dos associados em se inscreverem nas Colônias que, de acordo com ele, responsável pela organização e sorteio, tem diminuído. “Essa falta de ocupação causa prejuízo orçamentário significativo à APAMAGIS”, e frisou que a maior procura ocorre no verão, no caso das Colônias do Guarujá e Ibirá, e no inverno, em Campos do Jordão. Mensalmente a Associação, pelo seu Departamento de Colônias, recebe inscritos para sorteio de estadias nas Colônias de Férias de Ibirá, Guarujá e Campos do Jordão. Confira as condições especiais oferecidas aos associados no site da APAMAGIS. A coordenadora do Núcleo de Apoio do Departamento de Pensionistas da APAMAGIS e diretora da Secretaria de Pensionistas da AMB, Haydee Mariz de Oliveira aproveitou a ocasião para agradecer o presidente Ivan Sartori pelo pagamento de vencimentos às pensionistas e também para anunciar que, em 06 de novembro, acontece, no Espírito Santo, o IX Congresso de Pensionistas e o VII Congresso de Aposentados. “Esse Encontro será um momento especial para nós”. O coordenador do Departamento de Turismo e diretor da Colônia de Campos do Jordão, Ary Negrão, frisou que a APAMAGIS oferece 10% de descontos em muitos serviços. Atualmente um e-mail marketing é enviado aos magistrados sobre as principais excursões oferecidas pela Associação à China e à Argentina, além de pacotes individuais. “Viajar faz bem para a saúde mental e intelectual. Vamos viajar!”. Na oportunidade, o presidente da AMB ainda convocou os magistrados a participarem do V Enaje – Encontro Nacional de Juízes Estaduais, em Florianópolis, com o tema Magistrado: garantidor da Democracia. O evento acontece entre os dias 24 e 27 de outubro no Costão do Santinho. “Tenho uma visão diferente sobre reeleição: minha visão humanista me ensinou que líderes devem deixar cargos de comando para que surjam outros líderes, afinal, a instituição não passa e os líderes, sim”, comentou o presidente sobre sua possível reeleição à frente da APAMAGIS. “Não haverá, da minha parte, candidatura à reeleição. Passarei ao colega que for escolhido pelos associados”. Sobre a AMB, Roque Mesquita anunciou que Roberto Bacellar recebe apoio da entidade, que promete contribuir para que a AMB continue nessa trilha de realizações e na luta pelas prerrogativas dos colegas. “Não seguir essa linha é colocar em risco todas as conquistas angariadas até hoje”. “Tenho 40 anos de trabalho na magistratura e este ano finalizo minha gestão. Pretendo concluir nosso trabalho na AMB com a entrega da presidência ao candidato Roberto Bacellar”, disse Calandra. “Quero deixar registrada a minha gratidão a todos os colegas de São Paulo que têm colaborado nessa gestão. Agradeço também e homenageio José Roberto Neves Amorim, que agiu no CNJ com a coragem que deve ter um juiz, colocando seu posicionamento de magistrado. Quero que seja reconhecido publicamente o trabalho realizado pelo nosso colega. Além disso, quero homenagear nosso colega Paulo Moura, indicado ao STJ, um dos grandes valo- João Gandini Álvaro Passos Irineu Fava MOTIVAÇÃO político-institucional Membros da diretoria e do CCOF debateram com associados “A banalização da morte é motivo de preocupação. A pessoa mata um juiz e ainda se faz lobby para a absolvição dos culpados” Nelson Calandra res da magistratura brasileira. A APAMAGIS está organizando um grupo para comparecer à posse. Parabenizo também o Gandini pela coragem em disputar um cargo eletivo. Você faz falta! Fico extremamente grato por tudo e que Deus nos abençoe”. Este ano também ocorre eleição no TJ/SP. A magistratura tem vivido um momento profícuo com a atual presidência e se fala muito em reeleição. Em colaboração, a APAMAGIS encaminhou, no dia 29 de julho, um documento pedindo para acabar com o sistema de antiguidade. “Hoje existe a possibilidade de alterarmos esse critério e o tema deve entrar em breve nas sessões do Órgão Especial”. O presidente do CCOF da APAMAGIS, Álvaro Augusto dos Passos, disse que atualmente o Conselho tem participado ativamente das decisões. “Mesmo com as dificuldades – que são do conhecimento de todos – a APAMAGIS foi pensada de uma forma grandiosa e intensa. Ela foi alvo de um enxugamento que conseguiu estabilizar as contas em reuniões mensais do CCOF, exercendo com seriedade sua função colaborativa no processo de gestão. Esse procedimento será mantido nas próximas gestões”. O Encontro também teve a presença do eterno magistrado, hoje aposentado, João Agnaldo Donizeti Gandini, que deixou a carreira e agora estuda a candidatura no Legislativo. “Vamos concentrar nossos esforços na candidatura desse colega tão idealista que é o Gandini”, anunciou o Roque Mesquita. Gandini cumprimentou os presentes e fez referência a Raphael Salvador, que – aos 86 anos – ainda envia cartões de aniversário escritos à mão para os colegas. “É impagável isso. Essa vitalidade é maior do que qualquer um de nós aqui temos. Ele se faz sempre presente no associativismo. É um exemplo de atuação e respeito pelo trabalho associativo que todo juiz tem que seguir”. Magistrados e familiares celebram juntos a fé A importância de a magistratura ter representantes no Parlamento foi tópico abordado por Gandini, que discorreu sobre eventual disputa a deputado. “Eu sou um colega que posso ser sim o representante dos juízes paulistas. É algo que a Justiça bandeirante necessita”. Por sua vez, Raphael Salvador exaltou o fato de ter sido professor de Paulo Dias de Moura Ribeiro, atual novo ministro do STJ, na Universidade Católica de Santos; e também pediu para que a classe auxilie Gandini na sua luta. “Você será o verdadeiro e legítimo representante da magistratura. Que Deus te ajude”. UNIÃO E FÉ Uma missa foi realizada pelo padre Eraldo Germano na tarde de sábado, a pedido da esposa do 2º vice-presidente, Cátia Fava. Magistrados e familiares rezaram e cantaram juntos, num momento de fé e união. CONFRATERNIZAÇÃO O jantar de confraternização de sábado teve a presença do prefeito de Lins, Edgar de Souza, que foi recepcionado pelo presidente Roque Mesquita e pelo 2º vice-presidente Irineu Fava, quando falaram sobre a importância do evento para a região de Lins e para a magistratura paulista. “Agradeço o empenho e a dedicação presentando o presidente da EPM, Armando “Ela (APAMAGIS) foi alvo de um enxugamento que conseguiu estabilizar as contas em reuniões mensais do CCOF, exercendo com seriedade sua função colaborativa no processo de gestão” Sergio Prado de Toledo, entre outros. Alvaro Passos compelidos por todos os diretores e associados. Obrigado!”, finalizou o presidente Roque Mesquita. Também estiveram presentes: Osni Assis Pereira (conselheiro da APAMAGIS), Antonio Fernando Bittencourt Leão (juiz diretor do Fórum de Lins), José Antonio Tedeschi (coordenador de Botucatu e que auxiliou na coordenação de inúmeras circunscrições da Associação) e Luís César Bertoncini (coordenador adjunto do Núcleo Regional da Escola Paulista da Magistratura de Araçatuba), reJantar proporcionou confraternização Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 5 político-institucional Posse | Cinco desembargadores integram novo quadro da Justiça paulista Cerimônias solenes exaltam os predicados dos recém-empossados Daniela Smania / TJSP Daniela Smania / TJSP Presidente Ivan Sartori e os novos desembargadores João Batista Silvério da Silva, Ivo de Almeida, Camilo Léllis dos Santos Almeida e José Antonio de Paula Santos Neto Os novos desembargadores João Batista Silvério da Silva, Ivo de Almeida, Camilo Léllis dos Santos Almeida e José Antonio de Paula Santos Neto foram empossados de maneira solene no dia 27 de junho. A cerimônia foi conduzida pelo presidente da Corte, Ivan Sartori. Os magistrados foram oficializados no cargo em posse singela no dia 6 de junho no gabinete da Presidência. O presidente da Seção de Direito Criminal do TJ/SP, Antonio Carlos Tristão Ribeiro, foi o orador da cerimônia, citando a lição do filósofo Sócrates aos que se dedicam a exercer a magistratura. “’Três coisas devem ser feitas por um bom juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente.’ A todos – João Batista, Ivo, Camilo e José Antonio – minha expressão do mais profundo respeito e admiração, com votos de sucesso ainda maior na carreira que abraçaram imbuídos de fé e de esperança no princípio de que ‘a Justiça não existe onde não há liberdade’, segundo Luigi Eunaidi”. O presidente Ivan Sartori destacou a alegria da Corte com a chegada dos magistrados. “Os desembargadores hoje empossados são homens que foram traçados no trabalho e na honradez. Homens preparados para esse cargo e me orgulho muito de tê-los aqui”. Sartori falou ainda sobre a renovação no Judiciário paulista. “Estamos vivendo um novo momento, que é um momento do interesse público, da divulgação do Judiciário. Temos que dar satisfação à nossa sociedade. O Tribunal de Justiça de São Paulo quanto à transparência tem sido um exemplo. O TJ/SP está aberto a todos, qualquer sessão do Conselho Superior da Magistratura ou qualquer reunião da Presidência. Tudo é aberto ao público.” POSSE DE EDISON BRANDÃO O magistrado Edison Aparecido Brandão, diretor do Departamento de Informática da APAMAGIS e responsável por muitas mudanças e evolução no sistema de informatização do Judiciário paulista, tomou posse no dia 19 de julho como desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. O presidente Ivan Sartori, orador da cerimônia, lembrou que Brandão é de vanguarda – foi o primeiro juiz a utilizar a videoconferência – e falou de sua contribuição junto à Presidência do TJ/SP. “Ele não é um magistrado que se encastela em seu gabinete, faz questão de ser útil em todos os lugares. Para nós é um orgulho ter o senhor como desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo”. O desembargador Edison Brandão iniciou seu discurso visivelmente emocionado. Lembrou a época em que ingressou na magistratura paulista, aos 23 anos de idade. “Posso olhar nos olhos daquele jovem e dizer que tive uma vida reta e digna. Condenei, absolvi, julguei sem ódio, sem parcialidade. Tenho minha consciência absolutamente tranquila”. Na presença do pai, Sebastião Batista Brandão, e dos filhos, Tiago e Fábio, o magistrado mencionou momentos importantes para sua ascendência profissional ao lado da família. “Nada teria importância sem vocês”. Também falou com muito carinho da namorada, a juíza da Comarca de Diadema, Erika Diniz, que sempre esteve ao seu lado, em momentos bons ou ruins. Relatou o falecimento da mãe, Lúcia Lucinda Trotti Brandão, e agradeceu a Deus por estar curado após uma difícil doença pela qual passou. “Quis o Criador que eu ex- 6 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 Roque Mesquita prestigia posse de Edison Brandão perimentasse um ano de antagonismos na minha vida. Hoje, neste momento de festa, de júbilo, digo a vocês, meus amigos, busquei honrar por mais de 28 anos esta veste talar. Busquei honrar este cargo que assumo hoje.” A nova postura do Tribunal em relação à defesa de magistrados foi elogiada pelo empossando, que mencionou o ato público em prol da magistrada Luciana Cassiano Zamperlini ocorrido na Presidência do TJ/SP no dia de sua posse singela. “Eu testemunhei, neste dia, o presidente Ivan Sartori chamar a si, de peito aberto, a defesa de uma magistrada deste Tribunal. Eu assisti isso, estive diante de uma postura rara, corajosa, altiva. Este dia ficará marcado em minha história.” Sartori discursou em nome da instituição e disse que se sentiu honrado quando o colega Edison Brandão, com sua originalidade, o convidou para ser o orador da ceri- “Já se passaram mais de 28 anos de serviços prestados à magistratura. Brandão é um homem profundamente culto, técnico, mas também bastante humano” Ivan Satori mônia. “Nosso querido Brandão é um grande amigo. Já se passaram 28 anos e quatro meses de serviços prestados à magistratura. Confesso que me sinto bastante emocionado. Brandão é um homem profundamente culto, extremamente técnico, mas também bastante humano.” político-institucional CORTE SUPERIOR | Paulo sua posse no STJ Dias de Moura Ribeiro fala sobre Paulista assume cargo no dia 28 de agosto e fala sobre a emoção da indicação “Nunca aconteceu tamanha unanimidade”, declarou o presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, assim que soube da aprovação do desembargador e associado da APAMAGIS, Paulo Dias de Moura Ribeiro, para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dias ocupa a vaga destinada a desembargadores da Justiça estadual, aberta com a aposentadoria do ministro Massami Uyeda. Em entrevista exclusiva ao Diálogo com o Presidente, programa online da APAMAGIS em que Roque Mesquita conversa com autoridades do Direito, o ministro falou sobre sua ascensão ao cargo e sobre suas pretensões nessa nova posição. “Um agradecimento que tenho a fazer é estar nesta casa [APAMAGIS], que me acolhe desde 1983”. Ministro, sual a importância de ser associado da APAMAGIS e, principalmente, de praticar o associativismo? Paulo Dias de Moura Ribeiro: Participei muito das atividades da APAMAGIS. Desde o primeiro dia fiquei ligado às atividades associativas. A entidade foi muito importante num momento da magistratura paulista em que juízes da grande São Paulo não ficavam em São Paulo porque não tinham a estrutura que tinha o auxiliar da capital, que ganhava mais. Era mais fácil ser auxiliar na capital que juiz na grande São Paulo. Foi durante a gestão do desembargador Sérgio Rezende, que liderou um movimento forte junto à Assembleia Legislativa (durante o governo do Orestes Quércia), que houve a igualdade nos vencimentos. A APAMAGIS foi além: o Vale do Ribeira também subiu a entrância para fins de provimento. A reclassificação das entrâncias também foi uma das grandes vitórias da APAMAGIS. Os mais jovens desfrutam hoje desse trabalho. A reclassificação das entrâncias também foi uma das grandes vitórias da APAMAGIS. Os mais jovens desfrutam hoje desse trabalho Quais os riscos para a carreira se houver uma divisão e um enfraquecimento no associativismo? PDMR: As mãos estão dadas nesse aspecto. O Roque tinha uma coluna no jornal [APAMAGIS Urgente] em que resgatava a história da Associação e da magistratura. Hoje a Entidade é imensa. É tudo uma luta, nada foi simples de ser conquistado e crescemos quando saímos daquela salinha no João Mendes, além de nossas Colônias. Como foi chegar ao cargo de desembargador e depois receber a notícia de sua indicação ao cargo de ministro do STJ? PDMR: É uma sensação maravilhosa. Confesso que, como de carreira, eu jamais considerei a hipótese de ir, mas também não desconsiderei. Alguns colegas falaram comigo por um tempo. O nosso colega que é associado, o Ricardo Lewandowski, e o Ivan Sartori plantaram a semente. E eu pensei: vou topar. Comecei a trabalhar visitando o gabinete dos ministros, após 30 anos de magistratura paulista. Quando veio a notícia de que no primeiro escrutínio eu consegui 19 votos foi de arrepiar. É algo que fica no nosso patrimônio. É difícil. São quase 2/3. Não dá para esquecer uma coisa dessas. E na sabatina, aprovado por unanimidade (16 a 0), é outra coisa que entra no nosso coração e fica realmente marcado. A APAMAGIS trabalhou forte nos contatos políticos. O Poder Judiciário de São Paulo estava muito forte e muito unido em torno do meu nome. Além disso, meu nome foi submetido ao Órgão Especial. Sabemos que faz parte, mas estar na posição é uma sensação gostosa. Contei com colegas me ajudando, com a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a mão forte de Santo Antônio para isso. Para os magistrados que nos assistem hoje, qual a lição que o senhor deixa para os juízes no início de carreira? Vale a pena, dada a árdua trajetória? PDMR: Fiz a Faculdade Católica de Santos para entrar na magistratura. Advoguei bastante, mas a advocacia não me preenchia; seduzia, mas não apaixonava. A minha satisfação foi a magistratura e aqui é correr e não se cansar. É difícil? É difícil. Mas tudo o que eu tenho – material e espiritualmente – eu devo à magistratura. E a magistratura bandeirante tem grande escola, ela é muito agradável. Na hora do aperto, na hora em que precisamos, nós vemos a importância dos colegas ao seu lado e, nesse certame, foi decisivo o apoio dos colegas. O apoio do colega sempre perguntando como está é Desembargadores conversam sobre associativismo e realidade de trabalho na carreira uma usina de força impressionante. Eu devo tudo à magistratura paulista. Dizem que toda mudança é traumática. Você agora vai trabalhar em Brasília e na área do Direito Criminal. Como o senhor está encarando essa mudança? PDMR: Faz 28 anos que não trabalho na área criminal. É um novo desafio e para o juiz a novidade é constante. A magistratura tem isso. É amor, não tem como se cansar. O senhor acha possível aplicar jornada de trabalho para a carreira de juiz, com relógio de ponto... PDMR: Não dá! A gente leva trabalho para casa, passamos a madrugada acordados para resolver e pensar. Tem caso que não dá para sair do forno rapidamente. É gente que merece consideração. Trabalhamos com pessoas. E somos juízes 24 horas. Normalmente eu cito o verso da música Disparada: ‘com gente é diferente’. Nós temos que saber que tem gente, tem patrimônio, tem uma pessoa que merece ser tratada com dignidade, há vidas. Temos que olhar com olhos cautelosos. No entanto, que realmente há coisas que preocupam a gente e não saem da memória. Vimos no outro programa com o ministro Sidnei Sanches, que comparando outras carreiras, a magistratura traz uma certa solidão, pois reduz a convivência com a família. O que o senhor diz ao jovem juiz que é pressionado por mais índices de produtividade? PDMR: Há um sentimento geral de uma Justiça mais célere, uma Justiça mais rápida, mas que tem que ser efetiva, tem que ser eficaz. Isso que importa. Não adianta fazer de qualquer jeito. Eu acho que o Congresso, com a reforma do Código de Processo Civil Tem caso que não dá para sair do forno rapidamente. É gente que merece consideração. Trabalhamos com pessoas. E somos juízes 24 horas. Normalmente eu cito o verso da música Disparada: ‘com gente é diferente’. votada recentemente, está vendo que precisam ser adotadas medidas tendentes à celeridade. Isso é necessário, mas a qualidade é fundamental, Justiça de modo adequado é essencial. Roque Mesquita: A APAMAGIS está honrada e estará sempre ao seu lado. Você é um paradigma da magistratura paulista. Nos eventos que tenho frequentado, viajando o Brasil com a AMB, tenho visto que São Paulo é prestigiado Brasil afora. Você recebeu uma missão divina. Ser magistrado em nível nacional num Tribunal tão importante quanto o STJ é uma missão de Deus. Desejo, em nome de todos os juízes de São Paulo, que você seja muito feliz nessa missão. Obrigado. PDMR: Reitero a alegria de estar dentro da minha casa. Você também sempre foi uma pessoa que lutou pela carreira e continua correndo sem se cansar. É uma alegria muito grande estar aqui. A APAMAGIS é importante e vou continuar associado. Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 7 político-institucional Prerrogativas | APAMAGIS sobre PECs 53 e 505 acompanha sessões da CCJ Propostas pretendem acabar com a aposentadoria compulsória e a vitaliciedade A APAMAGIS, a AMB e as demais associações interessadas participam diretamente das negociações das PECs 53 e 505. Após intenso trabalho no Congresso Nacional, a PEC 505 da Câmara, que tramitou no Senado sob 89/2010, foi retirada de votação na Comissão de Constituição e Justiça no dia 10 de julho, após pedido de vista coletivo pela CCJ. Essa Proposta de Emenda à Constituição acabava com a aposentadoria compulsória e, o mais grave, com a vitaliciedade, permitindo que juízes perdessem o cargo por ato administrativo. A PEC 53, de autoria do senador Humberto Costa, sob a relatoria do senador Blairo Maggi, pretende modificar o artigo 93 da Constituição Federal, excluindo a pena de aposentadoria compulsória para magistrados e membros do Ministério Público, que poderão perder o cargo por decisão administrativa, caso a redação seja aprovada. Segundo Irineu Fava, após forte atuação da AMB e da APAMAGIS, houve apresentação de nova redação à proposta. Blairo Maggi ressaltou que o substitutivo resguarda o caráter da vitaliciedade, premissa estabelecida pela Constituição. “O texto apresentado busca o equilíbrio, pois discute a pena aos magistrados e membros do Ministério Público que cometam crimes graves, como os hediondos, mas sem alterar a vitaliciedade”. O presidente Nelson Calandra elogiou o relatório apresentado. “As entidades associativas encabeçadas pela AMB ficaram satisfeitas com o substitutivo. Não queremos manter em nossos quadros aqueles que cometem crimes graves, mas não podemos abrir mão da vitaliciedade – garantia dirigida ao magistrado para o seu trabalho, do mesmo modo que o parlamentar conta com a imunidade para realizar suas funções. O relatório e o substitutivo deixam claro que essa premissa, que é cláusula pétrea da Constituição, deve ser preservada”. Para o diretor-presidente da Escola Nacional da Magistratura, Roberto Bacellar, a atuação da AMB pela prerrogativa visa ao instrumento primordial para a vida do juiz: a vitaliciedade. “A nossa meta, num primeiro momento, é conseguir a rejeição da PEC 53, pois ela flexibiliza a ideia de vitaliciedade”. A AMB e a APAMAGIS têm trabalhado intensamente e em conjunto comunicando-se permanentemente através dos meios eletrônicos e repassando, em tempo real, todas as informações aos membros da Diretoria e associados. O plenário do Senado volta a discutir no mês de agosto a Proposta de Emenda à Comitiva da APAMAGIS e AMB comparece a sessões referentes às PECs “A nossa meta, num primeiro momento, é conseguir a rejeição da PEC 53” Roberto Bacellar Constituição nº 53, que pretende extinguir a aposentadoria compulsória como pena disciplinar para magistrados e membros do Ministério Público. Representantes das associações defendem interesses da magistratura • PEC 505 de 2010 Visa à exclusão da aposentadoria por interesse público do rol de sanções aplicáveis a magistrados e para permitir a perda de cargo. Autor: Ideli Salvati Relator: deputado Eliseu Padilha • PEC do Senado 53 de 2011 Altera a redação do artigo 93 da Constituição Federal para excluir a pena de aposentadoria do magistrado, por interesse público. Autor: senador Humberto Costa Magistrados conferem de perto as decisões 8 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 político-institucional Internacional | Argentina ligada à magistratura paulista Magistrado e professor de Finanças Públicas e Direito Tributário da Universidade de Buenos Aires, Horacio Corti visita APAMAGIS e Corte paulista O magistrado argentino Horácio Corti visitou a APAMAGIS no dia 29 de maio, quando foi apresentado à estrutura e aos serviços que a Associação oferece aos juízes e desembargadores. Corti ainda palestrou para os associados da APAMAGIS, por meio do sistema de videoconferência, sobre Orçamentos públicos e direitos humanos. No dia anterior, a APAMAGIS foi representada pelo 2º vice-presidente Irineu Fava e pelo diretor do Departamento de Cultura e Coordenador da EPM, José Mauricio Conti, na assinatura do convênio de cooperação de um ano entre o presidente do Centro de Planejamento Estratégico do Conselho da Magistratura da cidade de Buenos Aires, Horacio Corti, e a Escola Paulista da Magistratura (EPM), representado no ato por seu vice-diretor, desembargador José Raul Gavião de Almeida. O acordo prevê o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de atividades de cooperação, além de o incremento conjunto de ações que possibilitem melhorias na gestão de temas vinculados à Justiça na cidade de Buenos Aires e no Estado de São Paulo, como a realização de workshops e seminários e a colaboração, por meio da capacitação recíproca, de recursos humanos. Horácio Corti é recebido pela Diretoria da APAMAGIS PALESTRA Horacio Corti é presidente do Centro de Planejamento Estratégico do Conselho da Magistratura, presidente da Câmara de Apelações do Contencioso Administrativo e Tributário da cidade de Buenos Aires e professor titular da disciplina Finanças Públicas e Direito Tributário da Universidade de Buenos Aires. O palestrante iniciou sua Magistrados recebem tributo do Tribunal de Justiça paulista Homenagem | O presidente da Corte paulista, Ivan Sartori, parabenizou e elogiou a anotação feita no prontuário dos magistrados Rodrigo Augusto de Oliveira, Heliana Maria Coutinho Hess e Renata Manzani por conta do V Prêmio APAMAGIS – Desembargador Manoel Thomaz Carvalhal. Os magistrados participaram do concurso da APAMAGIS, que tem como objetivo incentivar as manifestações culturais e o intercâmbio de conhecimentos jurídicos dos associados. A Associação comunica a abertura do Concurso anual que premia o Os magistrados participaram do concurso da APAMAGIS, que tem como objetivo incentivar as manifestações culturais e o intercâmbio de conhecimentos jurídicos dos associados melhor trabalho jurídico de autoria dos magistrados associados. O ofício, comunicando a homenagem, foi encaminhado pelo presidente Ivan Sartori ao presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita. exposição ao lado do presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, do ex-presidente da Associação, Regis Fernandes de Oliveira, e pelo diretor do Departamento de Cultura, José Mauricio Conti. Na abertura, Roque Mesquita cumprimentou os presentes e deu boas-vindas ao palestrante. “Horacio Corti é uma figura altamente competente na área de Direito Tri- butário. Este é um momento ímpar desta Associação, pois sua presença aqui irá enriquecer nosso conhecimento e facilitar nossa vida prática. Este é o auditório da magistratura. Bem-vindo à nossa casa”. Por sua vez, Horacio Corti afirmou que a APAMAGIS ajudou a criar um elo acadêmico entre os países. “É assim que poderemos compartilhar impressões, reflexões e trocar experiências. A função judicial se modifica dia a dia e é uma realidade latino-americana”. O ponto central da apresentação foi a relação entre orçamento público, direitos humanos ou individuais ou fundamentais e em que medida o Poder Público se relaciona com os dois itens anteriores. Corti deu exemplos de quatro países: Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Colômbia, no intuito de mostrar “como um mesmo caso jurídico pode ter soluções distintas, de acordo com os mecanismos criados para controlar o uso dos recursos públicos. Esta técnica orçamentária é um ato discricionário do Legislativo. É a técnica legal para controlar gastos públicos”. O presidente da APAMGIS finalizou o encontro colocando a Associação à disposição dos colegas da América Latina para que possam contribuir com a integração e a troca de reflexões. AMB reforça segurança de magistrados garantia | O bem-estar dos magistrados é questão indispensável para a APAMAGIS e a AMB, que atendem a inúmeras reivindicações sobre o tema. Dessa forma, a AMB firmou convênio com uma empresa que permite a instalação de equipamentos de segurança em residência com descontos especiais aos associados. “Muitos juízes pleiteavam um convênio dirigido especificamente à questão da segurança residencial. Diante disso assinamos contrato com a empresa High Link, que atua em diversos estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A ideia é fazer acordo também com empresas de outros estados para que todos os juízes do Brasil possam se beneficiar esse instrumento”, segundo o diretor da Secretaria de Segurança dos magistrados da AMB, Getúlio Correa. De acordo com o diretor, o convênio “trata da instalação do sistema de segurança residencial. Nos Fóruns, cabe aos Tribunais de Justiça, mas em seus lares, o juiz pode instalar câmeras de controle de monitoramento da sua residência 24 horas”, enfatizou. O contrato foi assinado em junho deste ano e os interessados devem consultar mais informações na plataforma de convênios no site da AMB. Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 9 político-institucional Integração | Diretoria estreita contato com sociedade Prefeito e magistrados da Comarca de Ibiúna e representantes da Associação Catarinense visitam sede administrativa O presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, acompanhou o diretor do Fórum da Comarca de Ibiúna, magistrado Wendell Lopes Barbosa de Souza, o prefeito da cidade, Adalberto Bonassi Marcicano, vice-prefeito Adal Marcicano, presidente da 144ª subseção da OAB, Eduardo Marcicano, e o secretário de Energia do estado de São Paulo, José Anibal, na sala da Presidência do Tribunal de Justiça para uma reunião com o presidente da Corte paulista, Ivan Sartori, no dia 03 de julho. O foco da visita foi a solicitação da construção de um novo Fórum no município. A obra do Fórum de Ibiúna tem prioridade, pois o terreno (próximo à marginal) já foi doado e está em vias finais de ser liberado para o Estado. Com o projeto executivo e a planilha de orçamento prontos, a obra será pleiteada com mais rapidez, segundo o prefeito da cidade. “Nossa equipe técnica já está em contato com a equipe correspondente do Tribunal para a viabilização do projeto e da construção, que deverá acontecer nos próximos anos”. Após o encontro em que se debateu sobre investimentos e melhorias no Fórum da Comarca de Ibiúna (a cerca de 70 km de São Paulo), houve uma visita à sede administrativa da APAMAGIS a convite do presidente Roque Mesquita. A comitiva de Ibiúna conferiu a infraestrutura da Associação e participou de um almoço de confraternização. Prefeito e magistrados de Ibiúna visitam a sede administrativa da APAMAGIS “Esse encontro nos permitiu estreitar ainda mais o relacionamento com a magistratura da região Sul do Brasil” Roque Mesquita PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE ELOGIA ESTRUTURA PAULISTA Representantes do Judiciário de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são recebidos pelo Presidente Roque Mesquita 10 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 O presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses – AMC, Sérgio Junkes, e o magistrado do Tribunal do Rio Grande do Sul, João Ricardo dos Santos Costa, se reuniram com o presidente Roque Mesquita, na sede administrativa da APAMAGIS, em 11 de julho. O encontro foi marcado por união e confraternização dos membros do Poder Judiciário quando discutiram temas em voga da magistratura nacional. Os magistrados catarinenses também conheceram o sistema de cursos pelo sistema de Ensino a Distância oferecido pela APAMAGIS. “Esse encontro nos permitiu estreitar ainda mais o relacionamento com a magistratura da região Sul do Brasil”, comemorou o dirigente da Associação. A AMC e a APAMAGIS desfrutam de um bom relacionamento desde 2010, quando foi firmado convênio para disponibilizar aos associados da AMC as unidades das sedes de lazer da APAMAGIS, localizadas nos municípios do Guarujá, Campos do Jordão e Termas de Ibirá. político-institucional fortalecimento | Magistrados defendem unidade Rumo do Judiciário nacional é discutido durante encontro no TJ/SP O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo foi palco de um encontro entre representantes da AMB, APAMAGIS, Justiça Federal, Justiça Trabalhista e Justiça Militar e demais associações estaduais em 24 de junho. A ocasião selou a unidade da magistratura na defesa da valorização do Poder Judiciário frente à sociedade, além da apresentação da PEC que restabelece o Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Estiveram presentes: presidente Roque Mesquita, 2º vice-presidente Irineu Fava, presidente do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal da APAMAGIS, Álvaro Augusto dos Passos, e a diretora do Departamento Financeiro, Zélia Maria Antunes Alves. A reunião gerou uma nota conjunta publicada por todas as Associações em seus meios de comunicação com os magistrados e a sociedade. Representantes de diversos segmentos da Justiça defendem valorização da classe NOTA CONJUNTA Nesta segunda-feira (24.06.13), reuniram-se, na sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, presidentes de Tribunais e de Associações nacionais e estaduais da magistratura, preocupados com os rumos do Judiciário no contexto nacional, diante do processo de vulnerabilidade e fragilidade que vem se instalando em detrimento desse Poder, com risco à própria democracia. Na oportunidade, foram mencionados: desalento generalizado dos magistrados; o impressionante número de evasão de juízes por aposentadorias e desligamentos precoces, resultando isso em mais de quatro mil cargos vagos; projetos de lei e admissões de servido- res paralisados no âmbito do Judiciário da União; intervenções administrativas pontuais nos Tribunais; enfraquecimento das decisões de primeira e segunda instâncias e de toda a estrutura. Em discussão, ficou deliberado que fossem conclamados todos os magistrados do País - (federais, trabalhistas, militares e estaduais) a assumirem diálogo permanente com a sociedade civil e as demais instituições para o resgate da dignidade da magistratura nacional, um dos pilares da democracia e da própria sociedade. Assinam a nota os desembargadores Ivan Sartori (presidente do Tribunal Justiça de São Paulo), Newton De Lucca (presidente do Tribunal Regional Federal 3ª Região), Maria Doralice Novaes (presidente do Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região), Flávio Allegretti de Campos Cooper (presidente do Tribunal Regional do Trabalho 15ª Região), Orlando Eduardo Geraldi (presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo), Luís Carlos Sotero da Silva (TRT 15), Marcus Faver (Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil), Henrique Nelson Calandra (Associação dos Magistrados Brasileiros), Nino Oliveira Toldo (Associação dos Juízes Federais do Brasil – Ajufe), Paulo Luiz Schmidt (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – Ana- Lideranças do Judiciário nacional apontam prioridades no direcionamento dos assuntos da magistratura matra), Décio Gabriel Gimenez (Ajufe e Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul – Ajufesp), Roque Antonio Mesquita (Associação Paulista de Magistrados – APAMAGIS), Patrícia Almeida Ramos (Amatra 2), Ronaldo Oliveira Siandela (representando o presidente da Amatra XV), Irineu Jorge Fava, Zélia Maria Antunes Alves e Álvaro Augusto dos Passos (Associação Paulista de Magistrados – APAMAGIS), Tarcisio Regis Valente (Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho – Coleprecor), Guilherme Guimarães Feliciano (Anamatra) e Raduan Miguel Filho (TJRO e AMB). Em discussão, ficou deliberado que fossem conclamados todos os magistrados do País (federais, trabalhistas, militares e estaduais) a assumirem diálogo permanente com a sociedade civil e as demais instituições para o resgate da dignidade da magistratura nacional, um dos pilares da democracia e da própria sociedade Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 11 político-institucional Interiorização | Magistrados de São João da Boa Vista e Botucatu participam de reunião com Presidência Projeto favorece sucessivos avanços na comunicação da magistratura O setor de comunicação digital na APAMAGIS passou por grandes avanços nos últimos anos com a adoção do site, mailing list, lista de discussão e mídias sociais. Ainda assim, o método de reuniões institucionais presenciais com magistrados – associados ou não – se mostrou neste ano mais do que necessário para o bom andamento dos trabalhos associativos. Durante o período de recesso, entre os dias 04 e 11 de julho, as cidades de São João da Boa Vista e Botucatu receberam a Diretoria da APAMAGIS em seus respectivos Fóruns para debater as principais prerrogativas encabeçadas pela Entidade paulista e pela AMB. SÃO JOÃO DA BOA VISTA O presidente Roque Mesquita, o vice-presidente Irineu Fava e o presidente do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal da APAMAGIS, Álvaro Augusto dos Passos, prosseguiram com o programa de interiorização em São João da Boa Vista, cidade localizada a cerca de 220 km da capital paulista, no dia 04 de julho. A reunião foi informal e a pauta de discussões abordou as dificuldades da Comarca, sugestões para melhorar cada vez mais o trabalho exercido pelos magistrados da região e a