OSS
Sistemas de Suporte à Operação
OSS
Sistemas de Suporte à Operação
As atuais redes de comunicação estão convergindo para um cenário em que
a comunicação se torna cada vez mais factível, praticamente em qualquer
momento com qualquer lugar. O mercado de produtos e serviços de
conectividade – principalmente no âmbito corporativo – ganha competitividade
crescente, especialmente com a popularização de serviços gerenciados e
a intensificação da briga por novos segmentos, como pequenas e médias
empresas. Também não resta dúvida de que as demandas e exigências dos
usuários finais estão cada vez mais sofisticadas.
Nesse contexto, as prestadoras de serviços de telecomunicações (operadoras) deverão estar preparadas
para oferecer seus serviços com maior flexibilidade e com um grau mais elevado de customização. Para
isso, devem ser capazes de designar e ativar os serviços em prazos mais curtos; cobrar de forma diferenciada (por meio de sistemas pré-pagos ou com base no uso, em combinação com o convencional emprego de tarifas flat, por exemplo); administrar o inventário físico e lógico de forma otimizada; gerenciar
a força de trabalho e os pedidos de forma mais inteligente, sem falar na garantia de cumprimento de
estreitos acordos de nível de serviço (Service Level Agreement – SLA).
É nesse novo mundo que cresce a relevância do papel de uma suíte OSS (Operations Support Systems
ou Sistemas de Suporte à Operacão). O OSS é um conjunto de ferramentas de software que permite a
automação das principais tarefas de cunho operacional, fazendo com que a operadora alcance ganhos de
produtividade significativos, com a promessa adicional de redução nos custos operacionais.
A esfera de ferramentas de software contemplada no conceito de OSS compreende todos os sistemas
que possam garantir o suporte necessário para que uma operadora disponibilize seus produtos e serviços.
Normalmente, mais da metade dos custos de uma operadora advém das operações, e um afinado ecossistema OSS é uma das chaves para a obtenção de maior eficiência e eficácia nessa área.
Uma forma possível de categorizar os componentes do mundo OSS é apresentada a seguir, em que
se identificam os componentes mais básicos de um sistema de prestação de serviços de telecomunicações: os estruturais e os processuais.
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COMPONENTES ESTRUTURAIS
Os componentes estruturais são elementos de hardware
e software que compõem a infra-estrutura fundamental
para a viabilização de serviços de telecomunicações:
Gestores de elementos
São usados para configuração, controle, monitoramento contínuo e testes na infra-estrutura da
rede. Em geral, se diferenciam pela tecnologia, plataforma e fabricante. Para uma operadora, os
gestores de elementos são peças fundamentais do quebra-cabeças de gerência de redes, pois são
utilizados em importantes tarefas envolvendo validação de parametrização e manutenção.
Infra-estrutura de rede
É composta tipicamente por diferentes tecnologias de comunicação de voz e dados, com hardware
associado (próprio ou alugado). É peça essencial no desafio de construção do ferramental OSS,
pois os sistemas de software estarão, via de regra, se relacionando logicamente com equipamentos
e software pertencentes à infra-estrutura básica de acesso, transmissão, agregação, comutação e
roteamento na operadora.
Infra-estrutura de TI
Compreende, entre outros, servidores, licenças de sistemas operacionais, sistemas de armazenamento de dados, LANs (Local Area Networks ou redes locais) e aplicativos selecionados.
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COMPONENTES PROCESSUAIS
Os componentes processuais são as competências que
podem se beneficiar significativamente do emprego de
ferramental OSS:
Planejamento e administração
Projeto, administração e planejamento de infra-estrutura de rede da operadora para atendimento
a determinados serviços e eventuais expansões.
Aprovisionamento de serviços
Ativação de um cliente na rede de serviços da operadora. Abrange não só o serviço de conectividade
propriamente dito, como também possíveis serviços agregados a ele (ex.: e-mail, web-hosting etc.).
Serviço de monitoramento e garantia de entrega
Monitoramento de desempenho dos serviços, aliado a controle contínuo de sua qualidade devido
à potencial ocorrência de latência em transmissão, jitter e perda de informações.
Sistema de cobrança
Atividades ligadas ao procedimento de faturamento e cobrança pelos serviços prestados pela
operadora.
Serviço de atendimento a clientes
Interface entre a operadora e o cliente quanto a aspectos relacionados com assinatura de serviços,
troubleshooting e cobrança.