Ação Civil Pública proposta pela APAMAGIS a fim de que a União Federal seja condenada a arcar com os custos e as despesas decorrentes da Justiça estadual, que atua na jurisdição federal. Além das questões institucionais e associativas, foi anunciada a produção do filme Justiça! Uma história, idealizado pelo presidente da APAMAGIS, e que foi recentemen- O contato com os colegas é instrumento de via dupla: podemos mostrar o trabalho empreendido pela Diretoria, em especial na área institucional, e, de outro lado, vivenciamos os problemas locais, que muitas vezes podem tomar grandes proporções, como a questão da segurança Irineu Fava Encontro informal em São João da Boa Vista trata de assuntos pertinentes à Comarca te aprovado pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema) para veiculação no cinema nacional. O longa-metragem, com lançamento previsto para 2014 nos cinemas nacionais, conta a história a evolução do Poder Judiciário brasileiro e irá introduzir debates e reflexões sobre o assunto. A iniciativa foi apoiada pelos magistrados de São João da Boa Vista. O vice-presidente Irineu Fava destacou a importância dos encontros pessoais com os magistrados. “O contato com os colegas é instrumento de via dupla: podemos mostrar o trabalho empreendido pela Diretoria, em especial na área institucional, e, de outro lado, vivenciamos os problemas locais, que muitas vezes podem tomar grandes proporções, como a questão da segurança”. O presidente do CCOF, Álvaro Passos, reforça a necessidade da interiorização e defende a participação dos associados nos grandes temas. “A APAMAGIS, desde sua gênese, vive do espírito colaborativo de seus membros. Como membro e presidente do CCOF posso afiançar que vivemos um período de intensa troca de ideias e implementação de medidas positivas para o Judiciário”. Estiveram presentes os juízes Paulo Rogerio Malvezzi, Bruna Marchese e Silva, Evaristo Souza da Silva, Danilo Pinheiro Spessotto, Heitor Siqueira Pinheiro, Helena Furtado Cavalcanti, Misael dos Reis Fagundes, Osmar Marcello Junior, Elani Cristina Mendes Marum, 12 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 Christian Robinson Teixeira, Lauro Rostife, Arnaldo Rech, José Rosa Costa, Osvaldo Nilton Rossatti, Ronaldo Frigini e Romeu Estevão Ramos. BOTUCATU Em 11 de julho foi a vez de os magistrados da cidade de Botucatu se encontrarem com o presidente Roque Mesquita, o vice-presidente Irineu Fava e o presidente do CCOF da APAMAGIS, Álvaro Augusto dos Passos. Na ocasião, os magistrados foram atualizados sobre as PECs 33, 53 e 505 que estão sendo acompanhadas com muita atenção pelo presidente da AMB, Nelson Calandra, e pelo 2º vice-presidente da APAMAGIS, Irineu Fava, na CCJ da Câmara e do Senado. (Confira matéria na página 8). “Aqueles que eventualmente tenham acesso a qualquer parlamentar que façam contato”, pediu Fava. Os riscos inseridos nas discussões das PECs transbordam os limites do Judiciário e ameaçam a própria democracia. O Presidente do CCOF, Álvaro Passos, foi incisivo. “É preciso que a sociedade compreenda que não existe democracia viva sem magistrados independentes, em especial os juízes que possuem contato mais direto com as partes. A figura do magistrado deve ser cada vez mais fortalecida para que a verdadeira Justiça seja aplicada. A APAMAGIS tem como pilar o trabalho institucional e a valorização da Justiça e da democracia”. A figura do magistrado deve ser cada vez mais fortalecida para que a verdadeira Justiça seja aplicada. A APAMAGIS tem como pilar o trabalho institucional e a valorização da Justiça e da democracia Álvaro Passos Por sua vez, o presidente Roque Mesquita falou sobre a higidez financeira que a APAMAGIS se encontra no momento, depois de todo o trabalho de contenção realizado no primeiro ano de sua gestão e dos próximos eventos associativos. “Teremos agora o Encontro de Interiorização em Lins, em agosto, e, em novembro, o Jantar de Confraternização da APAMAGIS, que terá muitas novidades para os nossos associados”. Participaram do encontro os juízes Josias Martins de Almeida Júnior, Érica Marcelina Cruz, Alfredo Cardoso Ghering da Fonseca e José Antonio Tedeschi (sede); Érica Regina Figueiredo e Rafael de Carvalho Sestaro (São Manuel); e David de Oliveira Luppi (Itatinga). defesa de prerrogativas Conquista | TJ/SP se compromete a pagar importâncias atrasadas a pensionistas O conselheiro do CNJ, Jefferson Luís Kravchychyn, homologou o acordo firmado entre o TJ/SP e sete pensionistas do Tribunal paulista, em 11 de junho, no qual a Corte se compromete a pagar importâncias atrasadas desde o início de 2012. As pensionistas entraram com um pedido no CNJ para que o Conselho determinasse que o TJ observasse a isonomia e voltasse a pagar o que lhes era devido. A presidência do TJ/SP propôs um acordo que foi firmado após alguns ajustes, representando uma vitória das pensionistas de São Paulo. A coordenadora do Departamento do Núcleo de Apoio do Departamento de Pensionistas da APAMAGIS e diretora da Secretaria de Pensionistas da AMB, Haydée Apparecida Mariz de Oliveira, e um grupo de pensionistas capitanearam a ação. “Foi um esforço conjunto de algumas pensionistas. Graças ao brilhante trabalho de nossa advogada e à compreensão de alguns conselheiros do CNJ e do presidente do Tribunal, chegamos a um acordo, que para nós é uma vitória”, disse a coordenadora. O anúncio da conquista foi feito durante o 2º Encontro Internacional de Aposentados e Pensionistas do Panamá, realizado entre os dias 07 e 14 de junho. Haydée comunica vitória de pensionistas durante Encontro Internacional Atuação | APAMAGIS a União Federal propõe Ação Civil Pública contra Associação cobra União Federal sobre custos e despesas decorrentes da atuação da Justiça estadual A APAMAGIS ingressou com Ação Civil Pública contra a União Federal plenteando o reconhecimento da obrigação constitucional e legal de a União Federal arcar com os custos e as despesas decorrentes da atuação da Justiça estadual na competência delegada prevista no artigo 109, parágrafo 3º da Constituição Federal. A Ação teve entrada no dia 04 de julho e também requer tal obrigação no sentido de disponibilizar servidores, sob sua responsabilidade e pagamento, para atuar nas Varas estaduais em decorrência da competência delegada já mencionada. O artigo, que trata da competência dos juízes federais, define: “serão processadas e julgadas na Justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a Comarca não seja sede de Vara do juízo federal, e, se verifi- cada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela Justiça estadual quando atuar com coisas da competência federal”. Além disso, pretende-se também condenar a União Federal a indenizar juízes e servidores estaduais pela atuação nas demandas decorrentes da referida competência delegada, tomando-se como referência o volume dos feitos e as remunerações pagas aos servidores federais que exercem as mesmas funções, inclusive de forma retroativa, obedecida a prescrição quinquenal. X Encontro de Coordenadores | TJ/SP não atende à solicitação sobre dias de compensação Os magistrados presentes no X Encontro de Coordenadores da APAMAGIS incluíram na Carta do evento a possibilidade de se utilizar o saldo de dias de compensação para um período autorizado de 30 dias consecutivos de afastamento do juiz titular da Vara. De acordo com o documento, “muitos juízes possuem saldo de dias de compensação que não conseguirão utilizar, se mantidos os limites atuais de 10 dias consecutivos e 20 dias anuais, pois, mesmo que venham a gozar o limite máximo anual, irão se aposentar compulsoriamente aos 70 anos com um considerável saldo de dias”. Dois caminhos já têm sido adotados: 1) o magistrado pede que lhe seja deferido o gozo do saldo remanescente antes da aposentado- ria; 2) pede o pagamento em pecúnia desse saldo. No entanto, foi sugerido que o magistrado possa utilizar dias de compensação em substituição aos períodos de férias, dentro da escala aprovada pelo Tribunal. Em resposta, o presidente da Corte Paulista, Ivan Sartori, indeferiu a postulação. Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 13 cultura e lazer Divulgação | Justiça! Uma história resgata evolução do Poder Judiciário Brasileiro Projeto agrupa relatos dos documentos históricos desde o descobrimento do Brasil O filme Justiça! Uma história reúne depoimentos de juristas e historiadores, além de cenas reconstituídas por atores do cinema, televisão e teatro brasileiro, traçando a evolução da Justiça nacional de forma didática. A proposta desse trabalho é levar informações básicas sobre a Justiça sob os aspectos histórico e técnico, e mostrar a importância do assunto dentro da sociedade. O longa-metragem tem como público-alvo os operadores de Direito, mas também é dirigido à sociedade em geral com o intuito de despertar análises e debates, além de contribuir para o fomento da cidadania. O projeto será desenvolvido com base na extensa documentação existente nos arquivos históricos do Judiciário, Arquivo Público do Estado de São Paulo, Arquivo Nacional e documentação existente em Museus e Bibliotecas. “Vai ser uma verdadeira aula sobre o Judiciário. Esse trabalho será espalhado no Brasil inteiro”, afirma o idealizador do projeto, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e historiador, Roque Mesquita, atual presidente da Associação Paulista de Magistrados – APAMAGIS. O Poder Judiciário brasileiro é um dos maiores – senão o maior – do mundo em volume de processos e na quantidade de jurisdicionados e tem crescido mais a cada ano, com quase 90 milhões de processos em tramitação e 360 desembargadores. Muitos ainda se perguntam sobre a função e as mudanças no âmbito dos Três Poderes, especialmente no que envolve o Poder Judiciário. O documentarista Vicentini Gomez busca patrocínio e apoios para a concretização da obra. “O filme certamente contribuirá para a compreensão e a valorização de sua importância e papel na sociedade brasileira”, afirma. O projeto é uma parceria da APAMAGIS com a Palha & Cia – Casa de Criação. Confira a entrevista exclusiva com o idealizador e o diretor do filme Justiça! Uma História. Idealizadores do filme: documentarista Vicentini Gomes e desembargador Roque Mesquita Como o projeto foi concebido? Vicentini Gomez: O pai da história é o Dr. Roque. Ele é historiador e há muito tempo falava que quando ele assumisse, gostaria de fazer esse trabalho contando a história da APAMAGIS. Mas a coisa evoluiu e, dentro da história da Justiça, vamos falar da Associação. A APAMAGIS está completando 60 anos, que é um mote interessante para trabalharmos nesse sentido. Roque Mesquita: Estou militando na Associação desde 1976, tendo uma participação efetiva dentro dela, além de uma carreira. Ocupei todos os cargos por nomeação e por eleição até chegar ao cargo de presidente. Ao longo desse tempo, a Associação sempre desenvolveu um trabalho político em apoio às iniciativas do TJ. Os contatos junto aos Poderes Executivo e Legislativo eram feitos pela Associação, que atuava politicamente. O TJ era mais técnico, não se expandindo com relação aos demais Poderes, salvo a gestão do Ivan Sartori atualmente, que tem obtido grandes conquistas – que antigamente eram pleiteadas pela APAMAGIS. A grande conquista da entidade, em mais ou menos 20 de anos luta, foi a reclassificação das entrâncias. Essa ação começou nos anos 1980. Hoje você tem juiz substituto, inicial, intermediário e final, indo ao cargo de desembargador. Também posso destacar a transformação dos vencimentos em subsídios, remunerações em retribuição ao trabalho (incorporadas às vantagens existentes), viabilizando uma motivação maior para os novos juízes. O filme representará também os 60 anos recém-completados da APAMAGIS. Em todo o seu tempo de atuação associativa, qual acontecimento pode ser considerado primordial para a entidade e seus associados? Como funcionará o acesso aos arquivos históricos do Judiciário? Há alguma parceria? RM: O filme vai falar da representatividade da APAMAGIS pela classe. Parte dos documentos está nos arquivos públicos. 14 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 Eu fui o primeiro juiz que conseguiu fazer um convênio entre o Poder Judiciário e o Museu Republicano de Itu. Devido à minha formação em História, quando fui trabalhar em Itu (Comarca histórica de importância significativa dentro do Poder Judiciário de São Paulo), vi que lá havia processos dos tempos da escravatura colonial abandonados em depósitos. Então, numa conversa com o diretor do Museu Republicano da época, professor Jonas – meu contemporâneo no curso de História, surgiu a ideia de fazermos um trabalho conjunto pela preservação e recuperação dos documentos e levá-los para o Museu para ficarem à disposição dos conservadores. Fizemos um projeto e levamos ao TJ – onde um convênio entre o Fórum de Itu (representado por mim) e o Museu paulista da USP foi acordado. Desde então, os processos de interesse histórico “A proposta desse trabalho é levar informações básicas sobre a Justiça sob o aspecto histórico e técnico, mostrando a importância da Justiça dentro da sociedade. Vai ser uma verdadeira aula sobre o Poder Judiciário. Mesmo dentro da formação acadêmica” O ensino superior chegou tardiamente ao Brasil, impulsionado pela Proclamação da Independência e a fundação do Império em 1822. Ao contrário dos países de colonização espanhola, o Brasil não teve nenhuma escola de ensino superior enquanto foi colônia de Portugal. No entanto, hoje o país tem cerca de 1300 cursos de Direito, com cerca de 650 mil novos alunos anualmente, sendo que no resto do mundo a soma chega a 1100 Universidades com cursos de Direito apenas. (Dados: revista Veja, 2012) Vicentini Gomes CULTURA E LAZER Projeto detalhado do filme Justiça! Uma história terá exibição em âmbito nacional e será disponibilizado no Brasil pela ANCINE foram levados para o Museu e lá foram objetos de recuperação, digitalização, catalogação, etc. Hoje estão à disposição do público. Esse convênio serviu de modelo para outros Fóruns de outras cidades com riqueza histórica. Sempre ficou na minha cabeça de fazermos uma ligação entre a História e o Judiciário. Esse trabalho, entre a pesquisa histórica e a arte, finalmente será realizado. O “docudrama” abordará algum acontecimento específico da história? VG: Estamos usando o termo “docudrama” para reconstituir com atores e debater a questão com especialistas. Vamos selecionar 10 processos marcantes para fazer parte do roteiro do filme. Temos gravura dos personagens e, no filme, quero colocar atores parecidos com os personagens para imprimir maior dinamismo. O que pretendem alcançar com esse longa-metragem? VG: A proposta desse trabalho é levar informações básicas sobre a Justiça sob o aspecto histórico e técnico, mostrando a importância da Justiça dentro da sociedade. Vai ser uma verdadeira aula sobre o Poder Judiciário. Mesmo dentro da formação acadêmica, o aluno tem a possibilidade de estudar mais a história, que hoje é superfi- cial na graduação, e as faculdades não têm muito material didático para isso. Esse trabalho será espalhado no Brasil inteiro por meio da ANCINE. RM: Como docente, posso dizer que esse filme vai ajudar na formação da cidadania. Um dos defeitos do Judiciário é levar poucas informações à população. De todos os Poderes, o Judiciário é o mais tímido na parte da comunicação. Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 15 cultura e lazer Intercâmbio | Consulados de Belize e Granada propõem intercâmbio com Brasil Oportunidade proporciona novas possibilidades aos magistrados de São Paulo Intercâmbio. Essa tem sido uma das palavras-chave da gestão do presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, para o crescimento cultural da Justiça paulista. No dia 18 de julho, o dirigente da APAMAGIS recebeu os advogados Gustavo Morandi e Pedro Paulo Corino da Fonseca na sede administrativa da Associação para uma reunião sobre a interação cultural entre magistrados paulistas e o Poder Judiciário dos países de Belize e Granada. De acordo com Morandi, a ideia é mostrar as diferenças do Judiciário: lá é regido pelos costumes e aqui pelo direito positivo. E também mostrar as belezas naturais e turísticas de Belize e Granada. O SISTEMA DE JUSTIÇA O intuito da visita fomenta a possibilidade de intercâmbio entre Belize e Granada com o Brasil, especialmente com os juízes paulistas. Ações parecidas já foram colocadas em prática, como a visita de magistrados bandeirantes à China e a inúmeros países da Europa e América do Norte. Os países, que são essencialmente turísticos, têm a língua inglesa como idioma oficial. Ainda há também os idiomas: espanhol, crioulo, dialetos maias e até alemão, em Belize, e o patoá francês, em Granada. O sistema legal de Granada é baseado no Common Law e é exercido pelo Supremo Tribunal de Justiça do Leste do Caribe, que compreende o Supremo Tribunal de Justiça e o Tribunal de Recurso. A Suprema Corte tem 16 juízes, dos quais dois são residentes permanentemente no país. Os casos menos Catedral de Granada graves são ouvidos nos Tribunais de Magistrados. O Tribunal de Recurso é itinerante e, geralmente, fica três vezes por ano em Granada. A jurisdição do Supremo Tribunal inclui direitos e liberdades fundamentais, bem como questões constitucionais. Granada tem um Judiciário independente, sendo o único país da sub-região do Caribe Oriental que tem um sistema de apoio jurídico institucionalizado. Em Belize o sistema legal também é amplamente baseado no Common Law, complementado por legislação local. O Judiciário é dirigido pelo chefe de Justiça, que tem a responsabilidade geral para a administração Belize: Ruínas dos Maias 16 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 da Justiça em Belize. O Poder Judiciário é composto pelo Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Recurso e Tribunais de Magistrados. O Supremo Tribunal tem três juízes. TURISMO Beleza de tirar o fôlego: Belize é um país culturalmente diverso, localizado na América Central, entre o México e a Guatemala. Além de deslumbrante litoral, a fauna e