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Sistema de controle de inventário e sua relação com a estrutura de rede
Planejamento e administração
Essa competência é representada por um componente elementar de controle de inventário, responsável
principalmente pela manutenção de um cadastro de hardware, software e dados de configuração da
rede. Informações para rastreamento de equipamentos, sua localização na rede, status (em operação,
em manutenção, a ser instalado) podem ser obtidos com uma consulta ao inventário. A inteligência de
sistemas de software que apóiem essa função deveria permitir operação on-line, a fim de refletir a situação da rede a cada momento, minimizando, por exemplo, a possibilidade de duplicidade de dados.
O sistema de inventário é relevante para as operadoras não somente para garantir o controle da infraestrutura que compõe a rede, mas também para facilitar outros processos operacionais, como, por
exemplo, o pré-aprovisionamento de novos clientes (caso seja necessário instalar um novo roteador
na rede, na procura de equipamentos ou portas disponíveis e na rápida localização de equipamentos
defeituosos, caso haja uma chamada da equipe de manutenção).
As operadoras atuam geralmente com substancial capilaridade; por isso, é importante manter um controle geográfico dos elementos da rede. Logo, o controle de inventário pode ser estendido para abranger também elementos como localização de dutos e cabos e mapas de cidades. Esses são elementos
considerados “fora da planta da rede” e são tão importantes quanto os dados considerados “dentro
da planta da rede” (equipamentos, portas etc.). Algumas soluções apresentam esses dois elementos
integrados; outras os tratam separadamente.
Aprovisionamento de serviços
É o processo que contempla a ativação de um novo cliente na rede. O objetivo principal é automatizar
ao máximo o procedimento de aprovisionamento, visando estabelecer a facilidade de conectividade
e ativar o usuário no menor tempo possível. Um dos principais objetivos é alcançar o chamado flowthrough provisioning, isto é, a habilidade de oferecer o serviço ao cliente quase que instantaneamente,
idealmente garantindo a ativação com uma requisição feita pelo próprio usuário final. Não é uma tarefa simples, haja vista que o aprovisionamento de serviços é uma das disciplinas mais complexas dentro
da área de OSS, já que:
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Principais etapas envolvidas no aprovisionamento de serviços
• a ativação envolve processos automáticos e manuais que devem ser executados seguindo uma ordem lógica. No caso, as operações manuais podem ter que ser executadas pela equipe operacional,
ou até mesmo pelo cliente final;
• é preciso interligar diversos sistemas e seus respectivos gerenciadores e gerenciadores de aplicações
em ambientes tipicamente multifornecedor/multitecnologia;
• pode ocorrer a necessidade de uma expansão da rede para permitir a conexão de clientes adicionais,
além de contemplar picos e vales de demanda;
• em caso de falha de algum processo de aprovisionamento, pode ocorrer atraso no andamento de
outros processos.
Essa área é comumente atendida por diversos tipos de produtos, englobados em categorias como as
descritas a seguir. Deve-se notar que, para uma solução completa de aprovisionamento, muitas vezes é
necessário usar produtos pertencentes a diversas dessas categorias, podendo, eventualmente, ocorrer a
sobreposição de determinadas funções.
Gerenciadores de pedidos
Um gerenciador de pedido recebe a chamada de aprovisionamento, que pode vir de um help-desk ou via
portal web, por exemplo. Ele é responsável por disparar a execução ou ordenar requisições para uma série
de tarefas com o objetivo de atender o pedido. Essas tarefas tanto podem ser manuais (com a possibilidade,
inclusive, de levar semanas para serem executadas) quanto automáticas (executáveis instantaneamente). Têm
como características gerais interface gráfica para facilitar a operação, geração de listas para a execução de
tarefas manuais e geração de relatórios indicando a situação dos pedidos.
Gerenciadores de fluxo de trabalho
Esses produtos atuam na mesma área dos gerenciadores de pedido e são projetados para facilitar o acompanhamento de processos, ainda que não tenham associada a eles a lógica do negócio; tendem, portanto,
a ser inespecíficos para um determinado processo. É uma vantagem que permite que sejam utilizados em
outros processos (ex.: trouble ticket, CRM).
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Principais etapas do processo de service assurance
Aprovisionamento de TI e de rede
Os produtos destinados ao aprovisionamento de serviços de TI, em geral, contam com a capacidade de
interagir com diversas modalidades de hardware e software e a possibilidade de roll back (o que permite
desfazer as configurações, caso o aprovisionamento completo não possa ser executado). Já os produtos
para aprovisionamento de rede dão suporte à ativação de serviços de conexões fim a fim dentro de redes
de transmissão (ex.: WDM, SDH) e de transporte (ex.: ATM, frame relay, IP). Soluções best of breed em
geral competem diretamente com os sistemas de gerenciamento fornecidos, muitas vezes, pelos próprios
fabricantes do hardware de conectividade. A interoperação conjunta com o sistema de inventário é importante, pois é preciso capturar informações sobre a topologia de rede e a disponibilidade de circuitos
lógicos com freqüência, visando minimizar erros e agilizar o disparo de comandos de ativação.
Serviço de monitoramento e garantia de entrega
Esse processo envolve o monitoramento e garantia de qualidade dos serviços prestados pela operadora. Aqui reside a responsabilidade pelo controle do cumprimento dos níveis de serviço acordados (SLAs
- Service Level Agreements), por meio do monitoramento das redes.
Gestão de alarmes
Os alarmes indicadores de potenciais problemas, gerados em diversas áreas na rede (ex.: acesso, transmissão etc.), são agrupados conforme as áreas responsáveis e disponibilizados num console. Alguns
alarmes podem gerar automaticamente um pedido de manutenção (o chamado trouble ticket) ou
podem ser tratados de forma automatizada. Uma das necessidades típicas é mapear o alarme gerado
e as conseqüências que isso pode acarretar para determinado cliente e serviço. Para apoiar tal tarefa,
muitas ferramentas modernas fazem, inclusive, uso de engines calcados em inteligência artificial.
Gestão de desempenho
É a parte responsável por coletar dados e gerar alarmes – enviados para a área de tratamento de
alarmes – quando é ultrapassado algum limite (threshold) relacionado com o desempenho da comunicação. Relatórios de acompanhamento e apoio a planejamento de capacidade também devem ser
produzidos aqui. Compreende normalmente procedimentos de grau mais elevado de complexidade
relativa, tendo em vista a riqueza de parâmetros, métricas e algoritmos a serem considerados na administração de QoS (Quality of Service) e, em conseqüência, de SLAs.
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Principais procedimentos que compõem o faturamento
Fluxo de atividades de trouble ticket
São os componentes responsáveis por administrar o fluxo de informações em caso, por exemplo, de um pedido de manutenção. Normalmente, os fluxos de trouble ticket requerem a intervenção humana (ex.: caso
de envio do pessoal de manutenção para uma determinada localidade). Como o componente de trouble
ticket está diretamente ligado aos clientes finais – já que o pedido de manutenção do cliente final costuma
dar início a todo o processo –, ele é freqüentemente usado como ferramenta de apoio ao help desk.
Sistema de cobrança
Com o passar do tempo e a evolução no cenário de prestação de serviços das operadoras, aumentou
o gradiente de estratégias e táticas de faturamento e cobrança. Basta lembrar de possibilidades como
tarifação por tráfego utilizado ou por tipo de dados, serviços pré-pagos, conteúdo de acesso pago,
entre outras. Isso só contribuiu para a elevação da criticidade e relevância do sistema de faturamento.
Mediação
Componente responsável pela aquisição das informações relacionadas com o uso de uma determinada
rede de comunicações, gerando UDRs (Usage Data Records). Um UDR pode representar de ligações
telefônicas a transferências de arquivo, ou outra operação em rede de dados ou voz. Esse componente
faz a interface com a infra-estrutura de conectividade (ex.: comutadores, roteadores etc.), suportando
um alto volume de tráfego e, via de regra, agrupando os diversos UDRs em SDRs (Service Data Records), organizando e categorizando as informações coletadas.
Tarifação e faturamento
Área responsável por classificar as cobranças (tipo, duração, tamanho, hora etc.) e gerar um consolidado,
inclusive avaliando eventuais descontos, bonificações e créditos. Dessa maneira, deve ter informações
de clientes e produtos – individualmente e/ou em combinações (pacotes) –, sendo essas informações, na
maioria dos casos, provenientes de outros sistemas ou áreas da própria operadora. Uma subcategoria
(tarifação da interconexão) trata dos casos de tráfego entre operadoras (interconexão), seguindo um
acordo previamente estabelecido sob a forma de regras de negócio.