flora são ricas e muito bem preservadas em parques e reservas, pontilhado por inúmeros sítios arqueológicos Maias e oferece inúmeras atividades ao ar livre. Granada está localizada a sudoeste do mar do Caribe, a noroeste de Trinidad e Tobago e a nordeste da Venezuela. É conhecida como a Ilha das Especiarias e destaca-se como a segunda maior produção de noz moscada do mundo, além da importante quantidade de canela, gengibre, baunilha e cravo. Já Belize, repleta de histórias e templos da civilização Maia, é ocupada por floresta tropical – certos trechos tão ricos e vivazes quanto a Amazônia brasileira. Os dois destinos possuem cenários deslumbrantes, capazes de proporcionar momentos inesquecíveis de contato com a natureza, além de muita diversão para toda a família, deixando ótimas lembranças a quem visita os dois países. Ambos os países possuem ecossistema marinho privilegiado, estando entre os melhores roteiros de mergulho e atividades subaquáticas do planeta. Belize é o lar da segunda barreira de coral mais longa do mundo, e onde está localizado o atol Blue Hole. Uma obra-prima da natureza declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO. Granada é considerada a capital mundial dos naufrágios, e, portanto, ali foi criado o primeiro museu subaquático, o Parque de Esculturas Submarinas que de forma criativa e inovadora introduziu uma nova opção para o turismo. Além da experiência de conhecer novos sistemas judiciários, principalmente por ser um sistema que envolve mais de um país, as possibilidades e cenários magníficos poderão ser explorados proporcionando momentos inesquecíveis de contato com a natureza. Possibilidades e cenários magníficos podem ser explorados nesses países. Em breve a APAMAGIS vai divulgar, com apoio do Consulado de Belize e Granada, mais informações sobre o intercâmbio que deverá ser realizado. Fiquem atentos! CULTURA E LAZER Beneficente | Fundação Fraternidade Judiciária Conheça as principais missões da FFJ A Fundação Fraternidade Judiciária – entidade que presta auxílio aos funcionários do Tribunal de Justiça de São Paulo, mantida por doações voluntárias de magistrados - tem como missão: Desenvolver pessoas e colaborar com o funcionário em seu projeto de vida pessoal e profissional, através dos seguintes serviços: - Bolsa de estudos para funcionários que cursam graduação nas áreas: Administração, Direito, Contabilidade, Jornalismo, Relações Públicas, Enfermagem, Assistência Social, Psicologia e Informática. - Pedidos diversos: cestas básica (alimentação e limpeza), vale-transporte, etc. Departamento Jurídico: Atende o funcionário em três frentes. - Educação Financeira: orientação e consultoria individual sobre orçamento doméstico, planejamento familiar e financeiro através de execução de planilhas, workshops e oficinas de terapia financeira em grupo; - Terapia Familiar: trabalha questões pessoais – relacionamentos, luto, depressão, autoestima, etc. - Terapia Infantil: psicodiagnóstico em crianças, adolescente e adultos; orientação profissional para adolescentes; psicoterapia infantil e orientação de pais. Programa Quali Vida: Atende os funcionários nas causas cíveis e família. Requisito: residir na cidade de São Paulo e que tenha vencimento bruto até o valor de R$ 5.220,00. Departamento Benefício: Prioriza atender pedidos nas áreas da saúde e educação. - Remédios, cadeiras de rodas, próteses, fraldas para criança especial e dependente acamado, aparelho auditivo, auxílio funeral, etc. Venha fazer parte do nosso trabalho! Filie-se através do site: www.fundacaojudiciaria.org Evento Jantar de Confraternização da APAMAGIS será em novembro O tradicional Jantar de Confraternização da APAMAGIS está confirmado para o dia 30 de novembro no Espaço das Américas com a apresentação da banda pop Jota Quest. Para mais informações e reservas, entre em contato com o Departamento de Eventos/Secretaria (11) 3292-2200 Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 17 cultura e lazer Novos livros em agosto de 2013 Antonio Raphael Silva Salvador Desembargador e Professor Universitário Prescrição Penal Manual de Redação Jurídica Autor: José Maria da Costa Editora Migalhas Autor: Frederico Blasi Netto Del Rey Editora Este livro trata da prescrição penal, em forma de manual prático, para entendê-la e calculá-la como importante tema de direito penal. Seu autor, o conhecido promotor de Justiça Frederico Blasi Netto, nos brinda com completo exame da natureza jurídica da prescrição, dos crimes imprescritíveis, expondo ainda qual o prazo prescricional e como será ele calculado quando cabível, passando para a contagem do prazo prescricional e das causas que o interrompem e o suspendem. Há um capítulo inteiro sobre a prescrição da pretensão punitiva, outro da prescrição intercorrente e da retroativa. Examina também como acontecerá em relação aos inimputáveis e os semi-imputáveis. Passa o culto autor a mostrar quando há prescrição penal e o perdão judicial, e ainda examina o direito de ação e prescrição, a decadência e a perempção. Enfim, um estudo completo sobre a prescrição feita por um brilhante promotor e professor, tornando muito importante o livro que examinei. A Editora Migalhas nos dá o presente da 5ª edição do Manual de Redação Jurídica, de autoria do brilhante ex-juiz, hoje advogado e professor, José Maria da Costa, que já nos mostrou nas edições anteriores a beleza de se escrever bem e certo na redação jurídica. Este livro já foi apreciado pelo culto dr. Saulo Ramos que bem mostrou a utilidade e a importância da obra que estamos examinando. No prefácio vemos o dr. Saulo mostrando que “melhor do que as quase 90 mil páginas da internet, melhor do que todos os anteriores trabalhos sobre a ‘a arte de escrever’, melhor que todas as respeitáveis obras até hoje publicadas como orientadores linguísticos e gramaticais, ou como auxílio e tira-dúvidas da língua portuguesa, é este formidável livro do dr. José Maria da Costa.” Quando de uma das primeiras edições tivemos a manifestação do mestre Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, que percebeu a grandeza deste livro e afirmou: “José Maria da Costa soube, com segurança, construir uma obra de extraordinária utilidade, como comprova a aceitação do público, que já demanda uma nova edição. E outras virão certamente.” O que mais posso dizer deste livro que tem sido o meu livro de cabeceira para meus escritos, minhas aulas, meus artigos e meus estudos da redação jurídica? Aspectos Polêmicos do Agronegócio Prática de Contratos e Instrumentos Particulares Vários autores consagrados, sob a coordenação do mestre Elias Marques de Medeiros Neto Editora Castro Lopes Autores: desembargador Antonio Celso Pinheiro Franco e dra. Celina Raposo do Amaral Pinheiro Franco Editora Revista dos Tribunais Iniciando suas atividades como editora, temos a apresentação da Editora Castro Lopes de um livro importantíssimo, o primeiro que vemos sobre o agronegócio e seus aspectos polêmicos, no qual o coordenador Elias Marques de Medeiros Neto, com sua capacidade, conhecimento de vários ramos do Direito e que o levaram a ser o relator do Novo Código de Processo Civil, nos mostra que “os aspectos polêmicos do agronegócio é um dos assuntos mais atuais e intrigantes do mundo jurídico moderno. Tendo em vista o rápido e crescente avanço da produção agropecuária brasileira nos últimos anos, transformando o agronegócio em um dos principais pilares de sustentação da balança comercial nacional e internacional, a presente obra torna-se imprescindível para acompanhamentos e esclarecimentos acerca desse novo panorama estabelecido, uma vez que trata com excelência as relações jurídicas que dele decorrem”. Um grande livro sai agora em 5ª edição, nos atualizando sobre os vários contratos e mesmo instrumentos particulares que surgem em todos os temas estudados, como na arbitragem, no condomínio, nos contratos de arrendamento, de compra e venda, nos contratos de empréstimos, de fiança, de locação, de penhor, de prestação de serviços, nos pagamentos, nas transações, nas sociedades e associações e todos os demais que surgem na nossa vida e precisam ser atendidos e resolvidos. Ninguém melhor do que os autores para a apresentação deste livro tão importante para nosso dia a dia, quando eles examinam o que há de mais moderno nesses instrumentos particulares e contratos, tudo acompanhado das leis específicas, da doutrina e da jurisprudência atualizada sobre a matéria. No livro são examinados todos os temas preciosos e que geram dúvidas quanto às cobranças de dívidas e às demais cobranças e direitos decorrentes do agronegócio. Este é um livro precioso, útil e precisa ser examinado por todos que se interessam por esse tipo de negócio. De parabéns os 27 estudiosos dos temas do agronegócio, e nossos parabéns aos diretores da nova editora, que começa com nota 100. São 1.184 páginas, tudo de grande utilidade e revelando o conhecimento e cuidado dos ilustres autores, nos brindando com um livro que nos orienta e nos protege em todos os atos contratuais e como usar os instrumentos