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Serviço de atendimento a clientes
Tradicionalmente, as operadoras têm um serviço de atendimento ao consumidor ou help desk, responsável
pelo diálogo com o cliente. A área de atendimento ao cliente (customer care) utiliza muitas ferramentas
do ecossistema de OSS para viabilizar a oferta de variadas facilidades de contato com o cliente. Utiliza, por
exemplo, o sistema de billing para o cadastro de novos clientes, possibilita a demanda de manutenção pelo
sistema de trouble ticket dentro da área de monitoramento e garantia de entrega, ou concretiza a demanda
de instalação de serviço enviando-a para a área de aprovisionamento de serviços.
Um conceito que está amadurecendo nesse contexto é o de self-service ou self-care aplicado a serviços
de telecomunicações, conferindo maior conveniência para os clientes finais e vantagens econômicas para
a operadora. Nessa demarcação popularizaram-se soluções de software que implementam conjuntos de
funcionalidades associadas a práticas de CRM (Customer Relationship Management) na fronteira entre
OSS e BSS (Business Support Systems), enfocando a interface entre o cliente e o núcleo do mundo OSS.
Mercado
O mercado latino-americano para OSS tem apresentado
crescimento e é avaliado como detentor de um
faturamento da ordem de aproximadamente meio bilhão
de dólares. Estima-se que o mercado brasileiro responda
por algo próximo de 40% a 50% desse valor.
Duas tendências apresentam maior destaque: a substituição de soluções in-house por sistemas comerciais em grau acelerado (traduzindo-se, muitas vezes, na aquisição de sistemas best of breed e em
serviços de integração de software) e a crescente demanda por sistemas de otimização operacional
para ambientes de comunicação móvel. Também estão em alta ferramentas para viabilizar billing convergente e self-care, além do chamado customer analytics.
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A despeito da onda de consolidação em vigor, diversos fornecedores de ferramental OSS estabeleceram presença comercial em tempos recentes no mercado latino-americano, tecendo alianças com
empresas especializadas na instalação e configuração de redes complexas.
Os projetos de planejamento e implementação de soluções OSS costumam apresentar-se como empreitadas de grau médio-alto de complexidade e devem ser gerenciados muito cuidadosamente. Seus
custos variam geralmente de um a seis dólares para cada dólar de OSS comercializado para o cliente
final, exigindo normalmente meses para execução. Na maioria dos casos, recomenda-se estabelecer
uma série de parcerias, como, por exemplo, com fabricantes de equipamentos, fornecedores dos sistemas de OSS e/ou com integradores de sistemas, visando aumentar o grau de sucesso da implantação.
Padrões e recomendações
Evolução da abordagem OSS
No mercado de telecomunicações, e em especial no segmento OSS, é essencial a criação de padrões,
recomendações e modelos de referência que permitam garantir a interoperabilidade entre sistemas na
criação da infra-estrutura para fornecimento de serviços, bem como a aderência a processos operacionais e seus fluxos e interfaces.
Com esse pano de fundo – e na esteira de essenciais colaborações prévias do ITU-T (ITU Telecommunication Standardization Sector), especialmente no âmbito técnico, com o advento do TMN (Telecommunication Management Network) – surgiu o Network Management Forum (atual Telemanagement Forum ou
TMFORUM), que centrou esforços na busca de padrões de facto da indústria, permitindo uma evolução
rápida e eficaz no preenchimento dos gaps entre os fornecedores de sistemas, operadoras e outros provedores de serviços de telecomunicações. Vale destacar nessa evolução, como a mais importante contribuição, a introdução do conceito de Mapa de Operações de Telecom (TOM – Telecom Operations Map),
dentro da iniciativa Smart-TMN que, evoluindo para o atual NGOSS (Next Generation Operation Systems
and Software) permitiu a criação do eTOM (enhanced Telecom Operations Map®), um abrangente modelo de processos de negócios para operadoras e provedores de serviços, alinhado com as necessidades
operacionais e com a evolução dos conceitos de ferramentas de software voltadas para esse meio.
Mas é preciso lembrar que a evolução do OSS está também intimamente ligada com os avanços na
tecnologia da informação (TI) e com o advento de novos modelos de governança. Daí a popularização
do trabalho da Central Computer and Telecommunication Agency (CCTA), que desenvolveu o ITIL (IT
Infrastruture Library), conjuntos de melhores práticas para o gerenciamento eficaz do ambiente de TI.