que nos protegerão nesse relacionamento. Lançamento | Geraldo Lanfredi lança livro na APAMAGIS Informática APAMAGIS O presidente do Grupo de Apoio à Justiça – GAJ, desembargador Renzo Leonardi, e inúmeros participantes estiveram presentes no lançamento do livro Singrando os Mares Rumo à Cidade Eterna de autoria de Geraldo Ferreira Lanfredi, em 18 de junho. O diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, padre Valeriano Santos Costas, foi enviado pelo cardeal Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, para cumpri- mentar o autor pelo lançamento do livro, em Comemoração ao 50º Aniversário de Abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II. Exemplares da obra foram autografados e entregues às autoridades religiosas e aos ilustres colegas do GAJ presentes. O presidente Roque Mesquita também recebeu um exemplar. O autor da obra enfatizou que é possível comparar o tema do livro com o trabalho 18 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados • Tribuna da Magistratura edição 223 Informática APAMAGIS no Grupo de Apoio à Justiça. “Trabalho que desempenhamos tão só por amor à Justiça, mormente para conduzir as partes em litígio à conciliação, cientes de que estamos nos mares revoltos das causas judiciais e que só atingiremos – com segurança – a conciliação desejada, se confiarmos na ação da poderosa mão de Deus, senhor da Vida Eterna, capaz de fazer com que as partes em litígio alcancem o objetivo desejado”. O LIVRO Singrando os mares rumo à cidade eterna reúne fascinantes experiências e episódios vividos em Roma, no Vaticano e outros locais do Velho Mundo, além de trazer as memórias do autor com relação à magistratura, quando relata fatos importantes como a instalação de Varas e a relevância do Direito Ambiental no Brasil. CULTURA E LAZER Justiça didática | Ribeirão Preto inicia projeto Cidadania e Justiça também se aprendem na Escola Iniciativa visa diversas cidades de São Paulo com o apoio da Secretaria de Educação do estado O projeto Cidadania e Justiça também se aprendem na Escola teve início na Comarca de Guarulhos, em 2007, com o magistrado Regis de Castilho Barbosa Filho. Segundo ele, o resultado foi compensador. No entanto, São Carlos é o exemplo mais antigo. Ibaté e Itirapina também já estão em ação e Ribeirão Preto realiza projeto-piloto antes da implantação sistemática. A ação foi iniciada em Ribeirão Preto na tarde do dia 11 de junho na Escola Estadual Professor Alcides Corrêa a fim de expandir a outras cidades o sucesso alcançado até o momento, em seis anos de atuação em São Carlos e São Paulo. Realizado com alunos do 5º e 6º anos do ensino fundamental de escolas estaduais, o projeto é uma parceria entre a Diretoria Regional de Ensino da cidade e o Poder Judiciário. Para desenvolver o tema são realizadas várias atividades, como visitas, palestras e a elaboração de um livro ao final do trabalho. Por meio do projeto, os estudantes, com idades entre nove e 11 anos, têm acesso às informações ligadas à Justiça, bem como o desenvolvimento da cidadania a partir do aprendizado da importância dos direitos e deveres de cada um na comunidade, da ética e da responsabilidade social. O desenvolvimento da ação utiliza a Cartilha da Justiça, material didático que explica, em linguagem simples e em quadrinhos, as funções do Poder Judiciário e das instituições a ele relacionadas: Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia, Polícias Civil e Militar. O juiz de Direito e diretor da 6ª Região Administrativa Judiciária, Sylvio Ribeiro de Souza Neto, organizou a visita juntamente com a dirigente regional, Simone Maria Locca, a diretora da escola, Gizélia Delmonico, e as professoras Rose Neide dos Santos, Liliana Braúlio da Costa Rocha, Kátia Cristina Dias da Silva e Gisele Cristina Gripa Dias. A visita teve a presença de várias autori- dades: o promotor de Justiça Mauricio Linz Ferraz; a defensora pública, Patrícia Biagini Lopes; o oficial da Policia Militar do 51º BPM – Ribeirão Preto, capitão da PM Marco Aurélio Gritti; o delegado de polícia, Jorge Cury; e o advogado Daniel Seixas Rondi. De acordo com o idealizador do projeto em São Carlos, o juiz da 3ª Vara Criminal e diretor do Fórum de São Carlos, André de Macedo, neste ano, além do início das atividades em Ribeirão Preto (sede da 6ª RAJ), outra novidade é o blog http://www.cjnaescola.blogspot.com.br e a página no Facebook (Cidadania e Justiça na Escola), que trazem várias informações e serão os meios de divulgação do andamento do projeto, com fotos e artigos. EVOLUÇÃO A Corte paulista e a AMB assinaram, em 17 de abril deste ano, um Termo de Cooperação Técnica para a reprodução da Cartilha da Justiça, que possibilita aos magistrados levar às escolas as atividades do Poder Judiciário. Por delegação, o Termo de Cooperação foi assinado pelos juízes assessores da Presidência, Guilherme de Macedo Soares, que representou o presidente Ivan Sartori, e Regis de Castilho Barbosa Filho, que representou o presidente da AMB, Henrique Nelson Calandra. Pelo acordo, o TJ/SP se compromete a reproduzir e distribuir a cartilha (cujo arquivo será cedido pela AMB) às unidades judiciárias que tenham interesse na propagação do projeto. Ao todo serão reproduzidas 50 mil cartilhas. “A obra revela o resultado do trabalho e o olhar da criança sobre a Justiça e a Cidadania, expresso em redações e desenhos que incentivaram a retomada do projeto em 2013, com a expectativa de que, ao final deste ano, outra importante obra venha a enriquecer e a estimular a formação da cidadania, a partir da Escola e com reflexo para toda a sociedade”, afirma Macedo. Blog CJ na Escola Blog CJ na Escola Projeto Cidadania e Justiça também se aprendem na Escola começa suas atividades em Ribeirão Preto com alunos do 5o e 6o anos do ensino fundamental de escolas estaduais Cidadania e Justiça na Escola – 2013 André Luiz de Macedo Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de São Carlos e Diretor do Fórum “O projeto Cidadania e Justiça também se aprendem na Escola, nascido na Associação dos Magistrados Brasileiros, apoiado pela Associação Paulista de Magistrados e pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, está recomeçando e, em 2013, vem acompanhado por uma importante novidade: o blog desenvolvido pela Diretoria de Ensino de São Carlos. Inspirado na ideia de contínuo aprofundamento dos temas de cidadania e Justiça, o blog também tem por objetivo aproximar a comunidade de estudantes das instituições ligadas ao Poder Judi- ciário, ampliar o conhecimento sobre elas e estreitar ainda mais os laços entre Justiça e Escola, buscando a realização concreta de um dos mais relevantes objetivos da nossa República, cuidadosamente escrito no art.3º, I, da Constituição Federal: “construir uma sociedade livre, justa e solidária”. Tudo começa na Escola, disseram os estudantes de São Carlos em nossos encontros. Concordo integralmente com eles. A cidadania nasce, cresce e se desenvolve como uma criança. A Escola é como o berço no qual a cidadania é embalada nos primeiros anos, local onde ela é incentivada e estimulada a dar passos cada vez maiores em direção à liberdade e às responsabilidades próprias do ser humano. Direitos e deveres são descobertos como coisas em equilíbrio. Uns não existem sem os outros. São como os trilhos do trem que, lado a lado, vão nos levando pela vida em direção à realização de nossos sonhos. Também aprendemos a sermos justos uns com os outros através do conhecimento de nossos direitos e deveres; aprendemos a ser solidários com a bondade daqueles que nos ajudam e nos ensinam a fazer por outra pessoa aquilo que gostaríamos que ela fizesse por nós. Aprender é bom. É bom como o sentimento de Justiça e liberdade, é bom como ter a solidariedade dos outros para conosco. Assim, com essa perspectiva, tenho a honra de escrever para os estudantes, certo de que teremos aqui também a participação deles, dos professores, diretores e coordenadores das escolas, bem como dos profissionais do Direito que dedicadamente participam deste projeto. Convido-os a explorar o blog, lendo o material publicado, conhecendo seu conteúdo e clicando nos diversos links colocados à direita. Para os estudantes e professores, creio que o Portal do Brasilzinho será interessante, pois o Brasilzinho é personagem da Cartilha da Justiça e nesse portal existem diversas atividades para desenvolvimento em sala de informática e, eventualmente, para lazer em casa. Também o site da AMB – Associação dos Magistrados Brasileiros contém material interessante para o conhecimento do projeto e dos personagens da Cartilha da Justiça, além de dicas bastante úteis. Nos sites oficiais, é possível acompanhar notícias das diversas instituições e saber como elas se comunicam com a sociedade pela internet, os serviços disponíveis e as informações sobre acesso a eles. Conhecer tudo isso vale a pena e ajuda a construir uma sociedade livre, justa e solidária, como deseja o povo de nosso país.” Tribuna da Magistratura edição 223 • Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 19