Recentemente, a análise conjunta e comparativa das diferentes abordagens (ex.: eTOM-ITIL Application
Note) fornece um indício de convergência. Juntos, os modelos sugeridos por ITU-T, TMFORUM e CCTA
complementam-se, permitindo um entendimento uniformizado e a viabilização de plataformas OSS
mais flexíveis e com capacidade de evoluir na mesma velocidade que as novas tecnologias, os novos
serviços e as novas necessidades dos clientes.
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Visão geral do TMN (ITU-T)
A União Internacional de Telecomunicações (ITU) é o mais antigo órgão de padronização, criado em
1865 para gerenciar as primeiras redes de telegrafia. Nesses muitos anos, acompanhou o nascimento
da telefonia de voz, a evolução das comunicações por rádio, a transmissão de sinais de TV, o lançamento dos primeiros satélites e, mais recentemente, a convergência tecnológica e o início da era da informação como um fórum neutro para confronto e negociações entre indústrias, governo e sociedade.
Dentro da área de gerência de rede – domínio familiar ao ecossistema OSS – a ITU reserva um grupo de
estudo específico e o conjunto de normas da série M, apesar de alguns aspectos também serem tratados
em outras séries, como E (operação de redes) e Q (comutação e sinalização), entre outras.
Foram consideradas como TMN as áreas de arquitetura, especificação da metodologia de interfaces,
gerenciamento de serviços, gerenciamento de funções (independente de protocolos), gerenciamento
de catálogos e modelos de informação, gerenciamento do registro das informações, protocolos de
comunicação, sistemas de gerenciamento de serviço e mensagens (protocolos específicos), requerimentos de conformidade, perfis de padrões internacionais, terminologia e segurança.
Visão geral do NGOSS e eTOM (TMFORUM)
O TeleManagement Forum foi fundado em 1988 com o objetivo de acelerar a disponibilização de soluções interoperáveis de gerenciamento. Desde então, tem se adaptado à contínua evolução tecnológica
e cenários de negócios, patrocinando alguns dos mais importantes eventos na área de OSS/BSS, tendo
seus padrões sido adotados por outras entidades do mundo (ex.: ITU-T).
Entre suas iniciativas, as que mais se destacam são: a NGOSS (Next Generation Operational Systems
and Software) e o framework de processos de negócios para o mercado de telecomunicações eTOM
(enhanced Telecom Operations Map®).
Ambas as iniciativas têm como grande objetivo o aumento da sofisticação da automação dos processos
de negócio do mercado de telecomunicações, de modo a aumentar a eficácia dos investimentos em
soluções de OSS/BSS e propiciar ganhos expressivos em produtividade.
NGOSS
NGOSS é uma proposta de arquitetura lógica que tem como um de seus objetivos a promoção do desenvolvimento de produtos e soluções de OSS com vistas à elevação da flexibilidade e da facilidade de integração
e gerenciamento de seus componentes. Para isso, fornece um conjunto de documentos que atendem as
áreas técnicas e de negócios e define uma abordagem de ciclo de vida para a definição dos processos, arquitetura de sistemas, implementação e teste de conformidade com os padrões estabelecidos.
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Dessa maneira, o NGOSS Framework permite que todos os participantes – entre fornecedores, parceiros, integradores e provedores de serviços – desenvolvam seus negócios de maneira independente, mas
com a garantia de maior facilidade e menores investimentos no momento da integração.
Para isso, o NGOSS utiliza avançados conceitos e tecnologias, como UML, para criar um ambiente mais
produtivo e eficaz, fornecendo um framework para análise dos processos de negócio, levantamento
dos requisitos de projeto, desenho e arquitetura da solução, implementação e testes, permitindo que
soluções complexas sejam desenvolvidas e processos manuais sejam automatizados em menos tempo
e com menor necessidade de investimentos.
eTOM
O eTOM é um dos mais aceitos modelos de processos de negócio do ambiente de telecomunicações,
abrangendo os principais processos de negócio de um provedor de serviços. É também considerado o
mais importante elemento dentro do NGOSS Framework, pois, com seu mapa de processos, fornece
os elementos-guia para a análise de requisitos de negócios e, conseqüentemente, o desenvolvimento
da solução para melhor atendê-lo.
Dessa maneira, pode ser utilizado pelos provedores de serviços como referência e modelo estratégico
para a reengenharia de processos e desenho da arquitetura de OSS e estratégia de evolução para automação completa dos processos de negócio. Por parte dos integradores e fornecedores de sistemas,
é utilizado como guia para o desenvolvimento de soluções e integração.
No nível conceitual, o eTOM pode ser visto como sendo composto de três grandes áreas agregando
processos relacionados:
• Strategy, infrastructure & product, que abrange o planejamento e gestão do ciclo de vida dos produtos.
• Operations, que abrange os processos-chave da gestão operacional.
• Enterprise management, que abrange os processos de suporte corporativo e de negócios.
Os processos são estruturados de maneira hierárquica, permitindo uma decomposição em vários níveis e
detalhando os aspectos mais relevantes de cada um como descrição, entradas, saídas, entre outros.
Adicionalmente, são modelados os fluxos de processos fim a fim verticais, envolvendo clientes, empresa, recursos, fornecedores e parceiros, e também processos horizontais, envolvendo o cliente e as áreas
internas de marketing, aprovisionamento, garantia de serviços e tarifação.
Além disso:
• Identifica a importância dos processos relativos ao FAB (Fulfillment, Assurance and Billing), enfatizando os processos relativos à interface com o cliente.
• Modifica a visão de interface com o cliente para uma gestão orientada ao relacionamento, direcionando as ações e informações para o atendimento e personalização dos serviços por cliente.
• Reconhece a necessidade de um gerenciamento fim a fim independente de tecnologia, integrando redes, servidores e aplicações, incluindo gerenciamento interno de TI.
• Reconhece a necessidade de interação da empresa com entidades externas, inclusive com relação aos fluxos de processos, incluindo-os nos modelos conhecidos de e-business.
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Visão geral do ITIL (IT Infrastructure Library)
O ITIL é hoje uma das abordagens mais difundidas e adotadas para o gerenciamento eficiente de serviços de TI, fornecendo um conjunto de melhores práticas consistentes e integradas para esse fim. Desenvolvido no final dos anos de 1980 pela Central Computer and Telecommunication Agency (CCTA)
do governo britânico, o ITIL teve como principal motivador de seu desenvolvimento o reconhecimento
de que, nos últimos tempos, as organizações estão se tornando cada vez mais dependentes de TI para
atender seus objetivos de negócio. Com o crescimento dessa dependência, surgiu a necessidade de
buscar a máxima eficiência na prestação desses serviços, tanto internamente (na própria empresa)
como externamente (para clientes e fornecedores), sendo que o ITIL procurou abordar a maioria dos
requisitos fundamentais para o atendimento dessas metas.
Inicialmente, o ITIL era composto por dez livros principais e mais trinta outras publicações complementares, sendo que depois de revisões, o conjunto ficou composto por oito publicações, com os livros
Service Support e Service Delivery constituindo os pilares dessa estruturação.
Os principais elementos dos grupos do ITIL podem ser integrados como peças de um quebra-cabeça,
sendo que algumas delas se encaixam perfeitamente em outras com uma pequena sobreposição, porém sem grandes conseqüências para o modelo.
Algumas das vantagens da utilização do ITIL como orientador do processo de mapeamento e definição
de processos numa empresa são sua orientação para a qualidade dos serviços e a abordagem integrada
e coordenada para a oferta de serviços de TI. Além disso, o ITIL é adaptável a vários tipos de organização com um modelo consistente e claramente orientado a processos, o que permite sua utilização
para a realização de benchmarking entre as empresas. Outra vantagem está no fato de que o ITIL é
um modelo de domínio público baseado em melhores práticas e que favorece a aplicação de todas
as metodologias de qualidade em uso atualmente, como ciclos PDCA, alinhamento de demandas (de
negócio, clientes e usuários) e indicadores de performance.
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Sistemas de Suporte à Operação
Texto
Supervisão
Jorge Leonel
Renata Randi
Amaury Mausbach
Jorge Leonel
Colaboração
Projeto gráfico
Werther Krause
Art Urb
Silvana Mizono
Ricardo Sofiatti
Ilustrações
Eduardo Kido
Caio Borges
Coordenação
Revisão
Danilo Sella
Escrita
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1830
04543-900 São Paulo SP
Praia do Flamengo, 154
22210-906 Rio de Janeiro RJ
Brasil
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